Literatura portuguesa ii

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Lucilé de Santana Ribeiro

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Lucilé de Santana Ribeiro

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a) Os árcades e o movimento neoclássico

b) A sátira de Bocage

1. Arcadismo

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a) Fundamentos históricos e a ruptura com o

paradigma clássico

b) A produção de Almeida Garret

c) A representação do popular em AlexandreHerculano

d) O romance campesiano de Júlio Dinis

e) O romance de Camilo Castelo Branco

2. Romantismo

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a) A questão Coimbrã

b) A epifania da sociedade burguesa na obra de Eçade Queiró

c) A produção poética de Guerra Junqueira

d) A modernidade na poética de Antero de Quental

e) Cosmopolitismo e modernidade em Cesário Verde

3. Realismo-Naturalismo

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No fim do século XVIII e no início do século XIX,

predominou na arte europeia o Neoclassicismo, ouArcadismo.

Neoclassicismo, do grego neo, “novo”. Significa“novo classicismo”, retomada da cultura clássica,greco-romana.

Arcadismo vem do fato de as concepções clássicasserem a base para o ensino nas academias, as escolasde belas artes mantidas pelo governo.

Século XIX na Europa: as inovações na arte

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Os historiadores de arte focam duas dominantes na

produção dos artistas que reagiram aoNeoclassicismo:

A paleta cromática – pela valoriação da cor em suasnuanças matizadas em contrastes de claro-escuro;

A temática – fatos do contexto histórico comocenários de representação pictural de sua época emque se evidencia o interesse por este tema muitomais do que por temas da mitologia greco-romana.

A natureza também passa a ser tema da pintura.

As inovações na pintura

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Os Fuilamentos da Moncloa

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A pintura de temas históricos já era um gênero

importante mas, a exemplo de outros artistas, Goya oenriqueceu com a produção desse quadro querepresenta o fuilamento de Moncloa, configurada emcena bélica por força da ação dos soldados francesesem execução a um grupo de cidadãos espanhóisresistentes à ocupação de seu país pelo ImperadorNapoleão I.

O fuzilamento torna-se um pretexto plástico paraGoya expressar a luta pela liberdade contra a tirania.

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OS ÁRCADES E O MOVIMENTO NEOCLÁSSICO

A Europa Ocidental do século XVIII possui umaestrutura socioeconômica, e, por extensão, cultural, quea distingue nitidamente de Portugal, apesar desse paísprocurar seguir alguns de seus passos.

Na Inglaterra do século XVIII, a burguesia assumiu opoder.

Arcadismo e Neoclassicismo

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Na França, isso ocorrerá só em 1789.

No século XVIII, os ingleses viverão a RevoluçãoIndustrial e a ascenção ao capitalismo.

Essas transformações das técnicas de produçãoacarretaram o grande desenvolvimento das ciênciasnaturais, pois, para expandir a produção, era precisoconhecer as propriedades da matéria.

O conhecimento da relaidade, mediante o métodoexperimental e analítico, acabou por apresentarmodelo para as ciências humanas.

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O século XVIII é também chamado século das luzes.

A origem de todo esse movimento de nomeIluminismo começou na França.

Esse termo iluminismo está relacionado com oesclarecimento, porque, para os iluministas, oshomens da sociedade do antigo regime viviam nas“trevas da ignorância”.

Para eles o homem é produto do meio em que vive.

O século das luzes

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O reinado da fé foi substituído pela crença na

racionalidade.

Cientistas como Isaac Neewton e os filósofosDescartes, Voltaire, Diderot, Rosseau, eMontesquieu, adotam a razão como parâmetro paraanalisar as crenças tradicionais, as opiniões políticase a organização social.

Para eles, a razão e a ciência seriam os “faróis” queguiariam o ser humano para longe do obscurantismoe da ignorância que haviam predominado emséculos anteriores.

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O despotismo “das luzes”começou em Portugal a

partir de 1755, com o reinado de D. José.

Seu grande promotor foi o Marquês de Pombal que,em parte, adotou teorias de alguns pedagogos eportugueses que tinham vivido no estrangeiro.

O Iluminismo desempenhou igualmente um papeldecisivo na cultura em geral e, em particular, naeducação regular.

