Juvenatrix 130

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JUVENATRIX JUVENATRIX – Fanzine de Horror & Ficção Científica ANO 21 – Número 130 – OUTUBRO 2011

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Fanzine

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  • JUVENATRIX JUVENATRIX Fanzine de Horror & Fico Cientfica

    ANO 21 Nmero 130 OUTUBRO 2011

  • JUVENATRIX Amaldioado pelo Horror e Metal Extremo, em circulao desde Janeiro de 1991, com 3.540 pginas de publicao

    Editor Renato Rosatti

    Capa Rafael Tavares / Contra capa Emanuel R. Marques

    INTERNET Blogs: www.infernoticias.blogspot.com & www.juvenatrix.blogspot.com

    E-mail: [email protected] / Twitter: www.twitter.com/juvenatrix Site Boca do Inferno: http://bocadoinferno.com/author/renato-rosatti/

    Site Gore Boulevard: http://gore-boulevard.webnode.com.br/novidades/walpurgis-rites/

    Lanamento dessa edio: 24/09/2011 So Paulo/SP Distribuio gratuita Solicite o envio por e-mail

    EDITORIAL

    No dia 30/07/11 no Carioca Club em So Paulo/SP (Pinheiros), tivemos o show da veterana banda

    americana de Thrash Metal Nuclear Assault. E pela terceira vez tive o privilgio de v-los ao vivo. A primeira foi em 1989 junto com o Sepultura no extinto Dama Xoc (Pinheiros), e depois em 2005 junto com os alemes do Sodom no Direct TV Music Hall (atual Citibank Hall) em Moema.

    Em 20 e 21/08/11 tivemos a segunda edio do evento de cinema fantstico Espantomania, no bairro do Graja, zona sul de So Paulo/SP, com organizao da Ravens House Brasil. Genuinamente underground, o evento exibiu diversos filmes e documentrios valiosos, num relevante trabalho de idealismo.

    No dia 27/08/11 tambm no Carioca Club, ocorreu uma total destruio com o show do Destruction. E pela quarta vez pude conferir o Thrash Metal dos lendrios alemes, sendo a primeira tambm em 1989 junto com o Korzus no extinto Projeto Leste 1, e depois na Via Funchal (Vila Olmpia) em 2006 e Hangar 110 (Bom Retiro) em 2008.

    E em 11/09/11, novamente no Carioca Club, houve a 10 edio do sempre aguardado festival de metal extremo Setembro Negro, promovido pela Tumba Productions. Dessa vez tivemos trs atraes internacionais, com destaque para os veteranos americanos do Morbid Angel, cujo show arrasador foi precedido pelas pancadarias sonoras do Belphegor (ustria) e Ragnarok (Noruega), alm da banda nacional Hellsakura.

    Nessa edio 130 do Juvenatrix (que j passou das 3.500 pginas desde 1991), estou republicando um artigo sobre a divertida comdia de humor negro Farsa Trgica (The Comedy of Terrors, 1964), que reuniu um elenco de altssimo nvel com os cones do cinema de horror Vincent Price, Peter Lorre, Basil Rathbone e Boris Karloff. Esse texto j havia sido publicado na verso impressa do fanzine em 2003, e estou disponibilizando agora para os leitores na verso eletrnica em PDF.

  • HORROR & METAL

    Msica: Blood Magick Necromance / Banda: Belphegor (ustria) / lbum: Blood Magick Necromance (2011)

  • The price of illusion initiating torment. Devoted you travel through the firmament. Advise the devil to destroy this plane. All hope is fukked embellished sacred remains. NATHS IN MORTE. BLOOD MAGICK NECROMANCE. Feast upon the dead submit to this horror. Countess your mark breathes the plague. Sordid remains adorn morbid sanctuary. Lechery addiction your celestial charms. A glorified impulse seven severed arteries. NATHS IN MORTE. BLOOD MAGICK NECROMANCE. Feast upon the dead submit to this horror. Spit upon a dew drenched breast. Slutfukk necromance piss rains upon a poisoned sea. BLOOD MAGICK NECROMANCE. Sukkubus: Consume my flesh! BLOOD MAGICK NECROMANCE. Feast upon the dead submit to this horror. BLOOD MAGICK NECROMANCE. Raped by the elements, forgotten dismembered.

    Nuclear Assault (EUA) em So Paulo/SP no dia 30/07/11

    Mais fotos em: http://infernoticias.blogspot.com/2011/07/nuclear-assault-eua-em-sao-paulosp-no.html

    Destruction (Alemanha) em So Paulo/SP no dia 27/08/11

  • Mais fotos em: http://infernoticias.blogspot.com/2011/08/destruction-alemanha-em-sao-paulosp-no.html Morbid Angel (EUA), Belphegor (ustria) e Ragnarok (Noruega) em So Paulo/SP

    (Carioca Club / Pinheiros) no dia 11/09/11, no tradicional festival Setembro Negro, promovido pela Tumba Productions

    Mais fotos em: http://infernoticias.blogspot.com/2011/09/morbid-angel-eua-belphegor-austria-e.html

  • Banda Of the Archaengel lana o video clipe Black Raven

    VEJA O VIDEO CLIPE OFICIAL DA BANDA OF THE ARCHAENGEL "Black Raven" O lbum de estria da banda paulistana OF THE ARCHAENGEL ganha seu primeiro vdeo clipe promocional. A msica escolhida para o videoclipe Black Raven, faixa de abertura de The Extraphysicallia que teve imagens capturadas durante a apresentao do OF THE ARCHAENGEL com os suecos do OPETH, no Brasil. O vdeo clipe tem a direo de Victor Hugo Borges, diretor de curtas metragens paulistano. O clipe pode ser visualizado clicando na imagem ou atravs do link: http://www.youtube.com/watch?v=k19O8CTfQfk The Extraphysicallia teve sua masterizao feita no renomado estdio The Cutting Room (Amon Amarth, Opeth, Paradise Lost, Chrome Division etc) na Sucia, e conta com 9 msicas em 72 minutos, tendo em uma delas a participao de Sakis Tolis (ROTTING CHRIST) e arte grfica assinada pelo renomado artista Seth Siro Anton (Paradise Lost, Moonspell, Exodus, Kamelot, etc) e comea a colecionar feedbacks calorosos na imprensa especializada mundo afora. Eu no posso negar que a Of The Archangel de longe o mais impressionante debut em muito tempo Eu no posso esperar para ouvir o progresso que a banda sem dvida ai continuar a fazer. Este lbum me impressionou como nenhum outro. Metal Temple @ Grcia "Eu mencionei que Black Raven uma das melhores msicas de metal j compostas? Material verdadeiramente hipnotizante!. Metal Believe @ Romnia "The Extraphysicallia' - nunca viveu quem ainda no escutou este disco". -Mroczna Strefa @ Polnia Confira tambm a entrevista de 02 paginas com o OF THE ARCHAENGEL na revista digital HELL DIVINE # 4. Download Gratuito http://issuu.com/helldivinemagazine/docs/hell_divine_julho_2011_n04_isuu

    NOTCIAS & DIVULGAO

  • II Anurio de Fanzines e Publicaes Alternativas

    Fanzineiros, faneditores e editores alternativos: com grande prazer que a Ugra Press lana a convocatria para o II Anurio de Fanzines, Zines e Publicaes Alternativas. A meta, a exemplo da primeira edio, mapear, catalogar, divulgar e estabelecer um espao crtico para a imprensa alternativa. A novidade que dessa vez estamos convocando editores de toda a Amrica do Sul, o que certamente far do prximo Anurio uma grande referncia para todos aqueles que pretendem divulgar seus trabalhos, fazer contatos e conhecer a fundo a fanedio sul-americana.

  • QUEM PODE PARTICIPAR? O Anurio pretende cobrir a produo de fanzines, zines e publicaes alternativas impressas em toda sua abrangncia: quadrinhos, msica, cinema, literatura, arte urbana, espiritualidade, perzines,artzines, queerzines vale tudo! No existem restries temticas, mas boletins partidrios ou religiosos (como rgos informativos de igrejas, por exemplo) sero desconsiderados. Publicaes experimentais e autorais, como sempre, so mais do que bem vindas.

    COMO PARTICIPAR? 1 Envie sua(s) publicao(es) para o seguinte endereo: c/o Douglas Junior Utescher Alves Caixa Postal 777 So Paulo/SP CEP 01031-970 2 No esquea de enviar tambm um e-mail para contato! Ser imprescindvel para confirmar sua presena no Anurio. 3 Assim que recebermos o material, enviaremos por e-mail uma ficha de incluso que o editor dever preencher e devolver (tambm por e-mail). Essa ficha conter as informaes necessrias para a correta catalogao da sua publicao. Sem o preenchimento da ficha, a publicao NO entrar no Anurio.

    Mas no s isso! Na edio anterior, alm das resenhas dos zines, publicamos matrias sobre as Fanzinotecas brasileiras e sobre os fanzines como instrumento pedaggico. Para o prximo Anurio, gostaramos de abordar o fanzine como objeto de estudo. Portanto, voc, estudante que fez ou est fazendo monografia, dissertao, artigo ou documentrio sobre o tema, entre em contato e conte-nos mais sobre sua pesquisa!

    DEADLINE As publicaes devem ser enviadas at 10 de dezembro de 2011. Material enviado aps essa data ficar arquivado para o Anurio seguinte. Portanto, no deixe para a ltima hora! A publicao do anurio est prevista para maro de 2012.

