Literatura Portuguesa I 2016/2017

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Literatura Portuguesa I Maria Isabel Morán Cabanas José António Souto Cabo GUIA DOCENTE E MATERIAL DIDÁTICO 2017/2018 FACULDADE DE FILOLOGIA DEPARTAMENTO DE FILOLOGIA GALEGA

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Literatura  Portuguesa  I

Maria Isabel Morán Cabanas

José António Souto Cabo

 

   

 

   

 GUIA  DOCENTE  E  MATERIAL  DIDÁTICO

2017/2018

FACULDADE DE FILOLOGIA DEPARTAMENTO DE FILOLOGIA GALEGA

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FACULDADE DE FILOLOGIA. DEPARTAMENTO DE FILOLOGIA GALEGA

AUTOR: Maria Isabel Morán Cabanas

Edição eletrónica. 2017

A obra Literatura Portuguesa 3 - GUIA DOCENTE E MATERIAL DIDÁTICO 2013-2014 de M. Isabel Morán Cabanas foi licenciada com uma Licença Creative Commons - ATribuição - Uso

Não Comercial - Obras Derivadas Proibidas 3.0 Não Adaptada.

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1. Dados descritivos da matéria

Disciplina:

Literatura Portuguesa 1

Tipo de cadeira:

Matéria Ordinária Grau

Titulação:

Línguas e Literaturas Modernas (Português). Maior de Língua e Literaturas Lusófonas.

Minor em Estudos Lusófonos I (Módulo Complementar).

Ano: 2º ano.

Nº Créditos: 6 (equivalente a 150 horas de carga letiva)

Duração: Quadrimestral

Requisitos prévios: não há.

Língua(s) utilizadas(s): Galego/Português.   Eventual   e   ocasionalmente,   outros  

materiais   e   comunicações   poderão   ser   apresentados   noutras   línguas:   espanhol,  

francês,  inglês,  italiano...,  sempre  que  o/a  docente  o  considerar  oportuno.

Professores da cadeira Maria Isabel Morán Cabanas

José António Souto Cabo Lugar de atendimento:

Gabinetes de ambos os professores na Faculdade de Filologia

981-563100 (ext. 11824) e 881811824 Co-e: [email protected] (de preferência)

[email protected]

(horário de atendimento oportunamente indicado no início do período letivo através dos meios eletrónicos e no gabinete do professor)

Para além de usar o horário de atendimento como espaço de consultas, será também uma parte presencial do desenvolvimento da matéria. O acompanhamento tutorizado de planificação e elaboração de trabalhos –individuais ou em grupo– será um encontro obrigado entre professor e alunos/as cada certo tempo.

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ÍNDICE

1. Dados descritivos da matéria

2. Sentido da matéria no perfil da titulação

- Interesse da matéria para a formação do aluno: função substantiva e instrumental

- Presença noutras Universidades

3. Objectivos e competências a trabalhar

- Relacionados com conhecimentos ou habilidades

- Relacionados com o domínio de ferramentas de aprendizagem (competências gerais instrumentais)

- Relacionados com caminhos de formação (competências gerais sistémicas)

- Valores atitudinais

4. Conteúdos da matéria

- Descritores

- Estrutura visual do curso

- Temário

- Bibliografia básica

- BLOCO I

- BLOCO II

- BLOCO III

5. Orientações metodológicas e atribuição da carga ECTS

6. Transformação da carga docente em créditos ECTS

7. Indicações sobre a avaliação

- - Tipos de avaliação

- Aspectos que se terão em conta para a avaliação, modo e medida

- Algumas recomendações para superar a matéria

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1. /  DADOS  DESCRITIVOS  DA  MATÉRIA    

Nome:    

Literatura  Portuguesa  I  

Código:    

G5081240  

Tipo  de  matéria:    

Obrigatória  

Titulação:    

Grau  em  Línguas  e  Literaturas  Modernas:  Língua  Portuguesa  e  Literaturas  Lusófonas   (Faculdade  de  Filologia  da  Universidade  de  Santiago  de  Compostela)  

Ano:    

Segundo  ano  

Semestre:    

Primeiro  quadrimestre  

Créditos  ECTS:    

6  créditos  (equivalente  a  150  horas  de  carga  lectiva)  

Requisitos  prévios:    

Não   existem   pré-­‐requisitos   legais   nem   essenciais   para   esta   cadeira.   Ora,   como   pré-­‐requisito  recomendável,   convém   que   particularmente   os   alunos   doutras   Universidades   e   procedentes   dos  programas  Sócrates  ou  Erasmus  tenham  alguns  conhecimentos  de  língua  portuguesa,  podendo  tirar  um  maior  aproveitamento  se  frequentarem  também  alguma  cadeira  de  Língua  Portuguesa    do  Grau  em  Línguas  e  Literaturas  Modernas.  

Língua  utilizada:    

A  matéria  será   leccionada  em  português  –  mas  com  certa   frequência  poderão  ser  utilizadas  outras  línguas,   como   o   castelhano,   inglês,   francês,   italiano   ou   português   para   a   leitura   da   bibliografia  recomendada.  

Professores  que  lecciona  a  matéria:    

Maria  Isabel  Morán  Cabanas  /  José  António  Souto  Cabo  

Atendimento  tutorial  (horários  e  espaços)  

-­‐  Tutoria  presencial  e  atenção  virtual  serão  indicadas  no  início  do  ano  académico  

-­‐   Tutorias   de   presença   programada/obrigada:   Três   horas   a   combinar   durante   o   primeiro  quadrimestre  na  sala  de  aulas.  

     

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2./  SENTIDO  DA  MATÉRIA  NO  PERFIL  DA  TITULAÇÃO     A   Faculdade   de   Filologia   apresenta   as   titulações   de   Filologia   Clássica;   Língua   e  

Literatura  Espanholas   (Campus  de  Santiago  e  Campus  de  Lugo);     Língua  e  Literatura  Galega,  Língua   e   Literatura   Inglesa;   e   Língua   e   Literaturas   Modernas,   que   possuem   uma   estrutura  única.    

  No  marco  de  Língua  e  Literatura  Modernas  incluem-­‐se  os  seguintes  MAIORs:  Maior  de  Língua  e  Literatura  Alemãs  

Maior  de  Língua  e  Literatura  Francesas  Maior  de  Língua  e  Literaturas  Italianas  

Maior  de  Língua  e  Literaturas  Lusófonas  

    Concretamente  o  Maior  de  Língua  e  Literatura  Lusófonas  está  formada  por  20  matérias  

de  6  créditos  ECTS  agrupadas  nos  5  seguintes  módulos:  

 

    Como  se  visualiza  nos  quadros  reproduzidos  acima,  a  cadeira  de  Literatura  Portuguesa  I   integra-­‐se   no   Módulo   de   Literaturas   em   Língua   Portuguesa   I,   em   que   se   pretende   dar   a  

conhecer   os   processos   e   dinâmicas   de   formação   e   consolidação   dos   sistemas   literários  português   e   brasileiro   e   fornecer   as   chaves   necessárias   para   compreender   a   configuração  actual  das  literaturas  de  língua  portuguesa  duma  perspectiva  sociológica.    

  Concretamente   a   nossa   cadeira   lecciona-­‐se   no   segundo   ano   da   titulação.   Junto   con  outras  que  marcámos  acima  com  o  símbolo  de  uma  estrela.  Literatura  Portuguesa  I  constitui  a  primeira   abordagem   limitada   cronologica   e   espacialmente   em   relação   ao   estudo   das  

literaturas  lusófonas:  das  origens  até  à  Renascença  no  seio  do  espaço  nacional  português.  A  este  módulo  pertencem  também  outras  duas  literaturas  não  produzidas  nos  séculos  XX  e  XXI:  Literatura  Portuguesa  II  e  Literatura  Brasileira  I,  que  marcámos  em  negrito  e  que  se  integram  

no  plano  de  estudos  após  uma  cadeira  de  cariz  introdutório:  Literaturas  de  Língua  Portuguesa,  correspondente  ao  primeiro  ano  e  dedicada  a  uma  visão  panorámica  de  todas  as   literaturas  da  lusofonia,  sem  limitações  específicas  de  tempo  ou  espaço.  

Módulo  CULTURA  DOS  PAÍSES  DE  LÍNGUA  PORTUGUESA    

(24  ECTS)  

Módulo LÍNGUA PORTUGUESA E INTRODUÇÃO ÀS

LITERATURAS DE LÍNGUA PORTUGUESA (24 ECTS)

Módulo LITERATURAS EM LÍNGUA PORTUGUESA I

(24 ECTS)

Cultura  portuguesa  Cultura  do  Brasil  (2º  ano)  Cultura  dos  PALOPs  (2º  ano)  Relações  Galiza-­‐Lusofonia  (2º  ano)  

Língua Portuguesa III (2º ano) Língua Portuguesa IV (2º ano) Língua Portuguesa V Literaturas de Língua Portuguesa

Literatura Portuguesa I (2º ano) Literatura Portuguesa II (3º ano) Literatura Brasileira I ((3º ano) Sociologia das Literaturas de Língua Portuguesa (4º ano)

Módulo  GRAMÁTICA  PORTUGUESA  (24  ECTS)  

Módulo LITERATURAS EM LÍNGUA PORTUGUESA II (24 ECTS)

Gramática  Portuguesa  I  Gramática  Portuguesa  II  História  e  variedade  do  português  I  Hiistória  e  variedade  do  português  II  

Literatura  Portuguesa  III  (3º  ano)  Literatura  dos  PALOPs  Literatura  Brasileira  II  Literaturas  comparadas  na  Lusofonia  

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  A  linha  cronológica  e  espacial  iniciada  agora  continua  no  terceiro  ano  com  as  matérias  

Literatura  Portuguesa  II  (do  Barroco  até  ao  Romantismo)  e    Literatura  Portuguesa  III  (séculos  XX  e  XXI),  todas  elas  marcadas  em  negrito  nos  quadros.     Temática  e  funcionalmente,  podemos  destacar  as  suas  ligações  com  todas  as  cadeiras  

do   MAIOR   LÍNGUA   PORTUGUESA   E   LITERATURAS   LUSÓFONAS;   mais   especificamente   com  TODAS   AS   CADEIRAS   DE   LITERATURA   E   CULTURA   DO  MAIOR;   mais   especificamente,   ainda;  com  TODAS  AS  CADEIRAS  DE  LITERATURA  E  CULTURA  PORTUGUESA;  e.  aliás,  particularmente  

com  a  matéria  Relações  Galiza-­‐Lusofonia:  

 

      Interesse  da  matéria  para  a  formação  do  aluno:  função  substantiva  e  instrumental  

  A   Literatura   Portuguesa   I  mostra-­‐se   como   uma  matéria   substantiva   para   obter   uma  formação   íntegra   e   com   bases   firmes   no   sistema   literário   lusófono,   pois   parece   necessário  

conhecer   o   processo   e   as   dinâmicas   da   formação   e   consolidação   da   literatura   portuguesa  desde  as  suas  próprias  origens.  O  desenvolvimento  do  temário  a  partir  das  aulas  magistrais  e  das   actividades   propostas   em   cada   caso   permitirá   compreender   melhor   a   configuração   da  

literatura   nacional   portuguesa   através   dos   tempos   e   fazer   uma   análise   comparatista   em  relação  a  outras  literaturas  vizinhas  e/ou  a  literaturas  veiculadas  na  mesma  língua.  Por  outro  lado,   cabe   destacar   o   seu   interessse   para   a   abordagem   do   património   comum   galego-­‐

português,   ibérico   e   europeu   nas   suas   diversas   expressões   com   fins   profissionais   ou   de  especialização   no   âmbito   da   docência   ou   dos   serviços   culturais.   Neste   sentido,   a   matéria  Literatura  Portuguesa   I  abre  caminhos  de  conhecimento  para  estudos  de  pós-­‐graduação  em  

diversas  universidades  a  nível  nacional  e  internacional  e,  concretamente  na  USC  para  estudos  de  máster  em  literatura  e  literaturas  comparadas,  em  estudos  medievais  europeus  (imagens,  textos  e  contextos)  ou  em  serviços  culturais,  de  carácter  interdisciplinar.  

      Presença  noutras  Universidades     Na   verdade,   as   universidades   europeias   e   americanas   de   maior   prestígio   e   com  

tradição  ou  nova  incorporação  de  estudos  das  letras  portuguesas  integram  nos  seus  planos  de  estudo  uma  cadeira  (ou  mais)  ligada  aos  estudos  medievais,  tendo  como  objectivo  primordial  que  o  aluno  compreenda  a  gênese  da  literatura  portuguesa,  inserindo-­‐a  no  próprio  contexto  

medieval  português,   ibérico  e  europeu.  Entre  muitíssimas  outras   citemos  a  Universidade  de  Lisboa;   Universidade   do   Porto;   Universidade   de   Coimbra;   Universidade   de   Birmigham,  

-­‐  TODAS  AS  CADEIRAS  DO  MAIOR  LÍNGUA  PORTUGUESA  E  LITERATURAS  LUSÓFONAS  

-­‐  TODAS  AS  CADEIRAS  DE  LITERATURA  E  CULTURA  DO  MAIOR  

-­‐  TODAS  AS  CADEIRAS  DE  LITERATURA  PORTUGUESA  

-­‐  CULTURA  PORTUGUESA    

-­‐  RELAÇÕES  GALIZA-­‐LUSOFONIA  

LITERATURA PORTUGUESA I

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Universidade  de  Oxford,  Universidade  de  Londres,  Universidade  de  Utrecht,  Universidade  de  

Colónia,  Universidade  de  York-­‐Toronto;  Universidade  Federal  do  Rio  de  Janeiro;  Universidade  Estadual  de  São  Paulo,   etc.   Igualmente,   faz  parte  dos   seus  planos  de  estudo  uma   (ou  mais)  matérias  dedicadas  ao  Renascimento,  sob  o  título,  por  exemplo,  de  Literatura  Portuguesa  do  

Renascimento   e   do   Humanismo;   ou   Literatura   dos   Descobrimentos   e   da   Expansão;   etc.   E,  aliás,   nalguns   planos   de   estudo   dessas   universidades   até   se   incluem   cadeiras  monográficas  como   Estudos   Camonianos   ou   Literatura   de   Viagens,   especializadas   nalguns   dos   temas   que  

serão  abordados  com  maior  amplidão  na  nossa  matéria  de  Literatura  Portuguesa  I.  

