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    Manual da Univates para trabalhos acadmicos 13

    Beatris Francisca Chemin

    1 RESENHAS, RESUMOS, PARFRASES

    E ARTIGOS ACADMICOS

    Trabalho acadmico, para a Norma Brasileira (NBR) 14724/2005, daAssociao Brasileira de Normas Tcnicas (ABNT), o documento que representao resultado de estudo, devendo expressar conhecimento do assunto escolhido, quedeve ser obrigatoriamente emanado de disciplina, mdulo, estudo independente,curso, programa e outros ministrados em cursos de graduao e ps-graduao.Para ns deste Captulo, aquele ligado a tarefa/exerccio/avaliao mais simplese regular de aula (ao contrrio dos trabalhos acadmicos de nal de curso, que somais complexos, como as monograas, os artigos cientcos, as dissertaes, asteses, dentre outros, os quais esto expostos nos Cap. 3, 4 e 5 deste Manual), comoresenha, resumo, parfrase, artigo acadmico, dentre outros, que podem se valer,pelo menos, de algumas regras mnimas na sua elaborao.

    A seguir, sero abordados detalhes sobre alguns desses trabalhos acadmicosde aula.

    1.1 Resenha

    A resenha uma espcie de resumo, de sntese de um objeto, o qual pode ser

    um acontecimento qualquer da realidade (jogo de futebol ou outro esporte, exposiode arte, pea de teatro, uma feira de produtos, uma comemorao solene etc.) outextos e obras culturais (lme, livro, captulo de livro, pea de teatro etc.), com oobjetivo de passar informaes ao leitor/ouvinte/assistente.

    Resenhar signica destacar as propriedades de um objeto, mencionar seusaspectos mais importantes, descrever as circunstncias que o envolvem, sempre deacordo com uma inteno/nalidade previamente denida pelo resenhador (FIORIN;SAVIOLI, 1990). Normalmente, a resenha utilizada na mdia (jornais e revistas,tanto em papel como online, e na televiso), quando recebe o nome de crtica, ou

    no recebe nome algum; na Academia (estabelecimento de educao superior), ela denominada de resenha mesmo (MACHADO, 2007).

    Ao lhe ser solicitada a tarefa de fazer um desses trabalhos de aula, voc dever se

    informar com o seu professor sobre qual tipo o desejado e se h alguma particulari -dade a ser observada.

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    Beatris Francisca Chemin

    A resenha pode ser elaborada sem crtica (s como resumo) ou com crtica(resumo e comentrio).

    1.1.1 Resenha-resumo

    A resenha-resumo um texto que sintetiza o objeto a ser resenhado, semjulgamento de valor, sem crtica ou apreciao do resenhador; trata-se de um textoinformativo, descritivo, que apenas resume as informaes bsicas para conhecimentodo leitor/ouvinte/assistente.

    Por exemplo, se for resenha-resumo de um livro, sugere-se esta estrutura paraa apresentao do trabalho:

    a) folha de rosto, para a identicao do estudante resenhador e dados geraisdo trabalho, se este for entregue ao professor. Ver item 1.5;

    b) em outra pgina, o texto da resenha em si, composta das seguintes partes,sem mudar de pgina a cada uma delas:

    ttulo (diferente do ttulo da obra resenhada);

    referncia dos dados da obra: autor, ttulo, editora, local de publicao,nmero de pginas, preo do exemplar etc. Esses dados podem ser apresentadosseparadamente do texto (conforme exemplo seguinte), ou dentro de um pargrafo dotexto;

    alguns dados biobibliogrcos do autor do livro resenhado: dizer algo sobre

    quem o autor, o que ele j publicou etc.; resumo do contedo da obra: indicao breve do assunto tratado e do ponto devista adotado pelo autor (perspectiva terica, gnero, mtodo, tom etc.) e resumo dos

    pontos essenciais do texto e seu desenvolvimento geral.

    Exemplo de resenha-resumo de um livro1:

    1 Exemplo de possvel resenha-resumo, feita por Beatris F. Chemin, com ns didticos, em queaparecem citaes diretas pelo sistema autor-data e as principais partes do trabalho (obra, autor,resumo) separadas umas das outras.

    O direito como teoria separada de outras cincias sociais

    KELSEN, Hans. Teoria pura do Direito. So Paulo: Martins Fontes, 1985.

    A obra Esta obra, traduo de Joo Baptista Machado, o resultado da segundaedio alem (a primeira de 1934), publicada em Viena em 1960, composta de oitocaptulos: direito e natureza; direito e moral; direito e cincia; esttica jurdica; dinmica

    jurdica; direito e estado; o estado e o direito internacional; a interpretao, todos comsubdivises, num total de 378 pginas.

    (continua)

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    Beatris Francisca Chemin

    O autor Hans Kelsen nasceu em Praga, cidade pertencente ao ento Imprio ustro-hngaro, cuja capital era Viena, em 11 de outubro de 1881, e faleceu em Berkeley,

    EUA, em 19 de abril de 1973. Em 1911 publicou sua primeira tese. Foi professor de Filosoado Direito e Direito Pblico na Universidade de Viena, tendo fundado o grupo de estudos AEscola de Viena - uma doutrina pura do direito. Ensinou em diversas outras universidades,na Alemanha, Sua, Estados Unidos. Alm disso, foi constitucionalista e atuou como juize relator permanente do Tribunal Constitucional da ustria. Possui obras traduzidas emvrios idiomas, sendo as principais Teoria Pura do Direito e Teoria Geral das Normas.

    Resumo A obra trata da descrio de uma teoria jurdica pura, utilizando-se de umapureza metodolgica capaz de isolar o estudo do direito do estudo das outras cinciassociais (histria, economia, psicologia etc.), descrio essa isenta de ideologias polticase de elementos de cincia natural: Isso quer dizer que ela [teoria pura do Direito]pretende libertar a cincia jurdica de todos os elementos que lhe so estranhos. Esse o seu princpio metodolgico fundamental (p.1). Sua concepo lgico-normativista

    rejeita o direito natural, os juzos de valor, os critrios de justia, as consideraes deordem axiolgica, pretendendo determinar o direito que , e no o que deveria ser.

    Analisa o objeto do Direito como (a) ordens de conduta humana, sendo ordemtida como um sistema de normas cuja unidade constituda pelo fato de todas elasterem o mesmo fundamento de validade, ou seja, a norma fundamental, e como(b) ordem coativa, no sentido de que ela reage contra as situaes consideradasindesejveis, por serem socialmente perniciosas.

    [...]

