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Instituto de Correspondência Internacional

Língua Portuguesa

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Língua portuguesa

Linguagem, Língua e Fala

LINGUAGEM: É o uso da língua como forma de expressão e comunicação entre as pessoas. Agora,

a linguagem não é somente um conjunto de palavras faladas ou escritas, mas também de gestos e imagens.

LÍNGUA: é um tipo de linguagem; é a única modalidade de linguagem baseado em palavras. O alemão e o português são línguas diferentes. Língua é a linguagem verbal utilizada por um grupo de indivíduos que constitui uma comunidade. FALA: é a realização concreta da língua, feita por um indivíduo da comunidade num determinado momento. É

um ato individual que cada membro pode efetuar com o uso da linguagem.

TIPOS DE LINGUAGEM

a). Verbal: aquela cujos sinais são as palavras e daí vem a analogia ao verbo. Você já tentou se pronunciar

sem utilizar o verbo? Se não, tente, e verá que é impossível se ter algo fundamentado e coerente! Assim, a

linguagem verbal é que se utiliza de palavras quando se fala ou quando se escreve.

b). Não-verbal: aquela que utiliza outros sinais que não as palavras. LIBRAS - Linguagem Brasileira de Sinais,

o conjunto dos sinais de trânsito, mímica etc. constituem tipos de linguagem não-verbal.

Cartão vermelho – denúncia de falta grave no futebol.

Símbolo que se coloca na porta para indicar “sanitário masculino”.

Imagem indicativa de “silêncio”.

Gramática Normativa

Fonologia

Fonologia é o ramo da Linguística que estuda o sistema sonoro de um idioma. Ao estudar a maneira como os

fones (sons) se organizam dentro de uma língua, classifica-os em unidades capazes de distinguir significados,

chamadas fonemas.

Fonemas são as entidades capazes de estabelecer distinção entre as palavras. Exemplos: casa/capa, muro/mudo, dia/tia. A troca de um único fonema determina o surgimento de outra palavra ou um som sem sentido. O fonema se manifesta no som produzido e é registrado pela letra, é representado graficamente por ela. O fonema /z/, por exemplo, pode ser representado por várias letras: z (fazenda), x (exagerado), s (mesa).

Os fonemas são representados entre barras. Exemplos: /m/, /o/.

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Conceito de Fonética

Estudo dos sons da fala, especialmente no que diz respeito à sua produção, transmissão e recepção.

Aparelho fonador

Classificação dos fonemas

Os fonemas da língua portuguesa classificam-se em vogais, semivogais e consoantes.

Vogais: são fonemas pronunciados sem obstáculo à passagem de ar, chegando livremente ao exterior. Exemplos: pato, bota

Semivogais: são os fonemas que se juntam a uma vogal, formando com esta uma só sílaba: Exemplos: couro, baile. Observe que só os fonemas /i/ e /u/ átonos funcionam como semivogais. Para que não sejam confundidos com as vogais i e u serão representados por [y] e [w] e chamados respectivamente de iode e vau.

Consoantes: são fonemas produzidos mediante a resistência que os órgãos bucais (língua, dentes, lábios) opõem à passagem de ar. Exemplos: caderno, lâmpada.

Classificação das vogais

Quanto à zona de articulação

A zona de articulação está relacionada com a região da boca onde as vogais são articuladas.

média: é articulada com a língua abaixada, quase em repouso. Ex.: a (pasta)

anteriores: são articuladas com a língua elevada em direção ao palato duro, próximo ao dentes.Ex.: é (pé ), ê (dedo ), i (botina )

posteriores: são articuladas quando a língua se dirige ao palato mole. Ex.: ó (pó), ô (lobo), u (resumo)

Quanto ao papel das cavidades bucal e nasal

A corrente de ar pode passar só pela boca (orais) ou simultaneamente pela boca e fossas nasais (nasais).

orais: (pata), (sapé), (veia), (vila), (sol), (aborto), (fluxo)

nasais: (fã), (tempo), (cinto), (sombrio), (fundo)

Quanto à intensidade

A intensidade está relacionada com a tonicidade da vogal.

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tônicas: café, cama

átonas: massa, bote

Quanto ao timbre

timbre está relacionado com a abertura da boca

abertas: (sapo), (neve), (bola)

fechadas: ê (mesa), ô (domador), i (bico), u (útero) e todas as nasais

reduzidas: são as vogais reduzidas no timbre já que são vogais átonas (orais ou nasais, finais ou internas). Exemplos: (cara, cantei)

Classificação das consoantes

As consoantes são classificadas de acordo com quatro critérios:

1-modo de articulação: é a forma pela qual as consoantes são articuladas.Quanto ao modo de articulação, as consoantes podem ser oclusivas ou constritivas.

Nas oclusivas existe um bloqueio total do ar.

Nas constritivas existe um bloqueio parcial do ar.

2-ponto de articulação: é o lugar onde a corrente de ar é articulada (lábios, dentes, palato...) De acordo com o ponto onde é articulada, as consoantes são classificadas em:

bilabiais = lábios + lábios.

labiodentais = lábios + dentes superiores.

linguodentais = língua + dentes superiores

alveolares = língua + alvéolos dos dentes.

palatais = dorso do língua + céu da boca

velares = parte superior da língua + palato mole

3-função das cordas vocais: se a cordas vocais vibrarem, a consoante será sonora; no caso contrário, a consoante será surda.

4-função das cavidades bucal e nasal: caso o ar saia somente pela boca, as consoantes serão orais; se sair também pelas fossas nasais, as consoantes serão nasais.

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Dígrafos

É a união de duas letras representando um só fonema.Observe que no caso dos dígrafos não há correspondência direta entre o número de letras e o número de fonemas.

Dígrafos que desempenham a função de consoantes: ch (chuva), lh (molho), nh(unha), rr(carro) e outros.

Dígrafos que desempenham a função de vogais nasais: am (campo), en (bento), om (tombo) e outros

Encontros vocálicos

Há três tipos de encontros vocálicos: hiato, ditongo e tritongo.

Hiato: é junção de duas vogais pronunciadas separadamente formando sílabas distintas. Ex.:saída, coelho

Ditongo: é a junção de uma vogal + uma semivogal (ditongo decrescente), ou vice-versa (ditongo crescente), na mesma sílaba. Ex.: noite (ditongo decrescente), quase (ditongo crescente).

Tritongo: é a junção de semivogal + vogal + semivogal, formando uma só sílaba. Ex.: Paraguai, argüiu.

Não se esqueça que só as vogais /i/ e /u/ podem funcionar como semivogais. Em palabras como goiaba não trata-se de um tritongo e sim de um ditongo e um hiato. goi-a-ba

Encontros consonantais

Quando existe uma seqüência de duas ou mais consoantes em uma mesma palavra, denominamos essa seqüência de encontro consonantal.

O encontro pode acorrer:

na mesma sílaba: cla-ri-da-de, fri-tu-ra, am-plo.

em sílabas diferentes: af-ta, com-pul-só-rio

Nos encontros consonantais somos capazes de perceber o som de todas as consoantes.

Silaba

É a unidade ou grupo de fonemas emitidos num só impulso da voz.

Classificação das palavras quanto ao número de sílabas

Monossílabas: aquelas que possuem uma só sílaba: dó, mão, cruz, etc.

Dissílabas: aquelas que possuem duas sílabas: sa/pé, fo/lha, te/la, etc.

Trissílabas: aquelas que possuem três sílabas: fun/da/ção, mé/di/co, etc.

Polissílabas: aquelas que possuem mais de três sílabas: ve/te/ra/no, na/tu/re/za, pa/la/ci/a/no, etc.

Divisão silábica

A fala é o primeiro e mais importante recurso usado para a divisão silábica na escrita.

1. Regra geral: Toda sílaba, obrigatoriamente, possui uma vogal. 2. Regras práticas: Não se separam ditongos e tritongos. Exemplos: mau, averigüei 3. Separam-se as letras que representam os hiatos. Exemplos: sa-í-da, vô-o... 4. Separam-se somente os dígrafos rr, ss, sc, sç, xc. Exemplos: pas-se-a-ta, car-ro, ex-ce-to... 5. Separam-se os encontros consonantais pronunciados separadamente. Exemplo: car-ta

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6. Os elementos mórficos das palavras (prefixos, radicais, sufixos), quando incorporados à palavra, obedecem às regras gerais. Exemplos: de-sa-ten-to, bi-sa-vô, tran-sa-tlân-ti-co...

7. Consoante não seguida de vogal permanece na sílaba anterior. Quando isso ocorrer em início de palavra, a consoante se anexa à sílaba seguinte. Exemplos: ad-je-ti-vo, tungs-tê-nio, psi-có-lo-go, gno-mo...

Acento tônico

Sílaba tônica: A sílaba proferida com mais intensidade que as outras é a sílaba tônica. Esta possui o acento tônico, também chamado acento de intensidade ou prosódico: cajá, caderno, lâmpada

Sílaba subtônica: Algumas palavras geralmente derivadas e polissílabas, além do acento tônico, possuem um acento secundário.A sílaba com acento secundário é chamada de subtônica. Exemplos: terrinha, sozinho

Sílaba átona: As sílabas que não são tônicas nem subtônicas chamam-se átonas. Podem ser pretônicas (antes da tônica) ou postônicas (depois da tônica), Exemplos: barata (átona pretônica, tônica, átona postônica) máquina (tônica, átona postônica, átona postônica)

Não confunda acento tônico com acento gráfico. O acento tônico está relacionado com intensidade de som e existe em todas as palavras com duas ou mais sílabas. O acento gráfico existirá em apenas algumas palavras e será usado de acordo com regras de acentuação.

Classificação das palavras quanto ao acento tônico

As palavras com mais de uma sílaba, conforme a tonicidade, classificam-se em:

Oxítonas: quando a sílaba tônica é a última - coração, São Tomé, etc.

Paroxítonas: quando a sílaba tônica é a penúltima - cadeira, linha, régua, etc.

Proparoxítonas: quando a sílaba tônica é a antepenúltima - ibérica, América, etc.

Os monossílabos podem ser tônicos ou átonos:

Tônicos: são autônomos, emitidos fortemente, como se fossem sílabas tônicas.Ex.: ré, teu, lá, etc.

Átonos: apóiam-se em outras palavras, pois não são autônomos, são emitidos fracamente, como se fossem sílabas átonas. São palavras sem sentido quando estão isoladas: artigos, pronomes oblíquos, preposições, junções de preposições e artigos, conjunções, pronome relativo que. Ex.: o, lhe, nem, etc.

Ortografia

Palavra constituída das partes: orto (correta) + grafia (escrita).

A ortografia é a parte da gramática que trata da correta escrita das palavras.

Alfabeto português

Nosso alfabeto é composto de 23 letras: a, b, c, d, e, f, g, h, i, j, l, m, n, o, p, q, r, s, t, u, v, x, z

Observação: Você deve estar se perguntando pelas letras W, Y e K. Elas não pertencem mais ao nosso alfabeto.São usadas apenas em casos especiais:

nomes próprios estrangeiros (Wellington,Willian....),

abreviaturas e símbolos de uso internacional (K- potássio,Y-ítrio..),

palavras estrangeiras (show, play...)

Emprego de letras

Letra H

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Por que usar a letra H se ela não representa nenhum som? Realmente ela não possui valor fonético, mas continua sendo usada em nossa língua por força da etimologia e da tradição escrita.

Emprega-se o H:

1. Inicial, quando etimológico. Ex.: horizonte, hulha, etc. 2. Medial, como integrante dos dígrafos ch, lh, nh. Ex.: chamada, molha, sonho, etc. 3. Em algumas interjeições. Ex.: oh!, hum!, etc. 4. Em palavras compostas unidos por hífen, se algum elemento começa com H: hispano-americano,

super-homem, etc. Palavras compostas ligadas sem hífen não são escritas com H. Ex.: reaver 5. No substantivo próprio Bahia (Estado do Brasil), por tradição. As palavras derivadas dessa são escritas

sem H. Ex.: baiano. . .

Algumas palavras anteriormente escritas com H "perderam" essa letra ao longo do tempo. Ex.: herba-erva, hibernum-inverno, etc.

Caso você se interesse mais pela origem das palavras, consulte algum dicionário etimológico da língua portuguesa. Nele você encontrará a explicação da origem de cada palavra.

Letras G / J

G: - Palavras terminadas em -agem, -igem, -ugem, -ágio, -égio, -ígio, -ógio, -úgio. Ex.: garagem, vertigem, ferrugem, relógio, refúgio, estágio, colégio, prodígio... Exceções: pajem e lambujem - Derivadas de palavras que possuam G. Ex.: rabugento ( rabugem), selvageria ( selvagem)

J: - Palavras de origem africana ou indígena. Ex.: jiló, Ubirajara, acarajé... - Derivadas de palavras que possuam J e verbos que terminem em -jar ou -jear. Ex.: gorjeta ( gorja), nojento ( nojo), cerejeira ( cereja), arranjar ( arranjo, arranjaria ...)

Letras S / Z

S: - Derivadas de primitivas com "s" Ex.: visitante ( visita)... - Nas formas dos verbos pôr, querer e seus derivados (repor, requerer...). Ex.: pusesse, quisesse... - Após um ditongo. Ex.: maisena, pausa... - Sufixo -oso formador de adjetivos . Ex.: amoroso, atencioso... - Sufixos -isa, -ês, -esa usados na constituição de vocábulos que indicam: profissão, nacionalidade, estado social e títulos. Ex.: baronesa, norueguês, sacerdotisa, cortês, camponês...

Z: - Derivadas de primitivas com "z". Ex.: enraizar ( raiz), vazar (vazio)... - Sufixo formador de verbo -izar. Ex.: realizar, modernizar... - Sufixo -ez (a) formador de substantivos abstratos. Ex.: timidez, viuvez...

O verbo catequizar é derivado da palavra catequese deveria ser escrito com "s", mas, como é derivado do grego, já veio formado para nosso vernáculo (língua do país). - MAIZENA é um substantivo próprio, marca registrada.

Letras X / CH

X: - Depois de ditongo. Ex.: peixe, ameixa... - Depois da sílaba me-. Ex.: mexer, mexerico... A palavra mecha (substantivo) é uma exceção - Depois da sílaba en-. Ex.: enxoval, enxaqueca... São exceções: encher, encharcar, enchumaçar e seus

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derivados. - Em palavras de origem indígena ou africana. Ex.: orixá, abacaxi...

CH: - Palavras derivadas de outras escritas com pl, fl e cl. Ex.: chumbo( plúmbeo), chave (clave)... - Verbos encher, encharcar, enchumaçar e seus derivados. Ex.: preencher, encharcado... - Palavras derivadas de primitivas que tenham o ch. Ex.: enchoçar (choça)...

Letras SS / Ç

SS: - Terminação dos superlativos sintéticos e do imperfeito de todos verbos. Ex.: lindíssimo, corrêssemos... - Palavras ou radicais iniciados por s que entram na formação de palavras derivadas ou compostas. Ex.: homossexual (homo + sexual)

Ç: (só é grafado antes de a, o, u) - Palavras derivadas de primitivas escritas com ç. Ex.: embaçado (embaço)... - Verbos em -ecer, -escer. Ex.: anoiteça (anoitecer), cresça (crescer) - Palavras de origem árabe, indígena e africana. Ex.: paçoca, muçulmano, miçanga...

Formas Variantes

Há palavras que podem ser grafadas de duas maneiras, ambas aceitas pela norma culta.

cota / quota catorze / quatorze cociente / quociente

cotidiano / quotidiano assobiar / assoviar percentagem / porcentagem

contacto / contato carácter / caráter óptica / ótica

secção / seção toucinho / toicinho taverna / taberna

Parônimos e Homônimos

Parônimos são palavras parecidas na grafia ou na pronúncia, mas com significados diferentes.

eminente (elevado) iminente (prestes a ocorrer)

ratificar (confirmar) retificar (corrigir)

absolver (perdoar, inocentar) absorver (sorver, aspirar)

cavaleiro (que cavalga) cavalheiro (homem cortês)

comprimento (extensão) cumprimento (saudação)

Homônimos são palavras que têm a mesma pronúncia, mas significados diferentes.

acento (símbolo gráfico) assento (lugar onde se senta)

caçar (capturar animais) cassar (tornar sem efeito)

são (sadio; adjetivo) são (forma do verbo ser)

apreçar (ajustar o preço) Apressar (tornar rápido)

conserto (corrigir, reparar) concerto (de músicos)

espiar (observar) expiar (reparar falta mediante pena)

Ortoépia

Ortoépia é a correta pronúncia dos grupos fônicos. A ortoépia está relacionada com: a perfeita emissão das vogais, a correta articulação das consoantes e a ligação de vocábulos dentro de contextos.

Erros cometidos contra a ortoépia são chamados de cacoepia. Alguns exemplos:

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1. pronunciar erradamente vogais quanto ao timbre: Ex: pronúncia correta, timbre fechado (ê, ô): omelete, alcova, crosta... Ex: pronúncia errada, timbre aberto (é, ó):omelete, alcova,crosta...

2. omitir fonemas: cantar/ canta, trabalhar/trabalha, amor/amo, abóbora/abóbra,prostrar/ prostar, reivindicar/revindicar...

3. acréscimo de fonemas: pneu/peneu, freada/ freiada,bandeja/ bandeija... 4. substituição de fonemas: cutia/cotia, cabeçalho/ cabeçário, bueiro/ boeiro 5. troca de posição de um ou mais fonemas: caderneta/ cardeneta, bicarbonato/ bicabornato,

muçulmano/ mulçumano 6. nasalização de vogais: sobrancelha/ sombrancelha, mendigo/ mendingo, bugiganga/ bungiganga ou

buginganga 7. pronunciar a crase: A aula iria acabar às cinco horas./ A aula iria acabar àas cinco horas 8. ligar as palavras na frase de forma incorreta: Ex. correta: A aula/ iria acabar/ às cinco horas. Ex. de

ligação incorreta: A/ aula iria/ acabar/ às/ cinco horas.

Prosódia

A prosódia está relacionada com a correta acentuação das palavras tomando como padrão a língua considerada culta.

Abaixo estão relacionados alguns exemplos de vocábulos que freqüentemente geram dúvidas quanto à prosódia:

oxítonas: cateter, Cister, condor, hangar, mister, negus, Nobel, novel, recém, refém, ruim, sutil, ureter.

paroxítonas: avaro, avito, barbárie, caracteres, cartomancia,ciclope, erudito, ibero, gratuito, ônix, poliglota, pudico, rubrica, tulipa.

proparoxítonas: aeródromo, alcoólatra, álibi, âmago,antídoto, elétrodo, lêvedo, protótipo, quadrúmano, vermífugo, zéfiro.

Há algumas palavras cujo acento prosódico é incerto, oscilante, mesmo na língua culta. Ex.: acrobata e acróbata / crisântemo e crisantemo/ Oceânia e Oceania/ réptil e reptil/ xerox e xérox e outras.

Outras assumem significados diferentes, de acordo a acentuação: Exemplo: valido / válido, Vivido / Vívido.

Casos mais freqüentes de pronúncias diferentes da língua padrão:

Língua coloquial Norma Culta

adevogado advogado

Aléja aleija

Douze doze (ô)

Desiguinar, desiguina designar, designa

espelha (é) espelha (ê)

estóra estoura

freiada, freiou freada, freou

frustado, frustar, frustação frustrado, frustrar, frustração

impecilho empecilho

mendingo mendigo

opita optar (op-tar)

pósa (verbo pousar) pousa

prazeirosamente prazerosamente

previlégio privilégio

própio, apropiado próprio, apropriado

pissicologia, pissicólogo psicologia, psicólogo (psi)

róbo, róbas, róba, róbam roubo, roubas, rouba, roubam

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Regras de acentuação

As palavras em Língua Portuguesa são acentuadas de acordo com regras. Para que você saiba aplicá-las é preciso que tenha claros alguns conceitos como tonicidade, encontros consonantais e vocálicos...

Para você acentuar uma palavra: 1º - Divida-a em sílabas; 2º - Classifique-a quanto à tonicidade (oxítona, paroxítona e proparoxítona); 3º - De acordo com sua terminação, encaixe-a nos quadros abaixo.

Você deve acentuar as:

OXÍTONAS terminadas em:

PAROXÍTONAS terminadas em:

PROPAROXÍTONAS

-a (s). Ex.: cajá -e (s). Ex.: sapé -o (s). Ex.: jiló -em(s). Ex.: também -en (s). Ex.: reféns

-i. Ex.: júri -u. -us. Ex.: vírus, -l. Ex.: útil -n.-ns. Ex.: hífen, éden -r. Ex.: néctar -x. Ex.: tórax -ã.-ãs,-ão,-ãos. Ex.: órgão, ímã -ditongo. Ex.:régua -ps. Ex.:bíceps

TODAS. Ex.: lâmpada, fábrica

MONOSSÍLABOS terminados em:

HIATOS

-a(s). Ex.: pá -e(s). Ex.: ré -o(s). Ex.: nós

- Quando i, u tônicos forem o segundo elemento de um hiato e estiverem sozinhos na sílaba ou acompanhados de s. Ex.: saída, baú, egoísta, baús... - A primeira vogal tônica dos hiatos oo(s) e ee é acentuada. Ex.:vôo, lêem. - Os verbos que possuem EE (hiatos) são apenas quatro: crer, dar, ler e ver. Ex.:crêem, dêem, lêem, vêem. Seus derivados também são acentuados. Ex.:relêem, revêem... - Exceção: hiatos seguidos de nh na sílaba seguinte não são acentuados. Ex.: rainha, bainha...

DITONGOS GRUPOS GU, QU ANTES DE E/I

Os ditongos abertos: éu(s), éi(s), ói(s). Ex.: pastéis, dói, céu...

- Quando o u é proferido e tônico, receberá acento agudo: averigúe, apazigúe, argúis, etc. - Quando o referido u é proferido e átono, receberá trema: freqüente, tranqüilo, etc. - Quando o u não for pronunciado, formará com q e g dígrafos, ou seja, duas letras representando um único fonema /k/ e /g /. Não apresenta nenhum tipo de acento.

Acento diferencial

O acento diferencial (que pode ser circunflexo ou agudo) é usado como sinal distintivo de vocábulos homógrafos (palavras que apresentam a mesma escrita).

Alguns exemplos:

ás (carta de baralho, piloto exímio) - as (artigo feminino plural)

côa, côas (verbo coar )- coa, coas (contrações com + a, com + as)

pára (verbo) - para (preposição)

péla, pélas (substantivo e verbo) - pela, pelas (contrações de per + a, per + as)

pêlo(substantivo) - pelo (per+o)

pólo, pólos (extremidade, jogo) - pôlo, pôlos (falcão)

pêra (fruta) - péra ou péra-fita (grande pedra antiga, fincada no chão)

pôr (verbo) - por (preposição)

porquê (substantivo) - porque(conjunção)

quê (substantivo, pronome em fim de frase) - que (conjunção)

O verbo TER, VIR e seus derivados não possuem dois EE na 3ª pessoa do plural no presente do indicativo: ele tem, eles têm; ele vem, eles vêm; ele contém, eles contêm...

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Sinais Gráficos

Sinais gráficos ou diacríticos são certos sinais que se juntam às letras, geralmente para lhes dar um valor fonético especial e permitir a correta pronúncia das palavras.

1-Til: Indica nasalidade. Exemplos: maçã, Irã, órgão...

2-Trema: Indica que o u dos grupos gue, gui, que, qui é proferido e átono. Exemplos: lingüiça, tranqüilo...

3-Apóstrofo: Indica a supressão de uma vogal. Pode existir em palavras compostas, expressões e poesias. Exemplos: caixa-d'água, pau-d'água, etc.

4-Hífen: Regras Gerais. Emprega-se o hífen:

em palavras compostas. Exemplos: beija-flor, amor-perfeito...

para ligar pronomes átonos às formas verbais. Exemplos: dar-lhe, amar-te-ia...

para separar palavras em fim de linha.

para ligar algumas palavras precedidas de prefixos. Exemplos: auto-educação, pré-escolar...

Observação: o uso do hífen é regulamentado pelo Pequeno Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa.Por se tratar de um item extremamente complexo, com regras confusas e extensas, os autores são contraditórios quando tratam do assunto.Procuramos sintetizar em um quadro o uso do hífen com os prefixos mais comuns.

Uso do hífen com os prefixos mais comuns:

Prefixos Quando se ligam a palavras iniciadas por

Exemplos

infra-, intra-, ultra-, contra-, supra-, extra-, pseudo-, neo- auto-, semi-

vogal, h, r e s infra-estrutura, intra-uterino, ultra-romântico, contra-senso, supra-sensível, extra-oficial, pseudo-hermafrodita exceção: extraordinário

anti-, ante-, arqui-, sobre- h, r, s ante-sala, anti-higiênico, sobre-sala

inter-, hiper-, super- h, r super-homem, inter-relação, hiper-raivoso

sub- r, b sub-região, sub-raça, sub-base

5- Acento agudo: Indica vogal tônica aberta: pó, ré;

6- Acento circunflexo: Indica vogal tônica fechada: astrônomo, três;

7- Acento grave: Sinal indicador de crase: à, àquele;

8- Cedilha: Indica que o c tem som de ss: pança, muçulmano, moço...

O cedilha só é acompanhado pelas vogais a, o, u.

Abreviaturas e Siglas

Abaixo exemplos de abreviaturas.

A/C = ao (s) cuidado (s) Av. = Avenida BR = Brasil cap. = capítulo; caps. = capítulos CEP = Código de Endereçamento Postal

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CPF = Cadastro de Pessoa Física DDD = Discagem Direta a Distância etc. = et cetera (e as outras coisas) Kg = quilograma (s) Km = quilômetro (s) S.O.S. = save our souls (salvai nossas almas: pedido de socorro enviado por navios e aviões) W.C. = water-closet (banheiro, sanitário)

Emprego dos Porquês

POR QUE

A forma por que é a sequência de uma preposição (por) e um pronome interrogativo (que). Equivale a "por qual razão", "por qual motivo":

Exemplos:

Desejo saber por que você voltou tão tarde para casa. Por que você comprou este casaco?

Há casos em que por que representa a sequência preposição + pronome relativo, equivalendo a "pelo qual" (ou alguma de suas flexões (pela qual, pelos quais, pelas quais).

Exemplos:

Estes são os direitos por que estamos lutando. O túnel por que passamos existe há muitos anos.

POR QUÊ

Caso surja no final de uma frase, imediatamente antes de um ponto (final, de interrogação, de exclamação) ou de reticências, a sequência deve ser grafada por quê, pois, devido à posição na frase, o monossílabo "que" passa a ser tônico.

Exemplos:

Estudei bastante ontem à noite. Sabe por quê? Será deselegante se você perguntar novamente por quê!

PORQUE

A forma porque é uma conjunção, equivalendo a pois, já que, uma vez que, como. Costuma ser utilizado em respostas, para explicação ou causa.

Exemplos:

Vou ao supermercado porque não temos mais frutas. Você veio até aqui porque não conseguiu telefonar?

PORQUÊ

A forma porquê representa um substantivo. Significa "causa", "razão", "motivo" e normalmente surge acompanhada de palavra determinante (artigo, por exemplo).

Exemplos:

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Não consigo entender o porquê de sua ausência. Existem muitos porquês para justificar esta atitude. Você não vai à festa? Diga-me ao menos um porquê.

Veja abaixo o quadro-resumo:

Forma Emprego Exemplos

Por que

Em frases interrogativas (diretas e indiretas)

Em substituição à expressão "pelo qual" (e suas variações)

Por que ele chorou? (interrogativa direta) Digam-me por que ele chorou. (interrogativa indireta)

Os bairros por que passamos eram sujos.(por que = pelos quais)

Por quê No final de frases Eles estão revoltados por quê? Ele não veio não sei por quê.

Porque Em frases afirmativas e em respostas Não fui à festa porque choveu.

Porquê Como substantivo Todos sabem o porquê de seu medo.

Emprego do Hífen

O hífen é usado com vários fins em nossa ortografia, geralmente, sugerindo a ideia de união semântica. As regras de emprego do hífen são muitas, o que faz com que algumas dúvidas só possam ser solucionadas com o auxílio de um bom dicionário. Entretanto, é possível reduzir a quantidade de dúvidas sobre o seu uso, ao observarmos algumas orientações básicas.

Conheça os casos de emprego do hífen (-):

1) Na separação de sílabas.

Exemplos:

vo-vó; pás-sa-ro; U-ru-guai.

2) Para ligar pronomes oblíquos átonos a verbos e à palavra "eis".

Exemplos:

deixa-o; obedecer-lhe; chamar-se-á (mesóclise); mostre-se-lhe (dois pronomes relacionados ao mesmo verbo); ei-lo.

3) Em substantivos compostos, cujos elementos conservam sua autonomia fonética e acentuação própria, mas perdem sua significação individual para construir uma unidade semântica, um conceito único.

Exemplos:

Amor-perfeito, arco-íris, conta-gotas, decreto-lei, guarda-chuva, guarda-noturno, médico-cirurgião, norte-americano, etc.

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Obs.: certos compostos, em relação aos quais se perdeu, em certa medida, a noção de composição, grafam-se sem hífen: girassol, madressilva, mandachuva, pontapé, paraquedas, paraquedista, etc.

4) Em compostos nos quais o primeiro elemento é numeral.

Exemplos:

primeira-dama, primeiro-ministro, segundo-tenente, segunda-feira, quinta-feira, etc.

5) Em compostos homogêneos (contendo dois adjetivos, dois verbos ou elementos repetidos).

Exemplos:

técnico-científico, luso-brasileiro; quebra-quebra, corre-corre, reco-reco, blá-blá-blá, etc.

6) Nos topônimos compostos iniciados pelos adjetivos grã, grão, ou por forma verbal ou cujos elementos estejam ligados por artigos.

Exemplos:

Grã- Bretanha, Grão -Pará; Passa-Quatro, Quebra-Costas, Traga-Mouros, Trinca-Fortes; Albergaria-a-Velha, Baía de Todos-os-Santos, Entre-os-Rios, Montemor-o-Novo, Trás-os-Montes.

Obs.: os outros topônimos compostos escrevem-se com os elementos separados, sem hífen: América do Sul, Belo Horizonte, Cabo Verde, etc. O topônimo Guiné-Bissau é, contudo, uma exceção consagrada pelo uso.

7) Emprega-se o hífen nas palavras compostas que designam espécies botânicas e zoológicas, estejam ou não ligadas por preposição ou qualquer outro elemento.

Exemplos:

couve-flor, erva-doce, feijão-verde, erva-do-chá, ervilha-de-cheiro, bem-me-quer (planta),

andorinha-grande, formiga-branca, cobra-d'água, lesma-de-conchinha, bem-te-vi, etc.

Obs.: não se usa o hífen quando os compostos que designam espécies botânicas e zoológicas são empregados fora de seu sentido original. Observe a diferença de sentido: bico-de-papagaio (espécie de planta ornamental, com hífen) e bico de papagaio (deformação nas vértebras, sem hífen).

8) Emprega-se o hífen nos compostos com os elementos além, aquém, recém e sem.

Exemplos:

além-mar, aquém-fontreiras, recém-nascido, sem-vergonha.

9) Usa-se o hífen sempre que o prefixo terminar com a mesma letra com que se inicia a outra palavra.

Exemplos:

anti-inflacionário, inter-regional, sub-bibliotecário, tele-entrega, etc.

10) Emprega-se hífen (e não travessão) entre elementos que formam não uma palavra, mas um encadeamento vocabular:

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Exemplos:

A divisa Liberdade-Igualdade-Fraternidade; A ponte Rio-Niterói; A ligação Angola-Moçambique; A relação professor-aluno.

11) Nas formações por sufixação será empregado o hífen nos vocábulos terminados por sufixos de origem tupi-guarani que representam formas adjetivas, tais como -açu, -guaçu e -mirim, se o primeiro elemento acabar em vogal acentuada graficamente, ou por tônica nasal.

Exemplos:

Andá-açu, capim-açu, sabiá-guaçu, arumã-mirim, cajá-mirim, etc.

12) Usa-se hífen com o elemento mal antes de vogal, h ou l.

Exemplos:

mal-acabado, mal-estar, mal-humorado, mal-limpo.

13) Nas locuções não se costuma empregar o hífen, salvo naquelas já consagradas pelo uso.

Exemplos:

café com leite, cão de guarda, dia a dia, fim de semana, ponto e vírgula, tomara que caia.

Locuções consagradas:

água-de-colônia, arco-da-velha, cor-de-rosa, mais-que-perfeito, pé-de-meia, ao deus-dará, à queima-roupa.

Sinais de Pontuação

Os sinais de pontuação são recursos gráficos próprios da linguagem escrita. Embora não consigam reproduzir toda a riqueza melódica da linguagem oral, eles estruturam os textos e procuram estabelecer as pausas e as entonações da fala. Basicamente, têm como finalidade:

1) Assinalar as pausas e as inflexões de voz (entoação) na leitura;

2) Separar palavras, expressões e orações que devem ser destacadas;

3) Esclarecer o sentido da frase, afastando qualquer ambiguidade.

Veja a seguir os sinais de pontuação mais comuns, responsáveis por dar à escrita maior clareza e simplicidade.

Vírgula ( , )

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A vírgula indica uma pausa pequena, deixando a voz em suspenso à espera da continuação do período. Geralmente é usada:

- nas datas, para separar o nome da localidade.

Por Exemplo:

São Paulo, 25 de agosto de 2005.

- após o uso dos advérbios "sim" ou "não", usados como resposta, no início da frase.

Por Exemplo:

– Você gostou do vestido?

– Sim, eu adorei!

– Pretende usá-lo hoje?

– Não, no final de semana.

- após a saudação em correspondência (social e comercial).

