Lição 2 - A Crise (Interna e Externa)
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Lição 2 03 de Outubro a 09 de Outubro
A Crise (Interna e Externa)Sábado à tarde
LEITURA PARA O ESTUDO DA SEMANA: Juízes 2:1-15; I Reis 12:26-31; II Crónicas 33:9 e 10; Jeremias 2:1-
28; 5:2 e 3.
VERSO ÁUREO: “Então Israel era santidade para o Senhor, e as primícias da sua novidade: todos os que o
devoravam eram tidos por culpados; o mal vinha sobre eles, diz o Senhor.” Jeremias 2:3.
SE PUDÉSSEMOS ESCOLHER UMA PALAVRA para descrever a condição humana desde a Queda, ela seria
“crise”, o alcance da qual pode melhor entender-se por aquilo que foi necessário para nos fazer sair dela:
a morte de Jesus na cruz. A crise tem de ser muito grave; afinal, vejam-se as medidas extremas
necessárias para a resolver.
Ao longo de toda a Bíblia, muitas histórias aconteceram, tendo por pano de fundo uma crise ou outra. A
situação durante o tempo de Jeremias e do seu ministério não foi diferente.
O povo de Deus confrontava-se com muitos desafios, tanto vindos de dentro como de fora. Infelizmente,
apesar da terrível ameaça militar por parte de potências estrangeiras, a maior crise, em muitos aspetos,
surgiu de dentro. De “dentro” significa não somente uma liderança e um sacerdócio corruptos, só por si já
bastante maus, mas significava também um povo cujo coração se tinha endurecido tanto e estava tão
destruído pelo pecado e pela apostasia que se recusava a atender às advertências que Deus lhe estava a
dirigir, advertências essas que o poderiam ter poupado ao desastre.
O pecado é suficientemente mau, mas, quando nos recusamos a abandoná-lo, então, trata-se de uma
verdadeira crise!
Ano Bíblico: Malaquias.
SOP: Conselhos aos Professores, Pais e Estudantes (Livro), O Conhecimento Essencial (Capítulo), (11)
Comentário
Quem é fiel no mínimo também é fiel no muito; e quem é injusto no mínimo também é injusto no
muito. Lucas 16:10.
O serviço ativo na causa de Deus está diretamente relacionado com os deveres comuns da vida, mesmo
as ocupações mais humildes. Devemos servir Deus exatamente onde Ele nos põe. A Ele é que cabe
colocar-nos individualmente, e não a nós. Talvez o serviço na vida doméstica seja o lugar que devamos
ocupar por algum tempo, se não sempre. Devemos, então, obter a preparação para este trabalho, a fim
de que façamos o melhor no serviço do Senhor.
O Senhor está a testar-nos e a provar-nos, para ver que espécie de madeira, ou que atributos, estamos a
pôr na construção do nosso caráter. Se somos apáticos e indiferentes, negligentes e descuidados, nos
pequeninos deveres de cada dia, nunca seremos hábeis em qualquer outro serviço para Deus. ... Quem é
infiel no mínimo, certamente repetirá essa infidelidade se o colocarem em altas posições de confiança,
dando-lhe maiores responsabilidades.
É subestimada a importância das coisas pequenas, justamente por serem pequenas; mas a influência das
pequeninas coisas para o bem ou para o mal é grande. Elas encerram uma boa parte da presente
disciplina da vida, para todo o ser humano. Fazem parte da preparação da alma, na santificação de todos
os nossos talentos para Deus. A fidelidade nas coisas pequenas, no que respeita ao dever, faz com que o
obreiro ao serviço de Deus reflita mais e mais a semelhança de Cristo. – Para Conhecê-l’O (Meditações
Matinais, 1965), p. 328.
Cada momento em que não estivermos vigilantes corremos o perigo de ser sitiados pelo inimigo e o
grande risco de sermos vencidos pelos poderes das trevas. Satanás ordena aos seus anjos que sejam
vigilantes e derrotem quantos puderem; que descubram os pecados persistentes e teimosos dos que
professam a verdade, e lancem trevas em torno deles, para que cessem de vigiar, adotem uma conduta
que desonre a Causa que professam amar e levem tristeza à Igreja. As almas desses desorientados e
desatentos tornam-se cada vez mais negras, e a luz do Céu desaparece deles. Não podem descobrir os
pecados que os assediam, e Satanás lança a sua rede sobre eles e são apanhados no laço.
Deus é a nossa força. D’Ele precisamos buscar sabedoria e direção, e tendo em vista a Sua glória, o bem
da Igreja e a salvação da nossa própria alma, precisamos de vencer os pecados que nos cercam.
Individualmente devemos procurar alcançar uma nova vitória cada dia. Temos de aprender a estar de pé
sozinhos e depender inteiramente de Deus. Quanto mais cedo aprendermos isto, melhor. Que cada um
descubra onde falha, e então vigie fielmente, a fim de que os seus pecados não o vençam, mas seja ele o
vitorioso. Então podemos confiar em Deus, e a Igreja será salva de grande angústia. – Primeiros Escritos,
p. 105.
Uma História BreveDomingo, 04 de Outubro.
Quando, finalmente, os Israelitas entraram na Terra Prometida, depois de anos de vagueação pelo
deserto, não tardou muito até que começassem os problemas. Tudo o que foi preciso foi o aparecimento
de uma nova geração, uma geração que “não conhecia ao Senhor” ( Juízes 2:10), e o iniciar de uma crise
espiritual que, em muitos aspetos, infetou a nação ao longo de toda a sua História. Este é um problema
que, na realidade, tem igualmente afetado a Igreja Cristã.
Leia Juízes 2:1-15. O que foi que provocou a crise, e de que maneira se tornou patente?
O versículo 11 diz: “Então fizeram os filhos de Israel o que parecia mal aos olhos do Senhor.” Cada
geração, uma após outra, ia-se afastando de Deus mais um passo, até que a nação passou a fazer
exatamente aquilo que o Senhor lhe tinha dito para não fazer. Devido ao pecado do povo, este enfrentou
crise após crise, mas, mesmo assim, o Senhor não desistiu dele. Enviou-lhes juízes (Juízes 2:16), que o
livravam dos seus males imediatos.