    O mestre austraco constri o sistema jurdico alicerado no critrio de validade das

    normas jurdicas. Ao indagar sobre o fundamento de validez de uma norma, respondeque deve ser dada como resposta outra norma, formando-se, assim, uma hierarquia,uma estrutura escalonada de normas, em cujo pice estaria a norma fundamental,a qual no pertence ao direito positivo. No topo desta hierarquia de normas, dandovalidade a todo o sistema jurdico, est uma norma fctcia, um produto do pensamento:

    [...] o fundamento de validade de uma outra norma , em face desta, uma normasuperior. Mas a indagao do fundamento de validade de uma norma no pode, talcomo a investigao da causa de um determinado efeito, perder-se no interminvel.Tem de terminar numa norma que se pressupe como a ltima e a mais elevada.Como norma mais elevada, ela tem de ser pressuposta, visto que no pode ser postapor uma autoridade, cuja competncia teria de se fundar numa norma ainda mais

    elevada. [...] Uma tal norma,pressuposta como a mais elevada, ser aqui designadacomo norma fundamental (Grundnorm) (p. 206-207).

    [...]

    Para nalizar sua obra, Kelsen trabalha a questo da interpretao, dizendo quea interpretao cientca pura determinao cognoscitiva do sentido das normas

    jurdicas (p. 370), que estabelece as possveis signicaes de uma norma jurdica,repudiando a jurisprudncia dos conceitos e alegando ser incapaz de preencheras lacunas do Direito, j que isto funo criadora de Direito que apenas pode serrealizada por um rgo aplicador do Direito. Defende a ideia de que, tendo em vistaa plurissignicao da maioria das normas jurdicas, o ideal da co de que umanorma jurdica apenas permite uma s interpretao, a interpretao correta, somente

    realizvel de forma aproximativa.

    (Continuao)

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    1.1.2 Resenha crtica

    A resenha crtica um resumo comentado, uma apreciao crtica sobredeterminada obra/fato, ou seja, alm de fazer o resumo, acrescenta-se uma avaliao,

    julgamento(s) de valor, apreciao, crtica. Quanto extenso, as resenhas, por suascaractersticas especiais, no esto sujeitas a limite de palavras: voc dever vericara nalidade do trabalho e o espao em que ela ser utilizada, pois se for, por exemplo,publicada em jornais/revistas, o peridico orienta sobre o nmero mximo de linhas.

    1.1.2.1 Estrutura da resenha crtica

    Quanto sua estrutura, por exemplo, se for uma resenha crtica de livro ousimilar, sugere-se esta para a apresentao do trabalho:

    a) folha de rosto, para a identicao do estudante resenhador e dados geraisdo trabalho, se este for entregue ao professor. Ver item 1.5;

    b) em outra pgina, a resenha em si, composta das seguintes partes, sem mudarde pgina a cada uma delas (se for resenha de pouca extenso, a critrio do professorda tarefa):

    ttulo (diferente do ttulo da obra resenhada);

    referncia dos dados da obra: autor, ttulo, editora, local de publicao,nmero de pginas, preo do exemplar etc.;

    alguns dados biobibliogrcos do autor da obra resenhada: dizer algo sobrequem o autor, o que ele j publicou etc.;

    resumo do contedo da obra: indicao breve do assunto tratado e do pontode vista adotado pelo autor (perspectiva terica, gnero, mtodo, tom etc.) e resumodos pontos essenciais do texto e seu desenvolvimento geral;

    avaliao crtica: comentrios, julgamentos, juzos de valor do resenhadorsobre as ideias do autor, o valor da obra etc.;

    referncias (s se for um trabalho de maior extenso, em que houver autilizao de outras obras para complementar o estudo crtico).

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    Beatris Francisca Chemin

    Exemplo de resenha crtica curta referente a um lme2:

    Exemplo de resenha crtica curta referente a um disco musical3:

    2 UM ELEFANTE que incomoda muita gente. Veja, So Paulo, 12 mar. 2008. Disponvel em: . Acesso em: 13 mar. 2008.

    3 RADIOHEAD: sucesso da internet, agora nas lojas. Veja, So Paulo, 12 mar. 2008. Disponvel em:. Acesso em: 15 mar. 2008.

    Um elefante que incomoda muita gente

    Horton e o Mundo dos Quem

    (Horton Hears a Who!, Estados Unidos, 2008. Estrianesta sexta-feira) Juntar novamente Jim Carrey e a obra do autor infantil Dr. Seuss(1904-1991) parece, primeira vista, uma temeridade como quem viu o insuportvelO Grinch no consegue esquecer. Mas, graas criatividade do ateli Blue Sky, deRobs, e da srie A Era do Gelo, o saldo aqui encantador. Carrey empresta suavoz ao expansivo elefante Horton, que incomoda muita gente quando cisma que,num pequeno gro de plen que passou voando perto dele, existe todo um mundohabitado por pessoas minsculas. Perseguido por uma canguru reacionria e pelamassa que ela manobra, Horton ainda assim insiste na sua teoria. No s provaque ela verdadeira, como, com a ajuda do prefeito do pequeno mundo dos Quem(com a voz excelente de Steve Carell), enfrenta perigos terrveis para conduzir ogrozinho at um lugar seguro. O enredo perfeito para o time da Blue Sky, cujos

    maiores atributos so o humor com um qu de absurdo (o trao marcante das rimasde Dr. Seuss, preservadas na narrao) e o talento para sequncias de ao que soverdadeiros delrios da causa e efeito.

    Radiohead: sucesso da internet, agora nas lojas

    In Rainbows, Radiohead (Flamil) O novo disco do quinteto ingls tornou-se umfenmeno do mercado por causa de sua estratgia de lanamento em outubro do anopassado, ele estava disponvel para download, pelo preo que o f achasse justo (estima-se que um milho de pessoas tenha baixado o lbum). Neste ano, In Rainbows chegous lojas de discos e tambm teve bons resultados, alcanando os primeiros lugaresnas paradas dos Estados Unidos e da Inglaterra. Muito mais do que a uma estratgiade marketing, o xito de In Rainbows se deve excelncia musical do Radiohead. Oquinteto capitaneado pelo guitarrista e vocalista Thom Yorke e pelo guitarrista JonnyGreenwood sabe como poucos misturar rock, msica clssica, eletrnica e experimental.

    As faixas Bodysnatchers e House of Cards so timos exemplos dessa mistura.

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    1.1.2.2 Outra forma de analisar a estrutura da resenha crtica

    Dito de outra forma, a resenha ter introduo, desenvolvimento e concluso,sem aparecerem esses ttulos no trabalho, mas a sequncia do texto que vai revelaressas partes.

    A introduo breve. Nela se procura identicar o objeto que est sendoresenhado e contextualizar o assunto de que ele trata. Por exemplo, se for resenha deum livro, na introduo mencionar seus dados bsicos: autor, ttulo, editora, local depublicao, nmero de pginas, preo do exemplar etc., discutindo-se a importnciado assunto, a m de o leitor, a quem ser entregue o trabalho, car localizado notempo e no espao.

    Exemplo de um pargrafo de introduo de uma resenha crtica de um livro, emque a referncia dos dados da obra aparece descrita no interior do prprio pargrafo4:

    O desenvolvimento consiste em um resumo com crtica aberta, em

    que se apresentam as ideias principais do autor, concatenando-as e ordenando-as.