   3. /  OBJECTIVOS  E  COMPETÊNCIAS  A  TRABALHAR  

    3.1.Relacionados  com  conhecimentos  ou  habilidades:    a)  Ampliar  e  consolidar  conhecimentos  básicos  e  adquirir  outros  novos  sobre  os   sistemas  de  produção  e  recepção  da  literatura  portuguesa  na  época  medieval    b)  Ampliar  e  consolidar  conhecimentos  básicos  e  adquirir  outros  novos  sobre  os  sistemas  de  produção  e  recepção  da  literatura  portuguesa  na  época  renascentista.    c)  Compreender  os  factores  determinantes  do  contexto  sóciopolítico  nos  sitemas  de  produção  e  recepção  da  literatura    d)  Identificar  as  analogias  e  as  singularidades  do  sistema  literário  português  na  Idade  Média  e  na  Renascença  no  seio  do  contexto  peninsular,  ibérico  e  europeu.    e)  Compreender  o  valor  patrimonial  da  expressão  literária  em  todas  as  suas  manifestações  e  a  sua  utilização  como  via  de  legitimização  nacional.    f)  Compreender  as  transformações  dos  espaços  português  e  europeu  a  partir  do  conhecimento  de  um  Novo  Mundo,  com  novos  valores  atitudinais  e  estéticos  e  marcado  por  uma  perspectiva  antropocêntrica  que  virá  sobrepor-­‐se  ao  teocentrismo  medieval    g)  Saber  contextualizar  a  visão  do  Outro  do  ponto  religioso  e  civilizacional  no  puzzle  social  cada  vez  mais  diversificado  da  Península  Ibérica:  cristãos,  muçulmanos,  judeus  e  outras  populações  de  “novas  terras”  da  África,  América  e  Ásia.  i)  Interpretar  sob  uma  interdisciplinar  a  expressão  literária,  comparando-­‐as  atentamente  com  outras  relativas  a  outras  artes.    j)  Analisar  a  recepção  e  recriação  da  produção  literária  medieval  através  de  diversos  tempos  e  espaços   (o   chamado   “neotrovadorimo”,   por   exemplo),   insistindo   na   sua   funcionalidade  conforme  os  interesses  perseguidos  em  cada  caso.    k)  Analisar  a  recepção  e  recriação  da  produção  renascentista   (especialmente  da  obra  de  Luís  de   Camões)   através   de   diversos   tempos   e   espaços,   comprovando   a   sua   funcionalidade  conforme  os  interesses  perseguidos  em  cada  caso.    l)   Aproximar-­‐se   aos   motivos   que   se   revelam   como   constantes   no   imaginário   cultural  português:  saudade;  viagens;  amor/sátira;  etc.    m)  Aproximar-­‐se  às  figuras  que  serão  objecto  de  mitificação  no  imaginário  cultural  português.  

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    3.2.   Relacionados   com   o   domínio   de   ferramentas   de   aprendizagem   (competências  gerais  instrumentais)  -­‐   Uso   ágil   e   eficaz   de   meios   nas   pesquisas   bibliográficas   das   literaturas   medieval   e  renascentista  sob  uma  perspectiva  interdisciplinar:  procura  de  informação  na  rede;  manejo  de  bases   de   dados;   consulta   de   bibliotecas   virtuais;   análises   de   índices   de   receptividade;  actualização   de   metodologias   na   crítica   literária   no   espaço   nacional   e   internacional;   etc.   A  familiarização  com  todos  estes  meios  permitirá  sempre  “estar  ao  dia”  e  servirão  de  útil  apoio  tanto  para  os  debates  establecidos  na  sala  da  aula  como  para  a   informação  gerada  nas  aulas  expositivas.       3.3.  Relacionados  com  caminhos  de  formação  (competências  gerais  sistémicas)  -­‐    Desenvolvimento  de  juízo  crítico  na  abordagem  dos  processos  de  criação  do  cânone  literário    português   e   na   análise   das   conjunturas   sociopolíticas,   no   processamento   da   informação,   na  defesa/refutamento  de  posicionamentos  complexos  em  debates  estabelecidos  na  aula  ou  fora  dela,   na   consideração   e   cotejo   da   multiplicidade   de   pontos   de   vista,   na   evaluação   de  suposições,   na   transferência   de   conceitos   a   novos   contextos,   na   comparação/contraste   de  diferentes   correntes   metodológicas   de   estudo   do   fenómeno   literário   e   na   extracção   de  conclusões.       3.4.  Valores  atitudinais  -­‐   Respeito   e   sensibilización   perante   as   cuestións   de   multiculturalismo   e   interculturalidade,  compreendendo   o   valor   das   relações   entre   as   diversas   culturas   a   partir   da   abordagem   de  diversos   grupos   sociais   e   etnias   que   deixarão   presença   na   literatura   portuguesa   da   Idade  Média  e  da  Renascença.  Pense-­‐se  por  exemplo  nas  ligações  entre  cristãos-­‐judeus-­‐muçulmanos  ou   as   visões   do   Outro   (dentro   do   âmbito   da   nossa   cadeira   identifica-­‐se   com   o   do   “outro  continente”:  África,  América,  Asia)  ou  em  questões  de  género  (silenciamentos  ou  limitações  da  mulher  nos  diversos  âmbitos  literários).                                                    

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 4./  CONTEÚDOS  DA  MATÉRIA    

4.1.  Descritores:       Na  Memória  para  a  Verificação  do  Título  de  Grau  em  Línguas  e  Literaturas  Modernas:  

Língua   Portuguesa   e   Literaturas   Lusófonas   da   Universidade   de   Santiago   de   Compostela,  aprovada  pela  Junta  da  Faculdade  de  Filologia  o  dia  7  de  Novembro  de  2008  e  pelo  Conselho  de   Governo   da   USC   em   22   de   Dezembro,   aparece   como   descritor   da   matéria   o   seguinte:  

estudo   da   produção   literária   portuguesa   desde   as   suas   origens   trovadorescas   até   ao  Renascimento,   aplicando   os   conhecimentos   à   conformação   actual   das   sociedades   de   língua  portuguesa.  

 4.2.  Estrutura  visual  do  curso    

 

BLOCOS DISTRIBUIÇÕES E NÍVEIS DE RELEVÂNCIA

Consideraçoes prévias 1

Abordagens específicas de cada tema

2 3 4 5

Abordagens específicas de cada tema

6 7

Abordagens específicas de cada tema

8 9 10 11

Comentarios ao gráfico: que reproduzimos acima A matéria Literatura Portuguesa I estrutura-se em três blocos bem definidos e sucessivos em termos cronológicos. O primeiro deles corresponde-se com o estudo da Idade Média e as suas manifestações literárias: compreende um breve (muito breve) tema em que se tratarão questões unicamente introdutórias, servindo também para obter um balanço dos conhecimentos do aluno e da sua familiarização com a época medieval a nível peninsular e europeu. E, a partir daí, empreenderemos um caminho no tempo e no espaço pelas manifestações literárias da Idade Média, tendo sempre como ponto de referência a sua inserção no contexto sociopolítico e a comparação de textos com expressões doutros campos artísticos (arquitectura, pintura, música...), assim como reflectiremos sobre a recepção de tod esta produção cultural até aos nossos dias. Deve ter-se em conta que aos temas 2 e 5 se prestará uma maior atenção e dedicação, o que implicará mais tempo, daí o tamanho do rectângulo correspondente sobressair entre os

I.-­‐  IDADE  MÉDIA  

II. PERÍODO DE TRANSIÇÃO

III.-RENASCENÇA

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outros. De facto, podemos anunciar a seguinte programação em termos de tempo de trabalho presencial:

TEMA 1-1h. / TEMA 2- 9 h. / TEMA 3 –1.5 h. / TEMA 4-2 h./ TEMA 5- 6 h.

A segunda etapa do nosso caminho corresponde-se com um período de transição composto por dois temas de considerável importância para revisar ideias anteriores e conhecer os nóvidos códigos sociais e culturais que se irão impondo com a chegada da Renascença. Os temas 6 e 7 constituem, pois, um encavalgamento entre dois períodos e ambos são importantes, mas a imensidão e diversidade da obra de Gil Vicente leva-nos a esta repartição do tempo de trabalho presencial:

TEMA 6-3.5 h. / 7 TEMA 7.-5 h.

Precisamente a Renascença será percorrida numa terceira etapa, marcada no

âmbito português por influências italianas e castelhanas e sobretudo pelo fenómeno dos descobrimentos e as viagens a Ultramar, que se ligarão a uma visão antropocêntrica do mundo e acarretarão novos temas para a literatura portuguesa. Entre todos os pontos do temário, destaca particularmente a figura e obra de Camões, obedecendo à seguinte proporcionalidade de trabalho presencial:

TEMA 8-3 h. / TEMA 9-4.5 h. / TEMA 10-3 h. / TEMA 11-10 h.

NOTA DE INTERPRETAÇÃO.- O tamanho dos rectângulos marca a importância do tema na matéria e a correspondente quantidade de tempo que lle será dedicado. Após o temário os gráficos que se incluem neste guia docente marcarão estes dois factores, assim como a cor laranja o tema abordado em cada caso e as estrelas as relações com cada um dos outros temas inseridos na matéria. 4.3. Temário

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BLOCO I TEMA 1. O sistema sócio-cultural da Idade Média e centros difusores da cultura no Portugal medieval. TEMA 2. A poesia trovadoresca galego-portuguesa: âmbito de produção e recepção, apogeu do espectáculo e textos. TEMA 3. Nascimento da prosa literária portuguesa: a historiografia; a edificação moral-religiosa e a novelística da matéria de Bretanha. TEMA 4. A prosa doutrinal da Corte da Geração de Avis (ou Ínclita Geração) TEMA 5. As crónicas de Fernão Lopes e textos historiográficos dos seus sucessores BLOCO II TEMA 6. O Cancioneiro Geral de Garcia de Resende e a poesia castelhana do século XV: sobrevivências, contactos e novas atitudes. TEMA 7. O teatro de Gil Vicente como ponto de chegada e partida.

BLOCO III TEMA 8. Portugal de Quinhentos e apresentação do Novo Mundo nas suas múltiplas dimensões: a obra de Sá de Miranda- TEMA 9. O bucolismo de Bernardim Ribeiro e a novela Menina e Moça na sua heterogeneidade e complexidade interpretativa. TEMA 10. Lirismo e teatro renascentista de António Ferreira: para uma consolidação do mito de Inês de Castro. TEMA 11. A magna obra de Luís de Camões (a lírica; Os Lusíadas; e o teatro): para a consolidação do mito da figura e da obra camonianas.

BIBLIOGRAFIA AA.VV., História da Literatura Portuguesa. Volume I: das origens ao Cancioneiro Geral. Lisboa, Edições Alfa, 2001

AA.VV., História da Literatura Portuguesa. Volume II: Renascimento e Manierismo, Edições Alfa, 2001

AA.VV., História e Antologia da Literatura Portuguesa, Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa, 1997-2003. [fascículos publicados, até o século XVI]. BARATA, J. Oliveira, História do Teatro Português, Universidade Aberta, Lisboa, 1991.

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BERNARDES, J. A. Cardoso e outros (org.), BIBLOS. Enciclopédia VERBO das Literaturas de Língua Portuguesa, Verbo, Lisboa-São Paulo, 1995-2002, 5 vols BUESCU,  M.  L.  Carvalhão,  Literatura  Portuguesa  Medieval,  Lisboa,  Universidade  Aberta,  1990.  

BUESCU,  M.  L.  Carvalhão,  Literatura  Portuguesa  Clássica,  Lisboa,  Universidade  Aberta,    1990.  

COELHO,  J.  do  Prado,  Dicionário  de  Literatura,  Porto,  Figueirinhas,  1978.  

DIAS,  A.  F.  (org.),  História  e  Crítica  da  Literatura  Portuguesa.  Vol.  I.  Idade  Média,  coord.  C.  Reis,  Lisboa  -­‐    São  Paulo,  Verbo,  1998  

LANCIANI, G. e G. TAVANI (coord.), Dicionário da literatura medieval galego-portuguesa, Caminho, Lisboa, 1993

MACHADO, A. M.e PAGEAUX, D.H., Literatura portuguesa, literatura comparada, teoría de la literatura, Lisboa, Edições 70, 1982.