A seguir à era dos juízes, a nação entrou numa época de relativa paz e prosperidade, sob aquilo que tem
sido chamado “a Monarquia Unida”, a governação de Saul, David e Salomão, a qual durou cerca de cem
anos. Durante o governo de David e, depois, de Salomão, a nação cresceu até se tornar numa potência
regional.
Esses “bons” tempos, porém, não perduraram. Após a morte de Salomão (cerca de 931 a.C.), a nação
dividiu-se em duas fações, Israel, no Norte, e Judá, no Sul. Uma boa dose da culpa cabe à governação
desorientada de Salomão, o qual, apesar de toda a sua sabedoria, cometeu inumeráveis erros. “Há muito
que as tribos vinham a sofrer cruéis injustiças sob as medidas opressivas do governante anterior. A
extravagância do reinado de Salomão durante a sua apostasia tinha-o levado a lançar tributos
pesadíssimos sobre o povo e a requerer dele muito trabalho servil.” – Ellen G. White, Profetas e Reis, p.
60, ed. P. SerVir. As coisas nunca mais voltaram a ser as mesmas para a nação escolhida de Deus. Tudo
aquilo que o Senhor os advertira a não fazer, eles fizeram, e, por isso, colheram as dolorosas
consequências.
Pensemos no problema da geração seguinte que deixou de ter os valores e as crenças da geração
antecedente. De que maneira temos nós, como Igreja, lidado com esta questão? Como é que
podemos aprender a transmitir os nossos valores àqueles que vêm depois de nós?
Comentário
Deus tinha colocado o Seu povo em Canaã como uma poderosa defesa, para deter a onda da
imoralidade, para que esta não inundasse o mundo. O plano de Deus era que, ao ser-Lhe fiel, Israel
avançasse de vitória em vitória.
Ele daria nas suas mãos nações maiores e mais poderosas do que os cananeus. A promessa era: “Se
diligentemente guardardes todos estes mandamentos que vos ordeno … também o Senhor de diante de
vós lançará fora todas as nações, e possuireis nações maiores e mais poderosas do que vós. Todo o lugar
que pisar a planta do vosso pé será vosso; desde o deserto, e desde o Líbano, desde o rio, o rio Eufrates,
até o mar ocidental, será o vosso termo. Ninguém subsistirá diante de vós; o Senhor vosso Deus porá
sobre toda a terra que pisardes o vosso terror e o vosso temor, como já vos tem dito.” Deut. 11:22-25.
Mas, sem consideração para com o seu alto destino, preferiram o caminho da comodidade e da
condescendência própria, deixando escapar a oportunidade de terminar a conquista da terra, e durante
muitas gerações foram afligidos pelos descendentes desses povos idólatras, que, conforme predissera o
profeta, eram como “espinhos nos olhos”, e como “aguilhões no corpo”. Núm. 33:55. – Patriarcas e
Profetas, p. 500 (Ed. P. SerVir).
Fiquei pasmada diante da misericórdia de Deus e do Seu cuidado pelo Seu povo ao dar-lhes tantas
advertências, apontando-lhes os perigos e apresentando-lhes a posição elevada que deseja ver ocupada
por eles. Se eles se conservassem no Seu amor, separando-se totalmente do mundo, Ele faria repousar
sobre eles a Sua bênção particular e resplandecer a luz divina ao seu redor. A influência deles para o bem
poderia sentir-se em todos os ramos da obra e em todos os campos de evangelização. Se, porém,
deixarem de corresponder ao pensamento de Deus, se continuarem a ter uma compreensão tão
acanhada do caráter exaltado da obra como tiveram no passado, a sua influência e o seu exemplo darão
provas de ser uma terrível maldição. Eles farão mal e só mal. O sangue de almas preciosas será
encontrado nas suas vestes.
Os testemunhos de advertência têm sido repetidos. Eu pergunto: Quem lhes tem dado atenção? Quem
tem sido zeloso arrependendo-se dos seus pecados e idolatria, prosseguindo fervorosamente para o
“prémio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus”? Filipenses 3:14. Quem revelou a obra interior do
Espírito, que conduz à abnegação e humilde sacrifício próprio? Quem é que, tendo sido advertido e
separando-se tanto do mundo, das suas afeições e concupiscências, tem mostrado crescimento diário na
graça e no conhecimento do nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo? Quem podemos encontrar dentre os
membros ativos, que sinta a responsabilidade pela igreja? A quem podemos ver que Deus esteja a usar
especialmente para elevar o padrão e edificar a Igreja segundo o mesmo, que pode provar o Senhor e ver
se Ele não derramará uma bênção sobre eles?
Tenho aguardado ansiosamente, esperando que Deus derrame o Seu Espírito sobre alguns e os use
como instrumentos de justiça para despertar e colocar em ordem a Sua igreja. Tenho quase me
desesperado ao ver, ano após ano, um maior afastamento daquela simplicidade que Deus me mostrou
que deve caracterizar a vida dos Seus seguidores. Tem havido cada vez menos interesse na causa de
Deus e na dedicação a ela. Pergunto eu: Até que ponto aqueles que professam confiança nos
testemunhos têm procurado viver de acordo com a luz concedida através deles? Até que ponto têm eles
considerado as advertências dadas? Até que ponto têm eles acatado as instruções recebidas? –
Testemunhos Para a Igreja, vol. 2, pp. 483 e 484.
Os Dois ReinosSegunda, 05 de Outubro.
A seguir à divisão da nação, as coisas foram indo de mal a pior. No reino do Norte, o rei Jeroboão fez
algumas escolhas espirituais terríveis, as quais tiveram um perdurável impacto para o mal.
Leia I Reis 12:26-31. O que deve isto dizer-nos sobre como as circunstâncias imediatas conseguem
cegar tanto o nosso discernimento?
A introdução de um culto idólatra, posto em prática pelo rei, contribuiu para lançar a nação num
percurso desastroso. “A apostasia introduzida durante o reinado de Jeroboão tornou-se cada vez mais
acentuada, até que finalmente resultou em ruína total do reino de Israel.” – Ellen G. White, Profetas e
Reis, p. 71, ed. P. SerVir. Em 722 a.C., Salmanasar, rei da Assíria, pôs um fim ao país e deportou os seus
habitantes para diferentes partes do seu Império (ver II Reis 17:1-7). Não houve como voltar atrás
daquele Exílio. Durante algum tempo, Israel desapareceu da História.