    PERGUNTAS FREQUENTES Participei do anurio do ano passado. Posso participar deste tambm? Pode e deve! Caso tenham sido lanadas novas edies da sua publicao neste meio tempo, no deixe de envi-las. Eu edito vrias publicaes diferentes. Posso mandar todas? Sim. Todos os ttulos recebidos sero resenhados. Minha publicao est na vigsima edio. Posso mandar todas? Sim, mas por questes prticas s sero resenhadas as 3 edies mais recentes. Ao invs de mandar uma cpia fsica da minha publicao, posso enviar um arquivo PDF? No. Um dos aspectos que nos interessam justamente compreender como so impressas as publicaes alternativas atuais. Minha publicao circula apenas em verso virtual (um arquivo PDF, por exemplo). Posso envi-la? No. O foco do Anurio so as publicaes impressas. Se eu enviar minha publicao, eu receberei um Anurio em troca? Infelizmente, isso no possvel. O Anurio volumoso e de produo relativamente cara para ns. Arcar com os custos de impresso e envio para todos que participarem est muito alm das nossas possibilidades. O que fizemos na primeira edio e continuaremos fazendo na segunda determinar um preo especial para os participantes. Haver tambm a verso digital do Anurio no formato PDF, distribuda gratuitamente.

    O QUE DISSERAM SOBRE O I ANURIO: () um dos mais completos levantamentos j feitos no pas sobre essas verses impressas da esttica do faa voc mesmo Carlos Albuquerque Jornal O Globo Muito caprichado, com humor, informao e promovendo discusso: o Anurio obrigatrio para quem l e quem faz fanzines. Marcelo Viegas blog Zinismo, revista 100% Skate Um ponto extra para o Anurio foi a capacidade de levar o discurso a respeito dos Fanzines alm do banal e da nostalgia. Flvio Gro blog Zinismo, zine Manufatura No bastasse todo o trabalho de leitura e catalogao, Douglas e Leandro analisam cada publicao de forma perspicaz e prazerosa, traando um verdadeiro diagnstico da riqueza editorial independente do pas. Henrique Magalhes Editora Marca de Fantasia () as obras no foram apenas catalogadas, mas resenhadas de forma atenta e objetiva, em anlises concisas que fogem do superficialismo. ntida a dedicao com que os editores encararam a empreitada. Wagner Nyhyw Anormal Zine, blog Partes Fora do Todo

    E-zine: Flores do Lado de Cima 17, da Ravens House Brasil

    Disponvel o e-zine Flores do Lado de Cima # 17 + Compilao Cadauveribus Cantationem II. E-mail: [email protected]

  • Livro: Kaori 2 Corao de Vampira, de Giulia Moon

    KAORI 2: CORAO DE VAMPIRA Em setembro, chega mais uma aventura da vampira japonesa Kaori, criao da escritora Giulia Moon. Praia de Copacabana, Rio. Uma bela garota oriental passeia pelo calado. Seus olhos oblquos seguem algum: Yoshi, um garoto de programa meio-brasileiro e meio-japons, com um raro talento para seduo. Ferida por um amor trgico do passado, Kaori enfrenta um dilema: dar vazo ao seu desejo pelo mestio ou manter-se protegida, salvaguardando o seu corao? Enquanto isso, o mundo sofre a ameaa de uma praga virulenta. Mortos-vivos, ogros, demnios e criaturas fabulosas comeam a enlouquecer. Em So Paulo, os especialistas do IBEFF entram em ao para controlar o surto. E Kaori ser envolvida, a contragosto, em mais um perigoso confronto com a sua arqui-inimiga, Missora, uma cruel cortes do Japo feudal. Entre as paisagens tropicais cariocas e uma So Paulo catica e agitada, a nova aventura de Kaori, a vampira, vai fazer os coraes baterem acelerados a partir de setembro, quando estar venda nas livrarias.

    Kaori 2: Corao de Vampira Giulia Moon Giz Editorial, 2011 Formato: 16 X 23 cm, 432 pginas. Nas livrarias a partir de setembro.

    - Eventos: Lanamento no XV Bienal do Livro Rio de Janeiro. Sesso de autgrafos no dia 10 de setembro, sbado, 16h00. Estande P27 Pavilho Verde Centauro Editora (em parceria com Giz Editorial). Lanamento em So Paulo: Dia 22 de setembro, quinta, das 19h00 s 21h30. Livraria Martins Fontes Paulista Av. Paulista, 509 (prximo ao metr Brigadeiro). Estacionamentos conveniados: Rua Manoel da Nbrega, 88 e 95 (1. hora gratuita).

    - Sobre a autora: Giulia Moon paulistana, e fez de tudo em propaganda: diretora de arte, ilustradora, redatora e diretora de criao. Apaixonada por vampiros, lobisomens e seres obscuros de qualquer espcie, j lanou trs coletneas de contos: Luar de Vampiros (Scortecci, 2003), Vampiros no Espelho & Outros Seres Obscuros (Landy, 2004) e A Dama-Morcega (Landy, 2006). Em 2009, Giulia publicou o seu primeiro romance, Kaori: Perfume de Vampira (Giz Editorial, 2009), onde narra uma histria emocionante, que tem como cenrios o misterioso Japo feudal e a catica So Paulo contempornea. Sucesso na Bienal do Livro, o livro esgotou-se no primeiro dia do evento, tornando-se uma referncia entre os amantes de histrias de vampiros. Giulia, agora, volta s livrarias com o romance Kaori2: Corao de Vampira, tendo mais uma vez como protagonista a bela e perfumada vampira oriental, que deixa nos seus amantes a marca dos seus caninos e uma misteriosa tatuagem de drago. E promete grandes emoes para os seus leitores, que esperaram com ansiedade pelo livro. Para saber mais sobre Giulia Moon, acesse www.giuliamoon.com.br ou o seu blog www.phasesdalua.blogspot.com - Maiores informaes: *Giz Editorial Simone Mateus (editora) [email protected] *Giulia Moon [email protected]

    Livro: Anurio Brasileiro de Literatura Fantstica 2010, de Cesar Silva e Marcello Simo Branco

    Numa iniciativa dos jornalistas e pesquisadores de fico cientfica e fantasia Marcello Simo Branco e Cesar Silva, o Anurio Brasileiro de Literatura Fantstica foi publicado pela primeira vez em 2005. Apresenta um amplo e profundo panorama do cenrio fantstico nacional, em suas trs manifestaes principais, a fico cientfica, a fantasia e o horror, alm de contemplar tambm as criaes hbridas entre estes gneros e os chamados trabalhos de fronteira, isto , o fantstico abordado a partir da perspectiva do mainstream literrio. Contm notcias sobre prmios e personalidades, listas dos livros lanados durante o ano, artigo sobre o mercado editorial, com dados estatsticos e tabelas. Resenhas de vrios dos principais livros de autores brasileiros e estrangeiros, entrevista com a Personalidade do Ano, ensaio de um especialista convidado, e uma seo histrica com datas e resenhas de livros importantes. A Personalidade do Ano de 2010 foi o premiado escritor Nelson de Oliveira, cujo romance Poeira: Demnios e Maldies (resenhado no Anurio) recebeu o Prmio Casa de las Americas e foi finalista do Prmio So Paulo. O Anurio tem por meta realizar um registro do estado dos gneros no pas, alm de auxiliar tanto os leitores em busca do que h de novo, como aos escritores que desejam destrinchar as tendncias do mercado. E tambm a editores e pesquisadores, que esto em busca de um conhecimento mais sistematizado e amplo do que est surgindo e das perspectivas para o fantstico no Brasil. A edio relativa a 2010 a que lista maior nmero de obras, at o momento. O Anurio Brasileiro de Literatura Fantstica recebeu em 2010 o Prmio Melhores do Ano, na categoria Melhor No-Fico, concedido pelo site Fico Cientfica e Afins, da escritora Ana Cristina Rodrigues.

    Repercusses:

  • Embora a literatura fantstica enfrente muitos desafios no Brasil, um trabalho rduo de crtica e pesquisa como o do Anurio permite uma base slida para o desenvolvimento de pesquisas e publicaes. Rachel Haywood Ferreira, Iowa State University.

    As suas carreiras crticas existentes h anos em vrias publicaes, e h seis anos no Anurio , so o balano global dos gneros literrios que vocs analisam, o mais competente, srio e abrangente, dentro do universo crtico brasileiro. Andr Carneiro, autor de Confisses do Inexplicvel.

    O Anurio uma das publicaes de crtica de fico especulativa mais independentes e de maior personalidade no pas. Editores, pesquisadores, colecionadores de livros, escritores e fs devem encontrar uma fonte de consulta, de avaliaes e de opinies crticas inestimvel para dar perspectiva ao momento atual. Roberto de Sousa Causo, Terra Magazine. Um projeto raro e ambicioso, que apresenta uma perspectiva global e sistematizada a respeito do mercado no Brasil e confere-lhe uma unidade na qual os autores podero posicionar-se. Alm disso, contribui para o crescimento da crtica profissional e do estudo acadmico, essenciais ao desenvolvimento de qualquer literatura." Lus Filipe Silva, site Efeitos Secundrios (Portugal).

    Autores: Marcelo Simo Branco e Cesar Silva Capa: Silvio Ribeiro Selo Enciclopdia Galctica, agosto 2011. Acabamento: Brochura com laminao brilhante e orelhas Miolo: 240 pginas PB em papel off-set 75 g/m. Formato: 14,0 cm 21,0 cm Cdigo de Barras: 9772178624005. Preo: R$ 31,90.

