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    IntroduoLia Mandelsberg

    Nesse breve e rico ano de 2015 tivemos o dever e a oportunidade de experimentar e criar umnovo jeito de trabalhar no PI.

    ramos 9. E tambm fomos 11.Uma Coordenadora de pesquisa ao. Uma dupla de AEs ingressantes implementando o PIno CEU Butanta, uma dupla de AEs ingressantes para realizar uma reimplementao no CEUVila do Sol, e um quarteto de veteranos para continuar um PI no CEU Guarapiranga.

    No foi nada simples. O processo de cada equipamento e de cada equipe era bastante diversoe exigia ateno especfica.Eu, como coordenadora, iniciei com a vontade de contar aos ingressantes a histria do PI e

    auxilia-los na compreenso do programa. Acompanhar o processo deImplementao

    ,articular os processos de escolha de horrios, de sala, de locais e formatos de divulgao.Contribuir para o entendimento do programa junto ao equipamento e a comunidade. Conhecercada um dos AEs. Contextualizar e compartilhar as questes polticas do programa PIA nacidade assim como as questes macro do programa discutidas na reunies de coordenao.Acompanhar, participar, contribuir nos encontros com as crianas, levando aos que aindaestavam chegando o que era o PI, somando e construindo o PIA unindo olhares eexperincias de Artistas Educadores ingressantes e Ingressados.

    Nossas reunies de equipe foram realizadas quase 100% das vezes na grande equipe, com as9 pessoas presentes. Para apimentar, tivemos a sada de 2 AEs no meio do caminho, e oingresso de 2 novos personagens nessa estria.

    As questes eram infinitas e quase nunca era possvel dar conta de tudo numa reunio s.Frustraes e cansao foram surgindo. Testamos muitos formatos de reunio: Formais,piqueniques, cafs da manh em casa... Alm de pequenas incompatibilidades de horrios quecomplicavam ainda mais nossa situao. Tnhamos de dar conta de conversar sobre asquestes macro, sobre as demandas de cada equipamento, sobre cada turma, sobre cadadupla Uma verdadeira loucura que muitas vezes nos angustiava e parecia tornar aquela

    reunio invlida, por vezes senti uma vontade ou cobrana de melhor organizao. Optamospor dividir melhor o tempo para cada demanda, chegar s reunies com pauta definida eregistrar os combinados em ata. Tudo foi sendo decidido no coletivo. Foi tudo muitodemocrtico, mas imensamente trabalhoso.

    Na metade do ano, movidos pela semana de formao do PI optamos por oferecer umaoficina como equipe Sul2. Mais uma vez mergulhamos na experincia coletiva. Muitos debates,reunies e discusses at chegarmos a um tema de interesse comum e um formato de oficina.Com contribuies de todos surgiu o Menu de Risco. Oficina que deu frutos, suscitou idias,pesquisas e assuntos que perspassaram nosso caminho ao longo desta edio do programa.

    Nossa primeiraAo CompartilhadaAps uma pequena pausa em julho voltamos aos encontros com as crianas.

    Foi ento que lancei uma proposta, com o objetivo de criar sentido - talvez mais para mimmesma - e conexo entre os PIAs dos trs equipamentos sob minha coordenao. Resolvi

    criar cardpios, osCardaPI, para cada encontro de PI em que eu estivesse presente.

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    http://localhost/var/www/apps/conversion/tmp/scratch_4/lia%20pia%202015%20versao%20final.pdf#Slide%2016http://localhost/var/www/apps/conversion/tmp/scratch_4/lia%20pia%202015%20versao%20final.pdf#Slide%2054http://localhost/var/www/apps/conversion/tmp/scratch_4/lia%20pia%202015%20versao%20final.pdf#Slide%2034http://localhost/var/www/apps/conversion/tmp/scratch_4/lia%20pia%202015%20versao%20final.pdf#Slide%2034http://localhost/var/www/apps/conversion/tmp/scratch_4/lia%20pia%202015%20versao%20final.pdf#Slide%2054http://localhost/var/www/apps/conversion/tmp/scratch_4/lia%20pia%202015%20versao%20final.pdf#Slide%2016
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    EncontrosRodzio Gourmet por Laura Salvatore

    Todos os dias, samos de casa e nos deslocamos at o trabalho. L, exercemos funes,executamos aes e depois voltamos para a casa. Ir, realizar e voltar. Independentemente docontexto, de onde e com quem. Sempre ir, realizar e voltar. Algo que se habitua a fazer. Torna-se conhecido.

    O pi, um programa em que as equipes se renovam todos os anos. As pessoastrabalham com outras pessoas e, a maioria daqueles que ficam,trabalha em locais diferentes acada ano.Existe o tempo do chegar e dos encontros com a equipe, com as pessoas do localem que trabalha, com as crianas e seus pais, o tempo de conhecer sua dupla de trabalho paraento iniciar as propostas em arte para fazer com as crianas. Aps todo este perodo deadaptao, h ainda outro tempo para que o estabelecer das relaes entre artistas-educadores (AEs) e grupos de crianas acontea. Isto , as crianas conhecerem os modos deestar em conjunto dos artistas-educadores e os artistas-educadores conhecerem minimamentealgumas singularidades de cada criana e as caractersticas de cada turma. Afinal, quem tem

    qualquer tipo de encontro com um grupo de pessoas, sabe que cada parte do todo cria um tipode coletividade, sempre nica. E para trabalhar de modo que seja provocador tanto para AEsquanto para crianas, esse conhecimento do coletivo precisa acontecer, uma vez que oscontedos e a esttica sero brotados dos encontros entre estes seres com todas as suassutilezas em ser de espcie humana.Pois gente paradoxo, histria, delrio, desejo,memria, loucura, guerra... Componentes que gente tem e que suas combinaes criaro aspeculiaridades do grupo. Estas que devero ser escutadas para a criao de processos queenvolva todos os seus integrantes.

    O pi, devido sua estrutura, gera liberdade, flexibilidade e espao para que as sutilezas deum grupo sejam levadas em considerao. Mas, mesmo no pi, que h espao, respeito aotempo da criana etc., mesmo neste programa h o momento em que se chega a uma zona deconforto onde j se sabe quem quem e o que interessa e o que no interessa aos envolvidos.E neste momento que gostaria de me fixar para continuar este ensaio como tentativa dereflexo. Ao atingir esta zona, sabe-se, portanto o que funciona e o que no funciona. O queocorre, frequentemente : permanecer no conhecido, naquilo que funciona, muitas vezes semperceber que voc, AE, tem criado propostas que se inserem nesta zona de estabilidade.Adquire-se uma metodologia e permanece nela. Mas h algum problema nisso se o prazerexiste, se h interesse e presena das crianas? No seria uma escolha de aprofundamento deum mtodo de trabalho?

    Assim como h pequenas variaes em qualquer zona de conforto, em contraposio, aszonas de desconforto provocam as pessoas em sentidos no atingidos quando se est inserido

    no conhecido, estvel e confortvel. O desconhecido pode colocar aqueles que se permitemadentrar nele, numa posio diferente da anterior, do momento de conforto. Assim, pode geraruma capacidade de enxergar o mundo e as coisas de um ngulo antes desconhecido. Dessemodo, a zona de desconforto funciona como um catalisador de reflexes e pensamentos.Assume importante papel na formao de cidados, uma vez que cria capacidades de seenxergar uma mesma situao de diversos modos e contextos. Arrisco associar a zona dedesconforto com a formao de competncias como aceitao e compreenso das diferenase, portanto, o altrusmo.

