Lição de casa - Escola Interativa · tunidade de ler por inteiro o conteúdo sempre atual e enri-...

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Lição de casa Até 2024, educadores e governos têm a tarefa de atingir 20 metas para melhorar a educação Projetos inspiradores por todo o Brasil Debate sobre o uso do celular em sala de aula revista Ano XXII • no 54 • set/dez 2014 Publicacão para a área pública

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Lição de casaAté 2024, educadores e governos têm a tarefa de atingir20 metas para melhorar a educação

Projetos inspiradores por todo o Brasil • Debate sobre o uso do celular em sala de aula

revista

Ano XXII • no 54 • set/dez 2014Publicacão para a área pública

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Armindo AngererDiretor-geralGrupo Educacional Expoente

Editorial

Mais conhecimentoCaros leitores:

Comentar sobre o conteúdo da

Revista Impressão Pedagógica é

sempre um imenso prazer. Primei-

ramente, porque, para escrever

este editorial, temos a opor-

tunidade de ler por inteiro o

conteúdo sempre atual e enri-

quecedor da revista, e, segundo,

porque ao ler, aprendemos sempre

mais. A frase de Sócrates: “só sei

que nada sei”, não podia ser mais

adequada para este momento, em

que percebemos que realmente

nada sabemos. Você, leitor, já

conhecia o termo “discalculia”? Já

tinha ouvido falar da “terceira tela”?

Pois bem, assim é a Impressão

Pedagógica. Sempre trazendo

para nós, educadores, doses

extras de conhecimento.

A seção Entrevista desta edição

me chamou a atenção, pois a

questão amor, saber e lei (limites)

é, para nós, permanente motivo

de preocupação. A frase repetida

inúmeras vezes por pais de alunos

“Quem você acha que é para

educar meu filho?” nos coloca

no centro de uma importante

discussão educacional.

Quem conhece a proposta peda-

gógica do Expoente sabe que

o trabalho com projetos é um

instrumento fundamental para

que nossos alunos possam

sentir a estreita relação entre

os conteúdos aprendidos na

escola e em sua própria realidade,

seu cotidiano, seus valores,

suas crenças, sua saúde e suas

emoções. É importante saber

que inúmeras instituições conve-

niadas ao Sistema Expoente de

Ensino estão adotando a prática

da realização de projetos. Nesta

edição da revista, temos a resenha

de inúmeros projetos elaborados por

escolas de todo este imenso país.

O assunto tecnologia é discutido

com grande propriedade nesta

revista, abordando entre outros

aspectos a polêmica da proibição ou

não dos dispositivos móveis em sala

de aula. Será que um dia a escola, o

aluno e a família saberão valorizar as

tecnologias como instrumento de

real significado no aprendizado?

Boa leitura!

Expediente

Direção-Geral:Armindo Vilson Angerer

Gerência do CEEE:Sandra Poli

Jornalista Responsável:Arieta Arruda(MTB 6815/PR)

Revisão:Joice TozatoJuliana Maria Busso RosárioKamille P. Komuda (estagiária)Luana Cristina D. de OliveiraVera Weidlich

Design:Gustavo Morais

Marketing:Soraia Costa

Foto de capa:Divulgação

Pré-Impressão:Alexandre Straube

Fotolitos e Impressão:Editora Gráfica ExpoenteAntonio Both Av. Maringá, 350 – Pinhais (PR)CEP: 83324-000 Tel.: (41) 3312 4350

Tiragem:15 000 exemplares.Impressão Pedagógica é uma publicação semestral de circulação nacional, dirigida a diretores de escolas, coordenadores e professores, distribuída gratuitamente por mailing personalizado. Não nos responsabilizamos por opiniões expressas nos artigos assinados.Todos os direitos reservados.

|36EsporteSugestões de novas abordagens na Educação Física

|06EntrevistaTrês pilares para uma educação eficiente

índice

|12Matéria de capaO debate sobre as 20 metas do Plano Nacional de Educação

|08 Pesquisa Resultados do perfil médio dos professores

|10 Técnicas de estudo IDicas para utilizar a cozinha para fins pedagógicos

|17Projetando o futuroConheça alguns projetos de escolas conveniadas

|25Artigo IDiscalculia, um problema que merece atenção

|26EspecialComo cuidar de nossas na crianças na creche?

|28DebateA polêmica sobre o uso de celulares em sala de aula

|32Técnicas de estudo IIA mágica pedagógica na contação de histórias

|34VestibularDicas para ajudar seus alunos neste momento decisivo

|38Mundo webNovidades no Portal Escola Interativa

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entrevista

A entrevistada desta edição,

Michele Maba, já foi coordenadora

de escola e, atualmente, atende

crianças e jovens em um consultório

e está atenta às necessidades dos

educandos. Por isso, ela mostra

uma forma bem atual de educar,

baseada em três pilares: o amor, o

saber e a lei. Elementos que podem

promover a formação sólida de um

indivíduo em fase escolar. Essa é

uma teoria do filósofo Luc Ferry,

que já foi ministro da Educação da

França e um dos defensores do

humanismo moderno. O primeiro

pilar é o amor, que se traduz em

vínculos, afeto, construção de rela-

cionamentos entre educando e

educador. O segundo é o saber,

quando se estabelece, com o conhe-

cimento, o conteúdo formal e, por

conseguinte, a lei, que se estabelece

ao se colocarem limites. “Somos

líderes em sala de aula”, afirma.

De acordo com Michele Maba, psicóloga escolar,o professor deve ir além desse papel, integrando outrosdois pilares nessa relação: o amor e a lei. Confira a entrevista

“Muitas vezes, o professor acha que o papel

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Impressão Pedagógica (IP) – Qual a teoria de Luc Ferry?

Michele Maba (MM) – Segundo Luc Ferry, o amor, o saber e a

lei são necessários para que a gente dê conta de estruturar a

formação de um indivíduo. É possível discutir um pouquinho

desses três pilares em cada um dos três segmentos de

ensino e como estão divididos: Educação Infantil, Ensino

Fundamental e Ensino Médio. A gente entende que o amor,

o saber e a lei têm fundamental importância em todos os

segmentos de ensino. Mas isso vai mudando muito, prin-

cipalmente, porque o indivíduo vai amadurecendo.

IP – Como colocar em prática essa teoria?

MM – A gente não pode achar que o professor é mero

transmissor de conhecimentos. É preciso entender que

o professor participa da esfera do saber, mas ele também

é um indivíduo que faz vínculos, portanto, usa o amor,

mas também dá o limite, que é tão necessário. A sala

de aula é para a vida desse indivíduo e o professor é um

dos primeiros referenciais de autoridade na vida dele.

IP – Quais os maiores desafios enfrentados em sala de

aula?

MM – Uma das maiores dificuldades que a gente percebe

é que o professor, por vezes, acha que o papel dele é só

transmitir o conhecimento. E a família não espera que a escola

exerça os outros dois papéis: o do amor e o do limite. Muitas

vezes, a família barra a ação do professor como figura de

autoridade. “Quem você acha que é para educar meu filho?”;

“Isso só acontece em casa”. Há pais que até gostam que isso

aconteça, mas uma das maiores dificuldades é entender as

questões: Até onde vai o papel do professor? Até onde vai o

papel da família? E quais são as interseções entre essas duas

grandes áreas da vida dos alunos?

IP – Como trabalhar junto com a família?

MM – É preciso trazê-la para a escola nos

momentos especiais de reuniões de pais

e permitir esse tipo de fala dos pais, mas é

importante fazer com que eles entendam

qual é o papel do professor em sala de aula,

e qual é o papel da família. Educa-se amando,

fazendo o que eu acho que devo fazer.

A gente se vale da nossa experiência como

filhos para sermos pais, e isso nem sempre

foi muito adequado. Então, às vezes, esses

pais estão mesmo perdidos. Por isso, é

importante a fala individual, com a psicóloga

escolar, com a coordenação, com a direção

ou em eventos. Mas, quando podemos reunir

os pais, também é possível atingi-los de alguma

forma para que pensemos na mesma linha.

IP – Como trabalhar a tecnologia em sala de aula?

MM – Em primeiro lugar, não negando

a extrema importância da tecnologia para

o jovem de hoje. É preciso entender que

o jovem está muito inserido nesse meio

e que ele precisa, acima de tudo,

ser respeitado por fazer uso da tecnologia.