As coisas não estavam assim tão más no reino do Sul, pelo menos por um tempo. No entanto, também
não estavam assim tão bem e, tal como sucedera com o reino do Norte, o Senhor procurou poupar o
povo à calamidade que confrontou tal reino, só que, desta vez, devido à ameaça da Babilónia.
Infelizmente, Judá teve uma série de reis, com raras exceções, que continuaram a dirigir a nação para
uma apostasia mais profunda.
O que é que estes versículos nos dizem a respeito do reinado de alguns dos reis de Judá? II Cró.
33:9 e 10, 21-23; II Reis 24:8 e 9, 18 e 19.
Apesar de toda aquela terrível liderança, muitos dos livros proféticos da Bíblia, incluindo o de Jeremias,
são palavras dos profetas a quem Deus enviou ao Seu povo numa tentativa de o afastar do pecado e da
apostasia que estava a corroer o coração da nação. Deus não iria desistir do Seu povo, sem lhe dar
tempo e oportunidades suficientes para que se afastasse dos maus caminhos e fosse poupado ao
desastre que o seu pecado iria, inevitavelmente, provocar.
É muito difícil afastarmo-nos da nossa cultura e do nosso ambiente próprios e olharmos para nós
mesmos objetivamente. De facto, é mesmo impossível. Por que razão, então, devemos
constantemente comprovar a nossa vida perante o padrão da Bíblia? Que outro padrão temos
nós?
Ano Bíblico: Mateus 1-4.
Comentário
Foram dadas muitas oportunidades aos transgressores para se arrependerem. Na hora da sua mais
profunda apostasia e maior necessidade, a mensagem de Deus para eles foi uma mensagem de perdão
e esperança. “Para tua perda, ó Israel”, declarou Ele, “tu te rebelaste contra mim, contra o teu Ajudador.
Onde está agora o teu rei, para que te guarde?” Ose. 13:9 e 10.
“Vinde, tornemos para o Senhor”, suplicava o profeta, “porque ele despedaçou, e nos sarará; fez a ferida,
e a ligará”. Ose. 6:1-3.
Aos que tinham perdido de vista o plano dos séculos para a salvação dos pecadores iludidos pelo poder
de Satanás, o Senhor ofereceu restauração e paz. “Então curar-vos-ei da idolatria e da infidelidade; o meu
amor não terá limites”, disse o Senhor, “a minha ira desaparecerá para sempre! Refrescarei Israel como o
faz o orvalho que cai dos céus; florescerá como o lírio e aprofundará as suas raízes tal como os cedros do
Líbano. Os seus ramos estender-se-ão; serão como os das belas oliveiras; o seu odor será como o das
florestas do Líbano. O seu povo regressará do exílio longínquo onde se encontrava e virá descansar sob a
minha sombra. Tornar-se-ão como um jardim bem regado; florescerão como vinhas, terão o fragor do
vinho do Líbano. Ó Efraim! Afasta-te dos ídolos! Eu estou vivo e sou forte! Olho por ti e cuidarei de ti. Sou
como uma árvore sempre verde, dando-te os meus frutos todo o ano”. Ose. 14:4-9.
De geração em geração o Senhor tinha tratado pacientemente os Seus filhos desviados; e mesmo agora,
perante uma ousada rebelião, ainda ansiava por Se lhes revelar como estando desejoso de os salvar. –
Profetas e Reis, pp. 189 e 190 (Ed. P. SerVir).
Agora não estamos a combater contra a carne e o sangue, mas contra os principados e as potestades e
as hostes espirituais da maldade, nos lugares celestiais. O Senhor quer estimular-nos a olhar para Ele
como a fonte de toda a nossa força, aquele que é capaz de nos ajudar. Podemos olhar para os homens, e
eles dar-nos-ão conselho, e todavia este pode ser derrotado; mas quando o Deus de Israel empreende
uma obra por nós, torná-la-á um sucesso. Queremos saber se estamos de bem com Deus; se não
estivermos bem perante Ele, então queremos fazer um esforço sincero para passar a estar em boas
relações com Ele. Nós mesmos temos de fazer alguma coisa individualmente. Não devemos arriscar o
nosso interesse eterno com base em conjeturas. Devemos esclarecer tudo; devemos seguir os requisitos
de Deus, e então esperar que Deus atue com os nossos esforços. II Crónicas 20:15. Deus atua em nós
através da luz da Sua verdade. Devemos ser obedientes a todos os Seus mandamentos. – Comentários
de Ellen G. White, The SDA Bible Commentary, vol. 3, p. 1132.
Dois MalesTerça, 06 de Outubro.
Foi contra este pano de fundo que o jovem Jeremias começou o seu ministério profético. “A palavra do
Senhor” veio até ele, e ele anunciou-a com a esperança de que o povo, se prestasse atenção a essas
palavras, fosse poupado à ruína que, de outra forma, iria certamente sobrevir.
Leia Jeremias 2:1-28 e responda às seguintes perguntas:
Que promessas tinha Deus feito à nação quando esta era fiel? (Ver vv. 2 e 3.)
O que andavam alguns dos sacerdotes, pastores e profetas a fazer que era pecaminoso? (Ver v. 8.)
Em que aspetos terríveis estava o povo a enganar-se a si próprio no que dizia respeito à sua
verdadeira condição espiritual? (Ver vv. 23 e 24.)
Embora a nação tivesse vivido a experiência de alguma reforma espiritual sob a liderança de Ezequias e
de Josias, o povo voltou aos seus velhos caminhos e caiu numa mais grave apostasia. Tal como fez ao
longo de todo o seu ministério, Jeremias pronunciou-se na ocasião em termos muito claros quanto ao
que estava a ocorrer.
Particularmente interessantes são as suas palavras em Jeremias 2:13. As pessoas tinham cometido dois
males: voltaram as costas ao Senhor, a fonte de águas vivas, e, em resultado disso, andavam a cavar para
si cisternas rotas que, naturalmente, não conseguiam reter água alguma. Por outras palavras, tendo
abandonado o Senhor, tinham perdido tudo. Estas palavras tornam-se ainda mais significativas à luz
daquilo que Jesus proferiu em João 4:10.