    Sempre um pargrafo, ou uma frase, deve ser relacionado com o que vem antes edepois. Como um resumo com crtica, voc, ao mesmo tempo em que resume a

    obra, j vai expondo sua opinio, j vai emitindo seu julgamento, mostrando os

    pontos falhos, destacando os pontos vlidos, confirmando com exemplos de outros

    autores os argumentos apresentados, apontando causas e efeitos concordantes e/ou

    discordantes, comparando o livro em anlise com outras obras lidas, com outros

    autores etc.

    4

    FUSCO, Camila. A tecnologia ser invisvel. Exame, So Paulo, 27 fev. 2008. Disponvel em:. Acesso em: 28 fev. 2008.

    A TECNOLOGIA SER INVISVEL

    Um dos fenmenos que marcaram os ltimos anos do sculo 20 foi ademocratizao da tecnologia. Durante dcadas, apenas as grandes corporaespodiam manter uma estrutura prpria de equipamentos caros e poderosos. Aminiaturizao e o barateamento de componentes permitiram mais tarde que oscomputadores passassem a fazer parte da vida cotidiana no trabalho e nas casas. Omundo da tecnologia, porm, est s vsperas de uma nova e profunda transformao.Em um futuro prximo, tudo o que acontece dentro do computador desde oprocessamento at o armazenamento de informaes deve migrar para a internet.[...] Os contornos dessa transformao mais profunda do que parece primeira vista

    so delineados na obra The Big Switch: Rewiring the World, from Edison to Google(A grande virada: reconectando o mundo, de Edison ao Google, em traduo livre eainda sem previso de lanamento no Brasil), escrita pelo especialista em tecnologiae ex-editor da revista Harvard Business ReviewNicholas Carr. Recm-lanado nosEstados Unidos, o livro uma viso do novo mundo da tecnologia.

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    Usam-se principalmente adjetivos, substantivos e advrbios para expressara opinio do resenhador. Verbos que expressam o ato de falar, em suas vriasnuances, podem ser utilizados: armar, alertar, anunciar, apontar, citar, concordar,considerar, declarar, destacar, dizer, esclarecer, explicar, expor, lembrar, mencionar,propor, ressaltar, salientar. Dar preferncia para o verbo no presente do indicativo.

    Normalmente, quando se resenha uma obra cujo autor seja do gnero masculino,usa-se o seu sobrenome para identic-lo no decorrer da redao; quando for dognero feminino, usa-se o prenome da autora5. Quando necessrio, se for trabalhode maior flego, podero aparecer subttulos, para melhor distribuir os assuntos nasequncia do texto, e tambm algumas citaes diretas e indiretas, com as devidasreferncias s fontes/autores citados.

    Exemplo de parte de desenvolvimento da introduo da pgina anterior:

    Na concluso, a qual, em alguns casos, j se vai misturando com os pargrafosdo desenvolvimento, o resenhador d sua opinio pessoal para fazer o fechamento da

    5 Chama-se a ateno para os exemplosA tecnologia ser invisvel, em que o autor Nicholas Carr tratado pelo resenhador durante a resenha apenas pelo seu sobrenome: Carr, enquanto na resenha

    O fenmeno da inveno amorosa na voz feminina, Malvine Zalcberg tratada pelo seu prenome:Malvine. uma conveno informal brasileira, que trata os homens autores pelo sobrenome e asmulheres autoras pelo prenome. Contudo, se for trabalho cientco, recomenda-se que o sobrenomeda autora seja utilizado, e no o prenome.

    A ideia poderosa e tem implicaes profundas e imediatas para a indstria de

    software e hardware, na qual prosperaram potncias inquestionveis como Microsofte IBM. No cenrio delineado por Carr, ningum mais precisar comprar um softwarepara ter em sua mquina o programa que deseja. Ele ser um servio disponvel viainternet, pago em mensalidades ou at mesmo gratuito. Um dos exemplos disso [...]. A internet tornou-se literalmente nosso computador. Os diferentes componentesque costumavam estar isolados na caixa fechada de um computador podem seragora dispersos pelo mundo, integrados pela rede e compartilhados por todos (p.21), escreve o autor.

    A narrao uente e didtica de Carr, colaborador de publicaes como ojornal Financial Times e a revista Forbes, equilibra ideias e boas histrias. Uma dasmais atraentes [...].

    The Big Switch menos polmico que a obra de estria de Carr, Does IT matter?(TI importa?, em traduo livre), publicado em 2004. Na poca do lanamento, Carrcausou furor ao argumentar que a tecnologia [...].

    Em seu novo livro, no h nenhuma armao to corajosa ou original. Carr, noentanto, alneta cones da tecnologia. Ele dedica um captulo inteiro, com o sugestivottulo Adeus, Senhor Gates, [...].

    Composto de duas partes, o livro perde capacidade analtica e riqueza dedetalhes da primeira para a segunda. O leitor encontra na primeira etapa o pontoalto da narrativa uma consistente descrio sobre os paralelos histricos [...]. Nasegunda, embora haja uma descrio do que viver na nuvem da internet, noexistem respostas ou reexes claras sobre o impacto da era da computao comoservio.

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    Beatris Francisca Chemin

    crtica, ou seja, ao ler e analisar o livro, ele dispe de um bom material. Seleciona-seesse material para apresent-lo na concluso. O livro tem alguma validade para queml-lo? Que tipo de validade? O que falta/sobra no livro? H originalidade? A leitura agradvel? O texto est bem escrito? A linguagem utilizada acessvel? Qual amensagem deixada pelo autor, ou o que ca com a leitura? H vrios aspectos, alm

    dos citados, que podem ser considerados na concluso, devendo todos eles estarinter-relacionados.

    Exemplo de concluso do desenvolvimento da pgina anterior, em que ela semistura ao prprio desenvolvimento:

    Exemplo de resenha crtica, com subttulos, sem citaes diretas, referente aum livro6:

    6

    Exemplo de resenha de livro, adaptado pela autora, retirado desta fonte: CALDAS, Heloisa. Ofenmeno da inveno amorosa na voz feminina. Jornal do Brasil, Rio de Janeiro, 8 mar. 2008.Caderno Ideias. Disponvel em: . Acesso em: 9 mar. 2008.

    O fenmeno da inveno amorosa na voz feminina

    Heloisa Caldas

    O livro Amor paixo feminina, de Malvine Zalcberg [Editora Campus, 256 p.,R$ 39,90], destaca-se pela importncia de seu tema. Anal, desde os tempos maisremotos, o amor interessa humanidade. O banquete, de Plato, eA arte de amar, deOvdio, para citar apenas duas grandes obras da cultura ocidental, atestam isso. [...] Elasabe entrelaar conceitos diversos, valendo-se, em especial, da psicanlise e da arte.Seu texto delicado, cuidadoso, preciso. Sustenta predominantemente a psicanlise eatesta como esta se enriquece ao no prescindir da arte e da cultura.