E o professor não deve entender isso como algo

negativo. Importante usar isso a favor da educação

e não contra. Usar as tecnologias em sala

de aula aproxima o professor da linguagem

do jovem e da criança. Fazer o uso favorável

da tecnologia em sala de aula é uma das

formas de atingir esse aluno com

uma velocidade bem legal. ✪

”dele é só transmitir conhecimento

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pesquisa

Sou mulher, tenho 39 anos e há

14 trabalho com o magistério,

tenho contrato permanente e

me sinto bem preparada para

lecionar. Trabalho em sala de aula

com 31 alunos por turma, em

média. Essa é a descrição do perfil

médio do professor (71%) no

Brasil. Um pouco para mais ou um

pouco para menos, mas muitas

leitoras deverão se identificar

com esse perfil. É o que aponta

a Pesquisa Internacional sobre

Ensino e Aprendizagem (Talis).

O estudo foi realizado pela Orga-

nização para a Cooperação e

Desenvolvimento Econômico

(OCDE), em 2013, em 34 países.

E, no Brasil, foi coordenada pelo

Instituto Nacional de Estudos e

Pesquisas Educacionais Anísio

Teixeira (Inep) e aplicada a 14 291

professores e 1 057 diretores de

mais de mil escolas. Os quesitos

avaliados na pesquisa foram as

crenças e práticas de ensino,

avaliação do trabalho, desenvol-

vimento profissional, feedback,

reconhecimento, liderança, gestão

e ambiente de trabalho. De acordo

com o presidente do Inep, Chico

Soares, "esses dados serão incor-

porados aos dados do Censo

Escolar e das avaliações nacionais,

para que o Inep possa criar

quadros ainda mais descritivos da

situação educacional brasileira”.

Entre os brasileiros, 94% dos

professores dos anos finais do

Ensino Fundamental têm Ensino

Superior completo e 95,1%

acreditam que podem ajudar os

Quemsomos

Um estudo interna-cional aponta o perfil médio do professor brasileiro. Confira as características e veja em que a pesquisa poderá nos ajudar

alunos a pensar de maneira crítica.

Cerca de 87% estão satisfeitos

com o trabalho e 60% avaliam ser

necessário o desenvolvimento

profissional na área de ensino para

alunos com necessidades especiais.

Esse percentual no Brasil indica

preocupação maior se comparado

ao mesmo índice em outros países.

“Nossos sistemas de educação

não mudam tão rápido quanto o

mundo que nos rodeia. A educação

é o principal fator de igualdade

em uma sociedade, o desafio

para todos nós é equipar todos os

professores com as habilidades e

ferramentas de que precisam para

fornecer oportunidades de apren-

dizagem reais a seus alunos”, afirma

Angel Gurría, secretário-geral da

OCDE que liderou a pesquisa. ✪

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Fonte: Talis 2013 (OCDE) junho de 2014

71%são mulheres

77%têm contratos permanentes

92%se sentem bem preparadas

39é a idade média das docentes

14anos é a média de experiência

31é a quantidade de alunos por sala

14.291 docentes do país

participaram da pesquisa

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técnicas de estudo I

Junte os cinco sentidos, importantes para

aprender, misture-os aos ingredientes dispo-

níveis no material didático e coloque-os em

tempo suficiente para o cozimento. Pronto.

Essa receita de aprendizado ficará deliciosa!

Na cozinha pedagógica das unidades do

Colégio Expoente, em Curitiba, frequen-

temente os alunos da Educação Infantil

aprendem novos conteúdos brincando.

“Aprendem também a gostar de diferentes

alimentos dos quais, por vezes, eles não têm

conhecimento nem hábito de comer em

casa”, afirma a professora Graciéle Ferreira.

Quer ver só a porção de conhecimentos

que se podem trabalhar durante uma aula

de culinária? Vamos lá. A leitura da receita

e dos rótulos dos produtos utilizados pode

ser uma chance de trabalhar o vocabulário

e os conteúdos da disciplina de Língua

Portuguesa. Quando as crianças forem

separar os ingredientes, deverão fracioná-los,

o que é uma grande oportunidade de ensinar

conceitos da Matemática. Ao prepararem a

receita, a colaboração pode ser explorada

como um dos ingredientes desse preparo.

E no momento de experimentar o

resultado, é hora de aplicar o conceito

de partilha com os colegas.

“Esse espaço é reservado para expe-

riências da culinária que comple-

mentam o trabalho pedagógico, auxiliam

na aprendizagem e incentivam a prática

da alimentação saudável”, orienta a

proposta pedagógica do Expoente Kids.

Levar os alunos para a cozinha é uma maneira lúdica e muito rica de ensinar disciplinas e valores básicos

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Dicas de livros e culinária Minha festa de faz de conta(Editora: Escrita Fina)

A obra é recheada de receitas das

autoras Cristina e Carolina Villaça

(mãe e filha). As receitas vêm junto

com muita literatura, folclore,

cultura e entusiasmo. São receitas

divertidas, como o cookie da Alice,

o Peter Pan-queca, o brigadeiro

do saci-pererê, lembrando os

clássicos da literatura infantil.

Gato Xadrez no jardim das delícias(Editora: Escala Educacional)

Uma história de Bia Villela para

envolver as crianças no mundo

mágico dos alimentos. Um Gato

Xadrez, ao sentir um cheiro e

ouvir um barulho estrondoso,

resolve se aventurar em uma

feira de alimentos. Essa expe-

riência dará a ele muitos amigos

e diversão garantida entre

cores, sabores e texturas .

Ciências:• Aprender os diferentes grupos alimentares.

• Aprender a experimentar o que não conhece.

• Verificar os estados físicos: gasoso, líquido e sólido.

• Observar o crescimento dos vegetais.

• Perceber as alterações pelas quais passam os alimentos durante o cozimento.

• Desenvolver os cinco sentidos: paladar, tato, audição, visão e olfato.

• Observar os processos de fermentação, fervura etc.

Artes:• Desenvolver criações artísticas.

• Explorar a criatividade, inventando suas próprias receitas.

• Conhecer cultura e arte de outros países.

História:• Pesquisar sobre receitas antigas – associar o período em que a receita foi criada/consagrada com fatos históricos ocorridos na mesma época.

• Conhecer as receitas de família – a criança aprende suas próprias tradições familiares, a sua história familiar.

Saúde:• Aprender a comer corretamente.

• Como escolher ingredientes saudáveis. ✪

Fonte: Pat Feldmann, culinarista.

Matemática:• Contar

• Fracionar

• Medir (volume)

• Pesar

• Sequenciar (o que vem por primeiro, segundo, terceiro etc.)

• Formas

• Cores

• Resolução de problemas, caso ocorram.

Leitura:• Melhorar a capacidade de leitura da criança.

• Incrementar o vocabulário.

Valores:• Responsabilidade

• Bons modos à mesa

• Hábitos de higiene e limpeza

• Trabalho em equipe

• Partilha

Coordenação motora:• Picar, misturar, bater, triturar, pulverizar, enrolar etc. os ingredientes ajuda a desenvolver coordenação motora.

Geografia:• Conhecer receitas típicas regionais (se o professor tiver um mapa-múndi em mãos, pode mostrar onde se localiza cada país de origem das receitas em questão).

• Aprender quais são os solos adequados para cada tipo de cultivo (também podem ser mostrados em mapas, os alunos adoram!).

Passo a passo da receita

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matériade capa

Depois de quatro anos tramitando

no Congresso Nacional, é chegada a

hora de comemorar um novo Plano

Nacional da Educação (PNE). O plano

anterior ficou vigente de 2001 a 2010

e, desde então, estava em discussão.

A partir deste ano, os novos

objetivos firmados serão aplicados

para a Educação Infantil até a Pós-

-graduação. “A aprovação do PNE

representa um grande avanço

na educação brasileira, que vai

balizar a melhoria do acesso e

da qualidade nos próximos 10

anos”, afirmou o ministro da

Educação, Henrique Paim.

O grande avanço é o aumento do

percentual do Produto Interno

Bruto (PIB) da verba destinada

à educação. O orçamento salta

de 5,3% do PIB para 10% até

2024. Com esse percentual, que

será gradativo, a União terá a

obrigação de cobrir os estados

e municípios se essas instâncias

não tiverem o valor total.

Serão 20 metas a serem

cumpridas para universalizar e

melhorar a educação em todo

o país. A partir de agora os

estados e municípios precisam

elaborar seus próprios planos de

educação para garantir que essas

metas sejam cumpridas, levando

em consideração as particula-

ridades de cada localidade. ➤ foto

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Universalizar, até 2016, a Educação Infantil na pré-escola para as crianças de 4 a 5 anos de ida-de e ampliar a oferta de Educação Infantil em creches de forma a atender, no mínimo, 50% das crianças de até 3 anos até o final da vigência desse PNE.