Exemplos:

Com muito amor,

Respeitosamente,

- para separar termos de uma mesma função sintática.

Por Exemplo:

A casa tem três quartos, dois banheiros, três salas e um quintal.

Obs.: a conjunção "e" substitui a vírgula entre o último e o penúltimo termo.

- para destacar elementos intercalados, como:

a) uma conjunção

Por Exemplo:

Estudamos bastante, logo, merecemos férias!

b) um adjunto adverbial

Por Exemplo:

Estas crianças, com certeza, serão aprovadas.

Obs.: a rigor, não é necessário separar por vírgula o advérbio e a locução adverbial, principalmente quando de pequeno corpo, a não ser que a ênfase o exija.

c) um vocativo

Por Exemplo:

Apressemo-nos, Lucas, pois não quero chegar atrasado.

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d) um aposto

Por Exemplo:

Juliana, a aluna destaque, passou no vestibular.

e) uma expressão explicativa (isto é, a saber, por exemplo, ou melhor, ou antes, etc.)

Por Exemplo:

O amor, isto é, o mais forte e sublime dos sentimentos humanos, tem seu princípio em

Deus.

- para separar termos deslocados de sua posição normal na frase.

Por Exemplo:

O documento de identidade, você trouxe?

- para separar elementos paralelos de um provérbio.

Por Exemplo:

Tal pai, tal filho.

- para destacar os pleonasmos antecipados ao verbo.

Por Exemplo:

As flores, eu as recebi hoje.

- para indicar a elipse de um termo.

Por Exemplo:

Daniel ficou alegre; eu, triste.

- para isolar elementos repetidos.

Exemplos:

A casa, a casa está destruída.

Estão todos cansados, cansados de dar dó!

- para separar orações intercaladas.

Por Exemplo:

O importante, insistiam os pais, era a segurança da escola.

- para separar orações coordenadas assindéticas.

Por Exemplo:

O tempo não para no porto, não apita na curva, não espera ninguém.

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- para separar orações coordenadas adversativas, conclusivas, explicativas e algumas orações alternativas.

Exemplos:

Esforçou-se muito, porém não conseguiu o prêmio.

Vá devagar, que o caminho é perigoso.

Estuda muito, pois será recompensado.

As pessoas ora dançavam, ora ouviam música.

ATENÇÃO

Embora a conjunção "e" seja aditiva, há três casos em que se usa a vírgula antes de sua ocorrência:

1) Quando as orações coordenadas tiverem sujeitos diferentes.

Por Exemplo:

O homem vendeu o carro, e a mulher protestou.

Neste caso, "O homem" é sujeito de "vendeu", e "A mulher" é sujeito de "protestou".

2) Quando a conjunção "e" vier repetida com a finalidade de dar ênfase (polissíndeto).

Por Exemplo:

E chora, e ri, e grita, e pula de alegria.

3) Quando a conjunção "e" assumir valores distintos que não seja da adição (adversidade, consequência, por exemplo)

Por Exemplo:

Coitada! Estudou muito, e ainda assim não foi aprovada.

- para separar orações subordinadas substantivas e adverbiais, sobretudo quando vêm antes da principal.

Por Exemplo:

Quem inventou a fofoca, todos queriam descobrir.

Quando voltei, lembrei que precisava estudar para a prova.

- para isolar as orações subordinadas adjetivas explicativas.

Por Exemplo:

A incrível professora, que ainda estava na faculdade, dominava todo o conteúdo.

Ponto e vírgula ( ; )

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O ponto e vírgula indica uma pausa maior que a vírgula e menor que o ponto. Quanto à melodia da frase, indica um tom ligeiramente descendente, mas capaz de assinalar que o período não terminou. Emprega-se nos seguintes casos:

- para separar orações coordenadas não unidas por conjunção, que guardem relação entre si.

Por Exemplo:

O rio está poluído; os peixes estão mortos.

- para separar orações coordenadas, quando pelo menos uma delas já possui elementos separados por vírgula.

Por Exemplo:

O resultado final foi o seguinte: dez professores votaram a favor do acordo; nove, contra.

- para separar itens de uma enumeração.

Por Exemplo:

No parque de diversões, as crianças encontram: brinquedos; balões; pipoca.

- para alongar a pausa de conjunções adversativas (mas, porém, contudo, todavia, entretanto, etc.) , substituindo, assim, a vírgula.

Por Exemplo:

Gostaria de vê-lo hoje; todavia, só o verei amanhã.

- para separar orações coordenadas adversativas quando a conjunção aparecer no meio da oração.

Por Exemplo:

Esperava encontrar todos os produtos no supermercado; obtive, porém, apenas alguns.

Dois-pontos ( : )

O uso de dois-pontos marca uma sensível suspensão da voz numa frase não concluída. Emprega-se, geralmente:

- para anunciar a fala de personagens nas histórias de ficção.

Por Exemplo:

"Ouvindo passos no corredor, abaixei a voz : – Podemos avisar sua tia, não?" (Graciliano Ramos)

- para anunciar uma citação.

Por Exemplo:

Bem diz o ditado: Água mole em pedra dura, tanto bate até que fura. Lembrando um poema de Vinícius de Moraes: "Tristeza não tem fim, Felicidade sim."

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- para anunciar uma enumeração.

Por Exemplo:

Os convidados da festa que já chegaram são: Júlia, Renata, Paulo e Marcos.

- antes de orações apositivas.

Por Exemplo:

Só aceito com uma condição: Irás ao cinema comigo.

- para indicar um esclarecimento, resultado ou resumo do que se disse.

Exemplos:

Marcelo era assim mesmo: Não tolerava ofensas. Resultado: Corri muito, mas não alcancei o ladrão. Em resumo: Montei um negócio e hoje estou rico.

Obs.: os dois-pontos costumam ser usados na introdução de exemplos, notas ou observações. Veja:

Parônimos são vocábulos diferentes na significação e parecidos na forma. Exemplos:

ratificar/retificar, censo/senso, etc.

Nota: a preposição "per", considerada arcaica, somente é usada na frase "de per si " (= cada um por sua vez, isoladamente).

Observação: na linguagem coloquial pode-se aplicar o grau diminutivo a alguns advérbios: cedinho, melhorzinho, etc.

- na invocação das correspondências.

Por Exemplo:

Prezados Senhores: Convidamos a todos para a reunião deste mês, que será realizada dia 30 de julho, no auditório da empresa. Atenciosamente, A Direção

Ponto Final ( . )

O ponto final representa a pausa máxima da voz. A melodia da frase indica que o tom é descendente. Emprega-se, principalmente:

- para fechar o período de frases declarativas e imperativas.

Exemplos:

Contei ao meu namorado o que eu estava sentindo. Façam o favor de prestar atenção naquilo que irei falar.

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- nas abreviaturas.

Exemplos:

Sr. (Senhor) Cia. (Companhia)

Saiba que:

Pontuação nos títulos e cabeçalhos

Todos os cabeçalhos e títulos são encerrados por pontos finais. Não há uniformidade quando ao uso desta pontuação, mas é de bom tom seguir o que determina a ortografia oficial vigente. Muitas pessoas consideram mais estético não pontuar títulos. Em jornalismo, por exemplo, não se usa a pontuação de titulação.

Ponto de Interrogação ( ? )

O ponto de interrogação é usado ao final de qualquer interrogação direta, ainda que a pergunta não exija resposta. A entoação ocorre de forma ascendente.

Exemplos:

Onde você comprou este computador? Quais seriam as causas de tantas discussões? Por que não me avisaram?

Obs.: não se usa ponto interrogativo nas perguntas indiretas.

Por Exemplo:

Perguntei quem era aquela criança.

Note que:

1) O ponto de interrogação pode aparecer ao final de uma pergunta intercalada, entre parênteses.

Por Exemplo:

Trabalhar em equipe (quem o contesta?) é a melhor forma para atingir os resultados esperados.

2) O ponto de interrogação pode realizar combinação com o ponto admirativo.

Por Exemplo:

Eu?! Que ideia!

Ponto de Exclamação ( ! )

O ponto de exclamação é utilizado após as interjeições, frases exclamativas e imperativas. Pode exprimir surpresa, espanto, susto, indignação, piedade, ordem, súplica, etc. Possui entoação descendente.

Exemplos:

"Como as mulheres são lindas!" (Manuel Bandeira) Pare, por favor! Ah! que pena que ele não veio...

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Obs.: o ponto de exclamação substitui o uso da vírgula de um vocativo enfático.

Por Exemplo:

Ana! venha até aqui!

Reticências ( ... )

As reticências marcam uma suspensão da frase, devido, muitas vezes a elementos de natureza emocional. Empregam-se:

- para indicar continuidade de uma ação ou fato.

Por Exemplo:

O tempo passa...

- para indicar suspensão ou interrupção do pensamento.

Por Exemplo:

Vim até aqui achando que...

- para representar, na escrita, hesitações comuns na língua falada.

Exemplos:

"Vamos nós jantar amanhã? – Vamos...Não...Pois vamos." Não quero sobremesa...porque...porque não estou com vontade.

- para realçar uma palavra ou expressão.

Por Exemplo:

Não há motivo para tanto...mistério.

- para realizar citações incompletas.

Por Exemplo:

O professor pediu que considerássemos esta passagem do hino brasileiro: "Deitado eternamente em berço esplêndido..."

- para deixar o sentido da frase em aberto, permitindo uma interpretação pessoal do leitor.

Por Exemplo:

"Estou certo, disse ele, piscando o olho, que dentro de um ano a vocação eclesiástica do nosso Bentinho se manifesta clara e decisiva. Há de dar um padre de mão-cheia. Também, se não vier em um ano..." (Machado de Assis)

Saiba que

As reticências e o ponto de exclamação, sinais gráficos subjetivos de grande poder de sugestão e ricos em matizes melódicos, são ótimos auxiliares da linguagem afetiva e poética. Seu uso, porém, é antes arbitrário, pois depende

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do estado emotivo do escritor.

Parênteses ( ( ) )

Os parênteses têm a função de intercalar no texto qualquer indicação que, embora não pertença propriamente ao discurso, possa esclarecer o assunto. Empregam-se:

- para separar qualquer indicação de ordem explicativa, comentário ou reflexão.

Por Exemplo:

Zeugma é uma figura de linguagem que consiste na omissão de um termo (geralmente um verbo) que já apareceu anteriormente na frase.

- para incluir dados informativos sobre bibliografia (autor, ano de publicação, página etc.)

Por Exemplo:

" O homem nasceu livre, e em toda parte se encontra sob ferros" (Jean- Jacques Rousseau, Do Contrato Social e outros escritos. São Paulo, Cultrix, 1968.)

- para isolar orações intercaladas com verbos declarativos, em substituição à vírgula e aos travessões.

Por Exemplo:

Afirma-se (não se prova) que é muito comum o recebimento de propina para que os carros apreendidos sejam liberados sem o recolhimento das multas.

- para delimitar o período de vida de uma pessoa.

Por Exemplo:

Carlos Drummond de Andrade (1902 – 1986).

- para indicar possibilidades alternativas de leitura.

Por Exemplo:

Prezado(a) usuário(a).

- para indicar marcações cênicas numa peça de teatro.

Por Exemplo:

Abelardo I - Que fim levou o americano? João - Decerto caiu no copo de uísque! Abelardo I - Vou salvá-lo. Até já! (sai pela direita) (Oswald de Andrade)

Obs.: num texto, havendo necessidade de utilizar alíneas, estas podem ser ordenadas alfabeticamente por letras minúsculas, seguidas de parênteses (Note que neste caso as alíneas, exceto a última, terminam com ponto e vírgula).

Por Exemplo:

No Brasil existem mulheres:

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a) morenas;

b) loiras;

c) ruivas.

Os Parênteses e a Pontuação

Veja estas observações:

1) As frases contidas dentro dos parênteses não costumam ser muito longas, mas devem manter pontuação própria, além da pontuação normal do texto.

2) O sinal de pontuação pode ficar interno aos parênteses ou externo, conforme o caso. Fica interno quando há uma frase completa contida nos parênteses.

Exemplos:

Eu suponho (E tudo leva a crer que sim.) que o caso está encerrado. Vamos confiar (Por que não?) que cumpriremos a meta.

Se o enunciado contido entre parênteses não for uma frase completa, o sinal de pontuação ficará externo.

Por Exemplo:

O rali começou em Lisboa (Portugal) e terminou em Dacar (Senegal).

3) Antes do parêntese não se utilizam sinais de pontuação, exceto o ponto. Quando qualquer sinal de pontuação coincidir com o parêntese de abertura, deve-se optar por colocá-lo após o parêntese de fecho.

Travessão ( – )

O travessão é um traço maior que o hífen e costuma ser empregado:

- no discurso direto, para indicar a fala da personagem ou a mudança de interlocutor nos diálogos.

Por Exemplo:

– O que é isso, mãe? – É o seu presente de aniversário, minha filha.

- para separar expressões ou frases explicativas, intercaladas.

Por Exemplo:

"E logo me apresentou à mulher, – uma estimável senhora – e à filha." (Machado de Assis)

- para destacar algum elemento no interior da frase, servindo muitas vezes para realçar o aposto.

Por Exemplo:

"Junto do leito meus poetas dormem

– O Dante, a Bíblia, Shakespeare e Byron –

Na mesa confundidos." (Álvares de Azevedo)

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- para substituir o uso de parênteses, vírgulas e dois-pontos, em alguns casos.

Por Exemplo:

"Cruel, obscena, egoísta, imoral, indômita, eternamente selvagem, a arte é a superioridade humana – acima dos preceitos que se combatem, acima das religiões que passam, acima da ciência que se corrige; embriaga como a orgia e como o êxtase." (Raul Pompeia)

Aspas ( " " )

As aspas têm como função destacar uma parte do texto. São empregadas:

- antes e depois de citações ou transcrições textuais.

Por Exemplo:

Como disse Machado de Assis: "A melhor definição do amor não vale um beijo de moça namorada."

- para representar nomes de livros ou legendas.

Por Exemplo:

Camões escreveu "Os Lusíadas" no século XVI.

Obs.: para realçar títulos de livros, revistas, jornais, filmes, etc. também podemos grifar as palavras, conforme o exemplo:

Ontem assisti ao filme Central do Brasil.

- para assinalar estrangeirismos, neologismos, gírias, expressões populares, ironia.

Exemplos:

O "lobby" para que se mantenha a autorização de importação de pneus usados no Brasil está cada vez mais descarado.(Veja) Com a chegada da polícia, os três suspeitos "se mandaram" rapidamente. Que "maravilha": Felipe tirou zero na prova!

- para realçar uma palavra ou expressão.

Exemplos:

Mariana reagiu impulsivamente e lhe deu um "não". Quem foi o "inteligente" que fez isso?

Obs.: em trechos que já estiverem entre aspas, se necessário usá-las novamente, empregam-se aspas simples.

Por Exemplo: "Tinha-me lembrado da definição que José Dias dera deles, 'olhos de cigana oblíqua e dissimulada'. Eu não sabia o que era oblíqua, mas dissimulada sabia, e queria ver se podiam chamar assim. Capitu deixou-se fitar e examinar." (Machado de Assis)

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Colchetes ( [ ] )

Os colchetes têm a mesma finalidade que os parênteses; todavia, seu uso se restringe aos escritos de cunho didático, filológico, científico. Pode ser empregado:

- em definições do dicionário, para fazer referência à etimologia da palavra.

Por Exemplo:

amor- (ô). [Do lat. amore.] 1. Sentimento que predispõe alguém a desejar o bem de outrem, ou de alguma coisa: amor ao próximo; amor ao patrimônio artístico de sua terra. (Novo Dicionário Aurélio)

- para intercalar palavras ou símbolos não pertencentes ao texto.

Por Exemplo: Em Aruba se fala o espanhol, o inglês, o holandês e o papiamento. Aqui estão algumas palavras de papiamento que você, com certeza, vai usar:

1- Bo ta bon? [Você está bem?]

2- Dios no ta di Brazil. [Deus não é brasileiro.]

- para inserir comentários e observações em textos já publicados.

Por Exemplo:

Machado de Assis escreveu muitas cartas a Sílvio Dinarte. [pseudônimo de Visconde de Taunay, autor de "Inocência"]

- para indicar omissões de partes na transcrição de um texto.

Por Exemplo:

"É homem de sessenta anos feitos [...] corpo antes cheio que magro, ameno e risonho" (Machado de Assis)

Asterisco ( * )

O asterisco, sinal gráfico em forma de estrela, costuma ser empregado:

- nas remissões a notas ou explicações contidas em pé de páginas ou ao final de capítulos.

Por Exemplo:

Ao analisarmos as palavras sorveteria, sapataria, confeitaria, leiteria e muitas outras que contêm o morfema preso* -aria e seu alomorfe -eria, chegamos à conclusão de que este afixo está ligado a estabelecimento comercial. Em alguns contextos pode indicar atividades, como em: bruxaria, gritaria, patifaria, etc.

* É o morfema que não possui significação autônoma e sempre aparece ligado a outras palavras.

- nas substituições de nomes próprios não mencionados.

Por Exemplo:

O Dr.* conversou durante toda a palestra. O jornal*** não quis participar da campanha.

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Parágrafo ( § )

O símbolo para parágrafo, representado por §, equivale a dois ésses (S) entrelaçados, iniciais das palavras latinas "Signum sectionis" que significam sinal de secção, de corte. Num ditado, quando queremos dizer que o período seguinte deve começar em outra linha, falamos parágrafo ou alínea. A palavra alínea (vem do latim a + lines) e significa distanciado da linha, isto é, fora da margem em que começam as linhas do texto.

O uso de parágrafos é muito comum nos códigos de leis, por indicar os parágrafos únicos.

Por Exemplo:

§ 7º Lei federal disporá sobre as normas gerais a serem obedecidas na efetivação do disposto no § 4º.(Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

Morfologia

Morfologia é o estudo da estrutura, da formação e da classificação das palavras. A peculiaridade da morfologia

é estudar as palavras olhando para elas isoladamente e não dentro da sua participação na frase ou período. A

morfologia está agrupada em dez classes, denominadas classes de palavras ou classes gramaticais. São elas:

Substantivo, Artigo, Adjetivo, Numeral, Pronome, Verbo, Advérbio, Preposição, Conjunção e Interjeição.

Estrutura e Formação das Palavras

Estudar a estrutura é conhecer os elementos formadores das palavras. Assim, compreendemos melhor o

significado de cada uma delas. Observe o exemplo abaixo:

Vamos analisar a palavra "cachorrinhas":

Nessa palavra observamos facilmente a existência de quatro elementos. São eles:

cachorr - este é o elemento base da palavra, ou seja, aquele que contém o significado.

inh - indica que a palavra é um diminutivo

a - indica que a palavra é feminina

s - indica que a palavra se encontra no plural

Morfemas: unidades mínimas de caráter significativo.

Obs.: existem palavras que não comportam divisão em unidades menores, tais como: mar, sol, lua, etc.

São elementos mórficos:

1) Raiz, radical, tema: elementos básicos e significativos

2) Afixos (prefixos, sufixos), desinência, vogal temática: elementos modificadores da significação dos primeiros

3) Vogal de ligação, consoante de ligação: elementos de ligação ou eufônicos.

Raiz

É o elemento originário e irredutível em que se concentra a significação das palavras, consideradas do ângulo histórico. É a raiz que encerra o sentido geral, comum às palavras da mesma família etimológica. Observe o exemplo:

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Raiz noc [Latim nocere = prejudicar] tem a significação geral de causar dano, e a ela se prendem, pela origem comum, as palavras nocivo, nocividade, inocente, inocentar, inócuo, etc.

Obs.: uma raiz pode sofrer alterações. Veja o exemplo:

at-o

at-or

at-ivo

aç-ão

ac-ionar

Radical

Observe o seguinte grupo de palavras:

livr- o

livr- inho

livr- eiro

livr- eco

Você reparou que há um elemento comum nesse grupo?

Você reparou que o elemento livr serve de base para o significado? Esse elemento é chamado de radical (ou semantema).

Radical: elemento básico e significativo das palavras, consideradas sob o aspecto gramatical e prático. É encontrado através do despojo dos elementos secundários (quando houver) da palavra.

Por Exemplo:

cert-o cert-eza in-cert-eza

Afixos

Afixos são elementos secundários (geralmente sem vida autônoma) que se agregam a um radical ou tema para formar palavras derivadas. Sabemos que o acréscimo do morfema "-mente", por exemplo, cria uma nova palavra a partir de "certo": certamente, advérbio de modo. De maneira semelhante, o acréscimo dos morfemas "a-" e "-ar" à forma "cert-" cria o verbo acertar. Observe que a- e -ar são morfemas capazes de operar mudança de classe gramatical na palavra a que são anexados. Quando são colocados antes do radical, como acontece com "a-", os afixos recebem o nome de prefixos. Quando, como "-ar", surgem depois do radical, os afixos são chamados de sufixos. Veja os exemplos:

Prefixo Radical Sufixo

in at ivo

em pobr ecer

inter nacion al

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Desinências

Desinências são os elementos terminais indicativos das flexões das palavras. Existem dois tipos:

Desinências Nominais: indicam as flexões de gênero (masculino e feminino) e de número (singular e plural) dos nomes.

Exemplos:

alun-o aluno-s

alun-a aluna-s

Observação: só podemos falar em desinências nominais de gêneros e de números em palavras que admitem tais flexões, como nos exemplos acima. Em palavras como mesa, tribo, telefonema, por exemplo, não temos desinência nominal de gênero. Já em pires, lápis, ônibus não temos desinência nominal de número.

Desinências Verbais: indicam as flexões de número e pessoa e de modo e tempo dos verbos.

Exemplos:

compr-o compra-s compra-mos compra-is compra-m

compra-va compra-va-s

A desinência "-o", presente em "am-o", é uma desinência número-pessoal, pois indica que o verbo está na primeira pessoa do singular; "-va", de "ama-va", é desinência modo-temporal: caracteriza uma forma verbal do pretérito imperfeito do indicativo, na 1ª conjugação.

Vogal Temática

Vogal Temática é a vogal que se junta ao radical, preparando-o para receber as desinências. Nos verbos, distinguem-se três vogais temáticas:

A

Caracteriza os verbos da 1ª conjugação.

Exemplos:

buscar, buscavas, etc.

E

Caracteriza os verbos da 2ª conjugação.

Exemplos:

romper, rompemos, etc.

I

Caracteriza os verbos da 3ª conjugação.

Exemplos:

proibir, proibirá, etc.

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Tema

Tema é o grupo formado pelo radical mais vogal temática. Nos verbos citados acima, os temas são:

busca-, rompe-, proibi-

Vogais e Consoantes de Ligação

As vogais e consoantes de ligação são morfemas que surgem por motivos eufônicos, ou seja, para facilitar ou mesmo possibilitar a pronúncia de uma determinada palavra.

Exemplo:

parisiense (paris= radical, ense=sufixo, vogal de ligação=i)

Outros exemplos:

gas-ô-metro, alv-i-negro, tecn-o-cracia, pau-l-ada, cafe-t-eira, cha-l-eira, inset-i-cida, pe-z-inho, pobr-e-tão, etc.

Formação das Palavras

Existem dois processos básicos pelos quais se formam as palavras: a derivação e a composição. A diferença entre ambos consiste basicamente em que, no processo de derivação, partimos sempre de um único radical, enquanto no processo de composição sempre haverá mais de um radical.

Derivação

Derivação é o processo pelo qual se obtém uma palavra nova, chamada derivada, a partir de outra já existente, chamada primitiva. Observe o quadro abaixo:

Primitiva Derivada

mar marítimo, marinheiro, marujo

terra enterrar, terreiro, aterrar

Observamos que "mar" e "terra" não se formam de nenhuma outra palavra, mas, ao contrário, possibilitam a formação de outras, por meio do acréscimo de um sufixo ou prefixo. Logo, mar e terra são palavras primitivas, e as demais, derivadas.

Tipos de Derivação

Derivação Prefixal ou Prefixação

Resulta do acréscimo de prefixo à palavra primitiva, que tem o seu significado alterado. Veja os exemplos:

crer- descrer ler- reler capaz- incapaz

Derivação Sufixal ou Sufixação

Resulta de acréscimo de sufixo à palavra primitiva, que pode sofrer alteração de significado ou mudança de classe gramatical.

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Por Exemplo:

alfabetização

No exemplo acima, o sufixo -ção transforma em substantivo o verbo alfabetizar. Este, por sua vez, já é derivado do substantivo alfabeto pelo acréscimo do sufixo -izar.

A derivação sufixal pode ser:

a) Nominal, formando substantivos e adjetivos.

Por Exemplo:

papel - papelaria riso - risonho

b) Verbal, formando verbos.

Por Exemplo:

atual - atualizar

c) Adverbial, formando advérbios de modo.

Por Exemplo:

feliz - felizmente

Derivação Parassintética ou Parassíntese

Ocorre quando a palavra derivada resulta do acréscimo simultâneo de prefixo e sufixo à palavra primitiva. Por meio da parassíntese formam-se nomes (substantivos e adjetivos) e verbos.

Considere o adjetivo " triste". Do radical "trist-" formamos o verbo entristecer através da junção simultânea do prefixo "en-" e do sufixo "-ecer". A presença de apenas um desses afixos não é suficiente para formar uma nova palavra, pois em nossa língua não existem as palavras "entriste", nem "tristecer".

Exemplos:

Palavra Inicial

Prefixo Radical Sufixo Palavra Formada

mudo e mud ecer emudecer

alma des alm ado desalmado

Atenção!

Não devemos confundir derivação parassintética, em que o acréscimo de sufixo e de prefixo é obrigatoriamente simultâneo, com casos como os das palavras desvalorização e desigualdade. Nessas palavras, os afixos são acoplados em sequência: desvalorização provém de desvalorizar, que provém de valorizar, que por sua vez provém de valor.

É impossível fazer o mesmo com palavras formadas por parassíntese: não se pode dizer que expropriar provém de "propriar" ou de "expróprio", pois tais palavras não existem. Logo, expropriar provém diretamente de próprio, pelo acréscimo concomitante de prefixo e sufixo.

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Derivação Regressiva

Ocorre derivação regressiva quando uma palavra é formada não por acréscimo, mas por redução.

Exemplos:

comprar (verbo) beijar (verbo)

compra (substantivo) beijo (substantivo)

Saiba que:

Para descobrirmos se um substantivo deriva de um verbo ou se ocorre o contrário, podemos seguir a seguinte orientação:

- Se o substantivo denota ação, será palavra derivada, e o verbo palavra primitiva.

- Se o nome denota algum objeto ou substância, verifica-se o contrário.

Vamos observar os exemplos acima: compra e beijo indicam ações, logo, são palavras derivadas. O mesmo não ocorre, porém, com a palavra âncora, que é um objeto. Neste caso, um substantivo primitivo que dá origem ao verbo ancorar.

Por derivação regressiva, formam-se basicamente substantivos a partir de verbos. Por isso, recebem o nome de substantivos deverbais. Note que na linguagem popular, são frequentes os exemplos de palavras formadas por derivação regressiva. Veja:

o portuga (de português) o boteco (de botequim) o comuna (de comunista)

Ou ainda:

agito (de agitar) amasso (de amassar) chego (de chegar)

Obs.: o processo normal é criar um verbo a partir de um substantivo. Na derivação regressiva, a língua procede em sentido inverso: forma o substantivo a partir do verbo.

Derivação Imprópria

A derivação imprópria ocorre quando determinada palavra, sem sofrer qualquer acréscimo ou supressão em sua forma, muda de classe gramatical. Neste processo:

1) Os adjetivos passam a substantivos

Por Exemplo:

Os bons serão contemplados.

2) Os particípios passam a substantivos ou adjetivos

Por Exemplo:

Aquele garoto alcançou um feito passando no concurso.

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3) Os infinitivos passam a substantivos

Por Exemplo:

O andar de Roberta era fascinante. O badalar dos sinos soou na cidadezinha.

4) Os substantivos passam a adjetivos

Por Exemplo:

O funcionário fantasma foi despedido. O menino prodígio resolveu o problema.

5) Os adjetivos passam a advérbios

Por Exemplo:

Falei baixo para que ninguém escutasse.

6) Palavras invariáveis passam a substantivos

Por Exemplo:

Não entendo o porquê disso tudo.

7) Substantivos próprios tornam-se comuns.

Por Exemplo:

Aquele coordenador é um caxias! (chefe severo e exigente)

Observação: os processos de derivação vistos anteriormente fazem parte da Morfologia porque implicam alterações na forma das palavras. No entanto, a derivação imprópria lida basicamente com seu significado, o que acaba caracterizando um processo semântico. Por essa razão, entendemos o motivo pelo qual é denominada "imprópria".

Composição

É o processo que forma palavras compostas, a partir da junção de dois ou mais radicais. Existem dois tipos:

Composição por Justaposição

Ao juntarmos duas ou mais palavras ou radicais, não ocorre alteração fonética.

Exemplos:

passatempo, quinta-feira, girassol, couve-flor

Obs.: em "girassol" houve uma alteração na grafia (acréscimo de um "s") justamente para manter inalterada a sonoridade da palavra.

Composição por Aglutinação

Ao unirmos dois ou mais vocábulos ou radicais, ocorre supressão de um ou mais de seus elementos fonéticos.

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Exemplos:

embora (em boa hora) fidalgo (filho de algo - referindo-se a família nobre) hidrelétrico (hidro + elétrico) planalto (plano alto)

Obs.: ao aglutinarem-se, os componentes subordinam-se a um só acento tônico, o do último componente.

Redução

Algumas palavras apresentam, ao lado de sua forma plena, uma forma reduzida. Observe:

auto - por automóvel cine - por cinema micro - por microcomputador Zé - por José

Como exemplo de redução ou simplificação de palavras, podem ser citadas também as siglas, muito frequentes na comunicação atual. (Se desejar, veja mais sobre siglas na seção "Extras" -> Abreviaturas e Siglas)

Hibridismo

Ocorre hibridismo na palavra em cuja formação entram elementos de línguas diferentes.

Por Exemplo:

auto (grego) + móvel (latim)

Onomatopeia

Numerosas palavras devem sua origem a uma tendência constante da fala humana para imitar as vozes e os ruídos da natureza. As onomatopeias são vocábulos que reproduzem aproximadamente os sons e as vozes dos seres.

Exemplos:

miau, zumzum, piar, tinir, urrar, chocalhar, cocoricar, etc.

Prefixos

Os prefixos são morfemas que se colocam antes dos radicais basicamente a fim de modificar-lhes o sentido; raramente esses morfemas produzem mudança de classe gramatical.

Os prefixos ocorrentes em palavras portuguesas se originam do latim e do grego, línguas em que funcionavam como preposições ou advérbios, logo, como vocábulos autônomos. Alguns prefixos foram pouco ou nada produtivos em português. Outros, por sua vez, tiveram grande vitalidade na formação de novas palavras. Veja os exemplos:

a- , contra- , des- , em- (ou en-) , es- , entre- re- , sub- , super- , anti-

Prefixos de Origem Grega

anti- : Oposição, ação contrária. Exemplos:

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antídoto, antipatia, antagonista, antítese

dia- : Movimento através de, afastamento. Exemplos:

diálogo, diagonal, diafragma, diagrama

ec-, ex-, exo-, ecto- : Movimento para fora. Exemplos:

eclipse, êxodo, ectoderma, exorcismo

en-, em-, e-: Posição interior, movimento para dentro. Exemplos:

encéfalo, embrião, elipse, entusiasmo

endo- : Movimento para dentro. Exemplos:

endovenoso, endocarpo, endosmose

hiper- : Posição superior, excesso. Exemplos:

hipertensão, hipérbole, hipertrofia

Prefixos de Origem Latina

bis-, bi-: Repetição, duas vezes. Exemplos:

bisneto, bimestral, bisavô, biscoito

i-, in-, im- : Sentido contrário, privação, negação. Exemplos:

ilegal, impossível, improdutivo

per- : Movimento através. Exemplos:

percorrer, perplexo, perfurar, perverter

pos- : Posterioridade. Exemplos:

pospor, posterior, pós-graduado

re- : Repetição, reciprocidade. Exemplos:

rever, reduzir, rebater, reatar

trans-, tras-, tres-, tra- : Movimento para além, movimento através. Exemplos:

transatlântico, tresnoitar, tradição

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Sufixos

São elementos (isoladamente insignificativos) que, acrescentados a um radical, formam nova palavra. Sua principal característica é a mudança de classe gramatical que geralmente opera. Dessa forma, podemos utilizar o significado de um verbo num contexto em que se deve usar um substantivo, por exemplo.

Como o sufixo é colocado depois do radical, a ele são incorporadas as desinências que indicam as flexões das palavras variáveis. Existem dois grupos de sufixos formadores de substantivos extremamente importantes para o funcionamento da língua. São os que formam nomes de ação e os que formam nomes de agente.