SARAIVA, A. J. e LOPES, O. (1999): História da Literatura Portuguesa, Porto Editora, Porto.

SEIXO, M. Alzira, Poéticas da Viagem na Literatura, Cosmos, Lisboa, 1998.

IDEM (coord.) A Viagem na Literatura, Europa-América, Mem Martins, 1997.

Alguns sites que, entre outros, deverá visitar:

A literatura portuguesa a partir do Instituto Camões: http://cvc.instituto-camoes.pt/conhecer/bases-tematicas/literatura-portuguesa.html Biblioteca Nacional de Lisboa: http://www.bnportugal.pt/ Dicionário histórico de Portugal: http://www.arqnet.pt/dicionario/ Os Lusíadas, de Luís de Camões, online: http: //stoat.shef.ac.uk:8080/lusiadas/camoes/ Projecto Vercial, base de dados: http://alfarrabio.di.uminho.pt/vercial/vercial.htm

Revista em destaque:

Entre as diversas revistas (portuguesas ou estrangeiras) dedicadas ao estudo e à divulgação da literatura portuguesa com atenção regular merece um particular destaque:

JL/Jornal de Letras, Artes e Ideias (versão impressa). Veja-se também http://aeiou.visao.pt/JL

BLOCO I TEMA 1. O sistema sócio-cultural da Idade Média e centros difusores da cultura no Portugal medieval

 Cultura  Portuguesa  1/  Comentário  ao  gráfico  e  sentido  do  tema  

  Como  pode  observar-­‐se  é  o  tema  inicial  e  tem  um  carácter  introdutório,  remetendo-­‐nos  para  os  primórdios   da   cultura   portuguesa.   Depois   da   chamada   Reconquista,   evidencia-­‐se   uma   cultura  senhorar   no  Norte   e   uma   cultura   cristã-­‐moçárabe   no   Sul,   que   enfrenta   o   Islão,   cujos   centros   de  difusão  eram  os  conventos  e  os  mosteiros.  No  Norte  distinguiu-­‐se  o  Mosteior  de  Guimarães,  com  uma   importante   biblioteca.   E,   contrastando   com   a   mentalidade   rural   nortenha,   destacam-­‐se   o  

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Mosteiro  de  Santa  Cruz  de  Coimbra  e  o  Mosteiro  de  Santa  Maria  de  Alcobaça,  cujos  códices  são  de  importância   fundamental   como   ponto   de   partida   para   a   criação   cultural   lusitana.   A   análise   e  interpretação   destes   textos   requer   uma   atenção  muito   particular   que   afecta   ao   estado   inicial   de  evolução  da  língua  portuguesa,  daí  o  seu  relacionamento  com  matérias  ligadas  à  história  interna  e  externa   da   língua   que   aparecem   inseridas   na   nossa   titulação   e   que   reparam   especialmente   em  tradição  crítica  e  filológica.  Trata-­‐se  aqui  de  ligar  o  período  histórico  com  todas  as  manisfestações  literárias   que   nela   se   enquadram,   num   processo   de   evolução   e   diversidade,   tendo   em   conta   a  codificação  de  valores  e  os  meios  disponíveis  na  época.       2/  Epígrafes  1. A  realidade  histórico-­‐social  no  Portugal  da  Idade  Média  e  questões  de  periodização  2. Transmissão  textos:  oralidade  e  escritura.  O  scriptorium  medieval    3. Centros  e  meios  difusores  da  cultura  medieval  portuguesa:  

3.1. Os  cónegros  regrantes  do  Mosteiro  de  Santa  Cruz  de  Coimbra  3.2. A  ordem  cistercense  do  Mosteiro  de  Santa  Maria  de  Alcobaça  

3.3. Modelos  pedagógicos  ate  à  criação  dos  Estudos  Gerais  

4. A  visão  romântica  e  a  cristalização  da  Idade  Média:  modelos  e  motivos.  

3/  Materiais  para  o  estudo     Este  primeiro  tema  introdutório  poderá  estudar-­‐se  sobretudo  no  capítulo  ...  que  foi  indicado  na  

bibliografia  básica  e  através  das  notas  recolhidas  nas  aulas,  durante  as  quais  se  repartirá  uma  selecção  de   imagens   em   papel   impresso   e   através   do   programa   power   point   elaborada   pela   professora  responsável  da  cadeira.    1.  Dos  mosteiros  de  Alcobaça  e  Santa  Cruz  de  Coimbra,  como  ilustração  da  sua  

história;  2.  De  códices  e  fotografias  de  manuscritos  com  as  suas  iluminuras).      

 

4/  Método  de  trabalho  aconselhado     Como   se   pode   comprovar,   trata-­‐se   de   revisar   certas   ideias   gerais   de   cultura   portuguesa   (e  ibérica,  e  románica)  simplesmente  como  ponto  de  arranque  para  o  tratamento  de  ulteriores  temas  do  programa.  O  aluno  deverá  acompanhar  as  aulas,  auxiliando-­‐se  nos  materiais  acima  indicados.       5/  Actividade  a  desenvolver     Concretamente   neste   tema   de   carácter   introdutório   só   se   incluirá   uma   breve   actividade   que  consistira  em  buscar  através  da  rede  algumas  das  principais  bibliotecas  medievais  portuguesas  e  reparar  nos  sacervos  subsistentes,  especialmente   livros  com   iluminuras  a   fim  de  nos   ilustrar  sobre  a  dinámica  cultural/literária  do  Portugal  da  época.       6/  Competências  trabalhadas     Com  maior  intensidade,  3.1.a,  c,  d,  e,  h.  /  3.2.       7/  Dificuldades  principais     Não  se  destaca  nenhuma  dificuldade  que  mereça  a  pena  citar.       8/  Bibliografia  para  ampliar  o  tema     Ao  ser  este  um  tema  de  carácter  meramente  introdutório  e  situacional,  remetemos  aqui  para  a  bibliografia  indicada  para  ampliar  os  restantes  temas  que  conformam  o  BLOCO  I.  

               

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BLOCO I TEMA 2. A poesia trovadoresca galego-portuguesa: âmbito de produção e recepção, apogeu do espectáculo e textos

Matérias com que converge em certos pontos: Cultura Portuguesa Literaturas de língua portuguesa Literaturas Comparadas na Lusofonia Literatura Portuguesa III Relações Galiza-Lusofonia 1/ Comentário ao gráfico e sentido do tema   O  segundo  tema  deste  bloco  já  tem  um  carácter  específico  e,  ao  mesmo  tempo,  apresenta  uma  relevância   fundamental   no   seio   da  matéria.   É   um  dos   temas  principais   do  programa,   pois   refere-­‐se   a  uma   das  manifestações   de  maior   esplendor   na   cultura   portuguesa   e   de   extraordinária   influência   em  todos  os   tempos  e  espaços.  Aliás,  o   seu  destaque   terá  de   ser  maior  quando  é   leccionado  na  Galiza  e  supõe  um  PATRIMÓNIO  (INDISCUTIVELMENTE)  COMUM.  Cabe  chamar  a  atenção  especialmente  para  a  sua   ligação   com   matérias   que   vêem   marcadas   tanto   por   uma   visão   panorámica   como   Cutlura  Portuguesa  ou  Literaturas  de  Língua  Portuguesa;  como  com  Literatura  Portuguesa  III,  pela  revivificação  ou  a  prática  do  chamado  neotrovadorismo  em  determinados  momentos  sociopolíticos  do  século  XX;  e  naturalmente   com   Relações   Galiza-­‐Lusofonia.   Deve   ter-­‐se   em   conta   a   origem   e   vocação   oral   destes  textos   que   está   bem   latente  na  própria   designação  de   cantigas,   conferindo  umas   especificidades   que  não  podem  ser  esquecidas.  Consideramos  da  mior  importância  este  estudo  sistematizado  de  trovadores  e   jograis   galgo-­‐portugueses   (e   também   leones,   castelhanos   e   doutras   procedências)   cujo   veículo   de  criação   e   interpretação   foi   a   língua   galego-­‐portuguesa   (koine   literária)   desde   finais   do   século   XII   até  meados  do  século  XIV.     2. Epígrafes

1. Âmbito  cronológico  e  espaço  sócio-­‐cultural  do  fénome  trovadoresco  2. Coordenadas  geolínguísticas  e  geoculturais:  difusão  de  modelos  ideológicos  e  formais  

a  partir  de  uma  área  central.  A  questão  das  origens.  3. Intérpretes,  participantes  e  produtos  do  espectáculo  trovadoresco.    

4. História   e   vicissitudes   da   tradição  manuscrita:   os   três   grandes   cancioneiros   e   outros  códices  menores.    

5. Tipologia  da  cantiga  e  géneros  poéticos:  5.1. Estrutura   e   retórica.   Confrontação   com   a   poética   chamada   Arte   de  

Trovar.  5.2. Os   géneros  maiores:   amor,   amigo   e   escárnio   e  maldizer.   Concepções   e  

constantes.  

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5.3. Os   “géneros   menores”   e   “géneros   contaminados”.   Concepções   e  

constantes.  5.4. Presença  da  música  e  o  seu  sinal  sobre  os  textos  

6. Exemplos  e  análises:  textos,  autores  e  singularidades-­‐  7. A  lírica  religiosa:  as  Cantigas  de  Santa  Maria  (processo  de  elaboração  e  coordenação).  

8. Recepção  da  lírica  trovadoresca  galego-­‐portuguesa  na  literatura  posterior      

  3.  Materiais  para  o  estudo     Este  segundo  tema   introdutório  poderá  estudar-­‐se  a  partir  de  material  de  tres   tipos  que  será  

entregue  nas  aulas  e/ou  posto  à  disponibilidade  do  aluno  por  meios  virtuais  pela  professora  da  cadeira:  textos   informativos  e  críticos;  textos  de  criação   literária  (cantigas)  com  e  sem  aparato  crítico;   imagens  

conservadas  sobre  diversos  suportes  de   jograis  e  outros  participantes  do  espectáculo  trovadoresco  ou  de  miniaturas   conservadas   nos   códices.   As   antologias   de   lírica  medieval   galego-­‐portuguesa   de   edição  

recente,  com  rigorosos  aparatos  críticos  e  com  estudos  introdutórios,  por  exemplo  e  para  citar  uma  das  mais   actualizadas,   Mongeli,   Lênia   Márcia,   Fremosos   Cantares.   Antologia   da   lírica   medieval   galego-­‐

portuguesa,  Martins  Fontes,  São  Paulo,  2009  

   4.  Método  de  trabalho  aconselhado  

  Para  o  aluno  procedente  do  sistema  escolar  da  Comunidade  Autónoma  da  Galiza  omo  se  pode  comprovar,   trata-­‐se  de  revisar  certas   ideias  gerais  de  cultura  portuguesa   (e   ibérica,  e  románica)  como  ponto  de  arranque  para  o  tratamento  dos  seguintes  temas  do  programa.  O  aluno  deverá  acompanhar  as  aulas,  auxiliando-­‐se  nos  materiais  acima  indicados.    

5. Actividade  a  desenvolver     Dada  a   importância  do   tema,   realizaremos  aqui  um  conjunto  de  actividades  que  poderão   ser  breves   pela   limitação   temporal,   mas   variadas   e   ilustrativas   do   fenómeno   trovadorescas   nas   suas  múltiplas  dimensões:    

-­‐  Leitura  e  análise  dalguns  textos  de  diversos  géneros  da  lírica  medieval,  confrontando  diversas  edições  e  aparatos  críticos.    -­‐  Audição  musical  de  duas  ou  três  cantigas  previamente  seleccionadas  na  aula.  -­‐  Visualização  dos  três  grandes  cancioneiros  (edições  facsimilares)  da  nossa  lírica  medieval  e  do  Pergaminho  Vindel  na  Sala  de  Reservados  da  Biblioteca  da  Faculdade  de  Filologia.  -­‐  Manejo  de  bases  de  dados  da   lírica  medieval  galego-­‐portuguesa  e  busca  de   referências  por  grupos   de   2/e   pessoas   a   Caminho   de   Santiago   /   mouros   /   judeus,   para   exposição   das  conclusões.    6. Competências  trabalhadas  Quase todas, 3.1.a, d, e, f, g, h, i, j. l / 3.2 / 3.3 / 3. 4 7. Dificuldades  principais  

  Não  se  destaca  nenhuma  dificuldade  particular.    

8. Bibliografia  para  ampliar  o  tema    

Brea,  Mercedes   (coord.),   Lírica   Profana  Galego-­‐Portuguesa.   Corpus   completo   das   cantigas  medievais,  com  estudo  biográfico,  análise  retórica  e  bibliografia  específica,  Centro  de  Investigación  Ramón  Piñeiro,  Santiago  de  Compostela,  1996.  Diogo,   Américo   A.   Lindeza  Diogo,   Lírica   galego-­‐portuguesa.   Antologia,   Angelus  Novus   Braga-­‐Coimbra,  1999.  [edição  crítica  acompanhada  de  estudo  introdutório]  Lapa,  Manuel   Rodrigues,   Lições   de   literatura   portuguesa.   Época  medieval,   Coimbra   Editora,   Coimbra,  1977.  