    Sobre o selo Enciclopdia Galctica:

    Em 2010, a Devir Livraria inaugurou o selo Enciclopdia Galctica, destinado a obras de no-fico voltadas para a discusso, anlise e registro dos gneros fico cientfica, fantasia e horror na literatura, quadrinhos, jogos, cinema e televiso. O selo busca fomentar a produo crtica a respeito desses gneros e formas de expresso, em um momento em que cresce muito o interesse pela literatura de fico cientfica, fantasia e horror no ambiente acadmico e literrio nacional.

    O primeiro livro do selo foi Viso Aliengena: Ensaios sobre Fico Cientfica Brasileira, de M. Elizabeth Ginway, brasilianista e professora de lngua portuguesa e literatura e cultura brasileira na Universidade da Flrida (em Gainesville).

    Devir Livraria: Rua Teodureto Souto, 624 Cambuci So Paulo/SP CEP 01539-000 Fone: 2127- 8787 Mais informaes: [email protected] Visite o site: http://www.devir.com.br/ Livro: As Melhores Novelas Brasileiras de Fico Cientfica, organizado por Roberto de

    Sousa Causo Devir lana antologia com seleo das melhores novelas brasileiras de Fico Cientfica

    Ttulo: As Melhores Novelas Brasileiras de Fico Cientfica Autor: Roberto de Sousa Causo (organizao). Editora: Devir Livraria Ltda. Nmero de pginas: 224. Arte da capa: Vagner Vargas ISBN: 978-85-7532-476-9. Preo: R$ 29,50

    Com histrias de Afonso Schmidt, Andr Carneiro, Rubens Teixeira Scavone e Finisia Fideli

    Impulsionada pelo interesse despertado pelas antologias Os Melhores Contos Brasileiros de Fico Cientfica (Devir, 2008) e Os Melhores Contos Brasileiros de Fico Cientfica: Fronteiras (Devir, 2010), a Devir Livraria prossegue com o seu programa exclusivo de resgate de narrativas importantes do passado da fico cientfica brasileira, que merecem a posio de referncia junto aos leitores atuais. Em 2008, Os Melhores Contos Brasileiros de Fico Cientfica, foi um dos livros do gnero mais tratados pela imprensa cultural, e um sucesso de vendas. Essa foi a primeira antologia retrospectiva de obras importantes do passado do gnero, no Brasil. Os 11 contos de Machado de Assis, Gasto Cruls, Domingos Carvalho da Silva, Andr Carneiro, Rubens Teixeira Scavone, Jorge Luiz Calife e outros chamaram a ateno da crtica e do pblico. Uma referncia e um marco do padro de qualidade que pode e deve ser exigido do aspirante a autor de fico cientfica, escreveu um crtico. As Melhores Novelas Brasileiras de Fico Cientfica traz quatro novelas e noveletas: Zanzal (1936), de Afonso Schmidt; A Escurido (1963), de Andr Carneiro; O 31. Peregrino, de Rubens Teixeira Scavone; e A Ns o Vosso Reino (1998), de Finisia Fideli. So textos diversificados em tom, tema e estilo; juntos, eles compem um instantneo do relativo alcance e leque de abordagens que a fico cientfica alcanou no Brasil. Ao mesmo tempo, sugerem como a FC brasileira tende a subverter ou expandir, de maneira incomum em relao aos exemplos anglo-americanos.

    Repercusso das antologias anteriores:

  • Elogios da Crtica a Os Melhores Contos Brasileiros de Fico Cientfica (2008):

    Fazia falta boas antologias de textos brasileiros... Agora, porm, o crculo vicioso comea a ser quebrado: pelo menos uma boa antologia, a primeira do gnero em muitos anos, recupera essa histria: Os Melhores Contos Brasileiros de Fico Cientfica, editada por Roberto de Sousa Causo... Essa antologia pode ser considerada uma referncia e um marco do padro de qualidade que pode e deve ser exigido do aspirante a autor [de fico cientfica]. Antonio Luiz M. C. Costa. CartaCapital.

    Uma coletnea de fico cientfica que coloca Machado de Assis ao lado de autores normalmente restritos ao gnero como Gasto Cruls, Andr Carneiro, Jernymo Monteiro, Rubens Teixeira Scavone provoca certa estranheza... No improvvel que Causo tenha includo Machado de Assis nesse rol para mostrar o reverso da medalha: se podemos ler um grande escritor por esse vis, por que no ler cones da fico cientfica para alm do registro temtico?... Manuel da Costa Pinto. Folha de S. Paulo.

    Em meio ao nmero cada vez maior de antologias de contos publicadas no Brasil ultimamente, era de se estranhar que ainda no houvesse surgido nenhuma voltada para a fico cientfica... No cabe aqui buscar explicaes para o fato, mas apenas apontar para a importncia da recm-lanada coletnea organizada por Roberto Causo.... No h dvida de que o leitor h de encontrar no livro bons momentos de leitura. Flvio Carneiro. O Globo.

    [Um volume] muito bem editado pelo escritor e crtico Roberto de Sousa Causo para a coleo Pulsar da editora Devir... Causo selecionou contos que compreendem um perodo de mais de cem anos da literatura nacional... Dorva Rezende. Dirio Catarinense.

    Adotada pela nascente indstria cultural, no comeo do sculo passado, a FC ficou associada cultura norte-americana. Da talvez o equvoco, nada racional, de se acreditar que no Brasil no se produzem obras do gnero. Os Melhores Contos Brasileiros de Fico Cientfica no s prova o contrrio, como d mostras da qualidade do que por aqui se escreveu. A coletnea foi organizada por Roberto Causo, escritor de FC e estudioso das expresses nacionais desse tipo de literatura. A Introduo de Causo cumpre bem o papel de apresentar... o histrico do gnero aos leitores, pontuando ainda as dificuldades do pesquisador e os percalos editoriais enfrentados pelos escritores. Dellano Rios. Dirio do Nordeste.

    O escritor e pesquisador Roberto de Sousa Causo organizou a obra Os Melhores Contos Brasileiros de Fico Cientifica... A fico cientfica brasileira est a, projetando os problemas humanos, desde o sculo 19, como atesta esta antologia. Enquanto o Pas do Futuro ainda se espreguia no bero, a FC brasileira merece um futuro mais otimista. Alessandro Soares. Dirio do Grande ABC.

    O grande atrativo de Os Melhores Contos Brasileiros de Fico Cientfica acompanhar como autores fs de Jlio Verne, H. G. Wells, Aldous Huxley, Arthur C. Clarke e outros grandes nomes da fico cientfica relatam aventuras de outros mundos sob uma ptica tipicamente brasileira. Ana Paula Corradini. Scientific American Brasil.

    Esta antologia de contos j nasce importante no cenrio da fico cientfica brasileira. [...] O organizador Roberto Causo argumenta na tima introduo que a fico cientfica foi o gnero literrio esquecido nas letras nacionais no sculo XX. Portanto, sua inteno de que ao nascer deste novo sculo, ela venha a ter uma maior ateno alm de suas fronteiras tradicionalmente circunscritas a comunidades de fs e escritores marginalizados do contexto geral. Marcello Simo Branco. Anurio Brasileiro de Literatura Fantstica 2007.

    Elogios da Crtica a Os Melhores Contos Brasileiros de Fico Cientfica: Fronteiras (2010):

    Roberto de Sousa Causo vem prestando um enorme servio literatura brasileira, no s por meio de ensaios e antologias como esta... onde demonstra a existncia (e at certa tradio) do gnero entre ns, mas principalmente pelo incentivo aos jovens escritores que pretendem caminhar por essa seara, vista com maus olhos por crtica e pblico (que no acredita que ns, brasileiros, possamos escrever boas histrias de fico cientfica). Luiz Ruffato, Folha de S. Paulo

    Saiu o segundo volume da tima antologia de Roberto de Sousa Causo: Fronteiras. Nelson de Oliveira

    Esta uma das principais surpresas que a coletnea Os Melhores Contos Brasileiros de Fico Cientfica: Fronteiras reserva ao assim chamado grande pblico: a noo de que no Brasil no s se produz fico cientfica como o gnero conta at com uma rala, ainda que slida, tradio.... Sim. O Brasil tem grandes nomes de fico cientfica em atividade. Carlos Andr Moreira, No Zero Hora

    Neste segundo volume... a editora Devir continua resgatando as principais histrias de FC escritas por autores brasileiros. O foco, aqui, a literatura fronteiria (borderline), nome dado aos trabalhos que envolvem fico cientfica e outros gneros numa mesma histria. So quatorze contos nessa linha, escritos por Lima Barreto, Lygia Fagundes Telles e Braulio Tavares, entre outros.

  • Sci-Fi News

    Sobre o Organizador: Formado em Letras pela FFLCH/USP, Roberto de Sousa Causo autor do ensaio Fico Cientfica, Fantasia e Horror no Brasil: 1875 a 1950 (Editora da UFMG, 2003), considerado texto-referncia para o entendimento da FC no Brasil. Organizou as antologias Os Melhores Contos Brasileiros de Fico Cientfica (Devir, 2008) e, para o pblico juvenil, Histrias de Fico Cientfica (tica, 2005).