Universalizar, para a população de 4 a 17 anos com deficiência, transtornos globais do desen-volvimento e altas habilidades ou superdotação, o acesso à educação básica e ao atendimento educacional especializado, preferencialmente na rede regular de ensino, com a garantia do siste-ma educacional inclusivo, de salas de recursos multifuncionais, classes, escolas ou serviços es-pecializados, públicos ou conveniados.

Elevar a escolaridade média da população de 18 a 29 anos, de modo a alcançar, no mínimo, 12 anos de estudo no último ano de vigência desse Plano, para as populações do campo, da região de menor escolaridade no país e dos 25% mais pobres, a escolaridade média entre negros e não negros declarados ao Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Universalizar o Ensino Fundamental de nove anos para toda a população de 6 a 14 anos e garan-tir que pelo menos 95% dos alunos concluam essa etapa na idade recomendada até o último ano de vigência desse PNE.

Alfabetizar todas as crianças, no máximo, até o finaldo terceiro ano do Ensino Fundamental.

Elevar a taxa de alfabetização da população com 15 anos ou mais para 93,5% até 2015 e, até o fi-nal da vigência desse PNE, erradicar o analfabetismo absoluto e reduzir em 50% a taxa de anal-fabetismo funcional.

Universalizar, até 2016, o atendimento escolar para toda a população de 15 a 17 anos e elevar, até o final do período de vigência desse PNE, a taxa líquida de matrículas no Ensino Médio para 85%.

Fomentar a qualidade da educação básica em todas as etapas e modalidades, com melhoria do fluxo escolar e da aprendizagem, de modo a atingir as seguintes médias nacionais para o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb):

Oferecer educação de tempo integral em, no mínimo, 50% das escolas públicas,de forma a atender, pelo menos, 25% dos alunos da educação básica.

Oferecer, no mínimo, 25% das matrículas de Educação de Jovens e Adultos,nos Ensinos Fundamental e Médio, na forma integrada à Educação Profissional.

matéria de capa

Conheça as metas para melhorar a Universalizar, até 2016, a Educação Infantil na pré-escola para as crianças de 4 a 5 anos de ida-de e ampliar a oferta de Educação Infantil em creches de forma a atender, no mínimo, 50% das crianças de até 3 anos até o final da vigência desse PNE.

Universalizar, para a população de 4 a 17 anos com deficiência, transtornos globais do desen-volvimento e altas habilidades ou superdotação, o acesso à educação básica e ao atendimento educacional especializado, preferencialmente na rede regular de ensino, com a garantia do siste-ma educacional inclusivo, de salas de recursos multifuncionais, classes, escolas ou serviços es-pecializados, públicos ou conveniados.

Elevar a escolaridade média da população de 18 a 29 anos, de modo a alcançar, no mínimo, 12 anos de estudo no último ano de vigência desse Plano, para as populações do campo, da região de menor escolaridade no país e dos 25% mais pobres, a escolaridade média entre negros e não negros declarados ao Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Universalizar o Ensino Fundamental de nove anos para toda a população de 6 a 14 anos e garan-tir que pelo menos 95% dos alunos concluam essa etapa na idade recomendada até o último ano de vigência desse PNE.

Alfabetizar todas as crianças, no máximo, até o finaldo terceiro ano do Ensino Fundamental.

Elevar a taxa de alfabetização da população com 15 anos ou mais para 93,5% até 2015 e, até o fi-nal da vigência desse PNE, erradicar o analfabetismo absoluto e reduzir em 50% a taxa de anal-fabetismo funcional.

Universalizar, até 2016, o atendimento escolar para toda a população de 15 a 17 anos e elevar, até o final do período de vigência desse PNE, a taxa líquida de matrículas no Ensino Médio para 85%.

Fomentar a qualidade da educação básica em todas as etapas e modalidades, com melhoria do fluxo escolar e da aprendizagem, de modo a atingir as seguintes médias nacionais para o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb):

Oferecer educação de tempo integral em, no mínimo, 50% das escolas públicas,de forma a atender, pelo menos, 25% dos alunos da educação básica.

Oferecer, no mínimo, 25% das matrículas de Educação de Jovens e Adultos,nos Ensinos Fundamental e Médio, na forma integrada à Educação Profissional.

Triplicar as matrículas da Educação Profissional técnica de nível médio, assegurando a qualidade da oferta e pelo menos 50% da expansão no segmento público.

Elevar gradualmente o número de matrículas na Pós-graduação stricto sensu, de modo a atingir a titulação anual de 60 mil mestres e 25 mil doutores.

Assegurar, no prazo de dois anos, a existência de planos de carreira para os profissionais da edu-cação básica e superior pública de todos os sistemas de ensino e, para o plano de carreira dos profissionais da educação básica pública, tomar como referência o piso salarial nacional profis-sional, definido em lei federal, nos termos do inciso VIII do art. 206 da Constituição Federal.

Elevar a taxa bruta de matrícula na Educação Superior para 50% e a taxa líquida para 33% da po-pulação de 18 a 24 anos, assegurada a qualidade da oferta e expansão para, pelo menos, 40% das novas matrículas, no segmento público.

Garantir, em regime de colaboração entre a União, os estados, o Distrito Federal e os municípios, no prazo de um ano de vigência desse PNE, política nacional de formação dos profissionais da educação de que tratam os incisos I, II e III do caput do art. 61 da Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, assegurado que todos os professores e as professoras da educação básica possuam formação específica de nível superior, obtida em curso de licenciatura na área de conhecimen-to em que atuam.

Assegurar condições, no prazo de dois anos, para a efetivação da gestão democrática da educa-ção, associada a critérios técnicos de mérito e desempenho e à consulta pública à comunidade escolar, no âmbito das escolas públicas, prevendo recursos e apoio técnico da União para tanto.

Elevar a qualidade do Ensino Superior e ampliar a proporção de mestres e doutores do corpo do-cente em efetivo exercício no conjunto do sistema do Ensino Superior para 75%, sendo do total, no mínimo, 35% doutores.

Valorizar os profissionais do magistério das redes públicas de educação básica de forma a equi-parar seu rendimento médio ao dos demais profissionais com escolaridade equivalente, até o fi-nal do sexto ano de vigência desse PNE.

Formar, em nível de Pós-graduação, 50% dos professores da educação básica, até o último ano de vigência desse PNE, e garantir a todos os profissionais da educação básica formação conti-nuada em sua área de atuação, considerando as necessidades, demandas e contextualizações dos sistemas de ensino.

Ampliar o investimento público em educação pública de forma a atingir, no mínimo, o patamar de 7% do PIB do país no quinto ano de vigência dessa lei e, no mínimo, o equivalente a 10% do PIB ao final do decênio.

Fonte: Projeto de lei.

Triplicar as matrículas da Educação Profissional técnica de nível médio, assegurando a qualidade da oferta e pelo menos 50% da expansão no segmento público.

Elevar gradualmente o número de matrículas na Pós-graduação stricto sensu, de modo a atingir a titulação anual de 60 mil mestres e 25 mil doutores.

Assegurar, no prazo de dois anos, a existência de planos de carreira para os profissionais da edu-cação básica e superior pública de todos os sistemas de ensino e, para o plano de carreira dos profissionais da educação básica pública, tomar como referência o piso salarial nacional profis-sional, definido em lei federal, nos termos do inciso VIII do art. 206 da Constituição Federal.

Elevar a taxa bruta de matrícula na Educação Superior para 50% e a taxa líquida para 33% da po-pulação de 18 a 24 anos, assegurada a qualidade da oferta e expansão para, pelo menos, 40% das novas matrículas, no segmento público.

Garantir, em regime de colaboração entre a União, os estados, o Distrito Federal e os municípios, no prazo de um ano de vigência desse PNE, política nacional de formação dos profissionais da educação de que tratam os incisos I, II e III do caput do art. 61 da Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, assegurado que todos os professores e as professoras da educação básica possuam formação específica de nível superior, obtida em curso de licenciatura na área de conhecimen-to em que atuam.

Assegurar condições, no prazo de dois anos, para a efetivação da gestão democrática da educa-ção, associada a critérios técnicos de mérito e desempenho e à consulta pública à comunidade escolar, no âmbito das escolas públicas, prevendo recursos e apoio técnico da União para tanto.

