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    "The Traveller"

    Dis/Traduo e Reviso: Lisa

    Reviso Final: Debora LautonFormatao: Iara

    Uma mulher moderna em Manhattan est nos braos de umcavalheiro medieval, determinado a recuperar o seu casteloroubado. Mas logo muda de idia e ambos descobrem tudo o estodispostos a desistir por amor...

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    Era uma vez, um cavalheiro que fez uma promessa, um voto solenedado com todo o corao e alma para proteger ...

    Captulo 1

    Uma capela deserta perto da fronteira escocesa, 1299.

    O ar dentro da capela era pesado, cheio de pressgios, augouros,e com uma grande quantidade de poeira. O que estavaincomodando o sacerdote que resistia em se curvar para lidar comseus deveres. Endireitou-se finalmente respirando ruidosamente,

    tossiu uma ou duas vezes para testar o seu corpo frgil. Noencontrando muita diferena, respirou profundamente e continuou.

    Ah, deixe-me pensar por um momento, disse arranhando abarba de sua face hum ... ah... um juramento, um voto solenede proteo... Sim, sim disse o impaciente cavalheiro que estava na frente

    dele, catando uma ou duas lndeas de seu tabardo1 e procurandoem seus desgastados remendos. Malditas costureiras.

    E defender as damas de qualquer posio O cavalheiro assentiugrunhindo com rancor. Todas, exceto as costureiras, talvez. Edefender as crianas...

    O Cavalheiro lanou um olhar sinistro para a criana maisprxima, um garoto ao lado dele seu escudeiro, nada menos que estava no momento revistando atrs do altar. O velho sacerdoteestava to concentrado tentando lembrar o tinha que dizer, queaparentemente no se dava das travessuras do garoto. O escudeiroapareceu inesperadamente detrs das pedras com um sorrisotriunfante, carregando um po em uma mo e uma caneca na outra.

    Me desculpe um momento, Padre disse educadamente ocavalheiro. Deu umas pernadas para aliviar o garoto de sua cargapara depois dar-lhe um forte chute no traseiro. O menino correupara fora com uma maldio, embora no to suja como das outrasvezes, pensou o cavalheiro. E como o menino no tinha iluses emreceber sua parte da pilhagem, fugiu para atrs da capela em runasse acomodou perto dos pertences do seu senhor. O cavalheiroenfiou o po sob um brao, a garrafa sob o outro e foi ficar na frentedo fradre outra vez.

    Agora disse devagar Vamos nos concentrar neste

    1 Casaco folgado, com grande capuz e mangas, que os homens usavam sobre uma espcie de colete

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    lamentvel assunto. Tenho que preparar um ataque e necessito suasbnes.

    O sacerdote mastigou com sua boca desdentada.Vejamos, meu senhordisse, manuseando nervosamente sua

    toga e aparentemente pensando nas futuras promessas que teria

    que cumprir o desventurado homem que se encontrava frente a ele.Um damas um meninos emAmbos aborrecimentos murmurou o cavalheiro.

    Levantem sua espada e assim disse o sacerdote olhandopara cima em busca de um pouco de inspirao.

    Sim, sim disse o homem perguntando-se se levantasse suaespada contra uma boneca de trapo, atravessando-a, o ato contariacomo um rompimento do juramento que ele fazia. De qualquerforma se conteve. Necessitava de qualquer ajuda que pudesse

    obter. Sua herana estava em jogo.Ah! disse de repente o sacerdote, voltando a vida depois deter sido perfurado pela espada sagrada de St. George. Sim, necessria uma ltima coisa.

    O cavalheiro sentiu um calafrio ao perceber o repentino fogo queresplandecia nos olhos do sacerdote. Ousou apenas imaginar o queo sacerdote havia reservado para ele. Entretanto como no era umcovarde, se decidiu.

    E isso seria? Perguntou o cavalheiro se preparando para o

    pior.O sacerdote vomitou as palvaras com grande mpeto.O mais importante de tudo, uma coisa sem a qual nenhum

    cavalheiro se atreveria a ir luta, sim, o maior juramento que umhomem de honra, de natureza cavalheiresca levaria a cabo

    O cavalheiro acovardou-se. E que todos os Santos oprotegessem!

    Um juramento de protegerNunca uma palavra agradvel.DefenderCada vez pior.E resgatarO cavalheiro fechou seus olhos e comeou a rezar.

    Todas e qualquer donzelas em perigo, mas preferivelmenteuma donzela em um grande perigo

    E ento Sir William de Piaget, o rebelde, filho do intil quenuncafezumjuramentodehonra Hubert de Artane, neto doilustre Phillip de Artane e bisneto do legendrio Robin de Artane,deu-se conta de sua profunda desgraa, j que nenhum Artane(salvo seu pai, obvio) fez nenhuma promessa que no pudessecumprir. Seria to impossvel para William romper seu voto como

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    suicidar-se.Mas pensando nas possveis donzelas em perigo, juntamento

    com seus outros problemas, era quase suficiente para induzi-lo aconsiderar a ambos.

    Era uma vez um cavalheiro que havia feito um juramento, umsolene juramento com todo seu corao e sua alma de proteger as

    damas de qualquer posio social, defender as crianas, proteger e

    resgatar toda e qualquer donzela em perigo, mas preferivelmenteuma donzela em grande perigo

    Captulo 2

    Uma deserta loja de comida natural em Manhattan, Junho de 2001.

    Julianna Nelson olhou tristemente os artigos do mostrador na suafrente. O que ela desejava era um DoveBar2 com creme dechocolate gelado recoberto de uma capa crocante de chocolatepreto e que lhe desse energias at s duas da madrugada. Mas emsua contnua e eterna luta para perder cinco quilos de suas coxasdecidiu que os prazeres do chocolate seriam passageiros demaispara ela.

    Dane-se de qualquer jeito.Pegarei uma alfarroba3 coberta com passas Disse

    suspirando.Excelente escolha respondeu a vendedora Eu

    acrescentarei umas fatias de cenouras cobertas de alfarrobatambm. Elas esto frias Ela disse com um deslumbrante sorriso. vai adorar.

    2 Bombom gelado3 A alfarroba sua vagem comestvel, semelhante ao feijo, de cor marrom escura e sabor adocicado, utilizada pelaindstria de alimentos na produo de gomas e espessantes. tambm designada por "chocolate saudvel" utilizadaem vrios processos industriais.

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    Julianna poderia pensar muitas coisas para sentir, mas estavacerta de que adorar no era uma delas.

    Algo para beber?Procurou com iluso uma mquina da Coca-Cola mas no viu

    nenhuma, a no ser um liquidificador que parecia

    extraordinariamente a um cortador de grama com um pote pertodele, e negou com a cabea. Rapidamente. Antes que a garotadecidisse dar-lhe um pur de alguma erva parecida com umabebida.

    Julianna agarrou suas compras, ps sua bolsa no ombro, e compessimismo se arrastou para uma mesa vazia perto da janela. Aessa hora todas as mesas estavam vazias mas esperava que pelomenos os raios do sol a animassem um pouco. Sentou-se, provouuma cenoura, tratou de no se engasgar e procurou algo ao redor

    para se entreter e esquecer o que estava comendo.Ah, seu correio. Tinha pego suas correspondncias quando saiupela manh para outro horrvel dia em busca de um trabalho. Ela fezduas entrevistas antes de parar para repor suas foras.Infelizmente, nestes dias no havia muita demanda para suaespecialidade em Nova Iorque. Suas perspectivas eramdeprimentes, e o estado de suas economias era pior. Tinha quefazer algo, e logo, se quisesse voltar a comer. Era tentadoracalentar o desejo inverosmil de que um cavalheiro de armadura

    brilhante viesse salv-la dessa situao. Isso era certamente maisatraente do que as alternativas.Realmente era mais agradvel do que suas alternativas.Ir para casa no era uma soluo. Teria que ouvir um sermo de

    seu pai sobre a idiotice de obter duas licenciaturas avanadas emlnguas antigas enquanto se especializava em caricaturas e arte delapidar. Teria que explicar de novo sua fascinao pelasantiguidades, com as coisas que fazem rir, e pelas coisas brilhantesem torno de seus punhos e que penduravam nas orelhas; e nodesejava explicar nada novamente.

    Sua me a olharia com um tom acusador e perguntaria quandopensava em se estabelecer e dar-lhe netos. Ento viria a inevitvelcomparao entre ela e suas irms. No, sua casa no era o melhorlugar para estar neste momento.

    Irms? Bom, havia sua irm mais velha que lhe ofereceria umsof, mas logo viria com deixa-que-eu-solucione-sua-vida e Juliannano queria que ningum a solucionasse. Se no pudesse conseguirum trabalho decente, como supunha que ia conseguir um homemdecente, inclusive se estivesse procurando por ele? No, Era muitomelhor organizar sua primeiro vida, e procurar um homem depois.

    S esperava que quando conseguisse o primeiro, no fosse to

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    velha para tentar o segundo.Suspirou, pegou as alfarrobas cobertas com passas, e tirou seu

    correio. Faturas, faturas, e catlogos dos quais nunca poderiapermitir-se fazer um pedido. Agarrou tudo para atirar no lixo,quando algo caiu sobre a mesa com um forte plop. Olhou o

    remetente e piscou surpresa.Bom, no totalmente surpreendida. A carta era de umacompanheira de quarto da faculdade que no via h anos, mas issono era, depois de tudo, algo to inslito. Julianna tinha escrito asua antiga companheira de quarto interessada em sua publicao,Ela no esperava uma resposta. E tornar a encontrar Elizabeth outravez, era uma espcie de milagre.

    Esteve raspando o bolso para adquirir um prezado livro de cultoa poesia antiga quando olhou para um livro que estava sobre uma

    cadeira de sua livraria favorita. Agarrou-o e quase o colocou devolta ao seu lugar. O romance no era para ela, mas virou para vera foto do autor, s para saber quem o tinha escrito. Ficoucompletamente surpresa quando o rosto de Elizabeth Smith a olhoufixamente.

    A biografia de Elizabeth mencionava que estava casada e viviana Esccia. Julianna no estava acostumada manter contato com osvelhos amigos, mas se encontrou virando a pgina. Assim, decidiue escreveu para ela. Havia parecido uma boa idia naquele

    momento, mas na realidade no esperava nenhum resultado.Enquanto lia a carta de sua antiga amiga, deu-se conta de queesse pequeno esforo por sua parte tinha sido uma das melhoresdecises que tinha feito.

    Ela comentava as coisas correntes acerca de seu lar e famlia -marido, um filho e outro caminho, - e alguns raciocnios sobre suaaparente bem-sucedida carreira. Mas foi o final da carta que adeixou ereta em sua cadeira.

    Voc mencionou que esta a procura de trabalho. Se dispuser deum tempo livre, por que no vem a Esccia?. Temos muitos quartoslivres, e voc se assombraria de como a terra de Jamie cura todasas feridas. Pode ficar o tempo que quiser. Quem sabe? Inclusive

    poderia no querer partir.Mas tenho que te advertir sobre algo, tem que tomar cuidado de

    por onde anda. Eu sei que vai ser dificil acreditar nisso, eu nuncapensei que escreveria, mas existem vrias lugares perto da nossacasa que exige cuidado ao andar.

