Ludicidade na Sala de Aula Unidade 04 - Pacto pela...

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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO SECRETARIA DE EDUCAÇÃO BÁSICA UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA PACTO NACIONAL PELA ALFABETIZAÇÃO NA IDADE CERTA Ludicidade na Sala de Aula Unidade 04 Material produzido pela formadora Sabrina Garcez

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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

SECRETARIA DE EDUCAÇÃO BÁSICA

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA

PACTO NACIONAL PELA ALFABETIZAÇÃO NA IDADE CERTA

Ludicidade na Sala de Aula

Unidade 04

Material produzido pela formadora Sabrina Garcez

Vamos brincar de contar as nossas

histórias?

• Conhecer a importância do uso de jogos e brincadeiras no

processo de apropriação do Sistema de Escrita Alfabética (SEA),

analisando jogos e planejando aulas em que jogos sejam

incluídos como recursos didáticos;

• Compreender a importância de organizar diferentes

agrupamentos em sala de aula, adequando os modos de

organização da turma aos objetivos pretendidos;

• Compreender e desenvolver estratégias de inclusão de crianças

com deficiência visual, auditiva, motora e intelectual, bem como

crianças com distúrbios de aprendizagem no cotidiano da sala

de aula;

• Conhecer os recursos didáticos distribuídos pelo MEC e planejar

situações didáticas em que tais materiais sejam usados.

Ser cuidado, brincar e aprender: direitos

de todas as crianças

“Brincar com a criança não é perder tempo,

é ganhá-lo: se é triste ver menino sem

escola, mais triste é vê-los sentados, tolhidos

e enfileirados em uma sala de aula sem ar,

com atividades mecanizadas, exercícios

estéreis, sem valor para a formação dos

homens críticos e transformadores de uma

sociedade.”

Carlos Drummond de Andrade

É possível conciliar o interesse das crianças pelo jogo e pela brincadeira com os objetivos

de ensino da escola...

• Brincadeira proporciona o envolvimento com situações favoráveis à aquisição de regras, à expressão do seu imaginário, à apropriação e exploração do meio.

ASPECTOS IMPORTANTES NA AQUISIÇÃO DE CONHECIMENTOS

Piaget destaca a importância do jogo face a permitir o desenvolvimento afetivo, motor, cognitivo, social e moral,

favorecendo ainda a aprendizagem de conceitos.

“(...)os jogos não são apenas uma forma de desafogo ou entretenimento, para gastar a energia das crianças, mas meios que enriquecem o desenvolvimento intelectual.”

A escola, seus conteúdos e as relações pedagógicas nela realizadas podem ter uma função de andaime no

desenvolvimento infantil...

• Propor desafios para as crianças avançarem no aprendizado;

• Trabalhar com brincadeiras e jogos que façam parte do patrimônio cultural;

• Brinquedos e brincadeiras são indispensáveis para criar situações imaginárias;

• Ao brincar a criança se movimenta em busca de parceria e na exploração de objetos, usa múltiplas linguagens, descobre regras e toma decisões.

VYGOTSKY e a perspectiva sociohistórica

elaborada por ele e seus colaboradores

Jogo e brincadeira

motivação

diversão alegria

prazer

liberdade de

expressão renovação

criação do ser

humano

Lúdico representa...

As atividades lúdicas possibilitam que

as crianças...

• reelaborem criativamente sentimentos e conhecimentos;

• edifiquem novas possibilidades de interpretação e de representação do real;

• encontro com seus pares;

• saibam que não são os únicos sujeitos da ação e que precisam levar em conta a existência do outro.

Crianças reinventam seus objetos de aprendizagem

Confronto entre o que sabem e o que vão aprender

Reinventar é uma característica própria do ato de brincar

Reinventar nossas formas de atuar na escola para garantir que o tempo e o espaço da brincadeira tenham legitimidade dentro da sala de aula, não se restringindo apenas aos horários de recreio!

Benefícios para criança:

Físicos

• Satisfaz necessidade de crescimento das crianças, com desenvolvimento das habilidades motoras e de expressão corporal.

Cognitivos

• Brincar contribui para a desinibição, produz excitação intelectual altamente estimulante, desenvolve habilidades perceptuais, como atenção e memória.

Sociais

• Representa situações que simbolizam uma realidade que ainda não podem alcançar e aprendem a interagir com as pessoas, compartilhando, respeitando a vez e dispensando atenção aos seus pares.

Piaget diz que “a atividade lúdica é um principio fundamental para o desenvolvimento das atividades intelectuais das crianças.”