    Lanado teaser do curta Vermibus, de Rubens Mello

    Abaixo segue o link do novo teaser do curta Vermibus, que est sendo realizado por Rubens Mello em Guarulhos/SP. Trata-se de um drama de suspense com elementos sobrenaturais, com um toque de cinema gtico. http://www.youtube.com/watch?v=GlgJYhgdKHE O elenco formado por Bosco Maciel, o poeta Castelo Hanssen e o jornalista cineasta Felipe M Guerra numa participao especial. Elaine "Thrash" Oliveira vive Lucila, uma jovem que perde os pais num acidente em Braslia. Decide contra gosto do marido manter a "Casa dos Cordis", legado cultural e patrimnio da famlia, apesar das dividas. Com o passar do tempo, Lucila se v envolta numa trama macabra e sobrenatural, onde vida e morte se confundem. Com Elaine Thrash, Bosco Maciel, Ivete Zani, Castelo Hanssen, Felipe M. Guerra. Escrito e dirigido por Rubens Mello. http://www.wix.com/spherafilmes/home

    Revista em quadrinhos de horror: Necronomicomics nmero 1 Necronomicomics Terror & Fico n.1 um lanamento do Estdio InkBlood Comics coordenado por Fbio Chibilski. A nova publicao dedicada ao gnero terror & fico, e traz 52 pginas em p&b apresentando HQs e textos. A revista em formatinho 20 cm x 14 cm, capa couch colorida por William Soares. A edio apresenta as hqs O Despertar da Besta (roteiro de Fbio Chibilski e arte de Thiago Santos), Estranho Passageiro (escrita por Chibilski e ilustrada por Elton Dias) e O Guardio do Portal, escrita por Leo Weber e desenhada por Deivis Goetten e Cidglei Vantroba. Os artigos sobre HQs traz a sesso Relembrado sobre a obra do mestre Edmundo Rodrigues, com texto assinado por Leo Weber e um comentrio sobre The Tomb of Dracula, a verso do vampiro por Marv Wolfman e Gene Colan para a Marvel Comics, o comentrio de autoria de Paulo Castilho. Para mais informaes acesse www.inkbloodcomics.com [email protected]

    A nostlgica revista em quadrinhos de horror Calafrio est de volta CALAFRIO est de volta. Voltou para comemorar seus 30 anos. A revista teve incio em 14 de dezembro de 1981 e durante 12 anos publicou 52 nmeros e 5 edies especiais, con- quistando uma gerao de leitores. Comparada s melhores publicaes do gnero das dcadas de 50 e 60, perodo em que surgiram os grandes talentos dos quadrinhos nacionais. Nos anos 80 e 90, quando CALAFRIO circulou, muitos artistas voltaram a publicar seus trabalhos como veteranos e juntaram-se s novas geraes. Em 2002, a Editora Opera Graphica publicou um lbum para comemorar 20 anos da revista. Rodolfo Zalla, incansvel editor da CALAFRIO, capitaneou a publicao. Como bom comandante, mesmo com a revista fora do mercado editorial por 18 anos, no abandonou o barco e est de volta no comando, agora no alto de seus 80 anos, recentemente comemorados, dos quais 67 foram dedicados aos quadrinhos. Rodolfo Zalla continuou a produzir e publicar revistas, lbuns e publicaes de tcnica do desenho. As Histrias em Quadrinhos tiveram um papel pre-ponderante em sua vida, como uma terapia, contriburam para a sua realizao artstica com aperfeioamento da apurada tcnica de meio tom. CALAFRIO est de volta, para atender aos incessantes pedidos de seus antigos leitores e colecionadores. Com uma tiragem limitada, um novo tratamento grfico e visual, em formato maior e impressa em papel de alta qualidade. O seu contedo ser o mesmo que norteou suas edies anteriores com histrias inditas e selecionadas, alm da presena de novos e antigos colaboradores, como o caso de Luiz Antnio Sampaio, com suas matrias e reportagens sobre as Histrias em Quadrinhos. Conta ainda com a colaborao do CLUQ (Clube dos Quadrinhos) na parceria da publicao e com uma pgina de informaes sobre quadrinhos. Colaboram nesta edio: Eugnio Colonnese, Fabiano Vicente, Faustino F. da Silveira Filho, Jorge Sinelli, Jos Pimentel Neto, Julio E. Braz, Lus Meri, Luiz Antonio Sampaio, Rodolfo Zalla, Rubens Cordeiro, Sidemar de Castro e Sidney Silva.

    Fonte: http://www.comix.com.br/product_info.php?products_id=13927

  • Fanzine Quadrinhos Independentes nmero 110

    Quadrinhos Independentes Foi lanada a edio 110 (Julho / Agosto de 2011), editado por Edgard Guimares, com 24 pginas, formato meio ofcio e impresso digital. Contedo: quadrinhos, artigos, anncios, seo de cartas dos leitores e divulgao de fanzines. Contatos: A/C Edgard Guimares fone 35-3641-1372 (sbado e domingo) Rua Capito Gomes 168 Braspolis/MG CEP 37530-000 e-mail: [email protected]

    Fanzine The Funeral of Tears O zine The Funeral of Tears uma publicao alternativa que surgiu em 2007, mas sua primeira edio veio ser lanada apenas em abril do ano de 2009. A proposta do zine tratar de temas recorrentes direta e indiretamente relacionados com a cultura gtica bem como msica, cinema, esttica, moda, literatura, arte (em suas diversas facetas e manifestaes), HQ, teatro e mais outros diversos assuntos que resultariam em uma lista significativa de abrangncia ainda dentro do contexto gtico. O zine editado por Azriel, mentor e idealizador do projeto que tambm gerencia o selo virtual Schatten Projekt e faz diversas participaes e colaboraes em zines, revistas, blogs e sites pelo Brasil e no exterior. Desde a popularizao da internet no meio alternativo, os zines de papel tem perdido espao para essa mdia que se tornou indispensvel para indivduos e bandas do underground. No entanto, isso no tirou todo esse charme do famoso conceito subterrneo do faa voc mesmo que parece estar morto em meio a tanta facilidade proveniente dos benefcios artificiais que a tecnologia proporciona a seus usurios. O The Funeral of Tears no tem dentre seus objetivos vigentes ser um manual cultural ou de desenvolver qualquer opinio e pensamento sobre a estilistica gtica, todo o contedo do zine baseado to somente em informao e divulgao do meio. O zine tem tamanho meio oficio, P/B, as duas primeiras edies possuem 36 pginas e da terceira em diante se consolidou com 44 pginas cada edio. A publicao de distribuio nacional, mais possui planos de ganhar parmetros internacionais. Blog: http://www.thefuneraloftears.blogspot.com Orkut: http://www.orkut.com.br/Main#Profile?uid=8515967198409271199 Comunidade no orkut: http://www.orkut.com.br/Community?cmm=104707150 Email: [email protected] ou [email protected]

    Revista de metal extremo Lucifer Rising nmero 13 Contedo: Poster gigante do primeiro lbum do Bathory / Bathory: Uma das ltimas entrevistas concedidas por Quorton / Entrevistas com as bandas Amazarak, Amen Corner, Thrudvangar, Patria (que est lanando seu novo lbum) / Studio Review com a banda Gorgoroth, que est regravando o lbum Under The Sign Of Hell / Vrias resenhas de shows no Brasil e na Europa. Mais informaes em: http://www.luciferrisingmag.com/lucifer/lucifermag/

    Blog sobre fanzines: zinescopio.wordpress.com, de Jamer Guterres de Mello

  • O escritor de Fico Cientfica Roberto de Sousa Causo lana seu site pessoal

    Confira em: http://robertocauso.com.br

    Divulgao de blog: Imemorvel, de Domenium

    Confira em: http://domenium.blogspot.com/

    O veterano fanzineiro de Fico Cientfica Ruby Felisbino Medeiros morreu aos 87 anos

    O gacho Ruby Felisbino Medeiros, editor do lendrio fanzine de FC Notcias... do Fim do Nada, cuja ltima edio impressa (82) saiu em Setembro de 2009, morreu em 31/08/11 aos 87anos. Descanse em paz... e que seus trabalhos valiosos permaneam eternos no fandom brasileiro de Fico Cientfica. Mais informaes sobre a ltima edio do fanzine: http://mensagensdohiperespaco.blogspot.com/2009/11/noticias-do-fim-do-nada.html E em http://mensagensdohiperespaco.blogspot.com/2011/09/ruby-f-medeiros-1924-2011.html

    Algumas fotos do evento de Literatura Fantstica FantastiCon 2011, em So Paulo/SP

  • Foto 1: Os escritores Andr Bozzetto Jr., autor de Na Prxima Lua Cheia e Jarbas, violentos livros de lobisomens, e

    Giulia Moon, autora de Luar de Vampiros e Kaori 2 Corao de Vampira, entre outros.

    Foto 2: Os editores do Anurio Brasileiro de Literatura Fantstica, Cesar Silva e Marcello S. Branco, o editor do fanzine Juvenatrix Renato Rosatti e o escritor Andr Bozzetto Jr.

    Foto 3: Os criadores da Ravens House Brasil R. Raven e Iam Godoy, e a editora do fanzine Spell Work Thina Curtis. Resultados das mostras competitivas do evento de cinema de horror Espantomania 2011,

    realizado em 20 e 21/08 no bairro do Graja, Zona Sul de So Paulo/SP MELHOR CURTA PROFISSIONAL: Estanha Joel Caetano So Paulo/SP. MELHOR CURTA ESTUDANTE: Velho Mundo Armando Fonseca So Paulo/SP. MELHOR CURTA AMADOR: Kara Tiago Belotti Braslia/DF. MELHOR MDIA AMADOR: Entrei em Pnico... Parte 2 Felipe M. Guerra Carlos Barbosa/RS. MELHOR CURTA INTERNACIONAL: Ill See You in my Dreams Miguel ngel Vivas Portugal.