Elevar a qualidade do Ensino Superior e ampliar a proporção de mestres e doutores do corpo do-cente em efetivo exercício no conjunto do sistema do Ensino Superior para 75%, sendo do total, no mínimo, 35% doutores.

Valorizar os profissionais do magistério das redes públicas de educação básica de forma a equi-parar seu rendimento médio ao dos demais profissionais com escolaridade equivalente, até o fi-nal do sexto ano de vigência desse PNE.

Formar, em nível de Pós-graduação, 50% dos professores da educação básica, até o último ano de vigência desse PNE, e garantir a todos os profissionais da educação básica formação conti-nuada em sua área de atuação, considerando as necessidades, demandas e contextualizações dos sistemas de ensino.

Ampliar o investimento público em educação pública de forma a atingir, no mínimo, o patamar de 7% do PIB do país no quinto ano de vigência dessa lei e, no mínimo, o equivalente a 10% do PIB ao final do decênio.

educação no Brasil até 2024:

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matéria de capa

Dentre as metas estão a dimi-

nuição das desigualdades

educacionais, a universalização

do atendimento escolar para

crianças de 4 a 5 anos, uma

formação visando o trabalho e a

cidadania, colocando os valores

morais e éticos como prota-

gonistas, uma gestão demo-

crática da educação pública e

valorização dos profissionais

da educação. Ao todo, são 253

estratégias que vão permitir

atingir as 20 metas estabelecidas.

“É fruto de um processo de

diálogo aberto e de construção

coletiva. Destaco algumas

metas previstas no PNE, como

a erradicação do analfabetismo,

a universalização do acesso ao

ensino básico, a qualificação do

Ensino Médio e Profissionalizante,

aumento da oferta de matrículas

no Ensino Superior, mais vagas

de 0 a 3 anos em creches, além

da fundamental valorização dos

trabalhadores em educação,

com equiparação salarial dos

educadores com profissionais de

formação equivalente”, afirma

o relator do PNE, deputado

Angelo Vanhoni (PT-PR).

Um dos pontos de destaque é a

valorização da educação básica,

muitas vezes, pouco lembrada

e de suma importância para o

avanço do país. “Se quisermos

ter um país desenvolvido,

precisamos cuidar da educação

básica agora. E o PNE traz as

condições para seguirmos esse

caminho”, complementa Vanhoni.

Para isso, o crescimento do

orçamento é fundamental. Está

previsto um aumento de 5,3%

(atual valor do PIB destinado à

educação) para 17% até 2019

e, até 2024, deve-se chegar a

10%. Se considerarmos o valor

da soma de todas as riquezas

produzidas no Brasil nos dias atuais,

que é de R$ 4,8 trilhões, o valor

investido em educação salta de

R$ 240 bilhões para quase R$ 500

bilhões por ano. “São recursos

fundamentais para a educação

e vão garantir que possamos

colocar nosso país no rumo da

sociedade do conhecimento,

inovação e avanço tecnológico”,

almeja o deputado. ✪

“ [PNE] é fruto de um processo de diálogo aberto e

de construção coletiva ” foto

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Projetos em destaqueConheça algumas iniciativas que deram certo em escolas públicas conveniadas ao Sistema de Ensino Expoente.

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projetandoo futuro

Todas as escolas em uma só

emoção. Foi assim no município

de Campos dos Goytacazes (RJ),

cidade conveniada ao Sistema

de Ensino Expoente. Por meio da

gerência de Projetos Especiais

do Departamento Pedagógico, a

Secretaria Municipal de Educação,

Cultura e Esporte promoveu o

projeto Copa do Mundo de 2014:

Sonho, Esperança e Paixão –

Brasil Campeão. As atividades

foram realizadas entre abril e

maio. Com caráter interdis-

ciplinar, todas as escolas da

Educação Infantil ao Ensino

Fundamental II foram envolvidas

em atividades variadas, que

culminaram no dia nove de junho,

com a apresentação dos alunos

e uma feira de trabalhos sobre

o tema, no Centro de Eventos

Populares Osório Peixoto

(Cepop). As unidades de ensino

do município de Campos dos

Goytacazes se esmeraram, não

só com pesquisas sobre a história

das Copas mas também com

trabalhos sobre a cultura dos

países participantes, envolvendo

a população, a culinária, as

músicas, as danças e os símbolos

de cada nação. Foi um momento

único em que conhecimento e

criatividade estiveram presentes.

“As escolas municipais estão

de parabéns”, afirma a gerente de

Projetos Especiais, professora Ana

Lúcia Tavares. Muitas escolas apro-

veitaram o material didático do

Expoente para propagar o clima

verde-amarelo e de patriotismo

entre os alunos. A atividade revelou,

ainda, o entrosamento das equipes

e a alegria dos alunos com a parti-

cipação no evento. A professora

Marinéa Abud, secretária municipal

de Educação, agradeceu às escolas.

Segundo Marinéa, independen-

temente de a seleção não ter sido

campeã, o futebol é paixão nacional

e as escolas que realizaram seus

trabalhos com amor e paixão

foram as reais vencedoras. ✪

Copa dasescolasAs escolas foram as reais campeãs, com trabalhos criativose bem-conduzidos, como no município de Campos dos Goytacazes (RJ)

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“A criança, à medida que se desenvolve, deve aprender passo a passo a se entender melhor. Com isso, torna-se mais capaz de entender os outros e, even-tualmente, pode se relacionar com eles de forma mutuamente satisfatória e significativa”, afirma Bruno Bettelheim, autor de A psicanálise dos contos de fadas. Assim como outras refe-rências bibliográficas, essa obra embasou, neste ano, o trabalho da Secretaria Municipal de Educação da Prefeitura de Estreito (MA), conveniada ao Sistema de Ensino Expoente.

Em abril, a coordenadora peda-gógica Marilene Candido Breda ministrou, com sucesso, uma oficina de contação de história aos professores e gestores da Escola Especial José de Sousa Neves, em Estreito. O objetivo era enriquecer a metodologia de trabalho dos professores na hora de contar uma boa história a seus alunos. Dessa forma, os professores podem dar uma aula mais dinâmica, incentivando as crianças ao imaginário infantil, à reflexão crítica, à melhoria do

vocabulário e ao gosto pela leitura. Para ser um bom contador de histórias, é preciso primeiro saber ouvir histórias e aprimorar técnicas. Foi isso que as professoras fizeram com muita animação na primeira etapa da formação. Depois, tiveram a oportunidade de contar histórias com o auxílio de materiais da área, por exemplo: aventais, fantoches, luvas, caixinhas, lenços e livros, bem como utensílios improvisados. ✪

Estreito faz oficina de contaçãoProfessores e gestores aprenderam mais sobre técnicas de contar histórias

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Fases da contação de histórias:

1. Introdução Formada pela

parte inicial da história, diz quando,

onde e quem.

2. EnrEdo É a sucessão dos

episódios, envolvendo os conFlitos que surgem e a ação dos personagens.

3. ClímaxÉ a resultante única e bem destacada

de todos os eventos e conFlitos que Formam o enredo. É o ápice, no qual o ouvinte muitas vezes

“prende a respiração”, aguardando os próximos acontecimentos.

4. dEsFECho É o desenrolar da trama, o desenlace

da história.

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Na pequena e charmosa cidade de Canela (RS), o Sistema de Ensino

Expoente também está presente e fazendo a diferença na educação das

crianças. Uma das ações em parceria com o Expoente que merece destaque

foi a 21ª Feira do Livro Josué Guimarães, realizada em junho. Confira o

relato da assessora pedagógica Elenize Maria Maffei sobre o evento.

“Os futuros escritores estão nas escolas escrevendo suas histórias”,diz a secretária Neusa Dossin

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Revista Impressão Pedagógica:

Quando foi realizada a

feira em Canela?

Elenize Maria Maffei (EMM) − A

21ª Feira do Livro Josué Guimarães

aconteceu de 3 a 8 de junho,

promovida pela Prefeitura Municipal

de Canela, através da Secretaria

Municipal de Educação e Cultura. O

evento, que foi um sucesso, contou

com grande público, pois além

de alunos de escolas municipais,

outros alunos de diferentes escolas

o prestigiaram. Participaram da

solenidade de abertura o prefeito

municipal Cléo Port, acompanhado

da primeira-dama, Cristina Moura,

e da vice-prefeita, Carmen Seibt de

Moraes, da secretária de Educação,

Neusa Dossin, além de secretários,

demais autoridades e imprensa local.

IP: Como foi o evento?

