LOGÍSTICA E COMPETITIVIDADE - Abag · OS DESAFIOS DE TRANSPORTE NO BRASIL SÃO AMPLOS E...

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LOGÍSTICA E COMPETITIVIDADE NO AGRONEGÓCIO BRASILEIRO Infraestrutura do Transporte Logística do Transporte Armazenagem Energia Telemática Capital Humano Tecnologia e Inovação Assuntos Institucionais Uma análise do Comitê de Logística da ABAG e de seus núcleos: ABAG_folder3_FINAL.indd 1 7/30/15 2:07 PM

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LOGÍSTICA E COMPETITIVIDADE

NO AGRONEGÓCIO BRASILEIRO

Infraestrutura do TransporteLogística do Transporte

ArmazenagemEnergia

TelemáticaCapital Humano

Tecnologia e InovaçãoAssuntos Institucionais

Uma análise do Comitê de Logística da ABAG

e de seus núcleos:

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ASSUNTOS INSTITUCIONAIS

CRÉDITO RURAL, SEGURO E PREÇOS MÍNIMOS

POLÍTICA COMERCIAL

QUESTÕES TRABALHISTAS

PESQUISA E INOVAÇÃO

QUESTÕES FUNDIÁRIAS

QUESTÕES TRIBUTÁRIAS

DEFESA AGROPECUÁRIA

LOGÍSTICA E COMPETITIVIDADE: uma visão sistêmica

INFRAESTRUTURA DO TRANSPORTE: oportunidades de mais R$ 20 bilhões

Hoje, grande parte do agronegócio brasileiro ainda é movimentado pelos portos das regiões Sul e Sudeste, e a carga é transportada principalmente pelo modal rodoviário.

No entanto, a saturação desses portos e o grande crescimento previsto no setor orientam a logística cada vez mais para os portos do Norte do Brasil.

Essa mudança de eixo deve alterar o cenário nos próximos anos e se apoia na expansão da malha intermodal, em especial ferroviária.

As oportunidades de economia logística com melhorias e investimentos priorizados para os eixos de competitividade do Norte, Nordeste,

Centro-Oeste e Sul chegam a mais de R$ 20 bi-lhões, e têm o potencial para mudar a realidade de muitas regiões.

No curto prazo, os principais projetos a saírem do papel são a rodovia BR-163 e a ferrovia Norte-Sul que afetarão particularmente o Centro-Oeste.

Outros eixos também já estão em construção no Nordeste (Transnordestina e FIOL) e no Norte (Hidrovia Tocantins), e deverão alterar ainda mais a matriz no médio prazo até 2020.

resumo do cenário

oportunidade

Hoje: agronegócio movimentado por portos das regiões Sul e Sudeste. Modal rodoviário predominante no País.

Melhoria nos eixos de transporte pode gerar grandes economias. Logística orientada para portos do Norte e investimentos em ferrovias.

INFRAESTRUTURA DO TRANSPORTE

Resultados importantes em processos limpos, melhoramento genético, biotecnologia, automação etc.

Ampliar e empoderar pesquisa e inovação.

TECNOLOGIA E INOVAÇÃO

Custos logísticos no Agro maiores do que em outros setores da economia.

Planos integrados = Maior impacto de escoamento por região.

LOGÍSTICA DO TRANSPORTE

Déficit nas propriedades muito maior do que nos outros elos da cadeia.

Tratar e reduzir perdas para aumentar a competitividade.

ARMAZENAGEM

Agro tem atuação importante no consumo e geração de energia.

Otimizar equilíbrio e distribuição, aumentando competitividade e reduzindo riscos de abastecimento.

ENERGIA

Déficit de pessoal qualificado e risco de queda em investimentos educacionais.

Priorizar com o MEC e acompanhar resultados.

CAPITAL HUMANO

Área Rural: menos de 5% com acesso a internet.

Buscar reduzir custos de instalação para aumentar acesso à capacitação.

TELEMÁTICA

ABIO

VE

ABIO

VE

Confira as fontes dos números e análise completa no site da ABAG (www.abag.com.br)

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Os custos logísticos correspondem a cerca de 8% da re-ceita líquida do agronegócio, o que faz com que o setor seja fortemente impactado pela qualidade da malha logística brasileira; uma malha de alta diversidade e complexidade com oportunidades em ferrovias, rodovias e hidrovias.

FERROVIASO Brasil possui apenas 30 mil km de ferrovi-as. Desses, apenas 10 mil km são utilizados. O vazio ferroviário brasileiro é especialmente preocupante nas regiões Centro-Oeste, Norte e Nordeste.

RODOVIASÉ o modal com maior malha. No entanto, gran-de parte das estradas possui condições dis-tantes das ideais. Entre as prioridades, citamos: BR-163, MT-130, MT-235, BR-158, BR-364.

HIDROVIASO Brasil possui 50 mil km de hidrovias, com apenas 14 mil em uso. Este modal é o que menos recebe investimento público. Entre as prioridades, destacam-se: Teles Pires – Tapajós, Arinos, Juruena – Tapajós, Hidrovia Paraguai – Paraná, Hidrovia do Araguaia – Tocantins.