  • MELHOR DOCUMENTRIO: A Curta Mais Longa - Marta Ribeiro, Antonio Pedro Nobre e Filipe Melo Portugal.

    CONTOS

    Em Uma Noite de Nevoeiro por Andr Bozzetto Junior

    Teodoro estava sentado em sua poltrona favorita, diante da televiso que h muito no era ligada. O silncio melanclico que imperava na sala de estar era quebrado apenas pelo discreto rudo ocasionado pelo vinho, que, a cada poucos minutos, migrava da garrafa para o copo que o fazendeiro mantinha em mos. Contudo, em um rompante to sbito quando assustador, o marasmo da cena foi substitudo por um estado de pnico generalizado no instante em que o primeiro grito irrompeu atravs da calada da noite.

    Foi um grito de terror e desespero, que, alm de terrificante, surtiu em Teodoro o efeito de uma injeo de adrenalina, uma vez que afastou repentinamente todos os pensamentos sombrios que habitavam sua mente e o fez saltar da poltrona, correndo de imediato na direo da janela.

    L fora, a escurido noturna associada ao denso nevoeiro tornava a visibilidade quase nula, mas a sucesso de gritos to ttricos e horripilantes quanto o primeiro que passou a se desenrolar naquele instante deixava claro que havia pelo menos umas duas ou trs pessoas correndo desordenadamente pelo ptio da fazenda na tentativa de fugir de algum, ou de alguma coisa. Teodoro teve ento uma terrvel intuio que o fez crer no sem uma ponta de desespero que sabia do que se tratava.

    Poucos segundos depois, dois vultos surgiram do meio da nvoa e confirmaram as suspeitas mais alarmantes do fazendeiro. Teodoro reconheceu de imediato Ondina e Druzio um casal de lavradores que trabalhava ali h muitos anos e morava em um pequeno rancho nos fundos da fazenda. Boquiaberto e tomado pelo pavor, o fazendeiro percebeu que o homem que se aproximava estava com o brao direito mutilado e ostentava uma aparncia de debilidade tamanha que mal conseguia se

  • manter em p. A mulher, por sua vez, tambm cambaleava, mas conseguiu chegar chorando e implorando por socorro at a porta da residncia do patro.

    Teodoro apressou-se em socorrer Ondina, mas, to logo a mulher foi amparada at o interior da casa, desabou agonizantemente no assoalho, revelando o enorme ferimento que trazia nas costas, to grande e profundo que, em meio ao sangue e a carne lacerada, era possvel at se enxergar algumas costelas e boa parte de sua coluna cervical. Com um gemido longo e angustiante, a lavradora fechou os olhos pela ltima vez e expirou.

    Instintivamente, o fazendeiro olhou atravs da porta que permanecia entreaberta e vislumbrou o exato instante em que o j exaurido Druzio foi agarrado por algo e arrastado de volta para o interior do nevoeiro. Ouviu-se ento apenas mais um grito o mais aterrador de todos e em seguida o silncio voltou a imperar nos arredores.

    Foi apenas nesse momento que Tonho, o filho mais velho de Teodoro, apareceu receoso na porta que ligava a sala de estar aos demais cmodos da casa.

    V at o meu quarto e traga as armas que esto debaixo da cama ordenou o fazendeiro, ao notar a presena do filho. E diga sua me para que no se atreva a sair de l!

    Mas, ser que... V logo! insistiu Teodoro, sem tirar os olhos do nevoeiro. Tenho certeza de que ele ainda est ali fora. Tonho seguiu apressadamente para o interior da residncia e retornou poucos instantes depois trazendo uma

    espingarda e um revlver. Eu fico com esta disse o patriarca, engatilhando a espingarda. aqui que esto as balas de prata. Acho que devemos fechar a porta... comentou o rapaz, empunhando o revlver de maneira trmula. No! retrucou Teodoro. Deixe ele achar que vai continuar sendo tudo muito fcil. Tonho no compreendeu muito bem o que o pai quis dizer, mas no foi preciso esperar mais do que um minuto para

    que tudo ficasse claro. Com um estrondo assustador, a porta at ento entreaberta foi escancarada e atravs dela surgiu um monstro enorme e horrendo que emitiu um urro to potente e estarrecedor que fez vibrar as janelas da sala.

    Apavorado, o rapaz gritou estridentemente, deixou o revlver cair, cambaleou de encontro parede e urinou nas prprias calas.

    Sem demonstrar qualquer surpresa, Teodoro, por sua vez, ergueu sua espingarda na direo da criatura e disparou antes mesmo que ela pudesse dar sequer mais um passo. Baleado mortalmente no corao, o monstro rosnou abafadamente e desabou junto porta.

    Jesus Cristo! resmungou o fazendeiro em tom pesaroso. Quantos mais desses bichos eu terei de matar at este pesadelo ter fim?!

    Ironicamente, poucos segundos depois os vestgios da presena do bicho j tinham sido drasticamente reduzidos. No lugar onde estivera estendido o seu corpo, jazia naquele momento o cadver ensanguentado de uma moa morena e bonita, que aparentava ter vinte e poucos anos. Teodoro no a conhecia, mas tinha certeza de j ter visto aquele rosto antes. E sabia onde.

    Sem dizer sequer uma palavra, o fazendeiro cruzou por Tonho, que permanecia soluando agachado junto parede, e adentrou no corredor. Passou diante do prprio quarto e escutou a voz da esposa orando frentica e fervorosamente do lado de dentro. Chegou ento ao quarto que pertencera a Tobias, o filho caula que ele prprio matara para livr-lo da hedionda existncia destinada a um lobisomem.

    Com deciso, Teodoro abriu uma gaveta da cmoda e retirou de seu interior um lbum de fotografias. Sem dificuldades, identificou meia dzia de fotos onde o filho aparecia em diferentes locais e situaes ao lado daquela garota que agora estava morta no assoalho da sala de estar. Em todas as imagens os dois jovens pareciam formar um casal entrosado e feliz. Contudo, ambos tiveram uma existncia amaldioada, e estavam mortos.

    Quase que de forma automtica, diversas perguntas comearam a se formar na mente de Teodoro. Quem era aquela moa? No restavam dvidas de que Tobias havia convivido com ela na poca em que morou na capital, mas teria sido aquela garota de aparncia to inofensiva quem o infectou com a maldio da lua cheia? Ou teria sido o prprio Tobias o responsvel por contamin-la, da mesma forma que fez posteriormente com outras pessoas? E o que ela teria ido fazer ali na fazenda? Estaria desinformada sobre a morte do rapaz e pretendia encontr-lo? Estaria ela, quem sabe, em busca de vingana?

    Teodoro no tinha respostas para nenhuma daquelas perguntas e, na realidade, tambm no estava nem um pouco disposto a procur-las.

    Acabou? perguntou com voz trmula a esposa do fazendeiro, ao entrar no quarto com passos cautelosos. Sim respondeu Teodoro, guardando o lbum de volta na gaveta e enxugando uma lgrima que surgiu

    inadvertidamente no canto de seu olho direito Agora acho que acabou.

    (Publicado originalmente no blog www.escriturasdaluacheia.blogspot.com)

    Na Curva da Estrada por Dalila Rocha Sousa

    Sonhos maus no me acordem, foras malignas no me abordem. Rudyard Kipling.

    Noite alta, estrada deserta. Caminhoneiros passavam sem caronas, nem havia algum para tal. A lua clara, quase dourada, revelava uma noite mida e quente perfeita para uma comemorao ou festa.

  • Ouviam-se tristes rudos, talvez lobos chorassem longnqua solido. Roger, o caminhoneiro, no havia carregado e passava desiludido. Era quase meia noite e ele sentia os vus do vento escorrendo pelo pra-brisa. Residia longe, ia ser um longo percurso. Simptico, o rosto quase sem rugas revelava-lhe uns quarenta anos, meio moreno, aspecto sereno e esbelto. Ps-se a cantar para espantar o medo e a solido, medo das coisas de infncia, assombrado por traumas adultos

    sempre em noites como aquela. Uma garoa fina se iniciou. De repente o grito, o baque surdo, parou o grande veiculo arrastando os pneus com grande estrondo, desceu rpido

    sem pensar, o vulto a frente do caminho assaltou sua alma: - Virgem santssima, que diabos fazia voc na frente garoto? - Ol, sou Jimmy Torance. Preciso de carona, amigo, fui assaltado na periferia! - Por todos os santos, quase te atropelo, essa no uma boa noite pra morrer, no hoje! Riram juntos. - Um mau encarado me fez descer do nibus e levou minha carteira, esse era o nico jeito de fazer algum parar. - O que voc fez perigoso! Est com sorte, entre logo, eu te levo. O frio esta aumentando! O caminho zarpou chacoalhando de frio sua carroceria. Nele seu Roger e o novo carona Jimmy. - Puxa que impacincia! - Ainda estamos longe, filho, no meio do nada. Talvez cheguemos ao amanhecer. No durma. Posso sentir sono

    tambm. - O senhor supersticioso? disse Jimmy apontando o aglomerado de fitinhas e santos pendurados. - Religioso! Nunca se sabe quando precisar da ajuda dos santos. Eles nos protegem das coisas ruins em noites como

    essa! - No acredito em nada disso, e o que quer dizer com em noites como essa? - Ora Jimmy, nesse caminho que aparecem coisas de outro mundo!Eu j andei muito por ai, meus olhos j foram

    testemunhas de muita coisa sobrenatural. Jimmy soltou um sorriso sem graa, no ia concordar com o velho, tambm no ia discordar. O tempo passava to devagar que era como se o relojoeiro-mor tivesse esquecido de dar-lhe corda. Ento adormeceu. O velho resmungava baixinho sabendo que seu dialogo havia sido trocado por um sono sem defesa, para quem estava

    na caminhada naquela estrada sonolenta, ento uma neblina densa quase esverdeada pairou sobre o caminho, como nuvem em castelo assombrado, mas quando adentrou aquilo desapareceu, o velho esfregou os olhos e quase morreu de pavor, era uma senhora, vestida de branco no vento, como uma noiva fantasma, aparecia em frente a cabina como se a neblina a tivesse formado, seu Roger teve que novamente brecar com grande resistncia, parando no meio da fumaa de pneus queimados.