O iluminismo em Portugal

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A lei de 1790, unifica a jurisdição em todo país, no

sentido de abolir os privilégios feudais e de impor atodos a autoridade única da Coroa;

Adota a política de intervenção direta no ensino e nosistema cultural mediante a censura estatal;

O ensino jesuítico é proibido e substituído por umaeducação renovada e mais progressiva;

A Universidade de Évora, cujos proprietários eramjesuítas, foi extinta;

Medidas iluministas

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Surgiu em Lisboa, uma Escola de Comércio para os

jovens burgueses;

Em 1768 estava cria da a imprensa régia;

Surge uma nova Lisboa: metade da cidade foidestruída por um terremoto.

O futuro Marquês de Pombal, ao invés de reedificara cidade, mandou destruir as ruínas e decidiu quefosse levantada uma cidade “esclarecida”:racionalmente planejada e edificada, com ruas,praças e casas traçadas à régua e compasso.

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Em Portugal, por influência italiana, os escritores

fundaram academias literárias e cultivaram a poesiade ambientação campestre, que celebrava a vidapastoral. A primeira academia literária portuguesa,que deu início ao movimento neste país foi a ArcádiaLusitana, fundada em 1756.

Outra importante academia árcade de Portugal foi aNova Arcádia, fundada em 1790 e que contou comum dos maiores poetas portugueses do século XVIII:Bocage.

O arcadismo em Portugal

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O gênero literário predominante no Arcadismo português

foi a poesia, embora tenha havido criação em outrosgêneros também.

O gênero literário predominante no Arcadismo portuguêsfoi a poesia, embora tenha havido criação em outrosgêneros também.

Dentre os principais nomes do Arcadismo portuguêstemos: Cruz e Silva, Correia Garção, Reis Quita, NicolauTolentino, Filinto Elísio, Marquesa de Alorna e Bocage.

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1. ARCADISMO: palavra que deriva de Arcádia,

região da Grécia onde pastores e poetas, chefiadospelo deus Pan, dedicavam-se à poesia e ao pastoreio,vivendo em harmonia perfeita com a naturea.

A Arcádia simbolizava o ideal de vida.

No século XVIII o termo Arcádia designava tambémas academias literárias que foram criadas na Europa.

Características

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2. NEOCLASSICISMO: (neo = novo) : nome que

deriva do fato de os escritores da época imitarem osclássicos, quer voltando-se para a Antiguidadegreco-romana, quer imitando os escritores doRenascimento.

3. Retoma-se também da Antiguidade clássica ofugere urbem, expressão latina que significa fugir dacidade, considerada fonte de tormentos impostospela civilização.

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1. Considera-se como ideal uma vida simples,

comum, desprezando-se o luxo e os adornos dacidade.

2. Bucolismo: o campo é considerado uma espécie deparaíso perdido, sobretudo pelo homem europeuque estranhava a movimentação das cidades,atribuídas pela expansão da Revolução Industrialque se iniciava.

Temática

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a) O homem que vive em contato com a natureza é

bom e puro;

b) A paisagem do campo é tranquila, sonora eharmoniosa;

c) O vocabulário apresenta muitos termos ligados àvida campestre.

Concenções na poesiaárcade

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a) Rejeitam-se as formas barrocas, por considerar-se

que elas pouco apelam para a razão, sendo confusase rebuscadas. Por isso preferem:

Construir períodos curtos; - empregar vocabuláriomais fácil que o dos barrocos; - utiliar mais acomparação que as metáfora; - utilizar verso semrima ( verso branco).

A poesia aproxima-se mais da prosa.

Os sujeitos e seus lugares: Parede-Memóri Virtual

Forma

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A sátira de Bocage

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Apreciar a produção de Manuel Maria Barbosa du

Bocage é focar sua produção poética, em especial, asátira dentre outras produções.

Foi na lírica, em especial nos sonetos, que Bocageatingiu o ponto alto se sua obra, embora tambémtenha se destacado como poeta satírico e erótico.

Bocage é considerado o melhor escritor português doséculo XVIII e, ao lado de Camões e de Antero deQuental, um dos três maiores sonetistas de toda aliteratura portuguesa.

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O termo Romantismo fa referência à estética definida

pela expressão da imaginação, das emoções e dacriatividade individual do artista.

Representa uma ruptura com os padrões clássicos.