Sufixos que formam nomes de ação

-ada - caminhada -ez(a) - sensatez, beleza

-ança - mudança -ismo - civismo

-ância - abundância -mento - casamento

-ção - emoção -são - compreensão

-dão - solidão -tude - amplitude

-ença - presença -ura - formatura

Sufixos que formam nomes de agente

-ário(a) - secretário -or - lutador

-eiro(a) - ferreiro -nte - feirante

-ista - manobrista

Além dos sufixos acima, tem-se:

Sufixos que formam nomes de lugar, depositório

-aria - churrascaria -or - corredor

-ário - herbanário -tério - cemitério

-eiro - açucareiro -tório - dormitório

-il - covil

Sufixos que formam nomes indicadores de abundância, aglomeração, coleção

>-aço - ricaço -ario(a) - casario, infantaria

-ada - papelada -edo - arvoredo

-agem - folhagem -eria - correria

-al - capinzal -io - mulherio

-ame - gentame -ume - negrume

Sufixos que formam nomes técnicos usados na ciência

-ite bronquite, hepatite (inflamação)

-oma mioma, epitelioma, carcinoma (tumores)

-ato, eto, ito sulfato, cloreto, sulfito (sais)

-ina cafeína, codeína (alcaloides, álcalis artificiais)

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Sufixo que forma nomes de religião, doutrinas filosóficas, sistemas políticos

-ismo budismo kantismo comunismo

SUFIXOS FORMADORES DE ADJETIVOS

a) de substantivos

-aco - maníaco -ento - cruento

-ado - barbado -eo - róseo

-áceo(a) - herbáceo, liláceas -esco - pitoresco

-aico - prosaico -este - agreste

-al - anual -estre - terrestre

-ar - escolar -ício - alimentício

-ário - diário, ordinário -ico - geométrico

b) de verbos

SUFIXO SENTIDO EXEMPLIFICAÇÃO

-(a)(e)(i)nte ação, qualidade, estado semelhante, doente, seguinte

-(á)(í)vel possibilidade de praticar ou sofrer uma ação louvável perecível punível

-io, -(t)ivo ação referência, modo de ser tardio afirmativopensativo

SUFIXOS ADVERBIAIS

Na Língua Portuguesa, existe apenas um único sufixo adverbial: É o sufixo "-mente", derivado do substantivo feminino latino mens, mentis que pode significar "a mente, o espírito, o intento".Este sufixo juntou-se a adjetivos, na forma feminina, para indicar circunstâncias, especialmente a de modo.

Exemplos:

altiva-mente, brava-mente, bondosa-mente, nervosa-mente, fraca-mente, pia-mente

Já os advérbios que se derivam de adjetivos terminados em –ês (burgues-mente, portugues-mente, etc.) não seguem esta regra, pois esses adjetivos eram outrora uniformes.

Exemplos:

cabrito montês / cabrita montês.

SUFIXOS VERBAIS

Os sufixos verbais agregam-se, via de regra, ao radical de substantivos e adjetivos para formar novos verbos.

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Em geral, os verbos novos da língua formam-se pelo acréscimo da terminação-ar.

Exemplos:

esqui-ar; radiograf-ar; (a)doç-ar; nivel-ar; (a)fin-ar; telefon-ar; (a)portugues-ar.

Os verbos exprimem, entre outras ideias, a prática de ação. Veja:

-ar: cruzar, analisar, limpar

-ear: guerrear, golear

-entar: afugentar, amamentar

Observe este quadro de sufixos verbais:

SUFIXOS SENTIDO EXEMPLOS

-ear frequentativo, durativo cabecear, folhear

-ejar frequentativo, durativo gotejar, velejar

-entar factitivo aformosentar, amolentar

-(i)ficar factitivo clarificar, dignificar

-icar frequentativo-diminutivo bebericar, depenicar

-ilhar frequentativo-diminutivo dedilhar, fervilhar

Observações:

Verbo Frequentativo: é aquele que traduz ação repetida.

Verbo Factitivo: é aquele que envolve ideia de fazer ou causar.

Verbo Diminutivo: é aquele que exprime ação pouco intensa.

Radicais Gregos

O conhecimento dos radicais gregos é de indiscutível importância para a exata compreensão e fácil memorização de inúmeras palavras. Apresentamos a seguir duas relações de radicais gregos. A primeira agrupa os elementos formadores que normalmente são colocados no início dos compostos, a segunda agrupa aqueles que costumam surgir na parte final.

Radicais que atuam como primeiro elemento

Forma Sentido Exemplos

Bíblion- livro Biblioteca

Chróma- cor Cromático

Ethnos- raça Etnia

Géo- terra Geografia

Hexa- seis Hexágono

Ísos- igual Isósceles

Líthos- pedra Aerólito

Makrós- grande, longo Macróbio

Néos- novo Neolatino

Ónoma- nome Onomatopeia

Pséudos- falso Pseudônimo

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Radicais que atuam como segundo elemento:

Forma Sentido Exemplos

-agogós Que conduz Pedagogo

-dóxa Que opina Ortodoxo

-drómos Lugar para correr Hipódromo

-gámos Casamento Poligamia

-lógos Palavra, estudo Diálogo

-mancia Adivinhação Cartomancia

-nómos Que regula Autônomo

-pólis; Cidade Petrópolis

-sophós Sabedoria Filosofia

-théke Lugar onde se guarda Biblioteca

Radicais Latinos

Radicais que atuam como primeiro elemento:

Forma Sentido Exemplo

Agri Campo Agricultura

Bis-, bi- Duas vezes Bípede, bisavô

Calori- Calor Calorífero

Equi- igual Equilátero, equidistante

Ferri-, ferro- ferro Ferrífero, ferrovia

Morti- morte Mortífero

Oni- todo Onipotente

Radicais que atuam como segundo elemento:

Forma Sentido Exemplos

-cida Que mata Suicida, homicida

-fero Que contém, ou produz Aurífero, carbonífero

-gero Que contém, ou produz Belígero, armígero

-paro Que produz Ovíparo, multíparo

SUBSTANTIVO

Tudo o que existe é ser e cada ser tem um nome. Substantivo é a classe gramatical de palavras variáveis, as quais denominam os seres. Além de objetos, pessoas e fenômenos, os substantivos também nomeiam:

-lugares: Alemanha, Porto Alegre...

-sentimentos: raiva, amor...

-estados: alegria, tristeza...

-qualidades: honestidade, sinceridade...

-ações: corrida, pescaria...

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Morfossintaxe do substantivo

Nas orações de língua portuguesa, o substantivo em geral exerce funções diretamente relacionadas com o verbo: atua como núcleo do sujeito, dos complementos verbais (objeto direto ou indireto) e do agente da passiva. Pode ainda funcionar como núcleo do complemento nominal ou do aposto, como núcleo do predicativo do sujeito ou do objeto ou como núcleo do vocativo. Também encontramos substantivos como núcleos de adjuntos adnominais e de adjuntos adverbiais - quando essas funções são desempenhadas por grupos de palavras.

Você sabia que a palavra substantivo também pode ser um adjetivo?

Reproduzimos a seguir o verbete substantivo, do Dicionário de usos do português do Brasil, de Francisco S. Borba. Observe que as quatro primeiras acepções se referem à palavra em sua atuação como adjetivo.

Substantivo Adj [Qualificador de nome não animado]

1- que tem substância ou essência: destacava-se entre os homens hábeis daquele país o hábito de fazer uma conversa prosseguir horas a fio, sem que a proposta substantiva ganhasse clara configuração (REP); se olham as coisas não pelos resultados substantivos(VEJ);

2- essencial; profundo: eu te amo por você mesma, de um modo substantivo e positivo(LC)

3- fundamental; essencial: o submarino foi um elemento adjetivo na I Guerra Mundial e substantivo na II Guerra (VEJ)

4- que equivale a um substantivo, ou que o traz implícito: onde é que está a ideia substantiva no meio desses adjetivos?(CNT) . Nm

5- palavra que por si só designa a substância, ou seja, um ser real ou metafísico; palavra com que se nomeiam os seres, atos ou conceitos; nome: Há-kodesh é na origem um substantivo feminino (VEJ); Planctus era um particípio passado e não um substantivo (ACM)

Classificação dos Substantivos

1- Substantivos Comuns e Próprios

Observe a definição:

s.f. 1: Povoação maior que vila, com muitas casas e edifícios, dispostos em ruas e avenidas (no Brasil, toda a sede de município é cidade). 2. O centro de uma cidade (em oposição aos bairros).

Qualquer "povoação maior que vila, com muitas casas e edifícios, dispostos em ruas e avenidas" será chamada cidade. Isso significa que a palavra cidade é um substantivo comum.

Substantivo Comum: é aquele que designa os seres de uma mesma espécie de forma genérica.

Por exemplo:

cidade, menino, homem, mulher, país, cachorro.

Estamos voando para Barcelona.

O substantivo Barcelona designa apenas um ser da espécie cidade. Esse substantivo é próprio.

Substantivo Próprio: é aquele que designa os seres de uma mesma espécie de forma particular.

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Por exemplo:

Londres, Paulinho, Pedro, Tietê, Brasil.

2 - Substantivos Concretos e Abstratos

LÂMPADA

MALA

Os substantivos lâmpada e mala designam seres com existência própria, que são independentes de outros seres. São assim, substantivos concretos.

Substantivo Concreto: é aquele que designa o ser que existe, independentemente de outros seres.

Obs.: os substantivos concretos designam seres do mundo real e do mundo imaginário.

Seres do mundo real: homem, mulher, cadeira, cobra, Brasília, etc.

Seres do mundo imaginário: saci, mãe-d'água, fantasma, etc.

Observe agora:

Beleza exposta

Jovens atrizes veteranas destacam-se pelo visual.

O substantivo beleza designa uma qualidade.

Substantivo Abstrato: é aquele que designa seres que dependem de outros para se manifestar ou existir.

Pense bem: a beleza não existe por si só, não pode ser observada. Só podemos observar a beleza numa pessoa ou coisa que seja bela. A beleza depende de outro ser para se manifestar. Portanto, a palavra beleza é um substantivo abstrato.

Os substantivos abstratos designam estados, qualidades, ações e sentimentos dos seres, dos quais podem ser abstraídos, e sem os quais não podem existir.

Por exemplo: vida (estado), rapidez (qualidade), viagem (ação), saudade (sentimento).

3 - Substantivos Coletivos

Ele vinha pela estrada e foi picado por uma abelha, outra abelha, mais outra abelha.

Ele vinha pela estrada e foi picado por várias abelhas.

Note que, no primeiro caso, para indicar plural, foi necessário repetir o substantivo: uma abelha, outra abelha, mais outra abelha...

No segundo caso, utilizaram-se duas palavras no plural.

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No terceiro caso, empregou-se um substantivo no singular (enxame) para designar um conjunto de seres da mesma espécie (abelhas).

O substantivo enxame é um substantivo coletivo.

Substantivo Coletivo: é o substantivo comum que, mesmo estando no singular, designa um conjunto de seres da mesma espécie.

Principais Substantivos e Suas Formas Coletivas:

abelha - enxame, cortiço, colmeia;

) réstia, enfiada, cambada;

aluno - classe;

avião - esquadrão, esquadra, esquadrilha;

bêbado - corja, súcia, farândola;

boi - boiada, abesana, armento, cingel, jugada, jugo, junta, manada, rebanho, tropa;

cabra - fato, malhada, rebanho;

cardeal - (em geral) sacro colégio, (quando reunidos para a eleição do papa) conclave, (quando reunidos sob a direção do papa) consistório;

chave - (quando num cordel ou argola) molho, penca;

copo - baixela;

corda - (em geral) cordoalha, (quando no mesmo liame) maço, (de navio) enxárcia, cordame, massame, cordagem;

correia - (em geral) correame, (de montaria) apeiragem;

crença - (quando populares) folclore;

deputado - (quando oficialmente reunidos) câmara, assembleia;

doze - (coisas ou animais) dúzia;

égua - Ver cavalo;

estado - (quando unidos em nação) federação, confederação, república;

estudante - (quando da mesma escola) classe, turma, (quando em grupo cantam ou tocam) estudantina, (quando em excursão dão concertos) tuna, (quando vivem na mesma casa) república;

formiga - cordão, correição, formigueiro;

frase - (quando desconexas) apontoado;

gafanhoto - nuvem, praga;

habitante - (em geral) povo, população, (quando de aldeia, de lugarejo) povoação;

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imigrante - (quando em trânsito) leva, (quando radicados) colônia;

jurado - júri, conselho de sentença, corpo de jurados;

ladrão - bando, cáfila, malta, quadrilha, tropa, pandilha;

lobo - alcateia, caterva;

mapa - (quando ordenados num volume) atlas, (quando selecionados) mapoteca;

nação - (quando unidas para o mesmo fim) aliança, coligação, confederação, federação, liga, união;

navio - (em geral) frota, (quando de guerra) frota, flotilha, esquadra, armada, marinha, (quando reunidos para o mesmo destino) comboio;

onda - (quando grandes e encapeladas) marouço;

professor - corpo docente, professorado, congregação;

querubim - coro, falange, legião;

religioso - clero regular;

tripulante - equipagem, guarnição, tripulação;

vara - (quando amarradas) feixe, ruma;

Nota: o coletivo é um substantivo singular, mas com ideia de plural.

Formação dos Substantivos

4 - Substantivos Simples e Compostos

Chuva subst. Fem. 1 - água caindo em gotas sobre a terra.

O substantivo chuva é formado por um único elemento ou radical. É um substantivo simples.

Substantivo Simples: é aquele formado por um único elemento.

Outros substantivos simples: tempo, sol, sofá, etc.

Veja agora:

O substantivo guarda-chuva é formado por dois elementos (guarda + chuva). Esse substantivo é composto.

Substantivo Composto: é aquele formado por dois ou mais elementos.

Outros exemplos: beija-flor, passatempo.

5-Substantivos Primitivos e Derivados

Veja:

Meu limão meu limoeiro,

meu pé de jacarandá...

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O substantivo limão é primitivo, pois não se originou de nenhum outro dentro de língua portuguesa.

Substantivo Primitivo: é aquele que não deriva de nenhuma outra palavra da própria língua portuguesa.

O substantivo limoeiro é derivado, pois se originou a partir da palavra limão.

Substantivo Derivado: é aquele que se origina de outra palavra.

FLEXÃO DOS SUBSTANTIVOS

O substantivo é uma classe variável. A palavra é variável quando sofre flexão (variação). A palavra menino, por exemplo, pode sofrer variações para indicar:

Plural: meninos

Feminino: menina

Aumentativo: meninão

Diminutivo: menininho

Flexão de Gênero

Gênero é a propriedade que as palavras têm de indicar sexo real ou fictício dos seres. Na língua portuguesa, há dois gêneros: masculino e feminino.

Pertencem ao gênero masculino os substantivos que podem vir precedidos dos artigos o, os, um, uns. Veja estes títulos de filmes:

- O velho e o mar

- Um Natal inesquecível

- Os reis da praia

Pertencem ao gênero feminino os substantivos que podem vir precedidos dos artigos a, as, uma, umas:

A história sem fim

Uma cidade sem passado

As tartarugas ninjas

Substantivos Biformes e Substantivos Uniformes

Substantivos Biformes (= duas formas): ao indicar nomes de seres vivos, geralmente o gênero da palavra está relacionado ao sexo do ser, havendo, portanto, duas formas, uma para o masculino e outra para o feminino. Observe:

gato - gata

homem - mulher

poeta - poetisa

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prefeito - prefeita

Substantivos Uniformes: são aqueles que apresentam uma única forma, que serve tanto para o masculino quanto para o feminino. Classificam-se em:

Epicenos: têm um só gênero e nomeiam bichos.

Por exemplo:

a cobra macho e a cobra fêmea, o jacaré macho e o jacaré fêmea.

Sobrecomuns: têm um só gênero e nomeiam pessoas.

Por exemplo:

a criança, a testemunha, a vítima, o cônjuge, o gênio, o ídolo, o indivíduo.

Comuns de Dois Gêneros: indicam o sexo das pessoas por meio do artigo.

Por exemplo:

o colega e a colega, o doente e a doente, o artista e a artista.

Saiba que:

- Substantivos de origem grega terminados em ema ou oma, são masculinos.

Por exemplo:

o axioma, o fonema, o poema, o sistema, o sintoma, o teorema.

- Existem certos substantivos que, variando de gênero, variam em seu significado.

Por exemplo:

o rádio (aparelho receptor) e a rádio (estação emissora) o capital (dinheiro) e a capital (cidade)

Pó tem sexo?

O uso das palavras masculino e feminino costuma provocar confusão entre a categoria gramatical de gênero e a característica biológica dos sexos. Para evitar essa confusão, observe que definimos gênero como um fato relacionado com a concordância das palavras: pó, por exemplo, é um substantivo masculino pela concordância que estabelece com o artigo o, e não porque se possa pensar num possível comportamento sexual das partículas de poeira. Só faz sentido relacionar o gênero ao sexo quando se trata de palavras que designam pessoas e animais, como os pares professor/professora ou gato/gata. Ainda assim, essa relação não é obrigatória, pois há palavras que, mesmo pertencendo exclusivamente a um único gênero, podem indicar seres do sexo masculino ou feminino. É o caso de criança, do gênero feminino, que pode designar seres dos dois sexos.

Formação do Feminino dos Substantivos Biformes

a) Regra geral: troca-se a terminação -o por -a.

Por exemplo:

aluno - aluna

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b) Substantivos terminados em -ês: acrescenta-se -a ao masculino.

Por exemplo:

freguês - freguesa

c) Substantivos terminados em -ão: fazem o feminino de três formas:

- troca-se -ão por -oa.

Por exemplo:

patrão - patroa

- troca-se -ão por -ã.

Por exemplo:

campeão - campeã

-troca-se -ão por ona.

Por exemplo:

solteirão - solteirona

Exceções:

barão - baronesa ladrão- ladra sultão - sultana

d) Substantivos terminados em -or:

- acrescenta-se -a ao masculino.

Por exemplo:

doutor - doutora

- troca-se -or por -triz:

imperador - imperatriz

e) Substantivos com feminino em -esa, -essa, -isa:

-esa - -essa- -isa-

cônsul - consulesa abade - abadessa poeta - poetisa

duque - duquesa conde - condessa profeta - profetisa

f) Substantivos que formam o feminino trocando o -e final por -a:

elefante - elefanta

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g) Substantivos que têm radicais diferentes no masculino e no feminino:

bode - cabra boi - vaca

h) Substantivos que formam o feminino de maneira especial, isto é, não seguem nenhuma das regras anteriores:

czar - czarina réu - ré

Formação do Feminino dos Substantivos Uniformes

Epicenos:

Observe:

Novo jacaré escapa de policiais no rio Pinheiros.

Não é possível saber o sexo do jacaré em questão. Isso ocorre porque o substantivo jacaré tem apenas uma forma para indicar o masculino e o feminino.

Alguns nomes de animais apresentam uma só forma para designar os dois sexos. Esses substantivos são chamados de epicenos. No caso dos epicenos, quando houver a necessidade de especificar o sexo, utilizam-se palavras macho e fêmea.

Por exemplo: a cobra

A cobra macho picou o marinheiro.

A cobra fêmea escondeu-se na bananeira.

Sobrecomuns:

Entregue as crianças à natureza.

A palavra crianças refere-se tanto a seres do sexo masculino, quanto a seres do sexo feminino.

Nesse caso, nem o artigo nem um possível adjetivo permitem identificar o sexo dos seres a que se refere a palavra. Veja:

A criança chorona chamava-se João. A criança chorona chamava-se Maria.

Outros substantivos sobrecomuns:

a criatura João é uma boa criatura.

Maria é uma boa criatura.

o cônjuge O cônjuge de João faleceu.

O cônjuge de Marcela faleceu

Comuns de Dois Gêneros:

Observe a manchete:

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Motorista tem acidente idêntico 23 anos depois.

Quem sofreu o acidente: um homem ou uma mulher?

É impossível saber apenas pelo título da notícia, uma vez que a palavra motorista é um substantivo uniforme. O restante da notícia nos informa que se trata de um homem.

A distinção de gênero pode ser feita através da análise do artigo ou adjetivo, quando acompanharem o substantivo.

Exemplos:

o colega - a colega o imigrante - a imigrante um jovem - uma jovem artista famoso - artista famosa repórter francês - repórter francesa

Substantivos de Gênero Incerto

Existem numerosos substantivos de gênero incerto e flutuante, sendo usados com a mesma significação, ora como masculinos, ora como femininos.

a abusão erro comum, superstição, crendice

a aluvião sedimentos deixados pelas águas, inundação, grande numero

a cólera ou cólera-morbo doença infecciosa

a personagem pessoa importante, pessoa que figura numa história

a trama intriga, conluio, maquinação, cilada

a xerox (ou xérox) cópia xerográfica, xerocópia

o ágape refeição que os cristãos faziam em comum, banquete de confraternização

o caudal torrente, rio

o diabetes ou diabete doença

o jângal floresta própria da Índia

o lhama mamífero ruminante da família dos camelídeos

o ordenança soldado às ordens de um oficial

o praça soldado raso

o preá pequeno roedor

Note que:

1. A palavra personagem é usada indistintamente nos dois gêneros. a) Entre os escritores modernos nota-se acentuada preferência pelo masculino: Por exemplo: O menino descobriu nas nuvens os personagens dos contos de carochinha.

b) Com referência a mulher, deve-se preferir o feminino: O problema está nas mulheres de mais idade, que não aceitam a personagem.

Não cheguei assim, nem era minha intenção, a criar uma personagem.

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2. Ordenança, praça (soldado) e sentinela (soldado, atalaia) são sentidos e usados na língua atual, como masculinos, por se referirem, ordinariamente, a homens.

3. Diz-se: o (ou a) manequim Marcela, o (ou a) modelo fotográfico Ana Belmonte.

Observe o gênero dos substantivos seguintes:

Masculinos

Femininos

o tapa o eclipse o lança-perfume o dó (pena) o sanduíche o clarinete o champanha o sósia o maracajá

o clã o hosana o herpes o pijama o suéter o soprano o proclama o pernoite o púbis

a dinamite a áspide a derme a hélice a alcíone a filoxera a clâmide a omoplata a cataplasma

a pane a mascote a gênese a entorse a libido a cal a faringe a cólera (doença) a ubá (canoa)

São geralmente masculinos os substantivos de origem grega terminados em -ma:

o grama (peso) o quilograma o plasma o apostema o diagrama

o epigrama o telefonema o estratagema o dilema o teorema

o apotegma o trema o eczema o edema o magma

o anátema o estigma o axioma o tracoma o hematoma

Exceções: a cataplama, a celeuma, a fleuma, etc.

Gênero dos Nomes de Cidades:

Salvo raras exceções, nomes de cidades são femininos.

Por exemplo: A histórica Ouro preto. A dinâmica São Paulo. A acolhedora Porto Alegre. Uma Londres imensa e triste.

Exceções: o Rio de Janeiro, o Cairo, o Porto, o Havre.

Gênero e Significação:

Muitos substantivos têm uma significação no masculino e outra no feminino. Observe:

o baliza (soldado que, que à frente da tropa, indica os movimentos que se deve realizar em conjuntp; o que vai à frente de um bloco carnavalesco, manejando um bastão)

a baliza (marco, estaca; sinal que marca um limite ou proibição de trânsito)

o cabeça (chefe) a cabeça (parte do corpo) o cura (pároco) a cura (ato de curar) o estepe (pneu sobressalente) a estepe (vasta planície de vegetação) o guia (pessoa que guia outras) a guia (documento, pena grande das asas das aves) o grama (unidade de peso) a grama (relva) o caixa (funcionário da caixa) a caixa (recipiente, setor de pagamentos) o lente (professor) a lente (vidro de aumento) o moral (ânimo) a moral (honestidade, bons costumes, ética) o rádio (aparelho receptor) a rádio (estação emissora) o voga (remador) a voga (moda, popularidade)

Flexão de Número do Substantivo

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Em português, há dois números gramaticais:

O singular, que indica um ser ou um grupo de seres;

O plural, que indica mais de um ser ou grupo de seres.

A característica do plural é o s final.

Plural dos Substantivos Simples

a) Os substantivos terminados em vogal, ditongo oral e n fazem o plural pelo acréscimo de „s’.

Por exemplo:

pai - pais ímã - ímãs hífen - hifens (sem acento, no plural).

Exceção: cânon - cânones.

b) Os substantivos terminados em m fazem o plural em ns.

Por exemplo:

homem - homens.

c) Os substantivos terminados em r e z fazem o plural pelo acréscimo de es.

Por exemplo:

revólver - revólveres raiz - raízes

Atenção: O plural de caráter é caracteres.

d) Os substantivos terminados em al, el, ol, ul flexionam-se no plural, trocando o l por is.

Por exemplo:

quintal - quintais caracol - caracóis hotel - hotéis

Exceções: mal e males, cônsul e cônsules.

e) Os substantivos terminados em il fazem o plural de duas maneiras:

- Quando oxítonos, em is.

Por exemplo:

canil - canis

- Quando paroxítonos, em eis.

Por exemplo:

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míssil - mísseis.

Obs.: a palavra réptil pode formar seu plural de duas maneiras:

répteis ou reptis (pouco usada).

f) Os substantivos terminados em s fazem o plural de duas maneiras:

- Quando monossilábicos ou oxítonos, mediante o acréscimo de es.

Por exemplo:

ás - ases retrós - retroses

- Quando paroxítonos ou proparoxítonos, ficam invariáveis.

Por exemplo:

o lápis - os lápis o ônibus - os ônibus.

g) Os substantivos terminados em ão fazem o plural de três maneiras.

- substituindo o -ão por -ões:

Por exemplo:

ação - ações

- substituindo o -ão por -ães:

Por exemplo:

cão - cães

- substituindo o -ão por -ãos:

Por exemplo:

grão - grãos

h) Os substantivos terminados em x ficam invariáveis.

Por exemplo:

o látex - os látex.

Plural dos Substantivos Compostos

A formação do plural dos substantivos compostos depende da forma como são grafados, do tipo de palavras que formam o composto e da relação que estabelecem entre si. Aqueles que são grafados sem hífen comportam-se como os substantivos simples:

aguardente e aguardentes girassol e girassóis

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pontapé e pontapés malmequer e malmequeres

O plural dos substantivos compostos cujos elementos são ligados por hífen costuma provocar muitas dúvidas e discussões. Algumas orientações são dadas a seguir:

a) Flexionam-se os dois elementos, quando formados de:

substantivo + substantivo = couve-flor e couves-flores substantivo + adjetivo = amor-perfeito e amores-perfeitos adjetivo + substantivo = gentil-homem e gentis-homens numeral + substantivo = quinta-feira e quintas-feiras b) Flexiona-se somente o segundo elemento, quando formados de:

verbo + substantivo = guarda-roupa e guarda-roupas palavra invariável + palavra variável = alto-falante e alto-falantes palavras repetidas ou imitativas = reco-reco e reco-recos

c) Flexiona-se somente o primeiro elemento, quando formados de:

substantivo + preposição clara + substantivo = água-de-colônia e águas-de-colônia

substantivo + preposição oculta + substantivo = cavalo-vapor e cavalos-vapor

substantivo + substantivo que funciona como determinante do primeiro, ou seja, especifica a função ou o tipo do termo anterior.

Exemplos:

palavra-chave - palavras-chave bomba-relógio - bombas-relógio notícia-bomba - notícias-bomba homem-rã - homens-rã peixe-espada - peixes-espada

d) Permanecem invariáveis, quando formados de:

verbo + advérbio = o bota-fora e os bota-fora verbo + substantivo no plural = o saca-rolhas e os saca-rolhas

e) Casos Especiais

o louva-a-deus e os louva-a-deus

o bem-te-vi e os bem-te-vis

o bem-me-quer e os bem-me-queres

o joão-ninguém e os joões-ninguém.

Plural das Palavras Substantivadas

As palavras substantivadas, isto é, palavras de outras classes gramaticais usadas como substantivo, apresentam, no plural, as flexões próprias dos substantivos.

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Por exemplo: Pese bem os prós e os contras. O aluno errou na prova dos noves. Ouça com a mesma serenidade os sins e os nãos.

Obs.: numerais substantivados terminados em -s ou -z não variam no plural. Por exemplo:

Nas provas mensais consegui muitos seis e alguns dez.

Plural dos Diminutivos

Flexiona-se o substantivo no plural, retira-se o s final e acrescenta-se o sufixo diminutivo.

pãe(s) + zinhos animai(s) + zinhos botõe(s) + zinhos chapéu(s) + zinhos farói(s) + zinhos tren(s) + zinhos colhere(s) + zinhas flore(s) + zinhas

pãezinhos animaizinhos botõezinhos chapeuzinhos faroizinhos trenzinhos colherezinhas florezinhas

mão(s) + zinhas papéi(s) + zinhos nuven(s) + zinhas funi(s) + zinhos túnei(s) + zinhos pai(s) + zinhos pé(s) + zinhos pé(s) + zitos

mãozinhas papeizinhos nuvenzinhas funizinhos tuneizinhos paizinhos pezinhos pezitos

Obs.: são anômalos os plurais pastorinhos(as), papelinhos, florzinhas, florinhas, colherzinhas e mulherzinhas, correntes na língua popular, e usados até por escritores de renome.

Plural dos Nomes Próprios Personativos

Devem-se pluralizar os nomes próprios de pessoas sempre que a terminação se preste à flexão.

Por exemplo: Os Napoleões também são derrotados. As Raquéis e Esteres.

Plural dos Substantivos Estrangeiros

Substantivos ainda não aportuguesados devem ser escritos como na língua original, acrecentando-se-lhes um s (exceto quando terminam em s ou z).

Por exemplo:

os shows os shorts os jazz

Substantivos já aportuguesados flexionam-se de acordo com as regras de nossa língua:

Por exemplo: os clubes

os chopes

os jipes

os esportes

as toaletes

os bibelôs

os garçons

os réquiens

Observe o exemplo:

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Este jogador faz gols toda vez que joga.

O plural correto seria gois (ô), mas não se usa.

Plural com Mudança de Timbre

Certos substantivos formam o plural com mudança de timbre da vogal tônica (o fechado / o aberto). É um fato fonético chamado metafonia.

Singular Plural Singular Plural

corpo (ô) esforço fogo forno fosso imposto olho

corpos (ó) esforços fogos fornos fossos impostos olhos

osso (ô) ovo poço porto posto rogo tijolo

ossos (ó) ovos poços portos postos rogos tijolos

Têm a vogal tônica fechada (ô): adornos, almoços, bolsos, esposos, estojos, globos, gostos, polvos, rolos, soros, etc.

Obs.: distinga-se molho (ô), caldo (molho de carne), de molho (ó), feixe (molho de lenha).

Particularidades sobre o Número dos Substantivos

a) Há substantivos que só se usam no singular:

Por exemplo:

o sul, o norte, o leste, o oeste, a fé, etc.

b) Outros só no plural:

Por exemplo:

as núpcias, os víveres, os pêsames, as espadas/os paus (naipes de baralho), as fezes.

c) Outros, enfim, têm, no plural, sentido diferente do singular:

Por exemplo:

bem (virtude) e bens (riquezas)

honra (probidade, bom nome) e honras (homenagem, títulos)

d) Usamos às vezes, os substantivos no singular mas com sentido de plural:

Por exemplo:

Aqui morreu muito negro. Celebraram o sacrifício divino muitas vezes em capelas improvisadas. Juntou-se ali uma população de retirantes que, entre homem, mulher e menino, ia bem cinquenta mil."

Flexão de Grau do Substantivo

Grau é a propriedade que as palavras têm de exprimir as variações de tamanho dos seres. Classificam-se em:

Grau Normal - Indica um ser de tamanho considerado normal. Por exemplo: casa

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Grau Aumentativo - Indica o aumento do tamanho do ser. Classifica-se em: Analítico = o substantivo é acompanhado de um adjetivo que indica grandeza. Por exemplo: casa grande. Sintético = é acrescido ao substantivo um sufixo indicador de aumento. Por exemplo: casarão. Grau Diminutivo - Indica a diminuição do tamanho do ser. Pode ser: Analítico = substantivo acompanhado de um adjetivo que indica pequenez. Por exemplo: casa pequena. Sintético = é acrescido ao substantivo um sufixo indicador de diminuição. Por exemplo: casinha.

Amigão é amigo grande ou grande amigo?

No uso efetivo da língua, as formas sintéticas de indicação de grau são normalmente empregadas para conferir valores afetivos ao seres nomeados pelos substantivos. Observe formas como amigão, partidão, bandidaço; mulheraço, livrinho, ladrãozinho, rapazola, futebolzinho - em todas elas, o que interessa é transmitir dados como carinho, admiração, ironia ou desprezo, e não noções ligadas ao tamanho físico dos seres nomeados.

Substantivos na leitura e produção de textos

Saber nomear com precisão os seres e conceitos de que pretendemos tratar quando falamos ou redigimos é, obviamente, um fator de eficiência em nosso trabalho. Nesse sentido, conhecer os substantivos e refletir sobre os sentidos e significados que exprimem em situações de interações entre substantivos abstratos, verbos e adjetivos cognatos nos oferecem a possibilidade de reelaborar frases e estruturas oracionais em busca das mais adequadas a determinada necessidade ou estratégia comunicativa.

Conhecer os mecanismos de flexão dos substantivos é fundamental para o estabelecimento da concordância nas frases e orações de nossos textos orais ou escritos. No que diz respeito à indicação de grau, insistimos no valor afetivo que o aumentativo e o diminutivo formados por sufixação costumam transmitir: esse valor afetivo não é explorado apenas na língua coloquial, mas também na língua literária. As formas diminutivas e aumentativas são exploradas expressivamente por poetas e prosadores.

Além disso, os substantivos desempenham um papel importantíssimo nos mecanismos de coesão e coerência textuais. É normalmente por meio de um substantivo que se apresenta pela primeira vez, num texto, o ser, ato ou conceito de que vamos tratar. Depois disso, utilizam-se substantivos que mantêm, com esse primeiro, relações variáveis de significado, num processo de retomada que é parte importante da progressão textual. Por meio desse processo, delimita-se ou expande-se a abrangência do sentido dos conceitos analisados. Ao mesmo tempo, com a seleção vocabular, evidencia-se o ponto de vista do produtor do texto sobre o tema tratado.

ARTIGO

É a palavra que, vindo antes de um substantivo, indica se ele está sendo empregado de maneira definida ou indefinida. Além disso, o artigo indica, ao mesmo tempo, o gênero e o número dos substantivos.

Classificação dos Artigos

Artigos Definidos: determinam os substantivos de maneira precisa: o, a, os, as.