Em Jeremias 2:5, o Senhor dissera que o povo tinha ido atrás de “vaidade” e, consequentemente,
tinha-se tornado “leviano”. A palavra hebraica para ambos os termos tem a mesma raiz hebraica
(hbl) que é utilizada em Eclesiastes, e é frequentemente traduzida por “vaidade”. Também
significa “um vapor” ou “sopro”. De que modo o andar atrás de vaidades – coisas que não valem
nada – nos torna “levianos”? O que significa isto? Até que ponto este conceito nos ajuda a
compreender aqueles que, por vezes, se sentem como se a sua vida não tivesse sentido ou não
valesse coisa alguma? Qual é a resposta para estas pessoas?
Ano Bíblico: Mateus 5-7.
Comentário
Deus tirou os Israelitas do Egito para os poder estabelecer na terra de Canaã como um povo puro, santo
e feliz. Para a realização deste objetivo, sujeitou-os a um processo de disciplina, tanto para o seu bem
como para o bem da sua posteridade. Se tivessem estado dispostos a vencer o apetite, em obediência às
Suas sábias restrições, a fraqueza e a doença teriam sido desconhecidas entre eles. Os seus
descendentes teriam tido força, tanto física como mental. Teriam tido clara perceção da verdade e do
dever, discernimento claro e uma sã capacidade de ajuizar. Mas a sua falta de vontade para se sujeitarem
às restrições e ordens de Deus impediu-os, em grande parte, de alcançar a elevada norma que desejava
que atingissem, bem como de receber as bênçãos que estava pronto para lhes conceder. – Patriarcas e
Profetas, p. 335 (Ed. P. SerVir).
Os sacerdotes e os príncipes fixaram-se na rotina das cerimónias. Satisfizeram-se com uma religião
legalista, tornando impossível transmitir aos outros as vivificantes verdades do Céu. Consideravam que
bastava a sua própria justiça e não queriam que nenhum elemento novo se intrometesse na sua religião.
A boa vontade de Deus para com os homens não era aceite por eles como algo à parte deles próprios,
mas relacionavam-na com os seus próprios méritos por causa das suas boas obras. A fé que atua por
amor e purifica a alma não tinha lugar na união com a religião dos fariseus, feita de cerimónias e
obrigações humanas. – Atos dos Apóstolos, p. 12 (Ed. P. SerVir).
Por intermédio de Moisés o Senhor expôs ao povo as consequências da infidelidade. Ao recusar manter o
Seu pacto, segregar-se-iam da vida de Deus, e as Suas bênçãos não poderiam descer sobre eles. “Guarda-
te”, disse Moisés, “para que te não esqueças do Senhor, teu Deus, não guardando os seus mandamentos,
e os seus juízos, e os seus estatutos, que hoje te ordeno; para que, porventura, havendo tu comido, e
estando farto, e havendo edificado boas casas, e habitando-as, e se tiverem aumentado as tuas vacas e
as tuas ovelhas, e se acrescentar a prata e o ouro, e se multiplicar tudo quanto tens, se não eleve o teu
coração, e te esqueças do Senhor, teu Deus. ... E não digas no teu coração: A minha força e a fortaleza do
meu braço me adquiriram este poder. Será, porém, que, se, de qualquer sorte, te esqueceres do Senhor,
teu Deus, e se ouvires outros deuses, e os servires, e te inclinares perante eles, hoje eu protesto contra
vós que certamente perecereis”. Deuteronómio 8:11-14, 17, 19 e 20.
A advertência não foi atendida pelo povo judeu. Esqueceram-se de Deus, e perderam de vista o alto
privilégio como Seus representantes. As bênçãos que receberam não reverteram em bênçãos para o
mundo. Todas as prerrogativas foram usadas para a glorificação própria. Roubaram a Deus o serviço que
deles requeria, e roubaram aos seus semelhantes a direção religiosa e o santo exemplo. Como os
habitantes do mundo antediluviano, seguiam toda a imaginação do seu coração mau. Assim faziam as
coisas sagradas parecerem uma farsa, dizendo: “Templo do Senhor, templo do Senhor, templo do Senhor
é este” ( Jeremias 7:4), ao passo que representavam falsamente o caráter de Deus, desonrando-Lhe o
nome, e poluindo o Seu santuário. – Parábolas de Jesus, p. 291.
A Ameaça BabilónicaQuarta, 07 de Outubro.
O pano de fundo dos acontecimentos políticos que moldaram o ministério de Jeremias está, até certo
ponto, perdido para a História. Isto é, há muitos pormenores que não estão acessíveis. Contudo, temos,
de facto, na Bíblia (e com o contributo de algumas descobertas arqueológicas), informação mais do que
suficiente para se obter um quadro geral daquilo que teve lugar. Embora, de um ponto de vista humano,
parecesse que ninguém estava no controlo quando estas nações se combatiam por terras, poder e
hegemonia, a Bíblia ensina-nos algo diferente.
Leia Jeremias 27:6. Que conclusões devemos retirar disto?
O pequeno reino de Judá, nos primeiros anos do ministério de Jeremias, tinha sido apanhado no meio
das batalhas entre Babilónia, o Egito e o poderio decadente da Assíria. Com o declínio do império assírio,
nos finais do século VII a.C., o Egito tentou recuperar o poder e o domínio naquela região. Contudo, na
batalha de Carquémis, em 605 a.C., o Egito foi esmagado e Babilónia tornou-se na nova potência
mundial.
Esta nova potência fez de Judá um estado vassalo. Joaquim, o rei de Judá, só conseguiria estabilizar o país
jurando aliança ao rei babilónico. Muitos no país, porém, não alinhavam nisso; preferiam lutar e
libertarem-se dos Babilónios, embora não fosse isso o que o Senhor tencionava que eles fizessem. Pelo
contrário, Deus estava a usar Babilónia especificamente como um meio de castigar a nação por causa da
sua apostasia.
Leia Jeremias 25:8-12. Qual foi a mensagem que Jeremias dirigiu ao povo de Judá?