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MedDB.2.  Base  de  datos  da  Lírica  Profana  Galego-­‐Portuguesa  (Brea,  M.,  dir.),  www.cirp.es  

MORÁN CABANAS, Maria Isabel, “Dançando: simbiose artística e espetáculo trovadoresco em José Régio”, in Annabela Rita e Dionísio Vila Maior (coord.), Entre Molduras: imagens e temas em diálogo e transformação emolduradas e expostas em livro!, Lisboa: Esfera do Caos (no prelo) VIEIRA, Yara Frateschi, MORÁN CABANAS, Maria Isabel e SOUTO CABO, José António, O   amor   que   eu   levei   de   Santiago.   Roteiro   da   lírica   medieval   galego-­‐portuguesa,   Noia,  Toxosouto,  2012  Tavani,  Giusseppe,  A  poesia  lírica  galego-­‐portuguesa,  Comunicação,  Lisboa,  1990  [estudo  particularmente  dos  géneros  da  lírica  e  da  transmissão  textual  ]      

BLOCO I TEMA 3. Nascimento da prosa literária portuguesa: a historiografia; a edificação moral-religiosa; a novelística da matéria de Bretanha.

Matérias com que converge em certos pontos: Cultura Portuguesa Literaturas de língua portuguesa Literatura Portuguesa II Relações Galiza-Lusofonia

1. Comentário  ao  gráfico  e  sentido  do  tema     Como  podemos  observar   no   gráfico,   este   terceiro   tema  do  programa   será   objecto   de  menor  dedicação   em   termos   de   tempo   e   desenvolvimento   se   o   compararmos,   por   exemplo,   com   o  anterior.   Inclui   o   estudo   de   crónicas   ou   cronicroes,   anais   e   nobiliários   e   livros   de   linhagens,   que  constituem   para   a   literatura   portuguesa   uma   primeira   experiência   de   prosificação   artística.   De  todos,   mas   particularmente   dalguns   temas   que   serão   abordados   nesste   programa,   tem-­‐se   de  destacar   a   sua   conexão   com  a  Galiza   e   a   sua  pertença   a  um  PATRIMÓNIO   (INDISCUTIVELMENTE)  COMUM.  É  por  isso  que  aparecerão  também  tratados  noutras  tiutalações  da  nossa  faculdade,  tais  como  o  grau  de  FILOLOGIA  GALEGA.  Cabe  chamar  a  atenção  especialmente  para  a  sua  ligação  com  matérias  do  Grau  em  Línguas  e  Literaturas  Modernas:  língua  portuguesa  e  literaturas  lusófonas  que  vêem  marcadas   tanto  por  uma  visão  panorámica   como  Cultura  Portuguesa,   Literaturas  de   Língua  Portuguesa  ou  Relações  Galiza-­‐Lusofonia;  como  com  Literatura  Portuguesa  II,  pela  revivificação  ou  recriação  da  Idade  Média  na  prosa  do  Romantismo  europeu  e  português  (pense-­‐se,  por  exemplo,  na  obra  de  Alexandre  Herculano).    

2. Epígrafes dos pontos a desenvolver 1.A  acção  cultural  do  rei  D.  Dinis  

2. Origens  (escola  de  Afonso  X  o  Sábio)  e  caracterização  geral  da  historiografia  portuguesa  no  século  XIV.  

3. Historiografia   analítica   e   linhagística   (Livros   de   linhagens   ou   Nobiliários):   fontes   e  conteúdos.  

4. Historiografia  cronística:  

4.1.Crónica  Geral  de  Espanha  de  1344,  de  D.  Pedro,  Conde  de  Barcelos.  4.2. Outros   textos   descobertos   (Crónicas   Breves   de   Santa   Cruz   de  Coimbra;   Crónicas  

do  Algarve;  etc.)  5. Os  textos  de  edificação  religosoa  e  moral:    

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6. Sucesso  e  tratamento  da  Matéria  de  Bretanha  em  Portugal:  

6.1. As   novelas   do   Santo   Graal   e   o   seu   conteúdo   (Livro   de   José   de   Arimateia;  História  de  Merlim,  perdida;  Demanda  do  Santo  Graal)  

6.2. O  Amadis  de  Gaula  e  a  problemática  em  torno  da  sua  autoria.  

  3.  Materiais  para  o  estudo  

  Este   segundo   tema   introdutório  poderá  estudar-­‐se  a  partir   de  material   de  dois   tipos  que   será   entregue   nas   aulas   e/ou   posto   à   disponibilidade   do   aluno   por  meios   virtuais   pela  professora   da   cadeira:   textos   informativos;   breve   selecção   de   textos   historiográficos,  

hagiográficos  e  novelescos.       4.  Método  de  trabalho  aconselhado     Como   se   pode   comprovar,   alguns   dos   pontos   do   programa   já   serão   conhecidos   a   partir   da  matéria   Literaturas   de   Língua   Portuguesa   (e   para   alunos   procedentes   do   ensino   secundário   na  Comunidade   Autónoma   da   Galiza,   a   partir   da   literatura   galega).   Trata-­‐se   agora   de   reforçar   esses  conhecimentos   com   mais   atenção,   rigor   e   firmeza.   Em   todos   os   casos   será   importante   confrontar  especialmente  os  materias  de  estudo  acima  citados  e  com  o  Dicionário  das  literaturas  medievais  galega  e  portuguesa  mencionado  na  bibliografia  básica.      

5.  Actividade  a  desenvolver   -Leitura e análise dos textos mais representativos da prosa medieval galego-portuguesa. -Recolha de dados sobre a recepção desta literatura, sobretudo nos âmbitos literários e cinematográficos.

-Visita à exposição virtual: , disponível na rede. 6. Competências trabalhadas

Sobretudo as 3.1.a, c, d, k l / 3.2 / 3.3. / 3.4

7. Dificuldades  principais     Não  se  destaca  nenhuma  dificuldade.    

8. Bibliografia  para  ampliar  o  tema    

Cepeda,   Isabel   Vilhares,   Bibliografia   da   prosa   medieval   em   língua   portuguesa,   Biblioteca   Nacional,  Lisboa,  1995.  [informa-­‐nos  sobre  o  estado  dos  estudos  da  prosa  medieval,  permitindo-­‐nos  descobrir  o   interesse  por  ele  e  as  metodologias  e  perspectivas  seguidas]  Ferreira,  Maria  Ema  Tarracha,  Prosa  e  poesia  medieval,  Ulisseia,  Lisboa,  1998  [interessa  a  selecção  e  classificação  de  textos  em  prosa]  Martins,  Mário,  Estudos  de  cultura  medieval,  Verbo,  Lisboa,  1969-­‐1983  [recolha  de  artigos  dedicados,  entre  outras  temáticas,  a  aspectos  da  matéria  da  Bretanha  e  a  textos  de  edificação  moral  e  religiosa]                            

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BLOCO I TEMA 4. A prosa doutrinal da Corte da Geração de Avis (ou “Ínclita Geração”)

Matérias da titulação com que converge em certos pontos: Cultura Portuguesa Relações Galiza-Lusofonia

1.  Comentário  ao  gráfico  e  sentido  do  tema     Como   podemos   observar   no   gráfico,   este   quarto   tema   do   programa   será   objecto   de  menor  dedicação  em  termos  de  tempo  e  desenvolvimento  se  o  compararmos  com  outros  do  programa.  Inclui  o  estudo  de  um  período  que  compreende  essencial  os  finais  do  século  XIV  e  inícios  do  século  XV,  no  qual  já   se   deteca   um   mundo   em   transformação   cultural   e   ideológica   com   a   laicização   do   ensino   e   da  investigação,   com   interesse   particular   pelos   mistérios   da   Natureza   e   um   conhecimento  mais   real   do  Homem   –   o   que   suporá   uma   debilitação   do   gosto   pela   arte   cavaleiresca   que   tanto   apogeu   teve   em  tempos   anteriores   (abordados   noutros   ítens   deste   programa).   Assim,   o   âmbito   da   geração   de   Avis  represeta   em   certa  medida   um  CONTRAPONTO  ao   anteriormente   visto   da   perspectiva   temática:   vem  representar  a  primeira  passagem  para  uma  visão  mais  ampla  do  universo  e  uma  instrospecção  mais  livre  do   homem.   Embora   de   forma  muito  mais   leve   do   que   outras   temas   do   programa,   pode   ligar-­‐se   com  ítens   de   Literaturas   de   Língua   Portuguesa.   E,   concretamente   a   partir   de   certos   aspectos   que   serão  comentados,   com   a   Cultura   Portuguesa   e   as   Relações   Galiza-­‐Lusofonia.   ÍNTIMA   RELAÇÃO:   SERVIRÁ  MESMO  DE  INTRODUÇÃO  PARA  O  CAPÍTULO  SEGUINTE.  

  2. Epígrafes dos pontos a desenvolver

1. Panorâmica  social  e  promoção  cultural  na  geração  de  Avis.    

2. Regras  de  comportamento  e  mudanças  na  mentalidade  a  partir  de  uma  “cultura  oficial”  para  EDUCAR  O  ESPÍRITO,  DISCIPLINAR  O  COPRO  E  FORMAR  O  HOMEM:  

2.1.  A  obra  de  D.  João  I:  o  Livro  da  Montaria  2.2.  A  obra  de  D.  Duarte:    

2.1.1. O  Leal  Conselheiro  2.1.2. O  Livro  de  Ensinança  de  Bem  Cavalgar  Toda  Sela  

2.1.3. O  Livro  dos  Conselhos  (Livro  da  Cartuxa)    

2.3. A  obra  de  D.  Pedro:  Livro  da  Virtuosa  Benfeitoria.  3. Outros   tratados   didácticos   do   “mens   sana   in   corpore   sano”   em   Portugal   e   na   literatura  

europeia  da  época.  

    3.  Materiais  para  o  estudo     Este  segundo  tema  introdutório  poderá  estudar-­‐se  a  partir  de  material  de  dois  tipos  que  será  entregue  nas  aulas  e/ou  posto  à  disponibilidade  do  aluno  por  meios  virtuais  pela  professora  da  cadeira:  

textos   informativos;   breve   selecção   dos   textos   de   teor   didáctico   mencionados   nas   epígrafes.  Especialmente  seguiremos  nas  nossas  aulas  o  estudo  organizado  por  Lênia  Márcia  Mongelli  sob  o  título  

A  literatura  doutrinal  na  Corte  de  Avis,  Martins  Fontes,  São  Paulo,  1999.  

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  4.  Método  de  trabalho  aconselhado     Leitura  crítica  dos  textos  que  acompanharão  o  decorrer  das  aulas.  

 5. Actividade  a  desenvolver  

Localização  e  leitura  da  definição  da  saudade  na  obra  de  D.  Duarte  BUSCA   NA   REDE   doutros  manuais   didácticos   do   século   XV   sobre   a   formação   do   corpo   e   da  mente  noutras  LITERATURAS  EUROPEIAS    

6. Competências  trabalhadas  Particularmente  3.1.  a,  c,  e,  l  /  3.2.  /  3.3    

 7. Dificuldades  principais  

  Não  se  destaca  nenhuma  dificuldade.    

8. Bibliografia  para  ampliar  o  tema  MARTINS,  Mário,  Estudos  de  cultura  medieval,  Verbo,  Lisboa,  1969-­‐1983  

[recolha  de  artigos  dedicados,  entre  outras  temáticas,  às  obras  produzidas  pelos  membros  da  Dinastia  de  Avis,  reconstituindo  o  pulsar  de  uma  sociedade:  crenças,  dúvidas,  da  matéria  da  Bretanha  e  a  textos  de  edificação  moral  e  religiosa]    

MONGELLI,   Lênia  Márcia,  A   literatura   doutrinal   na   Corte   de   Avis,  Martins   Fontes,   São   Paulo,  

1999.  [conjunto  de  estudos  classificados  pelas  suas  correspondentes  finalidades  didácticas:  formando  o  corpo;  formando  o  homem;  formando  o  cidadão]     MORÁN   CABANAS,   Maria   Isabel,   “A   propósito   da   erudição   greco-­‐latina   e   da   imagística   na  Crónica   da   Tomada   de   Ceuta,   de   Gomes   Eanes   de   Zurara”,   in   TroianAlexandrina.   Anuario   sobre  literatura  medieval   de  Materia   Clásica   /   Journal   on  Medieval   Literature   Containing   Classical  Material,  Brepols,  nº  4,  2004,  pp.  163-­‐186   BLOCO I TEMA 5. As crónicas de Fernão Lopes e textos historiográficos dos seus sucessores

Matérias da titulação com que converge

em certos pontos: Cultura Portuguesa Literaturas de língua portuguesa Literatura Portuguesa II Literatura Portuguesa III Relações Galiza-Lusofonia Sociologia das Literaturas em Língua Portuguesa

1. Comentário  ao  gráfico  e  sentido  do  tema     Como   podemos   observar   no   gráfico,   este   quinto   tema   do   programa   apresenta   grande  relevância  dentro  do  nosso  programa  e  será  dedicada  uma  notável  parte  do  nosso  tempo  no  seio  do  bloco   I,   dedicado   à   Idade   Média.   Em   Fernão   Lopes   evidencia-­‐se   um   importantíssimo   salto  epistolomólogico   em   relação   a   textos   historiográficos   que   já   temos   visto   noutros   temas   do  programa   desenvolvidos   anteriormente:   ele   advoga   sobretudo   pelo   conceito   de   VERDADE   e   pela  inclusão  da  “ARRAIA  MIÚDA”   (a  massa  popular)  na  construção  da  história  do  país.  As  crónicas  de  Fernão   Lopes   constituem  um   importante   documento   para   o   estudo   da  História   de   Portugal   e   da  

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Cultura  Portuguesa  que  serão  leccionadas  na  titulaçom  de  Grau  em  Lingua  e  Literatura  Modernas:  XXXXXXXXXX.   Aliás,   descobre-­‐se   nela   a   CONSTRUÇÃO   E   CONSOLIDAÇÃO   DE   UMA   IMPORTANTE  SÉRIE  DE  MITOS  DA  CULTURA  PORTUGUESA,  especialmente  o  do  Condestável  Nuno  Álvares  Pereira;  e   o   de   Inês   Pereira,   recriados   ao   longo   de   toda   a   literatura   portuguesa   posterior   (em   obras   que  serão  abordadas  com  atenção  no  nosso  programa  e   ,  ainda,  noutras  que  serão  objecto  de  estudo  em   Literatura   Portuguesa   II;   Literatura   Portuguesa   III   ;   Literaturas   Comparadas   na   Lusofonia;   e  Relações  Galiza-­‐Lusofonia,  a  partir  de  diversos  pontos  que  aqui  serão  destacados  (apenas  para  citar  um  caso,  a  origem  galega  de  Inês  de  Castro  e  a  sua  presença  na  literatura  galega  do  Ressurgimento,  por  exemplo).      