    Texto viril e feminino

    Pode-se dizer que um texto feminino. No porque a autora uma mulher, mas

    pelo fato de ela escrever deixando lacunas reexo, espaos abertos fecundao,ao engendramento e inveno. Contudo, tambm um texto viril, se se levar emconta a sustentao dos conceitos. [...] A autora o explica ao mesmo tempo que o faz.Sua habilidade com a linguagem e o rumo claro da prosa tomam o leitor pela moe o conduzem, passo a passo, por uma teorizao nada simples, nem fcil. O livroensina tanto o jovem que se aproxima do assunto, como o estudioso mais experiente.Enderear-se num mesmo texto a um pblico to vasto no comum. precisodedicar-se com amor a essa tarefa de transmisso. [...]

    (continua)

    A argumentao de Carr , em alguns momentos, insuciente para convencer o leitor,por exemplo, da teoria de que mesmo empregos [...]. Ele insinua que os efeitos dessatransio devem afetar inclusive prossionais que trabalham em reas como nanas,mdia e at sade. [...] O que o livro no deixa dvida que, embora o amadurecimento

    desse novo formato de computao talvez demore a acontecer, os primeiros passosforam dados. E, para alguns, o barulho que eles j fazem assustador.

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    1.2 Resumo

    Resumo a condensao breve, a apresentao concisa das ideias maisimportantes de um texto; sua caracterstica bsica a delidade s ideias do texto.

    1.2.1 Estrutura do resumo

    A estrutura do resumo envolve um plano sequencial, lgico, com introduo,desenvolvimento e concluso, que mostra o o condutor delineado pelo autor dotexto a ser resumido. A extenso do resumo varia de acordo com a nalidade dotrabalho. Conforme Martins e Zilberknop (2002), deve-se dar preferncia ao usoda terceira pessoa do singular e do verbo na voz ativa; o estilo do resumo deve serobjetivo, conciso, mas sem ser uma enumerao de tpicos.

    A seguir, alguns passos que podero ser seguidos para um bom resumo:

    (Continuao)

    Diferena radical

    Quando se escolhe a psicanlise, escolhe-se uma teoria que introduz umadiferena radical. Essa diferena se deve ao fato de a teoria psicanaltica no seseparar da experincia analtica. Assim e este um aspecto desenvolvido de formaexemplar no livro ainda que o amor nasa de um encontro fortuito, a forma comose estabelece para cada sujeito determinada por condies. O apaixonado tende apensar que o encontro lhe era destinado, estava de alguma forma escrito. Nisso, pode-se dizer que ele tem alguma razo, pois, ainda que a pessoa amada no seja em sipredestinada, as condies para que ela tenha se tornado a pessoa amada obedecema uma necessidade lgica especca a cada amante. [...] Malvine nos mostra que oamor uma tentativa de construir, atravs da fala, uma soluo aos impasses do ser.[...]

    Alegria infantil

    Eis, ento, a demonstrao de Malvine Zalcberg: o feminino apela ao amor.Uma demanda por algo valioso, devido a seu aspecto de imprevisibilidade, alegriainfantil do novo, renovao que torna as coisas cheias de vida, ao que transborda oslimites conhecidos e traz esperana de felicidade. [...]

    Trata-se de uma leitura instigante recomendvel a todos: seja o leitor inicianteou experiente nas coisas do amor; amante ou amado; parceiro ou companheiro; cante,rolo, caso ou namorado; romntico ou contemporneo; crente de que o amor possaser eterno ou descartvel; duradouro ou mutvel; slido ou udo; quer ame algumem especial, quer ame de forma especial a algum; quer vise a pessoa amada comocomplemento de seu ser, quer a tenha como companhia transitria ao longo de seuviver.

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    Exemplo de resumo, com introduo, desenvolvimento e concluso num spargrafo7:

    1.2.2 Tipos de resumo

    A NBR 6028/2003, da ABNT, destaca que o resumo pode ser indicativo,informativo ou crtico:

    a) resumo informativo: informa sucientemente o leitor para que ele possater uma ideia geral sobre o texto, expondo nalidades, metodologias, resultados econcluses, podendo, por essa sntese, dispensar a consulta ao original. Esse tipo deresumo o indicado para artigos cientcos e artigos acadmicos.

    7 DA MATTA, R. A casa e a rua: espao, cidadania, mulher e morte no Brasil. So Paulo, Brasiliense,1985, p. 25-27, citado por FIORIN, Jos L.; SAVIOLI, Francisco P. Para entender o texto: leiturae redao. So Paulo: tica, 1990, p. 424.

    PASSOS PARA UM BOM RESUMO

    1. Ler todo o texto, para ter a ideia do conjunto e ser capaz de compreender doque ele trata;

    2. Reler o texto, sempre que necessrio, esclarecendo dvidas e conexes daspalavras e pargrafos;

    3. Segmentar o texto em blocos de ideias que tenham unidade de sentido,sublinhando, assinalando as ideias principais;4. Resumir a ideia central de cada segmento/bloco de ideias utilizando pala-

    vras abstratas e mais abrangentes e deixando fora os exemplos e as explicaes;5. Elaborar a redao nal do resumo com palavras prprias, procurando enca-

    dear os segmentos resumidos na progresso em que sucedem no texto.

    As casas e as ruas

    Cada sistema social concebe a ordenao do espao de uma maneiratpica. No Brasil, o espao no concebido como um elemento independente dosvalores sociais, mas est embebido neles. Expresses como em cima e embaixono exprimem propriamente a noo de altitudes, mas indicam regies sociais. Asavenidas e ruas recebem nomes indicativos de episdios histricos, de acidentesgeogrcos ou de alguma caracterstica social ou poltica. Nas cidades norte-americanas, a orientao espacial feita pelos pontos cardeais e as ruas e avenidasrecebem um nmero, e no um nome. Concebe-se, ento, o espao como um

    elemento dotado de impessoalidade, sem qualquer relao com os valores sociais.

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    Beatris Francisca Chemin

    a1) Exemplo de resumo informativo8:

    a2) Outro exemplo de resumo informativo9:

    8 Exemplo de resumo informativo de artigo cientco baseado em pesquisa quantitativa. O resumo,adaptado pela autora, de JOHNSON et al. (apud POLIT; BECK; HUNGLER, 2004, p. 443).

    9 O exemplo de resumo informativo adaptado pela autora desta fonte: BARROS, A. C. B. et al.

    Uso de computadores no ensino fundamental e mdio e seus resultados empricos: uma revisosistemtica da literatura. Revista Brasileira de Informtica na Educao, v. 16, n.1, abr. 2008.Disponvel em: . Acesso em: 23 de jul. 2008.

