Karl Marx (1818-1883): relações de produção, ideologia e ação política

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Karl Marx (1818-1883): relações de produção, ideologia e ação política Sérgio Praça ([email protected])

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Karl Marx (1818-1883): relações de produção, ideologia e ação política. Sérgio Praça ([email protected]). Pontos Principais. 1) Apontou três defeitos no capitalismo: ineficiência, exploração (de uma classe por outra) e alienação (ideologia); - PowerPoint PPT Presentation

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Karl Marx (1818-1883): relações de produção, ideologia

e ação política

Sérgio Praça([email protected])

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Pontos Principais

• 1) Apontou três defeitos no capitalismo: ineficiência, exploração (de uma classe por outra) e alienação (ideologia);

• 2) Propôs uma teoria sequencial da história, na qual o comunismo sucederia o capitalismo;

• 3) Propôs uma teoria geral das relações de produção que pautou o debate por muitas décadas;

• 4) Atuou politicamente (“Manifesto”) e sua doutrina foi usada para justificar ditaduras (Stalin, Mao)

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(I) Teoria sequencial da história: estágios dos modos de produção

• 1º: Produção para consumo imediato dentro de uma pequena comunidade de produtores. Não há trocas ou reinvestimento de um excedente.

• 2º: Membros de comunidades diferentes entram em contato e trocam produtos excedentes que talvez tenham

• 3º: Trocas se tornam regulares e previsíveis: há produção específica para a troca

• 4º: Mercado interno: troca dentro da comunidade. Criação do dinheiro.

• 5º: Produção por excedente. i) Exploração; ii) Criação deliberada de excedente, para além do próprio consumo; iii) Não há, necessariamente, investimento produtivo do lucro.

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(I) Teoria sequencial da história eRelações de produção

• Materialismo histórico é uma teoria empírica da histórica: generalizações macrossociológicas sobre as causa da estabilidade e da mudança nas sociedades

• Três estágios: sociedade pré-classes, sociedade de classes (caracterizada pela alienação), sociedade pós-classes (comunismo)

• Modos de produção: Base Econômica ( Relações de produção-formas de propriedade e forças produtivas-tecnologia)

• A ascensão e queda de sucessivos regimes de propriedade são explicadas por sua tendência a promover ou impedir a mudança técnica

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(I) Teoria sequencial etc: Tipos de relações de produção

Produtores são donos de sua força de trabalho?

Produtores são donos de outros meios de produção?

Tipo de Consumo/Produto Excedente

Escravidão Não Não Consumo interno a uma pequena comunidade de produtores, ao menos inicialmente. Não há excedente.

Servidão Parcialmente Não ?

Capitalismo Clássico

Totalmente Não i) Pequenas comunidades trocam entre si (produção específica para isso);

ii) Troca dentro da comunidade (dinheiro);

iii) Busca pelo lucro (produção excedente)

Comunismo Totamente Sim, coletivamente Troca dentro das comunidades (sem lucro)

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Capitalismo Clássico

Comunismo Capitalismo atual

Motivo do Lucro para o Capitalista

Dominante Inexistente Dominante

Auto-realização do indivíduo

É possível para pouquíssimos

Está ao alcance de todos

Maior do que no capitalismo clássico?

Autonomia Individual

Sujeito acha que tem, mas não tem (ideologia)

Indivíduo está imbricado fortemente na comunidade, mas é autônomo

Maior do que no capitalismo clássico?

Papel do Estado Regulador (mesmo assim, não muito)

Omnipresente, Centralizador

Indutor do desenvolvimento + Regulador

Relação do Indivíduo com o Consumo

“Forças psicológicas moldam desejos e forças sociais os bloqueiam”

Nenhuma Influenciada por irracionalidade/ “nudges”

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(I) Teoria sequencial etc: inovação• Estágio 1: busca de novas técnicas e métodos• Estágio 2: seleção de uma das técnicas sugeridas pela busca (ou a

retenção da técnica antiga se nenhuma técnica melhor for encontrada)

• Para Marx, até certo ponto, o capitalismo era superior no 1º Estágio, pois “o motivo do lucro é um meio de gerar mudança técnica”

• Para Marx, comunismo era melhor no 2º Estágio, pois “o motivo do lucro levaria os capitalistas à rejeição de inovações socialmente desejáveis”

• Schumpeter concorda com eficiência do comunismo com relação à seleção de inovações, mas não com relação à busca

• (CROWDSOURCING! Como “buscar” inovações no século XXI)

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(I) Teoria sequencial: a sequencia ocorre em torno de 3 ilusões