    Parado, dissipara a fumaa, no havia nada nem ningum. - Que aconteceu? O senhor quer me matar de susto? Pensei que estivssemos arrastando a barriga numa ribanceira! - Besteira, moleque! Eu dei essa freada porque tinha algum na frente, uma dama de branco como uma alma penada!

    Voc dorme e o fantasma aparece, era s o que faltava! - Olha seu Roger, no engulo essas histrias de caminhoneiro! - tentou suavizar Jimmy A essa hora nem um

    cachorro passa aqui ok? Um co atravessou as lminas da luz dos faris, o silncio era uma mordaa, os sons anlogos s cenas noturnas

    extraram de seus interiores a incerteza e os medos enraizados mostravam seus frutos. Como se tivessem pedras sobre o peito, uma treva de angstia os envolveu. - Deve haver uma explicao razovel para isso tudo, inclusive pra o que estou sentindo - disse finalmente Jimmy. - Em minha opinio tudo comeou quando voc se jogou sobre meu caminho! - Ah muito obrigado! Agora a culpa minha! - Olha, desculpe, no quis dizer isso t? Ento viram o ser que pedia carona, era bonita e Jimmy insistiu para Roger parar. A carreta ento parou resmungando

    como seu motorista. - Ol, obrigada por parar.- agradeceu a loira de vestes azuis.- estava perdida. - Desculpe lady, mas s posso levar um por vez! falou notando que a mulher estava descala e seu vestido com a

    barra toda esfarrapada. Ela ento se aproximou e agarrando na mo de Jimmy soltou. - Ele pode te ver, eu sei. Eu te conheo! Cuidado! Ao toque firme de Roger no acelerador o caminho cantou pneus. Os dois apreensivos. - Santo Deus, cara! O que foi isso? - Por que voc no acreditou em mim? Quer gua? As poas que espelhavam na pista pareciam luas salpicadas de estrelas multicores. A chuva fina havia passado. - Eu estou em pnico! Roger, preciso de um favor, diga que vai me ajudar. - Fala logo, rapaz. - Se algo acontecer comigo hoje tem que avisar ao meu pai que eu o perdo, prometa!

  • - Certo, prometido. - respondeu Roger sentindo o frio esverdeado advindo dos olhos do rapaz. Nunca se nega um pedido numa noite dessas.

    A noite permanecia fria enquanto as luzes non atravessando a escurido pairavam na pintura da cabina. O caminho ento viu a curva que o tragou na boca escancarada da noite. A posio mudou, o som dos estouros dos pneus, o ltex entre as nuvens de fumaa, o calor do fogo derretendo o frio

    noturno... um caos de bater de latas e ferragens dobrando-se. E parte do barranco encontrando montculos de grama dispersa. O asfalto tinha um tom avermelhado na cor. - Jimmy, onde voc est rapaz? indagou o velho escoriado meio se arrastando. - Seu Roger, estou aqui, acho que quebrei meu brao! - Graas a Deus voc est bem, vamos pedir ajuda! Escore em meu ombro. Chegaram a frente de um boteco de periferia, Roger telefonou, o resgate estava a caminho. Voltando ao local do acidente seu Roger e Jimmy mergulharam num momento de silencio, que foi quebrado quando

    Jimmy viu uma enorme poa de sangue, ao acompanh-la havia um corpo. Seu corpo. Roger alarmado olhava o ex-carona no cho, olhava ao mesmo tempo para o amigo em sua frente de p. - Eu no acredito! Sou to jovem! No, eu no posso estar morto, no ainda! - Creio que sim amigo! revelou Roger V em paz, seu recado ser dado! Ento uma luz fulgurou, duas luzes, e um veiculo parava nesse instante. Jimmy fora levado ao hospital em coma. Quarto 25. Ao seu lado na cama, Roger pensando no destino e seus desgnios, at que visitou os seus pais para

    cumprir sua palavra. - Jimmy pediu que falasse que o quer muito bem e que o perdoa! Fez tudo que podia! - Querido - disse a mulher Por que ele esta dizendo isso se nosso filho est em coma h semanas? Como? Ningum se atreveu a falar.

    Ocsur por Rita Maria Felix da Silva

    Festa no prdio das Naes Unidas. Lorde Ocsur, Embaixador do Imprio Yandriita, sentia-se tonto e estranho, mas, literalmente, brilhava de felicidade. Segurava o copo de vinho em um dos quatro tentculos. Bebida maravilhosa. No havia nada assim em seu mundo.

    Mas ento caiu. A pele verde definhou para azul e ele faleceu. Involutariamente, Ocsur acabara de descobrir que sua espcie era sensvel substncia chamada lcool. Terminara de modo trgico o primeiro contato entre humanos e uma espcie aliengena.

    Ignorando as explicaes dos terrqueos e incentivado por conselheiros radicais (que vociferavam Assassinato!), o Imperador enviou contra a Terra a frota guerreira yandriita.

    Certamente bebidas alcolicas no fazem muito bem a relaes interplanetrias. FIM

    Dedicado a Maya Blanco

    A Alegria de Monsieur Lampanard por Rita Maria Felix da Silva

    Monsieur Lampanard jamais sorria. Sempre deprimido, desgostava do mundo e das pessoas. Pareciam-lhe irremediavelmente confusas, caticas e despropositadas.

    Nenhum psiclogo ou psiquiatra conseguira ajud-lo e, aos 32 anos, elaborou um coquetel de drogas raras, exticas e mortferas. Ingeriu-as na esperana de deixar o planeta que abominava.

    Sobreviveu, porm, e voltou possudo por uma alegria interminvel. Ria at cair esgotado e, entre uma gargalhada e outra, murmurava: 370 dias!

    Internaram-no. No se importou. Havia descoberto o maior segredo de todos: faltavam exatamente 370 dias para que o mundo, to odiado por ele, finalmente acabasse. Resignou-se feliz em esperar tal evento.

    FIM Dedicado a Yarin Melo

  • TEXTOS DE LITERATURA FANTSTICA

    Um Planeta Chamado Traio por Marcello Simo Branco

    Orson Scott Card infelizmente tem chamado mais a ateno nos ltimos anos por opinies polmicas, e menos pela inegvel qualidade de sua obra. Nesse sentido, sempre um prazer encontrar, entre suas muitas obras premiadas, um romance como Um Planeta Chamado Traio (A Planet Called Treason, 1979), o segundo romance que ele publicou. Terminei de ler o livro na edio revisada de 1988 publicada pela Record em 1993, e interessante como este livro apresenta vrios temas que seriam mais desenvolvidos em obras posteriores: a questo da lealdade aos valores, a busca da identidade, a superao acima de qualquer limite possvel a um ser humano, a dor da culpa e a chance de redeno.

    Traio um planeta distante da chamada Repblica - a comunidade humana espalhada pela galxia -, onde estourou uma rebelio e seus lderes acusados de traio foram exilados num planeta aparentemente inspito, talvez para morrerem. Cada "traidor", liderou sua prpria "famlia", ocupando uma regio do planeta que, por causa de sua geografia acidentada e clima varivel, isolou na maior parte do tempo cada famlia. A nica chance de escapar de Traio construir uma nave espacial. Mas falta ferro no planeta e ele tem de ser barganhado com os Embaixadores, que representam a Repblica.

    Cada famlia, talvez por seu isolamento, meio que segue a chamada "teoria do refgio", clssica na Biologia evolutiva, de que espcies prprias desenvolvem mutaes ou habilidades muito especiais, devido superao do meio fsico difcil. Assim, em Traio cada famlia tem uma habilidade especial: regenerao fsica do corpo, a movimentao de terras e rochas, alterao da velocidade do tempo, ilusionismo etc.

    A este contexto, a narrativa acompanha a jornada de Lanik Muller, o herdeiro do trono da famlia Muller, que foi condenado ao exlio por causa de problemas de regeneraes constantes em seu corpo, deixando-o deformado. Ele peregrina e tem contato com vrias famlias. Com isso vai adquirindo as habilidades especiais e nicas de cada uma delas, transformando-se numa espcie de semi-deus, ainda que com uma personalidade modesta e despojada. Seus objetivos so recuperar o trono e cessar uma guerra que se instaurou entre as famlias. No processo vive uma trajetria de auto conhecimento que poder mudar os objetivos dos povos de Traio, mudando para sempre suas vidas.