OS DESAFIOS DE TRANSPORTE NO BRASIL SÃO AMPLOS E INTERMODAIS. É necessário que o investimento também seja pensado de forma ampla e intermodal, criando planos de me-lhoria integrados que considerem todos os modais para gerar maior impacto no escoamento das regiões.

ARMAZENAGEM: déficit nas propriedades deve ser prioridade

Atacar esse enorme déficit com políticas diretas pode reduzir congestionamentos em todo o sistema logístico, diminuindo a pressão sobre a armazenagem coletora, mitigando perdas de qualidade e ampliando a competitividade do agronegócio brasileiro de modo geral.

ENERGIA: uma agenda cheia para o agronegócio

TECNOLOGIA E INOVAÇÃO:o caminho para os grandes saltos de competitividade

LOGÍSTICA DO TRANSPORTE: todos os modais precisam melhorar

O déficit de armazenagem no Brasil é bastante conhe-cido, mas nem sempre totalmente compreendido. Isso porque, ao avaliar a carência de armazenagem, muitas vezes se analisa apenas o volume de produção versus o espaço disponível, quando o mais importante é con-siderar a necessidade versus a armazenagem disponível em cada região e em cada elo da cadeia.

Esse ajuste de prisma permite notar que, embora haja déficits importantes em relação ao recomendado pela FAO no nível do coletor, por exemplo, o deficit é significativamente maior no nível do produtor, sendo esta a principal deficiência do atual sistema nacional de armazenagem.

REGIÃO Número de armazéns Capacidade (1.000t) Participação (%)Norte 470 2.986 2,1Nordeste 1.262 8.823 6,2Centro-oeste 3.985 48.377 33,9Sudeste 2.927 22.872 16,0Sul 9.330 59.560 41,8TOTAL 17.974 142.619 100,0

Em um cenário de es-cassez e altos custos da energia, o agronegócio tem um importante papel a a desempenhar, pela sua significativa capacidade de gerar altos volumes e também de consumir.

Nos próximos anos, o setor deve trabalhar em uma agenda com foco nas seguintes frentes:

GERAÇÃO DISTRIBUÍDAPromover ajustes regulatórios para ampliar a oferta de energia, reduzir e evitar custos de Transmissão e Distribuição, gerando um menor custo global para o sistema elétrico e para os consumidores.

LEILÕES POR FONTES E REGIÕESInduzir e apoiar a realização de leilões regionais de energia que contemplem as fontes relaciona-das com o Agronegócio – biomassa, biometano, solar e PCHs.

AUTOPRODUÇÃOOrganizar programas para a realização de investi-mentos na autoprodução, visando reduzir custos da energia e riscos de desabastecimento, com prioridade nas fontes solar, biomassa e biometano (vinhaça do etanol).

OPORTUNIDADES DE NEGÓCIOS NA OFERTA DE ENERGIAMotivar e apoiar a busca de oportunidades de negócios, visando ampliar a oferta de energia distribuída (Geração Distribuída) das fontes rela-cionadas com as atividades do agronegócio. O trabalho integrado do setor do agronegócio pode ser capaz de reduzir os custos da energia e gerar oportunidades, aumentando a competitividade do setor e mitigando o risco de abastecimento.

O Brasil se tornou uma potência agrícola graças a uma combinação de esforços públicos e privados em inovação, com destaque para: a Embrapa, as Organi-zações Estaduais de Pesquisa, as Universidades e as Empresas Privadas (nacionais e estrangeiras).

Os investimentos em inovação (60% pú-blico, 40% privado) atingiram, em 2012, 1,72% do PIB e ge-raram grandes saltos de produtividade e competitividade para a agricultura nacional.

É um bom resultado, mas as oportunidades de inovação ainda são amplas em diversas áreas do agronegócio, e vão de processos limpos à gestão territorial, passando por melhoramento genético, biotecnologia, redução de dependências, bioeconomia, automação e inovações gerenciais, dentre outros.

O agronegócio é um campo infinito para inovação e oferece inúmeras possibilidades de aplicação com resultados visíveis e de enorme impacto social e econômico.

Por outro lado, a própria sustentabilidade dos diferenciais do agronegócio brasileiro e sua geração de valor dependem da inovação constante.

Exatamente por isso é importante estabelecer políticas claras, ampliar e empoderar cada vez mais os órgãos públicos, sistemas de apoio a pesquisas, institutos e iniciativas privadas responsáveis pelo ambiente de inovação no País.

Oportunidades de inovação ainda são amplas em

diversas áreas do agronegócio

UN

ICA

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TELEMÁTICA: a área rural ainda tem comunicação e acesso reduzidos

Estudos mostram, em diversos países, uma forte correlação entre o aumento do acesso à tecnologia nas zonas rurais e o crescimento econômico. No Brasil, 36 milhões pessoas vivem na área rural, com cobertura de celular limitada, e menos de 5% dessa polulação tem acesso à internet.