2. Epígrafes dos pontos a desenvolver 1. Concepção   da   historiografia   na   segunda   metade   do   século   XV   e   na   abertura   para   um  

humanismo:  conflito  e  complementariedade.  

2. A  figura  de  Fernão  Lopes,  cronista-­‐mor  do  Reino  (ou  arquiveiro-­‐mor  da  Torre  do  Tombo)  e  as  conjunturas  sociopolíticas  do  seu  papel.    

3. A  obra  cronística  de  Fernão  Lopes:    3.1. A  Crónica  de  D.  Pedro  e  as  raízes  do  mito  de  Inês  de  Castro.  

3.2. História  de  vencidos  e  história  de  vencedores:  3.2.1. A  Crónica  de  D.  Fernando    

3.2.2. A  Crónica  de  D.  João  I  e  as  perspectivas  da  batalha  de  Aljubarrota  4. A  Crónica  do  Condestável,  a  questão  da  autoria  e  as  raízes  dum  mito  

5. Outros  cronistas  posteriores  a  Fernão  Lopes,  as  suas  perspectivas  e  concepções:      

  3.  Materiais  para  o  estudo     Este  segundo  tema  introdutório  poderá  estudar-­‐se  a  partir  de  material  de  dois  tipos  que  será  entregue  nas   aulas   em  papel   impresso   e/ou  posto   à   disponibilidade  do   aluno  por  meios   virtuais   pela  professora  da  cadeira.  Seguiremos  a  antologia  organizada  por  Maria  Ema  Tarracha  Ferreira,  Crónicas  de  

Fernão  Lopes,  Ulisseia,  Lisboa,  1983.        

  4.  Método  de  trabalho  aconselhado     Como   se   pode   comprovar,   alguns   dos   pontos   do   programa   já   serão   conhecidos   a   partir   da  matéria  Literaturas  de  Língua  Portuguesa,  tratando-­‐se  neste  caso  de  reforçar  esses  conhecimentos  com  mais   atenção.   Em   todos   os   casos   será   importante   confrontar   especialmente   os   materiais   de   estudo  acima  citados.    

5.Actividade  a  desenvolver  Em  grupos  de  2/3  alunos   far-­‐se-­‐á  uma  distribuição  de  análises  com   juízo  crítico  de  diferentes  

aspectos  ou  presenças  na  obra  de  Fernão  Lopes:  a  focagem  dos  judeus  /  o  papel  do  Condestável  Nuno  Álvares  Pereira  /  o  papel  de  Leonor  Teles,  viúva  do  rei  D.  Fernando.  Análises  e  conclusões  serão  expostas  nas  aulas.  

Visualização  do  filme-­‐curtametragem  O  Trono,  uma  adaptação  animada  da  batalha  de  Aljubarrota,  da  directora  Margarida  Cardoso  em  2008,  e  estabelecimento  de  um  breve  colóquio  sobre  o  tema.  

 6. Competências  trabalhadas  Quase  todas:    2.1.a,  c,  d,  g,  h,  i,  k,  l  /  2.2.  /  2.3  /  2.4.  

7. Dificuldades  principais  

  Não  se  destaca  nenhuma  dificuldade  em  particular.    

8.  Bibliografia  para  ampliar  o  tema    

AMADO.  Teresa,  Fernão  Lopes  contador  de  história,  Lisboa,  Estampa,  1991.    [foca  a  Crônica  de  D.  João  I,  analisando  as  estratégias  de  convicção  no  discurso  de  Fernão  Lopes]  REBELO,  Luis  de  Sousa,  O  Poder  Político  em  Fernão  Lopes,  Horizonte,  Lisboa,  s.d.  

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BLOCO II TEMA 6. O Cancioneiro Geral de Garcia de Resende e a poesia peninsular do século XV: sobrevivências, contactos e novas atitudes.

Matérias da titulação com que converge em certos pontos: Cultura Portuguesa História de Portugal Literatura Portuguesa II Sociologia das literaturas em literaturas em língua portuguesa

1. Comentário  ao  gráfico  e  sentido  do  tema     Situamo-­‐nos  neste  momento  no  BLOCO  DE  TRANSIÇÃO,  perante  um  tema  em  que  poderemos  revisar   algumas   ideias   já   extraidas   durante   o   desenvolvimento   do   programa   e   no   qual   se   avançarão  outros  aspectos  de  primordial  importância.  É  este  um  “TEMA  CHARNEIRA”  pois  o  Cancioneiro  Geral  de  Garcia   de   Resende   representa   sobretudo   uma   produção   literária   de   ENTRE   TRADIÇÃO   E   INOVAÇÃO,  quer   dizer,   entre   a   IDADE   MÉDIA   E   A   RENASCENÇA.   Nesse   universo   de   mutação,   correspondente  cronologicamente  ao  encavalgamento  entre  dois  séculos  (XV  e  XVI)  o  espírito  medievalizante  comparte  espaço  com  novos  valores   ligados  a  novas  conjunturas  sociopolíticas,  especialmente  marcadas  por  um  clima   de   exaltação   nacionalista   e   um   sentimento   euforizante   no   seio   da   Europa   dos   descobrimentos.  Converge,   assim,   com  programas   relativos   à  História  de  Portugal,   Cultura  Portuguesa  e   as   Sociologias  das  Literaturas  em  Língua  Portuguesa.  

 

2. Epígrafes 1.Clima  de  exaltação  nacionalista  perante  Europa:  programa  de  intenções  e  processo  de  colecção  e  produção  de  textos  (o  Cancioneiro  Geral  como  documento  e  monumento).  2.Revisão  da  tradição  cancioneril  peninsular  no  século  XV:    

2.1.Conexão   com   a   literatura   castelhana   dos   “cancioneros”   e   prática   do   bilinguismo  português/espanhol  em  Portugal  (presença  e  razões).  2.2.Retórica   e   funções   da   poesia   no   âmbito   cortesãoCrónica   do   Condestável,   a   questão   da  autoria  e  as  raízes  dum  mito  

3.Os  vectores   temáticos  do  Cancioneiro  Geral  de  Garcia  de  Resende  e  a  primeira  aproximação  do  tema  dos  descobrimentos  na  literatura  portuguesa.  4. Fortuna  crítica  ou  recepção  do  Cancioneiro  Geral  de  Garcia  de  Resende.  5. Tratamente  de  autores  e  textos:    

5.1.Garcia  de  Resende  e  o  seu  polifacetismo  5.2.Anrique  da  Mota  e  os  esboços  dramáticos  5.3.João  Roiz  de  Castelo  Branco  e  a  crítica  humanista  às  descobertas  5.4.Álvaro  de  Brito  Pestana  como  analista  social  e  o  antisemitismo  5.5.Jorge  de  Aguiar  e  a  tradição  antifemista  

 

  3.  Materiais  para  o  estudo     Este  segundo  tema  introdutório  poderá  estudar-­‐se  a  partir  de  material  de  dois  tipos  que  será  entregue  nas   aulas   em  papel   impresso   e/ou  posto   à   disponibilidade  do   aluno  por  meios   virtuais   pela  

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Guia Didático da matéria Literatura Portuguesa I

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professora   da   cadeira   e   os   textos   relativos   à   figura   de   Inês   de   Castro   e   aos   esboços   dramáticos   de  

Anrique  da  Mota   reunidos  por  Maria   Isabel  Morán  Cabanas  em  Festa,   teatralidade  e  escrita.   Esboços  teatrais   no   Cancioneiro   Geral   de   Garcia   de   Resende,   Biblioteca-­‐Arquivo   Teatral   F.   Pillado   Mayor-­‐

Universidade  da  Coruña,  A  Coruña,  2003.      

  4.  Método  de  trabalho  aconselhado     Será   importante   confrontar   especialmente  os  materias   de  estudo  acima   citados   e  os  doutros  temas  anteriores,   revisando-­‐os  para  abordar  este  período  de  transição  com  maior  segurança.  Convém  fazer   sempre  uma   leitura  atenta  dos   textos,   com  espírito   crítico,   sob  uma  perspectiva   comparatista  e  deparando  nas  intertextualidades.      

5.Actividade  a  desenvolver     Leitura,   análise   e   debate   sobre   composições   poéticas   do   Cancioneiro   Geral   de   Garcia   de  Resende   sobre   a   focagem   da   mulher;   etnias   sociais   na   península   (cristãos,   mouros   e   judeus),  castelhanos   (presença   do   bilinguismo)   e   consequências   das   descobertas   para   a   sociedade   e   cultura  portuguesa.     Cotejo   de   textos   e   imagens   de   outras   manifestações   artísticas   coetâneas:   Mosteiro   dos  Jerónimos  e  Torre  de  Belém.    

6. Competencias  trabalhadas  Todas: 2.1. (íntegro), 2.2., 2.3, 2.4. 7. Dificuldades  principais  

  Não  se  destaca  nenhuma  dificuldade.    

8. Bibliografia  para  ampliar  o  tema  DIAS,   Aida   Fernanda,   Cancioneiro   Geral   de   Garcia   de   Resende,   Imprensa   Nacional-­‐Casa   da  Moeda,   6  vols.    [os   primeiros   quatro   volumes   constituem   a   edição   do   Cancioneiro;   o   quinto   é   temático;   e   o   sexto  dicionário]  MORÁN  CABANAS,  Maria  Isabel,  Traje,  gentileza  e  poesia.  A  moda  e  a  vestimenta  no  Cancioneiro  Geral  de  Garcia  de  Resende,  Estampa,  Lisboa,  2002.  [o  motivo  da  moda  e  da  vestimenta  apresenta-­‐se   como  um  dos  nucleares  no  Cancioneiro,   já  desde  o  próprio  prólogo  e  aqui  se  explica  quais  são  as  razões]    MORÁN   CABANAS,  Maria   Isabel,   “Memória   de   célebres   apaixonados   como   património   cultural  português  e   ibérico  no  Cancioneiro  Geral  de  Garcia  de  Resende",  Signum.  Revista  da  Abrem,  vol.   13,   nº   2,   2012   (online:  http://www.revistasignum.com/signum/index.php/revistasignumn11/article/view/75)  MORÁN   CABANAS,   Maria   Isabel,   "O   modelo   de   poeta-­‐amante   no   Cancioneiro   Geral:   a  presença   de   Macias   em   debates   e   comparações",   in   Brea,   Mercedes,   Corral   Díaz,   Esher   e  Pousada  Cruz,  Miguel  A.     (coordenadores),  Paródia  e  Debates  metaliterários  na  Idade  Média,  Alessandria,  Edizioni  dell'Orso,  pp.  69-­‐482.  RIBEIRO,  Cristina  Almeida,  Cancioneiro  Geral  de  Garcia  de  Resende,  Comunicação,  Lisboa,  199  [antologia  com  estudo  introdutório,  glossário  e  sugestões  de  leitura]      BLOCO II TEMA 7. O teatro de Gil Vicente como ponto de chegada e partida

Matérias da titulação com que converge em certos pontos:

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Cultura Portuguesa História de Portugal Literaturas de Língua Portuguesa Sociologia das literaturas em literaturas em língua portuguesa

1. Comentário  ao  gráfico  e  sentido  do  tema     Situamo-­‐nos   neste   momento   no   BLOCO   DE   TRANSIÇÃO,   perante   um   tema   em   que   também  poderemos  revisar  algumas  ideias  já  extraidas  durante  o  desenvolvimento  do  programa  e  no  qual  se  avançarão   outros   aspectos   de   particular   relevância.   Para   além   de   ter   um   peso   próprio   muito  importante,  interassa-­‐nos  suablinhar  aqui  o  seu  papel  como  “TEMA  CHARNEIRA”:  ENTRE  TRADIÇÃO  E   INOVAÇÃO,   IDADE   MÉDIA   E   A   RENASCENÇA.   Nesse   universo   de   mutação,   o   espírito  medievalizante   comparte   espaço   com   novos   valores   ligados   a   novas   conjunturas   sociopolíticas,  especialmente  marcadas  pela  visão  de  novos   factores  como  os  descobrimentos.  Assistimos  aqui  à  TEATRALIZAÇÃO  da  realidade  coetânea  a  Gil  Vicente  sob  diversas  perspectivas,  dando  un   lugar  de  destaque  às  conexões  e  desconexões  das  três  etnias  que  constituiam  nessa  altura  o  puzzle  social  de  Portugal:  cristã,  judaica  e  muçulmana.    