    O romance se ressente de ser curto, pois deveria desenvolver mais algumas cenas e investir em aprofundar alguns personagens potencialmente ricos em termos dramticos. Certamente se escrito por um Card mais maduro, a prpria estrutura do romance talvez fosse outra, talvez no necessariamente to linear em suas aes e resumido em cenas de ao decisivas para o desfecho da histria, o que criou um certo anti-climax. Ainda assim, Um Planeta Chamado Traio um romance curto vigoroso, com muita ao, suspense e reviravoltas, enriquecido por dilemas morais de difcil soluo em nome de objetivos supostamente maiores. Percebe-se a fora latente do contador de histrias talentoso que desabrocharia anos depois. Fora de catlogo h anos, talvez seja encontrado em sebos virtuais ou reais. Vale a pena.

  • TEXTOS DE CINEMA FANTSTICO

    Pnico 4 por Marcelo Milici

    Passaram-se quinze anos, desde que Casey (Drew Barrymore) atendeu aquele fatdico telefonema e acabou se tornando a primeira vtima de Ghostface! Da por diante, o assassino mascarado voltaria para esfaquear mais jovens azarados at mesmo longe de sua terra-natal Woodsboro, tendo como algoz principal a sobrevivente Sidney Prescott (Neve Campbell), alm de seus amigos Dewey (David Arquette) e Gale (Courtney Cox).

    Na dcada de 90, no havia ainda a popularizao dos celulares, os computadores possuam telas verdes e a internet comeava a engatinhar. Era fcil para Ghostface passar trotes, aterrorizar suas vtimas sem que elas soubessem como se proteger desse terrvel vilo. Tambm foi o perodo em que o gnero terror estava em baixa, com continuaes sem sentido e produes com efeitos risveis, destacando-se apenas alguns poucos filmes fantsticos o que justifica as perguntas envolvendo longas antigos, quando as pessoas se divertiam ao ver assassinos como Freddy Krueger, Michael Myers e Jason Voorhees na tela grande.

    Aps a era-Pnico, vieram imitaes absurdas da frmula aprimorada por Kevin Williamson, fazendo com que o gnero voltasse os olhos vermelhos para o retorno dos mortos-vivos, os remakes sem sentido e os torture porns. Pode-se dizer que a dcada seguinte pertenceu franquia Jogos Mortais, com JigSaw ensinando as pessoas a valorizar a vida atravs de provas sangrentas e um gravador de voz.

    O terror passou a buscar inspirao no real. Cmeras em primeira pessoa davam o tom necessrio para essa falsa realidade, enquanto as vsceras expostas e a violncia explcita chegavam a enganar e assustar o pblico que as testemunhava incrdulo. Mais tarde, em busca do susto perfeito, os filmes passavam a uma terceira dimenso, com rgos sendo atirados contra a plateia em ngulos cada vez mais impressionantes. Durante esse perodo de mudanas tecnolgicas e aprimoramento dos efeitos, ficava difcil imaginar como aquele assassino de Woodsboro seria capaz de voltar a fazer vtimas! Nem mesmo o elenco e direo imaginavam como, tanto que Neve Campbell reforava as negativas de retornar franquia e Wes Craven voltava ao estilo sobrenatural, embora ficasse evidente que ele estava preso quela pequena cidade americana: tanto o chatrrimo Amaldioados, quanto A Stima Alma repetiam o estilo de Kevin Williamson ao usar jovens, identidade secreta do vilo e tentativa de final surpresa. Voltando a ser coadjuvante no cinema, Campbell, aos poucos, mudava seu discurso, dizendo que voltaria SE Wes Craven estivesse novamente no comando e o roteiro fosse bom.

    No teve jeito! JigSaw havia sido sepultado definitivamente embora tenha durado at a missa de stimo dia -, George Romero j no conseguia mais fazer seus zumbis adquirirem papel social e at o torture porn repetia os truques aprendidos e j no surpreendia nem mesmo as vtimas amordaadas. At mesmo o humor negro de Todo Mundo em Pnico j estava sem a mesma graa de outrora, j que a inspirao inicial estava em processo de hibernao. Nesse cenrio, Ghostface achou que chegava a hora de voltarprecisava ensinar ao estilo como voltar a causar sustos e divertir, enquanto buscou aprender com os erros da dcada passada e adquiriu conhecimento para novas questes assustadoras!

    Pnico 4 finalmente chegou aos cinemas pelo mundo no dia 15 de abril de 2011, num perodo complicado para os brasileiros, assustados com um massacre numa escola carioca e a violncia crescente com palavras e expresses como bullying, homofobia, assaltos com vtimasaparecendo constantemente nos noticirios pelo pas. Mas, contrariando a opinio de Mickey, de Pnico 2, no h como dizer que os filmes de terror inspiram a violncia; talvez tornem os assassinos mais criativos, como disse Billy (Pnico).

  • preciso pensar nos filmes de terror como uma vlvula de escape de um mundo feio, agressivo e frio. Numa tela grande, a violncia acaba quando os crditos sobem; voc est seguro, basta levar seu balde de pipoca e copo de plstico at a lixeira na sada e comentar a produo que acabou de ver. Ela no destri famlias, no cria traumas

    Um exemplo disso est na personagem de Neve Campbell, Sidney Prescott! Era uma menina simples, romntica e estudiosa, quando comeou a perceber que seus amigos estavam desaparecendo e uma figura mascarada estaria atrs dela. Aps sobreviver a trs massacres, imagina-se que a mulher no fosse capaz de sair s ruas, andaria com seguranas como em Pnico 2 ou viveria escondida numa casa rural (Pnico 3). Pelo contrrio, em Pnico 4, ela uma consagrada autora de sucesso de um livro intitulado Saindo da Escurido, relatando como conseguiu superar tanta violncia presenciada.

    Ela no apenas venceu os medos, como ousou voltar para Woodsboro para divulgar seu livro e possui at uma assessora, a ambiciosa Rebecca Walters (Alison Brie) -, reencontrando os amigos Dewey e Gale, agora casados, mas mantendo as brigas de sempre, e, claro, aquela mscara de borracha que esconde a identidade de algum que gosta de esfaquear pessoas. A diferena est no fato de que agora ela no a estrela principal, apenas uma testemunha, enquanto aguarda a possibilidade de encontr-lo para talvez um acerto de contas.

    Woodsboro agora uma cidade conhecida nos Estados Unidos. Ainda pequena, com seus costumes e tradies, ela est repleta de centros comerciais e jornalistas. Anualmente, realiza um festival de cinema onde so exibidos todos os filmes da franquia Stab, numa maratona que vira noite e sempre atrai curiosos. Para tentar conter a agitao dos jovens, est o xerife Dewey a voz forte da regio -, que comanda a delegacia principal da cidade e a parceria Judy Hicks (Marley Shelton), que tenta seduzi-lo com doces e elogios. Tambm h uma dupla de policiais, Perkins (Anthony Anderson) e Hoss (Adam Brody), que promovem bons dilogos sobre o papel deles nos filmes de terror.

    J a esposa de Dewey, Gale Weathers-Riley, que havia conseguido destaque com os livros a respeito dos massacres testemunhados e que serviram de inspirao para os filmes da franquia Stab, est tendo dificuldade para escrever uma nova obra, enquanto volta a exercer indiretamente a profisso de jornalista.

    Com as mortes acontecendo na cidade, resta a Sidney tenta ajudar a prima Jill Roberts (Emma Roberts) a no se tornar uma nova vtima. Amiga da divertida Kirby Reed (Hayden Panettiere) e Olivia Morris (Marielle Jaffe), e ex-namorada do estranho Trevor Sheldon (Nico Tortorella), a garota tenta entender qual o motivo dos telefonemas assustadores, desde o retorno daquela que recebeu o apelido de anjo da morte ou ceifadora.

    Se no h um Randy para ditar as regras dos filmes, remakes e continuaes, a funo foi dividida entre Robbie Mercer (Erik Knudsen) e Charlie Walker (Rory Culkin, irmo de Macaulay Culkin), dois amigos responsveis por um programa na internet que realiza entrevistas ao vivo, com a participao dos jovens que frequentam o clube de cinema. Partem deles algumas boas referncias ao gnero, principalmente num desafio envolvendo quem sabe mais sobre filmes de terror.

    Ainda assim, o personagem principal da histria continua sendo Ghostface. No usa mais aquele aparelho chato que imita vozes, mas continua com seu tom agressivo e ameaas, sempre um passo frente de suas vtimas. No est mais to atrapalhado como nos outros filmes, por isso sua eficincia maior, o que traz mais assassinatos do que as outras investidas. Ele tambm est mais violento, mais sangrento e decisivo um retorno bastante fundamentado pela poca atual.

    Repleto de cenas de momentos anti-clichs principalmente na sequncia final -, Pnico 4 no uma pardia apenas do gnero slasher, mas um filme que brinca com as prprias frmulas criadas dentro da franquia. Tudo aquilo que voc est acostumado a ver na srie apresentado de forma oposta, conduzindo o espectador como quer, surpreendendo-o a cada nova cena.