    No entanto, as zonas de desconfortome parecem de extrema fortuna para se trabalhar numprocesso de arte com crianas. O AE pode provocar a si e criana. O AE pode gerar em si eno grupointeligncias. Importante frisar que o trabalho em arte com crianas opera em diversasinstncias: corporal (fsica), emocional (sentimentos) e cognitiva (mente/inteligncia). Trata-se

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    A Rayssa quis cozinhar o urucum com cascas e folhas e servir a todas e todos. A Ana Luizaaproveitou o som que as sementes faziam quando juntou e criou chocalho em pote de iogurtesem rtulo, sementes de urucum, celofane e fita adesiva. A Jssica atraiu-se pelos pelinhosque a casca do urucum contm. Os juntava em pequenos montes e depois os colocava emtampinhas de potes de vidro. Alm disso, pintavam os rostos dos educadores, com urucum. E

    assim foi. Outros brinquedos foram criados por elas. Chocalhos de urucum que nos inspirou achacoalhar nossos corpos em partes, em todo, e nos fez ouvir chacoalho dos coraes umasdas outras. Alice, depois de pular na salada saladinha bem temperadinha com foguinho fogo epimenta corre em minha direo para que eu escutasse o chacoalho do seu corao.

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    PREFEITURA DE SO PAULO, SECRETARIA DE CULTURA E PROGRAMA DE INICIAO ARTSTICA

    ENSAIO PESQUISA AOdezembro / 2!"

    traado de tempos e espao: este

    traado passa por tempos

    percorridos com crianas de 5 a 14

    anos, pblico do programa de

    iniciao artstica, frequentadores do

    equipamento CEU ila do sol no

    espao!perdo de "#15$ diante de

    tudo e todos a artista%educadora

    escol&e permear este ensaio por

    meio de danas com pala'ras$ noescol&e ensinar, no escol&e

    desen'ol'er, no escol&e criticar,

    no escol&e recol&er, no escol&e

    acertar, no escol&e designar, no

    escol&e apontar, no escol&e ariscar,

    no escol&e abdicar, no escol&e

    repetir, escol&e par$ti$l&ar

    A#$ S%e&' De S$#($#$(atural de )aulista *)E+, radicada em

    o )aulo desde 1--., / 0ac&arel e

    licenciada em teatro em "##. e

    bac&arel em produo cultural em

    "##, ambos pela Uni'ersidade

    2n&embi 3orumbi$ )s graduada em A

    Arte de Contar Histrias: abordagens

    poticas, filosficas e performticas,

    pelo nstituto uperior de Ensino e

    )esquisa, orientada pela )rof$6$ 7r$6$

    8uliana 8ardim 0arbo9a *"#1+$ ntegrou

    o ncleo de estudos ao m/todo

    tanford 3eisner dirigido por ;&omas

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    ouso falar de um tempo de Amor

    um tempo onde no se ol&e dio, no se ol&e coR

    Tateio o traado da 'ida

    Insisto onde &a=a 'ontade

    uo oS idiomas das casas

    Tradu9o a lngua do =ardim

    corpos, mentes est Ar com

    Ensaio pesquisa ao

    procura Durar mais do que uma bre'e repetio

    Uma escol&a sempre / difcil

    escol&a com Cautela e ra9o

    Aqui / ponto de partida

    partiDa sempre dD asas > imaginao

    Ouo o c&amado da criana

    cRianamuitas 'e9es tem ra9o

    Agir e pensar com a 'o9 do corao

    Teto, tel&ado, tentati'as

    Escutas do 'erbo, do ol&ar e da emoo

    Acol&imento, cobertura, cobertor

    aTeno

    Rodopios

    emOo 12

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    8uliana 8ardim

    8o&n Cage

    ernand 7elignF

    8ane ;aller

    Columpa 0obb

    Giuliano ;ierno

    iola polin

    8acques )r/'ert

    2ndr/ ranois

    3Drio de 2ndrade

    7a'id ?e 0reton

    8aHob Grimm

    3onteiro ?obato

    3arina

    2na )aula

    Camile

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    'a9io

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    ImplementaoO comeo de um comeo iniciante. Start! por Anglica Avante

    O comeo de um comeo iniciante. Start!

    Esse ensaio de pesquisa-ao tem como objetivo tratar sobre a implementao doPrograma Pi no CEU Butant feita ao longo do ano de 2015.

    Iniciar o Programa de INICI-Aao Artstica em um equipamento novo quando a equipeinteira est INCIAndo no PI foi um desafio ns lanado em meados desse louco ano de2015.

    Em meio a tantos INCIOs resolvemos partir de algum comeo, conhecer as pessoascom as quais iramos atuar, no nosso caso apenas uma dupla.

    Veio ento minha primeira grata e assustadora surpresa, o meu par era na verdade umTRIO ou naquele forno tem po quentino sendo preparado, e para daqui 2 MESES!!!

    Um misto de felicidade e frio na barriga, era essa a sensao que corria pelas nossasentranhas naquele incio, duro incio, pois to breve sabamos que um prximo incio j estavapara acontecer. A dureza durou algum tempo, eram tantas perguntas e as respostas quasenunca supria a ansiedade que nos tomava.

    A recepo das crianas

    Eram poucas, queridas, afetuosas mas um pouco desconfiadas. dana? teatro? msica? tudo junto.

    tudo junto foi a maneira que ns encontramos de explicar o que, mal sabia eu, era

    inexplicvel.

    A tentativa de explicar o Pi me cutucava toda vez que alguma criana novaperguntava durante o seu primeiro encontro aula do qu mesmo, tia?.

    aula de "rincar# de $i$er# e%perimentar e tam"&m de relem"rar# in$entar# passear# conecer#cantar e muitas $e'es s( de se olar.

    aula de e%plicar# de trocar# se $estir# trans-$estir# trans-e%pressar# transitar...

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    )e criar# de se in$entar# de se ocupar# de se colocar# de se tornar

    )e con$ersar# de ou$ir# de calar# de corar# emocionar # e%trapolar

    *%trapolar ideias# espaos# corpos# +ritos# o",etos# materiais

    e%tra$asar# +ritar# sonar...fa!

    O tempo saltou no relgio e j era a hora da nossa primeira despedida, uma belapintura na barriga e muitos abraos, j era a hora da pequena Gaia nascer!

    Mais uma incerteza, quem ser que ir nos presentear com a sua companhia nos

    prximos meses? homem ou mulher, tia? Quando mesmo que a tia Ju volta? Ela jnasceu?

    Mais um recomeo, agora as crianas j estavam mais ritmadas.

    A maneira como os encontros eram conduzidos variou bastante durante o ano. Massempre gerou bastante reflexo durante as nossas conversas em reunies de equipe. Sugerir,conduzir, propor ou mediar? Qual a melhor maneira de educar no Pi?