Sem acesso a comunicação de boa qualidade, os produtores perdem diversas oportunidades:

• Acesso a informações meteorológicas em tempo real.• Compartilhamento de informações de hidrologia.• Emissão de notas fiscais eletrônicas in loco.• Capacitação por meio de conteúdos on-line.

Os altos custos de implantação de infraestrutura para acesso a internet e telefonia celular na região rural são desafiadores para as empresas, tornando necessária a atuação direta de políticas públicas eficientes para aumentar a oferta a essa população.

Atualmente, a Anatel está em processo de consulta pública sobre contratos de concessão que podem aumentar a oferta de serviços de telecomunicação para zonas rurais.

A capacitação da mão de obra impacta fortemente os custos logísticos no Brasil. Com o crescimento do agronegócio, a diferença entre a demanda por trabalhadores qualificados e profissionais disponíveis aumentou e diversos programas foram desenvolvidos a fim de atacar esse déficit.

No entanto, com a atual redução de arrecadação, programas como o Pro-natec AGRO, Pronatec Brasil Maior e FIES poderão ser impactados, o que pode impedir avanços na qualidade do capital hu-mano disponível.

Mais do que nunca, é importante que o setor atue com o MEC a fim de garantir a continuidade e o avanço de programas capazes de melhorar o setor produtivo e impulsionar a atividade econômica.

Diante desse cenário, o setor do agronegócio deve agir para melhorar o mapemento e a priorização das necessidades, atuando com o MEC na coordenação de iniciativas, na apuração de resultados e na transparência dos programas federais.

CAPITAL HUMANO: capacitação para o agronegócio crescer

ASSUNTOS INSTITUCIONAIS: competitividade deve ser preocupação de todos

A competitividade do agronegócio é impactada por uma série de questões institucionais; ou seja, questões diretamente associadas às legislações, aos órgãos e às políticas do governo, que merecem atenção constante do setor. CRÉDITO RURAL, SEGURO E PREÇOS MÍNIMOSA renda dos produtores é volátil, o que dificulta a oferta de crédito convencional e demanda políticas públicas diretas para tornar economicamente viáveis as atividades do setor.

POLÍTICA COMERCIALOs acordos bilaterais e regionais são de vital importância para a expansão do agronegócio brasileiro. Nesse sentido, é importante que o setor atue para garantir o alinhamento entre as posições do Itamaraty e os objetivos do agronegócio.

PESQUISA E INOVAÇÃOÉ necessária a valorização dos centros de pesquisa, dos órgãos e planos de defesa sanitária e fitossanitária, bem como o foco em inovação e produtividade. O investimento em organizações nacionais de pesquisa, desenvolvimento e inovação precisa ser ampliado.

QUESTÕES FUNDIÁRIASO estabelecimeto de um marco regulatório para aquisição

e demarcação de terras, que garanta segurança jurídica no campo, é de extrema importância – bem como o fortalecimento dos programas de regularização fundiária já existentes.

QUESTÕES TRABALHISTASO trabalho rural tem diferenças significativas do urbano, principalmente pelas condições climáticas; a chuva, por exemplo, pode influenciar tanto o período de plantio, quanto o de colheita. Além disso, há meses em que não é necessária mão de obra intensiva, devido às características da lavoura ou da ativi-dade desenvolvida.

QUESTÕES TRIBUTÁRIASA estrutura complexa e ineficiente prejudica a competitividade do setor produtivo, encarece os preços dos alimentos, gera prejuízos para a população brasileira e dificuldades às exportações.

DEFESA AGROPECUÁRIAO ambiente regulatório deve ser aperfeiçoado para garantir maior racionalização, agilidade e simplificação nos processos de análise e aprovação de novas moléculas e registro de produtos.

É importante que o setor atue com o MEC a fim

de garantir a melhoria de programas

A competitividade do agronegócio é

impactada por uma série de questões

institucionais

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O COMITÊ DE LOGÍSTICA

O objetivo deste trabalho foi entender a logística como um elo da cadeia produtiva do agronegócio e colocar o foco sobre a competitividade.

Identificamos diferentes núcleos de competi-tividade e convidamos um especialista em cada tema para coordenar a elaboração das análises.

Para cada um dos núcleos, levantamos a situ-ação atual de cada área, identificamos gargalos e propusemos soluções.

Este material pretende resumir o tabalho realiza-do ao longo deste ano.

O próximo passo é compartilhar os resultados e organizar eventos futuros para debater os temas e avançar na evolução competitiva do agronegócio brasileiro.

Veja a análise completa no site da ABAG. WWW.ABAG.COM.BR

Agosto de 2015

Núcleo de Tecnologia e

Inovação

Evaristo de Miranda

Núcleo de Infraestrutura do Transporte

de Carga

Olivier Girard

Núcleo de Logística

do Transporte de Carga

Rodrigo Shimura

Núcleo de Armazenagem

André Lima

Núcleo de Telemática

Michel Hannas Jr

Núcleo de Energia

Carlos Silvestrin

Núcleo de Capital

Humano

Fernanda Gomes

Núcleo de Assuntos

Institucionais

Ana Malvestio

Renato Casali Pavan

Presidente do Comitê

Renato Casali Pavan

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