2. Epígrafes dos pontos a desenvolver   1.  Esboços  dramáticos  e  indefinição  de  géneros  no  mundo  medieval:  

1.1. A  propósito  do  filão  litúrgico  1.2. A  propósito  do  filão  profano  (arremedilhos,  momos,  entremezes).  

2. A  figura  de  Gil  Vicente:  identidade,  mitificación  na  cultura  portuguesa  e  cânone.  3. A  questão  da  autoria    4. Perspectivas  de  classificação  e  versatilidade  vicentina  (crítica,  humor,  lirismo...)  5. Focagens  da  realidade  social:  consequências  do  descobrimentos;  crítica  anticlerical;  crítica  

à  administração  da  justiça;  convívio  de  diferentes  etnias;  etc.  6. A  “escola  vicentina”:  vicissitudes  editoriais  e  representantes  

  3.  Materiais  para  o  estudo     Este  segundo  tema  introdutório  poderá  estudar-­‐se  a  partir  do  material  que  será  entregue  nas  aulas  em  papel   impresso  e/ou  posto  à  disponibilidade  do  aluno  por  meios  virtuais  pela  professora  da  

cadeira  e  de  peças  extraídas  da  antologia  com  anotações  publicada  como  Sátiras  sociais,  publicada  pela  Europa-­‐América,  Lisboa,  Mem  Martins,  s.d.           4.  Método  de  trabalho  aconselhado     Como   se   pode   comprovar,   alguns   dos   pontos   do   programa   já   serão   conhecidos   a   partir   da  matéria  Literaturas  de  Língua  Portuguesa,  tratando-­‐se  neste  caso  de  reforçar  esses  conhecimentos  com  maior  pormenorização.  Será  importante  confrontar  especialmente  os  materiais  de  estudo  acima  citados.    

5. Actividade  a  desenvolver     Exposição  com  leitura/cenificação  na  sala  da  aula  de  trechos  de  peça  do  teatro  de  Gil  Vicente,  concluida  com  debate  posterior  sobre  aspectos  tratados  (especialmente  sobre  focalização  da  mulher;  de  minorias  sociais;  da  dupla  cara  das  descobertas).  Tal  tarefa  será  distribuída  em  grupos  de  duas  pessoas  e  a  partir  do  Auto  do  Inferno,  Farsa  de  Inês  Pereira,  Auto  da  Índia  e  Juiz  da  Beira.     Busca   na   rede   da   fortuna   crítica   e   recepção  da   figura   e   obra   vicentina   até   aos   nossos   dias   a  partir  de  representações  teatrais;  romances;  etc.  

 6. Competências  trabalhadas    Todas  as  específicas,  instrumentais,  sistémicas  e  os  valores  atitudinais  acima  mencionados  

7. Dificuldades  principais  

  Não  se  destaca  nenhuma  dificuldade.    

8. Bibliografia  para  ampliar  o  tema  

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 BERNARDES,  J.  Augusto  Cardoso,  Gil  Vicente,  Edições  70.  2008.  [a   discussão   sobre   o   cânone   nos   últimos   anos   da   investigação   literária   à   ponderação   de  elencos  de  autores  considerados  canónicos  e,  na  sequência  dessa  ponderação,  à  acentuação  da   função   pedagógica   e   de   legitimação   simbólica   atribuída   a   esses   elencos,   não   podendo  excluir-­‐se  daí  a  abordagem  de  Gil  Vicente]  BERNARDES,  J.  Augusto  Cardoso,  Sátira  e  lirismo  no  teatro  vicentino,  Universidade  de  Coimbra,  Coimbra,  1995.  [estudo   dos   modelos   através   dos   quais   se   realiza   a   síntese   de   sátira   e   lirismo   nas   peças   deste  dramaturgo]  MUNIZ,  MÁRCIO,  Cenas  vicentinas,  UEFS,  Feira  de  Santana,  2008  [estudo  das  pontes  que  Gil  Vicente  estabelece  entre  o  medievo  e  um  novo  mundo  e  da  adaptação  de  diversos  motivos  ao  campo  teatral]                                                              

BLOCO III TEMA 8. Portugal de Quinhentos e apresentação do Novo Mundo nas suas múltiplas dimensões: a obra de Sá de Miranda

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Matérias da titulação com que converge em certos pontos: Cultura Portuguesa História de Portugal Literaturas de Língua Portuguesa Literatura Portuguesa II Sociologia das literaturas em língua portuguesa

1. Comentário  ao  gráfico  e  sentido  do  tema   Situamo-nos neste momento no início do BLOCO III, correspondente à abordagem da Renascença na Literatura Portuguesa e ao início da chamada Idade Moderna. Este tema tem uma importante relevância, servindo-nos como introduçao a outros que serão analisados posteriormente nas aulas. As literaturas castelhana e italiana serão necessariamente referidas, porque foi sobretudo através delas que chegou a Portugal um novo modo de encarar a cultura e novos valores. A obra de Sá de Miranda é mesmo PIONEIRA em Portugal e como tal devemos sublinhar o seu papel como modelo de uma mudança estético e ideológica. Por outro lado, também servirá de CONTRAPONTO ou ponto de oposição no que diz respeito, por exemplo, ao teatro vicentino.

2. Epígrafes dos pontos a desenvolver 1. Consolidação   de   uma   nova   atitude   perante   a   arte   e   revisão   dos   conceitos   HUMANISMO,  

CLASSICISMO  E  RENASCIMENTO.    2. A  obra  de  Sá  de  Miranda  como  poeta,  teorizador  estético  e  dramaturgo.  

2.1.Estudo  das  Epístolas:  fontes  e  críticas  à  realidade  coetânea  2.2.Sonetos:  imitatio  de  Petrarca  2.3.Estrangeirados:  concepção  da  comédia.    

3. A  questão  da  fixação  dos  textos  4.  Os  “zagais  de  Estremadura”  e  outros  coetâneos:    

4.1. Pero  de  Andrade  Caminha    4.2. Diogo  Bernardes.  

 

    3.  Materiais  para  o  estudo     Este  segundo  tema  introdutório  poderá  estudar-­‐se  a  partir  de  material  que  será  entregue  nas  

aulas  em  papel   impresso  e/ou  posto  à  disponibilidade  do  aluno  por  meios  virtuais  pela  professora  da  cadeira.  Seguir-­‐se-­‐á  selecção  elaborada  por  Silvério  Augusto  Benedito,  Sá  de  Miranda.  Poesia  e  teatro,  

Ulisseia,  Lisboa,  s.d.  

      4.  Método  de  trabalho  aconselhado     Como   se   pode   comprovar,   alguns   dos   pontos   do   programa   já   serão   conhecidos   a   partir   da  matéria   Literaturas   de   Língua   Portuguesa   e   também   sobre   alguns   deles   já   se   terá   certa   referência   a  partir   da   sua   abordagem   em   temas   anteriores   desta   cadeira.   Será   importante   utilizar   sempre   uma  confrontação  crítica,  comparatista  e  atenta  à  intertextualidade  e  cotejar  a  informação,  revisando  dados  anteriores  e  assimilando  nova  informação.    

5. Actividade  a  desenvolver     Análisde  de  poemas  de  Sá  de  Miranda,  concluida  com  um  debate  a  partir  dos  célebres  versos  de  crítica  social  “ao  cheiro  desta  canela,  o  reino  nos  despovoa”  que  deverão  confrontar-­‐se  com  outros  relativos  às  descobertas  já  vistos  em  temas  anteriores  e  com  a  recepção  que  tiveram  até  aos  nossos  dias  em  diversos  contextos  (facilmente  localizáveis  com  uma  busca  na  rede)     Leitura  em  voz  alta  de  primer  trecho  da  comédia  Estrangeiros  e  confronto  da  concepção  teatral  Gil  Vicente  /  Sá  de  Miranda  num  breve  colóquio  estabelecido  entre  os  alunos  na  sala  de  aulas    

6. Competências  trabalhadas  Quase todas: 2.1.b, c, d, e, f, g, j, k. L / 2.2 / 2.3 / 2,4 7. Dificuldades  principais  

  Não  se  destaca  nenhuma  dificuldade.  

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8. Bibliografia  para  ampliar  o  tema  BERNARDES,  José  Augusto  Cardoso,  O  bucolismo  português.  A  écloga  do  Renascimento  e  do  Maneirismo,  Coimbra,  1988.  [estudo  do  bucolismo  em  Portugal,  dos  seus  representantes  e  das  suas  influências  ou  fontes]  DIOGO,  Américo  A.  Lindeza,  As  lágrimas  de  Miranda:  sobre  a  poesia  de  Sá  de  Miranda,  Angelus  Novus,  Braga,  1985.  [monografia  sobre  a  poesia  de  Sá  de  Miranda:  todos  os  géneros  e  temas]  EARLE,  Thomas  F.,  Temas  e   Imagem  na  Poesia  de  Sá  de  Miranda,   Imprensa  Nacional-­‐Casa  da  Moeda,  Lisboa,  1985.  [monografia  sobre  a  poesia  de  Sá  de  Miranda:  todos  os  géneros  e  temas]                                                              

BLOCO III TEMA 9. O bucolismo de Bernardim Ribeiro e a novela Menina e Moça na sua heterogeneidade.

Matérias da titulação com que converge em certos pontos: Cultura Portuguesa Literaturas de Língua Portuguesa Literatura Portuguesa III

1. Comentário  ao  gráfico  e  sentido  do  tema  

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  Neste   ponto   do   nosso   percurso   já   estamos   integrados   nas   vicissitudes   da   Renascença   na  literatura   portuguesa   e   das   suas   constantes.   E   precisamente   se   falarmos   de   BUCOLISMO   em  Portugal  a  obra  de  Bernardim  Ribeiro  tem  de  ocupar  um  lugar  importante,  pois  faz  parte  tanto  da  sua   lírica   como   da   sua   novela  Menina   e  Moça   (ou   Livro   das   Saudades).   A   heteregionidade   desta  novela   levou   a   diversas   interpretações   críticas   nas   últimas   décadas   em   chave   BUCÓLICA,  CAVALEIRESCA,   SENTIMENTAL   E   ATÉ   MÍSTICA,   sublinhando   aspectos   que   serão   especialmente  abordados   nas   aulas   e   que   se   ligam   também   a   existência   envolta   em   MISTÉRIO   do   próprio  Bernardim   Ribeiro.   Como   vemos   no   gráfico   de   acima,   o   tema   10   relaciona-­‐se   directa   ou  indirectamente   com   outros   já   abordados   por   nós;   com   mitos   como   a   Saudade,   ou   gostos   pela  intriga   de   cavalarias,   e     outros   abordados   em   Cultura   Portuguesa;   assim   como   com   factos,   de  importante   repercusões   na   História   de   Portugal,   tal   como   a   expulsão   dos   judeus   de   Portugal,  decretada  em  1496.    

2. Epígrafes dos pontos a desenvolver

1. A  figura  de  Bernardim  Ribeiro:  uma  rede  de  enigmas  e  hipóteses.  

2. O  espólio  literário  de  Bernardim  Ribeiro:    2.1. Do  lirismo  palaciano  ao  bucolismo.  Análise  das  Éclogas.  

2.1. A  novela  Menina  e  Moça  na  sua  heterogeneidade:  2.1.1. Proposta  de  leituras:  bucólica,  cavaleiresca,  sentimental  e  mística.  

2.1.2. A  questão  editorial:  confronto  das  edições  de  Ferrara  e  Évora  3.  A  écloga  Crisfal  e  a  problemática  da  sua  autoria.    

      3.  Materiais  para  o  estudo     Este  segundo  tema  introdutório  poderá  estudar-­‐se  a  partir  de  material  que  será  entregue  nas  

aulas  em  papel   impresso  e/ou  posto  à  disponibilidade  do  aluno  por  meios  virtuais  pela  professora  da  cadeira.  Para  e  leitura  de  Menina  e  Moça,  principal  objecto  de  estudo  deste  tema,  aconselha-­‐se  a  edição  

de   Europa-­‐América,   com   prólogo   de   José   Hermano   Saraiva   e   notas   de   M.   Lourdes   Saraiva,   Ulisseia,  1996.  ou  a  da  Comunicação  (Lisboa,  1994),  feita  por  Teresa  Amado.  

 

  4.  Método  de  trabalho  aconselhado     Leitura  atenta  de  Menina  e  Moça  numa  das  edições  com  aparato  crítica  referidas  acima.  Aliás,  convém  particularmente  ter  em  conta  acontecimentos  da  história  de  Portugal  nos  finais  do  século  XV  e,  de  forma  particular  para  este  tema,  a  expulsão  dos  Judeus,  que  se  poderá  consultar  em  dicionários  de  história  de  Portugal  citados,  por  exemplo,  na  bibliografia  básica  desta  cadeira  (impressos  ou  online).      