    Encontrar o equilbrio entre essas aes parece que foi mesmo um grande desafio aolongo desse ano. Nessa histria que se construa encontro aps encontro, a necessidade maiorera OUVIR.

    Ouvir a dupla, as crianas, o entorno e principalmente se fazer ouvido. Dialogar mesmoque aparentemente seja difcil e complexo. A relao da dupla mesmo complexa.

    A certeza

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    Cardapi por Lia Mandelsberg

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    um PEGA PEGA.O pegador o homem bosta ou a mulher diarria.Quem pego deve ficar parado em forma de bosta ( lembrando que uma bosta jamais igual a

    outra)Para salvar preciso pular por cima da bosta. Aps trs vezes pego, a bosta vira uma mulherdiarria ou um homem bosta.

    CINEMA NA CAIXA

    Arrume uma caixa grande, do tamanho suficiente para caber sua cabea e pescoo dentro.Numa lateral interna da caixa, cole papel sulfite at cobrir toda a extenso.Na lateral inversa a esta faa um furo.Entre na caixa e veja o cinema da vida ao vivo e a coresobservao: simples, mas requer carinho e dedicao. Estude o tamanho da caixa e do furoe v a um lugar bem iluminado pelo sol!

    TAPETE VOADOR

    Arrume um tapete bem grande.V a um lugar bem espaoso.Em quatro pessoas j d pra se divertir bem: um deita no tapete e os outros o puxam bemrpido.D tambm para fazer rocambole de gente no tapete.E tambm d pra inventar umas milhares de outras coisas.

    ARCO E FLECHA COM CADERNO

    Sabe aqueles cadernos que tem um elstico para ajudar a manter fechado?Apoie um objeto nesse elstico, puxe na sua direo at obter tenso no elstico, e solte oobjeto em direo a um alvo, como se faz com um estilingue.Cuidado, funciona!

    EXPERIMENTAR 17 VEZES UM KIWIEscolha um alimento que no gosta e o experimente 17x ao longo da vida.Prove que real a teoria de possvel aprender a gostar de qualquer coisa se a provar 17

    vezes

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    PEGA PEGA BOSTA

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    RODA DE APRESENTAO DO OUTRO

    Em roda.Cada pessoa, como se estivesse se apresentando, ir apresentar o prximo da roda, dizendotudo aquilo que sabe da pessoa e pode tornar visvel e conhecido para os outros do grupo.

    PEGA PEGA AJUDA BOSTA

    uma forma diversificada da brincadeira PEGA PEGA BOSTAO pegador o homem bosta ou a mulher diarria.Quem pego deve ficar parado em forma de bosta.para salvar preciso pular por cima da bosta. Aps trs vezes pego, a pessoa vira um parceiroda mulher diarria ou do homem bosta e ajuda a pegar tambm.

    DANA MALUCA

    Em roda, cada um inventa um movimentoo e em sequncia todas as pessoas vo aprendendotodos os movimentos encadeados.Aps repetir e aprender a sequncia todos escolhem um lugar e cada um se coloca num pontodo espao. Colocamos uma msica e juntos decidimos o momento de iniciar a sequncia,todos, ao mesmo tempo, do incio ao fim.

    PIQUENIQUE LIGHT COM REPOUSO NA RVORE

    Providencie um piquenique com comidas leves e em pequena quantidade.Monte o piquenique ao p de uma rvore. Aps comer suba na arore e d um relax

    MATAR AULA

    No incio do encontro do PIA, planeje algo super especfico e trabalhoso todos juntos paradepois do piquenique.Faa o piquenique.Fique com preguia.Resolva matar aula e no fazer nada do que foi combinado para ficar preguiando at o fim do

    dia.

    EXPERIMENTAR 17x UMA PINHA

    Escolha um alimento que no gosta e o experimente 17x ao longo da vida.Prove que real a teoria de possvel aprender a gostar de qualquer coisa se a provar 17vezes!

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    ESTATUA DE SOMBRA: O QUE O QUE

    V a um lugar ensolarado e que produza sombras de seu corpo no cho ou parede. Escolhaum tema, objeto ou figura e sozinho ou em grupos monte uma pose que projete a imagem queescolheu em forma de sombra na superfcie escolhida. Os observadores devem adivinhar quala figura que voc quis representar na sombra.

    RISCODesafie-se a fazer algo arriscado, que ningum deixaria voc fazer. A regra nica : no valemorrer!

    PIQUENIQUE, Mil VERSES PARA MILK MISHUREKACrie suas prprias verses de misturebas alimentcias com os ingredientes disponveis nopiquenique.

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    TREM DE NOMESEm roda.Escolha algum para comear. O primeiro diz seu prprio nome. O segundo diz o nome doprimeiro e depois o seu prprio nome. E assim sucessivamente, o trem vai se encarrilhando.

    PARQUE DENTRODentro de uma sala ou qualquer espao interno.Utilize os objetos disponveis para criar espaos ldicos subdividindo a sala em vriosambientes, especficos e diversos para fazer coisas que se tem vontade. Exemplos: canto dopiquenique, canto dos instrumentos, canto da piscina de papel celofane, conto do descanso,etc.

    PIQUENIQUE CONVERSADO

    Enquanto comemosQuando aparece alguma dificuldades dividir e compartilhar o lanche, conversamos sobre issoe nos ajudamos a entender o sentido de compartilhar enquanto desfrutamos dessa maravilha.

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    SAINDO DE FININHOEm roda gire uma garrafa no centro. Para onde ela apontar quando parar sero osparticipantes da vez. Quem est na frente da boca da garrafa pergunta. Quem est de frentecom o fundo da garrafa responde. A resposta NO pode conter as palavras SIM, NO eTALVEZ. Alm disso a resposta no deve afirmar nem negar nada. Um belo desafio!

    ESCONDE ESCONDE INVERTIDO

    Uma pessoa se esconde. O grupo, junto, bate cara. Quem achar o escondido primeiro, seesconde junto. Todos vo se escondendo, NO MESMO ESCONDERIJO, at que todosestejam juntos. O vencedor ou prximo a se esconder ser aquele que primeiro encontrou o

    escondido.

    BIS

    Se a brincadeira boa Repita vrias vezes!!

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    TABULEIRO DARWINEste um jogo de tabuleiro que s d pra brincar quem tem o jogo. Mas. ele um jogo de

    tabuleiro que voc avana nas casas a medida que acerta as perguntas relacionadas a vida eobra deste grande pesquisador ( ou seja, d para improvisar)

    PELO ESPAO, COM O CORPO: Evoluo

    Com ou sem msica, num espao amplo e num cho aconchegante brinque e dance imitandoos bichos e os humanos, seguindo o processo de evoluo: cobras, rastejantes, bebs, nvelbaixo/ quadrpedes, gatos, girafas, crianas no processo de engatinhar, crianas brincando,nvel mdio/ macacos, pinguins, humanos, nvel alto.

    PEGA PEGA SELVAGEM um pega pega em que cad um um bicho e deve se mover tal como ele. Pode tambmbrincar pensando na cadeia alimentar.