    Surpreende tanto que at mesmo o trailer e muitas imagens divulgadas ao longo do projeto no condizem com o que exibido nos cinemas. H falas nos trailers, ignoradas no filme; h uma foto sangrenta numa cozinha que no acontece na edio final do longa. Provavelmente, trata-se de um chamariz para a verso uncut do DVD, com possibilidades de finais alternativos e cenas extras. O prprio diretor falou coisas sobre o futuro da franquia e acabou enganando o pblico fato que no pode ser comentado para no estragar a surpresa do espectador.

    Wes Craven acertou a mo desta vez! Pnico 4 , sem dvida, a melhor continuao da srie. Intenso e dinmico, divertido e brilhante: uma experincia nica para ser testemunhada e aplaudida! Possui suas falhas, claro; principalmente em algumas sequncias que podiam ter sido realizadas de forma melhor, como a que ocorre num estacionamento (Craven foi melhor em Amaldioados, podem acreditar!), embora o diretor tenha se sobressado na cena do closet!

  • Para aqueles que so fs da srie, o filme cumpre o que promete! J aqueles que acham tudo uma bobagem sem sentido, capaz que se surpreenda positivamente e acabe soltando um leve sorriso numa frase dita no final, algo que todos j sabem, mas sempre bom ouvir de um personagem numa produo do gnero! Uma verdade absoluta e incontestvel

    Farsa Trgica por Renato Rosatti

    Como dizemos aos clientes, quando um ente querido dorme o sono eterno, deixe a Funerria Hinchley & Trumbull cuidar do empacotamento.

    Um interessante filme de baixo oramento produzido pela dupla de especialistas Samuel Z. Arkoff e James H. Nicholson (responsveis por uma infinidade de prolas do cinema fantstico) Farsa Trgica (The Comedy of Terrors, 1964, tambm conhecido como The Graveside History, lanado no Brasil em vdeo VHS pela Globo e fora de catlogo h muitos anos).

    Considerado um clssico absoluto do humor negro, sem a exposio de violncia e apenas utilizando discretas sugestes, Farsa Trgica reuniu quatro dos maiores atores do cinema de horror de todos os tempos, Vincent Price (1911-1993), Boris Karloff (1887-1969), Peter Lorre (1904-1964) e Basil Rathbone (1892-1967). E foi dirigido por outro grande nome do gnero fantstico, o francs Jacques Tourneur (1904-1977), responsvel tambm por preciosidades como Cat People (1942), produzido pelo lendrio Val Lewton, Night of the Demon (1957) e War Gods of the Deep (1965).

    Filmado em apenas vinte dias, com turno de trabalho de doze horas dirias, o filme utilizou os mesmos cenrios do macabro cemitrio que faziam parte do set de filmagens de The Premature Burial (1962), dirigido por Roger Corman e baseado em obra de Edgar Allan Poe. O roteiro de Farsa Trgica tambm de outro especialista no gnero, o consagrado Richard Matheson, um dos principais escritores, junto com Ray Bradbury, dos episdios da srie original da televiso Alm da Imaginao (1959/64), alm tambm de escrever os argumentos de clssicos como O Incrvel Homem Que Encolheu (1957) e A Casa da Noite Eterna (1973).

    Trazendo alguns dos momentos de humor negro mais inesquecveis e antolgicos da histria, com cenas super engraadas e muito bem protagonizadas pelo fantstico quarteto de atores principais, que parecem se divertir mais do que o prprio pblico com suas performances refinadas, o filme uma aula de cinema no gnero Comdia dos Terrores.

    Por volta de 1890, uma agncia funerria de New England passa por graves dificuldades financeiras com poucos clientes. Seus proprietrios so Waldo Trumbull, interpretado por Vincent Price, e seu sogro, Amos Hinchley, um velho decrpito, meio surdo e dominhoco, interpretado por Boris Karloff. Trumbull casado com a bela Amaryllis (Joyce Jameson), uma esposa negligenciada pelo marido alcolatra e que vive quebrando os copos da casa com seus gritos agudos de frustrao, pois seu sonho era ser cantora de pera e constantemente ela est exercitando sua arte pela casa. O ex-presidirio fugitivo e desengonado Felix Gillie (Peter Lorre, excepcional ator hngaro que morreu pouco tempo depois do lanamento do filme) o assistente de Trumbull e est apaixonado pela desprezada Amaryllis. Trumbull tenta tambm frequentemente matar seu sogro e scio atravs da ingesto de um veneno, o qual o velho esclerosado pensa ser apenas um simples remdio.

    A situao ruim da funerria torna-se ainda mais desastrosa quando o proprietrio do prdio onde funciona o estabelecimento, John F. Black (Basil Rathbone), aparece para cobrar o aluguel atrasado de um ano inteiro. A nica soluo que Trumbull descobriu foi a de criar clientes, e com a ajuda de seu assistente desajeitado, que j foi ladro de banco, eles passam a procurar cidados ricos noite para mat-los e oferecer seus servios funerrios famlia. Como a sorte no estava do lado deles, sempre que criavam um cliente, a viva desconsolada e supostamente inocente acabava fugindo com o dinheiro do marido e no pagava os honorrios da funerria. Diante disso, a soluo do problema foi fazer com que o prprio

  • dono do prdio, Sr. Black, que sofria de catalepsia, uma rara e terrvel doena que d a impresso da vtima estar morta, virasse tambm um cliente forado. Aps vrias tentativas inteis de mat-lo, finalmente Trumbull e seu assistente Gillie conseguem seu objetivo, porm, Black acorda da inconscincia de sua doena e sa da cripta pertencente aos seus familiares, partindo para a vingana.

    Como curiosidade, no elenco h o destaque at de uma gata atriz devidamente creditada como Rhubard, que interpretou o papel de Clepatra, uma gata amarela de estimao da famlia Hinchley, que aparece em muitas cenas.

    So tantas as sequncias hilariantes que impossvel no rir com satisfao das cenas, como no confronto mortal e quase interminvel entre Black e Trumbull, com o primeiro demonstrando sofrer de catalepsia e simular a morte vrias vezes, sempre ressurgindo e declamando poemas de William Shakespeare. Ou no velrio do Sr. Black, onde Amaryllis est cantando com sua voz aguda uma msica fnebre em homenagem ao suposto falecido, que tem uma letra no mnimo curiosa, parodiando os acontecimentos em torno da doena do Sr. Black:

    Ele no est morto, mas dormindo. Ele no est morto mesmo. Seus olhos se abriro e ele ver as belezas da eternidade. Ele no nos deixou, pois constantemente poderemos ver que ele observa tudo que fazemos.

    A dupla interpretada por Vincent Price e Peter Lorre simplesmente impagvel, com trocas de dilogos e expresses faciais super engraadas. Para se ter uma idia da canastrice de ambos, eles utilizam o mesmo caixo da funerria por 13 longos anos, sendo que aps a cerimnia de enterro dos clientes e com suas famlias indo embora do cemitrio, eles rapidamente retiram o corpo do caixo e o enterram direto na terra, aproveitando o atade para o prximo funeral.

    Ambos os atores estiveram juntos tambm em outro filme igualmente excepcional, Muralhas do Pavor (Tales of Terror, 1962), dirigido e produzido por Roger Corman e tambm com roteiro de Richard Matheson em trs histrias baseadas em contos de Edgar Allan Poe. Num dos episdios, Price e Lorre so dois rivais degustadores profissionais de vinho, e eles travam um disputado duelo para reconhecer a qualidade, marca e idade de vrios vinhos finos, utilizando mtodos estranhos e fora do comum, onde se destacam as mais inusitadas expresses faciais que fariam um morto levantar de sua tumba de tanto rir.

    Enfim, Farsa Trgica um clssico do humor negro refinado, sem sangue nem violncia, apenas utilizando um

    roteiro inteligente com um clima mrbido de discreto horror, uma autntica comdia dos terrores, como diz o ttulo original. Um filme para ser homenageado e relembrado sempre, como um exerccio de puro entretenimento e para manter eterno o fascinante cinema fantstico produzido por consagrados nomes do passado como Jacques Tourneau, Richard Matheson, Vincent Price, Peter Lorre, Boris Karloff, Basil Rathbone, e outros tantos mais...

    Farsa Trgica (The Comedy of Terrors / The Graveside History, Estados Unidos, 1964). American International Pictures. Durao: 88 minutos. Direo de Jacques Tourneur. Roteiro de Richard Matheson. Produo de Anthony Carras, Richard Matheson, Samuel Z. Arkoff e James H. Nicholson. Fotografia de Floyd Crosby. Maquiagem de Carlie Taylor. Msica de Les Baxter. Edio de Anthony Carras. Desenho de Produo de Daniel Haller. Efeitos Especiais de Pat Dinga e Butler-Glouner. Elenco: Vincent Price (Waldo Trumbull), Boris Karloff (Amos Hinchley), Peter Lorre (Felix Gillie), Basil Rathbone (John F. Black), Joyce Jameson (Amaryllis Trumbull), Buddy Mason (Sr. Phipps), Joe E. Brown (Coveiro), Douglas Williams (Doutor), Beverly Powers (Sra. Phipps), Alan DeWitt (Empregado do Sr. Black), Linda Rogers (Empregada da Sra. Phipps), Luree Holmes (Garota), Gato Rhubard (Clepatra).

    Observao: Um primeiro esboo desse artigo foi publicado no meu fanzine Vortex # 2 (Julho de 1991), e depois o texto foi revisado e atualizado, acrescentando novas informaes e impresses sobre o filme, publicado no Juvenatrix # 77 (Agosto de 2003).

  • A morte apenas o comeo... de uma eterna vida de dor...