    Julianna franziu o cenho. O que ser que queria dizer? Que iria

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    presa por pisotear um grupo de urzes ou por incomodar s delicadase sabidas ovelhas?

    Tem que ser cuidadosa na Inglaterra tambm, e assim, mais oumenos nos encontraremos. Estou enviando um mapa. Se vier

    diretamente e no se desviar do caminho marcado, estar bem. Emcaso de se perder, Lembre-se, tome cuidado. Como eu digo, nuncasabe que tipo de viagem inesperada voc pode fazer num inocente

    prado.

    Julianna virou ltima folha e olhou o mapa que Elizabeth tinhadesenhado. Reconheceu a forma da Inglaterra. Havia vrios Xdesenhados aqui e ali. Estudou-os mais detalhadamente e viu queao lado de cada um havia uma pequena anotao feita com a letra

    pequena de Elizabeth.A Inglaterra de Chaucer4.A Frana revolucionria.Visita aos Pictos.

    Julianna sorriu. No pde evitar. Ou Elizabeth estava tentandoanim-la com uma pequena fantasia, ou tinha perdido a cabea porinalar muito ar puro. Suspeitava que fosse a primeira. Elizabethsempre tinha sido capaz de faz-la rir, sempre tinha pensado que aincurso de Julianna no mundo do desenho era brilhante e tinha

    usado cada pea de joalheria que Julianna tinha feito para ela;inclusive quando o metal era de uma qualidade bastante duvidosa.E agora um convite para visit-la. Olhou para fora da janela e

    sentiu florescer uma estranha esperana em seu corao. Escciana primavera. Podia ser um lugar lindo para julgar o que tinha deerrado em seu corao. Mentalmente contou o magro saldo de suaconta corrente. Se encontrasse uma tarifa barata, no comessemuito durante a viagem - nem depois, se vivesse s custas deElizabeth enquanto estivesse l, poderia conseguir. Por outro lado,quem sabe que tipo de contatos podia fazer? Talvez ela tropeasseem algum que necessitasse de uma pequena traduo do inglsantigo, ou ajuda com seu anglo-saxo, ou tomar algumas inscriesromanas que estava terminando de aprender a ler. Tinhapreparao. S que estava procurando no lugar errado.Dobrou a carta e ia p-la em sua bolsa quando viu um pequeno ps-escrito.

    A propsito, tome cuidado com Parque de Gramercy tambm.Esse lugar um terreno perigoso. Cai no sono em um banco ali umavez e terminei praticamente em outro planeta. Amor, E.

    4 Clebre escritor ingls do sculo XIV autor dos contos de Canterbury entre outros.

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    Julianna considerou sua opinio anterior sobre o estado mentalde seu amiga. Era bvio que tinha perdido a cabea e estavamesclando a fantasia com a realidade. O livro que Elizabethescreveu era sobre uma viagem no tempo onde a herona

    adormeceu sobre o banco de um parque e despertou na Escciamedieval, mas tinha sido pura fico pelo que Julianna tinhaentendido. Evidentemente, Elizabeth tinha comeado a levar seutrabalho muito a srio.

    Bem, o mnimo que podia fazer era ajudar a sua amiga recuperaro bom senso. Provavelmente poderia gastar o resto dos seus parcosrecursos em uma misso de compaixo, e no se sentir culpada porisso.

    Julianna colocou suas delcias de cenouras dentro da enorme

    bolsa negra, a ps no ombro e saiu da loja. Uma pena que o talGramercy- Park transporte no era possvel.Teria economizado umbilhete de avio.

    Deteve-se do lado de fora do Rockefeller Center e contemplou osdois prximos compromissos com as agncias de trabalho.

    Um trabalho sem futuro ou uma viagem ao Gramercy Park?.Uma desagradvel tarde tentando justificar sua capacidade, ou

    uma tarde em um ensolarado banco do parque, imaginando a simesma no outro lado do oceano?

    Levou dois minutos inteiros para decidir virar e cruzar a ruacomo um pedestre imprudente - os condutores mostraram seuaborrecimento na linguagem multilngue de gestos que todoverdadeiro nova-iorquino conhece por instinto - ento parou naGodiva e comprou uma caixa muito cara de sortidas e variadastrufas. Satisfeita esta necessidade, dirigiu-se para o metr e desceuperto de Gramercy Park. Que diabos! Se ia perder a cabea, suaseconomias e todas as possibilidades de comida e o dinheiro doaluguel em uma tarde, tambm podia estar gorda, feliz, e relaxadaao mesmo tempo.

    Uma vez que chegou ao parque, concentrou-se em procurar umbanco agradvel. Todos estavam ocupados por uma diversidade depessoas que ela no desejava chegar a conhecer melhor.

    E ento encontrou O Banco.Olhou-o e sentiu uma estranha sensao que percorreu por sua

    coluna. Podia ser por uma volumosa cagada de pssaro, mastambm podia ser por qualquer outra coisa. Deslizou seu olhar porseu traje, negro da Donna Karan que havia custado umasubstanciosa quantidade de dinheiro mas que geralmente garantiaque a levassem a srio nas entrevistas de trabalho. Perguntou-sequanto custaria mand-lo tinturaria para tirar essa mancha de

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    excremento de pssaro de suas costas.Muito caro, decidiu. No tinha sentido acrescentar uns gastos

    desnecessrios a sua aventura. Procurou ao redor algo que servissepara limpar a mancha. Agarrou umas folhas da rvore que sesobressaam por cima do banco, e limpou ela mesma como pde,

    em seguida virou para sentar no banco. Ouviu um som parecido aoestalo de uma escopeta por cima de sua cabea e sentou surpresa.Sua surpresa foi dobrada quando sentiu que sentava em algoextraordinariamente gosmento. Antes que perguntasse o que seriaisso, voltou a soar a mesma exploso sobre sua cabea. Deu-seconta que o mesmo pssaro tinha defecado uma segunda vez comgrande otimismo sobre seu ombro.

    E j no havia necessidade de perguntar-se sobre que se sentou.O pssaro trilou uma vez mais e se afastou voando, sentindo-se

    aparentemente muito melhor.De repente ficou agradecida pelo caloroso dia, pois tinha certezade que no iria a nenhum lugar at anoitecer. Provavelmentepoderia ter se coberto com o xale que tinha colocado pela manhem sua bolsa, mas isso significava mais lavagem a seco esuspeitava que j lhe custaria uma fortuna na lavanderia. Assimdecidiu pensar em coisas mais interessantes, quer dizer o que haviadentro de suas cinco libras de sortidos da Godiva que acabara decomprar. Cheirou, selecionou, mordeu, ento se concentrou em

    como conseguiria aterrissar na Esccia sem recursos para comerfora, o preo do bilhete. Saboreou o chocolate e fantasiou sobrecampos de urzes e arrumados escoceses com seus kilts.

    Passou o tempo.Ela considerou levantar e ir pegar uma bebida, mas podia perder

    seu lugar no Banco, e isso ela no poderia consentir.A tarde caiu.Um banho estava comeando a parecer maravilhoso, mas isso

    significava mostrar-se s pessoas e ela ainda tinha seu orgulho. Spodia imaginar o aspecto da cagada de pomba em seu traje deseda.

    Comeou a anoitecer.Comeava a sentir frio. O parque onde ela se encontrava, de

    repente estava completamente vazio. Colocou seus ps sobre obanco e abraou seus joelhos. Uma estranho nevoeiro surgiu docho e a cercou. Agora, se fosse somente uma simples neblina, elateria pensado que uma sbita nuvem de maconha tinha chegadopelo ar por atrs do arbusto, mas era algo mais do que isso. Muitomais. Sentia um calafrio e uma sensao muito forte de que AlgoEstava Acontecendo.

    Agarrou sua bolsa e comeou a se perguntar se o livro da

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    Elizabeth tinha sido mais autobiogrfico do que ela admitia. Almdisso, Elizabeth no tinha avisado sobre o parque?

    OH, senhor sussurrou, fechando seus olhos firmementeesperando que a sbita sensao de vertigem se devesse ao sabore qualidade das quatro trufas. Senhor, OH, senhor.

    De repente a intensa bruma se dissolveu repentinamente. Elaabriu os olhos e viu um rapaz na frente dela, possivelmente o maisimundo e esqulido adolescente que ela j tinha visto. Ele abriu osolhos e deu um grito e fugiu antes que ela pudesse fazer o mesmo.

    E ento se deu conta de algo mais.J no estava sentada no banco do parque.Comeou a soluar.

    Devia ter prestado mais ateno ao ps-escrito de Elizabeth.Tinha sido arrogante. Tinham-na avisado, mas fez pouco caso.

    Talvez merecesse o que estava passando.E agora ali estava ela sentada em um lugar desconhecido,escutando algo que parecia bastante a uma maldio, umamaldio em francs normando antigo, misturado com numerosos

    juramentos em ingls medieval que ningum mais usava.Fechou seus olhos fortemente, apertou a bolsa contra seu peito e

    tratou de controlar seu soluo. Talvez se cantasse uma canoalegre poderia voltar para a realidade. Sim, isso era o melhor.concentrou-se na primeira coisa que passou pela mente.

    a histria de uma linda mulher

    Captulo 3

    a histria mais lamentvel que j ouvi grunhiu William aseu escudeiro. Uma mulher voc diz?

    Sentada completamente s disse o menino assentindo coma cabea e abrindo seus enormes olhos Balanando-se ecantando como se estivesse louca.

    Sentada onde? perguntou William.Onde voc tem a inteno de escalar o muro, meu senhor,

    seno eu no o teria incomodado.William grunhiu. Ao menos Peter era um menino disciplinado.

    Olhou o cu, amaldioando, e moveu a cabea. A aventurasangrenta estava condenada desde o incio. E agora uma criaturademente estragava mesmo antes de ter comeado. Certamente, jteria alertado a todos os habitantes de suas intenes.

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    O cerco no estava saindo como tinha planejado. Aparentementeseu pai o mesmo idiota do qual William tinha fugido tinhaseparado os lbios da larga torneira de cerveja o tempo suficientepara criar uma defesa. Doze homens somente, no muito apto, masainda assim eram uma dzia contra um. Um e algo, contando com

    Peter, embora no sabia de que ia servir esse bastardo que tinharesgatado das ruas, contra homens treinados.Para comear deveria estar lamentando-se por no ter formado

    um guarda faz anos. Sim, e deveria ter guardado mais do ouro quetinha ganho em suas incurses no circuito de torneios franceses.Infelizmente, nunca tinha pensado que iria querer uma casa ou umlar, assim, para que ia querer bolsas de ouro ou contratarmercenrios? Tinha preferido viajar rpido, viver desenfreadamente,e esquecer dos bandos de ladres e herdeiras desesperadas. No

    ter homens para alimentar havia parecido uma boa idia, mas agoracomeava a se perguntar se deveria ter conservado com ele algumguerreiro que lhe ajudasse em suas empreitadas.