EMM − O evento respeitou um

cronograma de atividades distri-

buídas entre os dias da feira, onde

cada participante realizava visitas às

escolas e aos espaços destinados à

apresentação envolvendo todos

os públicos da comunidade do

município com temas diferen-

ciados para cada público. A comu-

nidade participou ativamente da

feira, principalmente, os alunos,

seus pais e familiares. O evento

aconteceu na praça João Corrêa e

em vários lugares como no Teatro

de Bonecos, com a história: O

pequeno Príncipe (Cia Goliardos),

apresentação teatral Cordão

Umbilical (Cia Palco Meu),

Hora do conto (com Liliane Colpani

Lapuch), oficinas de brinquedos,

com a escritora Ana Maria Seibert

e apresentação teatral: Era uma

vez (Grupo Casa do Bispo).

IP: Além da contação de

histórias, o que mais foi

realizado neste evento?

EMM − O patrono da Feira

deste ano, o escritor Sérgio

Capparelli, também esteve

presente na solenidade.

Disse ele: ‘É lendo o livro que

aprendemos o que dizem as

pessoas, aprendemos o que

é justiça e injustiça, igualdade

e desigualdade, aprendemos

uma ideia de mundo melhor.’

Escritores convidados,

inclusive canelenses, parti-

ciparam do evento.

IP: Como foi a adesão

do público?

EMM: O evento contou com

a presença de toda a comu-

nidade local e turistas que

estavam presentes. A movi-

mentação foi intensa, contando

com a presença de toda a comu-

nidade de pais e alunos.

IP: Como a secretária, Neusa

Dossim, avaliou o evento?

EMM − A secretária da Educação,

Neusa Dossin, em seu pronun-

ciamento, frisou a importância

da leitura na vida dos alunos.

‘Os futuros escritores estão nas

escolas escrevendo suas histórias,

o forte incentivo que recebem dos

professores, em relacão à leitura,

torna-os cidadãos cultos’. ✪

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O Sistema de Ensino Expoente

está presente nas escolas do

município de José Bonifácio (SP).

Um dos projetos em destaque

foi Horta, alimentação saudável

do EMEI Mundo Encantado, que

envolveu professores, alunos

e pais na conscientização de

que uma alimentação saudável

e o respeito ao meio ambiente

são o melhor caminho para que

haja uma formação de jovens

saudáveis e conscientes.

Os frutos já estão sendo colhidos

neste ano, que é o segundo do

projeto. “No começo encon-

tramos alguma resistência, mas

os alunos já mudaram seus

hábitos e agora o projeto se

expandiu para os pais”, conta

a diretora pedagógica, Fátima

Henrique de Carvalho Castilho.

Dá para ver a alegria estampada

no rosto das crianças ao mexer

com alimentos saudáveis e

colher o que a terra produz.

“O contato com a terra durante

o preparo dos canteiros e a

descoberta de inúmeras formas

de vida que ali convivem, o

encanto com as sementes que

germinam, a prática diária do

cuidado, tudo isso é um exercício

de paciência e perseverança até

que a natureza nos brinde com

a transformação de pequenas

sementes em verduras e legumes

viçosos e coloridos”, enuncia o

projeto. A vivência na escola teve

como primeiro passo a sensibi-

lização e a conscientização dos

alunos de que uma vida saudável

depende do meio ambiente, e

cuidar dele é obrigação de cada

um de nós. Para isso, foi trabalhada

a postura cidadã e o conceito de

ambientalmente responsável.

Com o tempo, o resultado na

terra foi aparecendo em forma

de tomate, pimentão, berinjela,

cenoura e com os produtos

também foi aparecendo o cuidado

e o comprometimento com o

meio ambiente. Este ano, foram

colhidos diversos alimentos

que se transformaram em dife-

rentes receitas, como a lasanha de

berinjela e a “fanta caseira”, feita

com cenoura e laranja. “Os alunos

estão deixando de ser a “geração

de salgadinhos e refrigerantes”

para se tornar uma geração mais

saudável”, afirma a diretora. ✪

A terra que tudo dá

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oartigo I

Ao decorrer dos anos, as crianças,

os tempos, as tecnologias, o clima

e o modo como nos alimentamos

mudaram. Então, por que a escola

deve ser a mesma? Vivemos em

um tempo que a inclusão social

está acontecendo de forma rápida

e despreparada. Encontramos

em uma única sala de aula, cadei-

rantes, alunos com deficiência visual,

com distúrbio de aprendizagem

e o professor simplesmente é

formado em pedagogia ou licen-

ciatura em alguma área.

Ao pensarmos na discalculia, o caso

vai além, pois diversos professores

de Matemática não reconhecem

ou sabem o que é esse distúrbio

que acomete muitas crianças.

Discalculia é um distúrbio neuro-

lógico que afeta a parte do

raciocínio matemático da criança.

Os sintomas mais característicos

são dificuldade no desenvol-

vimento de cálculos matemáticos,

podendo apresentar alteração

nas habilidades viso-motoras, difi-

culdade de associar números

com quantidade e operações de

conservação, espaço temporal

prejudicado e dificuldades de

distinguir formas, tamanhos,

quantidades e espessuras.

A discalculia não acontece por

falha no sistema de ensino, ou por

problemas psicológicos, como

a separação dos pais, perda de

um ente querido e outros. Os

estudos sobre esse distúrbio

ainda são novos e têm muito

caminho a percorrer, mas, de

acordo com diversos neurolo-

gistas, já é conhecido que a região

cerebral usada para as habilidades

matemáticas é o lobo parietal

nos dois hemisférios, junto com

diversas áreas do cérebro, como

o lobo occipital, memória de

trabalho visual, espacial e outros.

Até o momento, a discalculia não

tem cura, porém suas dificuldades

podem ser superadas com a

devida ajuda de professores e

todos os envolvidos na educação

desse sujeito. Os professores

podem ajudar essas crianças

em sala de aula com diversos

recursos, como: jogos, calcu-

ladoras, tempo diferenciado

para avaliações, não expor a

criança diante da turma, usar

folha de papel quadriculado,

vídeos, atividades em grupo,

aulas de reforço e outros.

O papel do professor é analisar

e encaminhar esse aluno a um

profissional capacitado para

dar andamento ao seu diag-

nóstico e intervenção, no caso

um neuropsiquiatra, pediatra,

pedagogo, fonoaudiólogo e

psicólogo se necessário. ✪

Você já ouviu falar em discalculia?Por Ana Maria Antunes de Campos*

* Ana Maria Antunes de Campos é pós-graduada em Didáticas e Tendências Pedagógicas, professora de Matemática. Autora do livro Discalculia superando as dificuldades de aprender Matemática.

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especial

Nana neném,que ninguém

vai te pegar É com o material didático adequado

que os educadores de crechepodem estabelecer uma relação

de confiança e afeto, fatoresque são necessários

para o aprendizado de criançasde 0 a 5 anos de idade

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Cinco passos para cuidar bemO Sistema de Ensino Expoente apresenta diversos recursos didáticos no material da creche e disponibiliza ainda apoio pedagógico com equipe qualificada, a todas as escolas conveniadas que utilizam esse material. • Dois volumes para o professor.• Material para bebês e crianças.• Material de apoio.• Agenda do bebê.• CD de cantigas e capacitação.

Para aplicar na escola MúsicaÉ uma das únicas formas de estimular simul-taneamente os dois hemisférios do cérebro (o esquerdo: ligado à criatividade, à língua e às artes, e o direito: ligado às ciências exatas).

Laços As crianças aprendem mais com quem têm laços afetivos, por isso os educadores precisam trabalhar para fortalecer essa relação de carinho. Conversar e brincar juntos são boas formas de estabelecer esse afeto.

Ambiente Deve estar preparado para receber bebês e crianças na primeira infância, com móveis e espaços de brincadeira.

ConflitoSer um mediador justo quando existir alguma confusão entre alunos.

É com o material didático adequado, que os educadores de creche podem estabelecer uma relação de confiança e afeto, fatores que são necessários para o aprendizado de crianças de 0 a 5 anos de idade.