    SALTOS ORNAMENTAIS MARAVILHOSO E INVENTADOS

    Se tiver um trampolim e um colchenete de ginstica olmpica melhor.Um por vez, se prepara, se apresenta, corre, salta no trampolim e cai no colchonete a suamaneira. A idia cria com o corpo maneiras diferentes para cada etapa.

    ESCURO ACONCHEGO E HISTRIAS DE TERROR

    Encontrem um lugar escuro e aconchegante. Encontrem posies e formas bem gostosas de

    estar junto, deitados um no colo outro, abraados e emaranhados. Contem histrias de terror eaguentem firme o medo atravs do calor e amor dos outros corpos a sua volta.

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    MAPA DO CEUpasseie pelo CEU ou qualquer lugar que estiver. Percorra todo o territrio e preste ateno nosdetalhes. Aps a expedio desenhe um mapa de seu percurso e ilustre com as coisas queAMOU pelo caminho.

    TEATROV ao teatro! (ou confira a programao do teatro mais prximo, pode ser no prprio CEU ondevoc faz PI). Assista algo que alimente sua alma.

    PIQUENIQUE NAS NUVENS

    V a um lugar beeeeeeeem alto e faa um piquenique l em cima.

    TREM DE NOMESEm roda.Escolha algum para comear. O primeiro diz seu prprio nome. O segundo diz o nome doprimeiro e depois o seu prprio nome. E assim sucessivamente, o trem vai se encarrilhando.

    PARQUE DENTRODentro de uma sala ou qualquer espao interno.Utilize os objetos disponveis para criar espaos ldicos subdividindo a sala em vriosambientes, especficos e diversos para fazer coisas que se tem vontade. Exemplos: canto dopiquenique, canto dos instrumentos, canto da piscina de papel celofane, conto do descanso,etc.

    PIQUENIQUE CONVERSADO

    Enquanto comemosQuando aparece alguma dificuldades dividir e compartilhar o lanche, conversamos sobre issoe nos ajudamos a entender o sentido de compartilhar enquanto desfrutamos dessa maravilha.

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    CardaPipor Ana Cristina Anjos

    CardPI

    Para uma Pesquisa Aode receitas!

    Artista-CheffAna Cristina Anjos

    PITIQUE

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    ENTRADA

    CEU GuarIngredientes:

    Majestosas rvores; Uma colher bem cheia de grama verde; Uma piscina; Uma biblioteca de enfeite; Um espao grande, bem grande; Duas quadras de esportes inteiras; Um Teatro pouco usado; Um pouquinho de urucum para dar cor; Alguns funcionrios que mal conhecem o PI; Uma equipe do PI, com cinco pessoas; Uma sala do PI com muita histria; Um banheiro que meio masculino, meio feminino e meio infantil; Um quintal da cobra;

    Modo de fazer:Coloque todos os ingredientes, menos a biblioteca e o urucum, numa panela com muitosol. Espere o PI entrar em ao no CEU e deixe ferver bastante. Para finalizarcoloque um pouco de urucum para colorir o CEU e arremate com a biblioteca deenfeite.

    PRATO PRINCIPAL

    Encontros do PI no CEU GUAR

    Ingredientes: Um quarteto na quarta e duas duplas tera e quinta; Quantidade razovel de crianas, pequenas e grandes, mais alguns adolescentes; Uma rvore, tamanho mdio; Uma corda; Uma pitada de risco;

    Modo de fazer:Comece pela rvore, acrescente a ela uma corda e deixe as crianas livremente ao seuredor ou subindo se preferir, mas dosando o risco para no ficar muito doce. No dmuita ateno aos comentrios e olhares dos funcionrios do CEU, se no sua receitapode azedar.

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    Pega-Pega BostaIngredientes:

    Crianas e adultos bem dispostos; Um homem bosta ou mulher diarreia; Um espao bem grande para correr;

    Modo de fazer:Coloque todos espalhados no espao bem grande para correr. O homem bosta ou a

    mulher diarreia dever correr atrs de todos. Quem ele ou ela pegar tem que cair nocho como se fosse uma bosta. Cuidado com para no pisar na bosta, pois pode feder.Se passa por cima,a bosta volta a ser pessoa.

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    SOBREMESA

    Processo CriativoIngredientes:

    Uma boa abertura para o imprevisto e o incerto; Um pouco de escuta; Muita improvisao; E uma pitada de risco;

    Modo de fazer:Junte tudo no liquidificador, pode ser que o gosto no fique apropriado, mas tambmpode ser que fique delicioso, tudo depende da quantidade utilizada de cada ingredientee o comprometimento de cada pessoa na receita. Para finalizar a pitada de risco, poissem ela o sabor ficar amargo.

    Ao CulturalIngredientes:

    Uma equipe do PI; Uma comunidade; Crianas; Um pouco de ao; Um tempo de encontro e acolhimento; Um local escolha dos artistas-cheffs;

    Duas pores de vontade e comprometimento; Um processo para compartilhar; E sair da zona de conforto;

    Modo de fazer:Neste modo de fazer, o artista-cheff ter total liberdade para criar a melhor forma dejuntar os ingredientes. Os ingredientes podero ser misturados dentro ou fora doequipamento, com pessoas que j conhecem o PI ou no, para tornar maisinteressante importante sair da zona de conforto.Como ser o seu modo de fazer?

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    CardaPIpor Jefferson Cristino Hooder

    CardaPI

    Ensaio de Pesquisao

    Arte educador Jefferson Cristino Hooder de Moraes Limas

    CEU Vila do Sol - 2015

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    Nossa equipe era a Sul 2 e unia os CEUs Vila do Sol, Butant e Guarapiranga, a coordenadorafoi a Lia e foi ela quem nos props o rodizio de educadores. Fizemos um esquema de escala

    que nos permitiu visitar os trs equipamentos e conhecer a rotina das outras turmas e otrabalho de outros educadores.

    Foram experincias incrveis, que me auxiliou aperceber meus potencias e minhas carncias,ampliou meu entendimento sobre o programa eagregou ainda mais sorrisos em meu trabalho.

    Este sistema de rodizio parecer deixar osencontros ainda mais efmeros, pontuais, e euat gosto muito dessa despreocupao, masacho que vai muito alm disso, esse umtimo exerccio para praticarmos o desapegoartstico. Para que o encontro seja bem-sucedido preciso ter clareza de que os frutos

    desse encontro precisam ser colhidos pelas crianas e no pelo arte-educador, aquele omomento delas, a reflexo deve ser para elas e com elas, e pode inclusive acontecer em suascasas aps o encontro do PI de forma individual. preciso plantar a semente com muitocarinho, mas depende de cada um regar para que floresa.

    Nesse encontro fugaz no temos comomanipular a sequncia de atividades, acriana a protagonista, ela vai escolher sena semana seguinte se vai pedir acontinuidade da atividade.E como posso darcontinuidade a um a uma atividade da qualno domino?Afinal, estamos falando de umaao que foi proposta por um educador queteve um encontro com a turma.

    Precisamos ter uma viso muito ampla eencarar de frente o desafio de se reinventar,de aprender algo que no necessariamentefaz parte das suas pesquisas pessoais e entender que a criana pode sim conduzir umencontro, pode te ensinar o que aprendeu com o outro educador e isso deve contribuir muitocom seu desenvolvimento profissional.