Vez após vez, Jeremias avisou o povo sobre o que aconteceria por causa dos seus pecados, e, vez após
vez, muitos dos dirigentes políticos e religiosos recusaram-se a atender a esses avisos, acreditando, em
vez disso, naquilo em que queriam acreditar, que era a ideia de que o Senhor os pouparia. Afinal de
contas, não eram eles o povo especialmente chamado por Deus?
Quando foi a última vez que acreditou naquilo em que queria acreditar, independentemente de
quão obviamente errada essa crença tenha acabado por se revelar? Que lições aprendeu para que
não volte a acontecer a mesma coisa?
Ano Bíblico: Mateus 8-10.
Comentário
Poucos anos depois, este terrível juízo cairia sobre Jeoaquim. Mas antes, o Senhor, na Sua misericórdia,
informou a impenitente nação do Seu decidido propósito. No quarto ano do reinado de Jeoaquim, “falou
o profeta Jeremias a todo o povo de Judá, e a todos os habitantes de Jerusalém”, ressaltando o facto de
que durante mais de vinte anos, “desde o ano treze de Josias... até este dia” ( Jer. 25:2 e 3), ele tinha dado
testemunho do desejo de Deus para salvar, mas que as suas mensagens tinham sido desprezadas. E
agora a palavra do Senhor para eles era:
“Por isso declara o Senhor, todo-poderoso: Uma vez que não quiseram dar-me ouvidos, vou fazer vir os
povos do norte e o meu servo Nabucodonosor, rei de Babilónia. Vou trazê-los para que entrem em
guerra com Judá, com os seus habitantes, e com as nações vizinhas. Vou destruir este país e os seus
vizinhos, e deixá-los em ruínas para sempre. Será um espetáculo terrível! Palavra do Senhor! Farei com
que deixem de se ouvir os gritos de alegria e o som festivo dos seus banquetes de casamento. Não terão
óleo para as lâmpadas, nem a mó voltará a moer mais trigo. Todo o país será deixado em ruínas,
totalmente deserto; as nações que o rodeiam estarão sujeitas ao rei da Babilónia, durante setenta anos.”
Jer. 25:8-11. – Profetas e Reis, p. 286 (Ed. P. SerVir).
O castigo mínimo que um Deus misericordioso podia infligir a um povo tão rebelde era a submissão ao
rei de Babilónia. Mas, se se revoltassem contra o Seu decreto de servidão, experimentariam plenamente
o rigor dos Seus castigos. – Profetas e Reis, p. 295 (Ed. P. SerVir).
Até ao fim do tempo levantar-se-ão homens para criar confusão e revolta entre o povo que professa
obedecer à lei de Deus. Tão certo como o juízo divino recaiu sobre os falsos profetas nos dias de
Jeremias, também certamente os maus obreiros da atualidade receberão na mesma medida a
retribuição, pois o Senhor não mudou. Os que profetizam mentiras encorajam os homens a que olhem
para o pecado como uma coisa sem importância. Quando os terríveis resultados das suas más ações
forem evidentes, procurarão, se possível, fazer com que aqueles que fielmente os têm advertido sejam
considerados como responsáveis pelas suas dificuldades, exatamente como os Judeus acusaram
Jeremias de ser o responsável pelas suas desgraças.
Aqueles que seguem uma atitude de rebelião contra o Senhor podem sempre encontrar falsos profetas
que os justificarão nos seus atos e os lisonjearão para sua destruição. Palavras mentirosas geralmente
fazem muitos amigos, como no caso de Acabe e Zedequias. No seu pretenso zelo por Deus, estes falsos
profetas encontravam muito mais pessoas que criam neles e os seguiam, do que o verdadeiro profeta
que apresentava a mensagem simples do Senhor. – Comentários de Ellen G. White, The SAD Bible
Commentary, vol. 3, p. 1158.
Juramentos FalsosQuinta, 08 de Outubro.
Em Jeremias 5:1, o Senhor diz ao povo que percorra as ruas da cidade e veja se acham “alguém, ou se há
um homem que pratique a justiça ou busque a verdade; e eu lhe perdoarei [a Jerusalém]”. Isto traz à
mente duas histórias. Uma é a de um antigo filósofo grego do quarto século a.C., chamado Diógenes,
que, segundo a lenda, costumava andar pelo mercado com uma lanterna acesa à luz do dia, afirmando
que andava à procura de um homem honesto. A outra história, a qual sabemos naturalmente que é
verdadeira, é a de Deus a falar com Abraão, dizendo-lhe que, se Ele encontrasse 50 homens justos (pouco
depois chegou aos 10), não destruiria a cidade.
A questão, porém, nestas palavras do Senhor, reveladas por intermédio de Jeremias, era evidenciar como
a apostasia e o pecado entre o Seu povo se tinham generalizado. Não havia ninguém que praticasse a
justiça e procurasse a verdade?
Leia Jeremias 5:2 e 3. O que é dito nesta passagem que mostra como as coisas se estavam
realmente a tornar más? (Ver Lev. 19:12.)
Estes versículos salientam um ponto que aparece ao longo de todo o livro. Por muito profundamente que
a nação tivesse caído, muitas das pessoas acreditavam que continuavam a seguir fielmente o Senhor!
Pronunciavam o Seu nome, mas faziam-no “falsamente”, em vez de “na verdade, no juízo e na justiça”
(Jer. 4:2), conforme o Senhor lhes ordenara. As pessoas não davam ouvidos aos avisos vindos de Deus,
mas prosseguiam com a sua vida e com as suas práticas religiosas como se tudo estivesse bem entre elas
e Deus, quando, de facto, nada estava bem entre eles.
A profundidade do seu engano pode perceber-se em Jeremias 7:4, quando as pessoas se animavam com
estas palavras: “Templo do Senhor, templo do Senhor, templo do Senhor é este” (hekhal yhwh, hekhal
yhwh, hekhal yhwh hemma), como se o terem o templo consigo fosse tudo aquilo que precisavam de ter
a fim de garantirem que tudo correria bem entre si. Uma coisa é sabermos que nos encontramos numa
crise; mas quando estamos numa crise e não o sabemos, a situação é ainda pior.
Com toda a maravilhosa verdade que nos foi dada como Adventistas do Sétimo Dia, como
podemos assegurar-nos de que não caímos num engano semelhante de acreditar que o nosso
chamado peculiar é, em si, o suficiente para nos salvar?