    Muitas mulheres param de fumar durante a gestao, mas a maioria voltaao tabagismo pouco tempo aps o parto. O objetivo da pesquisa relatada neste artigo testar um programa para a preveno da recidiva do tabagismo no perodo ps-

    parto comparando-se os ndices de abstinncia contnua do fumo, os cigarros fumadospor dia e a autoconana no abandono do fumo nos grupos em tratamento e decontrole. Os mtodos envolveram um ensaio clnico aleatrio, realizado inicialmente nohospital, na poca do nascimento, em que as enfermeiras proporcionaram sesses deaconselhamento face a face, seguidas por aconselhamento por telefone. A populao-alvo inclua as mulheres que interromperam o fumo durante a gestao e deram luz emum de cinco hospitais. As 254 mulheres participantes foram entrevistadas seis mesesdepois do parto e investigadas bioquimicamente para a determinao do estado detabagismo. Os resultados indicaram que o ndice de abstinncia contnua do fumo foi de38% no grupo de tratamento e 27% no grupo de controle [...]. Mais participantes do grupode controle (48%) do que do grupo de tratamento (34%) declararam fumar diariamente

    [...]. A autoconana no abandono do tabagismo no variou signicativamenteentre os grupos. As concluses so de que as intervenes para o abandono dotabagismo concentradas no perodo pr-natal no resultaram em abstinncia a longoprazo e que elas podem ser fortalecidas se forem estendidas no perodo ps-parto.

    Esta reviso sistemtica visa a entender qual o ganho que o computador

    promove na ao pedaggica para alunos do Ensino Fundamental e Mdio, tendocomo base publicaes das ltimas trs dcadas, indexadas no banco de dados doEducation Research Information Center (ERIC). Obteve-se como resultado um totalde 109 artigos considerados relevantes para esta pesquisa; estes foram classicadosem artigos experimentais positivos, negativos e neutros. Foram considerados comopositivos artigos que apontam algum resultado favorvel ao uso educacional doscomputadores; como negativos, o oposto a estes e, ainda, como neutros, aqueles queno informam, em seu resumo, o resultado do experimento estudado. A conclusofoi de que ainda que h poucas evidncias experimentais publicadas em revistasinternacionais que suportem a crena de que o computador proporciona ganhos naEducao Fundamental e Mdia. J a reviso das metanlises indica resultadosmais otimistas, para o uso de computadores na educao, que os resultados

    experimentais permitiriam deduzir, e que muitas apresentam problemas metodolgicos.

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    a3) Mais um exemplo de resumo informativo10:

    b) resumo indicativo: indica somente os pontos principais do texto, semapresentar dados qualitativos, quantitativos ou outros. De modo geral, esse tipo deresumo no dispensa a consulta ao texto original.

    Assim, os exemplos dos resumos informativos anteriores podem ser resumidosdesta forma:

    b1) H mulheres que param de fumar durante a gestao, mas retomam ohbito depois do parto. A pesquisa testou programa para a preveno do fumo nesseperodo, por meio de ensaio clnico aleatrio, realizado com grupos de tratamento ede controle. Um programa de intervenes para o abandono do tabagismo no perodopr e ps-parto fundamental para aumentar a abstinncia a longo prazo.

    b2) A reviso sistemtica da literatura indexada sobre os ganhos do uso do

    computador no Ensino Fundamental e Mdio indica que essa crena carece deevidncias experimentais. Problemas metodolgicos nos resumos e resultados maisotimistas do que efetivos para esse uso so apontados na metanlise.

    b3) O estudo lingustico, focalizando o que mentado, relaciona-se coma Psicologia. Ambas, porm, no se confundem, porque a Lingustica estuda osprocessos de linguagem (representao e comunicao intelectiva), servindo-se detcnicas prprias.

    c) resumo crtico: possui nalidade interpretativa. Nele aparecem comentrios,juzos de valor do resumidor, sendo tambm chamado de resenha crtica ou recenso,conforme o maior ou menor grau de juzo crtico. Ver exemplos no item Resenhacrtica 1.1.2.

    Ao fazer um resumo, voc dever observar qual o adequado para o seu tipo

    de trabalho: resumo informativo, indicativo ou crtico.

    10 O exemplo de resumo informativo de Cmara Jr., retirado desta fonte: MARTINS, Dileta;ZILBERKNOP, Lubia. Portugus Instrumental. Porto Alegre: Sagra-Luzzatto, 2002, p. 274.

    O estudo lingustico, focalizando o que mentado, relaciona-se com a Psicologia.

    Alm disso, a lngua traz consigo a ideia de pensamento socializado, constituindo-

    se em ato mental coletivo tambm estudado na Psicologia Social. A Lingustica,

    porm, no se confunde com nenhum ramo da cincia psicolgica, pois, aoestudar os processos de linguagem, trata do modo pelo qual a humanidade cria a

    representao e a comunicao intelectiva. Dessa forma, a Lingustica deve servir-se

    de tcnicas prprias, as quais no se confundem com as utilizadas pela Psicologia.

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    1.2.3 Extenso do resumo para determinados tipos de trabalho

    O nmero de palavras empregadas em resumo de monograas de graduaoe especializao, dissertaes de mestrado e teses de doutorado de 150 at 500;normalmente, o resumo composto de apenas um pargrafo, digitado em espao

    simples, seguido, logo abaixo, das palavras representativas do contedo do trabalho,isto , palavras-chave (e/ou descritores), as quais devem ser separadas entre si porponto e nalizadas tambm por ponto. A expresso palavras-chave aparece abaixodo resumo, em novo pargrafo alinhado margem esquerda.

    Os resumos de relatrios de pesquisa/artigos cientcos de peridicos(submetidos a revistas especializadas ou a eventos para possvel publicao eapresentao) devem ter de 100 a 250 palavras, ou conforme orientao doperidico. Esses artigos cientcos tambm so conhecidos como papers. Essaorientao da extenso de resumo tambm contempla artigos didtico-acadmicos,

    aqueles trabalhos acadmicos utilizados para avaliao de disciplinas e/ou de cursos,caso for exigncia do professor, ou de monograas de graduao e especializaotransformadas em artigos.

    Portanto, dependendo do tipo de trabalho feito, e ainda se ele ser submetido aalgum veculo de publicao, haver um tamanho especco de resumo a ser seguido,que dever ser do conhecimento do interessado quando da sua elaborao.

    Nos trabalhos de concluso de cursos de ps-graduao (tanto lato sensu comostricto sensu) da Univates, exige-se verso do resumo para uma lngua estrangeira(em ingls, chamado Abstract; em espanhol, Resumen; em francs, Rsum; em

    alemo,Zusamenfassung; em italiano,Riassunto, por exemplo), que vai colocado napgina seguinte do resumo na lngua verncula, seguido, logo abaixo, das palavras-chave (e/ou descritores) na lngua estrangeira (em ingls, por exemplo:Keywords).Ver mais detalhes sobre resumo de monograas e similares no Cap. 4, item 4.1.5, esobre resumo de artigo cientco no Cap. 5, item 5.3.1.

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    Exemplo de resumo informativo e palavras-chave em lngua verncula e emingls de um artigo didtico-acadmico elaborado a partir de uma monograa deconcluso de curso de graduao11:

    11 CASARA, Rosibel C.; CHEMIN, Beatris F. A relao entre sade-lazer e a qualidade de vida.Estudo & Debate, Lajeado, v. 15, n. 1, p. 29-59, 2008.