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    Parque do Ibirapuera ( brincar e compartilhar as experincias dorodzio)

    As ruas so para brincar - Ruas de lazerAo de Juliana Leme e Coletivo Aqui que a gente brinca, em parceria com EMEF CEUGuarapiranga,

    Brincantes urbanos, rede de brincantes da zona Sul e PI - Rua Amalfi , Jd Kagohara

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    1uando os Interesses se cru'am por Juliana Leme

    Poderia ser uma caracterstica intrnseca do Programa de Iniciao Artstica, que se faz

    na prtica em equipe, o estabelecimento de parcerias para o trabalho ao longo do ano, noentanto, ao encontrarmos com nossos pares no inicio da vigncia do contrato e chegarmos em

    nosso equipamento de atuao, muitas vezes percebemos que o que estabelecemos apenas

    uma relao de obrigatoriedade. O CEU no faz o mnimo esforo para nos auxiliar em nossas

    demandas de divulgao, articulao e processuais e a equipe nem sempre encontra desejos

    em comum para compartilhar, o que acaba por simplificar ao mximo as nossas aes. Este

    ano, porm, felizmente, fui presenteada com uma equipe disposta e aberta ao possvel, que fez

    nascer vrias parcerias bonitas e potentes, boas de partilhar. Por isso, escolho nesse ensaio

    de pesquisa-ao, fazer o meu relato sobre nossas aes compartilhadas de 2015 da equipe

    Sul 2 (a equipe S2, corao).

    Com a nova estrutura do PI, em que o (a) coordenador (a) de pesquisa-ao assumiu

    dois ou trs equipamentos, formamos uma equipe ampliada denominada Sul 2, que

    contemplou os CEUs Guarapiranga, Vila do Sol e Butant, todos sob a coordenao de Lia

    Mandelsberg. Desde o incio dessa edio do programa, nossas reunies de sexta-feira foram

    nessa grande equipe, o que nos possibilitou a constante troca das experincias vividas em

    cada lugar.

    A primeira ao compartilhada nasce do chamamento para a Semana de Formao naEMIA. Proposta de Lia que escolhssemos um tema em comum e ministrssemos juntos a

    oficina de formao, chegamos ao Menu de Risco, um cardpio que proporciona a

    experimentao e reflexo sobre o risco no brincar e na infncia. Foram vrios encontros e e-

    mails de planejamento que renderam uma vivncia muito provocadora de reflexes, que

    acabou ganhando outros espaos...

    Um deles foi na 1 Semana do Brincar na 2eriferia# encontro idealizado e organizado

    por mim e pelo coletivo que integro o Aqui que a gente brinca! para formao e trocas de

    experincias sobre o brincar na periferia. Esse evento aconteceu no Sacolo das Artes,ocupao cultural situada no Parque Santo Antonio, onde atuo h 4 anos, desenvolvendo uma

    pesquisa-ao sobre a relao entre a criana, cidade e espaos de brincar. A programao da

    semana foi pensada para avanar no debate sobre o brincar na periferia, buscando

    possibilidades para potencializar nosso trabalho no dia a dia, refletindo sobre as questes que

    emergem das especificidades culturais locais, para isso contou com oficinas e palestras para

    educadores durante trs dias e finalizou com um dia especial para as crianas com

    Brinquedoteca, Caravana Ldica de Jogos do Mundo e uma apresentao de circo. Aqui est

    nossa segunda ao compartilhada e a parceria se estabeleceu em vrios mbitos: O Menu

    de Risco integrou a programao de oficinas da Semana, os AEs participaram dos encontros

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    de formao e por ltimo organizamos um passeio das crianas dos trs equipamentos at o

    Sacolo das Artes, para esse dia especial para elas... Sobre tudo isso, eu sou s gratido, foi

    emocionante unir essas duas iniciativas para a infncia em que fao parte em um mesmo

    tempo-espao!

    O outro lugar onde o Menu de Risco foi parar foi o seminrio Processos Artsticos,

    cidade e Infncia (s), organizado pelos coordenadores regionais do PI e aberto a todos os

    interessados.

    Ainda durante a 1 semana do Brincar, eu e Lia conhecemos a Rede de Educadores

    Brincantes da Zona Sul e dentre seus integrantes, estava Silvia Tavares, coordenadora

    pedaggica da EMEF do CEU Guarapiranga (precisamos sair do CEU para perceber que

    tnhamos uma parceira muito potente ao nosso lado!). A partir deste encontro comeamos as

    nossas aes compartilhadas com a Rede e com alunas da EMEF. Promovemos uma

    interveno e um dia de brincar na rua de lazer Amalfi, bem prxima ao CEU, fortalecendo a

    ocupao das ruas pelas pessoas, em especial as crianas, em prol da construo de uma

    cidade ldica!

    Por fim, realizamos nosso encontro de pais do PI dentro do Dia da Famlia da

    EMEF. Desta forma garantimos a participao de mais famlias no nosso encontro, que muitas

    vezes no tem muito quorum e ainda conseguimos uma maior visibilidade do programa...

    Aps este relato de um ano intenso de parcerias e aes compartilhadas/ coletivas,

    concluo com o apelo e a reflexo de que quando encontrarmos parceiros, lugares onde anteseram impenetrveis se tornam habitveis, propostas megalomanacas podem se tornar to

    simples, idias impraticveis podem se tornar to possveis. E o possvel que me interessa,

    o possvel que precisamos para ousar e poder romper com a precariedade que nos sobra.

    Este ano a equipe S2 foi atrs do possvel! Toro por mais aes em rede e parcerias no PI!

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    Menu de Risco por Laura Salvatore e Paulo Petrella

    Entrada

    A atual sociedade e, especificamente a cidade grande, local em que as preocupaes com asegurana de seus integrantes eminente, pauta prioritria na imprensa e plataforma decampanhas eleitorais. Falamos de segurana no trnsito (atropelamentos, colises), violnciaurbana (assaltos, sequestros), violncia domstica (agresses fsicas, abuso sexual),segurana do trabalho, entre outros. Para lidar com essas questes so estabelecidas leis enormas de restrio para que, situaes que ultrapassem esses limites estabelecidos sejamdestacadas para serem punidas ou corrigidas de modo que as pessoas se sintam seguras.

    Porm, podemos chamar de efeito colateral que essas restries nos trazem uma sensao de

    cerceamento, de falta de liberdade, e at mesmo de direito tolhido. Eis a questo: at queponto essas restries realmente nos protegem em situaes de riscos srios nos protegendoat mesmo da morte, ou existe um excesso provocado pelo medo das possveispossibilidades de situaes arriscadas?Se vivemos de fato esse paradigma, no nada diferente num ambiente educacional que lidadiretamente com pessoas em formao e sendo preparadas para viver em sociedade. E existesim uma grande responsabilidade nesses ambientes em lidar com um nmero muitas vezesexcessivo de crianas confiadas pela famlia que espera que estejam seguras e salvas aovoltar para casa. Portanto, alm dos muros, paredes, grades, vigias, bedis, professores, entreoutros, existe uma srie de normas impostas pelas instituies, leis, ministrios, vigilnciasanitria etc., para que o ambiente se torne seguro.