Ano Bíblico: Mateus 11-13.
Comentário
Através da parábola do semeador, Cristo descreve os diversos resultados da semeadura como
dependentes do solo. O semeador e as sementes são em cada caso os mesmos. Desta maneira ensina-
nos que se a Palavra de Deus não executar a sua obra no nosso coração e vida, devemos em nós
mesmos procurar a razão disto. Mas o resultado não está além do nosso controlo. É certo que não
podemos transformar-nos, mas temos o poder de escolha, e depende de nós o que queremos ser. Os
ouvintes comparados com o caminho, ou com os pedregais ou com o chão cheio de espinhos não
precisam de permanecer assim. O Espírito de Deus procura continuamente quebrar o encantamento da
arrogância que mantém os homens absortos em coisas mundanas, e despertar anelo pelo tesouro
imperecível. Resistindo os homens ao Espírito, tornam-se desatentos ou negligentes para com a Palavra
de Deus. Eles mesmos são responsáveis pelo endurecimento do coração, que impede a boa semente de
enraizar-se, e pelas ervas daninhas que lhe reprimem o desenvolvimento.
O jardim do coração precisa de ser cultivado. O solo precisa de ser sulcado pelo profundo
arrependimento. As plantas venenosas e diabólicas devem ser arrancadas. O terreno, uma vez coberto
de espinhos, só pode ser reconquistado por diligente trabalho. Assim, as más tendências do coração
natural só podem ser vencidas por um sincero esforço em nome de Jesus e pela Sua virtude. O Senhor
ordena-nos pelos profetas: “Lavrai para vós o campo de lavoura e não semeeis entre espinhos.” Jeremias
4:3. “Semeai para vós em justiça, ceifai segundo a misericórdia.” Oseias 10:12. Ele deseja realizar esta
obra para nós e pede-nos cooperação. – Parábolas de Jesus, p. 56.
Convém-nos considerar o que sobrevirá brevemente à Terra. Não estamos em tempo de frivolidades ou
de andar em busca dos próprios interesses. Caso os tempos em que vivemos deixem de impressionar
seriamente o nosso espírito, o que nos pode atingir? Não pedem as Escrituras uma obra mais pura e
santa do que já nos foi dado ver? – Mensagens Escolhidas, vol. 2, p. 400.
Ao nos aproximarmos do tempo em que os principados e potestades e hostes espirituais da maldade
nos lugares celestiais serão levados à luta contra a verdade, quando o poder enganador de Satanás será
tão grande que, se possível, enganaria até os escolhidos, cumpre-nos ter o discernimento aguçado pela
iluminação divina, para que possamos conhecer o espírito que é de Deus, para não sermos ignorantes
dos ardis de Satanás. O esforço humano precisa de se aliar ao poder divino, a fim de sermos capazes de
realizar a obra finalizadora para este tempo. – Mensagens Escolhidas, vol. 2, p. 15.
Sexta, 09 de Outubro.
ESTUDO ADICIONAL: “Não fareis conforme a tudo o que hoje fizemos aqui, cada qual tudo o que bem
parece aos seus olhos” (Deut. 12:8). “Quando ouvires a voz do Senhor, teu Deus, para guardares todos os
seus mandamentos, que hoje te ordeno, para fazeres o que for reto aos olhos do Senhor, teu Deus”
(Deut. 13:18). “Naqueles dias não havia rei em Israel; cada um fazia o que parecia direito aos seus olhos”
(Juízes 17:6; 21:25).
Há nestes versículos um contraste fundamentalmente importante, sobretudo nesta época e nestes dias
em que muita gente se revolta contra a ideia de lhe ser dito por uma autoridade de fora aquilo que deve
fazer, ou de lhe ser dito aquilo que é certo e errado. No entanto, pode ver-se aqui uma distinção clara
entre estes dois pontos de vista. Num, as pessoas fazem o que quer que considerem ser “certo” aos seus
próprios olhos; no outro, as pessoas devem fazer o que é certo aos “olhos do Senhor, teu Deus”. O
problema com a primeira posição é que, frequentemente na História, aquilo que é “certo” aos olhos de
alguém é errado aos olhos de Deus. Esta é a razão por que devemos submeter tudo, mesmo a nossa
própria consciência, à Palavra de Deus.
PERGUNTAS PARA REFLEXÃO:
Quais são alguns exemplos, em que consegue pensar, de pessoas “boas” que fizeram coisas muito
más, embora pensassem na altura que aquilo que estavam a fazer era certo? Muitas culturas, hoje
em dia, olham horrorizadas para aquilo que, no passado, foi considerado uma prática vulgar. Que
lições podemos retirar disto para nós mesmos, nos dias de hoje, quanto à razão por que não
somente precisamos de ser submissos ao ensino da Bíblia, mas precisamos igualmente de ser
cautelosos na maneira como interpretamos a Bíblia? Isto é particularmente importante quando
compreendemos que, nalguns casos, algumas das coisas “más” que foram feitas foram-no por
aqueles que acreditavam poder justificar os seus atos pela Bíblia. O que nos deve isto dizer sobre
como os Dez Mandamentos necessitam de ser basilares e fundamentais em todas as nossas
crenças?
Ao estudarmos, durante este trimestre, o livro de Jeremias, tenhamos em mente a ideia de que,
apesar de avisos atrás de avisos, as pessoas acreditavam que estavam bem com Deus. O que é que
as poderá ter levado a estar tão enganadas a respeito da sua verdadeira condição? Que mensagem
deve isto ter também para nós?
Ano Bíblico: Mateus 14-16.
Comentários de EGW: Leitura Adicional
O Lar Adventista, p. 327.
ModeradorTexto-Chave: Jeremias 2:1-28.
Com o Estudo desta Lição, o Membro da Unidade de Ação Vai:
Aprender: A história de Israel desde o Êxodo até ao tempo de Jeremias (cerca de 800 anos) e identificar o
tema recorrente na crescente apostasia de Israel.
Sentir: Ser sensível à triste realidade da repetição da História, e maravilhar-se com a graça alargada da
parte de Deus e manifestada a muitas gerações.