Está na Constituição Federal: “toda criança tem direito à Educação Infantil até os 5 anos de idade”. Apesar de fazer oito anos que essa emenda foi incorporada à Consti-tuição (desde 2006), muitas creches ainda não estão preparadas para receber e dar todo o cuidado que os bebês e crianças merecem nessa fase da vida. Isso porque o foco das creches está, muitas vezes, no apoio à mãe trabalhadora e não no direito da criança, comentam as autoras do material didático de Educação Infantil do Sistema de Ensino Expoente (SEE), Danielle Bonamin Flores e Maria da Glória Galeb. Felizmente, essa situação está mudando. As melhorias começam pela

qualidade dos materiais didáticos e da assessoria pedagógica dispo-níveis para a faixa etária de 3 meses a 5 anos, com conteúdos voltados para cada nível de apren-dizagem da Educação Infantil. O material é o apoio certo de que o professor poderá aplicar da melhor maneira o tratamento a cada aluno em seu ritmo de desenvolvimento. “O material auxilia o profissional a estruturar seu cotidiano, mas não restringe a autonomia desse profissional que precisa considerar o contexto social no qual atua, respeitando as crianças e a comunidade, visto que estão em fase de cons-trução da identidade e da persona-lidade”, afirmam as especialistas.

Por isso, cabe ao professor trabalhar com carinho, afeto, dedicação e desprendimento de preconceitos para que possa ajudar a família na formação e

no desenvolvimento dessas crianças. “É um material que oferece subsídios para a formação continuada do professor; que considera o desenvolvimento infantil, os interesses e neces-sidades dessa faixa etária; que incentiva e favorece a parti-cipação das famílias; que procura apoiar; e preocupa--se em não limitar o trabalho do professor”, comenta Danielle.

Aliás, o trabalho do professor não para. Tem início desde a chegada das crianças, ao decorrer do dia em cada atividade, no trabalho diário de anotação da agenda, na volta para casa com a preparação das aulas, enfim, a atenção está redobrada em tudo que faz. Por outro lado, as recompensas são enormes estão: no sorriso solto das crianças, no olhar expressivo de cada aluno, no carinho, no beijo e nos abraços recebidos. ✪

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Foi-se o tempo em que os alunos tinham somente lápis, caneta e caderno

nas mãos. Atualmente, o que os alunos levam para a sala de aula vão muito

além disso. São considerados outros itens nessa lista, como smartphone,

tablet e outros aparelhos eletrônicos que comumente se veem na mochila

dos estudantes. Segundo levantamento da

Secretaria Nacional da Juventude, nove

em cada dez adolescentes têm

celular e usam para

receber ligações

(89%), enviar

mensagens de

texto (54%) e

ouvir música

(31%).

A pesquisa

foi feita

no ano

passado. Esse

novo cenário

se traduz em

certa frustração para

Fonte: Secretaria Nacional da Juventude

o professor que está à frente da

turma com um desafio gigantesco

de passar o conteúdo e, ainda,

tornar as aulas atraentes para

esse aluno que está cada dia

mais disperso. Em reação a esse

fenômeno, já despontam notícias

e leis que debatem o tema por

todo o Brasil. Em muitos lugares,

já existem leis municipais, regras

internas de escolas particulares

e até bloqueadores de sinal.

O caso também já foi tema de ação

judicial. É o caso de Pernambuco,

em junho, em que um aluno

processou o professor por retirar

o celular dele durante a aula.

O juiz Elieser Siqueira de Souza

Junior, do Recife, sentenciou: “julgar

procedente esta demanda é desferir

uma bofetada na reserva moral e

educacional deste país, privilegiando

a alienação e a contra educação,

as novelas, os realitys shows, a

ostentação, o bullying intelectivo,

o ócio improdutivo, enfim, toda a

massa intelectivamente impro-

dutiva que vem assolando os

lares do país, fazendo as vezes

de educadores, ensinando

falsos valores e implodindo a

educação brasileira”.Debate:

Você é a favor ou contra? ✪

debate

Um alô para a proibiçãoA polêmica está instalada: deve-se ou não proibir os celulares e outros dispositivos móveis em sala de aula?

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is Inaugurando um novo jeito de

pensar e de aprender, a geração

zapping apresenta novos desafios

para a educação. Algumas de suas

características, como o conhe-

cimento horizontal, a cultura

“agorista”, a mobilidade e conecti-

vidade com os aparelhos de smart-

phones e tablets, trouxeram novas

necessidades para a sala de aula.

Na educação, essa nova fase é

chamada de terceira tela. A primeira

foi com o uso da televisão e do

projetor para aplicar o conteúdo, a

segunda, quando se introduziu o

computador (em espaços espe-

cíficos chamados de laboratórios

de informática) e, hoje, temos à

disposição os smartphones e tablets

nas mãos da maioria dos alunos.

Mas será que estamos sabendo

lidar com tamanha disponibilidade

de recursos? Atualmente, os brasi-

leiros usam de maneira exponencial

os aparelhos pessoais, tornando-

-se um dos povos mais conectados

e interativos do mundo. Cerca de

30 smartphones são vendidos no

Brasil a cada minuto. No entanto,

a facilidade ao acesso não significa

o bom uso dos recursos tecno-

lógicos. Por isso, é pela educação,

– a qual deve ser mediada por

professores e pais, – que os alunos

podem aprender a fazer bom uso

desse recurso, aprofundando o

conhecimento, tendo acesso a

diferentes fontes de pesquisa, a

maneiras ilustrativas do conteúdo

e debatendo sobre a matéria

estudada entre os colegas e o

professor. Dessa forma, apro-

veitando a interatividade para

construir conhecimento coletivo.

Essa nova ferramenta tecnológica

– como em tempos atrás já foi

considerado o lápis, a lousa e o

papel – não pode ser encarada

como uma inimiga da educação

e tão pouco a única maneira

de ensinar. Já que a tecnologia

não melhora a educação, ela

potencializa. Mas é importante

encarar como uma realidade e

dar outra roupagem na mediação

da construção do conhecimento

dos alunos, para que eles se

interessem mais pelas aulas.

O importante é definir em conjunto

com os alunos quais serão as

regras de uso e como devem

ser utilizados esses dispositivos.

Os professores necessitam

compreender que essa geração Z

têm características diferentes dos

alunos de há 10 anos e desafiá-los

constantemente a pensar, a

interagir com propostas criativas

de exercícios e motivá-los a

estudar. Vamos ultrapassar as

barreiras das escolas e incentivar

a curiosidade natural desses

estudantes para a construção

do conhecimento, tornando

a aprendizagem um caminho

contínuo e prazeroso. ✪

artigo II

A terceira tela da educaçãoPor Maurício Gebran*

* Maurício Gebran é consultor do Gru-po Expoente e mestre em Engenharia da Produção, com ênfase em Mídia e Conhecimento.

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artigo III

A sociedade complexa, que

se pauta no conhecimento

(patrimônio resultante das

conquistas da humanidade) e na

educação (única forma de indi-

vidualizar, socializar e humanizar

uma pessoa), não comporta

pensamentos simplistas ou expli-

cações recortadas como: "o

mundo mudou e nossos alunos

não respeitam mais ninguém!".

O que mudou? Como promover aprendizagens

na era das inovações científicas

e tecnológicas?Os valores atri-

buídos ao mundo do consumo,

da rapidez e do descartável modi-

ficaram alguns encaminha-

mentos educacionais no seio da

família, o que repercute no dia a

dia da escola. Mudaram, inclusive,

o conceito de família. Como

continuar sendo família e desen-

volver seu papel formador?

É consenso que nenhuma nova

invenção, por si só, torna a

anterior obsoleta. Contudo,

sabe-se que todos os avanços

que a sociedade promove

em ciência (conhecimento)

e tecnologia

(instrumentos

de mediação

social) incitam

mudanças. Esse

patrimônio só

se configura

como bem

para a comu-

nidade se esse

mesmo grupo de

pessoas promover a apropriação

desses instrumentos mediadores.

Isso aconteceu com as tecno-

logias e seus equipamentos.

Grande número de pessoas utiliza

a tecnologia para mediar suas

relações sociais e, mesmo os mais

resistentes, acabam cedendo

às suas facilidades e rapidez.

As redes sociais, hoje, têm o mesmo

efeito agregador que tinham as

praças dos tempos antigos – um

lugar de encontro. Contudo, todo o

arsenal que a web oferece só confi-

gurará um instrumento do desen-

volvimento pessoal e comunitário

se as pessoas conseguirem esta-

belecer relações educativas por

meio delas. Assim, apesar da forma

de relação ter se modificado, as

crianças e os jovens precisam esta-

belecer relações com qualidade,

que garantam um modo de viver e

conviver de acordo com os valores

que sustentaram, historicamente,

as organizações sociais até os dias

de hoje. Para exemplificar, não é por

que uma criança tem desenvoltura

surpreendente diante de um tablet

que ela poderá deixar de almoçar

Aprendizagem em tempos de webPor Isabel Parolin*

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Mo

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e forma de “entrar na onda”.