    No que suspeitasse empreender alguma ao, no a curtoprazo. Sendo o segundo filho de um segundo filho completamenteintil, equivalia a ter pouco ou nada na vida. Seu av tinha sido osuficientemente generoso para dar-lhe um escudeiro. Phillip haviaprovido a William com uma brilhante espada nova, e um bom cavalode guerra antes de haver ganho suas esporas. S por isso William

    estava realmente agradecido. obvio no esperava mais nada.Tinha sido pego completamente de surpresa ao encontrar umamensagem para ele na Frana, dizendo que tinha uma herana embora no uma muito boa na Inglaterra e que talvez gostaria devoltar para reclam-la. Sabia o que tinha acontecido com seu av,mas no tinha sido capaz de voltar para seu enterro. As notciassobre seu prmio na Inglaterra tinham chegado atravs de seu tio.Ficou assombrado com seu presente, mas ficou mais impressionadoainda pela propriedade no ter ido primeiro para seu pai ou seuirmo.

    Alm disso, seu pai e seu irmo eram tolos, e tanto seu avcomo seu tio sabiam muito bem. Apreciando o bom julgamento deseu tio, tinha estado mais do que feliz por conhecer um pouco seusassuntos antes de tomar posse de sua residncia.

    Em seu caminho para o norte imaginou que encontraria um fogoquente e um vinho decente esperando. O que no imaginava eraencontrar seu pai de posse de sua herana.

    Maldito tolo intil!Assim, agora enfrentava ao inevitvel dever de tentar arrebatar

    seu lar das mos seu pai antes que ele acabasse com o pobresustento que ainda tinha nas despensas e fecundasse o menor

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    nmero de moas que se encontrassem dentro.A mulher, meu senhor. recordou Peter.E como se no tivesse o bastante, agora tinha que se preocupar

    com uma mulher louca?Sim, sim. queixou-se William. Me mostre o caminho,

    menino.Talvez ela possa levantar uma espada. Poderamos utiliz-la.Mas amaldioava continuamente enquanto dava pises detrsde seu escudeiro. A nvoa era muito espessa e at que se chocoucontra o muro, no se dava conta de onde tinham deixado seuequipamento e no percebeu aonde estavam.

    Bem, era uma mulher, estava certo. Estpida como um pato,nada menos. Estava se balanando e cantando exatamente comoPeter tinha advertido, com os olhos fortemente fechados e algumaespcie de saco agarrado firmemente contra seu peito. A letra da

    cano era ininteligvel para William e a melodia francamenteirritante.Poderia parar? sussurrou-lhe bruscamente. Quer atrair aos

    brbaros do norte sobre ns com esse horrvel rudo?A mulher abriu os olhos e ento voltou rapidamente a fech-los .

    Seus dentes comearam a tagarelar, e no fazia nada por melhorara execuo de sua toada.

    William olhou para cima e viu um cintilar de algo diretamente emcima da cabea da mulher. Empurrou Peter at faz-lo retroceder,

    ento saltou para diante e atirou mulher a seus ps.E, como se tivesse tentado maltrat-la em vez de salv-la, a ingratao empurrou e comeou a golpe-lo com o saco que estavaagarrando.

    William tropeou para trs protegendo sua maltratada cabea etentou recuperar o sentido depois do golpe que ela havia dado.Piscou vrias vezes e olhou o pesado saco negro com desaprovao.

    Um movimento sobre eles assegurou que em cima havia algoainda pior que a seus ps. Deu um puxo mulher para afast-la deum perigo iminente s para descobrir que ela estava se preparandopara golpe-lo de novo. Retrocedeu instintivamente, quando comhorror viu que de cima derramavam o contedo de uma grandepanela sobre a infeliz moa, meio esperando ouvi-la chiar quando seempapasse com azeite fervendo.

    A sonora gargalhada sobre eles fez com que suas suspeitastomassem outra direo. Assim como o afastamento repentino detodo movimento e o som da louca mulher que tinha na frente.

    William inclinou e cheirou, e logo tampou o nariz com a mo paraproteger-se e olhou o contedo da imundcie que agora adornava mulher que estava de p na sua frente. Aparentemente nem tudoestava bom no jantar de Redesburn. Sacudiu a cabea com

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    simpatia.E enquanto fazia isso, assaltou-lhe uma inoportuna lembrana.

    juramento de proteger, defender, e resgatar todas as donzelasem perigo

    As palavras que com tanto jbilo pronunciou o sacerdote

    ressonaram na mente do pobre William, perguntando-se em quedemnios estava pensando quando visitou o sacerdote em primeirolugar. E dar sua palavra? Por todos os Santos! Tinha sido to tolocomo a criatura que tinha diante dele.

    Olhou-a fixamente. Certamente esta no podia ser qualificadacomo uma a resgatar. Esteve s ruminando por um momento,quando foi assaltado por outro irritante pensamento. O cavalheirismo nunca conveniente.

    Franziu os lbios. Essa tinha sido a favorita de seu av. E como

    seu av tinha dado-lhe tanto seu equipamento, seus valores, omanejo da espada e bastante do verdadeiro sangue dos Artane sups que se encontrava diante de uma pequena dilema, maslevaria em conta essas palavras e salvaria maldita mulher.

    Possivelmente choveria e a liberaria de seu fedor.William amaldioou saudosamente, agarrou mulher pela mo

    que segurava o saco, para impedir que ela o golpeasse, e a arrastouatrs dele. Pelo menos tinha parado de cantar. William agradeceupor esse pequeno detalhe.

    Voltou pisando duro para seu acampamento, amaldioando portodo o caminho. O que ia fazer com essa moa agora que a tinharesgatado? Precisava se concentrar na tarefa que tinha nas mos, eno inquietar-se pelos suaves contornos de uma mulher. Uma rajadade ar arrastou para ele outra vez o aroma que tinha deixado aimundcie, e decidiu que a primeira coisa a fazer era livr-la disso.Inclusive se ela cantasse era melhor do que esse fedor.

    William parou para pensar em seu improvisado acampamento.Este no era um lugar que planejava habitar durante muito tempo,no tanto para torn-lo confortvel para uma mulher. No podiamfazer fogo, para no delatar sua posio, e no havia nada quepudesse usar como casaco. Suspirou e ps os olhos em branco. Porque as coisas no podiam ser mais simples?

    Retirada.Que palavra to desagradvel.Aparentemente no tinha escolha. Olhou para Peter.Recolha nosso equipamento. Voltaremos para a capela.

    Peter aparentemente adorou a idia, porque sem perda detempo realizou a tarefa encomendada. William perguntou se haveriaalgo mais atrs do altar do que ele sabia. Selou seus arreios, emseguida olhou mulher que tinha deixado uns passos atrs dele.

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    Estava observando o com um olhar que s podia definir comohorror.

    O que? perguntou Nunca reparou antes em umcavalheiro pobre?

    Seus olhos se abriram com assombro, enquanto movia

    lentamente a cabea.Ao menos no era completamente estpida. Mas ela devia teruma m opinio dele, seu tabardo desfiado e sua capa remendadao afligiam. Ergueu-se.

    Sou o senhor desse feudo. disse apontando para o casteloque tinham abandonado. Estava tentando recuper-lo quandovoc me distraiu de meu propsito.

    Ela o olhou sem se impressionar. O certo que parecia que iaromper a cantar outra vez. Tentou segurar sua bolsa para que ela

    montasse no cavalo. Imediatamente ela a ps fora de seu alcance,enquanto seus olhos soltavam uma luz febril.O que tm a? perguntou chateado Relquias sagradas?Q-que?Ao menos era capaz de dar uma resposta, embora uma intil.

    Olhou-a com novos olhos. Talvez no fosse tola como parecia. E logoa olhou de verdade perguntando-se por que estava to distradocom as desgraas a seu redor que no tinha prestado ateno aoque tinha diante de si. Ignorou a porcaria que cobria seu cabelo e

    sua roupa, e notou, em primeiro lugar, o seu estranho traje.Tudo negro, como se fosse um demnio enviado diretamente doinferno. Suas saias, podiam denominar assim, chegavam somenteat os joelhos como as dos escoceses. Mais abaixo, suas pernasestavam to negras como sua saia, mas com grandes remendosbrancos. William inclinou e observou que suas pernas estavamcobertas por umas meias, mas de uma malha fina, que nunca tinhavisto antes.

    E havia seus sapatos. Tinham sido brancos em algum momentoanterior, e possivelmente fossem outra vez depois de limp-los.Estavam atados com alguma espcie de corda avermelhada eadornados com contas brilhantes. As miangas que estavam sobreos dedos dos ps eram amarelas com umas marcas que pareciammuito com uma cara sorridente.

    Simplesmente um milagre. William endireitou-se e olhou mulher outra vez. Talvez era uma Santa ressuscitada, ou um anjoque ia em sua ajuda. Tudo o que sabia era, que ajudando-apossivelmente ela retribuisse a ajuda.

    De repente se encontrou de costas devido a um grande golpe emsua cabea. Sacudiu sua cabea tentando esclarecer a viso. Moveuseus ps balanando uma ou duas vezes.

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    Foi por ali. disse Peter prudentemente apontando para osul.

    William ps Peter sobre o seu cavalo, e subiu com um salto emseus arreios. Levou apenas uns minutos para alcanar mulher, enesse tempo, claramente seu temperamento o venceu.

    Detenha, moa do demnio. Bramou.A mulher virou para olhar para ele, mas sem parar de fugir, eesse foi seu engano. Tropeou e se escancarou pelo cho. Williamfez uma careta de dor pelo inconfundvel som que produzia o crnioao se chocar contra algo duro. Levantou dos arreios e saltou. Maldio, s lhe faltava isto em sua miservel vida. Agarrou moa em seus braos, cruzou a sobre seu cavalo e montou. Agorano tinha mais escolha, tinha que ir igreja outra vez. Ou melhor,

    podia deix-la l e retomar seus assuntos de novo. Sim, isto

    contaria como um resgate, no mesmo?Premeditadamente ignorou o fato de estar enganando um poucoo disposto pelo sacerdote por no estar cumprindo com a parte do

    juramento de defender e proteger.Juramentos, pensou com desgosto.Ele sabia aonde o conduziriam.

    Captulo 4

    Julianna voltou em si com uma tremenda dor de cabea. Noqueria arriscar abrir os olhos, por temer que a dor se intensificasse.Demnios! O que se passava? Tinha sido assaltada por ladres?Roubada? Atacada enquanto saboreava inocentemente o chocolateno banco de um parque?

    Enrugou o nariz quando percebeu o aroma que parecia rode-la.Tinha sentado no cco do pssaro e agora comeava a aceitar oodor, no sabia que podia. Bom, no tinha sentido posterg-lo pormais tempo. Ia abrir os olhos, levantar e voltar para casa.Provavelmente j era noite e s teria que abrir caminho entre ossonmbulos do metr. Podia ser pior.

    Abriu os olhos.OH! Era pior.

    L, a poucos passos dela estava um homem, um homem queinfelizmente conhecia muito bem. Maldio, pensava que tinha sidoum sonho. Mas a estava, com seu esqulido ajudante, comeando amexer em sua bolsa.

    Oua! grasnou Deixa isso.O homem a olhou tranqilamente, como se no sentisse

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    nenhuma culpa por roubar suas coisas. Segurava seu chocolate emuma grande mo. Julianna olhou com horror como se preparavapara atirar sua caixa de trufas por cima do ombro.