Fazer: Resolver olhar seriamente para os padrões que se revelam na sua vida pessoal e tomar a decisão
de seguir o que é certo aos olhos de Deus.
Esboço da Aprendizagem:
I. Aprender: Uma História de Apostasia.
A. Mencione alguns dos momentos sombrios da história de Israel, os quais determinaram a direção no
sentido da apostasia.
B. Quais foram os denominadores comuns na história de Israel, os quais acabaram por conduzir à crise
do exílio babilónico?
II. Sentir: Uma Triste Realidade.
A. Como nos sentimos quando alguém nos dececiona vez após vez? Como é que Deus Se deve ter
sentido?
B. Qual é a nossa reação ao sermos sacudidos por um Deus que, no fim, passará da graça para o
julgamento? Por que razão uma tal ação da parte de Deus é, por vezes, necessária em nosso favor?
III. Fazer: Padrões da Nossa Vida.
A. De que modo podemos evitar os pontos negros na nossa própria vida, os quais nos impedem de
vermos a nossa própria realidade espiritual?
B. De que modo podemos aprender com a História e separarmo-nos do ciclo das tristes repetições?
Sumário:
A mensagem de Jeremias abordou uma crise que acabou por levar ao exílio babilónico. Contudo, essa
crise esteve em formação durante séculos de graça prolongada, e foi fomentada por uma crescente
apostasia que surgiu mediante a sobreposição das escolhas próprias de cada pessoa aos caminhos de
Deus.
CICLO DA APRENDIZAGEM
1º PASSO – MOTIVAR!
Realce da Escritura: Jeremias 2:4-8.
Conceito-Chave para Crescimento Espiritual: Deus tem uma visão espiritual da História e da nossa
própria vida. Podemos aprender com a triste história de Israel, a qual levou à crise do exílio babilónico. A
experiência daquele povo devia ajudar-nos a tomar a decisão certa de não suprimir a verdade em troca
de qualquer tipo de religião substituta (a qual é realmente idolatria).
Só para o Dinamizador: “Nada temos que recear quanto ao futuro, a menos que esqueçamos a maneira
em que o Senhor nos tem guiado, e os ensinos que nos ministrou no passado.” – Ellen G. White,
Mensagens Escolhidas III, p. 162. Um olhar sobre a história de Israel, entre o Êxodo e o Exílio, revela como
as lições da História foram esquecidas, vez após vez, de tal modo que, finalmente, o futuro, tal como
proclamado pelo profeta Jeremias, se apresentava muito sombrio. Anime cada membro a considerar a
sua história individual, bem como a história da nossa Igreja, a fim de verem onde é que as coisas
correram mal (ou bem), e o que é que se poderia aprender com isso.
Debate Introdutório: A história do rei Omri (885-874 a.C.) no Velho Testamento apresenta um caso
interessante para o estudo a respeito da perspetiva de Deus quanto à História. São 13 breves versículos
dedicados à vida deste rei infiel, os quais culminam neste sumário solene: “E fez Omri o que parecia mal
aos olhos do Senhor; e fez pior do que todos quantos foram antes dele.” I Reis 16:25.
Contudo, se olharmos para a arqueologia e para a literatura extra-bíblica, surge um quadro diferente. Ele
é mencionado na Estela Mesha (840 a.C.) como rei em Israel e também no Obelisco Negro (827 a.C.), que
descreve em texto e em imagem como “Jeú, filho de Omri” está a pagar tributo a um rei assírio. Um
século mais tarde, a um outro rei assírio, em duas inscrições diferentes, é atribuído o título de
“Conquistador de Samaria e de toda a terra da dinastia de Omri”. Tudo isto significa que o reino de Israel,
no Norte, durante aproximadamente cento e cinquenta anos esteve associado ao nome de Omri. Numa
perspetiva política internacional, Omri foi uma pessoa importante; no entanto, na perspetiva de Deus, ele
não mereceu muita atenção.
Analise as lições amargas da história de Israel, as quais são representadas no estudo deste caso
particular, colocando esta pergunta: O que é que correu mal, se reis idólatras se puderam tornar
dirigentes políticos reconhecidos?
2º PASSO – ANALISAR!
Só para o Dinamizador: A mensagem que Jeremias recebeu não surgiu de uma situação momentânea,
mas foi, sim, o culminar de uma longa história de crescente apostasia, a qual, finalmente, levou à
proclamação do castigo, proclamação essa que coube como tarefa a Jeremias. É importante ilustrar junto
da Unidade de Ação o longo processo histórico, entre o Êxodo e o Exílio, o qual foi caracterizado pela
graça de Deus e as Suas inúmeras tentativas de disciplinar Israel.
COMENTÁRIO BÍBLICO
Jeremias 2 é o ponto central do estudo desta semana. Contudo, o capítulo refere-se a acontecimentos da
história de Israel que recuam até ao Êxodo, explicando como Israel se envolveu numa situação de crise
que precedeu o exílio babilónico.
I. Religião Substituta
(Recapitule com a Unidade de Ação Jeremias 2:1-19; I Reis 12:26-31.)
Uma grande porção de história triste está por detrás da iminente crise sobre a qual Jeremias devia
profetizar. O primitivo estatuto de Israel como “santidade para o Senhor” ( Jer. 2:3), quando Ele os trouxe
para fora do Egito, perdeu-se muito depressa depois de Deus introduzir o povo em Canaã, e depois de
um tempo em que “os profetas profetizaram por Baal” (v. 8). O problema foi que Israel escolheu, uma vez
após outra, uma religião substitua acima da religião verdadeira. O pecado de Jeroboão, na construção de
um santuário alternativo em Belém e Dan, a seguir à divisão do reino, após a morte de Salomão, em 930
a.C. (I Reis 12:26-31, é um exemplo daquele procedimento.
Foi uma decisão política e religiosa, deliberadamente destinada a estabelecer um santuário alternativo e
um sistema religioso que evitassem que os Israelitas do Norte fossem até Jerusalém para as festas
anuais. É interessante que os “pecados de Jeroboão” se tornaram na expressão usual para descrever a
apostasia das tribos do Norte durante os 200 anos seguintes, até à destruição de Samaria, em 722 a.C.,
pelos exércitos assírios (comparar com II Reis 17:22). Jeremias utiliza uma imagem interessante para
ilustrar o duplo pecado de Israel ( Jer. 2:13): a substituição de Deus como “manancial de águas vivas” por
“cisternas rotas”. Algumas escavações arqueológicas têm frequentemente encontrado cisternas
escavadas na rocha e revestidas, por dentro, com reboco. Eram normalmente utilizadas para recolher e
conservar a água da chuva. No entanto, era frequente a água ficar estagnada, pelo que o reboco no
interior das cisternas criava fendas por onde a água desaparecia.