A grande conquista que essa

geração precisa protagonizar

é o desenvolvimento de apren-

dizagens que os capacitem

aos mergulhos reflexivos para

a construção do ser – o ser

cognoscente, um aprendiz que

conhece sua dinâmica existencial

e compreende, respeita e atua,

adequadamente, em seu mundo.

Este é o desafio da escola de

hoje: provocar as aprendizagens

que humanizam e promovam

a adequada inserção social,

entendendo os limites e as

conquistas dessa geração que

é conectada, mas impaciente;

hiperativa, mas com atenção

limitada a pequenos intervalos

de tempo; que não pensa em

linearidade e sim em descon-

tinuidade; que tende às multi-

tarefas; que desrespeita seus

educadores e se identifica com

ícones midiáticos; que vive no

senso de urgência aliado ao fato

de usarem as novas tecnologias

com melhor desenvoltura que

seus educadores, mas que precisa

de ajuda para focar no aprender.

A escola detém uma qualidade

de valor inestimável, a possi-

bilidade do encontro e das

trocas presenciais – face a

face. Não podemos deixar

de considerar que um ser

humano se faz em relação. ✪

ou de fazer suas tarefas. No dia a

dia, acolho muitos depoimentos

que ora enaltecem as benesses

que os equipamentos oferecem ao

cotidiano da família, ora lamentam

o mau uso desses instrumentos.

Os educadores, divididos entre

direcionar educativamente as

crianças e respeitar uma habi-

lidade que elas desenvolveram,

sem que os adultos as tenham

orientado, sofrem inquie-

tações, sentem dúvidas, vacilam

e muitos acabam por eximir-se

da tarefa educativa.Com faci-

lidade, ouvimos mães reclamando

que seus filhos dormem muito

tarde porque não conseguem

desligar seus jogos eletrônicos,

que as crianças não brincam entre

si porque ficam no tablet e que,

em vez de estudarem, passam

horas em chats de bate-papo.

Do outro lado, há também os

professores, que se queixam de

alunos desatentos, os quais ficam

trocando mensagens ou dormitam

durante e entre as aulas. As lógicas

diferentes que se criaram a partir

da expansão das tecnologias

resultaram em diferentes formas

de desenvolver esquemas mentais

e, por conseguinte, tendem a

ficar cada vez mais complexas as

elaborações. Na escola, tem sido

forte o movimento no sentido de

tentar controlar esses acessos ou

de utilizá-los como instrumento

* Isabel Parolin é mestre em psicolo-gia da educação, pedagoga, psico-pedagoga clínica, pesquisadora do grupo GAE – PUCPR, autora de vários livros destinados à formação de pro-fessores e à família, entre eles: Limi-tes: respeito e superação, publicado pela editora Expoente.

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técnicas de estudo II

Contar para encantarTrabalhar a contação de histórias pode trazer grandes

contribuições para o aprendizado e a criatividade dos alunos

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Materiais necessáriosNão é necessário se prender a isso, mas são recursos úteis:

- Livros

- Gravuras

- Fanelógrafo

- Desenhos

- Fantoches

- Músicas

Para algumas coisas na vida:

“Os olhos são cegos. É preciso ver

com o coração”. Este é um trecho

do célebre livro O Pequeno Príncipe,

de Saint Exupéry. Por isso, a didática

em sala de aula que procura estimular

o raciocínio lógico, às vezes não é

capaz de abarcar todo o aprendizado

de valores, imaginação, construção

do conhecimento e criatividade

para a vida das pessoas. Uma das

técnicas para melhorar os estudos

é trazer a magia das histórias para

o dia a dia, extrapolando o incentivo

à leitura. Uma boa contação pode

fazer a diferença para despertar a

“visão do coração” e tornar o apren-

dizado de diferentes áreas do

conhecimento mais prazeroso.

Essa técnica educa, estimula o

desenvolvimento de habilidades

cognitivas, o senso crítico e pode

introduzir um conteúdo progra-

mático. Além disso, cria-se um laço

afetivo com os alunos que pode

ser incontável. “Um professor que

sabe contar histórias, e que se

dedica a isso, pode ter a certeza

que está dando um grande passo

para cativar e surpreender seus

alunos. Ouvir e contar histórias

faz parte da vida do ser humano

desde o seu nascimento.

Quando escutamos uma história

interessante, cheia de vida, que

cativa nossa atenção, sentimos

prazer e oportunizamos o desen-

volvimento da criatividade do

público ouvinte”, afirma Gislaine

Pires, diretora de eventos, da

Idea’s (empresa especializada em

recreação, contação de histórias

e teatro). “Além disso, a criança

que ouve histórias desenvolve

sua aprendizagem para ser leitor,

descobre novas palavras, entra

em contato com as personagens

e seus conflitos. Todo esse envol-

vimento com o enredo das histórias

possibilita o descobrimento dos

conflitos e impasses que temos

e das soluções que podemos

encontrar na resolução desses

problemas”, ressalta Gislaine.

Seja um contador de históriasVeja algumas dicas de quem já contou muitas histórias para crianças e adolescentes.- Ter um bom repertório e gostar de ler.

- Ler de formas variadas, alternando as nuances da voz, realizando sonoplastia quando necessário.

- Treinar na frente do espelho.

- Caprichar nas expressões faciais e corporais.

- Usar ferramentas como fantoches, baú de histórias e gravuras.

- Técnicas de contação para realizar com os alunos:

- Continue contando (improviso).

- Passe a bola.

Os tempos mudaram. Isso é fato.

Com essa realidade, é interessante

perceber que as aulas tradicionais

não atendem mais às necessidades

dos alunos de uma nova geração.

É preciso inovar, criar novas

formas de mediar o apren-

dizado do aluno, e uma das

formas pode ser a contação de

histórias. “Por meio da contação

de histórias, podemos levar

os alunos a qualquer mundo

imaginário, conforme o conteúdo

que desejamos aplicar. Se formos

trabalhar com ciências, por

exemplo, podemos criar uma

estória e personagens envol-

ventes que tratem do meio

ambiente. Não há necessidade

de criar personagens novos o

tempo todo, mas alguns bem reais

que se tornem significativos e

tratem de algum tema específico.

Contar histórias que já existem,

seja na íntegra ou recontada,

também é uma ótima sugestão”,

orienta a diretora de eventos. ✪

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vestibular

O segundo semestre está em

andamento e as provas de

vestibular estão chegando. A partir

de agora é o período intensivo

para os professores passarem

as matérias e promoverem

revisões. Ajudar o lado psicológico

dos alunos também é funda-

mental. “O que os professores

mais fazem é despertar a auto-

confiança em seus alunos vesti-

bulandos, porque ela diminui ou

elimina angústias e ansiedades”,

comenta o professor de Lite-

ratura do Colégio Expoente, Élio

Antunes. Em relação aos estudos, é

preciso passar aos alunos a impor-

tância da disciplina, das horas empe-

nhadas ao estudo, para sedimentar

o conteúdo visto em sala de aula e

ter foco nas matérias que terão mais

Em preparação O vestibular é um momento decisivo para professores, gestores de escolas e, claro, para os alunos. Materiais e dicas podem contribuir com o desempenho nas provas

Conhecimento à disposiçãoAlguns materiais podem ajudar você a se atualizar e comple-

mentar suas aulas para os vestibulandos. Confira.

ExpoDicas Resumo de conteúdos dos programas de vestibular.

ExpoEnem Material pensado e preparado de acordo com o novo formato do Exame

Nacional do Ensino Médio (Enem). São 747 questões de múltipla escolha,

incluindo aquelas de edições anteriores do Enem e dos principais vesti-

bulares do país, além de questões inéditas preparadas por uma equipe

de professores do Ensino Médio e do Pré-Vestibular Expoente.

Arte O professor Carlos Alberto de Paula trata das várias expressões

artísticas, propondo reflexões sobre a importância da arte na formação

do indivíduo e sobre como a arte reflete às sociedades. Tratando

dos conteúdos de música, teatro, dança, artes visuais e cinema,

o livro procura relacionar a história da arte com o cotidiano.

Filosofia O professor Edson Bispo valoriza textos filosóficos e a história de mais de

2 mil anos da filosofia, situando-os na atualidade. Possui exercícios simples

e contextualizados. Por isso, esse livro ajuda a entender como a condição

humana foi pensada e como ela se manifesta na história dos seres humanos. foto

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professores de vestibulandos

usam como sempre são variadas,

ou seja, todo professor é um

ator competente que tem que

ganhar o aluno em cada aula,

porém, o aluno vestibulando

de hoje exige que antes de o

professor ser um espetáculo, ele

tem que ser competente, isto é,

ele tem de mostrar diariamente

que domina a matéria que

leciona”, comenta Antunes.