O movimento provoca uma verdadeira revolução naprodução artística e assim, suscita muitasexpectativas no horionte de um novo público leitor.

Romantismo

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Goya pintor espanhol, se afirma, dentre outros, como

uma grande referência na História da Arte noperíodo do Romantismo, pois, no processo deruptura começa a produir a série Os desastres daguerra que foi realiada entre 1810 e os últimos anosde sua vida.

Goya guardo-a para sua segurança e jamais a editou,salvo algumas provas.

A academia concluiu a primeira edição, em 1863.

As inovações na pintura

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A primeira edição apareceu em 1863, publicada por

iniciativa da Real Academia de Belas-Artes de SãoFernando.

Seguiram outras publicações em 1892, 1903 e 1906.

Desde outubro de 188 Goya desenhou rascunhospreparatórios.

Começou a gravar pranchas em 1810, ano queaparece em várias delas.

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Outro artista contemporâneo é o pintor francês

Eugène Delacroix que expõe em sua paleta temas daguerra e modula a importância do povo para osartistas românticos na produção da tela A liberdadeguiando o povo, 1830.

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Os corpos empilhados sob os pés de uma mulher

sensual que simboliza a liberdade, envocam o custode muitas vidas de cidadãos parisienses que omovimento transformador do cenário social europeutrucidou.

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O Romantismo como escola literária apresenta suas

primeiras manifestações no final do século XVIII nospaíses europeus mais desenvolvidos, comoAlemanha e Inglaterra.

O romance Werther, do escritor Goethe, publicadoem 1774, pode ser considerado como o marco inicialda escola romântica na Europa.

A euforia advinda do contexto da Revolução, emconsonância com as perspectivas de ascençãoeconômica e individual, é o suporte e a inspiração deuma literatura que retrata emoções individuais.

Cenário histórico

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O atribulado início do século XIX em Portugal expõe

o horizonte do que são os anos oitocentos.

O regente D.João VI – seguidor da política externa damãe louca, D. Maria I – desenvolveu uma políticadiplomática muito dúbia para com a Espanha,Inglaterra e França.

Nesse ínterim, a família real e o governo fugirampara o Brasil e durante 14 anos a metrópoletransformou-se em colônia da colônia.

O Romantismo em Portugal

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Liberdade de criação e mistura dos gêneros

Criação como impulso/ruptura de regras

Subjetivismo e valoriação do eu

Pessimismo e mal-do-século

Culto ao fanatismo, ao sonho

Valores burgueses: trabalho, sacrifício e esforço

Romantismo: o projeto literário, caracteristicas, representantes

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Produção de Almeida Garret (1799 – 1854)

A representação do popular em AlexandreHerculano: lendas e narrativas, 1851

O romance campesino de Júlio Dinis

O romance passional de Camilo Castelo Branco

Principais representantes e sua produção

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A Revolução Industrial constitui a força propulsora

das mudanças no modo de produção que se tornouparadigma para a reordenação da economia mundialno século XIX, que exerceu radical influência sobre areorientação da mentalidade realista.

As transformações sociais provocaram novos modosde significar a existência e novas forms de explicar omodo de ser do mundo capitalista.

Realismo-Naturalismo

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A partir da segunda metade do século 20, as

concepções estéticas que nortearam o ideárioromântico começaram a perder espaço. Uma novatendência, baseada na trama psicológica e empersonagens inspirados na realidade, toma conta daliteratura ocidental. Estava inaugurado o Realismo-Naturalismo.

Cenário histórico

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O Realismo português iniciou-se em 1865 com a

Questão Coimbrã e entrou em decadência em 1890.

Terminou em 1900, com a morte de Eça de Queirós.

O movimento português estáligado ao surgimentode um grupo de intelectuais – a geração de 70 –liderado por Antero de Quental, do qual faiam parteTeófilo Braga e Guerra Junqueiro, entre outros.

Foi bastante influenciado pelo Realismo francês,profundamente anticlerical, antiburguês e anti-romântico.

O realismo-naturalismoem Portugal

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Registro da relidade de forma objetiva e exata

Presença do cotidiano

Personagens representativas

Valoriação do presente

Anticlericais antimonárquicos, antiburgueses

O projeto literário, caracteristicas, representantes