    THE RELATION BETWEEN HEALTH-LEISURE

    AND QUALITY OF LIFE

    Abstract: The rights to health and leisure, highlighted in the Federal Constitutionof 1988 are now in evidence due to the fact that people desire to have a good lifeamid nowadays struggles. Thus, this article, based on a quali-quantitative research,

    aims at analysing the relationship between health-leisure and quality of life the Facultymembers of the Law Program at Centro Universitrio Univates/RS. They answered aquestionnaire about their personal, professional and social activities performed in therst semester of 2007. By means of the deductive method, general considerations ofauthors and legislation about the evolution and concepts of social rights described in theFederal Constitution/1988, especially on health and leisure, help us to understand theabove mentioned survey. Its results reveal that the activities related to the professorsquality of life are closer to leisure than to health.

    Keywords: Social rights. Health. Leisure. Quality of life.

    A RELAO ENTRE SADE-LAZER

    E A QUALIDADE DE VIDA

    Resumo: Os direitos sade e ao lazer, destacados na Constituio Federal de 1988(CF/1988), esto em evidncia nos ltimos tempos, tendo em vista as pessoas desejaremter uma vida boa no meio dos problemas desta poca. Assim, este artigo, baseando-se em pesquisa quali-quantitativa, tem como objetivo analisar a relao entre sade-lazer e qualidade de vida do corpo docente do Curso de Direito do Centro UniversitrioUnivates/RS, tomando como referncia o levantamento de dados feito por meio dequestionrio sobre suas atividades pessoais, prossionais e sociais desenvolvidas nosemestre A/2007. Utiliza-se o mtodo dedutivo, em que consideraes de doutrinadorese de legislao a respeito da evoluo e conceitos dos direitos sociais elencados naCF/1988, especialmente envolvendo a sade e o lazer, auxiliam na compreensodo levantamento enfocado, cujo resultado revelou que as atividades relacionadas qualidade de vida dos professores esto mais prximas do lazer do que da sade.

    Palavras-chave: Direitos sociais. Sade. Lazer. Qualidade de vida.

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    1.2.4 Diferenas entre resumo, recenso, resenha, abstract e sinopse

    Os itens acima referem-se a uma exposio breve das ideias principais de umtexto. Resumo , em geral, seletivo, objetivo e destitudo de comentrio/crtica; arecenso e a resenha envolvem, respectivamente, menor ou maior juzo crtico; oabstract

    o resumo redigido em lngua estrangeira (ingls) e aparece em trabalhoscientcos como monograas de ps-graduao, dissertaes de mestrado, teses dedoutorado e artigos cientcos; j sinopse a condensao bem concisa, na qualaparecem o tema da obra e suas partes principais, redigida pelo prprio autor dotexto ou por seus editores (MARTINS; ZILBERKNOP, 2002).

    1.3 Parfrase

    Parfrase o desenvolvimento de texto de um livro ou de um documentomantendo-se as ideias originais da fonte utilizada, ou seja, parafrasear traduzir aspalavras de um texto por outras de sentido equivalente, mantendo, porm, as ideiasoriginais (MEDEIROS, 2006, p. 176).

    Os textos originais podem conter informaes complexas, que apresentemdiculdades de entendimento ao leitor/estudante. Assim, a parfrase tem comonalidade traduzir esse texto complexo em uma linguagem mais acessvel. Elaabrange o desenvolvimento de um texto, o comentrio, a explicitao, o resumosobre ele, isto , a substituio de uma palavra por outra demonstra a parfrase quemais se assemelha ao original consultado.

    1.3.1 Tipos de parfrase

    Para Medeiros (2006), h o entendimento de que o grau inicial de uma simplessubstituio de vocbulos j constituiria uma parfrase; no extremo oposto da escala,estaria o comentrio apreciativo, o juzo de valor, a crtica sobre um texto, e, nomeio desses dois extremos, estaria o resumo. A parfrase um dos exerccios maisproveitosos para aprimorar o vocabulrio e melhorar a estrutura das frases. A partirdela, ca mais fcil aprender a xar o contedo, a resumir e a resenhar textos. Artigosacadmicos, monograas ou outros trabalhos acadmicos so resultado, em grande

    parte, de parfrases.Assim, formas parafrsticas, segundo o mesmo autor, podem ser desta ordem:

    a reproduo, o comentrio explicativo, o resumo, o desenvolvimento (amplicao)e a pardia. Em qualquer uma delas, voc dever respeitar a autoria das ideias,mencionando a fonte, sob pena de plgio:

    a) Reproduo: pode ser de duas espcies distintas. Aprimeira a transcriode forma direta dos vocbulos, repetio das ideias do texto original de formaliteral ou com mnima substituio de palavras por outras de sentido semelhante.Esse tipo de cpia de passagem do texto pouco contribui para o esclarecimento dasideias, j que reproduz o que o texto est dizendo, mas pode ser importante para acomprovao do pensamento, do posicionamento de um autor sobre o tema enfocado

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    pelo estudante, o qual dever aproveitar para explicar, comentar, desenvolver,resumir, criticar a ideia do texto original, conforme o tipo do seu trabalho. Quandoreproduz literalmente o pensamento do autor, a reproduo do texto conhecidacomo citao direta (transcrio textual), que pode ser longa ou curta, a qual deverser acompanhada da autoria/fonte, sob pena de plgio.

    A segunda forma de reproduo a no-literal, a traduo livre das ideiasdo autor, ou seja, a reescritura do texto, substituindo seus vocbulos por outros,escrevendo o pensamento do texto original por meio de palavras e frases diferentes,com palavras simples e prprias do estudante, inclusive, quando for o caso, converterfrases negativas em armativas de igual valor. Voc poder aproveitar essa formade reescritura para explicar, comentar, ampliar, resumir, criticar a ideia do textoprimitivo. Esse tipo de parfrase prprio para citaes indiretas, que tambmpodem ser longas ou curtas. Aqui tambm o cuidado com a autoria/fonte das ideiasreproduzidas importante por parte do estudante.

    Ver detalhes sobre citaes no item 1.3.2 e no Cap. 7.

    b) Comentrio explicativo: objetiva explanar ideias, desenvolver conceitos,argumentar, esclarecer o que est obscuro no texto; trata-se de explicar ideias paraque o texto que claro, evidente.

    Veja o seguinte exemplo de texto de Mrio de Andrade12:

    O apogeu j decadncia, porque sendo estagnao no podeconter em si um progresso, uma evoluo ascensional. Bilac representa uma

    fase destrutiva da poesia, porque toda perfeio em arte signica destruio.

    A explicao, a explanao das ideias do texto anterior poderia ser destaforma:

    Se o apogeu considerado o ltimo degrau de uma escada, a partirdo momento em que alcanado, passa-se estagnao, que ndice dedeteriorao, ou inicia-se o processo de declnio. A poesia parnasiana, que alcanouem Bilac um defensor mximo, representa uma esttica literria que, levada s

    ltimas consequncias, destri o potico da poesia. Mrio de Andrade revela-se cuidadoso para no ferir suscetibilidades: considera Bilac um poeta rigorosoquanto aos princpios parnasianos, mas acrescenta que, chegando a esse limite,a poesia retorna de sua caminhada, na busca de outros elementos que a fazpotica. E seu principal ingrediente acaba revelando-se a dinamicidade da procura.

    c) Desenvolvimento (amplifcao): consiste na ampliao das ideias deum texto, acrescentando exemplos, detalhes, pormenores, comparaes, contrastes,

    exposio de causa e efeito, denio de termos utilizados etc.