Por exemplo:

Eu matei o animal.

Artigos Indefinidos: determinam os substantivos de maneira vaga: um, uma, uns, umas.

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Por exemplo:

Eu matei um animal.

Combinação dos Artigos

É muito presente a combinação dos artigos definidos e indefinidos com preposições. Este quadro apresenta a forma assumida por essas combinações:

Preposições Artigos

o, os a, as um, uns uma, umas

a ao, aos à, às - -

de do, dos da, das dum, duns duma, dumas

em no, nos na, nas num, nuns numa, numas

- As formas à e às indicam a fusão da preposição a com o artigo definido a. Essa fusão de vogais idênticas é conhecida por crase.

- As formas pelo(s)/pela(s) resultam da combinação dos artigos definidos com a forma per, equivalente a por.

Artigos, leitura e produção de textos

O uso apropriado dos artigos definidos e indefinidos permite não apenas evitar problemas com o gênero e o número de determinados substantivos, mas principalmente explorar detalhes de significação bastante expressivos. Em geral, informações novas, nos textos, são introduzidas por pronomes indefinidos e, posteriormente, retomadas pelos definidos. Assim, o referente determinado pelo artigo definido passa a fazer parte de um conjunto argumentativo que mantém a coesão dos textos. Além disso, a sutileza de muitas modificações de significados transmitidas pelos artigos faz com que sejam frequentemente usados pelos escritores em seus textos literários.

ADJETIVO

É a palavra que expressa uma qualidade ou característica do ser e se "encaixa" diretamente ao lado de um substantivo.

Ao analisarmos a palavra bondoso, por exemplo, percebemos que além de expressar uma qualidade, ela pode ser "encaixada diretamente" ao lado de um substantivo: homem bondoso, moça bondosa, pessoa bondosa.

Já com a palavra bondade, embora expresse uma qualidade, não acontece o mesmo; não faz sentido dizer: homem bondade, moça bondade, pessoa bondade. Bondade, portanto, não é adjetivo, mas substantivo, pois admite o artigo: a bondade.

Morfossintaxe do Adjetivo:

O adjetivo exerce sempre funções sintáticas relativas aos substantivos, atuando como adjunto adnominal ou como predicativo (do sujeito ou do objeto).

Classificação do Adjetivo Explicativo: exprime qualidade própria do ser. Por exemplo: neve fria. Restritivo: exprime qualidade que não é própria do ser. Por exemplo: fruta madura.

Formação do Adjetivo

Quanto formação, o adjetivo pode ser:

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ADJETIVO SIMPLES Formado por um só radical. Por exemplo: brasileiro, escuro, magro, cômico.

ADJETIVO COMPOSTO

Formado por mais de um radical. Por exemplo: luso-brasileiro, castanho-escuro, amarelo-canário.

ADJETIVO PRIMITIVO

É aquele que dá origem a outros adjetivos.

Por exemplo: belo, bom, feliz, puro.

ADJETIVO DERIVADO

É aquele que deriva de substantivos ou verbos.

Por exemplo: belíssimo, bondoso, magrelo.

LOCUÇÃO ADJETIVA

Locução = reunião de palavras. Sempre que são necessárias duas ou mais palavras para contar a mesma coisa, tem-se locução. Às vezes, uma preposição + substantivo tem o mesmo valor de um adjetivo: é a Locução Adjetiva (expressão que equivale a um adjetivo.)

Por exemplo:

aves da noite (aves noturnas), paixão sem freio (paixão desenfreada). Observe outros exemplos:

de aluno discente

de anjo angelical

de ano anual

de bispo episcopal

de bode hircino

de boi bovino

de bronze brônzeo ou êneo

de cabelo capilar

FLEXÃO DOS ADJETIVOS

O adjetivo varia em gênero, número e grau.

Gênero dos Adjetivos

Os adjetivos concordam com o substantivo a que se referem (masculino e femininino). De forma semelhante aos substantivos, classificam-se em:

Biformes - têm duas formas, sendo uma para o masculino e outra para o feminino.

Por exemplo:

ativo e ativa, mau e má, judeu e judia.

Se o adjetivo é composto e biforme, ele flexiona no feminino somente o último elemento.

Por exemplo:

o motivo socioliterário, a causa socioliterária. Exceção: surdo-mudo e surda-muda.

Uniformes - têm uma só forma tanto para o masculino como para o feminino.

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Por exemplo:

homem feliz e mulher feliz.

Se o adjetivo é composto e uniforme, fica invariável no feminino.

Por exemplo:

conflito político-social e desavença político-social.

Número dos Adjetivos

Plural dos adjetivos simples

Os adjetivos simples flexionam-se no plural de acordo com as regras estabelecidas para a flexão numérica dos substantivos simples.

Por exemplo:

mau e maus

feliz e felizes

ruim e ruins

boa e boas

Caso o adjetivo seja representado por um substantivo, ficará invariável, ou seja, se a palavra que estiver qualificando um elemento for, originalmente, um substantivo, ela manterá sua forma primitiva e passará a ser denominado de substantivo adjetivado. Por exemplo: a palavra cinza é originalmente um substantivo, porém, se estiver qualificando um elemento, funcionará como adjetivo. Ficará, então invariável.

Por exemplo: camisas cinza, ternos cinza.

Adjetivo Composto

Adjetivo composto é aquele formado por dois ou mais elementos. Normalmente, esses elementos são ligados por hífen. Apenas o último elemento concorda com o substantivo a que se refere; os demais ficam na forma masculina, singular. Caso um dos elementos que formam o adjetivo composto seja um substantivo adjetivado, todo o adjetivo composto ficará invariável.

Por exemplo:

Camisas rosa-claro.

Ternos rosa-claro.

Olhos verde-claros.

Calças azul-escuras e camisas verde-mar.

Telhados marrom-café e paredes verde-claras.

Obs.: - Azul-marinho, azul-celeste, ultravioleta e qualquer adjetivo composto iniciado por cor-de-... são sempre invariáveis. - Os adjetivos compostos surdo-mudo e pele-vermelha têm os dois elementos flexionados.

Grau do Adjetivo

Os adjetivos flexionam-se em grau para indicar a intensidade da qualidade do ser. São dois os graus do adjetivo: o comparativo e o superlativo.

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Comparativo

Nesse grau, comparam-se a mesma característica atribuída a dois ou mais seres ou duas ou mais características atribuídas ao mesmo ser. O comparativo pode ser de igualdade, de superioridade ou de inferioridade. Observe os exemplos abaixo:

1) Sou tão alto como você. Comparativo De Igualdade

No comparativo de igualdade, o segundo termo da comparação é introduzido pelas palavras como, quanto ou quão.

2) Sou mais alto (do) que você. Comparativo De Superioridade Analítico

No comparativo de superioridade analítico, entre os dois substantivos comparados, um tem qualidade superior. A forma é analítica porque pedimos auxílio a "mais...do que" ou "mais...que".

3) O Sol é maior (do) que a Terra. Comparativo De Superioridade Sintético

Alguns adjetivos possuem, para o comparativo de superioridade, formas sintéticas, herdadas do latim. São eles:

bom-melhor pequeno-menor

mau-pior alto-superior

grande-maior baixo-inferior

Superlativo

O superlativo expressa qualidades num grau muito elevado ou em grau máximo. O grau superlativo pode ser absoluto ou relativo e apresenta as seguintes modalidades:

Superlativo Absoluto: ocorre quando a qualidade de um ser é intensificada, sem relação com outros seres. Apresenta-se nas formas:

Analítica: a intensificação se faz com o auxílio de palavras que dão ideia de intensidade (advérbios).

Por exemplo:

O secretário é muito inteligente.

Sintética: a intensificação se faz por meio do acréscimo de sufixos.

Por exemplo:

O secretário é inteligentíssimo.

Observe alguns superlativos sintéticos:

benéfico beneficentíssimo

bom boníssimo ou ótimo

célebre celebérrimo

NUMERAL

É a palavra que indica os seres em termos numéricos, isto é, que atribui quantidade aos seres ou os situa em determinada sequência.

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Exemplos:

1. Os quatro últimos ingressos foram vendidos há pouco.

[quatro: numeral = atributo numérico de "ingresso"]

2. Eu quero café duplo, e você?

...[duplo: numeral = atributo numérico de "café"]

3. A primeira pessoa da fila pode entrar, por favor!

...[primeira: numeral = situa o ser "pessoa" na sequência de "fila"]

Note bem: os numerais traduzem, em palavras, o que os números indicam em relação aos seres. Assim, quando a expressão é colocada em números (1, 1°, 1/3, etc.) não se trata de numerais, mas sim de algarismos.

Além dos numerais mais conhecidos, já que refletem a ideia expressa pelos números, existem mais algumas palavras consideradas numerais porque denotam quantidade, proporção ou ordenação. São alguns exemplos: década, dúzia, par, ambos(as), novena.

Classificação dos Numerais

Cardinais: indicam contagem, medida. É o número básico. Por exemplo: um, dois, cem mil, etc. Ordinais: indicam a ordem ou lugar do ser numa série dada. Por exemplo: primeiro, segundo, centésimo, etc. Fracionários: indicam parte de um inteiro, ou seja, a divisão dos seres. Por exemplo: meio, terço, dois quintos, etc. Multiplicativos: expressam ideia de multiplicação dos seres, indicando quantas vezes a quantidade foi aumentada. Por exemplo: dobro, triplo, quíntuplo, etc.

Leitura dos Numerais Separando os números em centenas, de trás para frente, obtêm-se conjuntos numéricos, em forma de centenas e, no início, também de dezenas ou unidades. Entre esses conjuntos usa-se vírgula; as unidades ligam-se pela conjunção e. Por exemplo: 1.203.726 = um milhão, duzentos e três mil, setecentos e vinte e seis. 45.520 = quarenta e cinco mil, quinhentos e vinte.

FLEXÃO DOS NUMERAIS

Os numerais cardinais que variam em gênero são um/uma, dois/duas e os que indicam centenas de duzentos/duzentas em diante: trezentos/trezentas; quatrocentos/quatrocentas, etc. Cardinais como milhão, bilhão, trilhão, etc. variam em número: milhões, bilhões, trilhões, etc. Os demais cardinais são invariáveis.

Os numerais ordinais variam em gênero e número:

primeiro segundo milésimo

primeira segunda milésima

primeiros segundos milésimos

primeiras segundas milésimas

PRONOME

Pronome é a palavra que se usa em lugar do nome, ou a ele se refere, ou ainda, que acompanha o nome qualificando-o de alguma forma.

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Exemplos:

1. A moça era mesmo bonita. Ela morava nos meus sonhos!

[substituição do nome]

2. A moça que morava nos meus sonhos era mesmo bonita!

[referência ao nome]

3. Essa moça morava nos meus sonhos!

[qualificação do nome]

Grande parte dos pronomes não possuem significados fixos, isto é, essas palavras só adquirem significação dentro de um contexto, o qual nos permite recuperar a referência exata daquilo que está sendo colocado por meio dos pronomes no ato da comunicação. Com exceção dos pronomes interrogativos e indefinidos, os demais pronomes têm por função principal apontar para as pessoas do discurso ou a elas se relacionar, indicando-lhes sua situação no tempo ou no espaço. Em virtude dessa característica, os pronomes apresentam uma forma específica para cada pessoa do discurso.

Exemplos:

1. Minha carteira estava vazia quando eu fui assaltada.

[minha/eu: pronomes de 1ª pessoa = aquele que fala]

2. Tua carteira estava vazia quando tu foste assaltada?

[tua/tu: pronomes de 2ª pessoa = aquele a quem se fala]

3. A carteira dela estava vazia quando ela foi assaltada.

[dela/ela: pronomes de 3ª pessoa = aquele de quem se fala]

Em termos morfológicos, os pronomes são palavras variáveis em gênero (masculino ou feminino) e em número (singular ou plural). Assim, espera-se que a referência através do pronome seja coerente em termos de gênero e número (fenômeno da concordância) com o seu objeto, mesmo quando este se apresenta ausente no enunciado.

Exemplos:

1. [Fala-se de Roberta] 2. Ele quer participar do desfile da nossa escola neste ano.

[nossa: pronome que qualifica "escola" = concordância adequada]

[neste: pronome que determina "ano" = concordância adequada]

[ele: pronome que faz referência à "Roberta" = concordância inadequada]

Existem seis tipos de pronomes: pessoais, possessivos, demonstrativos, indefinidos, relativos e interrogativos.

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Pronomes Pessoais

São aqueles que substituem os substantivos, indicando diretamente as pessoas do discurso. Quem fala ou escreve assume os pronomes eu ou nós, usa os pronomes tu, vós, você ou vocês para designar a quem se dirige e ele, ela, eles ou elas para fazer referência a pessoa ou pessoas de quem fala.

Os pronomes pessoais variam de acordo com as funções que exercem nas orações, podendo ser do caso reto ou do caso oblíquo.

Pronome Reto

Pronome pessoal do caso reto é aquele que, na sentença, exerce a função de sujeito ou predicativo do sujeito.

Por exemplo:

Nós lhe ofertamos flores.

Os pronomes retos apresentam flexão de número, gênero (apenas na 3ª pessoa) e pessoa, sendo essa última a principal flexão, uma vez que marca a pessoa do discurso. Dessa forma, o quadro dos pronomes retos é assim configurado:

- 1ª pessoa do singular: eu

- 2ª pessoa do singular: tu

- 3ª pessoa do singular: ele, ela

- 1ª pessoa do plural: nós

- 2ª pessoa do plural: vós

- 3ª pessoa do plural: eles, elas

Atenção: esses pronomes não costumam ser usados como complementos verbais na língua-padrão. Frases como "Vi ele na rua" , "Encontrei ela na praça", "Trouxeram eu até aqui", comuns na língua oral cotidiana, devem ser evitadas na língua formal escrita ou falada. Na língua formal, devem ser usados os pronomes oblíquos correspondentes: "Vi-o na rua", "Encontrei-a na praça", "Trouxeram-me até aqui".

Obs.: frequentemente observamos a omissão do pronome reto em Língua Portuguesa. Isso se dá porque as próprias formas verbais marcam, através de suas desinências, as pessoas do verbo indicadas pelo pronome reto.

Por exemplo:

Fizemos boa viagem. (Nós)

Pronome Oblíquo

Pronome pessoal do caso oblíquo é aquele que, na sentença, exerce a função de complemento verbal (objeto direto ou indireto) ou complemento nominal .

Por exemplo:

Ofertaram-nos flores. (objeto indireto)

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Obs.: em verdade, o pronome oblíquo é uma forma variante do pronome pessoal do caso reto. Essa variação indica a função diversa que eles desempenham na oração: pronome reto marca o sujeito da oração; pronome oblíquo marca o complemento da oração.

Os pronomes oblíquos sofrem variação de acordo com a acentuação tônica que possuem, podendo ser átonos ou tônicos.

Pronomes Possessivos

São palavras que, ao indicarem a pessoa gramatical (possuidor), acrescentam a ela a ideia de posse de algo (coisa possuída). Por exemplo: Este caderno é meu. (meu = possuidor: 1ª pessoa do singular)

Observe o quadro:

NÚMERO PESSOA PRONOME

singular primeira meu(s), minha(s)

singular segunda teu(s), tua(s)

singular terceira seu(s), sua(s)

plural primeira nosso(s), nossa(s)

plural segunda vosso(s), vossa(s)

plural terceira seu(s), sua(s)

Note que:

A forma do possessivo depende da pessoa gramatical a que se refere; o gênero e o número concordam com o objeto possuído.

Por exemplo:

Ele trouxe seu apoio e sua contribuição naquele momento difícil.

Observações:

1 - A forma seu não é um possessivo quando resultar da alteração fonética da palavra senhor.

Por exemplo:

- Muito obrigado, seu José.

2 - Os pronomes possessivos nem sempre indicam posse. Podem ter outros empregos, como:

a) indicar afetividade.

Por exemplo:

- Não faça isso, minha filha.

b) indicar cálculo aproximado.

Por exemplo:

Ele já deve ter seus 40 anos.

c) atribuir valor indefinido ao substantivo.

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Por exemplo:

Marisa tem lá seus defeitos, mas eu gosto muito dela.

3- Em frases onde se usam pronomes de tratamento, o pronome possessivo fica na 3ª pessoa.

Por exemplo:

Vossa Excelência trouxe sua mensagem?

4- Referindo-se a mais de um substantivo, o possessivo concorda com o mais próximo.

Por exemplo:

Trouxe-me seus livros e anotações.

5- Em algumas construções, os pronomes pessoais oblíquos átonos assumem valor de possessivo.

Por exemplo:

Vou seguir-lhe os passos. (= Vou seguir seus passos.)

Pronomes Demonstrativos

Os pronomes demonstrativos são utilizados para explicitar a posição de uma certa palavra em relação a outras ou ao contexto. Essa relação pode ocorrer em termos de espaço, tempo ou discurso.

No espaço:

Compro este carro (aqui). O pronome este indica que o carro está perto da pessoa que fala.

Compro esse carro (aí). O pronome esse indica que o carro está perto da pessoa com quem falo, ou afastado da pessoa que fala.

Compro aquele carro (lá). O pronome aquele diz que o carro está afastado da pessoa que fala e daquela com quem falo.

Atenção: em situações de fala direta (tanto ao vivo quanto por meio de correspondência, que é uma modalidade escrita de fala), são particularmente importantes o este e o esse - o primeiro localiza os seres em relação ao emissor; o segundo, em relação ao destinatário. Trocá-los pode causar ambiguidade. Exemplos: Dirijo-me a essa universidade com o objetivo de solicitar informações sobre o concurso vestibular. (trata-se da universidade destinatária). Reafirmamos a disposição desta universidade em participar no próximo Encontro de Jovens. (trata-se da universidade que envia a mensagem).

No tempo:

Este ano está sendo bom para nós. O pronome este refere-se ao ano presente.

Esse ano que passou foi razoável. O pronome esse refere-se a um passado próximo.

Aquele ano foi terrível para todos. O pronome aquele está se referindo a um passado distante.

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- Os pronomes demonstrativos podem ser variáveis ou invariáveis, observe:

Variáveis: este(s), esta(s), esse(s), essa(s), aquele(s), aquela(s).

Invariáveis: isto, isso, aquilo.

- Também aparecem como pronomes demonstrativos:

o (s), a (s): quando estiverem antecedendo o que e puderem ser substituídos por aquele(s), aquela(s), aquilo.

Por exemplo:

Não ouvi o que disseste. (Não ouvi aquilo que disseste.)

Essa rua não é a que te indiquei. (Esta rua não é aquela que te indiquei.)

mesmo (s), mesma (s):

Por exemplo:

Estas são as mesmas pessoas que o procuraram ontem.

próprio (s), própria (s):

Por exemplo:

Os próprios alunos resolveram o problema.

semelhante (s):

Por exemplo:

Não compre semelhante livro.

tal, tais:

Por exemplo:

Tal era a solução para o problema.

Pronomes Indefinidos

São palavras que se referem à terceira pessoa do discurso, dando-lhe sentido vago (impreciso) ou expressando quantidade indeterminada.

Por exemplo: Alguém entrou no jardim e destruiu as mudas recém-plantadas.

Não é difícil peceber que "alguém" indica uma pessoa de quem se fala (uma terceira pessoa, portanto) de forma imprecisa, vaga. É uma palavra capaz de indicar um ser humano que seguramente existe, mas cuja identidade é desconhecida ou não se quer revelar.

Classificam-se em:

Pronomes Indefinidos Substantivos: assumem o lugar do ser ou da quantidade aproximada de seres na frase.

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São eles: algo, alguém, fulano, sicrano, beltrano, nada, ninguém, outrem, quem, tudo.

Por exemplo:

Algo o incomoda?

Quem avisa amigo é.

Pronomes Indefinidos Adjetivos: qualificam um ser expresso na frase, conferindo-lhe a noção de quantidade aproximada.

São eles: cada, certo(s), certa(s).

Por exemplo:

Cada povo tem seus costumes.

Certas pessoas exercem várias profissões.

Note que:

Ora são pronomes indefinidos substantivos, ora pronomes indefinidos adjetivos:

algum, alguns, alguma(s), bastante(s) ( = muito, muitos), demais, mais, menos, muito(s), muita(s), nenhum, nenhuns, nenhuma(s), outro(s), outra(s), pouco(s), pouca(s), qualquer, quaisquer, qual, que, quanto(s), quanta(s), tal, tais, tanto(s), tanta(s), todo(s), toda(s), um, uns, uma(s), vários, várias.

Por exemplo:

Menos palavras e mais ações.

Alguns contentam-se pouco.

Os pronomes indefinidos podem ser divididos em variáveis e invariáveis. Observe o quadro:

Variáveis

Invariáveis Singular Plural

Masculino Feminino Masculino Feminino

algum nenhum todo muito pouco vário tanto outro quanto

alguma nenhuma toda muita pouca vária tanta outra quanta

alguns nenhuns todos muitos poucos vários tantos outros quantos

algumas nenhumas todas muitas poucas várias tantas outras quantas

alguém ninguém outrem tudo nada algo cada

qualquer quaisquer

São locuções pronominais indefinidas:

cada qual, cada um, qualquer um, quantos quer (que), quem quer (que), seja quem for, seja qual for, todo aquele (que), tal qual (=certo), tal e qual, tal ou qual, um ou outro, uma ou outra etc.

Por exemplo: Cada um escolheu o vinho desejado.

Indefinidos Sistemáticos

Ao observar atentamente os pronomes indefinidos, percebemos que existem alguns grupos que criam

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oposição de sentido. É o caso de:

algum/alguém/algo, que têm sentido afirmativo, e nenhum/ninguém/nada, que têm sentido negativo;

todo/tudo, que indicam uma totalidade afirmativa, e nenhum/nada, que indicam uma totalidade negativa;

alguém/ninguém, que se referem a pessoa, e algo/nada, que se referem a coisa;

certo, que particulariza, e qualquer, que generaliza.

Essas oposições de sentido são muito importantes na construção de frases e textos coerentes, pois delas muitas vezes dependem a solidez e a consistência dos argumentos expostos. Observe nas frases seguintes a força que os pronomes indefinidos destacados imprimem às afirmações de que fazem parte:

Nada do que tem sido feito produziu qualquer resultado prático.

Certas pessoas conseguem perceber sutilezas: não são pessoas quaisquer.

Pronomes Relativos

São pronomes relativos aqueles que representam nomes já mencionados anteriormente e com os quais se relacionam. Introduzem as orações subordinadas adjetivas.

Por exemplo:

O racismo é um sistema que afirma a superioridade de um grupo racial sobre outros.

(afirma a superioridade de um grupo racial sobre outros = oração subordinada adjetiva).

O pronome relativo "que" refere-se à palavra "sistema" e introduz uma oração subordinada. Diz-se que a palavra "sistema" é antecedente do pronome relativo que.

O antecedente do pronome relativo pode ser o pronome demonstrativo o, a, os, as.

Por exemplo:

Não sei o que você está querendo dizer.

Às vezes, o antecedente do pronome relativo não vem expresso.

Por exemplo:

Quem casa, quer casa.

Observe o quadro abaixo:

Quadro dos Pronomes Relativos

Variáveis Invariáveis

Masculino Feminino

o qual cujo quanto

os quais cujos quantos

a qual cuja quanta

as quais cujas quantas

quem que onde

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Note que:

a) O pronome que é o relativo de mais largo emprego, sendo por isso chamado relativo universal. Pode ser substituído por o qual, a qual, os quais, as quais, quando seu antecedente for um substantivo.

Por exemplo:

O trabalho que eu fiz refere-se à corrupção.(= o qual)

A cantora que acabou de se apresentar é péssima.(= a qual)

Os trabalhos que eu fiz referm-se à corrupção. (=os quais)

As cantoras que se apresentaram eram péssimas. (= as quais)

b) O qual, os quais, a qual e as quais são exclusivamente pronomes relativos: por isso, são utilizados didaticamente para verificar se palavras como "que", "quem", "onde" (que podem ter várias classificações) são pronomes relativos. Todos eles são usados com referência a pessoa ou coisa por motivo de clareza ou depois de determinadas preposições:

Por exemplo:

Regressando de São Paulo, visitei o sítio de minha tia, o qual me deixou encantado. (O uso de que neste caso geraria ambiguidade.)

Essas são as conclusões sobre as quais pairam muitas dúvidas? (Não se poderia usar que depois de sobre.)

c) O relativo "que" às vezes equivale a o que, coisa que, e se refere a uma oração.

Por exemplo:

Não chegou a ser padre, mas deixou de ser poeta, que era a sua vocação natural.

d) O pronome "cujo" não concorda com o seu antecedente, mas com o consequente. Equivale a do qual, da qual, dos quais, das quais.

Por exemplo:

Este é o caderno cujas folhas estão rasgadas.

(antecedente)

(consequente)

e) "Quanto" é pronome relativo quando tem por antecedente um pronome indefinido: tanto(ou variações) e tudo:

Por exemplo:

Emprestei tantos quantos foram necessários.

(antecedente)

Ele fez tudo quanto havia falado.

(antecedente)

f) O pronome "quem" refere-se a pessoas e vem sempre precedido de preposição.

Por exemplo:

É um professor a quem muito devemos.

(preposição)

g) "Onde", como pronome relativo, sempre possui antecedente e só pode ser utilizado na indicação de lugar.

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Por exemplo:

A casa onde morava foi assaltada.

h) Na indicação de tempo, deve-se empregar quando ou em que.

Por exemplo:

Sinto saudades da época em que (quando) morávamos no exterior.

i) Podem ser utilizadas como pronomes relativos as palavras:

- como(= pelo qual)

Por exemplo:

Não me parece correto o modo como você agiu semana passada.

- quando(= em que)

Por exemplo:

Bons eram os tempos quando podíamos jogar videogame.

j) Os pronomes relativos permitem reunir duas orações numa só frase.

Por exemplo:

O futebol é um esporte. O povo gosta muito deste esporte. O futebol é um esporte de que o povo gosta muito.

k) Numa série de orações adjetivas coordenadas, pode ocorrer a elipse do relativo que.

Por exemplo:

A sala estava cheia de gente que conversava, (que) ria, (que) fumava.

Pronomes Interrogativos

São usados na formulação de perguntas, sejam elas diretas ou indiretas. Assim como os pronomes indefinidos, referem-se à 3ª pessoa do discurso de modo impreciso. São pronomes interrogativos: que, quem, qual (e variações), quanto (e variações).

Por exemplo:

Quem fez o almoço?/ Diga-me quem fez o almoço.

Qual das bonecas preferes? / Não sei qual das bonecas preferes.

Quantos passageiros desembarcaram? / Pergunte quantos passageiros desembarcaram.

Pronomes Substantivos e Pronomes Adjetivos

Pronomes Substantivos são aqueles que substituem um substantivo ao qual se referem.

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Por exemplo:

Nem tudo está perdido. (Nem todos os bens estão perdidos.)

Aquilo me deixou alegre.

Obs.: ao assumir para si as características do nome que substitui, o pronome seguirá todas as demais concordâncias (gênero - número - pessoa do discurso - marca de sujeito inanimado - marca de situação no espaço).

Pronomes Adjetivos são aqueles que acompanham o substantivo com o qual se relacionam, juntando-lhe uma característica.

Por exemplo:

Este moço é meu irmão.

Alguma coisa me deixou alegre.

Observação: a classificação dos pronomes em substantivos ou adjetivos não exclui sua classificação epecífica.

Por exemplo:

Muita gente não me entende. ( muita = pronome adjetivo indefinido).

Trouxe o meu ingresso e o teu. ( meu = pronome adjetivo possessivo / teu = pronome substantivo

possessivo).

VERBO

É a classe de palavras que se flexiona em pessoa, número, tempo, modo e voz. Pode indicar, entre outros processos:

ação (correr);

estado (ficar);

fenômeno (chover);

ocorrência (nascer);

desejo (querer).

O que caracteriza o verbo são as suas flexões, e não os seus possíveis significados. Observe que palavras como corrida, chuva e nascimento têm conteúdo muito próximo ao de alguns verbos mencionados acima; não apresentam, porém, todas as possibilidades de flexão que esses verbos possuem.

Estrutura das Formas Verbais

Do ponto de vista estrutural, uma forma verbal pode apresentar os seguintes elementos:

a) Radical: é a parte invariável, que expressa o significado essencial do verbo.

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Por exemplo:

fal-ei; fal-ava; fal-am. (radical fal-)

b) Tema: é o radical seguido da vogal temática que indica a conjugação a que pertence o verbo.

Por exemplo:

fala-r

São três as conjugações:

1ª - Vogal Temática - A - (falar)

2ª - Vogal Temática - E - (vender)

3ª - Vogal Temática - I - (partir)

c) Desinência modo-temporal: é o elemento que designa o tempo e o modo do verbo.

Por exemplo:

falávamos ( indica o pretérito imperfeito do indicativo.)

falasse ( indica o pretérito imperfeito do subjuntivo.)

d) Desinência número-pesssoal: é o elemento que designa a pessoa do discurso ( 1ª, 2ª ou 3ª) e o número (singular ou plural).

Por exemplo:

falamos (indica a 1ª pessoa do plural.)

falavam (indica a 3ª pessoa do plural.)

Observação: o verbo pôr, assim como seus derivados ( compor, repor, depor, etc.), pertencem à 2ª conjugação, pois a forma arcaica do verbo pôr era poer. A vogal "e", apesar de haver desaparecido do infinitivo, revela-se em algumas formas do verbo: põe, pões, põem, etc.

Formas Rizotônicas e Arrizotônicas

Ao combinarmos os conhecimentos sobre a estrutura dos verbos com o conceito de acentuação tônica, percebemos com facilidade que nas formas rizotônicas, o acento tônico cai no radical do verbo: opino, aprendam, nutro, por exemplo. Nas formas arrizotônicas, o acento tônico não cai no radical, mas sim na terminação verbal: opinei, aprenderão, nutriríamos.

Classificação dos Verbos

Classificam-se em:

a) Regulares: são aqueles que possuem as desinências normais de sua conjugação e cuja flexão não provoca alterações no radical.

Por exemplo:

canto cantei cantarei cantava cantasse

b) Irregulares: são aqueles cuja flexão provoca alterações no radical ou nas desinências.

Por exemplo:

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faço fiz farei fizesse

c) Defectivos: são aqueles que não apresentam conjugação completa. Classificam-se em impessoais, unipessoais e pessoais.

Impessoais: são os verbos que não têm sujeito. Normalmente, são usados na terceira pessoa do singular. Os principais verbos impessoais são:

a) haver, quando sinônimo de existir, acontecer, realizar-se ou fazer (em orações temporais).

Por exemplo:

Havia poucos ingressos à venda. (Havia = Existiam) Houve duas guerras mundiais. (Houve = Aconteceram) Haverá reuniões aqui. (Haverá = Realizar-se-ão) Deixei de fumar há muitos anos. (há = faz)

b) fazer, ser e estar (quando indicam tempo)

Por exemplo:

Faz invernos rigorosos no Sul do Brasil. Era primavera quando a conheci. Estava frio naquele dia.

c) Todos os verbos que indicam fenômenos da natureza são impessoais: chover, ventar, nevar, gear, trovejar, amanhecer, escurecer, etc. Quando, porém, se constrói, "Amanheci mal-humorado", usa-se o verbo "amanhecer" em sentido figurado. Qualquer verbo impessoal, empregado em sentido figurado, deixa de ser impessoal para ser pessoal.

Por exemplo:

Amanheci mal-humorado. (Sujeito desinencial: eu) Choveram candidatos ao cargo. (Sujeito: candidatos) Fiz quinze anos ontem. (Sujeito desinencial: eu)

d) São impessoais, ainda:

1. o verbo passar (seguido de preposição), indicando tempo. Ex.: Já passa das seis. 2. os verbos bastar e chegar, seguidos da preposição de, indicando suficiência. Ex.: Basta de tolices. Chega de blasfêmias. 3. os verbos estar e ficar em orações tais como Está bem, Está muito bem assim, Não fica bem, Fica mal, sem referência a sujeito expresso anteriormente. Podemos, ainda, nesse caso, classificar o sujeito como hipotético, tornando-se, tais verbos, então, pessoais. 4. o verbo deu + para da língua popular, equivalente de "ser possível". Por exemplo:

Não deu para chegar mais cedo. Dá para me arrumar uns trocados?

Unipessoais: são aqueles que, tendo sujeito, se conjugam apenas nas terceiras pessoas, do singular e do plural.

Por exemplo:

A fruta amadureceu.

As frutas amadureceram.

Obs.: os verbos unipessoais podem ser usados como verbos pessoais na linguagem figurada:

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Teu irmão amadureceu bastante.

Entre os unipessoais estão os verbos que significam vozes de animais; eis alguns:

bramar: tigre

bramir: crocodilo

cacarejar: galinha

coaxar: sapo

cricrilar: grilo

Os principais verbos unipessoais são:

1. cumprir, importar, convir, doer, aprazer, parecer, ser (preciso, necessário, etc.).

Observe os exemplos:

Cumpre trabalharmos bastante. (Sujeito: trabalharmos bastante.) Parece que vai chover. (Sujeito: que vai chover.) É preciso que chova. (Sujeito: que chova.)

2. fazer e ir, em orações que dão ideia de tempo, seguidos da conjunção que.

Observe os exemplos:

Faz dez anos que deixei de fumar. (Sueito: que deixei de fumar.) Vai para (ou Vai em ou Vai por) por dez anos que não vejo Cláudia. (Sujeito: que não vejo Cláudia)

Obs.: todos os sujeitos apontados são oracionais.

Pessoais: não apresentam algumas flexões por motivos morfológicos ou eufônicos.

Por exemplo:

verbo falir

Este verbo teria como formas do presente do indicativo falo, fales, fale, idênticas às do verbo falar - o que provavelmente causaria problemas de interpretação em certos contextos.