• Indispensável, portanto, à prática educativa.

ATIVIDADES ESCOLARES desenvolver o aprendizado

dos conhecimentos escolares

gerar prazer;

promover a interação;

simular situações da vida em sociedade.

Ao contrário, a CULTURA ESCOLAR:

Historicamente, no entanto, os jogos e brincadeiras já eram utilizados para aprender.

Exemplo: ábaco, xadrez - jogos que têm como objetivo o desenvolvimento do pensamento e do raciocínio lógico.

Excluiu o lúdico, pois aprender não combinava com brincar, rir e se divertir.

INTEGRAR JOGOS E BRINCADEIRAS NA ROTINA DA SALA DE AULA é pensar o objetivo do mesmo para o aprendizado de TODAS as crianças. necessidade de uma ROTINA e de um PLANEJAMENTO

AGITAÇÃO MOVIMENTO

CONVERSA

Interação entre seus pares

Propiciar um contexto que favoreça interações

Podem ser produtivas para a construção do conhecimento escolar. INTENÇÃO PEDAGÓGICA CLARA

PAPEL FUNDAMENTAL DO PROFESSOR

Do ponto de vista didático...

• Aprendem conceitos, atitudes e desenvolvem habilidades diversas, integrando aspectos cognitivos, sociais e físicos;

• Possibilita vários ganhos para o desenvolvimento e a aprendizagem de qualquer criança;

• É favorável à aprendizagem de TODAS as crianças!

Garante a inserção total e sem restrição a todos os estudantes, com ou sem deficiência na escola .

FAVORECE A INCLUSÃO !

Uma atitude inclusiva requer avaliação permanente, especial atenção às necessidades e possibilidades didáticas que ajudem cada criança em seu percurso de aprendizagem...

As brincadeiras e os jogos são situações bastante favoráveis de aprendizagem para qualquer criança!

Respeito aos percursos de aprendizagem de cada estudante e a ideia de que todos eles vão se

desenvolver do ponto de vista conceitual

Primeiro ano do Ensino Fundamental...

• Crianças com deficiência podem desenvolver e aperfeiçoar a oralidade mesmo com atraso de linguagem, embora não seja o objetivo primordial.

PROPOSTA CONTRIBUI PARA NÃO SEGREGAR A PESSOA COM DEFICIÊNCIA

SUPERAR A CONCEPÇÃO CRÔNICA QUE A CRIANÇA NÃO PODE APRENDER PORQUE NÃO FALA.

Baixa intervenção oral por deficiência ou mesmo por timidez NÃO significa não aprender.

A ORALIDADE É IMPORTANTE E DEVE SER UM EIXO DE ENSINO, JAMAIS UM OBSTÁCULO PARA APRENDER.

ROMPER COM ESSA PERSPECTIVA

HOMOGENEIZADORA, ONDE TODOS SÓ

APRENDEM DA MESMA FORMA

Pela pouca circulação da escrita no campo, a oralidade deve assumir um papel

central para o trabalho na escola do campo!

Criança que ingressa no Ensino Fundamental...

AVALIAR OS

ASPECTOS

SOCIAIS

COMUNICADORES

APRENDIZAGEM

MOTORES

CRUCIAL PARA

REALIZAR UM

PLANO DE AÇÃO QUE

PERMITA A INCLUSÃO

DE

TODOS!

Brancher, Chenet e Oliveira...

“(...) quando as crianças brincam, aprendem.”

LUDICIDADE APRENDIZAGEM AÇÕES

COMPLEMEN-TARES

LÚDICO é um instrumento auxiliar e

complementar da educação, representa um recurso facilitador e motivador da aprendizagem.

MODELOS HOMOGENEIZADORES DE ATIVIDADES DIDÁTICAS

Marginalizam a expressão, a criatividade e a iniciativa da criança

Não permitem um olhar para as diferenças entre os alunos

REALIZAÇÃO MECÂNICA DE CÓPIAS NÃO PRODUZ CONHECIMENTO

ESCOLA Inclusiva Centrada no

prazer de aprender

BRINCADEIRAS E JOGOS

Não apenas para aprendizagem do Sistema de Escrita Alfabética, mas para TODOS os componentes curriculares do Ensino.

EDUCAÇÃO RESPEITO ÀS DIFERENÇAS, FAVORECIMENTO DE SITUAÇÕES SEGURAS E LÚDICAS DE APRENDIZAGEM.