Por isso, é interessante sempre

investir em sua formação e

na atualização do tema. ✪

mentares disponíveis na internet

que trazem o conhecimento para

o mundo dos jovens, que estão

conectados todo o tempo em

redes sociais e sites variados.

Também existem formas de

chamar a atenção sem o uso

de tecnologias, com iniciativas

simples e criativas, como paródias,

alteração do tom da voz para

explicar uma matéria, dinâmicas

em grupo, entre outras atividades

que podem fazer a diferença

na compreensão do conteúdo.

“As técnicas de ensino que os

peso em sua prova de vestibular.

“O número de horas de estudo quem

vai dimensionar a necessidade é o

próprio aluno”, afirma Antunes.

Os professores têm ao seu favor

diversos recursos criativos que

podem lançar mão para prender

a atenção do aluno e dar mais

motivação, já que é na fase da

adolescência que os alunos perdem

o foco e a concentração com

frequência. Para isso, atualmente,

existem ferramentas multimídia,

como vídeos, laboratórios on-line,

músicas, provas e materiais comple-

História e Cultura Afro-Brasileira e Indígena Material composto de dois volumes, voltado para o Ensino Médio, com o objetivo de levar o aluno a entender a história e as culturas afro-brasileira e indígena e seus contextos. Busca capacitá-lo a interagir com essas culturas e compreendê--las, bem como garantir o reconhecimento e a igualdade de valo-rização das raízes africanas e indígenas da nação brasileira.

Materiais regionais Volumes distintos de História e Geografia que trabalham aspectos regionais. Além do Distrito Federal, os materiais contemplam os seguintes estados: Alagoas, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Rondônia, Santa Catarina e São Paulo.

Produção de texto Volume único, por série, com análises textuais e encaminha-mentos para a produção de textos, com propostas diversas que contemplam exigências de vestibulares de todo o país.

Sociologia A professora Gladys Mariotto tem um objetivo claro: o exercício pleno da cidadania. Para isso, os textos levam o leitor a refletir sobre a relação entre indivíduo e sociedade, destacando a impor-tância de desenvolver uma noção crítica dos fatos, esti-mulando a capacidade de reflexão acerca do cotidiano. fo

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esporte

Sem preconceitoAs aulas de Educação Física deslocaram seu foco para dar aos alunos novas experiências esportivas e incentivo para saírem do sedentarismo fo

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ente

TOP 3 São as áreas dos

Parâmetros Curriculares

Nacionais (PCN) que propõem

uma infinidade de possibilidades,

levando em conta a cultura que

os alunos estão inseridos.

1. Jogos, ginástica, lutas e

outras modalidades esportivas.

2. Atividades rítmicas

e expressivas.

3. Conhecimentos

sobre o corpo.

Em décadas anteriores, as

atividades que dominavam as aulas

de Educação Física para o Ensino

Fundamental e Médio tinham o

objetivo de revelar novos talentos

para o esporte nacional e trabalhar

na melhoria do desempenho físico.

Hoje, o olhar dos professores e

profissionais dessa área está mais

reflexivo e voltado às potencia-

lidades, a estudar movimentos

culturais, trabalhar o chamado

patrimônio corporal e dar mais

opções aos alunos de mexerem

o corpo em diferentes práticas

esportivas, dos esportes tradi-

cionais, como futebol, basquete

e atletismo, aos menos comuns,

como Paintball, escalada e

Muay Thai, sem preconceito.

“A era do professor que liberava

uma bola e ia tomar café e ler jornal

ficou para trás, hoje os profis-

sionais licenciados em Educação

Física, que fazem a opção de

trabalhar na escola, têm objetivos e

compromisso voltados à formação

da criança e do adolescente,

desenvolvendo destrezas e habi-

lidades, muitas vezes, neces-

sárias para sua alfabetização, como

é o caso das diferentes coorde-

nações. O conteúdo da Educação

Física deve ser apresentado e

ensinado aos alunos de forma

lúdica e prazerosa seja por meio

de jogos, circuitos ou outra forma

utilizada pelo professor a fim de

atingir seus objetivos”, afirma

Marcos Aurélio Domingues,

professor de Educação Física do

Colégio Expoente, em Curitiba.

Segundo o professor Domingues,

é importante trabalhar esportes

não convencionais nas aulas de

Educação Física quando possível,

para apresentar aos alunos dife-

rentes valências físicas, como

força, resistência, velocidade,

agilidade, coordenação, flexibi-

lidade e equilíbrio em diversos

níveis de exigência do corpo.

Também é por meio do estudo e

da prática desses esportes que

os alunos podem despertar seu

interesse em combater o seden-

tarismo. Podem ainda vivenciar

novos valores, como a cooperação,

a solidariedade e a persistência.

Conteúdos paralelos ao exercício

físico, como hidratação, respiração

e distúrbios alimentares, são

importantes também para a

formação dessa nova geração que

está, cada dia mais, dando prio-

ridade a jogos virtuais nos compu-

tadores e videogames. Com essa

tendência ao sedentarismo às

novas gerações, uma das preo-

cupações é de doenças hipoci-

néticas (causadas pela falta de

movimento). “Caso de hiper-

tensão, diabetes e obesidade

serão cada vez mais comuns em

crianças e adolescentes, graças

ao estilo de vida moderno. Apre-

sentar novas possibilidades de

movimento por meio de dife-

rentes esportes pode despertar o

interesse para a prática esportiva”,

alerta o professor Domingues. ✪

“ É por meio do estudo e da prática de esportes que os alunos podem

se afastar do sedentarismo ”

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2.Portal responsivo

(adapta-se ao dispo-sitivo acessado:

smartphone, tablet ou PC)

3.Opções de canais por

nível de ensino

4.Integração com redes

sociais

5.Acesso rápido

aos canais mais acessados

O canal Escola Interativa

<www.escolainterativa.com.br>,

espaço de interação e conteúdo

destinado a todos os níveis

escolares da rede conveniada

ao Sistema de Ensino Expoente

(SEE), ganhou novo leiaute

e novos recursos para as

aulas e estudos em casa.

Foram envolvidos diversos setores

do Grupo Expoente para mudar a

home do Portal Escola Interativa.

Durante meses, a equipe

pedagógica do SEE elaborou

diversos conteúdos inéditos

para disponibilizar recursos de

alto padrão às escolas da rede

pública e privada de todo o Brasil.

A interface ganhou novas cores,

novo formato e foi projetada

pela equipe de Tecnologia de

Informação e pelo setor de

Tecnologia do Grupo Expoente

para atender às necessidades

atuais e trabalhar de modo

responsivo (adequando-se auto-

maticamente a PCs, tablets e

smartphones). Por etapas, os

conteúdos dos canais internos

ganharão a mesma interface.

"Sentimos a necessidade de

unificar e integrar de maneira

mais eficaz todos os canais

para oferecer um ambiente

mais adequado e produtivo às

nossas escolas conveniadas",

afirma Armindo Angerer, diretor-

-geral do Grupo Expoente.

Merece destaque o material

didático digital que agrega novos

conteúdos e muitos recursos

para serem utilizados em sala

de aula, tais como novos info-

gráficos de estudo da orga-

nização do corpo humano, do

sistema digestório, da célula, dos

órgãos, tecidos e das verminoses.

São conteúdos animados que

permitem melhor aprendizado por

meio de movimentos e cores. ✪

Navegar é preciso Com novo leiaute, o Portal Escola Interativa será ainda mais útil para educadores e alunos de toda a rede conveniada ao Sistema de Ensino Expoente

mundo web

Top 51.

Novo leiaute da home

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PortalEscola Interativa

Novo visual e mais conhecimentoa um clique de distância

Novidades O canal Interativa Filmes ganha novas dicas de clássicos da sétima arte, direto para sua sala de aula.

Saiba mais em www.escolainterativa.com.brOs mesmos produtos impressos transformados na versão digital, possibilitando a visualização e o manuseio em projetores, lousas interativas, tablets e iPads, acrescentando itens de interatividade, sonoridade e imagem.

Material digital Os materiais didáticos Expoente ganharam novos recursos on-line no portal Escola Interativa.

Em breve A partir de 2015,os professores poderão montar provas por disciplina/turma em um repleto banco de questões.

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