Mal estar da pós modernidade

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Os estranhos da era de consumo: do estado do bem- estar à prisão BAUMAN, Zygmunt. O mal estar da pós modernidade. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editores, 1998

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Os estranhos da era de consumo: do estado do bem-estar à prisão

BAUMAN, Zygmunt. O mal estar da pós modernidade. Rio de Janeiro: Jorge Zahar

Editores, 1998

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Dados sobre a violência:

1981: 2,9 mi delitos penais(Ingl/Esc)

1993: 5,5 mi 1997: 40.606 pop. Carcerária

1995: 51.243 1971: 2,8 bi gastos com polícia

1993: 7,7 bi 1984: 44.837 No.de advogados 5204

1994; 63628 8093

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Aumento da população de encarcerados e de todos o que obtêm a subsistência a partir da indústria carcerária.

Aumento da população de ociosos Aumento do sentimento de insegurança Nos últimos 30 anos muda a maneira como foi

mantida e moldada a sociedade ocidental: mudam os nomes que as pessoas tendem a dar aos medos e angústias.

Desemprego: significava a pessoa que não podia ganhar o seu próprio sustento. /EIR (situação temporária que o Estado deveria cuidar.

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Hoje: racionalizar significa cortar gastos; empregos vitalícios não existem mais.

O papel do Estado do Bem Estar Social era reabilitar os inaptos, protegendo-os e também os aptos para não perderem a sua aptidão. Isso visto como direito e não como caridade

Assim, o Estado do Bem Estar social deveria arcar com os custos marginais do capitalismo.

Hoje: não podemos mais custeá-lo; não é desejável subscrever os custos sociais e humanos da insolvência econômica;

Os riscos foram privatizados

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Cada ordem social produz fantasias dos perigos que ameaçam a sua identidade.

As fantasias são espelhos da sociedade que a gera (imagem reproduzida com sinais trocados).

Imagem: fortaleza sitiada, mas povoada de demônios internos.

Na modernidade clássica: Para o Estado moderno clássico o inimigo interno era a revolução;

Ordem: O Estado tinha a tarefa de generalizar, classificar, definir e separar categorias;

Contra ordem: classificação oposta

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Na globalização: O Estado não preside mais a reprodução da ordem sistêmica, agora é o mercado que a reproduz (de maneira diferente)

“Já não existe salvação pela sociedade” , não existe órgãos, conjuntos coletivos responsáveis pela ordem societária geral.

A responsabilidade foi privatizada e os instrumentos desregulamentados.

O que organizava o coletivo era o processo coletivo. Hoje, a base é o consumo (processo individual), que coloca os indivíduos em guerra;

Demônios interiores são resultados da sedução do mercado consumidor

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Surge um método novo em que os descontentes que os engendram: alcançar os fins diretamente sem ter os meios

O que hoje é criminalidade não é mais o produto do mau funcionamento ou da negligência, mas o produto da sociedade de consumidores, que aumenta cada vez mais o hiato entre os que desejam e os que podem satisfazer os seus desejos.

Assim, a linha que separa o lícito do ilícito é tênue e, entre os jogadores, os incapazes e indolentes são postos fora do jogo.

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Antes, os que estavam fora do jogo eram resultado da estrutura capitalista e eram recuperados pelo Estado. O perigo era coletivo e resolvido coletivamente, agora é individual.

As antigas classes perigosas viram classes criminosas. As prisões substituem a política de Bem Estar.

Os excluídos do jogo, os consumidores insatisfeitos são os novos demônios internos e devem ser exorcizados e literalmente queimados

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Indústria da prisão: quanto mais poderosos os demônios interiores são em relação a dificuldade de controlar o seu desejo de consumo, mais intensa é a vontade da sociedade criar dispositivos de punição e distribuição de justiça criminal.

1992: Herrera contra Collins: Mesmo sendo provavelmente inocente, o Estado permitiu a sua execução, desde de que o julgamento fosse bem conduzido e constitucionalmente correto

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Quem são os apenador que aguardam execução nas prisão americanas (2802):

1102: Afro-americanos Maioria provem da classe baixa Esse é o imenso depósito onde se

armazenam fracassados e rejeitados da sociedade consumidora

Essa população não é mais EIR da mão de obra mas, verdadeiramente população redundante e serve para o fornecimento de peças sobressalentes para consertar os outros humanos;

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“Se aos desempregados, na Europa, se paga compensação, nos Estados Unidos nós os colocamos nas prisões” Richard Freeman

“O Estado do Bem Estar está morto. Precisamos enterrar o cadáver antes que o fedor se torne insuportável”. (Fundação para o progresso e Liberdade)