    12 MEDEIROS, Joo B. Redao cientfca. So Paulo: Atlas, 2006, p. 178.

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    Observe o seguinte exemplo de texto de Machado de Assis13:

    Marcela morria de amores pelo Xavier. No morria, vivia. Viver no a mesmacousa que morrer; assim o armam todos os joalheiros deste mundo, gente muitovista na gramtica. Bons joalheiros, que seria do amor se no fossem os vossos

    dixes e ados? Um tero ou um quinto do universal comrcio dos coraes.

    Um possvel desenvolvimento do texto anterior poderia ser assim:

    A ironia machadiana penetra a conscincia do leitor acostumado aos romances da linharomntica. Desvenda as intenes humanas e mostra o mercantilismo tambm presentenas relaes afetivas. Dixe jia, enfeite, ornamento de ouro ou pedraria. Sem o comrciode jias e pedras preciosas, sem o crdito para a aquisio de tais produtos, o amor em que

    p estaria? Como seria? No esquece o autor tambm de apresentar ataque aos gramticosque gostam de usar a metfora joalheiro para os puristas e trabalhadores do estilo.

    d) Resumo: veja sobre o assunto o item 1.2 deste Captulo.

    e) Pardia: uma espcie de composio literria que imita o tema ou a formade uma obra sria, que inverte o seu sentido, explorando aspectos cmicos, satricos,

    irnicos, com o objetivo de ridicularizar um estilo ou uma tendncia dominante(MEDEIROS, 2006). A ironia da pardia pode ser depreciativa, criticamenteconstrutiva ou destrutiva.

    Ela diferente da stira, que apenas distorce, deprecia, fere. A pardia aparecefrequentemente em manifestaes culturais, como na literatura, artes plsticas,lmes, teatro.

    O mesmo autor cita como exemplo de pardia uma cena do lme Os intocveis,de Brian de Palma, em que uma me desce uma escadaria com um carrinho de beb,comparando-a a cena semelhante de outro lme, O encouraado Potemkin, de Sergei

    Eisenstein: enquanto neste a cena salienta a estupidez do conito entre marinheirose a fora do Czar, em Os intocveis, a cena ressalta a estupidez da violncia urbana.A violncia est cada dia mais perto do homem e atinge-o desde a mais tenra idade(MEDEIROS, 2006, p. 180).

    1.3.2 Parfrases e citaes de textos

    Ainda, do que foi visto neste captulo, importante referir que vocdeve cuidar na hora de fazer seu trabalho acadmico: se for para citar direta ou

    indiretamente as ideias do autor utilizado, dever valer-se de parfrases em forma

    13 MEDEIROS, Joo B. Redao cientfca. So Paulo: Atlas, 2006, p. 178-179.

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    de citaes diretas ou indiretas, conforme o caso, com a meno autoria, sob penade se congurar plgio. As citaes so elementos importantes na elaborao detrabalhos acadmicos, servindo para comprovar ideias desenvolvidas pelo autor, maso trabalho acadmico no pode ser uma colcha de retalhos, com uma quantidadeenorme de citaes diretas (transcries textuais), indiretas, ou citao de citao.

    A citao direta a transcrio textual, literal dos conceitos do autorutilizado na consulta do tema. Quando a citao alcana no mximo trs linhas,deve ser colocada na sequncia do pargrafo, no corpo do trabalho, em letra 12normal, devidamente identicada entre aspas duplas, com sobrenome do autor, datae pgina. As citaes com mais de trs linhas devem ser colocadas separadamentedo pargrafo anterior, digitadas em espao simples, fonte tamanho 10, letra normal(sem itlico) e sem as aspas; a autoria dever estar presente: sobrenome do autor, datae pgina. A margem esquerda alterada, recuando-se 4 cm para dentro da pgina. Nocaso de citao dentro de citao, usam-se aspas simples. Quando a citao de texto

    for retirada de meios digitais, tipo internet, CD, DVD, ou outro suporte, em que noh pgina identicada, usa-se a expresso texto digital no lugar da pgina.

    J a citao indireta a transcrio livre do texto do autor utilizado, ouseja, usada apenas a ideia do autor, sem transcrev-la literalmente. No se precisafazer uso de aspas e nem indicao da pgina, mas o autor e a data da publicaoso mencionados. Como a redao da ideia do autor utilizado deve ser escrita comas palavras prprias do acadmico, o conhecimento de um bom vocabulrio fundamental. Recomenda-se, portanto, leitura constante e uso de bons dicionrios.

    Mais detalhes sobre como apresentar as citaes no Cap. 7.

    1.4 Artigos didtico-acadmicos

    Importante destacar que na Univates tm sido solicitados artigos, comorequisito para avaliao de disciplinas de cursos de graduao e ps-graduao e,em alguns casos, quando mais elaborados e aprofundados, at como trabalho deconcluso de curso.

    Quando o artigo se tratar de um trabalho acadmico como dito acima, nemsempre ele ser considerado cientco, pois poder ou no estar intimamente ligadoa determinado esforo de pesquisa acadmica de carter cientco.

    O artigo cientco (paper) um texto com autoria declarada que apresentae discute ideias, mtodos, tcnicas, processos e resultados nas diversas reas doconhecimento, e que poder fazer parte de uma publicao peridica cientcaimpressa, com outros artigos e autores, segundo a NBR 6022/2003, da ABNT. Essetexto publicado em veculos como revista, boletim, anurio,journaletc., os quais,para serem considerados peridicos cientcos especializados da rea, precisam terqualidade cientca em determinada rea do conhecimento, ser objeto como tal deNmero Padro Internacional para Publicao Seriada (ISSN)14 na verso impressa

    14 Segundo a NBR 6022/2003, da ABNT, publicao peridica cientca impressa um dos tipos depublicaes seriadas, que se apresenta sob a forma de revista, boletim, anurio etc., editada em

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    e/ou online, e serem indexados a bases de dados nacionais e/ou internacionais. Vermais detalhes sobre artigo cientco no Cap. 5 deste Manual.

    J os artigos didtico-acadmicos so, normalmente, atividades/trabalhos deaula, de ordem tcnica, muitas vezes de levantamento/reviso bibliogrca e, em

    outros casos, tambm de coleta e anlise de dados, para a vericao e avaliao doaprendizado do estudante em disciplinas ou at como concluso de um determinadocurso. Mesmo no estando no nvel das verdadeiras pesquisas cientcas, precisamrespeitar mtodos, critrios, tcnicas e regras em sua consecuo e os rigores formaisna sua redao e apresentao nal, como se fossem artigos cientcos.