Por exemplo:

verbo computar

Este verbo teria como formas do presente do indicativo computo, computas, computa - formas de sonoridade considerada ofensiva por alguns ouvidos gramaticais. Essas razões muitas vezes não impedem o uso efetivo de formas verbais repudiadas por alguns gramáticos: exemplo disso é o próprio verbo computar, que, com o desenvolvimento e a popularização da informática, tem sido conjugado em todos os tempos, modos e pessoas.

d) Abundantes: são aqueles que possuem mais de uma forma com o mesmo valor. Geralmente, esse fenômeno costuma ocorrer no particípio, em que, além das formas regulares terminadas em -ado ou -ido, surgem as chamadas formas curtas (particípio irregular).

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Observe:

INFINITIVO PARTICÍPIO REGULAR PARTICÍPIO IRREGULAR Anexar Anexado Anexo Dispersar Dispersado Disperso

e) Anômalos: são aqueles que incluem mais de um radical em sua conjugação.

Por exemplo:

Ir Pôr Ser Saber

vou vais ides fui foste

ponho pus pôs punha

sou és fui foste seja

sei sabes soube saiba

f) Auxiliares

São aqueles que entram na formação dos tempos compostos e das locuções verbais. O verbo principal, quando acompanhado de verbo auxiliar, é expresso numa das formas nominais: infinitivo, gerúndio ou particípio.

Por exemplo: Vou espantar as moscas.

(verbo auxiliar) (verbo principal no infinitivo)

Está chegando a hora do debate.

( verbo auxiliar) (verbo principal no gerúndio)

Os noivos foram cumprimentados por todos os presentes.

( verbo auxiliar) (verbo principal no particípio)

Obs.: os verbos auxiliares mais usados são: ser, estar, ter e haver.

Conjugação dos Verbos Auxiliares

SER - Modo Indicativo

Presente Pretérito Perfeito

Pretérito Imperfeito

Pretérito Mais-Que-Perfeito

Futuro do Presente

Futuro do Pretérito

sou fui era fora serei seria

és foste eras foras serás serias

é foi era fora será seria

somos fomos eramos fôramos seremos seríamos

sois fostes éreis fôreis sereis seríeis

são foram eram foram serão seriam

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SER - Modo Subjuntivo

Presente Pretérito Imperfeito Futuro

que eu seja se eu fosse quando eu for

que tu sejas se tu fosses quando tu fores

que ele seja se ele fosse quando ele for

que nós sejamos se nós fôssemos quando nós formos

que vós sejais se vós fôsseis quando vós fordes

que eles sejam se eles fossem quando eles forem

SER - Modo Imperativo

Afirmativo Negativo

sê tu não sejas tu

seja você não seja você

sejamos nós não sejamos nós

sede vós não sejais vós

sejam vocês não sejam vocês

SER - Formas Nominais

Infinitivo Impessoal Infinitivo Pessoal Gerúndio Particípio

ser ser eu sendo sido

seres tu

ser ele

sermos nós

serdes vós

serem eles

ESTAR - Modo Indicativo

Presente Pretérito Perfeito

Pretérito Imperfeito

Pretérito Mais-Que-Perfeito

Futuro do Presente

Futuro do Pretérito

estou estive estava estivera estarei estaria

estás estiveste estavas estiveras esterás estarias

está esteve estava estivera estará estaria

estamos estivemos estávamos estivéramos estaremos estaríamos

estais estivestes estáveis estivéreis estareis estaríeis

estão estiveram estavam estiveram estarão estariam

ESTAR - Modo Subjuntivo e Imperativo

Presente Pretérito Imperfeito Futuro Afirmativo Negativo

esteja estivesse estiver

estejas estivesses estiveres está estejas

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esteja esvivesse estiver esteja esteja

estejamos estivéssemos estivermos estejamos estejamos

estejais estivésseis estiverdes estai estejais

estejam estivessem estiverem estejam estejam

ESTAR - Formas Nominais

Infinitivo Impessoal Infinitivo Pessoal Gerúndio Particípio

estar estar estando estado

estares

estar

estarmos

estardes

estarem

g) Pronominais

São aqueles verbos que se conjugam com os pronomes oblíquos átonos me, te, se, nos, vos, se, na mesma pessoa do sujeito, expressando reflexibilidade (pronominais acidentais) ou apenas reforçando a ideia já implícita no próprio sentido do verbo (reflexivos essenciais). Veja:

1. Essenciais: são aqueles que sempre se conjugam com os pronomes oblíquos me, te, se, nos, vos, se. São poucos: abster-se, ater-se, apiedar-se, atrever-se, dignar-se, arrepender-se, etc. Nos verbos pronominais essenciais a reflexibilidade já está implícita no radical do verbo.

Por exemplo:

Arrependi-me de ter estado lá.

A ideia é de que a pessoa representada pelo sujeito (eu) tem um sentimento (arrependimento) que recai sobre ela mesma, pois não recebe ação transitiva nenhuma vinda do verbo; o pronome oblíquo átono é apenas uma partícula integrante do verbo, já que, pelo uso, sempre é conjugada com o verbo. Diz-se que o pronome apenas serve de reforço da ideia reflexiva expressa pelo radical do próprio verbo.

Veja uma conjugação pronominal essencial (verbo e respectivos pronomes): Eu me arrependo Tu te arrependes Ele se arrepende Nós nos arrependemos Vós vos arrependeis Eles se arrependem

2. Acidentais: são aqueles verbos transitivos diretos em que a ação exercida pelo sujeito recai sobre o objeto representado por pronome oblíquo da mesma pessoa do sujeito; assim, o sujeito faz uma ação que recai sobre

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ele mesmo. Em geral, os verbos transitivos diretos ou transitivos diretos e indiretos podem ser conjugados com os pronomes mencionados, formando o que se chama voz reflexiva.

Por exemplo: Maria se penteava.

A reflexibilidade se diz acidental, pois a ação reflexiva pode ser exercida também sobre outra pessoa.

Por exemplo: Maria penteou-me.

Obervações:

1- Por fazerem parte integrante do verbo, os pronomes oblíquos átonos dos verbos pronominais não possuem função sintática.

2- Há verbos que também são acompanhados de pronomes oblíquos átonos, mas que não são essencialmente pronominais, são os verbos reflexivos. Nos verbos reflexivos, os pronomes, apesar de se encontrarem na pessoa idêntica à do sujeito, exercem funções sintáticas.

Por exemplo:

Eu me feri. ----- Eu (sujeito)-1ª pessoa do singular me (objeto direto) - 1ª pessoa do singular

Modos Verbais

Dá-se o nome de modo às várias formas assumidas pelo verbo na expressão de um fato. Em Português, existem três modos:

Indicativo - indica uma certeza, uma realidade. Por exemplo: Eu sempre estudo. Subjuntivo - indica uma dúvida, uma possibilidade. Por exemplo: Talvez eu estude amanhã. Imperativo - indica uma ordem, um pedido. Por exemplo: Estuda agora, menino.

Formas Nominais

Além desses três modos, o verbo apresenta ainda formas que podem exercer funções de nomes (substantivo, adjetivo, advérbio), sendo por isso denominadas formas nominais. Observe:

a) Infinitivo Impessoal: exprime a significação do verbo de modo vago e indefinido, podendo ter valor e função de substantivo.

Por exemplo:

Viver é lutar. (= vida é luta) É indispensável combater a corrupção. (= combate à)

O infinitivo impessoal pode apresentar-se no presente (forma simples) ou no passado (forma composta).

Por exemplo:

É preciso ler este livro. Era preciso ter lido este livro.

b) Infinitivo Pessoal: é o infinitivo relacionado às três pessoas do discurso. Na 1ª e 3ª pessoas do singular, não apresenta desinências, assumindo a mesma forma do impessoal; nas demais, flexiona-se da seguinte maneira:

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2ª pessoa do singular: Radical + ES Ex.: teres(tu)

1ª pessoa do plural: Radical + MOS Ex.: termos (nós)

2ª pessoa do plural: Radical + DES Ex.: terdes (vós)

3ª pessoa do plural: Radical + EM Ex.: terem (eles)

Por exemplo:

Foste elogiado por teres alcançado uma boa colocação.

c) Gerúndio: o gerúndio pode funcionar como adjetivo ou advérbio.

Por exemplo:

Saindo de casa, encontrei alguns amigos. (função de advérbio)

Nas ruas, havia crianças vendendo doces. (função adjetivo)

Na forma simples, o gerúndio expressa uma ação em curso; na forma composta, uma ação concluída.

Por exemplo:

Trabalhando, aprenderás o valor do dinheiro.

Tendo trabalhado, aprendeu o valor do dinheiro.

d) Particípio: quando não é empregado na formação dos tempos compostos, o particípio indica geralmente o resultado de uma ação terminada, flexionando-se em gênero, número e grau.

Por exemplo:

Terminados os exames, os candidatos saíram.

Quando o particípio exprime somente estado, sem nenhuma relação temporal, assume verdadeiramente a função de adjetivo (adjetivo verbal).

Por exemplo:

Ela foi a aluna escolhida para representar a escola.

Tempos Verbais

Tomando-se como referência o momento em que se fala, a ação expressa pelo verbo pode ocorrer em diversos tempos. Veja:

1. Tempos do Indicativo

Presente - Expressa um fato atual.

Por exemplo:

Eu estudo neste colégio.

Pretérito Imperfeito - Expressa um fato ocorrido num momento anterior ao atual mas que não foi completamente terminado.

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Por exemplo:

Ele estudava as lições quando foi interrompido.

Pretérito Perfeito (simples) - Expressa um fato ocorrido num momento anterior ao atual e que foi totalmente terminado.

Por exemplo:

Ele estudou as lições ontem à noite.

Pretérito Perfeito (composto) - Expressa um fato que teve início no passado e que pode se prolongar até o momento atual.

Por exemplo:

Tenho estudado muito para os exames.

Pretérito-Mais-Que-Perfeito - Expressa um fato ocorrido antes de outro fato já terminado.

Por exemplo:

Ele já tinha estudado as lições quando os amigos chegaram. (forma composta)

Ele já estudara as lições quando os amigos chegaram. (forma simples)

Futuro do Presente (simples) - Enuncia um fato que deve ocorrer num tempo vindouro com relação ao momento atual.

Por exemplo:

Ele estudará as lições amanhã.

Futuro do Presente (composto) - Enuncia um fato que deve ocorrer posteriormente a um momento atual mas já terminado antes de outro fato futuro.

Por exemplo:

Antes de bater o sinal, os alunos já terão terminado o teste.

Futuro do Pretérito (simples) - Enuncia um fato que pode ocorrer posteriormente a um determinado fato passado.

Por exemplo:

Se eu tivesse dinheiro, viajaria nas férias.

Futuro do Pretérito (composto) - Enuncia um fato que poderia ter ocorrido posteriormente a um determinado fato passado.

Por exemplo:

Se eu tivesse ganho esse dinheiro, teria viajado nas férias.

2. Tempos do Subjuntivo

Presente - Enuncia um fato que pode ocorrer no momento atual.

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Por exemplo:

É conveniente que estudes para o exame.

Pretérito Imperfeito - Expressa um fato passado mas posterior a outro já ocorrido.

Por exemplo:

Eu esperava que ele vencesse o jogo.

Obs.: o pretérito imperfeito é também usado nas construções em que se expressa a ideia de condição ou desejo.

Por exemplo:

Se ele viesse ao clube, participaria do campeonato.

Pretérito Perfeito (composto) - Expressa um fato totalmente terminado num momento passado.

Por exemplo:

Embora tenha estudado bastante, não passou no teste.

Pretérito Mais-Que-Perfeito (composto) - Expressa um fato ocorrido antes de outro fato já terminado.

Por exemplo:

Embora o teste já tivesse começado, alguns alunos puderam entrar na sala de exames.

Futuro do Presente (simples) - Enuncia um fato que pode ocorrer num momento futuro em relação ao atual.

Por exemplo:

Quando ele vier à loja, levará as encomendas.

Obs.: o futuro do presente é também usado em frases que indicam possibilidade ou desejo.

Por exemplo:

Se ele vier à loja, levará as encomendas.

Futuro do Presente (composto) - Enuncia um fato posterior ao momento atual mas já terminado antes de outro fato futuro.

Por exemplo: Quando ele tiver saído do hospital, nós o visitaremos.

Formação dos Tempos Simples

Quanto à formação dos tempos simples, estes dividem-se em primitivos e derivados.

Primitivos: presente do indicativo pretérito perfeito do indicativo infinitivo impessoal

Derivados do Presente do Indicativo: Presente do subjuntivo

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Imperativo afirmativo Imperativo negativo

Derivados do Pretérito Perfeito do Indicativo: Pretérito mais-que-perfeito do indicativo Pretérito imperfeito do subjuntivo Futuro do subjuntivo

Derivados do Infinitivo Impessoal: Futuro do presente do indicativo Futuro do pretérito do indicativo Imperfeito do indicativo Gerúndio Particípio

Tempos Primitivos

Presente do Indicativo

1ª conjugação 2ª conjugação 3ª conjugação Desinência pessoal

CANTAR VENDER PARTIR

cantO vendO partO O

cantaS vendeS parteS S

canta vende parte -

cantaMOS vendeMOS partiMOS MOS

cantaIS vendeIS partIS IS

cantaM vendeM parteM M

Pretérito Perfeito do Indicativo

O pretérito perfeito do indicativo é marcado basicamente pela desinência pessoal.

1ª conjugação 2ª conjugação 3ª conjugação Desinência pessoal

CANTAR VENDER PARTIR

canteI vendI partI I

cantaSTE vendeSTE partISTE STE

cantoU vendeU partiU U

cantaMOS vendeMOS partiMOS MOS

cantaSTES vendeSTES partISTES STES

cantaRAM vendeRAM partiRAM RAM

Infinitivo Impessoal

1ª conjugação 2ª conjugação 3ª conjugação

CANTAR VENDER PARTIR

Tempos Derivados do Presente do Indicativo

Presente do Subjuntivo

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Para se formar o presente do subjuntivo, substitui-se a desinência -o da primeira pessoa do singular do presente do indicativo pela desinência -E (nos verbos de 1ª conjugação) ou pela desinência -A (nos verbos de 2ª e 3ª conjugação).

1ª conjugação 2ª conjugação 3ª conjugação Des. temporal Des. temporal Desinência pessoal

1ª conj. 2ª/3ª conj.

CANTAR VENDER PARTIR

cantE vendA partA E A Ø

cantES vendAS partaAS E A S

cantE vendA partaA E A Ø

cantEMOS vendAMOS partAMOS E A MOS

cantEIS vendAIS partAIS E A IS

cantEM vendAM partAM E A M

Imperativo

Imperativo Afirmativo ou Positivo

Para se formar o imperativo afirmativo, toma-se do presente do indicativo a 2ª pessoa do singular (tu) e a segunda pessoa do plural (vós) eliminando-se o "S" final. As demais pessoas vêm, sem alteração, do presente do subjuntivo. Veja:

Presente do Indicativo Imperativo Afirmativo Presente do Subjuntivo

Eu canto --- Que eu cante

Tu cantas CantA tu Que tu cantes

Ele canta Cante você Que ele cante

Nós cantamos Cantemos nós Que nós cantemos

Vós cantais CantAI vós Que vós canteis

Eles cantam Cantem vocês Que eles cantem

Imperativo Negativo

Para se formar o imperativo negativo, basta antecipar a negação às formas do presente do subjuntivo.

Presente do Subjuntivo Imperativo Negativo

Que eu cante ---

Que tu cantes Não cantes tu

Que ele cante Não cante você

Que nós cantemos Não cantemos nós

Que vós canteis Não canteis vós

Que eles cantem Não cantem eles

Observações:

- No modo imperativo não faz sentido usar na 3ª pessoa (singular e plural) as formas ele/eles, pois uma ordem, pedido ou conselho só se aplicam

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diretamente à pessoa com quem se fala. Por essa razão, utiliza-se você/vocês.

- O verbo SER, no imperativo, faz excepcionalmente: sê (tu), sede (vós).

Tempos Derivados do Pretérito Perfeito do Indicativo

Pretérito mais-que-perfeito

Para formar o pretérito mais-que-perfeito do indicativo elimina-se a desinência -STE da 2ª pessoa do singular do pretérito perfeito. Acrescenta-se a esse tema a desinência temporal -RA mais a desinência de número e pessoa correspondente.

Existem gramáticos que afirmam que este tempo origina-se da terceira pessoa do plural do pretérito perfeito (cantaram/venderam/partiram), mediante a supressão do m final e acréscimo da desinência de número e pessoa.

Ou simplesmente:

tema + {-ra, -ras, -ra, -ramos, -reis, -ram (1ª, 2ª e 3ª conj.)

Observe o quadro:

1ª conjugação 2ª conjugação 3ª conjugação Des. temporal Desinência pessoal

1ª/2ª e 3ª conj.

CANTAR VENDER PARTIR

cataRA vendeRA partiRA RA Ø

cantaRAS vendeRAS partiRAS RA S

cantaRA vendeRA partiRA RA Ø

cantáRAMOS vendêRAMOS partíRAMOS RA MOS

cantáREIS vendêREIS partíREIS RE IS

cantaRAM vendeRAM partiRAM RA M

Pretérito Imperfeito do Subjuntivo

Para formar o imperfeito do subjuntivo, elimina-se a desinência -STE da 2ª pessoa do singular do pretérito perfeito, obtendo-se, assim, o tema desse tempo. Acrescenta-se a esse tema a desinência temporal -SSE mais a desinência de número e pessoa correspondente.

Outros gramáticos afirmam que este tempo origina-se da terceira pessoa do pretérito perfeito (cantaram/venderam/partiram) mediante a supressão do -ram final e acréscimo da desinência modo-temporal -SSE e da desinência de número e pessoa.

Ou simplesmente:

tema +{ -sse, -sses, -sse, -ssemos, -sseis, -ssem (1ª, 2ª e 3ª conj.)

Observe o quadro:

1ª conjugação 2ª conjugação 3ª conjugação Des. temporal Desinência pessoal

1ª /2ª e 3ª conj.

CANTAR VENDER PARTIR

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cantaSSE vendeSSE partiSSE SSE Ø

cantaSSES vendeSSES partiSSES SSE S

cantaSSE vendeSSE partiSSE SSE Ø

cantáSSEMOS vendêSSEMOS partíSSEMOS SSE MOS

cantáSSEIS vendêSSEIS partíSSEIS SSE IS

cantaSSEM vendeSSEM partiSSEM SSE M

Futuro do Subjuntivo

Para formar o futuro do subjuntivo elimina-se a desinência -STE da 2ª pessoa do singular do pretérito perfeito, obtendo-se, assim, o tema desse tempo. Acrescenta-se a esse tema a desinência temporal -R mais a desinência de número e pessoa correspondente.

Outros gramáticos afirmam que este tempo origina-se da terceira pessoa do pretérito perfeito (cantaram/venderam/partiram) mediante a supressão do -am final e acréscimo da desinência de número e pessoa.

Ou simplesmente: tema + { -r, -res, -r, -rmos, -rdes, -rem (1ª, 2ª e 3ª conj.)

Observe o quadro:

1ª conjugação 2ª conjugação 3ª conjugação Des. temporal Desinência pessoal

1ª /2ª e 3ª conj.

CANTAR VENDER PARTIR

cantaR vendeR partiR Ø

cantaRES vendeRES partiRES R ES

cantaR vendeR partiR R Ø

cantaRMOS vendeRMOS partiRMOS R MOS

cantaRDES vendeRDES partiRDES R DES

cantaREM VendeREM PartiREM R EM

Tempos Derivados do Infinitivo Impessoal

Futuro do Presente do Indicativo

Infinitivo Impessoal + { -ei, -ás, -á, -emos, -eis, -ão (1ª,2ª e 3ª conj.) }

Veja:

1ª conjugação 2ª conjugação 3ª conjugação

CANTAR VENDER PARTIR

cantar ei vender ei partir ei

cantar ás vender ás partir ás

cantar á vender á partir á

cantar emos vender emos partir emos

cantar eis vender eis partir eis

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cantar ão vender ão partir ão

Futuro do Pretérito do Indicativo

Infinitivo Impessoal + { -ia, -ias, -ia, -íamos, -íeis, -iam (1ª, 2ª e 3ª conj.)

Veja:

1ª conjugação 2ª conjugação 3ª conjugação

CANTAR VENDER PARTIR

cantarIA venderIA partirIA

cantarIAS venderIAS partirIAS

cantarIA venderIA partirIA

cantarÍAMOS venderÍAMOS partirÍAMOS

cantarÍEIS venderÍEIS partirÍEIS

cantarIAM venderIAM partirIAM

Infinitivo Pessoal

Infinitivo Impessoal + { -es (2ª pessoa do singular), -mos (1ª pessoa do plural), -des (2ª pessoa do plural), -em ( 3ª pessoa do plural) (1ª, 2ª e 3ª conj.)

Veja:

1ª conjugação 2ª conjugação 3ª conjugação

CANTAR VENDER PARTIR

cantar vender partir

cantarES venderES partirES

cantar vender partir

cantarMOS venderMOS partirMOS

cantarDES venderDES partirDES

cantarEM venderEM partirEM

Tempos Compostos

São formados por locuções verbais que têm como auxiliares os verbos ter e haver e como principal, qualquer verbo no particípio. São eles:

01) Pretérito Perfeito Composto do Indicativo:

É a formação de locução verbal com o auxiliar ter ou haver no Presente do Indicativo e o principal no particípio, indicando fato que tem ocorrido com frequência ultimamente.

Por exemplo:

Eu tenho estudado demais ultimamente.

02) Pretérito Perfeito Composto do Subjuntivo:

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É a formação de locução verbal com o auxiliar ter ou haver no Presente do Subjuntivo e o principal no particípio, indicando desejo de que algo já tenha ocorrido.

Por exemplo:

Espero que você tenha estudado o suficiente, para conseguir a aprovação.

03) Pretérito Mais-que-perfeito Composto do Indicativo:

É a formação de locução verbal com o auxiliar ter ou haver no Pretérito Imperfeito do Indicativo e o principal no particípio, tendo o mesmo valor que o Pretérito Mais-que-perfeito do Indicativo simples.

Por exemplo:

Eu já tinha estudado no Maxi, quando conheci Magali.

04) Pretérito Mais-que-perfeito Composto do Subjuntivo:

É a formação de locução verbal com o auxiliar ter ou haver no Pretérito Imperfeito do Subjuntivo e o principal no particípio, tendo o mesmo valor que o Pretérito Imperfeito do Subjuntivo simples.

Por exemplo:

Eu teria estudado no Maxi, se não me tivesse mudado de cidade.

Obs.: perceba que todas as frases remetem a ação obrigatoriamente para o passado. A frase Se eu estudasse, aprenderia é completamente diferente de Se eu tivesse estudado, teria aprendido.

05) Futuro do Presente Composto do Indicativo:

É a formação de locução verbal com o auxiliar ter ou haver no Futuro do Presente simples do Indicativo e o principal no particípio, tendo o mesmo valor que o Futuro do Presente simples do Indicativo.

Por exemplo:

Amanhã, quando o dia amanhecer, eu já terei partido.

06) Futuro do Pretérito Composto do Indicativo:

É a formação de locução verbal com o auxiliar ter ou haver no Futuro do Pretérito simples do Indicativo e o principal no particípio, tendo o mesmo valor que o Futuro do Pretérito simples do Indicativo.

Por exemplo:

Eu teria estudado no Maxi, se não me tivesse mudado de cidade.

07) Futuro Composto do Subjuntivo:

É a formação de locução verbal com o auxiliar ter ou haver no Futuro do Subjuntivo simples e o principal no particípio, tendo o mesmo valor que o Futuro do Subjuntivo simples.

Por exemplo:

Quando você tiver terminado sua série de exercícios, eu caminharei 6 Km.

Veja os exemplos:

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Quando você chegar à minha casa, telefonarei a Manuel.

Quando você chegar à minha casa, já terei telefonado a Manuel.

Perceba que o significado é totalmente diferente em ambas as frases apresentadas. No primeiro caso, esperarei "você" praticar a sua ação para, depois, praticar a minha; no segundo, primeiro praticarei a minha. Por isso o uso do advébio "já".

Assim, observe que o mesmo ocorre nas frases a seguir::

Quando você tiver terminado o trabalho, telefonarei a Manuel.

Quando você tiver terminado o trabalho, já terei telefonado a Manuel.

08) Infinitivo Pessoal Composto:

É a formação de locução verbal com o auxiliar ter ou haver no Infinitivo Pessoal simples e o principal no particípio, indicando ação passada em relação ao momento da fala.

Por exemplo:

Para você ter comprado esse carro, necessitou de muito dinheiro.

Locuções Verbais

Outro tipo de conjugação composta - também chamada conjugação perifrástica - são as locuções verbais, constituídas de verbos auxiliares mais gerúndio ou infinitivo. São conjuntos de verbos que, numa frase, desempenham papel equivalente ao de um verbo único. Nessas locuções, o último verbo, chamado principal, surge sempre numa de suas formas nominais; as flexões de tempo, modo, número e pessoa ocorrem nos verbos auxiliares. Observe os exemplos:

Estou lendo o jornal.

Marta veio correndo: o noivo acabara de chegar.

Ninguém poderá sair antes do término da sessão.

A língua portuguesa apresenta uma grande variedade dessas locuções, conseguindo exprimir por meio delas os mais variados matizes de significado. Ser (estar, em algumas construções) é usado nas locuções verbais que exprimem a voz passiva analítica do verbo. Poder e dever são auxiliares que exprimem a potencialidade ou a necessidade de que determinado processo se realize ou não. Veja:

Pode ocorrer algo inesperado durante a festa.

Deve ocorrer algo inesperado durante a festa.

Outro auxiliar importante é querer, que exprime vontade, desejo.

Por exemplo:

Quero ver você hoje.

Também são largamente usados como auxiliares: começar a, deixar de, voltar a, continuar a, pôr-se a, ir, vir e estar, todos ligados à noção de aspecto verbal.

Emprego do Infinitivo Impessoal e Pessoal

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Infinitivo Impessoal

Quando se diz que um verbo está no infinitivo impessoal, isso significa que ele apresenta sentido genérico ou indefinido, não relacionado a nenhuma pessoa, e sua forma é invariável. Assim, considera-se apenas o processo verbal.

Por exemplo:

Amar é sofrer.

O infinitivo pessoal, por sua vez, apresenta desinências de número e pessoa.

Veja:

- Eu

falar -es Tu

vender - Ele

partir -mos Nós

-des Vós

-em Eles

Observe que, embora não haja desinências para a 1ª e 3ª pessoas do singular (cujas formas são iguais às do infinitivo impessoal), elas não deixam de referir-se às respectivas pessoas do discurso (o que será esclarecido apenas pelo contexto da frase).

Por exemplo:

Para ler melhor, eu uso estes óculos. (1ª pessoa) Para ler melhor, ela usa estes óculos. (3ª pessoa)

Note: as regras que orientam o emprego da forma variável ou invariável do infinitivo não são todas perfeitamente definidas. Por ser o infinitivo impessoal mais genérico e vago, e o infinitivo pessoal mais preciso e determinado, recomenda-se usar este último sempre que for necessário dar à frase maior clareza ou ênfase.

Observações importantes:

O infinitivo impessoal é usado:

1. Quando apresenta uma ideia vaga, genérica, sem se referir a um sujeito determinado;

Por exemplo:

Querer é poder. Fumar prejudica a saúde. É proibido colar cartazes neste muro.

2. Quando tiver o valor de Imperativo;

Por exemplo:

Soldados, marchar! (= Marchai!)

3. Quando é regido de preposição e funciona como complemento de um substantivo, adjetivo ou verbo da oração anterior;

Por exemplo:

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Eles não têm o direito de gritar assim. As meninas foram impedidas de participar do jogo. Eu os convenci a aceitar.

No entanto, na voz passiva dos verbos "contentar", "tomar" e "ouvir", por exemplo, o Infinitivo (verbo auxiliar) deve ser flexionado.

Por exemplo:

Eram pessoas difíceis de serem contentadas. Aqueles remédios são ruins de serem tomados. Os CDs que você me emprestou são agradáveis de serem ouvidos.

Infinitivo Pessoal

Quando se diz que um verbo está no infinitivo pessoal, isso significa que ele atribui um agente ao processo verbal, flexionando-se.

O infinitivo deve ser flexionado nos seguintes casos:

1. Quando o sujeito da oração estiver claramente expresso;

Por exemplo:

Se tu não perceberes isto... Convém vocês irem primeiro. O bom é sempre lembrarmos desta regra (sujeito desinencial, sujeito implícito = nós)

2. Quando tiver sujeito diferente daquele da oração principal;

Por exemplo:

O professor deu um prazo de cinco dias para os alunos estudarem bastante para a prova. Perdoo-te por me traíres. O hotel preparou tudo para os turistas ficarem à vontade.

O guarda fez sinal para os motoristas pararem.

3. Quando se quiser indeterminar o sujeito (utilizado na terceira pessoa do plural);

Por exemplo:

Faço isso para não me acharem inútil. Temos de agir assim para nos promoverem. Ela não sai sozinha à noite a fim de não falarem mal da sua conduta.

4. Quando apresentar reciprocidade ou reflexibilidade de ação;

Por exemplo:

Vi os alunos abraçarem-se alegremente. Fizemos os adversários cumprimentarem-se com gentileza. Mandei as meninas olharem-se no espelho.

Nota: como se pode observar, a escolha do Infinitivo Flexionado é feita sempre que se quer enfatizar o agente (sujeito) da ação expressa pelo verbo.

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DICAS:

a) Se o infinitivo de um verbo for escrito com "j", esse "j" aparecerá em todas as outras formas.

Por exemplo:

Enferrujar: enferrujou, enferrujaria, enferrujem, enferrujarão, enferrujassem, etc. (Lembre, contudo, que o substantivo ferrugem é grafado com "g".) Viajar: viajou, viajaria, viajem ( 3ª pessoa do plural do presente do subjuntivo, não confundir com o substantivo viagem) viajarão, viajasses, etc.

b) Quando o verbo tem o infinitivo com "g", como em "dirigir" e "agir" este "g" deverá ser trocado por um "j" apenas na primeira pessoa do presente do indicativo.

Por exemplo:

eu dirijo/ eu ajo

c) O verbo "parecer" pode relacionar-se de duas maneiras distintas com o infinitivo.

- Quando "parecer" é verbo auxiliar de um outro verbo: Elas parecem mentir.

- Elas parece mentirem - Neste exemplo ocorre, na verdade, um período composto. "Parece" é o verbo de uma oração principal cujo sujeito é a oração subordinada substantiva subjetiva reduzida de infinitivo "elas mentirem". Como desdobramento dessa reduzida, podemos ter a oração "Parece que elas mentem."

Vozes do Verbo

Dá-se o nome de voz à forma assumida pelo verbo para indicar se o sujeito gramatical é agente ou paciente da ação. São três as vozes verbais:

a) Ativa: quando o sujeito é agente, isto é, pratica a ação expressa pelo verbo.

Por exemplo:

Ele fez o trabalho.

sujeito agente ação objeto (paciente)

b) Passiva: quando o sujeito é paciente, recebendo a ação expressa pelo verbo.

Por exemplo:

O trabalho foi feito por ele.

sujeito paciente ação agente da passiva

c) Reflexiva: quando o sujeito é ao mesmo tempo agente e paciente, isto é, pratica e recebe a ação.

Por exemplo:

O menino feriu-se.

Obs.: não confundir o emprego reflexivo do verbo com a noção de reciprocidade.

Por exemplo:

Os lutadores feriram-se. (um ao outro)

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Formação da Voz Passiva

A voz passiva pode ser formada por dois processos: analítico e sintético.

1- Voz Passiva Analítica

Constrói-se da seguinte maneira: Verbo SER + particípio do verbo principal.

Por exemplo:

A escola será pintada. O trabalho é feito por ele.

Obs. : o agente da passiva geralmente é acompanhado da preposição por, mas pode ocorrer a construção com a preposição de.

Por exemplo:

A casa ficou cercada de soldados.

- Pode acontecer ainda que o agente da passiva não esteja explícito na frase.

Por exemplo:

A exposição será aberta amanhã.

- A variação temporal é indicada pelo verbo auxiliar (SER), pois o particípio é invariável. Observe a transformação das frases seguintes:

a) Ele fez o trabalho. (pretérito perfeito do indicativo)

O trabalho foi feito por ele. (pretérito perfeito do indicativo)

b) Ele faz o trabalho. (presente do indicativo)

O trabalho é feito por ele. (presente do indicativo)

c) Ele fará o trabalho. (futuro do presente)

O trabalho será feito por ele. (futuro do presente)

- Nas frases com locuções verbais, o verbo SER assume o mesmo tempo e modo do verbo principal da voz ativa. Observe a transformação da frase seguinte:

O vento ia levando as folhas. (gerúndio) As folhas iam sendo levadas pelo vento. (gerúndio)

Obs.: é menos frequente a construção da voz passiva analítica com outros verbos que podem eventualmente funcionar como auxiliares.

Por exemplo:

A moça ficou marcada pela doença.

2- Voz Passiva Sintética

A voz passiva sintética ou pronominal constrói-se com o verbo na 3ª pessoa, seguido do pronome apassivador SE.

Por exemplo:

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Abriram-se as inscrições para o concurso. Destruiu-se o velho prédio da escola.

Obs.: o agente não costuma vir expresso na voz passiva sintética.

Conversão da Voz Ativa na Voz Passiva

Pode-se mudar a voz ativa na passiva sem alterar substancialmente o sentido da frase.