5. Actividade  a  desenvolver     Confronto  de  diversas  edições  modernas  de  Menina  e  Moça  que  serão  trazidas  às  aulas.     Análise  dalgum  texto  ilustrativo  e  comentário  a  partir  da  focalização  da  mulher  protagonista  e  presença  de  minorias  religiosas  e/ou  sociais  na  obra.      

6. Competências  trabalhadas  

Com mais intensidade, 2.1.b, c, d, e, f, g, h, k, l / 2.2/ 2.3 / 2.4. 7. Dificuldades  principais  

  Não  se  destaca  nenhuma  dificuldade.    

8. Bibliografia  para  ampliar  o  tema    

BRAGA,  Teófilo,  Os  bucolistas.  Bernardim  Ribeiro  e  os  bucolistas,  s.ed,  Porto,  1872.    [livro  já  clássico  quanto  ao  esstudo  do  bucolismo  em  Portugal,  com  especial  destaque  para  este  autor:  modelos  e  atitudes]  MACEDO,  Helder,  Do  Significado  Oculto  de  Menina  e  Moça,  Moraes,  Lisboa,  1977    

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Guia Didático da matéria Literatura Portuguesa I

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[uma  proposta  de   leitura  em  chave  mística  que  seguiremos  nas  nossas  aulas,  partindo  da  hipótese  do  judaísmo  de  Bernardim  Ribeiro  e  dos  seus  condicionantes]  Lembrem-­‐se   os   estudos   introdutórios   às   duas   edições   de   Menina   e   Moça   acima   citadas,  especialmente  o  de  Teresa  Amado  (Comunicação,  Lisboa,  1994).                                                                  BLOCO III TEMA 10. Lirismo e teatro renascentista de António Ferreira (para uma consolidação do mito de Inês de Castro).

Matérias da titulação com que converge em certos pontos: Cultura Portuguesa Literaturas de Língua Portuguesa Literatura Portuguesa III Literaturas comparadas na lusofonia Relações Galiza-Lusofonia Sociologia das literaturas em língua portuguesa

1. Comentário  ao  gráfico  e  sentido  do  tema  

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11

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Guia Didático da matéria Literatura Portuguesa I

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  Neste   ponto   do   nosso   percurso   já   estamos   integrados   o   âmbito   da   Renascença   e   das   suas  constantes  na  literatura  europeia  e  portuguesa.  Como  pode  observar-­‐se  no  gráfico  de  acima,  a  obra  de   António   Ferreira   ocupa   um   lugar   importante   do   nosso   temário,   pois   ilustra   bem   a   defesa   do  VALOR   DAS   LETRAS   E   DA   CULTURA   num   clima   de   exaltação   nacionalista   e   à   luz   dos   IDEAIS  HUMANISTAS.  A  sua  abordagem  liga-­‐se  particularmente  ao  apelo  de  uma  obra  épica  para  Portugal,  que  será  respondido  particularmente  com  Os  Lusíadas,  da  autoria  de  Luís  de  Camoes  (veja-­‐se  tema  11),   e   ao   estudo   da   consolidação   do  mito   de   Inês   de   Castro   (já   com   um   percurso   comentado   e  novamente  elevado  a  esta  categoria  por  Camões).  A  mitificação  de  Inês  de  Castro  pode  observar-­‐se  na   literatura   de   todos   os   tempos   e   latitudes   sob   diversas   perspectivas   (daí   a   sua   relação   com  as  Literaturas  Comparadas  na  Lusofonia  e  particularmente  nas  Relações  Galiza-­‐Lusofonia,  dada  a  sua  utilização  no  discurso  nacionalista  do  Ressurgimento,  por  exemplo).    

2. Epígrafes dos pontos a desenvolver 1. Formação  intelectual  de  António  Ferreira:  

1.1. Magistério  clássico,  relações  e  inovações  1.2. Valor  da  cultura  e  das  letras  “ao  serviço  da  pátria  

2. Poemas  Lusitanos  e  a  exaltação  da  língua  e  da  história  de  Portugal.  2.1. Obra  dramática  de  António  Ferreira.  A  tragédia  A  Castro:  2.2. Ideologia  moral  e  político-­‐social:  maquiavelismo  ou  antimaquiavelismo?  

3.  Revistação  do  mito  e  nova  criação         3.  Materiais  para  o  estudo     Este  segundo  tema  introdutório  poderá  estudar-­‐se  a  partir  dos  textos  seleccionados  de  Poemas  Lusitanos,   que   será  entregue  nas  aulas  em  papel   impresso  e/ou  posto  à  disponibilidade  do  aluno  por  

meios  virtuais  e  uma  edição  crítica  da  tragédia  A  Castro,  sendo  particularmente  recomendável  seguir  a  preparada  por  M.  Rosa  Alvarez  Sellers  e  publicada  pela  Biblioteca Arquivo Teatral Francisco Pillado

Mayor-Universidade da Coruña, A Coruña, 2000.  

      4.  Método  de  trabalho  aconselhado     Convém  ter  em  conta  unha  perspectiva  comparatista  no  tratamento  deste  temas,  lembrando  as  perspectivas   que   já   foram   comentadas   anteriormente   e   cotejando-­‐as,   tanto   no   que   diz   respeito   à  chamada  de  uma  obra  épica  sobre  as  façanhas  portuguesas  (lembre-­‐se,  por  exemplo,  o  Prólogo  e  certos  textos   do   Cancioneiro   Geral   de   Garcia   de   Resende   tratados   no   tema   6)   e   as   aparições   prévias   da  recriação  do  mito  de  Inês  de  Castro  (temas  5  e  6).      

5. Actividade  a  desenvolver     Busca   na   rede   orientada   pela   professora   da   matéria   e   distribuída   em   grupos   de   diferentes  recriações  do  tema  de  Inês  de  Castro  na  literatura  portuguesa;  na  literatura  galega  e  noutras  literaturas,  assim   como   nas   artes   plásticas   situando-­‐as   cronologicamente   e   debatendo   sobre   as   perspectivas   de  tratamento.     Visualização  dalguns  trechos  de  versões  de  cinema  da   Inês  de  Castro,  filme  dirigido  por  Leitão  de  Barros  (1945).    

4. Competências  trabalhadas  Quase todas: 21b, c, d, e, h, i, j, k, l / 2.2. / 2.3. / 2.4.

5. Dificuldades  principais     Não  se  destaca  nenhuma  dificuldade.    6. Bibliografia  para  ampliar  o  tema  BENEDITO,   Silvério   Augusto,   Para   uma   leitura   da   Castro   e   Poemas   Lusitanos   de   António   Ferreira,  Presença,  Lisboa,  1997      [estudo  actualizado  por  investigações  especializadas,  com  referentes  históricos  da  tragédia  e  proposta  de  leitura  da  obra  com  sínteses  didácticas  sobre  acção,  personagens,  temas  e  subtemas]  

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EARLE,  Thomas  F.,  Musa  Renascida.  A  Poesia  de  António  Ferreira,  Caminho,  Lisboa,  1990.  [interpretações  e  contextualizações  do  corpus  poético  de  António  Ferreira  à  luz  da  Renascença]  MORÁN   CABANAS,  Maria   Isabel,   “Coisas   de   Folgar   redigidas   por   Garcia   de   Resende:   alguns  retratos  caricaturescos”,  in  Signum,  nº  7,  2005,  pp.  41-­‐62  MORÁN  CABANAS,  Maria  Isabel,  “Memória  de  célebres  apaixonados  como  património  cultural  português  e   ibérico  no  Cancioneiro  Geral  de  Garcia  de  Resende",  Signum.  Revista  da  Abrem,  vol.   13,   nº   2,   2012   (online:  http://www.revistasignum.com/signum/index.php/revistasignumn11/article/view/75)  

SOUSA, M Leonor Machado de, Inês de Castro: um tema português na Europa, Edições 70, Lisboa, 1987

[sobre a divulgação do mito Inês de Castro a través do tempo e dos espaços]

***Lembre, aliás, o estudo introdutório de Maria Rosa Alvarez Seller para a edição da peça Castro recomendada acima BLOCO III TEMA 11. A mitificação de Luís de Camões e a pluridimensionalidade da sua obra

Matérias da titulação com que converge em certos pontos: Cultura Portuguesa Literaturas de Língua Portuguesa Literatura Portuguesa II Literatura Portuguesa III Literaturas comparadas na lusofonia Sociologia das literaturas de língua portuguesa

1. Comentário  ao  gráfico  e  sentido  do  tema  

  Podemos  dizer  que  este  é  o  tema  a  que  maior  atenção  pretendemos  prestar  de  todo  o  nosso  temário  pela  vasta  recepção  de  Camões  na  cultura  portuguesa  e  na  literatura  universal  e  de  todos  os   tempos.   Até   é   tradição   nas   universidades   que   apresentam   titulações   de   estudos   lusófonos   a  existência  de  cadeiras  especificas  ou  monográficas  de  Estudos  Camonianos  (na  Faculdade  de  Letras  de   Lisboa   criou-­‐se   pela   primeira   vez   em  1924,   regentada   desde  o   início   por   camonistas   de   tanto  prestígio   como   Afrânio   Peixoto   ou   Hernâni   Cidade;   e   em   1963   criou-­‐se   a   a   disciplina   de  Camonologia  na  Faculdade  de  Filosofia,  Ciências  e  Letras  da  Universidade  de  São  Paulo.    

2. Epígrafes dos pontos a desenvolver 1. Mitificação  da  figura  de  Camões  e  canonização  da  sua  obra.  

1.1. Dados,  hipóteses  e  iconografias.  1.2. Concepção  do  valor  das  letras  ao  serviço  à  pátria  1.3. Tradição  crítica  

2. Obra  lírica:    

1.1. Elaboração,  questões  editoriais.  1.2. Concepção  e  códigos  1.3. Temática:  à  volta  de  amor  e  destino  

3. Obra  épica:  Os  Lusíadas  

3.1. Revisão  da  concepção  e  valores  do  género  épico:  caracterização  e  modelos  3.2. O  programa  de  intenções  dos  Lusíadas  

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11

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3.3. Estrutura  funcional  e  figuras  em  destaque:  

  3.2.1.  Excursos  do  poeta:  reflexões,  invocações  e  diálogos.     3.2.2.História  de  Portugal:  Inês  de  Castro;  o  rei  D.  Manuel  

  3.3.3.  Viagem:  Vasco  da  Gama;  o  Velho  do  Restelo;  Adamastor;  a  Ilha  dos  Amores.     3.3.4.  Presença  dos  deuses:  Vénus  versus  Baco  

4.  Obra  dramática:  composição  e  recepção.  5.  Recepção  da  obra  e  da  figura  camoniana.    

    3.  Materiais  para  o  estudo     GUIA  ou  ROTEIRO  DE  LEITURA  DA  LÍRICA  CAMONIANA,  elaborado  pela  professora  da  cadeira,  que  será  entregue  aos  alunos  da  matéria  em  forma  impressa,  no  qual  se  sublinha  a  relevância  de  certos  

textos.  A  antologia  que   será   seguida  nas  aulas  é  a  preparada  por  Manuel  Ferreiro,  Carlos  P.  Martínez  Pereiro  e  Francisco  Salinas  Portugal  sob  o  título  Doce  canto  em  terra  alheia?,  Laiovento,  A  Coruña,  1994.  

  -­‐  GUIA  ou  ROTEIRO  DE  LEITURA  DE  OS  LUSÍADAS  elaborado  pela  professora  da  cadeira,  que  será  entregue  aos  alunos  da  matéria  em  forma  impressa,  no  qual  se  localizam  e  comentam  certos  episódios  

desta  obra  épica  aos  que  deve  prestar-­‐se  maior  interesse.    

  4.  Método  de  trabalho  aconselhado     Convém   ter   em   conta   unha   perspectiva   comparatista   no   tratamento   de   todos   os   temas   e  subtemas,   lembrando   aspectos   que   já   foram   comentadas   anteriormente   e   cotejando-­‐os   de   modo  crítico.  Devem  revisar-­‐se  os  topoi  e  as  conjunturas  sociopolíticas  que  desde  os  inícios  da  nossa  focagem  da  Idade  Média  e  da  Renascença  foram  tidas  em  conta  e  observar  atentamente  a  sua  expressão  na  obra  camoniana.      

5. Actividade  a  desenvolver     Análise  de   textos   camonianos  de  diversa   temática   (focalizações  da  mulher/amor  e  destino)  e  correspondentes  aos  género  lírico  e  épico.     -­‐  Busca  na   rede  da   sua   recepção  em  diversos  campos  e  ao   longo  do   tempo  e  visualização  de  imagens  de  diversa  natureza  que  nos  ilustram  sobre  a  mitificação  e  consolidação  do  cânone  camoniano  (artes  plásticas,  cinema,  etc.)     Estabelecimento  de  um  colóquio  a  partir  de   figuras  míticas  da  obra  camoniana  sobre  o   tema  das   descobertas   na   literatura   portuguesa   da   Renascença   e   a   visão   do   Outro:   a   cada   grupo   de   2/3  pessoas  será  atribuída  uma  dessas  figuras  (Velho  do  Restelo  /  Adamastor  /  D.  Sebastião  /  D.  Manuel  I)      

6. Competências  trabalhadas  Todas  as  aplicáveis  ao  estudo  da  Renascença:  2.1.b,  c,  d,  e,  f,  g,  h,  j,  k,  l  /  2.2.  /  2.3.  /  2.4.  