    So Godivas, seu idiota ofegou cambaleando-se para ele.Ele disse uma palavra muito acentuada, Julianna procurou

    mentalmente um sinnimo de New Jersey e ficou em branco.Mergulhando em alguma poro esquecida de seu super educadocrebro, deu com uma obscura palavra que soouextraordinariamente igual a que o homem latiu para ela.

    Veneno.Cus, no disse ela Chocolate. segurou a cabea entre

    as mos e foi engatinhando sobre seus joelhos. Manteve uma mosegurando a cabea para que no casse de seus ombros e procurouprovas entre suas coisas. Colocou dentro da bolsa algumas coisas

    que ele esteve examinando e arrebatou-lhe o prezado tesouro desuas mos. Pode ser o ltimo que eu possa experimentar retornou lentamente ao muro contra o qual aparentemente estevedormindo e estreitou sua bolsa contra o peito. No tinha sentidovoltar a perd-la de vista.

    Levou um momento para clarear sua cabea, e quando fez,desejou no t-lo feito. Provavelmente tinha tido uma concusso.Possivelmente sua dor de cabea estava causando alucinaes.

    Talvez estivesse ficando louca.

    Bom, qualquer que seja o caso, a nica coisa segura era que jno estava no Gramercy Park.Suspeitava que at mesmo, no estava em Manhattan.Talvez houvesse mais no mapa de Elizabeth do que seus olhos

    viram.Olhou ao redor. Estava em uma velha e desmantelada igreja de

    pedra. Ainda conservava o telhado e as paredes, mas havia plantascrescendo onde no deviam e grande nmero de algo muitoparecido a ninhos espalhado por todos os lado, estavacompletamente segura, de que eram habitados por animais deorigem duvidosa. Olhou a sua direita e viu um altar adornado com oque podia supor que fosse um sacerdote inconsciente. Ela pensouque estivesse morto at que deu um grande bufido e comeou aroncar.

    De acordo, poderia ter visto algo um pouco parecido em Jersey.Mas no explicava o homem que a encarava, o qual seguia

    perguntandoQuem ? e De onde vm? em uma lngua notavelmente

    parecida com o ingls medieval. Quando essas inteligveis palavrasderam passagem ao que assemelhou-se com um espantoso francsnormando e uma ladainha de maldies que logo que pode

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    entender, comeou a pensar que inclusive em Jersey no podiaocorrer algo to estranho.

    Havia a cota de malha a considerar. Um estudante de lnguamedieval no conhecia as palavras sem aprender muito bem ahistria. Suas roupas pareciam do final do sculo XIII. Talvez do

    princpio do XIV se era pobre e usava de segunda mo. Mas suaespada era muito brilhante e indubitavelmente muito afiada. Olhoua sua esquerda e encontrou com dois grande cavalos de p bemdiante na porta da igreja.

    O set de filmagem de Hollywood?Tinha suas dvidas.

    A propsito, tome cuidado com Parque de Gramercy tambm.Esse lugar um terreno perigoso. Cai no sono em um banco ali umavez e terminei praticamente em outro planeta...

    As palavras de Elizabeth voltaram para sua mente com irritanteclareza. Outro planeta era apenas uma figura de linguagem, noera? Ela no caiu em um tipo de mundo de Jornada nas estrelasonde a vida estava eternamente cravada na Idade Mdia, no verdade?

    E para estar seguro, somente fiz um juramento para garantirmeu xito. Estava contando o homem enquanto a observava cominconfundvel desaprovao.

    Julianna ficou observando como ele movia os lbios, s ento se

    deu conta que ele estava usando para formar palavras.Necessitarei de todos que possa conseguir continuouqueixando-se ser uma tarefa difcil tirar seu lamentvel traseirode minha propriedade, ser uma tarefa difcil se ele puder levantarsua espada para salvar o pescoo.

    Julianna sentiu como se de repente tivesse sido descarregada emum pas estrangeiro onde o murmrio que crescia ao redor delahavia repentinamente comeado a parecer com o idioma que elatinha estudado diligentemente. S, comeava a se perguntar se obreve semestre de intercmbio em Cambridge tinha sido suficientepara obter o acento de um professor universitrio americano. Logose deu conta de que estava ouvindo o homem queixar-se emfrancs normando e amaldioando o adolescente que estavasentado ao seu lado em um ingls medieval, e foi ento quecomeou a se convencer firmemente de que estava ficando louca.

    Ele diz que o lamentvel rabo de seu pai, acrescentou oadolescente alegremente Roubou seu

    O menino esquivou de um amigvel, embora mal intencionado,tapa em sua orelha e guardou silncio. Julianna olhou para o homeme se pegou na nica palavra que podia repetir sem gritar.

    Um juramento? perguntou com voz rouca.

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    Sim, pardiez. respondeu o homem bruscamente.Ela pestanejou.Ele maldioou.De resgatar e defender todas e qualquer donzela em perigo

    Proteger. acrescentou o sacerdote com voz dbil,

    comeando a tossir, deslizou para fora do altar precipitadamente.Aterrissou com outra tosse e um bufido. Trocou de lugar, ficandomais cmodo, e comeou imediatamente a roncar de novo.

    O homem lanou ao homem de roupa imunda um olhar negro,logo dirigiu a ela seu olhar hostil.

    Agora, pela ltima vez, como se chama? De onde vm?Julianna respirou profundamente. Era tudo muito irreal. No

    podia acreditar no que estava ouvindo. No queria acreditar no queestava cheirando. Cada grama de seu bom senso no queria chegar

    concluso mais bvia.Uma viagem no tempo.Era impossvel.Podia acontecer?Olhou o homem e sorriu ligeiramente. Que demnios! Diria-lhe a

    verdade e veria como reagiria. Possivelmente esgotaria seurepertrio de francs normando, e deixaria de jogar e admitiria quetinha sido uma elaborada brincadeira. Mostraria as duchas,mendigaria seu perdo por agarrar fortemente sua perna, e

    ofereceria um trabalho em sua reconstituda sociedade.Ou talvez no ele no fizesse nada disso. Se no acreditasse,poderia pensar que era uma bruxa, e tratasse de queim-la nafogueira. Porque no importava o que dissesse seu bom senso, elaestava segura de que no se encontrava em Manhattan. Emborasuas visitas parte sul da cidade havia sido escassas. Estava certaque mesmo em Jersey no havia cenrios como este.A nica coisa certa que o homem que tinha de pedir ajuda noestava no grupo de bem-vindos.

    Seu nome repetiu.Nome assentiu com um grasnido. Julianna Nelson. Sou de

    Nova Iorque. Estava certa de que seu acento estava longe de serperfeito, mas sups que estava arrumando para as palavras naordem correta para fazer se entender. Manhattan. esclareceu.

    Manhattan? repetiu. Moveu a cabea franzindo o cenho. desconhecido para mim.

    No nem sequer a metade disso, amigo. disse depois desuspirar.

    Ento respirou profundamente, e desejou no hav-lo feito. Asmemrias inundaram-na, junto com a forte suspeita de que tinhamdescarregado o contedo de uma privada sobre ela. Comeou a

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    soluar de novo. Isso sempre acontecia quando ficava realmentenervosa. Era desagradvel nas entrevistas de trabalho; agora erafrancamente irritante, provavelmente porque cada vez que tragavaar involuntariamente, no estava muito segura que outros aromasprocedentes de suas roupas estava absorvendo.

    gua? perguntou hip hip.Hip hip? olhou-a como se estivesse louca, mas um novoataque de violentos soluos esclareceu o mistrio. Ele franziu ocenho. H um riacho.

    Sim ela assentiu com a cabea. Onde?Ficou de p, olhando uma vez mais sua bolsa, mas seu aroma

    era suficiente para mant-lo longe. Com grande alvio manteve-se distncia enquanto a conduzia a uma pequena distncia da capela.cruzou os braos e esperou.

    Julianna tomou um grande gole de gua, rogando para que agua no estivesse to poluda para mat-la. No cessou o soluo,mas diminuiu o suficiente para poder pensar em outras coisas,principalmente em um banheiro. No importava que no houvessesuficiente gua para um bom banho, e com um bom banhoprovavelmente teria uma pneumonia. Queria tirar as roupas, lavar ocabelo e queria faz-lo em paz. Olhou para seu pouco dispostoanfitrio.

    V. Disse diretamente. No queria se desgastar com uma

    conversao desnecessria.No.Privacidade. Tentou, com outro soluo.Ele olhou para ela sem compreender.

    Quero estar sozinha. disse, com sua melhor imitao deGarbo.

    S serviu para que levantasse as sobrancelhas sob uma explosode raiva. Ps sua mo sobre sua espada.

    Meu juramento disse, como se essas palavras deixassem umsabor amargo na boca. Eu protegerei. meu dever de cavalheiro.

    Poderia hip virar de costas.Poderia no ver um assaltante.

    Magnfico, um libertino com escrpulos. Julianna considerou aalternativa, cheirar como esgoto durante um tempo, depois deu ascostas ao seu protetor e agarrou suas coisas. Colocou sua bolsa dolado, tirou seus sapatos e tentou tirar discretamente suas meias.Estavam completamente destroadas, mas pensou que era melhorque tivessem buracos que ter as pernas nuas, assim ela colocounuma pilha para lavar. Despiu sua jaqueta perguntando-se se umbom mergulho no frio riacho transgrediria o aviso lavarseco daetiqueta. No tinha mais escolha. Sua saia seguiu, adornada com a

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    cagada de pssaro e com outras substncias inominveis. Sua blusas tinha danos menores, assim comeou primeiro por esta,ignorando o fato de que estava ajoelhada sobre o lodo, de costaspara um homem, vestindo s suas calcinhas.

    J teve dias melhores.

    Tambm poderia ter desejado umas coxas mais firmes enquantoinclinava para molhar a cabea. A gua gelada do riacho fez sua dorde cabea entrar totalmente em outra dimenso, e ela se sentiufraca. Antes de que ela pudesse impulsionar, sentiu mos fortessobre seus braos, salvando a de uma completa queda no leito dorio. Uma brusca mo lavou a cabelo para ela, e depois escorreu agua torcendo o cabelo com uma ou duas voltas. Julianna derepente encontrou-se de p, olhou de esguelha para um homemsubstancialmente mais largo e alto que ela, o qual aparentemente

    no estava incomodado pela ligeira chuva. Secou os olhos, ps omelhor aspecto que sua esmurrada cabea permitia, e se deu conta,pela primeira vez, que embora seu salvador fosse mal-humorado,era extraordinariamente bonito.

    Seu cabelo era negro como o pecado, e quando essepensamento correu por sua mente, compreendeu que talvez elatenha lido demais os romances de Elizabeth.

    S havia lido um, mas esse j poderia ser muito. No escreviato mal. O homem que estava em sua frente seria um bom material

    para um heri. Tinha um assombroso par de brilhantes olhos cinzas,uma mandbula cinzelada e uns mas do rosto esculpidas. Sim,definitivamente falaria com Elizabeth sobre ele na primeiraoportunidade que tivesse.

    Tambm suspeitava que esses ombros e braos que pareciamto fortes mesmo com a cota de malha, no provinham de umtrabalho de escritrio. Faziam-na sentir-se frgil. Pareceu,milagrosamente, que os dez quilos extras de suas coxas eraminsignificantes.