Por exemplo:

Gutenberg inventou a imprensa (Voz Ativa)

Sujeito da Ativa

Objeto Direto

A imprensa foi inventada por Gutenberg (Voz Passiva)

Sujeito da Passiva

Agente da Passiva

Observe que o objeto direto será o sujeito da passiva, o sujeito da ativa passará a agente da passiva e o verbo ativo assumirá a forma passiva, conservando o mesmo tempo. Observe mais exemplos:

- Os mestres têm constantemente aconselhado os alunos.

Os alunos têm sido constantemente aconselhados pelos mestres.

- Eu o acompanharei.

Ele será acompanhado por mim.

Obs.: quando o sujeito da voz ativa for indeterminado, não haverá complemento agente na passiva.

Por exemplo:

- Prejudicaram-me. Fui prejudicado.

Saiba que:

1) Aos verbos que não são ativos nem passivos ou reflexivos, são chamados neutros.

Por exemplo:

O vinho é bom. Aqui chove muito.

2) Há formas passivas com sentido ativo:

Por exemplo:

É chegada a hora. (= Chegou a hora.) Eu ainda não era nascido. (= Eu ainda não tinha nascido.) És um homem lido e viajado. (= que leu e viajou)

3) Inversamente, usamos formas ativas com sentido passivo:

Por exemplo:

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Há coisas difíceis de entender. (= serem entendidas) Mandou-o lançar na prisão. (= ser lançado)

4) Os verbos chamar-se, batizar-se, operar-se (no sentido cirúrgico) e vacinar-se são considerados passivos, logo o sujeito é paciente.

Por exemplo:

Chamo-me Luís. Batizei-me na Igreja do Carmo. Operou-se de hérnia. Vacinaram-se contra a gripe.

Pronúncia Correta de Alguns Verbos

1) Nos verbos cujo radical termina em -ei, -eu, -oi, -ou, seguidos de consoante, é fechada a vogal base desses ditongos:

a) Pronuncie ei (como na palavra lei):

aleijo, aleijas, aleija, aleijam, aleije, aleijem

abeiro-me, abeira-se, abeiram-se, abeire-se, abeira-te

enfeixo, enfeixas, enfeixa, enfeixe, enfeixam, enfeixem, enfeixes

inteiro, inteiras, inteira, inteiram, inteire, inteires, inteirem

b) Pronuncie eu (como na palavra deu):

endeuso, endeusas, endeusa, endeusam, endeuse, endeuses, endeusem

c) Pronuncie oi (como na palavra boi):

açoito, açoitas, açoita, açoitam, açoite, açoites, açoitem

foiço, foiças, foiça, foiçam, foice, foices, foicem

desmoito, desmoitas, desmoita, desmoitam, desmoite, desmoites, desmoitem

noivo, noivas, noiva, noivam, noive, noives, noivem.

d) Pronuncie ou ( como na palavra ouro):

afrouxo, afrouxas, afrouxa, afrouxam, afrouxe, afrouxes, afrouxem

roubo, roubas, rouba, roubam, roube, roubes, roubem

estouro, estouras, estoura, estouram, estoure, estoures, estourem

2) Nos verbos terminados em -ejar e -elhar, como despejar, almejar, arejar, velejar, pelejar, planejar, espelhar, aparelhar, semelhar, avermelhar, etc., o e tônico profere-se fechado:

despejo (ê), despejas(ê), despeja (ê), despejam (ê), despeje (ê), despejes (ê), despejem (ê)

espelho (ê), espelhas (ê), espelha (ê), espelham (ê), espelhe (ê), espelhes (ê), espelhem (ê)

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3) Verbos como englobar, desposar, forçar, rogar, mofar, ensopar, escovar, estorvar, enroscar, rosnar, lograr, etc., têm o o aberto nas formas rizotônicas:

escovo (ó), escova (ó), escove (ó), desposa (ó), ensopa (ó), ensopam (ó), etc.

4) Na terminação -oem, a vogal o é:

a) fechada nos verbos finalizados em -oar:

voem, magoem, coem, doem (doar), soem (soar), abençoem, coroem, abotoem, etc.

b) aberta nos verbos terminados em -oer:

doem (doer), soem (soer), moem, roem, corroem, etc.

5) Nas três pessoas do singular e na 3ª do plural do presente do indicativo e do subjuntivo do verbo saudar, a vogal u forma hiato e não ditongo:

saúdo (sa-ú-do), saúdas, saúda, saúdam

saúde (sa- ú-de), saúdes, saúde, saúdem

6) O u do dígrafo gu dos verbos distinguir e extinguir não soa. Pronuncie gue, gui como no verbo seguir:

segue, seguem, seguiu, seguiu

distingue, distinguem, distinguiu, extinguiu, etc.

ADVÉRBIO

Compare estes exemplos:

O ônibus chegou.

O ônibus chegou ontem.

A palavra ontem acrescentou ao verbo chegou uma circunstância de tempo: ontem é um advérbio.

Marcos jogou bem.

Marcos jogou muito bem.

A palavra muito intensificou o sentido do advérbio bem: muito, aqui, é um advérbio.

A criança é linda.

A criança é muito linda.

A palavra muito intensificou a qualidade contida no adjetivo linda: muito, nessa frase, é um advérbio.

Advérbio é uma palavra invariável que modifica o sentido do verbo, do adjetivo e do próprio advérbio.

Às vezes, um advérbio pode se referir a uma oração inteira; nessa situação, normalmente transmitem a avaliação de quem fala ou escreve sobre o conteúdo da oração.

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Por exemplo:

As providências tomadas foram infrutíferas, lamentavelmente.

Quando modifica um verbo, o advérbio pode acrescentar várias ideias, tais como:

Tempo: Ela chegou tarde.

Lugar: Ele mora aqui.

Modo: Eles agiram mal.

Negação: Ela não saiu de casa.

Dúvida: Talvez ele volte.

Observações:

- Os advérbios que se relacionam ao verbo são palavras que expressam circunstâncias do processo verbal, podendo assim, ser classificados como determinantes.

Por exemplo:

Ninguém manda aqui!

mandar: verbo

aqui: advérbio de lugar = determinante do verbo

- Quando modifica um adjetivo, o advérbio acrescenta a ideia de intensidade.

Por exemplo:

O filme era muito bom.

- Na linguagem jornalística e publicitária atuais, têm sido frequentes os advérbios associados a substantivos:

Por exemplo:

" Isso é simplesmente futebol" - disse o jogador. "Orgulhosamente Brasil" é o que diz a nova campanha publicitária ufanista.

Flexão do Advérbio

Outra característica dos advérbios se refere a sua organização morfológica. Os advérbios são palavras invariáveis, isto é, não apresentam variação em gênero e número. Alguns advérbios, porém, admitem a variação em grau. Observe:

Grau Comparativo

Forma-se o comparativo do advérbio do mesmo modo que o comparativo do adjetivo:

de igualdade: tão + advérbio + quanto (como)

Por exemplo:

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Renato fala tão alto quanto João.

de inferioridade: menos + advérbio + que (do que)

Por exemplo:

Renato fala menos alto do que João.

de superioridade:

Analítico: mais + advérbio + que (do que)

Por exemplo:

Renato fala mais alto do que João.

Sintético: melhor ou pior que (do que)

Por exemplo:

Renato fala melhor que João.

Grau Superlativo

O superlativo pode ser analítico ou sintético:

Analítico: acompanhado de outro advérbio.

Por exemplo:

Renato fala muito alto.

muito = advérbio de intensidade

alto = advérbio de modo

Sintético: formado com sufixos.

Por exemplo:

Renato fala altíssimo.

Obs.: as formas diminutivas (cedinho, pertinho, etc.) são comuns na língua popular. Observe:

Maria mora pertinho daqui. (muito perto) A criança levantou cedinho. (muito cedo)

Classificação dos Advérbios

De acordo com a circunstância que exprime, o advérbio pode ser de:

Lugar: aqui, antes, dentro, ali, adiante, fora, acolá, atrás, além, lá, detrás, aquém, cá, acima, onde, perto, aí, abaixo, aonde, longe, debaixo, algures, defronte, nenhures, adentro, afora, alhures, nenhures, aquém, embaixo, externamente, a distância, à distância de, de longe, de perto, em cima, à direita, à esquerda, ao lado, em volta.

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Tempo: hoje, logo, primeiro, ontem, tarde, outrora, amanhã, cedo, dantes, depois, ainda, antigamente, antes, doravante, nunca, então, ora, jamais, agora, sempre, já, enfim, afinal, amiúde, breve, constantemente, entrementes, imediatamente, primeiramente, provisoriamente, sucessivamente, às vezes, à tarde, à noite, de manhã, de repente, de vez em quando, de quando em quando, a qualquer momento, de tempos em tempos, em breve, hoje em dia.

Modo: bem, mal, assim, adrede, melhor, pior, depressa, acinte, debalde, devagar, às pressas, às claras, às cegas, à toa, à vontade, às escondidas, aos poucos, desse jeito, desse modo, dessa maneira, em geral, frente a frente, lado a lado, a pé, de cor, em vão e a maior parte dos que terminam em "-mente": calmamente, tristemente, propositadamente, pacientemente, amorosamente, docemente, escandalosamente, bondosamente, generosamente.

Afirmação: sim, certamente, realmente, decerto, efetivamente, certo, decididamente, realmente, deveras, indubitavelmente.

Negação: não, nem, nunca, jamais, de modo algum, de forma nenhuma, tampouco, de jeito nenhum.

Dúvida: acaso, porventura, possivelmente, provavelmente, quiçá, talvez, casualmente, por certo, quem sabe.

Intensidade: muito, demais, pouco, tão, menos, em excesso, bastante, mais, menos, demasiado, quanto, quão, tanto, assaz, que(equivale a quão), tudo, nada, todo, quase, de todo, de muito, por completo, extremamente, intensamente, grandemente, bem (quando aplicado a propriedades graduáveis).

Exclusão: apenas, exclusivamente, salvo, senão, somente, simplesmente, só, unicamente. Por exemplo: Brando, o vento apenas move a copa das árvores.

Inclusão: ainda, até, mesmo, inclusivamente, também. Por exemplo: O indivíduo também amadurece durante a adolescência.

Ordem: depois, primeiramente, ultimamente. Por exemplo: Primeiramente, eu gostaria de agradecer aos meus amigos por comparecerem à festa.

Saiba que:

- Para se exprimir o limite de possibilidade, antepõe-se ao advérbio o mais ou o menos.

Por exemplo:

Ficarei o mais longe que puder daquele garoto. Voltarei o menos tarde possível.

- Quando ocorrem dois ou mais advérbios em -mente, em geral sufixamos apenas o último:

Por exemplo:

O aluno respondeu calma e respeitosamente.

Advérbios Interrogativos

São as palavras: onde? aonde? donde? quando? como? por que? nas interrogações diretas ou indiretas, referentes às circunstâncias de lugar, tempo, modo e causa.

Veja:

Interrogação Direta Interrogação Indireta

Como aprendeu? Perguntei como aprendeu.

Onde mora? Indaguei onde morava.

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Por que choras? Não sei por que riem.

Aonde vai? Perguntei aonde ia.

Donde vens? Pergunto donde vens.

Quando voltas? Pergunto quando voltas.

Locução Adverbial

Quando há duas ou mais palavras que exercem função de advérbio, temos a locução adverbial, que pode expressar as mesmas noções dos advérbios. Iniciam ordinariamente por uma preposição. Veja:

lugar: à esquerda, à direita, de longe, de perto, para dentro, por aqui, etc.

afirmação: por certo, sem dúvida, etc.

modo: às pressas, passo a passo, de cor, em vão, em geral, frente a frente, etc.

tempo: de noite, de dia, de vez em quando, à tarde, hoje em dia, nunca mais, etc.

Obs.: tanto a locução adverbial como o advérbio modificam o verbo, o adjetivo e outro advérbio. Observe os exemplos:

Chegou muito cedo. (advérbio) Joana é muito bela. (adjetivo) De repente correram para a rua. (verbo)

Relação de Algumas Locuções Adverbiais

às vezes às claras às cegas à esquerda à direita à distância

ao lado ao fundo ao longo a cavalo a pé às pressas ao vivo a esmo à toa

de repente de súbito de vez em quando por fora por dentro por perto por trás por ali por ora

com certeza sem dúvida de propósito lado a lado passo a passo o mais das vezes

Atenção: não confunda locução adverbial com a locução prepositiva. Nesta última, a preposição vem sempre depois do advérbio ou da locução adverbial.

Por exemplo:

perto de, antes de, dentro de, etc.

Palavras e Locuções Denotativas

São palavras que, embora, em alguns aspectos (ser invariável, por exemplo), assemelhem-se a advérbios, não possuem, segundo a Nomeclatura Gramatical Brasileira, classificação especial. Do ponto de vista sintático, são expletivas, isto é, não assumem nenhuma função; do ponto de vista morfológico, são invariáveis (muitas delas vindas de outras classes gramaticais); do ponto de vista semântico, são inegavelmente importantes no contexto em que se encontram (daí seu nome). Classificam-se em função da ideia que expressam:

Adição: ainda, além disso, etc.

Por exemplo:

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Comeu tudo e ainda repetiu.

Afastamento: embora

Por exemplo:

Foi embora daqui.

Afetividade: ainda bem, felizmente, infelizmente

Por exemplo:

Ainda bem que passei de ano

Aproximação: quase, lá por, bem, uns, cerca de, por volta de, etc.

Por exemplo:

Ela quase revelou o segredo.

Designação: eis

Por exemplo:

Eis nosso carro novo.

Exclusão: apesar, somente, só, salvo, unicamente, exclusive, exceto, senão, sequer, apenas, etc.

Por exemplo:

Não me descontou sequer um real.

Explicação: isto é, por exemplo, a saber, etc.

Por exemplo:

Li vários livros, a saber, os clássicos.

Inclusão: até, ainda, além disso, também, inclusive, etc.

Por exemplo:

Eu também vou viajar.

Limitação: só, somente, unicamente, apenas, etc.

Por exemplo:

Só ele veio à festa.

Realce: é que, cá, lá, não, mas, é porque, etc.

Por exemplo:

E você lá sabe essa questão? O que não diria essa senhora se soubesse que já fui famoso.

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Retificação: aliás, isto é, ou melhor, ou antes, etc.

Por exemplo:

Somos três, ou melhor, quatro.

Situação: então, mas, se, agora, afinal, etc.

Por exemplo:

Mas quem foi que fez isso?

PREPOSIÇÃO

É a palavra que estabelece uma relação entre dois ou mais termos da oração. Essa relação é do tipo subordinativa, ou seja, entre os elementos ligados pela preposição não há sentido dissociado, separado, individualizado; ao contrário, o sentido da expressão é dependente da união de todos os elementos que a preposição vincula.

Exemplos:

1. Os amigos de João estranharam o seu modo de vestir.

amigos de João / modo de vestir: elementos ligados por preposição

de: preposição

2. Ela esperou com entusiasmo aquele breve passeio.

esperou com entusiasmo: elementos ligados por preposição

com: preposição

Esse tipo de relação é considerada uma conexão, em que os conectivos cumprem a função de ligar elementos. A preposição é um desses conectivos e se presta a ligar palavras entre si num processo de subordinação denominado regência.

Diz-se regência devido ao fato de que, na relação estabelecida pelas preposições, o primeiro elemento – chamado antecedente - é o termo que rege, que impõe um regime; o segundo elemento, por sua vez – chamado consequente – é o termo regido, aquele que cumpre o regime estabelecido pelo antecedente.

Exemplos:

1. A hora das refeições é sagrada.

hora das refeições: elementos ligados por preposição

de + as = das: preposição

hora: termo antecedente = rege a construção "das refeições"

refeições: termo consequente = é regido pela construção "hora da"

2. Alguém passou por aqui.

passou por aqui: elementos ligados por preposição

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por: preposição

passou: termo antecedente = rege a construção "por aqui"

aqui: termo consequente = é regido pela construção "passou por"

As preposições são palavras invariáveis, pois não sofrem flexão de gênero, número ou variação em grau como os nomes, nem de pessoa, número, tempo, modo, aspecto e voz como os verbos. No entanto, em diversas situações as preposições se combinam a outras palavras da língua (fenômeno da contração) e, assim, estabelecem uma relação de concordância em gênero e número com essas palavras às quais se ligam. Mesmo assim, não se trata de uma variação própria da preposição, mas sim da palavra com a qual ela se funde.

Por exemplo:

de + o = do por + a = pela em + um = num

As preposições podem introduzir:

a) Complementos Verbais

Por exemplo:

Eu obedeço "aos meus pais".

b) Complementos Nominais

Por exemplo:

Continuo obediente "aos meus pais".

c) Locuções Adjetivas

Por exemplo:

É uma pessoa "de valor".

d) Locuções Adverbiais

Por exemplo:

Tive de agir "com cautela".

e) Orações Reduzidas

Por exemplo:

"Ao chegar", comentou sobre o fato ocorrido.

Classificação das Preposições

As palavras da Língua Portuguesa que atuam exclusivamente como preposição são chamadas preposições essenciais. São elas:

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a, ante, após, até, com, contra, de, desde, em, entre, para, per, perante, por, sem, sob, sobre, trás

Observações:

1) A preposição após, acidentalmente, pode ser advérbio, com a significação de atrás, depois.

Por exemplo:

Os noivos passaram, e os convidados os seguiram logo após.

2) Dês é o mesmo que desde e ocorre com pouca frequência em autores modernos.

Por exemplo:

Dês que começaste a me visitar, sinto-me melhor.

3) Trás, modernamente, só se usa em locuções adverbiais e prepositivas: por trás, para trás, para trás de. Como preposição simples, aparece, por exemplo, no antigo ditado:

Trás mim virá quem bom me fará.

4) Para, na fala popular, apresenta a forma sincopada pra.

Por exemplo:

Bianca, alcance aqueles livros pra mim.

5) Até pode ser palavra denotativa de inclusão.

Por exemplo:

Os ladrões roubaram-lhe até a roupa do corpo.

Há palavras de outras classes gramaticais que, em determinadas situações, podem atuar como preposições. São, por isso, chamadas preposições acidentais:

como (= na qualidade de), conforme (= de acordo com), segundo (= conforme), consoante (= conforme), durante, salvo, fora, mediante, tirante, exceto, senão, visto (=por).

Saiba que:

As preposições essenciais regem sempre a forma oblíqua tônica dos pronomes pessoais:

Por exemplo:

Não vá sem mim à escola.

As preposições acidentais, por sua vez, regem a forma reta desses mesmos pronomes:

Por exemplo:

Todos, exceto eu, preferem sorvete de chocolate.

Locução Prepositiva

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É o conjunto de duas ou mais palavras que têm o valor de uma preposição. A última palavra dessas locuções é sempre uma preposição.

Principais locuções prepositivas:

abaixo de acima de acerca de

a fim de além de a par de

apesar de antes de depois de

ao invés de diante de em fase de

em vez de graças a junto a

junto com junto de à custa de

defronte de através de em via de

de encontro a em frente de em frente a

sob pena de a respeito de de ao encontro de

Combinação e Contração da Preposição

Quando as preposições a, de, em e per unem-se a certas palavras, formando um só vocábulo, essa união pode ser por:

Combinação: ocorre quando a preposição, ao unir-se a outra palavra, mantém todos os seus fonemas.

Por exemplo: preposição a + artigo masculino o = ao preposição a + artigo masculino os = aos

Contração: ocorre quando a preposição sofre modificações na sua estrutura fonológica ao unir-se a outra palavra. As preposições de e em, por exemplo, formam contrações com os artigos e com diversos pronomes. Veja:

do dos da das

num nuns numa numas

disto disso daquilo

naquele naqueles naquela naquelas

Observe outros exemplos:

em + a = na em + aquilo = naquilo

de + aquela = daquela de + onde = donde

Obs.: as formas pelo, pela, pelos, pelas resultam da contração da antiga preposição per com os artigos definidos.

Por exemplo:

per + o = pelo

Encontros Especiais

A contração da preposição a com os artigos ou pronomes demonstrativos a, as ou com o "a" inicial dos pronomes aquele, aqueles, aquela, aquelas, aquilo resulta numa fusão de vogais a que se chama de crase - que deve ser assinalada na escrita pelo uso do acento grave.

Por exemplo:

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a + a = à

Exemplos:

às - àquela - àquelas - àquele - àqueles - àquilo

Principais Relações estabelecidas pelas Preposições

Autoria - Esta música é de Roberto Carlos.

Lugar - Estou em casa.

Tempo -Eu viajei durante as férias.

Modo ou conformidade - Vamos escolher por sorteio.

Causa - Estou tremendo de frio

Assunto - Não gosto de falar sobre política.

Fim ou finalidade - Eu vim para ficar

Instrumento - Paulo feriu- se com a faca.

Companhia - Hoje vou sair com meus amigos.

Meio - Voltarei a andar a cavalo.

Matéria - Devolva-me meu anel de prata.

Posse - Este é o carro de João.

Oposição - O Flamengo jogou contra Fluminense.

Conteúdo - Tomei um copo de (com) vinho.

Preço - Vendemos o filhote de nosso cachorro a (por) R$ 300, 00.

Origem - Você descende de família humilde.

Especialidade - João formou-se em Medicina.

Destino ou direção - Olhe para frente!

Distinção entre Preposição, Pronome Pessoal Oblíquo e Artigo

Preposição: ao ligar dois termos, estabelecendo entre eles relação de dependência, o "a" permanece invariável, exercendo função de preposição.

Por exemplo:

Fui a Brasília.

Pronome Pessoal Oblíquo: ao substituir um substantivo na frase.

Por exemplo:

Eu levei Júlia a Brasília. Eu a levei a Brasília.

Artigo: ao anteceder um substantivo, determinando-o.

Por exemplo:

A professora foi a Brasília.

CONJUNÇÃO

Além da preposição, há outra palavra que, na frase, é usada como elemento de ligação: a conjunção.

Por exemplo:

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A menina segurou a boneca e mostrou quando viu as amiguinhas.

Deste exemplo podem ser retiradas três informações:

segurou a boneca

a menina mostrou

viu as amiguinhas

Cada informação está estruturada em torno de um verbo: segurou, mostrou, viu. Assim, há nessa frase três orações:

1ª oração: A menina segurou a boneca

2ª oração: e mostrou

3ª oração: quando viu as amiguinhas.

A segunda oração liga-se à primeira por meio do "e", e a terceira oração liga-se à segunda por meio do quando. As palavras "e" e quando ligam, portanto, orações.

Observe:

Gosto de natação e de futebol.

Nessa frase as expressões de natação, de futebol são partes ou termos de uma mesma oração. Logo, a palavra "e" está ligando termos de uma mesma oração.

Conjunção é a palavra invariável que liga duas orações ou dois termos semelhantes de uma mesma oração.

Morfossintaxe da Conjunção

As conjunções, a exemplo das preposições, não exercem propriamente uma função sintática: são conectivos.

Classificação da Conjunção

De acordo com o tipo de relação que estabelecem, as conjunções podem ser classificadas em coordenativas e subordinativas. No primeiro caso, os elementos ligados pela conjunção podem ser isolados um do outro. Esse isolamento, no entanto, não acarreta perda da unidade de sentido que cada um dos elementos possui. Já no segundo caso, cada um dos elementos ligados pela conjunção depende da existência do outro.

Conjunções Coordenativas

São aquelas que ligam orações de sentido completo e independente ou termos da oração que têm a mesma função gramatical. Subdividem-se em:

1) Aditivas: ligam orações ou palavras, expressando ideia de acrescentamento ou adição. São elas: e, nem (= e não), não só... mas também, não só...como também, bem como, não só...mas ainda .

Por exemplo:

A sua pesquisa é clara e objetiva.

Ela não só dirigiu a pesquisa como também escreveu o relatório.

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2) Adversativas: ligam duas orações ou palavras, expressando ideia de contraste ou compensação. São elas: mas, porém, contudo, todavia, entretanto, no entanto, não obstante.

Por exemplo:

Tentei chegar mais cedo, porém não consegui.

3) Alternativas: ligam orações ou palavras, expressando ideia de alternância ou escolha, indicando fatos que se realizam separadamente. São elas: ou, ou...ou, ora, já...já, quer...quer, seja...seja, talvez...talvez.

Por exemplo:

Ou escolho agora, ou fico sem presente de aniversário.

4) Conclusivas: ligam a oração anterior a uma oração que expressa ideia de conclusão ou consequência. São elas: logo, pois (depois do verbo), portanto, por conseguinte, por isso, assim.

Por exemplo:

Marta estava bem preparada para o teste, portanto não ficou nervosa.

5) Explicativas: ligam a oração anterior a uma oração que a explica, que justifica a ideia nela contida. São elas: que, porque, pois (antes do verbo) , porquanto.

Por exemplo:

Não demore, que o filme já vai começar.

Saiba que:

a) As conjunções "e"," antes", "agora"," quando" são adversativas quando equivalem a "mas".

Por exemplo:

Carlos fala, e não faz. O bom educador não proíbe, antes orienta. Sou muito bom; agora, bobo não sou. Foram mal na prova, quando poderiam ter ido muito bem.

b) "Senão" é conjunção adversativa quando equivale a "mas sim".

Por exemplo:

Conseguimos vencer não por protecionismo, senão por capacidade.

c) Das conjunções adversativas, "mas" deve ser empregada sempre no início da oração: as outras (porém, todavia, contudo, etc.) podem vir no início ou no meio.

Por exemplo:

Ninguém respondeu a pergunta, mas os alunos sabiam a resposta. Ninguém respondeu a pergunta; os alunos, porém, sabiam a resposta.

d) A palavra "pois", quando é conjunção conclusiva, vem geralmente após um ou mais termos da oração a que pertence.

Por exemplo:

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Você o provocou com essas palavras; não se queixe, pois, de seus ataques.

Quando é conjunção explicativa," pois" vem, geralmente, após um verbo no imperativo e sempre no início da oração a que pertence.

Por exemplo:

Não tenha receio, pois eu a protegerei.

Conjunções Subordinativas

São aquelas que ligam duas orações, sendo uma delas dependente da outra. A oração dependente, introduzida pelas conjunções subordinativas, recebe o nome de oração subordinada.

Veja o exemplo:

O baile já tinha começado quando ela chegou. O baile já tinha começado: oração principal quando: conjunção subordinativa ela chegou: oração subordinada

As conjunções subordinativas subdividem-se em integrantes e adverbiais:

1. Integrantes

Indicam que a oração subordinada por elas introduzida completa ou integra o sentido da principal. Introduzem orações que equivalem a substantivos. São elas: que, se.

Por exemplo:

Espero que você volte. (Espero sua volta.) Não sei se ele voltará. (Não sei da sua volta.)

2. Adverbiais

Indicam que a oração subordinada por elas introduzida exerce a função de adjunto adverbial da principal. De acordo com a circunstância que expressam, classificam-se em:

a) Causais: introduzem uma oração que é causa da ocorrência da oração principal. São elas: porque, que, como (= porque, no início da frase), pois que, visto que, uma vez que, porquanto, já que, desde que, etc.

Por exemplo:

Ele não fez a pesquisa porque não dispunha de meios. Como não se interessa por arte, desistiu do curso.

b) Concessivas: introduzem uma oração que expressa ideia contrária à da principal, sem, no entanto, impedir sua realização. São elas: embora, ainda que, apesar de que, se bem que, mesmo que, por mais que, posto que, conquanto, etc.

Por exemplo:

Embora fosse tarde, fomos visitá-lo. Eu não desistirei desse plano mesmo que todos me abandonem.

c) Condicionais: introduzem uma oração que indica a hipótese ou a condição para ocorrência da principal. São elas: se, caso, contanto que, salvo se, a não ser que, desde que, a menos que, sem que, etc.

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Por exemplo:

Se precisar de minha ajuda, telefone-me. Não irei ao escritório hoje, a não ser que haja algum negócio muito urgente.

d) Conformativas: introduzem uma oração em que se exprime a conformidade de um fato com outro. São elas: conforme, como (=conforme), segundo, consoante, etc.

Por exemplo:

O passeio ocorreu como havíamos planejado. Arrume a exposição segundo as ordens do professor.

e) Finais: introduzem uma oração que expressa a finalidade ou o objetivo com que se realiza a principal. São elas: para que, a fim de que, que, porque (= para que), que, etc.

Por exemplo:

Toque o sinal para que todos entrem no salão. Aproxime-se a fim de que possamos vê-lo melhor.

f) Proporcionais: introduzem uma oração que expressa um fato relacionado proporcionalmente à ocorrência da principal. São elas: à medida que, à proporção que, ao passo que e as combinações quanto mais...(mais), quanto menos...(menos), quanto menos ...(mais), quanto menos...(menos), etc.

Por exemplo:

O preço fica mais caro à medida que os produtos escasseiam. Quanto mais reclamava menos atenção recebia.

Obs.: são incorretas as locuções proporcionais à medida em que, na medida que e na medida em que.

g) Temporais: introduzem uma oração que acrescenta uma circunstância de tempo ao fato expresso na oração principal. São elas:quando, enquanto, antes que, depois que, logo que, todas as vezes que, desde que, sempre que, assim que, agora que, mal (= assim que), etc.

Por exemplo:

A briga começou assim que saímos da festa. A cidade ficou mais triste depois que ele partiu.

h) Comparativas: introduzem uma oração que expressa ideia de comparação com referência à oração principal. São elas: como, assim como, tal como, como se, (tão)...como, tanto como, tanto quanto, do que, quanto, tal, qual, tal qual, que nem, que(combinado com menos ou mais), etc.

Por exemplo:

O jogo de hoje será mais difícil que o de ontem. Ele é preguiçoso tal como o irmão.

i) Consecutivas: introduzem uma oração que expressa a consequência da principal. São elas: de sorte que, de modo que, sem que (= que não), de forma que, de jeito que, que (tendo como antecedente na oração principal uma palavra como tal, tão, cada, tanto, tamanho), etc.

Por exemplo:

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Estudou tanto durante a noite que dormiu na hora do exame. A dor era tanta que a moça desmaiou.

Locução Conjuntiva

Recebem o nome de locução conjuntiva os conjuntos de palavras que atuam como conjunção. Essas locuções geralmente terminam em "que". Observe os exemplos:

visto que desde que ainda que por mais que à medida que à proporção que logo que a fim de que

Atenção:

Muitas conjunções não têm classificação única, imutável, devendo, portanto, ser classificadas de acordo com o sentido que apresentam no contexto. Assim, a conjunção que pode ser:

1. Aditiva ( = e) Por exemplo:

Esfrega que esfrega, mas a mancha não sai.

2. Explicativa Por exemplo:

Apressemo-nos, que chove.

3. Integrante Por exemplo:

Diga-lhe que não irei.

4. Consecutiva Por exemplo:

Onde estavas, que não te vi?

5. Comparativa Por exemplo:

Ficou vermelho que nem brasa. 6. Concessiva Por exemplo:

Beba, um pouco que seja.

7. Temporal Por exemplo:

Chegados que fomos, dirigimo-nos ao hotel.

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8. Final Por exemplo:

Vendo o amigo à janela, fez sinal que descesse.

9. Causal Por exemplo:

"Velho que sou, apenas conheço as flores do meu tempo." (V.Coaraci)

INTERJEIÇÃO

Interjeição é a palavra invariável que exprime emoções, sensações, estados de espírito, ou que procura agir sobre o interlocutor, levando-o a adotar certo comportamento sem que, para isso, seja necessário fazer uso de estruturas linguísticas mais elaboradas. Observe o exemplo:

Droga! Preste atenção quando eu estou falando!

No exemplo acima, o interlocutor está muito bravo. Toda sua raiva se traduz numa palavra: Droga!

Ele poderia ter dito: - Estou com muita raiva de você! Mas usou simplesmente uma palavra. Ele empregou a interjeição Droga!

As sentenças da língua costumam se organizar de forma lógica: há uma sintaxe que estrutura seus elementos e os distribui em posições adequadas a cada um deles. As interjeições, por outro lado, são uma espécie de "palavra-frase", ou seja, há uma ideia expressa por uma palavra (ou um conjunto de palavras - locução interjetiva) que poderia ser colocada em termos de uma sentença. Veja os exemplos:

1. Bravo! Bis!

bravo e bis: interjeição

sentença (sugestão): "Foi muito bom! Repitam!"

2. Ai! Ai! Ai! Machuquei meu pé...

ai: interjeição

sentença (sugestão): "Isso está doendo!" ou "Estou com dor!"

A interjeição é um recurso da linguagem afetiva, em que não há uma ideia organizada de maneira lógica, como são as sentenças da língua, mas sim a manifestação de um suspiro, um estado da alma decorrente de uma situação particular, um momento ou um contexto específico.

Exemplos:

1. Ah, como eu queria voltar a ser criança!

ah: expressão de um estado emotivo = interjeição

2. Hum! Esse pudim estava maravilhoso!

hum: expressão de um pensamento súbito = interjeição

O significado das interjeições está vinculado à maneira como elas são proferidas. Desse modo, o tom da fala é que dita o sentido que a expressão vai adquirir em cada contexto de enunciação.

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Exemplos:

1. Psiu!

contexto: alguém pronunciando essa expressão na rua

significado da interjeição (sugestão): "Estou te chamando! Ei, espere!"

2. Psiu!

contexto: alguém pronunciando essa expressão em um hospital

significado da interjeição (sugestão): "Por favor, faça silêncio!"

3. Puxa! Ganhei o maior prêmio do sorteio!

puxa: interjeição

tom da fala: euforia

4. Puxa! Hoje não foi meu dia de sorte!

puxa: interjeição

tom da fala: decepção

As interjeições cumprem, normalmente, duas funções:

a) Sintetizar uma frase exclamativa, exprimindo alegria, tristeza, dor, etc.

Por exemplo:

- Você faz o que no Brasil? -Eu? Eu negocio com madeiras. -Ah, deve ser muito interessante.

b) Sintetizar uma frase apelativa

Por exemplo:

Cuidado! Saia da minha frente.