A ilustração demonstra o contraste entre a verdadeira religião e a substituta, entre a provisão de vida
oferecida por Deus (o versículo 13 salienta literalmente “águas vivas”) e as imitações criadas pelos
homens. Quando tentamos cavar as nossas próprias cisternas para preservar um tipo de água diferente
do que Deus provê, isso é um exercício destinado ao fracasso logo desde o início. Teologicamente, poder-
se-á falar do contraste entre a justiça pela fé em Deus e a justiça pelas nossas próprias obras.
Pense Nisto: Que perigo há de cometermos hoje o duplo pecado de Israel e de nos entretermos com
uma religião falsa, em vez de aceitarmos a religião verdadeira e viva?
II. Onde Estão os Teus Deuses?
(Recapitule com a Unidade de Ação Jeremias 2:20-28.)
É interessante que a natureza de uma religião substituta é tal que não provê qualquer salvação genuína
em tempos de crise. Há uma série de imagens que ilustram este ponto, referindo, de alguma forma, a
prostituição espiritual (“andas-te encurvando e corrompendo”, versículo 20). A “vide excelente” que se
torna “uma planta degenerada” (v. 21) lembra-nos o Cântico da Vinha (Isa. 5:1-7), mas Jeremias vai um
passo mais além. Em Isaías, as videiras produzem maus frutos (injustiça, derramamento de sangue, etc.);
aqui tornam-se “degeneradas” (do hebraico nokriyah), um termo que é frequentemente usado, referindo-
se a prostitutas que, nos tempos do Velho Testamento, eram habitualmente associadas a mulheres
estrangeiras (comparar com Prov. 2:16). Uma “dromedária ligeira” (v. 23), que se solta, e uma “jumenta
montês” (vv. 24 e 25), no seu cio, são metáforas que apontam para a mesma realidade: Israel andava a
cometer adultério espiritual, indo após outros deuses. A vergonha desta apostasia secular é a de um
ladrão descoberto (v. 26) e atinge todos os níveis da sociedade israelita, sobretudo a sua liderança secular
e espiritual.
A vergonha é uma emoção forte no antigo (e no moderno) Médio Oriente. Está muitas vezes associada
com nudez (comparar com Miq. 1:11; I Sam. 20:30), a qual faz, mais uma vez, parte da imagística da
prostituição espiritual. A idolatria, na realidade, revela aquilo que são as pessoas ao prestarem culto a
objetos que, em última análise, não passam de pau e pedra. Jeremias, no versículo 27, insiste no absurdo
e na idiotice da idolatria: “dizem ao pau: ‘tu és meu pai’ e a uma pedra: ‘tu me geraste’.” Todas estas
imagens culminam na pergunta retórica feita por Deus: “Onde, pois, estão os teus deuses, que fizeste
para ti?” (v. 28). A resposta é clara: não há esperança de Salvação vinda destes deuses “no tempo da tua
tribulação” (v. 28). A crise babilónica vinda de fora é, na verdade, simplesmente o resultado da contínua
crise que existia dentro; ou seja, trata-se do afastamento de Deus e da substituição d’Ele por idolatria e
por uma religião criada pelos homens.
Pense Nisto: De onde esperamos receber ajuda em tempos de crise? Para onde nos voltamos quando
entramos em modo de reflexão numa situação de crise, e porquê?
3º PASSO – PRATICAR!
Só para o Dinamizador: Seria interessante dirigir a Unidade de Ação num debate que recordasse ou a
história pessoal de cada um dos membros ou a história da respetiva igreja (local, ou da Igreja Adventista
do Sétimo Dia, em geral), a fim de identificarem momentos em que tenha havido aprendizagem com a
experiência vivida. O debate deve centrar-se em experiências de aprendizagem positivas e não na
história negativa que, possivelmente, tenha levado à situação, demonstrando como a graça de Deus
brilha continuamente na nossa História.
Perguntas para Reflexão/Aplicação:
Quando analisamos a nossa vida, quais são as experiências de aprendizagem que mais influência tiveram
no nosso relacionamento com Deus?
Que aspetos assume na nossa vida pessoal a religião substituta no início do século XXI?
De que modo podemos proteger-nos contra uma religião substituta?
4º PASSO – APLICAR!
Só para o Dinamizador: O pensamento central de Jeremias 2 é o de aprender com a História e
compreender que continuamos a ser tentados a substituir a religião verdadeira por uma religião falsa. As
atividades deste passo devem ser orientadas para este contraste.
Atividades da Unidade de Ação:
Para este exercício vai ser preciso um quadro branco rígido ou um quadro de papel ou qualquer coisa
onde se possa escrever e toda a gente possa ver. Em alternativa, onde os materiais ou o espaço sejam
limitados, pode realizar-se este exercício unicamente em formato de troca de opiniões. Leve os membros
a apresentarem espontaneamente ideias acerca do termo “Religião”, escrevendo a palavra no topo do
quadro ou da folha de papel e, depois, dividindo o quadro em duas colunas, chamando a uma
“Verdadeira” e a outra “Substituta” ou “Falsa”. Permita aos membros sugerirem em que coluna querem
inserir as respetivas ideias e troquem impressões sobre a razão por que as põem numa ou noutra
coluna. A atividade deve ser concluída com uma reafirmação da verdadeira religião.
Atividades Individuais:
Convide os membros a ocuparem algum tempo no Sábado à tarde a escreverem a respetiva história
pessoal da sua vida, realçando o modo como Deus lhes manifestou, vez após vez, a Sua graça.
Anime os membros da Unidade de Ação a falarem com alguém (por exemplo, um membro da família, um
colega de trabalho, um amigo) sobre o contraste entre a religião verdadeira e a religião falsa. Convide-os
a falarem desta experiência no próximo Sábado.