    Pode ficar em p? perguntou.Um hmm. disse, incapaz de deter o comeo de um sorriso.

    Notou, de repente, que seu soluo se foi juntamento com seu bomsenso. Bem, se tinha sido jogada dentro de uma realidadealternativa, ou em uma terra rstica perdida no tempo, isso era anica coisa que poderia fazer. Obrigado.

    Condenado juramento! grunhiu.Mas seus grunhidos no o impediram de colocar suas roupas

    dentro do riacho e as aoitar de uma maneira particular, varonil,rpida e no muito cuidadosa. Julianna teria protestado por umtratamento to pouco galante a sua roupa de doismesesdetrabalho, mas de novo, no ter que lav-la e ver seu salvador se

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    fazer de lavadeiro estava arrancando um sorriso de algum lugarmuito tenro dentro dela.

    Ele tinha todas as suas coisas gotejando em sua mo grande, eento virou de propsito para sua bolsa.

    E seu sorriso murchou bruscamente.

    Saltou de cabea e por isso, e pela segunda vez sentiu como sebatesse a cabea contra uma rocha. endireitou-se, esfregando acabea enquanto ele fazia o mesmo. Olhou de cara feia para ele,recebeu uma carranca de volta. Ento ela comeou a oscilar.Realmente tinha que deixar de abusar de seu crnio ou teria sriosproblemas. Viu o cho vir em sua direo e fechou os olhos emauto-defesa . Maravilhoso! Depois de estar toda limpa e agoravoltaria a estar toda coberta de lodo.

    Entretanto, de repente no se encontrou no cho, mas sim de p

    segura por um par de mos fortes.Com sua bolsa firmemente agarrada contra seu peito, obvio.Mesmo um potencial desmaio no era suficiente para solt-laquando seu Godiva estava em jogo.

    Eu a levarei. Anunciou ele, olhando resolutamente a bolsa.Ele no podia pensar em outra coisa?Voc no. declarou ela com igual firmeza.No destroarei suas relquias sagradas.Olhou-o cticamente. Tinha visto ele revistando sua bolsa com a

    metdica imparcialidade de um veterano do NYPD

    5

    . Sua aparentefalta de respeito pelo bem-estar de sua comida era suficiente paraproibi-lo de acessos futuros. Que outras coisas mais poderiadesprezar?

    Ele suspirou elevando seus olhos ao cu, e antes que elapudesse gritar uma resposta, agarrou-a em seus braos e dandopernadas voltou para a desmantelada igreja, agarrando com umamo suas roupas e sapatos.

    Caramba! disse colocando a mo na cabea em um belogesto sulino que nunca em sua vida tinha usado.

    As grandes calamidades tiram o melhor da mulher,aparentemente.

    Ele se queixou de algo, e Julianna levou um ou dois minutos parase dar conta. Quando o fez comeou a rir.

    O cavalheirismo nunca conveniente.Ele olhou para ela, aparentemente assustado, logo franziu o

    cenho e seguiu caminhando. Julianna foi depositada ondedespertou. Suas roupas atiradas no cho perto dela. Ficou de p,tremendo, e observou como ele procurava uma manta em seuequipamento. Dirigiu-se para ela com um passo fcil e envolveu

    5 Departamento de Polcia de Nova Iorque

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    seus ombros em uma manta.OH! disse perplexa Obrigado.

    Grunhiu, logo virou e golpeou seu companheiro que cochilavacom o p.

    Levante Peter! Faa a guarda. Sem fogo, entendido?

    Mas, meu senhor, onde vo?Dormir moo. Voc cuidar de tudo por uma hora ou duas.O menino chamado Peter tragou saliva, logo ficou de p num

    salto. Aceitou a espada do homem com seus esqulidos e trementesbraos e uma grande tremedeira. Julianna observou como ocavalheiro, e dificilmente poderia cham-lo de outra coisa depois dever tirar a espada medieval com uma enorme pedra preciosavermelha brilhante como o sangue do punho, dando as costas aambos e dirigiu ao outro extremo da capela. Enroscou-se em sua

    capa e ficou imvel em seguida. Se ele dormia ou no, ela nopodia assegurar.Mas algo estava claro: No ia responder a nenhuma de suas

    perguntas. E ela tinha muitas. Onde estava realmente? Por quetodos falavam correntemente uma lngua de oitocentos anos?, porque havia cavalos defecando no a menos de seis metros e aningum achava estranho?

    O que no resolvia o problema de onde estava agora e comovoltar para aonde estava antes. Olhou s costas de William e

    decidiu que no ia ser de utilidade por agora para resolver estesproblemas.Olhou a sua direita. O sacerdote tinha apoiado suas costas

    contra o altar e estava babando enquanto sonhava. esquerda estava em frente dela o esqulido moo, o qual a

    olhava como se acabasse de ser liberada de um manicmio.Magnfico! Era muito ruim que ele pensasse que estivesse louca,mas o pior era que ainda sustentava a espada.

    A nica coisa boa era que ele ainda parecia faminto.Possivelmente fosse o momento para uma incurso nas profundezasde sua bolsa. Provavelmente haveria algo com o que tentar umadolescente. Podia pr comida em sua mo e us-la para surrupiarinformao.

    Ela sentou to elegante e modestamente quanto pdeentreabrindo os olhos com um olhar inquietante para o portador daespada. Perguntava-se o que entreteria o menino. obvio quecontava com seus Godiva, mas tinha a sensao de que seria umdesperdcio gast-los nele. Se seu chefe pensava que era veneno,ele provavelmente tambm pensaria.

    De acordo, ento o chocolate estava descartado! Contemplou ocontedo de sua bolsa. Cachecol, novela de mistrio de Dick

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    Francis, uma cpia muito manuseada dos contos de Canterbury paraseus longos trajetos no metr, uma garrafa de refrigerante parauma horrorosahorrorosaemergncia que nunca chegava. Tudo oque sabia, era que algum dia lhe salvaria a vida. Tinha sua agendaeletrnica com uma seleo de jogos para as entrevistas

    aborrecidas, e um par de Cole Haan6

    que nunca haviam tocava algomais spero que um tapete rabe. Tinha seu livro de desenhos euma espcie de lpis de todas as cores. OH! e sua aquisio na lojadiettica. Suspeitou que as cenouras cobertas de alfarroba no erao caminho para o corao do menino, mas era o melhor que tinha,assim se decidiu.

    Tirou-as de sua enrugada bolsa, segurou-as em sua mo e olhounos olhos de Peter.

    Bem, Peter, disse com sua voz de quem-no-quer-nada

    que reservava para os funcionrios e o caseiro de seu edifcio tenho vrias perguntas para voc

    Captulo 5

    Dois dias depois, William se encontrava na borda do bosque,olhando fixamente a nvoa que se formava redemoinhos ao redorde seu castelo e amaldioando sua situao atual. Deveria estardentro de seu castelo com um fogo quente aos seus ps e umagarrafa de algo potvel em sua mo. E assim teria sido, h doisdias, se os acontecimentos no conspirassem to duramente contraele. Agora olhava para ele. Na chuva, de p estupidamente diantede sua presa e sem um plano elaborado.

    Suspirou e reclinou contra uma rvore. Sua esperana desurpreend-los se foi. Mesmo nas sombras do bosque, suspeitavaque foram descobertos. No duvidava de que os homens de Hubertestivessem bem informados, e com grande alegria a respeito dosfatos ocorridos junto ao muro h duas noites.

    Sups que seu pai estaria rindo com gosto. A ltima coisa quefaltava era encontrar seu pai rindo dele. Mesmo com Hubert sendoum bbado e um idiota, no podia ser to estpido para acreditar

    6 Marca de acessrios como sapatos, carteiras, etc.

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    que um pequeno contra-tempo iria impedi-lo de voltar a reclamar oque era legitimamente seu.

    Naturalmente, isso foi antes de se encontrar com uma mulherque era incapaz de cuidar de si mesma em um salo seguro comuma despensa cheia e vinte dos melhores mercenrios como

    guarda.William amaldioou energicamente, porque lhe proporcionava umpouco de satisfao. Pela primeira vez em sua vida, no s eraforado a cuidar de outros, mas tambm de seu querido pescoo, eisso tambm era uma situao lamentvel. Seu valor comoguerreiro sempre vinha da total indiferena por sua prpriasegurana. Ele tinha se atrevido onde outros se encolheram demedo. Tinha seguido adiante onde outros tinham vacilado. Lanou-se no estrondo da batalha onde outros tinham considerado as

    conseqncias. Havia ganho at mesmo uma feroz reputao e ourosuficiente para se satisfazer com boa comida, bebida e mulheresonde quer que fosse.

    Se alguma das vtimas de sua anterior crueldade, fossemtestemunhas de sua atual situao, morreriam de rir de William deArtane, cruel executor de guerra, hesitando por causa de umamulher.

    Lastimvel.Separou-se da rvore e deu-se uma boa sacudida. Como cuidar

    de uma mulher sem ofcio, a qual vagava sem propsito algum Eonde estava exatamente Manhattan, em todo caso? e elamerecia o destino que encontrou? Ele era um guerreiro, pela vilespada de St. George, e seu negcio estava adiante deleaguardando-lhe, atrs de uma capela.

    Examinou o torreo com olho crtico. O muro estavadesmoronado em alguns lugares, mas era ainda suficiente fortepara manter fora os assaltantes. William estava certo que ficariafeliz deste fato quando observasse esses muros de uma posiovantajosa. O salo em si mesmo era pequeno, mas perfeitamenteadequado para um nobre de segunda ordem como ele, pelo menosera capaz de ver o lado positivo. Sups que encontraria defensvelquando acabasse a inspeo.

    Mas como recuperar sua herana? Acariciou seu queixopensativamente. Talvez ele devesse plantar-se diante da porta edesafiaria os homens de seu pai a encontrar-se com ele um a um.Podia despachar a uma dzia de homens, se nenhum deles odespachasse primeiro, claro.

    Mas e se esses homens s tivesse a obrigao de defender atorre e no o seu senhor? Estaria matando seus prprio futurosguardas.

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    Ruminou durante um momento, e logo contemplou outra idia.Podia tirar suas meias, a tnica e a jaqueta de pele e simplesmentedeslizar pelo lugar onde o muro era mais vulnervel. Introduziria-ses escondidas no castelo e ameaaria seu pai com a espada antesde que algum se desse conta. Ele teria feito antes com grande

    xito.Entretanto era uma idia perigosa.Maldita mulher! murmurou enquanto voltava e desaparecia

    silenciosamente entre as rvores. Maldio o que me importa o queacontea moa! O sacerdote deveria apodrecer por propor esse

    juramento. Como podia segui-lo, especialmente tendo em conta otipo de criatura com que tropeou?

    Voltou rapidamente para a capela, embora tenha levado um bomtempo para chegar. Estava encharcado at os ossos quando chegou

    desmoronada ermida7

    , perguntando-se o que tinha se apoderadodele para voltar capela, em primeiro lugar. Nunca descarte a ajuda Superior.

    Desejou que seu av estivesse ali com ele, para que sugerissealguma idia. Como poderia uma moa ser considerada ajudaenviada pelo cu? Sim, era uma pena que Phillip j no estivessevivo. Ele teria reconquistado sua fortaleza, mais tarde voltaria paraArtane e deixaria moa de origem duvidosa com seu av, s paracomprovar como ela poderia deix-lo louco.