As interjeições podem ser formadas por:

a) simples sons vocálicos: Oh!, Ah!, Ó, Ô.

b) palavras: Oba!, Olá!, Claro!

c) grupos de palavras (locuções interjetivas): Meu Deus!, Ora bolas!

A ideia expressa pela interjeição depende muitas vezes da entonação com que é pronunciada; por isso, pode ocorrer que uma interjeição tenha mais de um sentido.

Por exemplo:

Oh! Que surpresa desagradável! (ideia de contrariedade) Oh! Que bom te encontrar. (ideia de alegria)

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Classificação das Interjeições

Comumente, as interjeições expressam sentido de:

Advertência: Cuidado!, Devagar!, Calma!, Sentido!, Atenção!, Olha!, Alerta!

Afugentamento: Fora!, Passa!, Rua!, Xô!

Alegria ou Satisfação: Oh!, Ah!,Eh!, Oba!, Viva!

Alívio: Arre!, Uf!, Ufa! Ah!

Animação ou Estímulo: Vamos!, Força!, Coragem!, Eia!, Ânimo!, Adiante!, Firme!, Toca!

Aplauso ou Aprovação: Bravo!, Bis!, Apoiado!, Viva!, Boa!

Concordância: Claro!, Sim!, Pois não!, Tá!, Hã-hã!

Repulsa ou Desaprovação: Credo!, Irra!, Ih!, Livra!, Safa!, Fora!, Abaixo!, Francamente!, Xi!, Chega!, Basta!, Ora!

Desejo ou Intenção: Oh!, Pudera!, Tomara!, Oxalá!

Desculpa: Perdão!

Dor ou Tristeza: Ai!, Ui!, Ai de mim!, Que pena!, Ah!, Oh!, Eh!

Dúvida ou Incredulidade: Qual!, Qual o quê!, Hum!, Epa!, Ora!

Espanto ou Admiração: Oh!, Ah!, Uai!, Puxa!, Céus!, Quê!, Caramba!, Opa!, Virgem!, Vixe!, Nossa!, Hem?!, Hein?, Cruz!, Putz!

Impaciência ou Contrariedade: Hum!, Hem!, Irra!, Raios!, Diabo!, Puxa!, Pô!, Ora!

Pedido de Auxílio: Socorro!, Aqui!, Piedade!

Saudação, Chamamento ou Invocação: Salve!, Viva!, Adeus!, Olá!, Alô!, Ei!, Tchau!, Ô, Ó, Psiu!, Socorro!, Valha-me, Deus!

Silêncio: Psiu!, Bico!, Silêncio!

Terror ou Medo: Credo!, Cruzes!, Uh!, Ui!, Oh!

Locução Interjetiva

Ocorre quando duas ou mais palavras formam uma expressão com sentido de interjeição.

Por exemplo :

Ora bolas! Quem me dera! Virgem Maria! Meu Deus! Ó de casa! Ai de mim! Valha-me Deus! Graças a Deus! Alto lá! Muito bem!

Observações:

1) As interjeições são como frases resumidas, sintéticas.

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Por exemplo:

Ué! = Eu não esperava por essa! Perdão! = Peço-lhe que me desculpe.

2) Além do contexto, o que caracteriza a interejeição é o seu tom exclamativo; por isso, palavras de outras classes gramaticais podem aparecer como interjeições.

Por exemplo:

Viva! Basta! (Verbos) Fora! Francamente! (Advérbios)

3) A interjeição pode ser considerada uma "palavra-frase" porque sozinha pode constituir uma mensagem.

Por exemplo:

Socorro! Ajudem-me! Silêncio! Fique quieto!

4) Há, também, as interjeições onomatopaicas ou imitativas, que exprimem ruídos e vozes.

Por exemplo:

Pum! Miau! Bumba! Zás! Plaft! Pof! Catapimba! Tique-taque! Quá-quá-quá!, etc.

5) Não se deve confundir a interjeição de apelo "ó" com a sua homônima "oh!", que exprime admiração, alegria, tristeza, etc. Faz-se uma pausa depois do" oh!" exclamativo e não a fazemos depois do "ó" vocativo.

Por exemplo:

"Ó natureza! ó mãe piedosa e pura!" (Olavo Bilac) Oh! a jornada negra!" (Olavo Bilac)

6) Na linguagem afetiva, certas interjeições, originadas de palavras de outras classes, podem aparecer flexionadas no diminutivo ou no superlativo.

Por exemplo:

Calminha! Adeusinho! Obrigadinho!

Sintaxe

Definição: A Sintaxe é a parte da gramática que estuda a disposição das palavras na frase e a das frases no

discurso, bem como a relação lógica das frases entre si. Ao emitir uma mensagem verbal, o emissor procura

transmitir um significado completo e compreensível. Para isso, as palavras são relacionadas e combinadas

entre si. A sintaxe é um instrumento essencial para o manuseio satisfatório das múltiplas possibilidades que

existem para combinar palavras e orações.

1- FRASE, ORAÇÃO E PERÍODO

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Frase

Frase é todo enunciado de sentido completo, podendo ser formada por uma só palavra ou por várias, podendo ter verbos ou não. A frase exprime, através da fala ou da escrita:

ideias emoções ordens apelos

A frase se define pelo seu propósito comunicativo, ou seja, pela sua capacidade de, num intercâmbio linguístico, transmitir um conteúdo satisfatório para a situação em que é utilizada.

Exemplos:

O Brasil possui um grande potencial turístico. Espantoso! Não vá embora. Silêncio! O telefone está tocando.

Observação: a frase que não possui verbo denomina-se Frase Nominal.

Na língua falada, a frase é caracterizada pela entoação, que indica nitidamente seu início e seu fim. A entoação pode vir acompanhada por gestos, expressões do rosto, do olhar, além de ser complementada pela situação em que o falante se encontra. Esses fatos contribuem para que frequentemente surjam frases muito simples, formadas por apenas uma palavra. Observe:

Rua! Ai!

Essas palavras, dotadas de entoação própria, e acompanhadas de gestos peculiares, são suficientes para satisfazer suas necessidades expressivas.

Na língua escrita, a entoação é representada pelos sinais de pontuação, os quais procuram sugerir a melodia frasal. Desaparecendo a situação viva, o contexto é fornecido pelo próprio texto, o que acaba tornando necessário que as frases escritas sejam linguisticamente mais completas. Essa maior complexidade linguística leva a frase a obedecer as regras gerais da língua. Portanto, a organização e a ordenação dos elementos formadores da frase devem seguir os padrões da língua. Por isso é que:

As meninas estavam alegres.

constitui uma frase, enquanto:

Alegres meninas estavam as.

não é considerada uma frase da língua portuguesa.

Tipos de Frases

Muitas vezes, as frases assumem sentidos que só podem ser integralmente captados se atentarmos para o contexto em que são empregadas. É o caso, por exemplo, das situações em que se explora a ironia. Pense, por exemplo, na frase "Que educação!", usada quando se vê alguém invadindo, com seu carro, a faixa de pedestres. Nesse caso, ela expressa exatamente o contrário do que aparentemente diz.

A entoação é um elemento muito importante da frase falada, pois nos dá uma ampla possibilidade de expressão. Dependendo de como é dita, uma frase simples como "É ela." pode indicar constatação, dúvida, surpresa, indignação, decepção, etc. Na língua escrita, os sinais de pontuação podem agir como definidores do sentido das frases. Veja:

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Existem alguns tipos de frases cuja entoação é mais ou menos previsível, de acordo com o sentido que transmitem. São elas:

a) Frases Interrogativas: ocorrem quando uma pergunta é feita pelo emissor da mensagem. São empregadas quando se deseja obter alguma informação. A interrogação pode ser direta ou indireta.

Você aceita um copo de suco? (Interrogação direta) Desejo saber se você aceita um copo de suco. (Interrogação indireta)

b) Frases Imperativas: ocorrem quando o emissor da mensagem dá uma ordem, um conselho ou faz um pedido, utilizando o verbo no modo imperativo. Podem ser afirmativas ou negativas.

Faça-o entrar no carro! (Afirmativa) Não faça isso. (Negativa) Dê-me uma ajudinha com isso! (Afirmativa)

c) Frases Exclamativas: nesse tipo de frase o emissor exterioriza um estado afetivo. Apresentam entoação ligeiramente prolongada.

Por Exemplo: Que prova difícil! É uma delícia esse bolo!

d) Frases Declarativas: ocorrem quando o emissor constata um fato. Esse tipo de frase informa ou declara alguma coisa. Podem ser afirmativas ou negativas.

Obrigaram o rapaz a sair. (Afirmativa) Ela não está em casa. (Negativa)

e) Frases Optativas: são usadas para exprimir um desejo.

Por Exemplo:

Deus te acompanhe! Bons ventos o levem!

De acordo com a construção, as frases classificam-se em:

Frase Nominal: é a frase construída sem verbos.

Exemplos:

Fogo! Cuidado! Belo serviço o seu! Trabalho digno desse feirante.

Frase Verbal: é a frase construída com verbo.

Por Exemplo:

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O sol ilumina a cidade e aquece os dias. Os casais saíram para jantar. A bola rolou escada abaixo.

Estrutura da Frase

As frases que possuem verbo são geralmente estruturadas a partir de dois elementos essenciais: sujeito e predicado. Isso não significa, no entanto, que tais frases devam ser formadas, no mínimo, por dois vocábulos. Na frase "Saímos", por exemplo, há um sujeito implícito na terminação do verbo: nós.

O sujeito é o termo da frase que concorda com o verbo em número e pessoa. É normalmente o "ser de quem se declara algo", "o tema do que se vai comunicar".

O predicado é a parte da frase que contém "a informação nova para o ouvinte". Normalmente, ele se refere ao sujeito, constituindo a declaração do que se atribui ao sujeito. É sempre muito importante analisar qual é o núcleo significativo da declaração: se o núcleo da declaração estiver no verbo, teremos um predicado verbal (ocorre nas frases verbais); se o núcleo da declaração estiver em algum nome, teremos um predicado nominal (ocorre nas frases nominais que possuem verbo de ligação).

Observe:

O amor é eterno.

O tema, o ser de quem se declara algo, o sujeito, é "O amor". A declaração referente a "o amor", ou seja, o predicado, é "é eterno". É um predicado nominal, pois seu núcleo significativo é o nome "eterno". Já na frase:

Os rapazes jogam futebol.

O sujeito é "Os rapazes", que identificamos por ser o termo que concorda em número e pessoa com o verbo "jogam". O predicado é "jogam futebol", cujo núcleo significativo é o verbo "jogam". Temos, assim, um predicado verbal.

Oração

Uma frase verbal pode ser também uma oração. Para isso é necessário:

- que o enunciado tenha sentido completo;

- que o enunciado tenha verbo (ou locução verbal).

Por Exemplo:

Camila terminou a leitura do livro.

Obs.: Na oração as palavras estão relacionadas entre si, como partes de um conjunto harmônico: elas são os termos ou as unidades sintáticas da oração. Assim, cada termo da oração desempenha uma função sintática.

A frase pode conter uma ou mais orações. Veja:

Brinquei no parque. (uma oração) Entrei na casa e sentei-me. (duas orações) Cheguei, vi, venci. (três orações)

Período

Período é a frase constituída de uma ou mais orações, formando um todo, com sentido completo. O período pode ser simples ou composto.

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Período Simples: é aquele constituído por apenas uma oração, que recebe o nome de oração absoluta.

Exemplos:

O amor é eterno. As plantas necessitam de cuidados especiais. Quero aquelas rosas. O tempo é o melhor remédio.

Período Composto: é aquele constituído por duas ou mais orações.

Exemplos:

Quando você partiu minha vida ficou sem alegrias. Quero aquelas flores para presentear minha mãe. Vou gritar para todos ouvirem que estou sabendo o que acontece ao anoitecer. Cheguei, jantei e fui dormir.

Objetivos da Análise Sintática

A análise sintática tem como objetivo examinar a estrutura de um período e das orações que compõem um período.

Estrutura de um Período

Observe:

Conhecemos mais pessoas quando estamos viajando.

Ao analisarmos a estrutura do período acima, é possível identificar duas orações: Conhecemos mais pessoas e quando estamos viajando.

Termos da Oração

No período "Conhecemos mais pessoas quando estamos viajando", existem seis palavras. Cada uma delas exerce uma determinada função nas orações. Em análise sintática, cada palavra da oração é chamada de termo da oração. Termo é a palavra considerada de acordo com a função sintática que exerce na oração.

Segundo a Nomenclatura Gramatical Brasileira, os termos da oração podem ser:

1) Essenciais

Também conhecidos como termos "fundamentais", são representados pelo sujeito e predicado nas orações.

2) Integrantes

Completam o sentido dos verbos e dos nomes, são representados por:

complemento verbal - objeto direto e indireto; complemento nominal; agente da passiva.

3) Acessórios

Desempenham função secundária (especificam o substantivo ou expressam circunstância). São representados por:

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adjunto adnominal; adjunto adverbial; aposto.

Obs.: O vocativo, em análise sintática, é um termo à parte: não pertence à estrutura da oração.

2- TERMOS ESSENCIAIS DA ORAÇÃO

Sujeito e Predicado

Para que a oração tenha significado, são necessários alguns termos básicos: os termos essenciais. A oração possui dois termos essenciais, o sujeito e o predicado.

Sujeito: termo sobre o qual o restante da oração diz algo.

Por Exemplo:

As praias estão cada vez mais poluídas.

Sujeito

Predicado: termo que contém o verbo e informa algo sobre o sujeito.

Por Exemplo:

As praias estão cada vez mais poluídas.

Predicado

Posição do Sujeito na Oração

Dependendo da posição de seus termos, a oração pode estar:

Na Ordem Direta: o sujeito aparece antes do predicado.

Por Exemplo:

As crianças brincavam despreocupadas.

Sujeito Predicado

Na Ordem Inversa: o sujeito aparece depois do predicado.

Brincavam despreocupadas as crianças.

Predicado Sujeito

Sujeito no Meio do Predicado:

Despreocupadas, as crianças brincavam.

Predicado Sujeito Predicado

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Classificação do Sujeito

O sujeito das orações da língua portuguesa pode ser determinado ou indeterminado. Existem ainda as orações sem sujeito.

1 - Sujeito Determinado: é aquele que se pode identificar com precisão a partir da concordância verbal. Pode ser:

a) Simples

Apresenta apenas um núcleo ligado diretamente ao verbo.

Por Exemplo:

A rua estava deserta.

Observação: não se deve confundir sujeito simples com a noção de singular. Diz-se que o sujeito é simples quando o verbo da oração se refere a apenas um elemento, seja ele um substantivo (singular ou plural), um pronome, um numeral ou uma oração subjetiva.

Por Exemplo:

Os meninos estão gripados. Todos cantaram durante o passeio.

b) Composto

Apresenta dois ou mais núcleos ligados diretamente ao verbo.

Tênis e natação são ótimos exercícios físicos.

c) Implícito

Ocorre quando o sujeito não está explicitamente representado na oração, mas pode ser identificado.

Por Exemplo:

Dispensamos todos os funcionários.

Nessa oração, o sujeito é simples e determinado, pois o sujeito nós é indicado pela desinência verbal - mos.

2 - Sujeito Indeterminado: é aquele que, embora existindo, não se pode determinar nem pelo contexto, nem pela terminação do verbo. Na língua portuguesa, há três maneiras diferentes de indeterminar o sujeito de uma oração:

a) Com verbo na 3ª pessoa do plural:

O verbo é colocado na terceira pessoa do plural, sem que se refira a nenhum termo identificado anteriormente (nem em outra oração):

Por Exemplo:

Procuraram você por todos os lugares. Estão pedindo seu documento na entrada da festa.

b) Com verbo ativo na 3ª pessoa do singular, seguido do pronome se:

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O verbo vem acompanhado do pronome se, que atua como índice de indeterminação do sujeito. Essa construção ocorre com verbos que não apresentam complemento direto (verbos intransitivos, transitivos indiretos e de ligação). O verbo obrigatoriamente fica na terceira pessoa do singular.

Exemplos:

Vive-se melhor no campo. (Verbo Intransitivo) Precisa-se de técnicos em informática. (Verbo Transitivo Indireto) No casamento, sempre se fica nervoso. (Verbo de Ligação)

c) Com o verbo no infinitivo impessoal:

Por Exemplo:

Era penoso estudar todo aquele conteúdo. É triste assistir a estas cenas tão trágicas.

Obs.: quando o verbo está na 3ª pessoa do plural, fazendo referência a elementos explícitos em orações anteriores ou posteriores, o sujeito é determinado.

Por Exemplo:

Felipe e Marcos foram à feira. Compraram muitas verduras.

Nesse caso, o sujeito de compraram é eles (Felipe e Marcos). Ocorre sujeito oculto.

3 - Oração Sem Sujeito: é formada apenas pelo predicado e articula-se a partir de um verbo impessoal. Observe a estrutura destas orações:

Sujeito Predicado

- Havia formigas na casa.

- Nevou muito este ano em Nova Iorque.

É possível constatar que essas orações não têm sujeito. Constituem a enunciação pura e absoluta de um fato, através do predicado. O conteúdo verbal não é atribuído a nenhum ser, a mensagem centra-se no processo verbal. Os casos mais comuns de orações sem sujeito da língua portuguesa ocorrem com:

a) Verbos que exprimem fenômenos da natureza:

Nevar, chover, ventar, gear, trovejar, relampejar, amanhecer, anoitecer, etc.

Por Exemplo:

Choveu muito no inverno passado. Amanheceu antes do horário previsto.

Observação: quando usados na forma figurada, esses verbos podem ter sujeito determinado.

Por Exemplo:

Choviam crianças na distribuição de brindes. (crianças=sujeito) Já amanheci cansado. (eu=sujeito)

b) Verbos ser, estar, fazer e haver, quando usados para indicar uma ideia de tempo ou fenômenos meteorológicos:

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Ser:

É noite. (Período do dia) Eram duas horas da manhã. (Hora)

Obs.: ao indicar tempo, o verbo ser varia de acordo com a expressão numérica que o acompanha. (É uma hora/ São nove horas)

Hoje é (ou são) 15 de março. (Data)

Obs.: ao indicar data, o verbo ser poderá ficar no singular, subentendendo-se a palavra dia, ou então irá para o plural, concordando com o número de dias.

Estar:

Está tarde. (Tempo) Está muito quente.(Temperatura)

Fazer:

Faz dois anos que não vejo meu pai. (Tempo decorrido) Fez 39° C ontem. (Temperatura)

Haver:

Não a vejo há anos. (Tempo decorrido) Havia muitos alunos naquela aula. (Verbo Haver significando existir)

Predicado

Predicado é aquilo que se declara a respeito do sujeito. Nele é obrigatória a presença de um verbo ou locução verbal. Quando se identifica o sujeito de uma oração, identifica-se também o predicado. Em termos, tudo o que difere do sujeito (e do vocativo, quando ocorrer) numa oração é o seu predicado. Veja alguns exemplos:

As mulheres compraram roupas novas

Predicado

Durante o ano, muitos alunos desistem do curso.

Predicado

Predicado

A natureza é bela.

Predicado

Predicação Verbal

Chama-se predicação verbal ao resultado da ligação que se estabelece entre o sujeito e o verbo e entre os verbos e os complementos. Quanto à predicação, os verbos podem ser intransitivos, transitivos ou de ligação.

1) Verbo Intransitivo

É aquele que traz em si a ideia completa da ação, sem necessitar, portanto, de um outro termo para completar o seu sentido. Sua ação não transita.

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Por Exemplo:

O avião caiu.

O verbo cair é intransitivo, pois encerra um significado completo. Se desejar, o falante pode acrescentar outras informações, como:

local: O avião caiu sobre as casas da periferia.

modo: O avião caiu lentamente.

tempo: O avião caiu no mês passado.

Essas informações ampliam o significado do verbo, mas não são necessárias para que se compreenda a informação básica.

2) Verbo Transitivo

É o verbo que vem acompanhado por complemento: quem sente, sente algo; quem revela, revela algo a alguém. O sentido desse verbo transita, isto é, segue adiante, integrando-se aos complementos, para adquirir sentido completo. Veja:

S. Simples Predicado

As crianças precisam de carinho.

1 2

1= Verbo Transitivo 2= Complemento Verbal (Objeto)

O verbo transitivo pode ser:

a) Transitivo Direto: é quando o complemento vem ligado ao verbo diretamente, sem preposição obrigatória.

Por Exemplo:

Nós escutamos nossa música favorita.

1

1= Verbo Transitivo Direto

b) Transitivo Indireto: é quando o complemento vem ligado ao verbo indiretamente, com preposição obrigatória.

Por Exemplo:

Eu gosto de sorvete.

2

2 = Verbo Transitivo Indireto

de= preposição

c) Transitivo Direto e Indireto: é quando a ação contida no verbo transita para o complemento direta e indiretamente, ao mesmo tempo.

Por Exemplo:

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Ela contou tudo ao namorado.

3

3= Verbo Transitivo Direto e Indireto

a= preposição

3) Verbo de Ligação

É aquele que, expressando estado, liga características ao sujeito, estabelecendo entre eles (sujeito e características) certos tipos de relações.

O verbo e ligação pode expressar:

a) estado permanente: ser, viver.

Por Exemplo:

Sandra é alegre. Sandra vive alegre.

b) estado transitório: estar, andar, achar-se, encontrar-se

Por Exemplo:

Mamãe está bem. Mamãe encontra-se bem.

c) estado mutatório: ficar, virar, tornar-se, fazer-se

Por Exemplo:

Júlia ficou brava. Júlia fez-se brava.

d) continuidade de estado: continuar, permanecer

Por Exemplo:

Renato continua mal. Renato permanece mal.

e) estado aparente: parecer

Por Exemplo:

Marta parece melhor.

Observação: a classificação do verbo quanto à predicação deve ser feita de acordo com o contexto e não isoladamente. Um mesmo verbo pode aparecer ora como intransitivo, ora como de ligação. Veja:

1 - O jovem anda devagar.

anda = verbo intransitivo, expressa uma ação.

2 - O jovem anda preocupado.

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anda= verbo de ligação, expressa um estado.

Classificação do Predicado

Para o estudo do predicado, é necessário verificar se seu núcleo significativo está num nome ou num verbo. Além disso, devemos considerar se as palavras que formam o predicado referem-se apenas ao verbo ou também ao sujeito da oração. Veja o exemplo abaixo:

Os animais necessitam de cuidados especiais

Sujeito Predicado

O predicado, apesar de ser formado por muitas palavras, apresenta apenas uma que se refere ao sujeito: necessitam. As demais palavras ligam-se direta ou indiretamente ao verbo (necessitar é, no caso, de algo), que assume, assim, o papel de núcleo significativo do predicado. Já em:

A natureza é bela

Sujeito Predicado

No exemplo acima, o nome bela se refere, por intermédio do verbo, ao sujeito da oração. O verbo agora atua como elemento de ligação entre sujeito e a palvra a ele relacionada. O núcleo do predicado é bela. Veja o próximo exemplo:

O dia amanheceu ensolarado

Sujeito Predicado

Percebemos que as duas palavras que formam o predicado estão diretamente relacionadas ao sujeito: amanheceu (verbo significativo) e ensolarado (nome que se refere ao sujeito). O predicado apresenta, portanto, dois núcleos: amanheceu e ensolarado.

Tomando por base o núcleo do que está sendo declarado, podemos reconhecer três tipos de predicado: verbal, nominal e verbo-nominal.

Predicado Verbal

Apresenta as seguintes características:

a) Tem um verbo como núcleo;

b) Não possui predicativo do sujeito;

c) Indica ação.

Por exemplo:

Eles revelaram toda a verdade para a filha.

Predicado Verbal

Para ser núcleo do predicado verbal, é necessário que o verbo seja significativo, isto é, que traga uma ideia de ação. Veja os exemplos abaixo:

O dia clareou. (núcleo do predicado verbal = clareou)

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Chove muito nos estados do sul do país. (núcleo do predicado verbal = Chove)

Ocorreu um acidente naquela rua. (núcleo do predicado verbal = Ocorreu)

A antiga casa foi demolida. (núcleo do predicado verbal = demolida)

Obs.: no último exemplo há uma locução verbal de voz passiva, o que não impede o verbo demolir de ser o núcleo do predicado.

Predicado Nominal

Apresenta as seguintes características:

a) Possui um nome (substantivo ou adjetivo) como núcleo;

b) É formado por um verbo de ligação mais o predicativo do sujeito;

c) Indica estado ou qualidade.

Por Exemplo:

Leonardo é competente. Predicado Nominal

No predicado nominal, o núcleo é sempre um nome, que desempenha a função de predicativo do sujeito. O predicativo do sujeito é um termo que caracteriza o sujeito, tendo como intermediário um verbo de ligação. Os exemplos abaixo mostram como esses verbos exprimem diferentes circunstâncias relativas ao estado do sujeito, ao mesmo tempo que o ligam ao predicativo.Veja:

Ele está triste. (triste = predicativo do sujeito, está = verbo de ligação)

A natureza é bela. (bela = predicativo do sujeito, é = verbo de ligação)

O homem parecia nervoso. (nervoso = predicativo do sujeito, parecia = verbo de ligação)

Nosso herói acabou derrotado. (derrotado = predicativo do sujeito, acabou = verbo de ligação)

Uma simples funcionária virou diretora da empresa. (diretora = predicativo do sujeito, virou = verbo de ligação)

Predicativo do Sujeito

É o termo que atribui características ao sujeito por meio de um verbo. Todo predicado construído com verbo de ligação necessita de predicativo do sujeito. Pode ser representado por:

a) Adjetivo ou locução adjetiva:

Por Exemplo:

O seu telefonema foi especial. (especial = adjetivo) Este bolo está sem sabor. (sem sabor = locução adjetiva)

b) Substantivo ou palavra substantivada:

Por Exemplo:

Esta figura parece um peixe. (peixe = substantivo) Amar é um eterno recomeçar. (recomeçar = verbo substantivado)

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c) Pronome Substantivo:

Por Exemplo:

Meu boletim não é esse. (esse = pronome substantivo)

d) Numeral:

Por Exemplo:

Nós somos dez ao todo. (dez = numeral)

Predicado Verbo-Nominal

Apresenta as seguintes características:

a) Possui dois núcleos: um verbo e um nome;

b) Possui predicativo do sujeito ou do objeto;

c) Indica ação ou atividade do sujeito e uma qualidade.

Por Exemplo:

Os alunos saíram da aula alegres.

Predicado Verbo-Nominal

O predicado é verbo-nominal porque seus núcleos são um verbo (saíram - verbo intransitivo), que indica uma ação praticada pelo sujeito, e um predicativo do sujeito (alegres), que indica o estado do sujeito no momento em que se desenvolve o processo verbal. É importante observar que o predicado dessa oração poderia ser desdobrado em dois outros, um verbal e um nominal. Veja:

Os alunos saíram da aula. Eles estavam alegres.

Estrutura do Predicado Verbo-Nominal

O predicado verbo-nominal pode ser formado de:

1 - Verbo Intransitivo + Predicativo do Sujeito

Por Exemplo:

Joana partiu contente.

Sujeito Verbo Intransitivo Predicativo do Sujeito

2 - Verbo Transitivo + Objeto + Predicativo do Objeto

Por Exemplo:

A despedida deixou a mãe aflita.

Sujeito Verbo Transitivo Objeto Direto Predicativo do Objeto

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3 - Verbo Transitivo + Objeto + Predicativo do Sujeito

Por Exemplo:

Os alunos cantaram emocionados aquela canção.

Sujeito Verbo Transitivo Predicativo do Sujeito Objeto Direto

Saiba que:

Para perceber como os verbos participam da relação entre o objeto direto e seu predicativo, basta passar a oração para voz passiva. Veja:

Voz Ativa:

As mulheres julgam os homens insensíveis.

Sujeito Verbo Significativo Objeto Direto Predicativo do Objeto

Voz Passiva:

Os homens são julgados insensíveis pelas mulheres.

Verbo Significativo Predicativo do Objeto

O verbo julgar relaciona o complemento (os homens) com o predicativo (insensíveis). Essa relação se evidencia quando passamos a oração para a voz passiva.

Observação: o predicativo do objeto normalmente se refere ao objeto direto. Ocorre predicativo do objeto indireto com o verbo chamar. Assim, vem precedido de preposição.

Por Exemplo:

Todos o chamam de irresponsável. Chamou-lhe ingrato. (Chamou a ele ingrato.)

3 - TERMOS INTEGRANTES DA ORAÇÃO

Certos verbos ou nomes presentes numa oração não possuem sentido completo em si mesmos. Sua significação só se completa com a presença de outros termos, chamados integrantes. São eles:

complementos verbais (objeto direto e objeto indireto);

complemento nominal;

agente da passiva.

Complementos Verbais

Completam o sentido de verbos transitivos diretos e transitivos indiretos. São eles:

1) Objeto Direto

É o termo que completa o sentido do verbo transitivo direto, ligando-se a ele sem o auxílio necessário da preposição.

Por Exemplo:

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Abri os braços ao vê-lo.

Objeto Direto

O objeto direto pode ser constituído:

a) Por um substantivo ou expressão substantivada.

Exemplos:

O agricultor cultiva a terra./ Unimos o útil ao agradável.

b) Pelos pronomes oblíquos o, a, os, as, me, te, se, nos, vos.

Exemplos:

Espero-o na minha festa. / Ela me ama.

c) Por qualquer pronome substantivo.

Exemplos:

Não veio ninguém à aula hoje. / O menino que conheci está la fora. / Onde você leu isso?

Atenção:

Em alguns casos, o objeto direto pode vir acompanhado de preposição facultativa. Isso pode ocorrer:

- quando o objeto é um substantivo próprio: Adoremos a Deus.

- quando o objeto é representado por um pronome pessoal oblíquo tônico: Ofenderam a mim, não a ele.

- quando o objeto é representado por um pronome substantivo indefinido: O diretor elogiou a todos.

- para evitar ambiguidade: Venceu ao inimigo o nosso colega.

Obs.: caso o objeto direto não viesse preposicionado, o sentido da oração ficaria ambíguo, pois não poderíamos apontar com precisão o sujeito (o nosso colega).

Saiba que:

Frequentemente, verbos intransitivos, podem aparecer como verbos transitivos diretos.

Por Exemplo:

A criança chorou lágrimas doídas pela perda da mãe. Objeto Direto

2) Objeto Indireto

É o termo que completa o sentido de um verbo transitivo indireto. Vem sempre regido de preposição clara ou subentendida. Atuam como objeto indireto os pronomes: lhe, lhes, me te, se, nos, vos.

Exemplos:

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Não desobedeço a meus pais.

Objeto Indireto

Preciso de ajuda. (Preposição clara "de")

Objeto Indireto

Enviei-lhe um recado. (Enviei a ele - a preposição a está subentendida)

Objeto Indireto

Obs.: muitas vezes o objeto indireto inicia-se com crase (à, àquele, àquela, àquilo). Isso ocorre quando o verbo exige a preposição "a", que acaba se contraindo com a palavra seguinte.

Por Exemplo: Entregaram à mãe o presente. (à = "a" preposição + "a" artigo definido)

Observações Gerais:

a) Pode ocorrer ainda o (objeto direto ou indireto) pleonástico, que consiste na retomada do objeto por um pronome pessoal, geralmente com a intenção de colocá-lo em destaque.

Por Exemplo: As mulheres, eu as vi na cozinha. (Objeto Direto) A todas vocês, eu já lhes forneci o pagamento mensal. (Objeto Indireto)

b) Os pronomes oblíquos o, a, os, as (e as variantes lo, la, los, las, no, na, nos, nas) são sempre objeto direto. Os pronomes lhe, lhes são sempre objeto indireto.

Exemplos: Eu a encontrei no quarto. (OD) Vou avisá-lo.(OD) Eu lhe pagarei um sorvete.(OI)

c) Os pronomes oblíquos me, te, se, nos, vos podem ser objeto direto ou indireto. Para determinar sua função sintática, podemos substituir esses pronomes por um substantivo: se o uso da preposição for obrigatório, então se trata de um objeto indireto; caso contrário, de objeto direto.

Por Exemplo:

Roberto me viu na escola.(OD)

Substituindo-se "me" por um substantivo qualquer (amigo, por exemplo), tem-se: "Roberto viu o amigo na escola." Veja que a preposição não foi usada. Portanto, "me" é objeto direto.

Observe o próximo exemplo:

João me telefonou.(OI)

Substituindo-se "me" por um substantivo qualquer (amigo, por exemplo), tem-se: "João telefonou ao amigo". A

preposição foi usada. Portanto, "me" é objeto indireto.

3) Complemento Nominal

É o termo que completa o sentido de uma palavra que não seja verbo. Assim, pode referir-se a substantivos, adjetivos ou advérbios, sempre por meio de preposição.

Exemplos:

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Cecília tem orgulho da filha. substantivo complemento nominal

Ricardo estava consciente de tudo. adjetivo complemento nominal

A professora agiu favoravelmente aos alunos. advérbio complemento nominal

Saiba que:

O complemento nominal representa o recebedor, o paciente, o alvo da declaração expressa por um nome. É regido pelas mesmas preposições do objeto indireto. Difere deste apenas porque, em vez de complementar verbos, complementa nomes (substantivos, adjetivos) e alguns advérbios em -mente.

4) Agente da Passiva

É o termo da frase que pratica a ação expressa pelo verbo quando este se apresenta na voz passiva. Vem regido comumente da preposição "por" e eventualmente da preposição "de".

Por Exemplo:

A vencedora foi escolhida pelos jurados. Sujeito Verbo Agente da Paciente Voz Passiva Passiva

Ao passar a frase da voz passiva para a voz ativa, o agente da passiva recebe o nome de sujeito. Veja:

Os jurados escolheram a vencedora.