    Chegamos s palavras de ordem: no suba, desa da, no pode ir pra l, vou avisar suame, voc vai se machucar, tudo para no haja ocorrncias e no nos sintamos

    responsveis por provveis percalos como quedas, cortes e arranhes, o que atrasaria adinmica e a rotina estabelecida. At que, especificamente no CEU Guarapiranga os ArtistasEducadores do PI ouviram frases como: No deixem as crianas andarem descalas nagrama porque pode haver cortes profundos e podemos ser processados! Cuidado com o

    tatame porque est rasgado na ponta e houve um joelho cortado que infeccionou e.... Uma

    vez que o PI um programa que prope outra relao com o espao, objetos e pessoasgerou-se a um estranhamento e um conflito: para ns, as crianas estavam em plenasegurana dentro das atividades, mas aos olhos dos outros, no.Sendo assim, surgiu a necessidade de estudar, compartilhar e debater este tema: o risco. Com

    a oportunidade aberta da Semana de Formao do PI decidimos fazer uma oficina com estetema objetivando os itens:

    Propor momentos de ludicidade e prazer atravs do brincar de maneira livre e potica; Levar aos participantes objetos para que eles criem suas brincadeiras sem determinao

    de regras exceto o momento de incio e o momento do fim; Estimular a criao de jogos que levem a subverso de regras; Criar situaes onde os participantes se sintam podados de alguma maneira em relao

    aos seus jogos; Compartilhar as referncias bibliogrficas e cinematogrficas usadas na pesquisa dessa

    oficina; Colocar em pauta a discusso sobre risco inventado e risco real, e a posio dos

    educadores de acordo com sua disponibilidade perante o seu pblico e s instituies;

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    atendimento mdico comunitrio, a posio relativa da criana na constelao familiar, oshbitos de higiene familiar, as horas frente TV, a frequncia escola, e tantos outros. (Bujes,2010, p. 172) O que no acontece, de fato.Assim sendo, o excessivo cuidado com a criana demonstra que h um processo histrico-cultural que o deu luz independentemente do risco que uma criana corra durante o seu

    brincar.Desse modo, torna-se fundamental para cada educador que observe seus modos de lidarcom as crianas quando se encontra em relaes que envolvam o risco. A partir destaobservao e conscincia de si neste relacionar-se, torna-se importante, ento, que o educadorse questione:

    Se os riscos esto vinculados a algum tipo de real perigo ou se eles poderiam causarproblemas de responsabilidade para o educador;

    Se os riscos apresentados no instante de um possvel cerceamento da parte do educadorno seriam fundamentais para o desenvolvimento daquela criana; entre outras reflexes quepossam surgir;

    Busque mais informaes sobre a importncia do risco no desenvolvimento infantil; Ajudea criar espaos para brincar que ofeream desafios na medida adequada para diferentesidades; Estimule entre os adultos discusses abertas sobre segurana e risco; Separe o que o medo do prprio adulto do que de fato perigoso para a criana; Confie mais nascapacidades da criana e valorize as conquistas desafiadoras. (Playground da Inovao, 2014)Os Artistas-Educadores da equipe Sul 2 se apropriam do tema para que esta reflexo permeiee persista dentro do universo infantil, onde pais, educadores, irmos, tios, trabalhadores deambientes escolares como o Segurana, o Inspetor, a Faxineira, o Gestor, a AssessoraAdministrativa, e toda e qualquer pessoa que interfira no brincar de crianas, possam refletirsobre o tema e adquirir o mnimo possvel de conscincia, ao ponto que se possa criar oaprendizado da autocrtica e da autotransformao de atitudes impensadas, reproduzidas semse ter noo da repercusso de tal ato.

    Referncias Bibliogrficas:

    Bento, Maria Gabriela Castro Portugal Granja. O Perigo da Segurana: Estudo das Percepesde Risco no Brincar de um Grupo de Educadores da Infncia. UC/FPCE (Dissertao deMestrado), 2012.

    Bujes , Maria Isabel Edelweiss. Infncia e Risco. Educ. Real., Porto Alegre, v. 35, n. 3, p. 157-174, set./dez., 2010.

    CARVALHO, Cidlia. Brincadeiras Arriscadas.

    Disponvel em: http://milrazoes.blogs.sapo.pt/120217.html

    COUTO, Mia. H quem tenha medo que o medo acabe.Disponivel em: http://www.papodehomem.com.br/mia-couto-ha-quem-tenha-medo-que-o-medo-acabe/

    GILL, Tim. Sem Medo - Crescer numa sociedade com averso ao risco. Principia: Cascais,2010. 1.ed.

    Playgrounds: Reinventar la Plaza Museo Nacional Centro de Arte Reina Sofia 30 de Abrilde 201422 de Septiembre de 2014. Siruela.

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    Filme documentrio: Do lado de fora: lies de um Jardim da Infncia na floresta, -https://vimeo.com/32463946.Natureza, riscos e brincadeiras numa discusso que d o quepensar:

    Brincar arriscado

    Playgroud da Inovao, 2014:

    Documentrio The Land:http://playfreemovie.com/about/

    FotosRodrigo Munhoz

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    http://www.tempodecreche.com.br/acao-pedagogica/natureza-riscos-e-brincadeiras-numa-discussao-que-da-o-que-pensar/

    http://www.playground-inovacao.com.br/beneficios-do-brincar-arriscado-porque-se-arriscar-faz-bem/

    https://vimeo.com/32463946.%20http://playfreemovie.com/about/%20http://playfreemovie.com/about/%20http://www.tempodecreche.com.br/acao-pedagogica/natureza-riscos-e-brincadeiras-http://www.playground-inovacao.com.br/beneficios-do-brincar-arriscado-porque-se-arriscar-faz-bem/%20https://vimeo.com/32463946.%20http://www.playground-inovacao.com.br/beneficios-do-brincar-arriscado-porque-se-arriscar-faz-bem/%20http://www.tempodecreche.com.br/acao-pedagogica/natureza-riscos-e-brincadeiras-http://playfreemovie.com/about/%20
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    Card2I< de Risco

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    oto 0runo c&ult9e e ?aJrence 0odnar

    Dito istos, o era uma vez o fim, e concluo de incio, assim escolhes se tem algo deinteressante nesta pesquisa "ricoleurepensamentos brincantes.

    .....

    Obrigado por continuar.

    CONCLUSO DA HIPTESE

    Esta foi uma semente de inquietao que me foi brotada quando dos meus 1,85m me agacheia 0,60m (eu sentado) para compreender qual metodologia utilizar para incluir um menino deabrigo nos jogos e brincadeiras, por vezes proposto, por outro menino bem inteligente vindo deuma escola-modelo do municpio de So Paulo. E penso que no so conceitos estes ditos,mas uma pesquisa a se iniciar.

    Venha comigo! Que se imaginarmos uma proposta de brincadeira e jogo, for o repertrioindividual de uma criana, dentro do seu mundo ldico e mgico, e que algumas crianas seadaptam a este jogo, podemos considerar que estejam dentro da caixa mgica deste indivduo.Pois se, outra criana, dentro do seu universo particular no se enquadra nesta caixa, devemosexclu-la, tentar mold-la ou ampliar esta caixa?