    Respirou profundamente para sufocar o que sem dvidas era umsuspiro de propores picas, e deslizou pela porta da ermida. Deuuma palmada em seu cavalo, e olhou ao redor para ver que tipo deloucura estava tramando Julianna.

    Ele teria amaldioado, mas estava muito ocupado perdendo oflego. Maldita mulher. J no tinha danificado seus planosbastante? Tinha que deix-lo mudo e fraco da cabea tambm? Setivesse idia do que havia debaixo dos refugos de esgoto, nunca ateria resgatado.

    Perguntou distradamente se seria capaz de manterverdadeiramente seu juramento se a donzela em questo era dotipo de moa que podia distrair completamente um homem de suasobrigaes. Possivelmente deveria perguntar ao sacerdote maisdetalhadamente sobre isso, mas mais tarde. No momento era muitomais satisfatrio observar moa em questo e render-se diante deumas poucas queixas silenciosas e bem ganhas.

    Ela estava brincando no cho, jogava Ah, no podia nemlembrar quando foi a ltima vez que teve tempo para jogar algochamado jogo de damas com o seu escudeiro, enquanto o sacerdoteobservava.

    7 pequena igreja

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    O jogo que tinha tirado de seu saco de relquias sagradas.William estava interessado em registrar meticulosamente ocontedo do saco, mas aparentemente tinha sido muito descuidadocom seus pertences na primeira noite para ter outra oportunidade.Peter, no obstante, parecia no ser vtima desta proibio, pois era

    permitido manusear livremente os bens de Julianna.Isso foi a primeira coisa que o fez ranger os dentes.O segundo foi que a mulher, depois de se lavar um pouco,

    tornou-se surpreendentemente mais bonita, ele desejava quealgum o tivesse golpeado na cabea antes de resgat-la! Notinha prestado muita ateno enquanto ela lavava naquela primeiratarde, depois de salv-la outra vez de cair de cara dentro do riacho.Realmente no tinha pensado nela, pois foi descansar. Infelizmentetinha despertado pouco depois para encontrar chamativa mulher

    soluando furiosamente enquanto tentava decifrar os murmurios deseu escudeiro. Apesar de suas melhores intenes, no tinha sidocapaz de tirar os olhos de cima dela.

    Ela estava oferecendo a Peter algo na palma de sua mo comose ele fosse um cachorrinho chicoteado que necessitava aprender aconfiar outra vez. E o maldito moo no tinha demorado a sucumbircompletamente. Inclusive o sacerdote tinha parado de fazer sinaispara defender-se do diabo pelo tempo suficiente para provar algo doveneno da caixa dourada de Julianna. Godiva. Hah! Que tipo de

    comida era essa?A terceira coisa que mais chamava-lhe a ateno e que o distraaera sua origem. Manhattan? Ele nunca tinha ouvido falar de tallugar, e ele tinha visto uma boa quantidade de aldeias nas suasviagens. No s isso, como ela se encontrava sem parentes, nemcriados, sentanda contra sua parede vestida em roupas que eleseguramente nunca tinha visto antes?

    Possivelmente deveria resolver esses mistrios antes de seusdentes virarem p.

    E ento possivelmente encontraria a paz que necessitava paraplanejar seu assalto.

    Saiu das sombras e cruzou rapidamente o cho de pedraquebrada. Talvez quando fosse um lorde com seu prprio torreo,restauraria tambm a capela. Apesar da distncia, podia ser til.Estava certo de que necessitaria de todas as benos que pudesseconseguir.

    Parou a poucos passos de sua instvel moa e a olhou. Bom, pelomenos hoje no havia sinais de soluos, nem aquelas absurdascanes que ela parecia recitar sem avisar.

    No houve nenhum reconhecimento de sua presena. Comeoua abrir a boca para castigar essa falta de respeito, Mas foi distraido

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    pela grande quantidade de cabelos encaracolados que chegava umpouco mais abaixo dos ombros. Estava adoravelmenteemaranhados, ele ficou tentado a deixar a suas inquietaes por ummomento e ordenar os cachos com os dedos.

    No podia dizer de onde tinha sado esse maldito e louco

    impulso, mas estava poderosamente tentado a pr mo na testapara ver se ardia de febre repentina.Possivelmente a loucura de Julianna era contagiosa.Ento ela levantou a face e olhou para ele. E soube que no s

    estava febril, mas tambm estava perdendo o pouco do julgamentoque lhe restava.

    Surpreendente.Sim, era isso. Seus olhos eram de um azul to dolorosamente

    intenso, que quase no podia olhar neles. Sua pele fina e delicada, e

    seu rosto tinha uma forma to agradvel, que no podia fazer outracoisa que rode-lo com as mos e beijar uma boca que com certezaparecia ter sido criada para tal fim. Mas bonita? No, no podiadizer isso dela.

    Suspeitava que teria que trabalhar duro para esquecer essaviso.

    Ela voltou sua ateno ao jogo, e William pde clarear suacabea. Olhou ferozmente para o sacerdote e pigarreou. O padreficou imediatamente em p e comeou a saud-lo respeitosamente.

    William fez-lhe um gesto e concentrou suas energias nos doisque ainda permaneciam sentados. Peter sentiu compulsivamente oardor do olhar de seu senhor, porque levantou a vista com umapequena vacilao.

    Meu senhor? Disse.Em p, ingrato vadio Grunhiu.Peter lanou uma ltima e longa olhada no jogo antes de arrastar

    seus ps e deixar livre seu lugar. William se sentou com umgrunhido e olhou para Julianna.

    Voc ir mostrar-me suas relquias sagradas? Disse semprembulos.

    Julianna moveu a boca por um momento ou dois, e ele temeu outroataque de soluos. Mas logo pareceu recompor-se.

    Ento negou com a cabea.William franziu o sobrecenho. No estava acostumado que o

    contrariassem.Voc far.Primeiro quero saber a data, interrompeu-lhe firmemente O

    ano.O ano? repetiu com surpresa. Por todos os Santos,

    possivelmente ela estava mais louca do que ele furioso.

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    O ano, disse, colocando a bolsa no colo. Peter no sabe, eseu padre est convencido de que 1250.

    Mil duzentos e cinqenta? Negou com a cabea. Deus me valha!William franziu o cenho. Supunha que ela tinha que tirar as

    coisas, no as colocar. Ah!, bem, parecia que no o deixaria olhar

    antes de ver sua demente curiosidade satisfeita. o ano de Nosso Senhor, 1299. disse com um suspiro. Oano do fim do mundo, embora eu no acredito nessesdespropsitos. observou-a para ver se estava satisfeita.

    Estava olhando como se ele fosse um imbecil.O ano de Graa de Nosso Senhor, 1299. repetiu firmemente.

    O mesmo que era ontem e anteontem. E o mesmo que seramanh.

    Um horrvel som algo sendo rasgado ecoou na capela. Ele ficou

    de p, alerta com a espada na mo antes de saber o que fazia.Olhou ao seu redor, mas no viu nada. Seu escudeiro e osacerdote se atiraram no cho atrs do altar. Julianna estavaolhando fixamente para ele como se confirmasse seus piorestemores. Ento lentamente levantou sua bolsa.

    Ziper. disse.Ele baixou sua espada lentamente.Ziper?

    Ela puxou algo e o rudo ecoou outra vez, s que mais fraco

    desta vez. William dobrou seus joelhos, abrindo a bolsa. Por todos osSantos, levava mais relquias sagradas do que ele suspeitava.Ento outro pensamento ocorreu a ele. Talvez as relquias que

    transportava era uma carga muito pesada e alterava seus nervos.Ela era, afinal, apenas uma mulher e, provavelmente, no tinha afora necessria para tais coisas. Ser que a obrigao com asrelquias tinha-na levado loucura?

    Essa era a forma reconfotante de pensar em como ela tinhachegado a seu atual estado de loucura.

    Quero ir para casa. Sussurrou.Isso era outra coisa que o deixava perplexo. Entendia sua

    linguagem muito bem, embora ela se expressasse de formaestranha. Mas sua maneira de associar as palavras era francamentedesconcertante.

    Voc quer ir para casa, disse, decidindo imediatamente queno tinha tempo para realizar uma viagem. Ele tinha uma fortalezapara recuperar, e depois de t-la recuperado, passaria todo seutempo tentando mant-la a salvo. Alm disso, seu juramento s oobrigava a resgatar e defender. No o obrigava a proporcionar umaescolta para voltar de onde quer que tivesse vindo.

    No estou muito certa de como cheguei aqui, se que aqui

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    realmente algum lugar e no alguma absurda reconstruo de umacampamento militar medieval.

    Ele parou e considerou. Como ela tinha estado sentada contraseu muro com nada mais do que as relquias que guardava? Erauma freira? Uma Santa?

    no estava preparada para isto, estava dizendo,comeando a soluar outra vez. No hip gosto de acampar, odeiovestir meias de nilon hiphip e acredito que sou alrgica a seumaldito cavalo hip.

    William suspeitava firmemente que os Santos no xingavam. Etinha a certeza de que no soluavam furiosamente dessa maneira.

    Nem mesmo as canes esto funcionando! exclamou,olhando para ele ferozmente como se todo o mal em sua vida fossediretamente culpa dele.

    Uma demente, decidiu finalmente. Mas tinha certeza que dealgumas de suas relquias sagradas poderiam ajudar em suaempreitada.

    Tinha a certeza de elas no podiam machucar.S quero ir para casa. disse, fechando os olhos como se s

    de pensar a fizesse sofrer.Eu ajudarei. William mentiu, decidindo que diria tudo o que

    fosse para poder olhar em seu saco.Ela abriu os olhos e olhou para ele como se a tivesse salvado de

    cair em um forno ardente .De verdade? sussurrou.Sua conscincia o picou ferozmente, e teve que se esforar

    muito para ignor-la. A mulher era maluca. Certamente isto faziacom que seu juramento no tivesse efeito.

    Ser?Ele apertou os dentes.Sim, farei. disse, sem inteno de faz-lo.Seu olhar de gratido foi quase sua runa. Mas ele endureceu seu

    corao, recordando que ela era maluca e que ele no erarealmente responsvel por ela; ento se fortaleceu para olhar ascoisas dela e no tinha dvidas de que com elas conseguiria atingirseus desejos.

    No importava que ela fosse impressionante. Ou que outorgassea ele uma confiana da qual certamente no era digno. Era umademente e ele no era responsvel por seu destino.

    Ou quase isso, ele disse.

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    Captulo 6

    Agreste? Rural? Julianna chegou rapidamente concluso de

    que no existia nenhuma palavra suficiente rstica em nenhumadas lnguas que dominava que descrevesse as deplorveiscondies do bando que estava em frente.