• Ilusões da economia capitalista sobre si mesma1) Os trabalhadores são livres para escapar da

exploração; 2) Os capitalistas têm direito à propriedade dos

meios de produção; 3) As mercadorias, o dinheiro e o capital têm

propriedades e poderes intrínsecos (fetichismo), e não relacionais

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(I) Teoria sequencial etc: relações trabalhistas no capitalismo atual

• Direitos Trabalhistas: https://www.ted.com/talks/lang/en/auret_van_heerden_making_global_labor_fair.html

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(I) Teoria sequencial e o papel do Estado

• Por que o Estado/Governo é importante?1) Regulação econômica (Marx não considerou isso);2) Marx: para acabar com “decisões descentralizadas

que subvertem valores comunitários e transformam as pessoas em objetos umas das outras”

No capitalismo, “os indivíduos se encontram entre forças psicológicas ininteligíveis, que moldam seus desejos, e forças sociais igualmente opacas, que os bloqueiam”

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(II) Ideologia, alienação e prática política

• Ação Política: o “Manifesto do Partido Comunista” (1848)

• Marx propõe planejamento estatal centralizado, em vez de economia capitalista com decisões descentralizadas

• Stalin colocou isto em prática, com conseqüências desastrosas para a inovação (“ghost of the executed engineer”) e corrupção

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(II) Ideologia, alienação e prática política: mobilizando classes

• Toda “classe” é um grupo organizado ou que poderia, plausivelmente, se organizar com bases econômicas (referentes ao conceito do trabalho, e não renda, status etc)

• Por exemplo: capitalista industrial, capitalista financeiro e trabalhador assalariado são 3 classes diferentes

• Pertencimento a uma “classe” é a possibilidade de melhorar o bem-estar individual a partir da ação coletiva.

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(II) Ideologia, alienação e prática política: mobilizando classes

• Para que uma “classe” aja como tal, é preciso que seus membros tenham “consciência de classe” (ou seja, desvendem o que está por trás da superestrutura/ideologia)

• Três possibilidades para que haja ação coletiva de uma classe (além da “consciência de classe”)

• 1) Interação repetida entre membros da classe (medo de retaliação, reciprocidade); 2) sentimentos de solidariedade, justiça; 3) ação coletiva como fim em si mesma (socialização etc)

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(II) Ideologia, alienação e política

• Marx valorizava o comunismo principalmente porque ele aboliria a alienação, nos diversos sentidos desse termo

• Marx: ideologia serve para mascarar o mundo como ele de fato funciona

• Alienação = falta de percepção de significado• A falta de auto-realização é uma das principais formas de

alienação• Auto-realização = a plena e livre atualização e

externalização dos poderes e capacidades do indivíduo

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(II) Ideologia, alienação e política• Ideologia capitalista faz a aparência das coisas ser

diferente de sua essência• Freud distingue entre tendência ao comportamento

excessivamente impulsivo/míope (ID) e a tendência ao comportamento rígido e compulsivo (SUPEREGO)

• Marx culpa, em grande parte, as decisões descentralizadas da economia capitalista de mercado por causar/operar sob “transações que subvertem os valores comunitários e transformam as pessoas em objetos de satisfação umas das outras”

• Marx, então, propõe um Estado Centralizado

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(III) Ideologia hoje

(Piauí sobre Jandira Feghali)• Bawn 1999: ideologia faz atores políticos terem

preferências e opiniões sobre assuntos em relação aos quais eles não têm interesse direto;

• Bobbio 1994: Esquerda = a favor da interferência do Estado na vida do indivíduo; Direita = contra a interferência do Estado na vida do indivíduo.

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(III) Ideologia hoje: Programas partidários

PROGRAMAS = IDEOLOGIA PARTIDÁRIA

1) Partidos: a) criação de identidade partidária; b) organização de metas/objetivos a longo prazo; 2) Eleitores: atalho informacional para escolher candidatos;3) Coalizões: orientar negociação entre partidos ; 4) Administração Pública: a) organização de metas/objetivos

a longo prazo; b) sinalização para sociedade e governo (“se ministro é do partido X, ele vai querer A, B e C”).

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(III) Ideologia hoje: Programas partidários

• Um bom programa pode ser avaliado pensando: • 1) Equilibrio razoável entre especificidade e

aspecto genérico das propostas • 2) Programa tem todas as propostas que

candidato defende em público?• 3) Propostas têm certo grau de controvérsia? É

razoável defendê-la tanto quanto atacá-la?• 4) Propostas têm alto grau de incerteza em

relação ao “estado de coisas” (status quo) atual?