    Pareceu-me maishonesto, inclusivo e respeitoso ampliar a caixa, e saber o que esta segundacriana tinha a nos dizer. Por fim, nesta microscpica situao deste dia, esta criana mostrou-se alm do jogar bola, das intrigas que causava, e do bater de palmas ritmadas pelo funk.Fez o seu desenho, questionou se estava bom, fez a crtica de arte da exposio, se sentiuincluda, e demos novas possibilidades e caminhos para sua escolha.

    ERA UMA VEZ...

    um homem e uma mulher que se amavam, se casaram e tiveram um filho em 1980....bem achoque posso adiantar um pouco mais esta histria. Estvamos em viagem com a Umiharu eArtUnlimited, em 2013, pelos estados de Gois e Minas Gerais, com o projeto gua, arte esustentabilidade, no qual estava previsto atendermos oito mil crianas durante trs meses pelaLei Rouanet. Chegamos primeira cidade, Uberlndia, e receberamos diariamente cerca deduzentas crianas, metade por turno. Eram cinco atores-educadores e mais a equipe desuporte que passeavam com os pequenos pela exposio de obras de artistas brasileiros coma temtica gua, desde xilogravuras a aquarelas, explicando sobre ecossistema e servios que

    a gua nos prov. Cada artista explicava suaparte e ia se preparar para o espetculo, por fim,eu como ltimo a entrar em cena, acompanhadodos professores e a equipe, estava com cerca de

    cem crianas pulando e a gritar, e a informao

    Lia MandelsbergcoordenadoraPISul 2 - 2015

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    continuou a conduzir a curadoria, enquanto sem palavra alguma, sentei ao seu lado, pegueitodos os tubos de tintas coloridos, e apertei todos juntos no papel, disse a ele que caos(baguna) pode ser arte, ela o que est dentro de voc. Falei superficialmente sobre o artistanorte-americano Pollock, que pintava a partir dos mesmos princpios. Xubira fez o mesmo nopapel, abaixou a guarda, e perguntou se estava bom, e claro que estava, j que no buscamosum produto final, mas uma iniciao artstica, mas melhoramos ainda mais, e gotejamos aquele

    papel na torneira, e virou a pintura catica molhada. Exps junto aos outros, e se sentiudiminudo novamente quando Xubiribas teve uma ideia incrvel de fazer a reportagem em umalngua estranha, ele era o reprter rob lg e sua tradutora, a reprter luka. E de novo, chameiXubira pra perto, pois a crtica pode comear com um no gostei ou gostei, e depois um motivopara isso. E assim foi este microscpica situao dos encontros do PI. Um dia raro. Aconcluso amigo leitor, j sabes.

    Educar dar sentido. dar sentido ao nosso estar no mundo. Nossos corpos precisam dessesentido para se realizar plenamente. Mas tambm nossos corpos so vazios de imagens e elasprecisam fazer parte da nossa mente para possamos dar respostas ao que se nos apresentadiuturnamente como desafios da existncia. (MUNDUKURU, 2010)

    REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS

    BARROS, Manoel de. Poesia Completa. So Paulo: Leya, 2011.

    BARROS, Manoel de. Retrato Do Artista Quando Coisa. Rio de Janeiro: Editora Record, 1998.

    BARROS, Manoel de. Exerccio de ser criana. Rio de Janeiro: Salamandra, 1999

    BASTIDE, R. Nota explicativa. In: FERNANDES, F. Folclore emudana social na cidade de So

    Paulo. 3. ed. So Paulo:Martins Fontes, 2004

    ENGEL, Guido Irineu. Pesquisa-ao. In: Educao em revista. Curitiba: UFPR, 2000.

    FRIEDMANN, Adriana. Histria do percurso da sociologia e da antropologia na rea da

    infncia, 2011. Disponvel em:

    Friedmann, Adriana. O papel do brincar na cultura contempornea. 2008. Disponvel em:

    HOLM, Anna Marie. A energia criativa natural. Pro-posies, v.15, n. I (43) - jan./abr. 2004.

    LARROSA, Jorge. O ensaio e a escrita acadmica. Educao & Realidade, Porto Alegre, v. 28,

    n. 2, p. 101-115. 2003.

    MACHADO, Marina Marcondes. S Rodaps: Um glossrio de trinta termos definidos na espiralde minha potica prpria, 2015. Disponvel em:

    MUNDUKURU, Daniel. A milenar arte de educar dos povos indgenas, 2010. Disponvel em:

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    Caravana da CoragemExpedio. Esta palavra permeou minhas reflexes sobre toda a vivncia no PIA neste ano,falando alm dos encontros, do trajeto at o equipamento, das conversas nas reunies, nasmuitas atividades propostas pela e para a esta equipe. Mais especificamente numa visita ao

    CEU Vila do Sol dentro do Rodzio proposto pela coordenao, encontro narrado nesse texto,onde de fato uma expedio em caravana foi realizada, e no voltei o mesmo dessaexperincia.

    Partindo do princpio de que, mesmo que em grupo, quem percorre o trajeto o indivduo, mepermito escrever em primeira pessoa observando que esse ensaio parte de impressespessoais antes de ser um relato de uma experincia.

    Em busca da palavra expedio no dicionrio encontrei algumas respostas:

    Ao ou efeito de expedir; distribuir ou entregar .Ato de fazer com que alguma coisaatinja o seu propsito: expedio de um documento;

    Figurado. Conjunto pessoas que viaja para determinado territrio afim de analis-lo,geralmente, com propsito emprico: expedio geolgica; Prontido para desenvolver ou executar alguma coisa: falar com expedio.

    Remeter ou deliberar vrias modalidades de negcios; Brasil. Local onde so preparados os objetos que devero ser expedidos; Militar. Ao de mandar tropas para um local especfico.

    E alguns sinnimos como: campanha, caravana, desembarao, despacho, diligncia, envio eremessa.

    Os encontros no PI Guarapirapiranga, do qual fiz parte da equipe, foram, em sua maioria, forada sala e sempre que possvel fora do BEC, onde se situa a sala do PI, nem que fosseapenas o pique- nique que muitas vezes era feito no Quintal da Bruxa, lugar onde h rvoresfrutferas e onde morava a Bruxa (personagem da parceira Laura Salvatore numa das turmasde pequenos). O longo trajeto de minha casa at o CEU Guarapiranga que dependia de metrna linha Vermelha do Metr, Linha Amarela do Metr, Linha Esmeralda da CPTM, umacaminhada de quase dez minutos da estao Socorro at o ponto de nibus onde passa oJardim Nakamura 7023, e mais ou menos meia hora at a porta do equipamento. Mas existiaum caminho alternativo em meio aos ostensivos prdios da Marginal Tiet de carona, outrocaminho bem mais confortvel fisicamente, e mais desconfortvel visualmente. As oficinasMenu de Risco desenvolvidas pela equipe nos colocaram em muitos trajetos diferentes. Masprincipalmente a proposta de Rodzio nos ocupou em descobrir trajetos, tempos, caminhos elogsticas dentro da cidade.