    Podia ter algo com data atual?Milduzentose noventaenove. Ela finalmente se resignou a

    esta verdade. Como neg-la, dadas as circunstncias? Suas reaes,por exemplo, com sua exposio do contedo da bolsa. Os saltos deagulha deixaram o cavalheiro, o adolescente e o padre horrorizados.A agenda com lpis os deixaram boquiabertos. O dispensador das

    pastilhas Fish do Mickey Mouse fez com que o padre se benzesse,William coasse a cabea, e Peter estendesse sua mo para o doce.Sups que os adolescentes atuam como adolescentes sem

    importar a poca.Ela voltou para a literatura para observar suas reaes. Ela

    espiou sobre o livro para ver trs os caipiras rindo-segrosseiramente. Sem ofender o Grmio de Atores de Cinema, masela duvidava que houvesse muitos de seus membros que pudessemler Os contos de Canterbury em sua lngua original, e muito menos

    dar gargalhadas com seu contedo.William definitivamente desentorpeceu muito enquanto ela lia.Ele agora conteve a risada tempo suficiente para se sentar, secaras lgrimas de seus olhos e tossir um par de vezes.

    Por todos os Santos, Julianna disse uma grandetrovadora. Podem inventar outra?

    Eu no as invento. assegurou, virando o livro para que elepudesse ver. S leio o que est escrito aqui.

    Ora! exclamou, fazendo um gesto com a mo. Asmulheres no podem ler. Mas voc no deve ter medo de que nspensemos menos de voc porque suas histrias so inventadas.

    Posso ler perfeitamente respondeu com acidez. E o queestou lendo, est escrito nesta pgina. Aqui. Olhe voc mesmo.

    Ela olhou seu rosto inexpressivo diante do livro que lhe mostrou,e soube imediatamente que ele no podia decifrar o que ali estavaescrito. Ela trouxe o livro para seu colo sem vacilao, sem saberporqu ela quis poup-lo do embarao de admitir seuanalfabetismo. No que ele tivesse feito muito por ela.

    Exceto lavar seus cabelos, claro.Onde aprendeu a ler? perguntou William, como se suas

    qualificaes fosse ridculas para contemplar.

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    Aprendi na escola. Depois na universidade. Respondeu Cambridge aqui na Gr-Bretanha, e na universidade de Indiana emcasa.

    Cambridge repetiu olhando ctico para ela. Permitem smulheres estudar ali?

    Julianna de repente desejou voltar estar sentada no Banco doGramercy Park coberta com uma cagada de pomba. Desejou estarem uma asquerosa entrevista tratando de justificar o fato de falarcom fluidez latim, francs normando, e vrias formas de ingls emvez de ouvir uma alegre combinao das trs sendo vomitada sobreela em uma decrpita capela em meio da Idade Mdia.

    Ela se perguntou se este tipo de situao poderia serconsiderada uma horrvel, horrvel emergncia. Quando suarespirao comeou a acelerar e intuiu que outro ataque de soluo

    estava caminho, decidiu rapidamente que era. Agarrou sua bolsa,tirou de suas profundezas o seu refrigerante de no-beber-at-que-seja-absolutamente-necessrio. Sem pausa, desenroscou um poucoa tampa da garrafa de plstico, cheirou rapidamente para apreciar ofino buqu dos gases que no quis identificar, e depois terminou dedesenrosc-lo, levou a boca da garrafa aos lbios e tomou um goleenorme de nirvana.

    Estranho, como podia ter esquecido esses gases que queimavamcomo usque!

    Tossiu, seus olhos lacrimejaram furiosamente, e de repentesentiu como se meia dzia de tacos de beisebol a golpeassem nascostas.Sua bebida foi arrancada das mos, e o rosto de William entrou emseu campo de viso a poucos centmetros.

    O que faz? gritou-lhe esta pensando em se envenenaragora?

    Julianna levantou sua mo para det-lo e tratar de introduziroxignio em seus pulmes, tossiu um par de vezes, e pediu comvoz entrecortada sua mais premente necessidade.

    Me devolva isso ofegou a ltima.No to cedo, eu diria, disse William, olhando a garrafa com

    desaprovao. De onde chegou esta vil bebida?Veio comigo.Ele continuou em seu lugar, mantendo o ltimo vestgio gasoso

    de civilizao firmemente preso entre suas mos, e levantando umasobrancelha enquanto a olhava.

    Chegou com voc de onde? inquiriu.Bom, no havia melhor momento que o presente para explicar o

    futuro.Veio, respondeu ela sem vacilao do ano de 2001.

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    William piscou, a boca de Peter se abriu, e o padre comeou afazer o sinal da cruz outra vez.

    No foram bons sinais.Depois, como se tivesse orquestrado, os trs de repente

    relaxaram e sorriram indulgentemente. olharam-se uns aos outros.

    Debilidade feminina. explicou o religioso.Idiota como um pato. acrescentou Peter sabiamente.Muitos estudos, concluiu William. e doente em

    conseqncia de seu infortnio no exterior da muralha ele sevirou e a olhou Acha que o lixo se filtrou para dentro de suacabea e sujou seus pensamentos?

    No, euUma pena, no temos curandeiro, assegurou repentinamente

    carrancudo. Poderia olhar sua cabea e ver se h algum

    vazamento.No tenho buracos em minha cabea! levantou sua agendaeletrnica. E isto? E meus sapatos? Demnios, e eu? Comocheguei aqui no meio do nada como se tivessa cado do cu?

    Sim, como fez? disse Peter inesperadamente. Olhou o cenhode William e baixou a cabea. Esta a questo principal, meusenhor.

    No esse o assunto, corrigiu o sacerdote, esfregando seusnodosos dedos. uma formosa donzela necessitando de auxlio.

    seu dever velar por ela.Ele no tem tempo, protestou Peter, devolvendo um olharmal-humorado ao padre. ela est atrapalhando seus planos. Nose ofenda, minha senhora, ele acrescentou, enviando um olharde desculpa. Mas est. Meu senhor estava perto de recuperar suafortaleza quando a encontrou perto do muro, e o que foi que fez?

    No pode abandon-la, declarou o clrigo, sacudindo acabea. contra seu juramento.

    Peter bufou O que seu juramento serviu para ele, velho?O que sabe voc disso, filhote de cachorro? contra-atacou o

    padre, estalando suas desdentadas gengivas energicamente.Sei o suficiente, replicou Peter com veemncia Mais que

    voc, eu diria.No sabe nada. respondeu o religioso.A discusso s podia intensificar-se. Julianna olhou para William,

    curiosa para ver quando ele tentaria acabar com a discursso spara encontr-lo observando pensativamente as pginas de seu

    jornal. Manuseava a argola de metal, golpeando ociosamente atampa de plstico, logo contemplou de perto a bolsa cheia de lpise canetas. Depois a olhou de repente, e ela viu os inconfundveissinais de algum chegando a uma concluso.

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    Ele ficou de p silenciosamente, aproximou-se dela, e recolheurapidamente sua bolsa. Sem pedir sua opinio, agarrou-a pela moe a guiou pela capela. Julianna tratou de seguir seu passo j que eleentrava a grandes pernadas no bosque. Caminharam por uns quinzeminutos antes de deter-se em uma pequena clareira, ele deixou cair

    sua mo e voltou-se para olh-la. Mas no disse nada.Julianna comeou a se incomodar. Havia bastante luz diurnaapesar das nuvens, e podia observar sem problemas as expressesque passavam sobre o bonito rosto de seu salvador. Curiosidade,perplexidade, mas em sua maioria ceticismo.

    Voc um demnio? perguntou de repente.Ela piscou.Eu? obvio que no.

    Hmmm! disse pensativamente. Eu suspeitei que no

    poderia s-lo. Seu semblante muito agradvel para isso.Bom, proferiu, comeando a ruborizar-se como geralmentefazia quando na calada tropeava de frente com os operrios deuma construo. Obrigado.

    Um anjo ento?Aparentemente no estava interessado em seguir com os

    elogios. Julianna sorriu fracamente. Pareo um anjo?Sabia que estava flertando, mas no podia evitar. Mas ento,

    achou-se perdida naqueles olhos cinza claro, deu-se conta de que

    esse homem no estava ao seu alcance. S pretendia tirar outroelogio dele. No pretendia fazer um verdadeiro exame que adeixava desejando outra coisa que no fosse um lamacento chosobre o que se sentar. Apesar do que podia dizer sobre essehomem, tinha que admitir que ele conseguiria fazer qualquer garotacontar todos os seus segredos.

    Voc, senhora disse lentamente no se parece comnenhum anjo que tenha visto antes.

    Viu muitos? aventurou, perguntando-se por que suarespirao se alterava. Bom, pelo menos no enfraqueceu comoutra rodada de soluos.

    Tive minha cota.Com certeza que sim, quis dizer, mas ao final de uns segundos

    ele levantou a mo que no segurava o jornal, e estendeu at tocarseu cabelo. Se antes no queria sentar-se, agora tinha quesobrepor-se ao desejo. No estava certa de que seus joelhos asustentariam por muito tempo.

    Um cabelo em to confusa desordem? murmurou ele,levando um cacho de cabelo solto detrs da orelha.

    Julianna tomou nota mental para cancelar sua visita aocabeleireiro. Repentinamente, todos esses frustrantes anos lutando

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    contra seu cabelo se desvaneceram. Demnios, era um bom cabelo.Olhos to puros que penetram minha alma? continuou,

    olhando-a seriamente.A bolsa verde era uma boa idia. Os olhos azuis tambm eram

    uma boa coisa.

    No, senhora, disse tranqilamente Voc no um anjo. Oque ignoro. Mas sei agora te vi, que jamais poderei te esquecer.Julianna sabia que sua boca estava aberta de maneira pouco

    atraente mas o que podia fazer? Um dos homens mais bonitos queela j tinha visto estava dizendo os galanteios de sua vida - noimporta que levasse uma espada, tivesse pego sua bolsa, nem quesegurasse seu jornal como se pretendesse fazer-lhe mal com ele - ea olhava como se fosse beij-la a qualquer momento. No estavababando e no soluava. A vida era boa.

    William deslizou a mo por seu cabelo, e um calafrio percorreuJulianna. Viu como ele baixava sua cabea e soube que o momentoda verdade tinha chegado. Ia beij-la, e esperava que fosse o beijode sua vida. Seus lbios estavam a poucos milmetros dos dela.Fechou os olhos e desejou no ficar em evidncia derretendo-se aosseus ps.

    Logo permaneceu imvel. uma Santa? inquiriu ele.Julianna abriu os olhos com supremo esforo e piscou

    Huh?Uma Santa? perguntou com urgncia. Maldio, o queestou pensando!

    Agarrou-o antes que ele se afastasse dela.No sou uma Santa, assegurou. Srio. Agora, onde

    estvamos?No posso beijar uma Santa. declarou, olhando-a

    vagamente horrorizado.Ja disse que, no sou uma Santa. Verdade.Mas ele tinha retirando a mo de seu cabelo. Embora a pousou

    em seu ombro, o que era, na sua maneira de ver, algo positivo.Suponho que no, ele disse lentamente. depois de tudo,

    as santas no xingam.Maldito idiota.Ou tem problemas com sua respirao.

    Se ela pudesse soluar corretamente, o teria feito. Imaginou que anica vez que desejava os soluos, eles no vinham.

    Voc est certo ento, disse com tom alentador.H, no entanto, o saco de relquias a considerar.So s coisas. No se preocupe por elas.E isto, como voc o chamou? disse mostrando o jornal.