 7. Dificuldades  principais  

  Não  se  destaca  nenhuma  dificuldade.    

8. Bibliografia  para  ampliar  o  tema  FILGUEIRA  VALVERDE,  José,  Camões,  Coimbra,  1981  

[comentários  dalguns  textos  líricos  e  certos  episódios  dos  Lusíadas]  

MORÁN   CABANAS,   Maria   Isabel,   "D´Os   Lusíadas   a   Os   Calaicos:   o   discurso   da   épica   camoniana   na  literatura   galega",   in   Maria   do   Ceu   Fraga  José   Cândido   de   Oliveira   Martins   João   Amadeu   Carvalho   da   Silva   Maria   Madalena   Teixeira   da   Silva  Manuel   Ferro     (eds.),  Camões   e   os   seus   contemporâenos,   Braga:   Centro   Interuniversitário   de   Estudos  Camonianos  Universidade  dos  Açores  Universidade  Católica  Portuguesa,  2013,  pp.  667-­‐677.    MORÁN   CABANAS,   Maria   Isabel,   “O   Adamastor   d´Os   Lusíadas   na   poesia   de   Bocage:   entre   mares   e  amores”,  in  Annabela  Rita  e  Dionísio  Vila  Maior  (eds),  O  Processo  Criativo  em  Questão  nas  Ciências,  nas  Letras  e  nas  Artes,  Esfera  do  Caos,  Lisboa,  no  prelo.    

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 SENA, Jorge de, A Estrutura de Os Lusíadas e Outros Estudos Camonianos e de Poesia Peninsular do Século XVI, Portugália Editora, Lisboa, 1970.[estruturação em planos dos Lusíadas e reflexões sobre a arquitetura discursiva da obra]

SILVA, J. M. Aguiar e, A lira dourada e a tuba canora: Novos ensaios camonianos, Cotovia, Lisboa, 1994.

[recolha de ensais sobre diversos questões ligadas à lírica e à épica camonianas e revisão das suas fortunas críticas]

***   Lembre-­‐se   particularmente   o   prólogo   da   edição   da   antologia   camoniana   Doce   canto   em   terra  alheia?  que  referimos  acima       5./  ORIENTAÇÕES  METODOLÓGICAS  E  ATRIBUIÇÃO  DA  CARGA  ECTS     Leccionam-­‐se   três   horas   de   aulas   por   semana,   cuja   distribuição   é     estabelecido   pelo  Decanato   da   Faculdade   de   Filologia   e   aprovado   na   Junta   da   Faculdade:   Segundas,   Terças   e  Quartas-­‐Feiras  do  primeiro  quadrimestre.  

Destacam-­‐se  dois  tipos  de  docência:      1.  Magistral,  na  qual  sempre  se   irá  revisando  a   informação  anterior  e  avançando  em  novos   dados,   sob   uma   perspectiva   comparatista   e   ilustrando   com   textos   e/ou   imagens   os  temas  tratados   (incluso  com  certos  vídeos  ou  audições  musicais,  quando  tais   recursos   foram  pertinentes,   tal   como  acontece,  por  exemplo,  nos   temas  2  ou  10).   Em  quase   todos  os   casos  facilitar-­‐se-­‐á  um  dossier  ao  aluno  com  o  qual  possa  acompanhar  com  atenção  a  explicação  da  matéria   e   revisar   posteriormente   o   que   foi   dito.   O   nível   atingido   na   compreensão   da   aula  poderá  ser  verificado  mediante  perguntas  de  controlo  do  conhecimento  que  contribuirão  para  uma  avaliação  sistemática  da  aprendizagem.     2.   Interactiva,  com  o  estabelecimento  habitual  de  debates  e  obtenção  de  conclusões  entre  todos  os  alunos  em  voz  alta  a   fim  de  chegar  a  uma  “posta  em  comum”  e   intercambiar  ideais  e  perspectivas  acerca  das  questões  abordadas.  Aliás,  os  alunos  exporão  e  comentarão  os  resultados   de   certas   atividades   que   foram   desenvolvendo   unhas   vezes   dentro   das   aulas   e  outras   vezes   fora   delas   a   partir   de   buscas   na   Internet   e   das   suas   próprias   leituras   e  interpretações  de  textos.  Nalguma  ocasião,  tal  como  acontecerá  no  tema  2,  uma  das  sessões  de   aulas   será   leccionada   na   chamada   “Sala   de   Reservados”   da   Biblioteca   da   Faculdade   de  Filologia  para  o  manejo  de  edições  facsimilares  e  reproduções  de  certos  códices.     As  actividades  a  realizar  que  acima  foram  indicadas  serão  de  dois  tipos:  em  grupos  de  2/3   alunos   e   individuais.   Por   outro   lado,   ao   longo   do   quadrimestre   serão   indicadas   as  recomendações   de   assistência   a   determinados   eventos   como   conferências   sobre   literatura  portuguesa  medieval  e  renascentista  ou  sobre  aspectos  ligados  a  esta:  o  aluno  deverá  justificar  a  sua  assistência  e  a  atenção  prestada  através  de  uma  resenha  crítica  sobre  o  acto  em  questão.     Tendo  em  conta  que  estamos  perante  uma  matéria  de  literatura,  as  leituras  atentas  e  pormenorizadas   da   obra   literária   que   é   objecto   principal   de   estudo   ou   de   uma  selecção/antologia  de  textos  sob  uma  perspectiva  crítica  e  com  critérios  científicos  ocuparão  obviamente   uma   parte   importante   do   trabalho   não   presencial   do   aluno.   Nas   páginas  anteriores   comentamos   já   fomos   comentando   quais   serão   os   recursos   e   quais   as  recomendações,  principalmente  leituras  com  espírito  crítico,  reflexivo  e  comparatista.     Prestar-­‐se-­‐á  uma  particular   atenção  a   resolver  qualquer  dúvida  que   surja  durante  as  explicações  magistrais  ou  durante  as   aulas   interactivas  e   a   escutar   sugestões  dos   alunos  em  relação  à  aproximação  dos  temas,  particularmente  nas  horas  de  atendimento  (ou  tutoria)  de  presença  obrigada  e  programada  (ou  nas   fixadas  pela  professora  para  atenção  personalizada  no  seu  gabinete).     IMPORTANTE.-

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A metodologia escolhida exige a presença continuada nas aulas, a participação ativa nelas e e a realização das leituras e dos exercícios marcados. O objetivo é que os e as estudantes aprendam a realizar trabalhos de pesquisa e documentação de forma autónoma e que mediante estes trabalhos ampliem os conteúdos fornecidos através do seguimento do programa.Do mesmo modo, pretende-se desenvolver competências, destrezas e habilidades relativas ao trabalho cooperativo e em equipa, debate e argumentação, comunicação oral e escrita, criatividade, iniciativa e tomada de decisões, solução de problemas,. Todos os materiais precisos para o seguimento da cadeira serão facilitados na aula ou será indicada a forma de consegui-los.        6./  TRANSFORMAÇÃO  DA  CARGA  DOCENTE  EM  CRÉDITOS  ECTS   A seguir reproduzimos a estimação da quantidade de horas relativas à presencialidade e ao trabalho autónomo do aluno conforme aparecem indicados na Memória para a Verificação do Título de Grau em Línguas e Literaturas Modernas: Língua Portuguesa e Literaturas Lusófonas da Universidade de Santiago de Compostela, aprovada pela Junta da Faculdade de Filologia o dia 7 de Novembro de 2008 e pelo Conselho de Governo da USC em 22 de Dezembro desse mesmo ano:

Actividades formativas com o seu conteúdo em horas para o aluno da cadeira

Actividades presenciales Horas Actividades no presenciales Horas

Sessões teórico-expositivas 25 Estudo e preparação de actividades

programadas nas aulas 20

Sessões interactivas: seminário (debates após exposições teóricas; visualizações; audições; confronto de edições, etc) / visitas à biblioteca / etc. )

15 Realização de trabalhos de diversos tipo (em grupos de 2/3 alunos e de forma individual, especialmente orientadas ao fortalecimento de uma auto-aprendizagem eficaz e ao estudo das condições de RECEPÇÃO da literatura portuguesa medieval e renascentista)

25

Sessões de atendimento programado 3 Leituras das obras indicadas no temário da matéria

45

Sessões de avaliação 7 Preparação de provas (exames) 4

Sem outras actividades 0 Outras actividades (assistência a actos

ligados ao temário de literatura portuguesa I com entrega de resenha crítica)

6

Total de horas de actividade presencial

50 Total de horas de actividade não presencial

100

    Tal   estimação   de   proporção   entre   horas   presenciais   e   não   presenciais   foi   aprovada  pelo   grupo   de   docentes   do   Grau   com   a   especialidade   em   Língua   Portuguesa   e   Literaturas  Lusófonas  e  corresponde-­‐se  com  as  outras  matérias  pertencentes  ao  mesmo  módulo  e  ainda  a  todas  as  de   literatura  que   fazem  parte  da   titulação.   Foi-­‐lhe  aplicado  um   factor  ou   índice  de  relação  variável  a  partir  de  0,5  baseada  em  experiências  docentes  e   tendo  em  conta  o  caso  específico   de   uma   literatura:   a   necessidade   de   leituras   íntegras   ou   seleccionadas   das   obras  literárias  que  serão  alvo  de  abordagem.       7/  INDICAÇÕES  SOBRE  A  AVALIAÇÃO  

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Guia Didático da matéria Literatura Portuguesa I

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a) Tipos  de  avaliação.     O  aluno  poderá  optar  por  duas  modalidades:  1.  Avaliação  continuada,  que  requer  uma  assistência   com   regularidade   às   aulas   e   a   participação   nas   actividades   programadas,   assim  como  a  realização  de  uma  prova  escrita;  2.  Prova  final  escrita  a  realizar  conforme  o  calendário  estabelecido  e  publicado  pelo  Decanato  da  Faculdade  de  Filologia.   O estudante que, por causas de força maior documentalmente justificada, não possa frequentar as aulas, terá ao seu dispor um sistema alternativo de trabalho e avaliação, consistente nos items b) e c) antes referido, realização dos trabalhos que o/a docente lhe indicar e assistência obrigatória à prova da Primeira Oportunidade e, no seu caso, Segunda Oportunidade, tal como exposta anteriormente.  

b) Aspectos  que  se  terão  em  consideração  para  a  avaliação,  modo  e  medida:    ASPECTO   CRITÉRIOS   INSTRUMENTOS   PESO  

Assistência  e  participação  nas  aulas  

-­‐  Regularidade  -­‐   Participação   activa   em   debates   e  exposições  de  conclusões  -­‐  Participação  no  trabalho  grupal  

Observações   e   anotações   da  professora  da  cadeira  

15  %  

Conceitos  da  matéria   -­‐  Domínio  dos  conhecimentos  teóricos  e  operativos  da  matéria  -­‐  Domínio  da  metodologia  

Prova   teórica/prática   (dados   e  análises  de  textos)  Exposições  de  trabalho  

50%  

Realização  de  trabalhos  

-­‐Adequação  metodológica  dos  trabalhos  realizados  -­‐  Claridade  expositiva  -­‐  Juízo  crítico  

-­‐   Roteiro   e   exposição   dos  trabalhos   com   síntese   dos  resultados  

25%  

Assistência   a  actos/eventos  indicados  previamente   dentro   e  fora   da   Faculdade   de  Filologia  

-­‐  Claridade  expositiva  -­‐  Juízo  crítico  

-­‐  Resenha  crítica   15/  

Sobre um máximo de 10 valores seguindo os critérios que se indicam no programa da cadeira, a qualificação final estará constituída por:

a) Assistência ativa às aulas e realização das tarefas e atividades vinculadas ao desenvolvimento da matéria b) Realização de um trabalho escrito, conforme as indicações dadas polo/a docente c) Realização de trabalhos voluntários vinculados à matéria

c) Algumas  recomendações  para  a  avaliação:     As   principais   recomendações   que   podemos   fazer-­‐se   para   conseguir   superar   sem  problemas  a  cadeira  de  Literatura  Portuguesa  I  são  as  duas  seguintes:  ir-­‐se  ocupando  dos  seus  temas  dia-­‐a-­‐dia,  sem  permitir  que  o  material  de  estudo  se  acumule  no  final  do  quadrimestre;  e  fazer  a  leitura  das  obras  ou  das  selecções  de  textos  em  tempo  paralelo  ou  mesmo  num  tempo  

Page 36: Literatura Portuguesa I 2016/2017

Guia Didático da matéria Literatura Portuguesa I

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prévio   ao   do   tratamento   na   aula   a   fim  de   seguir   com  maior   facilidade   e   segurança   as   aulas  magistrais.     Aliás,   podem-­‐se   aproveitar   especialmente   as   horas   do   atendimento   programado  (tutorias)   ou   qualquer   outro   momento   (aulas   ou   restantes   horas   de   tutoria)   para   o  esclarecimento  de  qualquer  dúvida  sobre  os  temas,  metodologia,  focagens,  etc.     As  questões   formuladas  nas  provas   (exames)   terão   sempre  um  carácter   semi-­‐teórico  ou   semi-­‐prático   e   valorar-­‐se-­‐á  particularmente  uma  perspectiva   comparatista  na   análise  dos  textos,   assim   como   a   claridade   expositiva   e   a   demonstração   de   um   juízo   crítico   na   sua  interpretação.