BRINCAR

Movimenta-se para parceria

Exploração de objetos

Comunicação

com seus pares

Tomada de decisões

Expressão para

múltiplas linguagens

Descobre regras

Que brincadeira é essa? E a alfabetização?

• LÚDICO , do latim ludus significado associado à brincadeira, ao jogo, ao divertimento.

• LÚDICO elemento essencial do desenvolvimento humano.

Para LUCKESI (2000),

“é a experiência de plenitude que ele possibilita a quem o vivencia em seus atos.”

LÚDICO , alegre, agradável, livre e espontâneo,

presente e necessário ao cotidiano de qualquer criança.

LÚDICO x SALA DE AULA

INFLUÊNCIA DE DIFERENTES ABORDAGENS TEÓRICAS

Construtivismo Sócio Interacionismo

Necessidade de participação

efetiva do sujeito na

Construção do

Conhecimento, brincadeiras

se constituem como

situações de aprendizagem.

Principal atividade da criança

na infância é a brincadeira,

por ela aprende a interagir e

a compreender o mundo.

LUDICIDADE como base para a aprendizagem:

Qual o papel do professor nas situações

de brincadeira?

•Mediador da atividade lúdica; •Professor não é o centro do ensino, mas também não é passivo; •Trazer as brincadeiras que façam parte do cotidiano da criança para dentro da escola. PROFESSOR MEDIADOR é o responsável pela seleção de propostas de atividades, pela organização dos grupos de crianças (diferentes opções), por problematizar as situações.

ATIVIDADES LÚDICAS toda a situação pode ser, depende de como foi planejado

Competências e habilidades são estimuladas, pensar o lógico, analisar a situação, formular as hipóteses... INCLUSÃO DE JOGOS E BRINCADEIRAS TRADICIONAIS com possibilidade de exploração e registro

Atividades lúdicas: hora de aprender, hora de avaliar?

É possível avaliar as crianças enquanto brincam?

* Avaliação passa a ser vista como meio para regular e adaptar a programação do ensino às necessidades e dificuldades do aluno;

* Avaliação formativa – busca considerar diferentes percursos no processo de aprendizagem;

* Privilegiar os conhecimentos que os alunos trazem, o que se pretende ensinar e o que os alunos já aprenderam, o que eles ainda precisam aprender.

Avaliar nesta perspectiva implica uma prática docente diferente das pautadas nos moldes tradicionais...

Perrenoud, destaca que a principal diferença são as funções diagnóstica, processual, descritiva e qualitativa:

DIAGNÓSTICA

PROCESSUAL

DESCRITIVA

QUALITATIVA

AVALIA-SE A PRINCÍPIO PARA SABER O QUE JÁ É CAPAZ DE FAZER, PARA PODER INTERVIR;

DURANTE TODO O PROCESSO PODERÃO HAVER (RE)ORIENTAÇÕES DO ENSINO PARA UMA APRENDIZAGEM MAIS EFETIVA;

DESCREVER O PROCESSO DE CONSTRUÇÃO DO CONHECIMENTO E ANALISÁ-LO COM BASE NA QUALIDADE DOS AVANÇOS CONSEGUIDOS.

1º Ano do Ensino Fundamental: • Leitura em voz alta, expressiva; • Conversa sobre o conteúdo do texto; • Leitura protocolada (com antecipação do assunto pela imagem); • Leitura compartilhada, em pequenos grupos. OBJETIVO promover de maneira lúdica a aprendizagem

Possibilitar às crianças que aprendam a ler, a escrever e a ampliar suas referências culturais, aprendendo sobre a natureza e a sociedade.

Qualquer maneira de jogar e brincar vale a pena? O que fazer para ajudar as crianças a aprender?

Processo de ensino aprendizagem só se modifica de fato quando há a compreensão do conhecimento como um processo dinâmico e vivo.

JOGO E A BRINCADEIRA COMO UMA

FERRAMENTA PARA APRENDIZAGEM.

JOGO Construção do Conhecimento (lúdico e prazer)

Interação entre os parceiros, torna o jogo significativo e possibilita o avanço cognitivo, afetivo e social das crianças.

JOGOS E BRINCADEIRAS

Oportunidade de mediação entre o prazer

e o conhecimento historicamente

construído.

“...brinquedos, jogos e materiais pedagógicos não são objetos que trazem em seu bojo um saber pronto e acabado. Ao contrário, eles são objetos que trazem

um saber em potencial.”