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    Jornal, informou, procurando desesperadamente algo que otrouxesse de volta ao tema. Mas olhe meu cabelo. Conhecestealguma Santa com um cabelo assim?

    Olhou-o, mas infelizmente, no o convenceu.No ele admitiu lentamente.

    Os olhos? ela acrescentou, abrindo-os o quanto pde. Comum azul como este?Negou com a cabea devagar, enquanto um leve sorriso cruzava

    seu rosto.No, minha senhora, jamais os vi.Ento! No sou um demnio, nem um anjo, nenhuma Santa. E

    agora, onde estavamosfoi baixando a voz significativamente.Ele moveu os dedos de seu ombro e segurou com um polegar

    sua mandbula. Tinha um meio sorriso.

    Mas, se no nenhuma dessas coisas, o que ento?Somente Julianna, disse simplesmente. Agora me beije,homem, e veremos se isto me d um novo propsito na vida.

    Voc sabe ele perguntou com tom familiar, como se riscarpreguiosos crculos em sua bochecha e mandbula no fosse a maisincrvel distrao que um homem podia fazer a uma mulher quandoestava to perto de beij-la, que uma vez, presumi que era umaSanta que veio ajudar em minha misso?

    E agora? ofegou.

    E suponho que o contedo de seu saco seria justamente o quenecessitava para liberar minha fortaleza da vil sujeio de meu pai.Sinto muito, desculpou-se. A menos que queira esmurr-lo

    com meus Cole Haans os sapatos com meus saltos de agulha. esclareceu.

    Ele continuou acariciando.No posso imaginar nenhum outro ser que no seja uma Santa

    que aparea como cada do cu, sem parentes ou marido. No levanenhum apetrecho tampouco.

    uma longa histria.Olhou-a em silncio um momento.Ele comeou a franzir o cenho. Julianna pde ver a dvida em

    seu rosto, e no tinha nem idia de como evit-la.No acredito, disse finalmente, que o Futuro possa cuspir

    algum e lan-la no meu torreo. Apesar do que possa levar emseu saco.

    Julianna tragou com maior dificuldade do que gostaria. Podiaestar ainda acariciando seu rosto, mas de algum modo a expressode ceticismo havia o tornado muito inflexvel. Perguntava-se se essaera a expresso com que suas vtimas eram tratadas antes de quelhes cravasse a espada.

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    Pode, disse com a maior sinceridade que pde acreditarno que quiser, mas isso no mudar a verdade.

    No tem sentido.Eu sei.Franziu os lbios.

    o maldito juramento que fiz. Acredito que eu a invoquei poresse motivo. Eu nunca devia ter deixado esse sacerdote idiota unirme a qualquer salvamento.

    Bem, ela disse, sentindo-se de repente um pouco deprimida,no tem porqu cumpri-lo.

    Ele caiu de repente para trs como se ela o tivesse esbofeteadoNo cumprir um juramento? Minha honra est em jogo!OH! exclamou bom, claro. Mas porqu o fez em primeiro

    lugar?

    uma longa histria, respondeu, dando um passo para ela emanuseando torpemente a bolsa. Conseguiu abrir o ziper, colocar ojornal e fech-la com um pequeno calafrio. Olhou-a negando com acabea. Voc no um demnio, minha senhora, mas seus bensso bastante estranhos.

    SoEquipamentos do Futuro, ele terminou por ela. Sim, eu sei.

    Me fale de seu castelo, disse, tentando distra-lo. De acordo,perdeu-se o beijo de sua vida. Nunca teria outra possibilidade se ele

    seguia olhando-a como se acabasse de sair do Inferno para visit-lo.Estive na Frana, comeou levando uma vida prazeirosa,uma existncia sem nenhum propsito, quando recebi notcias demeu tio, Henry de Artane. Ouvistes falar dele?

    Ela negou com a cabea.Ah, bem, possivelmente Manhattan mais primitiva do que eu

    imaginava.Julianna viu como segurava dela com a sua mo e voltava para a

    capela. Era uma coisa normal, agarrar-se na mo de um homem.Apesar de tudo, de algum jeito, sentia seu calor, uma clida mosegurando as suas era possivelmente a coisa mais assombrosa queela j havia sentido.

    Ele me ordenou voltar para a Inglaterra para reclamar aherana que meu av tinha me deixado, continuou Deveria tersido de meu pai primeiro, obvio, mas ele um ser esbanjador, nohavia possibilidade de herd-la. S os santos sabem onde est meuirmo mais velho, mas suspeito que atualmente est vadiandodebaixo de uma torneira de cerveja. Isso deixou-me. Suponho quequando meu pai compreendeu as intenes de meu tio, ficoufurioso.

    Julianna o olhava enquanto ele falava e se perguntava com

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    grande assombro como era que estava caminhando pelo bosque,agarrada na mo de um homem que falava francs normando deforma to fluda como se fosse sua primeira lngua, o qual eracerto. E quando aparentemente ela no estava certa de terentendido alguma coisa, ele podia repeti-la em ingls medieval,

    como se fosse a coisa mais simples.De repente estava muito agradecida por todas as horas quepassou estudando. Quem teria pensado que seria necessrio parasua sobrevivncia?

    obvio, que a fortaleza no prometia estar em perfeitascondies. No entanto, pensei, que foi a melhor coisa que meu avfez por mim. Ele teve seis filhos, voce v, e muitos netos, assimcomo meninas, embora tivesse muita terra, nunca me importou suariqueza. Sinto-me afortunado por ter me oferecido algo depois de

    tudo. Feudos, camponeses, espadas e heranas. Julianna escutou,negou com a cabea e se perguntou como ela ia se encaixar emtudo isto. Ou poderia? Deveria tentar voltar para casa?

    Suspeito que meu av acreditava que se eu tivesse umapropriedade, eu deveria pensar em outras coisas, principalmenteconseguir uma esposa, um herdeiro

    Isso a tirou de seu sonho.Est comprometido? inquiriu Noivo?

    Noivo? Cus, no. Ento a olhou intensamente. E voc?No ela disse. Quis acreditar que ele pareceu aliviado. Mas,porqu se preocupava? Ela queria um bom trabalho, viajar e teruma vida dada de presente. Que possibilidades tinha que ter um lare famlia com esse atraente homem?

    Alm do mais e o resto?Meditou. Se tivesse um lar e uma famlia junto a este homem,

    podia usar suas habilidades lingsticas. Provavelmente poderiautilizar at mesmo sua tcnica com os metais. Certamente no viaum ferreiro vadiar como parte do squito de William. Fizera jiasantes. No podia converter isso em uma pequena ferraria.

    Agora, as caricaturas estavam descartadas, mas podia viver semelas, ou no? Alm disso podia fundar seu prprio jornal combrincadeiras sobre o monarca atual e dedicar um espao naprimeira pgina para notcias mais srias. Desrespeito ao monarcapodia no ser uma boa coisa, assim voltou a descartar a idia de sercaricaturista.

    obvio, surpreendi-me ao encontrar minha prpria portafechada, e no duvido de que meu pai esteja com seu lamentveltraseiro em minha cadeira. E fiz meu juramento fazer juramentos algo muito importante em minha famlia, como voc j sabe e

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    estava me preparando para escalar a muralha quando tropecei comvoc.

    No estava no meu melhor aspecto.Sim, minha senhora, voc estava bastante irritante suspirou.

    Agora conhece minha lamentvel historia e v por que acredito

    que sua merc veio a me ajudar.Desejaria faz-lo ela disse.Sorriu ligeiramente.No importa. Eu posso ver...O que vai fazer?

    Bom, tinha pensado em escalar a muralha de noite eassassinar meu pai antes de que ele desse conta, logo sairia atrsde seus homens antes que todos se levantassem e erguessem suasarmas contra mim.

    Soa perigoso ofegou.Ele encolheu os ombros.J fiz isso antes com grande xito.Aquilo foi suficiente para empurr-la para a borda. Pensar que

    ele tinha feito algo to arriscado e comentar de maneira todespreocupada era assombroso. Ento respondeu da nica formaque podia.

    Hip, disse hiphip.Ah, por todos os Santos! exclamou meio sorrindo. Posso

    ver como se sente sobre isso.desculpe hiphip.Isso foi antes, Julianna. Suspirou e acariciou seu cabelo com

    a mo livre. Diabos, mas no posso pensar nisso agora. umapena, entretanto, isso me fez um bom guerreiro.

    Saltar sobre hip muralhas?Negou com a cabea.No, minha senhora. No ter ningum com quem se preocupar

    exceto a mim.O que mudou? perguntou. encontrou algum

    recentemente?E ento ela tampou a boca com a mo para tentar para os

    soluos. Na realidade, era a nica forma que conhecia para parar aspalavras que saiam de sua boca sem permisso.

    William parou e virou para olh-la.Ela encontrou-se, de repente, de maneira que as palavras tinham

    cessado de fluir to rpido como tinham comeado. Inclusive seussoluos desapareceram. Um silncio caiu e tudo o que pde ouvirera o canto ocasional dos pssaros e um pouco da ligeira brisa quesoprava entre as rvores. Mas no podia ver de onde soprava ovento ou como os pssaros continuavam com suas espordicas

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    conversaes. Tudo o que podia fazer era olhar o homem que tinhana frente: um senhor medieval com espada de um lado e sua bolsasobre o ombro o qual, estava-a observando com tanta intensidadeque a deixava dbil.

    Sim, ele disse lentamente. Encontrei.

    Srio? demandou ela A quem? Peter?Moveu negativamente a cabea.O padre?Voltou a negar outra vez, e maldito seja se no alargou a mo,

    deslizou-a sob seu cabelo outra vez e a agarrou. Julianna tragoucom um glup. Queria uma resposta definitiva dele, mas comeou adistrair-se quando sua mo brincou docemente com seu cabelo. Eraum sentimento cativante e se encontrou consumida por ele e eracompletamente assombroso que tivesse encontrado agora algum

    solteiro, atrativo e galante No importava que estivesse nosculo totalmente equivocado.Ele sorriu-lhe, e ela pensou que esse sorriso de alta voltagem

    podia provocar uma desafortunada reao outra vez. Mas antes deque pudesse agarrar flego e fazer algum rudo parecido ao soluo,ele inclinou-se e a beijou.

    Nossa, quem precisava respirar?Talvez, ele disse lentamente, quando separou sua boca da

    dela, nosso bom sacerdote teve mais sentido do que suspeitava

    ao redigir seus juramentos.Estava pensando em resgatar as donzelas em grande perigo? ela interrogou, perguntando se ele se daria conta de que elacomeava a se abanar. Quem diria que um beijo sob a chuva podiaproduzir tanto calor interno?

    Sim.E resgata-las de drages? acrescentou, perguntando se alm

    disso ele podia sentir seus joelhos debilitando-se.No havia nada a respeito de drages. Acredito que a nica

    coisa horrvel que resgatei foram esses comestveis e bebidas deseu saco. sorriu-lhe me deixe recuperar meu salo, entosabero o que uma comida decente.

    E isso no era uma proposta. Era um convite para comer, e quemsabia aonde isso poderia levar? Alm disso, Juliana comeava aconsiderar a convenincia de viver com garrafas de gua, frutas eprodutos hortcolas revestidos com alfarrobeiras. E o qua