Sujeito Verbo Objeto Direto

Voz Ativa

Outros exemplos:

Joana é amada de muitos.

Sujeito Paciente Agente da Passiva

Essa situação já era conhecida de todos.

Sujeito Paciente Agente da Passiva

Observações:

a) O agente da passiva pode ser expresso por substantivos ou pronomes.

Por Exemplo:

O solo foi umedecido pela chuva. (substantivo) Este livro foi escrito por mim. (pronome)

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b) Embora o agente da passiva seja considerado um termo integrante, pode muitas vezes ser omitido.

Por Exemplo:

O público não foi bem recebido. (pelos anfitriões)

4 - TERMOS ACESSÓRIOS DA ORAÇÃO

Sobre os Termos Acessórios

Existem termos que, apesar de dispensáveis na estrutura básica da oração, são importantes para a compreensão do enunciado. Ao acrescentar informações novas, esses termos:

- caracterizam o ser;

- determinam os substantivos;

- exprimem circunstância.

São termos acessórios da oração: o adjunto adverbial, o adjunto adnominal e o aposto.

Vamos observar o exemplo:

Anoiteceu.

No exemplo acima, temos uma oração de predicado verbal formado por um verbo impessoal. Trata-se de uma oração sem sujeito. O verbo anoiteceu é suficiente para transmitir a mensagem enunciada. Poderíamos, no entanto, ampliar a gama de informações contidas nessa frase:

Por Exemplo:

Suavemente anoiteceu na cidade.

A ideia central continua contida no verbo da oração. Temos, agora, duas noções acessórias, circunstanciais, ligadas ao processo verbal: o modo como anoiteceu (suavemente) e o lugar onde anoiteceu (na cidade). A esses termos acessórios que indicam circunstâncias relativas ao processo verbal damos o nome de adjuntos adverbiais.

Agora, observe o que ocorre ao expandirmos um pouco mais a oração acima:

Por Exemplo:

Suavemente anoiteceu na deserta cidade do planalto.

Surgiram termos que ser referem ao substantivo cidade, caracterizando-o, delimitando-lhe o sentido. Trata-se de termos acessórios que se ligam a um nome, determinando-lhe o sentido. São chamados adjuntos adnominais.

Por último, analise a frase abaixo:

Fernando Pessoa era português.

Nessa oração, o sujeito é determinado e simples: Fernando Pessoa. Há ainda um predicativo do sujeito (português) relacionado ao sujeito pelo verbo de ligação (era). Trata-se, pois, de uma oração com predicado nominal. Note que a frase é capaz de comunicar eficientemente uma informação. Nada nos impede, no entanto, de enriquecer mais um pouco o conteúdo informativo. Veja:

Fernando Pessoa, o criador de poetas, era português.

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Agora, além do núcleo do sujeito (Fernando Pessoa) há um termo que explica, que enfatiza esse núcleo: o criador de poetas. Esse termo é chamado de aposto.

Adjunto Adverbial

É o termo da oração que indica uma circunstância (dando ideia de tempo, lugar, modo, causa, finalidade, etc.). O adjunto adverbial é o termo que modifica o sentido de um verbo, de um adjetivo ou de um advérbio. Observe as frases abaixo:

Eles se respeitam muito.

Seu projeto é muito interessante.

O time jogou muito mal.

Nessas três orações, muito é adjunto adverbial de intensidade. No primeiro caso, intensifica a forma verbal respeitam, que é núcleo do predicado verbal. No segundo, intensifica o adjetivo interessante, que é o núcleo do predicativo do sujeito. Na terceira oração, muito intensifica o advérbio mal, que é o núcleo do adjunto adverbial de modo.

Veja o exemplo abaixo:

Amanhã voltarei de bicicleta àquela velha praça.

Os termos em destaque estão indicando as seguintes circunstâncias:

amanhã indica tempo;

de bicicleta indica meio;

àquela velha praça indica lugar.

Sabendo que a classificação do adjunto adverbial se relaciona com a circunstância por ele expressa, os termos acima podem ser classificados, respectivamente em: adjunto adverbial de tempo, adjunto adverbial de meio e adjunto adverbial de lugar.

O adjunto adverbial pode ser expresso por:

1) Advérbio: O balão caiu longe.

2) Locução Adverbial: O balão caiu no mar.

3) Oração: Se o balão pegar fogo, avisem-me.

Observação: nem sempre é possível apontar com precisão a circunstância expressa por um adjunto adverbial. Em alguns casos, as diferentes possibilidades de interpretação dão origem a orações sugestivas.

Por Exemplo:

Entreguei-me calorosamente àquela causa.

É difícil precisar se calorosamente é um adjunto adverbial de modo ou de intensidade. Na verdade, parece ser uma fórmula de expressar ao mesmo tempo as duas circunstâncias. Por isso, é fundamental levar em conta o contexto em que surgem os adjuntos adverbiais.

Classificação do Adjunto Adverbial

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Listamos abaixo algumas circunstâncias que o adjunto adverbial pode exprimir. Não deixe de observar os exemplos.

Acréscimo

Por Exemplo:

Além da tristeza, sentia profundo cansaço.

Afirmação

Por Exemplo:

Sim, realmente irei partir. Ele irá com certeza.

Assunto

Por Exemplo:

Falávamos sobre futebol. (ou de futebol, ou a respeito de futebol).

Causa

Por Exemplo:

Com o calor, o poço secou. Não comentamos nada por discrição. O menor trabalha por necessidade.

Companhia

Por Exemplo:

Fui ao cinema com sua prima. Com quem você saiu? Sempre contigo irei estar.

Concessão

Por Exemplo:

Apesar do estado precário do gramado, o jogo foi ótimo.

Condição

Por Exemplo:

Sem minha autorização, você não irá. Sem erros, não há acertos.

Conformidade

Por Exemplo: Fez tudo conforme o combinado. (ou segundo o combinado)

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Dúvida

Por Exemplo:

Talvez seja melhor irmos mais tarde. Porventura, encontrariam a solução da crise? Quiçá acertemos desta vez.

Fim, finalidade

Por Exemplo:

Ela vive para o amor. Daniel estudou para o exame. Trabalho para o meu sustento. Viajei a negócio.

Frequência

Por Exemplo:

Sempre aparecia por lá. Havia reuniões todos os dias.

Instrumento

Por Exemplo:

Rodrigo fez o corte com a faca. O artista criava seus desenhos a lápis.

Intensidade

Por Exemplo:

A atleta corria bastante. O remédio é muito caro.

Limite

Por Exemplo:

A menina andava correndo do quarto à sala.

Lugar

Por Exemplo:

Nasci em Porto Alegre. Estou em casa. Vive nas montanhas. Viajou para o litoral. "Há, em cada canto de minh’alma, um altar a um Deus diferente." (Álvaro de Campos)

Matéria

Por Exemplo:

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Compunha-se de substâncias estranhas. Era feito de aço.

Meio

Por Exemplo:

Fui de avião. Viajei de trem. Enriqueceram mediante fraude.

Modo

Por Exemplo:

Foram recrutados a dedo. Fiquem à vontade. Esperava tranquilamente o momento decisivo.

Negação

Por Exemplo:

Não há erros em seu trabalho. Não aceitarei a proposta em hipótese alguma.

Preço

Por Exemplo:

As casas estão sendo vendidas a preços muito altos.

Substituição ou troca

Por Exemplo:

Abandonou suas convicções por privilégios econômicos.

Tempo

Por Exemplo:

O escritório permanece aberto das 8h às 18h. Beto e Mara se casarão em junho. Ontem à tarde encontrou um velho amigo.

Adjunto Adnominal

É o termo que determina, especifica ou explica um substantivo. O adjunto adnominal possui função adjetiva na oração, a qual pode ser desempenhada por adjetivos, locuções adjetivas, artigos, pronomes adjetivos e numerais adjetivos. Veja o exemplo a seguir:

O poeta inovador enviou dois longos trabalhos ao seu amigo de infância.

Sujeito Núcleo do Predicado Verbal

Objeto Direto Objeto Indireto

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Na oração acima, os substantivos poeta, trabalhos e amigo são núcleos, respectivamente, do sujeito determinado simples, do objeto direto e do objeto indireto. Ao redor de cada um desses substantivos agrupam-se os adjuntos adnominais:

o artigo" o" e o adjetivo inovador referem-se a poeta;

o numeral dois e o adjetivo longos referem-se ao substantivo trabalhos;

o artigo" o" (em ao), o pronome adjetivo seu e a locução adjetiva de infância são adjuntos adnominais de amigo.

Observe como os adjuntos adnominais se prendem diretamente ao substantivo a que se referem, sem qualquer participação do verbo. Isso é facilmente notável quando substituímos um substantivo por um pronome: todos os adjuntos adnominais que estão ao redor do substantivo têm de acompanhá-lo nessa substituição.

Por Exemplo:

O notável poeta português deixou uma obra originalíssima.

Ao substituirmos poeta pelo pronome ele, obteremos:

Ele deixou uma obra originalíssima.

As palavras "o", notável e português tiveram de acompanhar o substantivo poeta, por se tratar de adjuntos adnominais. O mesmo aconteceria se substituíssemos o substantivo obra pelo pronome a. Veja:

O notável poeta português deixou-a.

Saiba que:

A percepção de que o adjunto adnominal é sempre parte de um outro termo sintático que tem como núcleo um substantivo é importante para diferenciá-lo do predicativo do objeto. O predicativo do objeto é um termo que se liga ao objeto por intermédio de um verbo. Portanto, se substituirmos o núcleo do objeto por um pronome, o predicativo permanecerá na oração, pois é um termo que se refere ao objeto, mas não faz parte dele. Observe:

Sua atitude deixou os amigos perplexos.

Nessa oração, perplexos é predicativo do objeto direto (seus amigos). Se substituíssemos esse objeto direto por um pronome pessoal, obteríamos:

Sua atitude deixou-os perplexos.

Note que perplexos se refere ao objeto, mas não faz parte dele.

Distinção entre Adjunto Adnominal e Complemento Nominal

É comum confundir o adjunto adnominal na forma de locução adjetiva com complemento nominal. Para evitar que isso ocorra, considere o seguinte:

a) Somente os substantivos podem ser acompanhados de adjuntos adnominais; já os complementos nominais podem ligar-se a substantivos, adjetivos e advérbios. Assim, fica claro que o termo ligado por preposição a um adjetivo ou a um advérbio só pode ser complemento nominal. Quando não houver preposição ligando os termos, será um adjunto adnominal.

b) O complemento nominal equivale a um complemento verbal, ou seja, só se relaciona a substantivos cujos significados transitam. Portanto, seu valor é passivo, é sobre ele que recai a ação. O adjunto adnominal tem sempre valor ativo. Observe os exemplos:

Exemplo 1 : Camila tem muito amor à mãe.

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A expressão "à mãe" classifica-se como complemento nominal, pois mãe é paciente de amar, recebe a ação de amar.

Exemplo 2 : Vera é um amor de mãe.

A expressão "de mãe" classifica-se como adjunto adnominal, pois mãe é agente de amar, pratica a ação de amar.

Aposto

Aposto é um termo que se junta a outro de valor substantivo ou pronominal para explicá-lo ou especificá-lo melhor. Vem separado dos demais termos da oração por vírgula, dois-pontos ou travessão.

Por Exemplo:

Ontem, Segunda-feira, passei o dia com dor de cabeça.

Segunda-feira é aposto do adjunto adverbial de tempo ontem. Dizemos que o aposto é sintaticamente equivalente ao termo a que se relaciona porque poderia substituí-lo. Veja:

Segunda-feira passei o dia com dor de cabeça.

Obs.: após a eliminação de ontem, o substantivo Segunda-feira assume a função de adjunto adverbial de tempo.

Veja outro exemplo:

Aprecio todos os tipos de música: MPB, rock, blues, chorinho, samba, etc.

Objeto Direto Aposto do Objeto Direto

Se retirarmos o objeto da oração, seu aposto passa a exercer essa função:

Aprecio MPB, rock, blues, chorinho, samba, etc.

Objeto Direto

Obs.: o termo a que o aposto se refere pode desempenhar qualquer função sintática (inclusive a de aposto).

Por Exemplo:

Dona Aida servia o patrão, pai de Marina, menina levada.

Analisando a oração, temos:

pai de Marina = aposto do objeto direto patrão.

menina levada = aposto de Marina.

Classificação do Aposto

De acordo com a relação que estabelece com o termo a que se refere, o aposto pode ser classificado em:

a) Explicativo:

A Ecologia, ciência que investiga as relações dos seres vivos entre si e com o meio em que vivem, adquiriu grande destaque no mundo atual.

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b) Enumerativo:

A vida humana se compõe de muitas coisas: amor, trabalho, ação.

c) Resumidor ou Recapitulativo:

Vida digna, cidadania plena, igualdade de oportunidades, tudo isso está na base de um país melhor.

d) Comparativo:

Seus olhos, indagadores holofotes, fixaram-se por muito tempo na baía anoitecida.

e) Distributivo:

Drummond e Guimarães Rosa são dois grandes escritores, aquele na poesia e este na prosa.

f) Aposto de Oração:

Ela correu durante uma hora, sinal de preparo físico.

Além desses, há o aposto especificativo, que difere dos demais por não ser marcado por sinais de pontuação (vírgula ou dois-pontos). O aposto especificativo individualiza um substantivo de sentido genérico, prendendo-se a ele diretamente ou por meio de uma preposição, sem que haja pausa na entonação da frase:

Por Exemplo:

O poeta Manuel Bandeira criou obra de expressão simples e temática profunda. A rua Augusta está muito longe do rio São Francisco.

Atenção:

Para não confundir o aposto de especificação com adjunto adnominal, observe a seguinte frase:

A obra de Camões é símbolo da cultura portuguesa.

Nessa oração, o termo em destaque tem a função de adjetivo: a obra camoniana. É, portanto, um adjunto adnominal.

Observações:

1) Os apostos, em geral, detacam-se por pausas, indicadas na escrita, por vírgulas, dois pontos ou travessões. Não havendo pausa, não haverá vírgulas.

Por Exemplo:

Acabo de ler o romance A moreninha.

2) Às vezes, o aposto pode vir precedido de expressões explicativas do tipo: a saber, isto é, por exemplo, etc.

Por Exemplo:

Alguns alunos, a saber, Marcos, Rafael e Bianca não entraram na sala de aula após o recreio.

3) O aposto pode aparecer antes do termo a que se refere.

Por Exemplo:

Código universal, a música não tem fronteiras.

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4) O aposto que se refere ao objeto indireto, complemento nominal ou adjunto adverbial pode aparecer precedido de preposição.

Por Exemplo:

Estava deslumbrada com tudo: com a aprovação, com o ingresso na universidade, com as felicitações.

6 - PERÍODO COMPOSTO

Coordenação e Subordinação

Quando um período é simples, a oração de que é constituído recebe o nome de oração absoluta.

Por Exemplo:

A menina comprou chocolate.

Quando um período é composto, ele pode apresentar os seguintes esquemas de formação:

a) Composto por Coordenação: ocorre quando é constituído apenas de orações independentes, coordenadas entre si, mas sem nenhuma dependência sintática.

Por Exemplo:

Saímos de manhã e voltamos à noite.

b) Composto por Subordinação: ocorre quando é constituído de um conjunto de pelo menos duas orações, em que uma delas (Subordinada) depende sintaticamente da outra (Principal).

Por Exemplo:

Não fui à aula porque estava doente.

Oração Principal Oração Subordinada

c) Misto: quando é constituído de orações coordenadas e subordinadas.

Por Exemplo:

Fui à escola e busquei minha irmã que estava esperando.

Oração Coordenada Oração Coordenada Oração Subordinada

Obs.: qualquer oração (coordenada ou subordinada) será ao mesmo tempo principal, se houver outra que dela dependa.

Por Exemplo:

Fui ao mercado e comprei os produtos que estavam faltando.

Oração Coordenada (1) Oração Coordenada (2) (Com relação à 1ª.) e Oração Principal (Com relação à 3ª.)

Oração Subordinada (3)

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PERÍODO COMPOSTO POR COORDENAÇÃO

Já sabemos que num período composto por coordenação as orações são independentes e sintaticamente equivalentes.

Observe:

As luzes apagam-se, abrem-se as cortinas e começa o espetáculo.

O período é composto de três orações:

As luzes apagam-se; abrem-se as cortinas; começa o espetáculo.

As orações, no entanto, não mantêm entre si dependência gramatical, são independentes. Existe entre elas, evidentemente, uma relação de sentido, mas do ponto de vista sintático, uma não depende da outra. A essas orações independentes, dá-se o nome de orações coordenadas, que podem ser assindéticas ou sindéticas.

A conexão entre as duas primeiras é feita exclusivamente por uma pausa, representada na escrita por uma vírgula. Entre a segunda e a terceira, é feita pelo uso da conjunção "e". As orações coordenadas que se ligam umas às outras apenas por uma pausa, sem conjunção, são chamadas assindéticas. É o caso de "As luzes apagam-se" e "abrem-se as cortinas". As orações coordenadas introduzidas por uma conjunção são chamadas sindéticas. No exemplo acima, a oração "e começa o espetáculo" é coordenada sindética, pois é introduzida pela conjunção coordenativa "e".

Obs.: a classificação de uma oração coordenada leva em conta fundamentalmente o aspecto lógico-semântico da relação que se estabelece entre as orações.

Classificação das Orações Coordenadas Sindéticas

De acordo com o tipo de conjunção que as introduz, as orações coordenadas sindéticas podem ser: aditivas, adversativas, alternativas, conclusivas ou explicativas.

a) Aditivas

Expressam ideia de adição, acrescentamento. Normalmente indicam fatos, acontecimentos ou pensamentos dispostos em sequência. As conjunções coordenativas aditivas típicas são "e" e "nem" (= e + não). Introduzem as orações coordenadas sindéticas aditivas.

Por Exemplo:

Discutimos várias propostas e analisamos possíveis soluções.

As orações sindéticas aditivas podem também estar ligadas pelas locuções não só... mas (também), tanto...como, e semelhantes. Essas estruturas costumam ser usadas quando se pretende enfatizar o conteúdo da segunda oração. Veja:

Chico Buarque não só canta, mas também (ou como também) compõe muito bem. Não só provocaram graves problemas, mas (também) abandonaram os projetos de reestruturação social do país.

Obs.: como a conjunção "nem" tem o valor da expressão "e não", condena-se na língua culta a forma "e nem" para introduzir orações aditivas.

Por Exemplo:

Não discutimos várias propostas, nem (= e não) analisamos quaisquer soluções.

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b) Adversativas

Exprimem fatos ou conceitos que se opõem ao que se declara na oração coordenada anterior, estabelecendo contraste ou compensação. "Mas" é a conjunção adversativa típica. Além dela, empregam-se: porém, contudo, todavia, entretanto e as locuções no entanto, não obstante, nada obstante. Introduzem as orações coordenadas sindéticas adversativas.

Veja os exemplos:

"O amor é difícil, mas pode luzir em qualquer ponto da cidade." (Ferreira Gullar) O país é extremamente rico; o povo, porém, vive em profunda miséria. Tens razão, contudo controle-se. Janaína gostava de cantar, todavia não agradava. O time jogou muito bem, entretanto não conseguiu a vitória.

Saiba que:

- Algumas vezes, a adversidade pode ser introduzida pela conjunção "e". Isso ocorre normalmente em orações coordenadas que possuem sujeitos diferentes.

Por Exemplo:

Deus cura, e o médico manda a conta.

Nesse ditado popular, é clara a intenção de se criar um contraste. Observe que equivale a uma frase do tipo: "Quem cura é Deus, mas é o médico quem cobra a conta!"

- A conjunção "mas" pode aparecer com valor aditivo.

Por Exemplo:

Camila era uma menina estudiosa, mas principalmente esperta.

c) Alternativas

Expressam ideia de alternância de fatos ou escolha. Normalmente é usada a conjunção "ou". Além dela, empregam-se também os pares: ora...ora, já...já, quer...quer..., seja...seja, etc. Introduzem as orações coordenadas sindéticas alternativas.

Exemplos:

Diga agora ou cale-se para sempre. Ora age com calma, ora trata a todos com muita aspereza. Estarei lá, quer você permita, quer você não permita.

Obs.: nesse último caso, o par "quer...quer" está coordenando entre si duas orações que, na verdade, expressam concessão em relação a "Estarei lá". É como disséssemos: "Embora você não permita, estarei lá".

d) Conclusivas

Exprimem conclusão ou consequência referentes à oração anterior. As conjunções típicas são: logo, portanto e pois (posposto ao verbo). Usa-se ainda: então, assim, por isso, por conseguinte, de modo que, em vista disso, etc. Introduzem as orações coordenadas sindéticas conclusivas.

Exemplos:

Não tenho dinheiro, portanto não posso pagar. A situação econômica é delicada; devemos, pois, agir cuidadosamente.

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O time venceu, por isso está classificado. Aquela substância é toxica, logo deve ser manuseada cautelosamente.

e) Explicativas

Indicam uma justificativa ou uma explicação referente ao fato expresso na declaração anterior. As conjunções que merecem destaque são: que, porque e pois (obrigatoriamente anteposto ao verbo). Introduzem as orações coordenadas sindéticas explicativas.

Exemplos:

Vou embora, que cansei de esperá-lo. Vinícius devia estar cansado, porque estudou o dia inteiro. Cumprimente-o, pois hoje é o seu aniversário.

Atenção:

Cuidado para não confundir as orações coordenadas explicativas com as subordinadas adverbiais causais. Observe a diferença entre elas:

- Orações Coordenadas Explicativas: caracterizam-se por fornecer um motivo, explicando a oração anterior.

Por Exemplo:

A criança devia estar doente, porque chorava muito. (O choro da criança não poderia ser a causa de sua doença.)

- Orações Subordinadas Adverbiais Causais: exprimem a causa do fato.

Por Exemplo:

Henrique está triste porque perdeu seu emprego. (A perda do emprego é a causa da tristeza de Henrique.)

Note-se também que há pausa (vírgula, na escrita) entre a oração explicativa e a precedente e que esta é, muitas vezes, imperativa, o que não acontece com a oração adverbial causal.

CRASE

A palavra crase é de origem grega e significa "fusão", "mistura". Na língua portuguesa, é o nome que se dá à "junção" de duas vogais idênticas. É de grande importância a crase da preposição "a" com o artigo feminino "a" (s), com o pronome demonstrativo "a" (s), com o "a" inicial dos pronomes aquele (s), aquela (s), aquilo e com o "a" do relativo a qual (as quais). Na escrita, utilizamos o acento grave ( ` ) para indicar a crase. O uso apropriado do acento grave, depende da compreensão da fusão das duas vogais. É fundamental também, para o entendimento da crase, dominar a regência dos verbos e nomes que exigem a preposição "a". Aprender a usar a crase, portanto, consiste em aprender a verificar a ocorrência simultânea de uma preposição e um artigo ou pronome. Observe:

Vou a a igreja. Vou à igreja.

No exemplo acima, temos a ocorrência da preposição "a", exigida pelo verbo ir (ir a algum lugar) e a ocorrência do artigo "a" que está determinando o substantivo feminino igreja. Quando ocorre esse encontro das duas vogais e elas se unem, a união delas é indicada pelo acento grave. Observe os outros exemplos:

Conheço a aluna. Refiro-me à aluna.

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No primeiro exemplo, o verbo é transitivo (conhecer algo ou alguém), logo não exige preposição e a crase não pode ocorrer. No segundo exemplo, o verbo é transitivo indireto (referir-se a algo ou a alguém) e exige a preposição "a". Portanto, a crase é possível, desde que o termo seguinte seja feminino e admita o artigo feminino "a" ou um dos pronomes já especificados.

Há duas maneiras de verificar a existência de um artigo feminino "a" (s) ou de um pronome demonstrativo "a" (s) após uma preposição "a":

1- Colocar um termo masculino no lugar do termo feminino que se está em dúvida. Se surgir a forma ao, ocorrerá crase antes do termo feminino.

Veja os exemplos:

Conheço "a" aluna. / Conheço o aluno. Refiro-me ao aluno. / Refiro-me à aluna.

2- Trocar o termo regente acompanhado da preposição a por outro acompanhado de uma preposição diferente (para, em, de, por, sob, sobre). Se essas preposições não se contraírem com o artigo, ou seja, se não surgirem novas formas (na (s), da (s), pela (s),...), não haverá crase.

Veja os exemplos:

- Penso na aluna. - Apaixonei-me pela aluna.

- Começou a brigar. - Cansou de brigar. - Insiste em brigar. - Foi punido por brigar. - Optou por brigar.

Atenção: lembre-se sempre que não basta provar a existência da preposição "a" ou do artigo "a", é preciso provar que existem os dois.

Evidentemente, se o termo regido não admitir a anteposição do artigo feminino "a" (s), não haverá crase. Veja os principais casos em que a crase NÃO ocorre:

- diante de substantivos masculinos:

Andamos a cavalo. Fomos a pé. Passou a camisa a ferro. Fazer o exercício a lápis. Compramos os móveis a prazo. Assisitimos a espetáculos magníficos.

- diante de verbos no infinitivo:

A criança começou a falar. Ela não tem nada a dizer. Estavam a correr pelo parque. Estou disposto a ajudar. Continuamos a observar as plantas. Voltamos a contemplar o céu.

Obs.: como os verbos não admitem artigos, constatamos que o "a" dos exemplos acima é apenas preposição, logo não ocorrerá crase.

- diante da maioria dos pronomes e das expressões de tratamento, com exceção das formas senhora, senhorita e dona:

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Diga a ela que não estarei em casa amanhã. Entreguei a todos os documentos necessários. Ele fez referência a Vossa Excelência no discurso de ontem. Peço a Vossa Senhoria que aguarde alguns minutos. Mostrarei a vocês nossas propostas de trabalho. Quero informar a algumas pessoas o que está acontecendo. Isso não interessa a nenhum de nós. Aonde você pretende ir a esta hora? Agradeci a ele, a quem tudo devo.

Os poucos casos em que ocorre crase diante dos pronomes podem ser identificados pelo método explicado anteriormente. Troque a palavra feminina por uma masculina, caso na nova construção surgir a forma ao, ocorrerá crase. Por exemplo:

Refiro-me à mesma pessoa. (Refiro-me ao mesmo indivíduo.) Informei o ocorrido à senhora. (Informei o ocorrido ao senhor.) Peça à própria Cláudia para sair mais cedo. (Peça ao próprio Cláudio para sair mais cedo.)

- diante de numerais cardinais:

Chegou a duzentos o número de feridos. Daqui a uma semana começa o campeonato.

Casos em que a crase SEMPRE ocorre:

- diante de palavras femininas:

Amanhã iremos à festa de aniversário de minha colega. Sempre vamos à praia no verão. Ela disse à irmã o que havia escutado pelos corredores. Sou grata à população. Fumar é prejudicial à saúde. Este aparelho é posterior à invenção do telefone.

- diante da palavra "moda", com o sentido de "à moda de" (mesmo que a expressão moda de fique subentendida):

O jogador fez um gol à (moda de) Pelé. Usava sapatos à (moda de) Luís XV. Estava com vontade de comer frango à (moda de) passarinho. O menino resolveu vestir-se à (moda de) Fidel Castro.

- na indicação de horas:

Acordei às sete horas da manhã. Elas chegaram às dez horas. Foram dormir à meia-noite. Ele saiu às duas horas.

- em locuções adverbiais, prepositivas e conjuntivas de que participam palavras femininas. Por exemplo:

à tarde às ocultas às pressas à medida que

à vontade à beça à larga à escuta

à esquerda às turras às vezes à chave

à direita à procura à deriva à toa

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Crase diante de Nomes de Lugar

Alguns nomes de lugar não admitem a anteposição do artigo "a". Outros, entretanto, admitem o artigo, de modo que diante deles haverá crase, desde que o termo regente exija a preposição "a". Para saber se um nome de lugar admite ou não a anteposição do artigo feminino "a", deve-se substituir o termo regente por um verbo que peça a preposição "de" ou "em". A ocorrência da contração "da" ou "na" prova que esse nome de lugar aceita o artigo e, por isso, haverá crase. Por exemplo:

Vou à França. (Vim da França. Estou na França.) Cheguei à Grécia. (Vim da Grécia. Estou na Grécia.) Retornarei à Itália. (Vim da Itália. Estou na Itália) Vou a Porto Alegre. (Vim de Porto Alegre. Estou em Porto Alegre.) Cheguei a Pernambuco. (Vim de Pernambuco. Estou em Pernambuco.) Retornarei a São Paulo. (Vim de São Paulo. Estou em São Paulo.)

ATENÇÃO: quando o nome de lugar estiver especificado, ocorrerá crase. Veja:

Retornarei à São Paulo dos bandeirantes. Irei à Salvador de Jorge Amado.

Crase diante dos Pronomes Demonstrativos Aquele (s), Aquela (s), Aquilo

Haverá crase diante desses pronomes sempre que o termo regente exigir a preposição "a". Por exemplo:

Refiro-me a aquele atentado.

Preposição Pronome

Refiro-me àquele atentado.

O termo regente do exemplo acima é o verbo transitivo indireto referir (referir-se a algo ou alguém) e exige preposição, portanto, ocorre a crase.

Observe este outro exemplo:

Aluguei aquela casa.

O verbo "alugar" é transitivo direto (alugar algo) e não exige preposição. Logo, a crase não ocorre nesse caso. Veja outros exemplos:

Dediquei àquela senhora todo o meu trabalho. Quero agradecer àqueles que me socorreram. Refiro-me àquilo que aconteceu com seu pai. Não obedecerei àquele sujeito. Assisti àquele filme três vezes. Espero aquele rapaz. Fiz aquilo que você disse. Comprei aquela caneta.

Crase com os Pronomes Relativos A Qual, As Quais

A ocorrência da crase com os pronomes relativos a qual e as quais depende do verbo. Se o verbo que rege esses pronomes exigir a preposição "a", haverá crase. É possível detectar a ocorrência da crase nesses casos, utilizando a substituição do termo regido feminino por um termo regido masculino. Por exemplo:

A igreja à qual me refiro fica no centro da cidade. O monumento ao qual me refiro fica no centro da cidade. Caso surja a forma ao com a troca do termo, ocorrerá a crase.

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Veja outros exemplos:

São normas às quais todos os alunos devem obedecer. Esta foi a conclusão à qual ele chegou. Várias alunas às quais ele fez perguntas não souberam responder nenhuma das questões. A sessão à qual assisti estava vazia.

Crase com o Pronome Demonstrativo "a"

A ocorrência da crase com o pronome demonstrativo "a" também pode ser detectada através da substituição do termo regente feminino por um termo regido masculino. Veja:

Minha revolta é ligada à do meu país. Meu luto é ligado ao do meu país. As orações são semelhantes às de antes. Os exemplos são semelhantes aos de antes. Aquela rua é transversal à que vai dar na minha casa. Aquele beco é transversal ao que vai dar na minha casa. Suas perguntas são superiores às dele. Seus argumentos são superiores aos dele. Sua blusa é idêntica à de minha colega. Seu casaco é idêntico ao de minha colega.

A Palavra Distância

Se a palavra distância estiver especificada, determinada, a crase deve ocorrer. Por exemplo:

Sua casa fica à distância de 100 Km daqui. (A palavra está determinada.) Todos devem ficar à distância de 50 metros do palco. (A palavra está especificada.)

Se a palavra distância não estiver especificada, a crase não pode ocorrer. Por exemplo:

Os militares ficaram a distância. Gostava de fotografar a distância. Ensinou a distância. Dizem que aquele médico cura a distância. Reconheci o menino a distância.

Observação: por motivo de clareza, para evitar ambiguidade, pode-se usar a crase. Veja:

Gostava de fotografar à distância. Ensinou à distância. Dizem que aquele médico cura à distância.

Casos em que a ocorrência da crase é FACULTATIVA

- diante de nomes próprios femininos:

Observação: é facultativo o uso da crase diante de nomes próprios femininos porque é facultativo o uso do artigo. Observe:

Paula é muito bonita. Laura é minha amiga.

A Paula é muito bonita. A Laura é minha amiga.

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Como podemos constatar, é facultativo o uso do artigo feminino diante de nomes próprios femininos, então podemos escrever as frases abaixo das seguintes formas:

Entreguei o cartão a Paula. Entreguei o cartão a Roberto.

Entreguei o cartão à Paula. Entreguei o cartão ao Roberto.

Contei a Laura o que havia ocorrido na noite passada.

Contei a Pedro o que havia ocorrido na noite passada.

Contei à Laura o que havia ocorrido na noite passada.

Contei ao Pedro o que havia ocorrido na noite passada.

- diante de pronome possessivo feminino:

Observação: é facultativo o uso da crase diante de pronomes possesivos femininos porque é facultativo o uso do artigo. Observe:

Minha avó tem setenta anos. Minha irmã está esperando por você.

A minha avó tem setenta anos. A minha irmã está esperando por você.

Sendo facultativo o uso do artigo feminino diante de pronomes possessivos femininos, então podemos escrever as frases abaixo das seguintes formas:

Cedi o lugar a minha avó. Cedi o lugar a meu avô.

Cedi o lugar à minha avó. Cedi o lugar ao meu avô.

Diga a sua irmã que estou esperando por ela. Diga a seu irmão que estou esperando por ele.

Diga à sua irmã que estou esperando por ela. Diga ao seu irmão que estou esperando por ele.

- depois da preposição até:

Fui até a praia. ou Fui até à praia.

Acompanhe-o até a porta. ou Acompanhe-o até à porta.

A palestra vai até as cinco horas da tarde. ou A palestra vai até às cinco horas da tarde.