    Alm dos trajetos pessoais, as atividades constantemente eram distribudas pelo espao doCEU Guarapiranga e os trajetos entre esses diferentes lugares, e o como era feito e o que eraencontrado de diferente. Sempre com o propsito de estar atento ao que acontece e deixar queos acontecimentos influenciem no momento presente, que o ambiente de fato faa diferena.Se por exemplo, no caminho do barranco de escorregar at o quintal da Dona Cobra(Bambuzal) algum bicho cruzasse o caminho, uma ventania levantasse as folhas ou um grupode crianas pequenas, isso no podia ser ignorado e deixar que esse acontecimentosparticipem de maneira imaginativa, sensitiva e simblica o observam que relaes seestabeleciam.

    Num desses encontros, no CEU Vila do Sol, com o parceiro Jefferson Cristino, propusemos auma turma que em sua maioria eram pr-adolescentes, uma expedio at a ponta do morroque se avistava de dentro do CEU, mas parecia um lugar inspito, sem nenhuma construoou sinal de vida humana, habitada por uns arbustos e que ningum conhecia, ou sequer se

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    atrevia a chegar l, - vale ressaltar que um lugar perifrico, rodeado de comunidades e depoliciamento ostensivo a ponto dos jovens se sentirem mais seguros dentro do CEU para noterem problemas com a polcia. Propusemos ento uma expedio at aquele local queningum nunca tinha ido, para alm dos muros, sem saber o que encontrar e eles concordaramimediamente. Antes de sairmos em caravana at esse morro, conversamos ainda no CEU equestionamos os participantes a respeito dos muros se algum sabia explicar porque eles

    existiam, e conversamos sobre a questo dos territrios e como eles surgiam

    Destemidamente, Jefferson, eu e aproximadamente quinze pr-adolescentes de chineloseguimos em caravana, samos sem avisar pelo porto dos fundos e adentramos uma pilha deentulhos com cacos refugos de construes, espelhos e vidros e ao seguir uma trilha,comeamos a encontrar coisas que eram surpreendentes e que sempre nos colocavam numestado de esprito fora de tranquilidade. Posso chamar essas surpres as de bandeiras, poisforam elementos que marcaram a todos e viraram bandeiras na etapa final dessa ao.Algumas dessas bandeiras:

    Alguidares: velhos e j quebrados pelo tempo sem identificar o que contiveram algumdia. O alvoroo j era esperado considerando que a maioria dos participantesfrequentam igrejas evanglicas e pentecostais e seu desconforto ao encontrar um

    objeto usado em rituais de religies afro-brasileiras j era esperado, porm preferimosno abordar essa questo; Construo: Restos da fundao de casas e casas em construo; depois de

    chegarmos ao topo do morro, vimos um garoto saiu andando por uma trilha em direoa uma mata fechada e ali encontrou dentro da mata fechada uma construo de casas,provavelmente de forma irregular, e o lixo dessa construo era jogado numa valaentre as casas. A quantidade de lixo chamou a ateno deles, o que me chamouateno foi a invaso na mata, pensando que talvez muitos deles morassem emlugares que comearam a ser construdos da mesma maneira, interessante foi apontaro olhar para os morros em volta que eram tomado por construes sem nenhumarvore;

    Arvore: Embora esse lugar fosse meio descampado, havia uma mata em volta ealgumas rvores chamaram a ateno com algumas araucrias (rvore incomum

    nessa regio), e especialmente uma rvore roxa que se destacava na paisagem detrezentos e sessenta graus; Flores: Muitas e muitas flores de diferentes cores e tamanhos foram colhidas e usadas

    como enfeites; Ossos: Primeiro alguns parecidos com fmures. Primeiro momento de apreenso e

    silncio, o primeiro momento a gerar perguntas e despertar imagens e abrir um lequede possibilidades de sensaes estranhas, mais adiantes encontramos crnios,aparentemente de vaca, boi, ou outro ruminante, encontramos vrias ossadas, umasmais recentes, outras mais desgastadas pelo tempo;

    Quadrupedes: Vacas e novilhos um tanto longe, aparentemente bem cuidados semningum cuidando e sem nenhum cercado. Cabras num barranco abaixo de ns,subindo e descendo;

    O Bode: L embaixo desse barrando das cabras havia um bode, grande, muito branco,com uma barba que chegava na altura dos seus joelhos, uma franja que lhe cobria osolhos, com uma cabea muito grande. Mais um momento de silncio, mas dessa vezera de admirao e encantamento.

    gua: no alto do morro, onde pensvamos ser o final da viagem e este virou o meio daviagem, avistamos a represa ao longe, outro momento de contemplao.

    Em seguida nos dividimos em dois grupos e cada grupo tinha que criar seu territrio imaginrioem uma cartolina a partir de tudo que haviam experienciado ali.. Ento eles criaram umterritrio, com todos os smbolos descritos em cima, e um deles viraria sua bandeira.Curiosamente os dois grupos escolheram o mesmo lugar e a mesma bandeira: a rvore roxa.O debate de defesa os grupos sobre quem ficaria com o territrio e a rvore teve que serinterrompido em funo do tempo.

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    Coloquei-me no papel de um homem em expedio, tema ou incio para pensar atividades nosencontros, mas eu mesmo vivia, vivo diariamente numa expedio, remetendo-me, enviando-me, tentando chegar a um destino, criando logsticas, deparando-me com bandeiras aoatravessar a cidade. Todos ns percorremos grandes distncias e encontramos as bandeirasdurante o caminho. No final das contas no destino a que se chega que importa, mas ocaminho at l, mas que no momento de refletir sobre o encontro as vezes o mais marcante

    no foi o destino, mesmo porque as vezes no h um destino definido. Nesse sentido, o prprioencontro passa a ser uma expedio, temos o incio e uma possvel concluso, umadeterminado processo projetado, mas o que acontece cheio de imprevisibilidades edescobertas, seja na prpria experincia desenvolvida e/ou nas relaes na trade educadores-crianas-equipamento.

    Nessa experincia, no tnhamos de imediato o objetivo de obter um determinado produtoartstico e/ou contedos especficos, mas buscar uma experincia esttica ao despertar ossentidos, uma conscincia crtica a partir do que se vive.

    Pensando nos encontros mais especificamente, o se preparar para o encontro o caminho etodas as bandeiras encontradas, as minhas bandeiras dirias e as de ocasio; sejam elas amultido, a lentido, o rio sujo, e esperar a carona, o po de queijo, o cavalo sempre

    observando a rua no mesmo lugar... Tudo isso se torna preparao para um encontro.Encontro esse que nem sempre se tem um contedo especfico a passar, mas tratamos denutrir esteticamente quem participa, e nutrio esttica no se restringe a sempre trabalharcom elementos tcnicos especficos das linguagens artsticas ou separar o momento do brincardo momento produzir, na verdade essas coisas no so separadas se pensarmos em acordaros sentidos, mas esse encontro passa por trajeto(s), etapa(s) e traz consigo marcas(bandeiras), provoca sensaes e fascnios, evoca memrias, mexe com o imaginrio e trazcomparaes. Se quisermos que as crianas se sensibilizem e fiquem atentas ao mundo ao seredor para que possam ressignific-lo, temos ns que fazer esse exerccio diariamente.

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