ENTREGA, DEDICAÇÃO E POSITIVIDADE SÃO AS TRÊS QUALIDADES QUE NÃO PODEM FALTAR NO PROFESSOR QUE BUSCA NO EDUCANDO UM

SUJEITO ATIVO, INTERATIVO E INVENTIVO...

2º ANO: Construir as nossas e outras histórias Produzindo textos! Sempre...

BRINCAR O que é ser CRIANÇA?

Gravuras, músicas, poemas, ... para interpretar, inferir, levantar hipóteses e produzir registros que se tornam fonte de investigação = HISTÓRIA VIVA NO

COTIDIANO DA ESCOLA.

O que é BRINCAR?

Produzir a partir do tema BRINCADEIRAS

História nos anos iniciais

TEMPO Narrativas

Hábitos culturais

Noção de tempo

Vivências

Tradição Oral

História não é uma via de mão única, com uma verdade absoluta, ela é dinâmica e comporta a brincadeira dos jogos teatrais e dos jogos de imaginação para dar conta disso nos anos iniciais.

TEMPO PRESENTE E PASSADO

Imaginação e recorte

Não se excluem !

Uso da imaginação implica na

aproximação entre as linguagens:

Verbais; Visuais; Sonoras; Poéticas; Gestuais.

Formas distintas de pensar e organizar o mundo, de expressá-

lo e de vivê-lo.

POESIAS BRINCADEIRAS VESTIMENTAS HISTÓRIAS EM QUADRINHOS FOTOGRAFIAS MÚSICAS FILMES LIVROS INFANTIS ORALIDADE

Recursos importantes no planejamento das atividades para uso em sala de aula.

Possibilitam a construção de narrativas não

lineares

Refletir sobre a

relação entre o presente e

o passado

História

Artes

Ciências Matemática

Língua Portuguesa

“...pensar não é só calcular e argumentar mas também dar sentido ao que somos e ao que nos acontece.”

Larrosa

Brincar com a língua está presente na nossa memória há muito tempo...

“Num ninho de mafagafos, cinco mafagafinhos há! Quem os desmafagafizar, um bom desmafagafizador será...”

JOGO DE TRADIÇÃO ORAL Surgiram na cultura popular e se apresentam de diferentes formas , constituem um repertório de ação pedagógica inesgotável.

CONSTRUÇÃO DAS REPRESENTAÇÕES MENTAIS

ATENÇÃO! Povos do campo: culturas predominantemente orais.

JOGOS OU ATIVIDADES DE ANÁLISE FONOLÓGICA

Importantes instrumentos para o aprendizado da língua

Pensar nas palavras na dimensão semântica e na sonoro-escrita

ESCRITA PAUTA SONORA

Estabelecer e sistematizar as relações entre letras ou grupos de letras e os fonemas.

PRINCÍPIO FUNDAMENTAL PARA ALFABETIZAÇÃO.

CONSCIÊNCIA FONOLÓGICA

pressupõe a correspondência letra - som

NA INCLUSÃO NEM SEMPRE PODERÁ SER DESENVOLVIDA

Em cada atividade planejada é preciso verificar se existem

impedimentos e adaptar.

Mesmo quando não há crianças de inclusão é preciso ter cuidado...

TODAS as crianças estão

participando efetivamente?

3º ANO: A literatura, o brincar e o aprender a língua e outros conteúdos curriculares

LITERATURA Opção/caminho para

preservar o tempo da brincadeira

na sala de aula e simultaneamente

apresentar os conteúdos curriculares.

Familiarização com

diferentes textos e

Obras.

LITERATURA

Caráter integrador, possibilita transitar entre os componentes curriculares e a sensibilização estética.

Repleta de informações acerca do mundo que nos cerca e também sobre relações humanas.

Magda Soares lembra que: “...o texto literário é um texto para emocionar, para divertir, para dar prazer.”

Integrar a literatura ao ensino dos diferentes componentes curriculares

NÃO significa reduzir a leitura literária a um mero

desencadeador temático de conteúdos escolares

A literatura pode ser agente auxiliar no processo educativo em sala de aula, oferecendo

subsídios e informações para o aprendizado. Para isso,

precisamos conhecer a ampla gama de oferta para podermos

integrar ao planejamento de ensino.

PNBE – Programa Nacional Biblioteca na Escola

Disponibiliza aos alunos e professores livros de literatura.

PNLD – Programa Nacional do Livro Didático

Distribui acervos que têm como característica abordar algum conteúdo concernente aos

componentes curriculares.

Algumas obras que abordam conceitos matemáticos...

Diferentes gêneros textuais...