    Assim, salvo outra orientao do professor e/ou coordenador da atividade/curso, o trabalho de aula/curso em forma de artigo acadmico possui extenso entre15 e 30 pginas, devendo o assunto escolhido como objeto de anlise vir exposto detal modo que permite ao leitor ter uma boa noo do contexto no qual ele se insere,

    no entendimento de Mezzaroba e Monteiro (2006).Salienta-se, ainda, a necessidade de um raciocnio argumentativo lgico,

    bem fundamentado, numa sequncia bem distribuda entre as sees e subsees,conforme a necessidade, sempre acompanhadas do respeito s regras de citao ereferncias da ABNT.

    1.4.1. Estrutura de artigo como trabalho didtico-acadmico

    Para trabalhos acadmicos em forma de artigo, que serviro de avaliaode disciplinas (de graduao ou de ps-graduao) ou at de cursos de graduaoda Univates, ou de transformao de monograas em artigos, essencial seguir asregras metodolgicas da ABNT, no que competir, alm das normas da Instituio. Aseguir, breves noes de como estruturar um artigo mais simples:

    a) Capa (ver Cap. 4, item 4.1.1).

    b) Folha de rosto (ver Cap. 4, item 4.1.3, ou mais adiante, no item 1.5).

    c) Sumrio (ver Cap. 4, item 4.1.7): deixar fora as listas de abreviaturas, detabelas etc. O signicado das abreviaes, siglas, ou outras, dever ser posto nocorpo do texto em que esses elementos aparecerem ou em nota de rodap. O sumrio

    dever ser disposto em pgina autnoma, ou conforme orientao do professor. Se oartigo for de curta extenso, o sumrio poder ser dispensado.

    d) Ttulo: dever ser representativo do contedo do artigo, escrito em tamanho14, todo maisculo, negrito, centralizado na pgina, fonte Arial ou Times NewRoman. O ttulo, a introduo e o desenvolvimento sero dispostos numa sequnciana pgina, sem troca de pgina a cada nova seo/ttulo.

    fascculos com designao numrica e/ou cronolgica, em intervalos pr-xados (periodicidade), por

    tempo indeterminado, com a colaborao, em geral, de diversas pessoas, tratando de assuntos diversos,

    dentro de uma poltica editorial denida, e que objeto de Nmero Padro Internacional para PublicaoSeriada (ISSN), nos termos da NBR 10525/2005. Os ISSN so construdos e distribudos pelo Centro

    Internacional do ISSN, cujo representante ocial no Brasil o Instituto Brasileiro de Informao em

    Cincia e Tecnologia (IBICT), com sede em Braslia endereo eletrnico: [email protected].

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    e) Resumo: obrigatrio apenas para artigos quando representarem trabalhosde concluso de curso, ou conforme exigncia do professor da atividade. O resumose constitui de uma sequncia de frases concisas e objetivas, e no de uma simplesenumerao de tpicos, tendo no mximo 250 palavras, seguido, logo abaixo, daspalavras representativas do contedo do trabalho: as palavras-chave. Use verbo na

    voz ativa e na terceira pessoa do singular, com a partcula apassivadora se quandofor o caso.

    f) Introduo: nela devero constar o tema, os objetivos, a justicativa etc.,alm de breve exposio do que ser desenvolvido no trabalho. Na introduo, noh lugar para notas de rodap nem para citaes diretas de autores. A letra dever sertamanho 12 para todo o texto.

    g) Desenvolvimento: a parte principal e mais extensa do texto quefundamenta o trabalho, que contm a exposio ordenada e pormenorizada do

    assunto. Normalmente, dependendo do artigo, a parte que envolve o referencialterico, o(s) mtodo(s) e a coleta de dados, a anlise e a discusso/interpretao dosresultados da pesquisa feita pelo estudante e que est gerando o artigo.

    Algumas caractersticas a serem observadas nesta parte do artigo:

    no se escreve a palavra Desenvolvimento como ttulo desta parte, mas osttulos das sees/captulos relacionados ao seu contedo;

    o texto do desenvolvimento pode ser dividido em tantas sees primrias/captulos e subsees/subcaptulos quantos forem necessrios para facilitar acompreenso do assunto;

    procurar dividir o texto preservando a coerncia entre as etapas sucessivas,cuidando para que no que com sees e subsees nem muito extensas, nem muitocurtas uma em relao outra;

    o tempo verbal, conforme Hbner (1998), varia de acordo com a naturezado trabalho e a seo em que ele for inserido. Assim, emprega-se o tempo presente,quando o autor se referir ao prprio trabalho, objetivos, concluses etc.: este artigotem como objetivo, so possveis as seguintes constataes, a qualidade devida possui relao direta, cabe ressaltar que, observa-se que os entrevistados

    possuem o autor destaca que. Contudo, ao relatar outros estudos ou aespassadas, recomenda-se o emprego do pretrito perfeito ou o pretrito imperfeito,conforme a durao da ao descrita: cinco entrevistados responderam que, naltima dcada, surgiram estudos sobre , constatou-se que, a outra perguntarelacionava-se a atividades ;

    para dar maior objetividade ao texto, devem ser usados verbos na terceirapessoa do singular, com a partcula apassivadora se quando for o caso:verica-se que, trata-se de , acredita-se que, ser analisada a , possvel vericar que, o estudo trata do, a pesquisa demonstrou que, e

    no eu veriquei que , ns vericamos que ;

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    as descries apresentadas na parte textual devem ser sucientes para afcil compreenso do assunto estudado; para isso, importante que as ilustraesessenciais ao entendimento do texto (ex.: tabelas, grcos, quadros, guras etc.)constem do desenvolvimento do trabalho, e a quantidade dessas ilustraes deve sercomedida dentro da totalidade da extenso do artigo;

    as equaes e frmulas, quando houver, devem aparecer destacadas notexto, para facilitar a sua leitura. A NBR 6022/2003 orienta que na sequncia normaldo texto permitido o uso de uma entrelinha maior que comporte os elementos dasequaes e frmulas (expoentes, ndices e outros); quando fragmentadas em maisde uma linha, por falta de espao, elas devem ser interrompidas antes do sinal deigualdade ou depois dos sinais de adio, subtrao, multiplicao e diviso;

    a letra dos ttulos e subttulos do desenvolvimento dever ser tamanho 12,negrito, na mesma fonte do texto: os ttulos sero em maisculo; os subttulos s com

    a inicial da frase e de substantivos prprios em maisculo; as ilustraes (desenhos, esquemas, uxogramas, fotograas, grcos, mapas,

    organogramas, plantas, quadros, retratos etc.), quando houver, devem ser inseridas omais prximo possvel do trecho do texto a que se referem; mais informaes sobreilustraes, no Cap. 6, item 6.12;

    para as tabelas, recomenda-se a leitura do Cap. 6, item 6.13;

    o autor do trabalho acadmico, ao se valer de ideias de outros autores,escritos em forma de citaes indiretas (no textuais) e de citaes diretas (textuais),

    deve incluir os dados da fonte em que se baseou, a m de evitar plgio. As citaesdevem ser indicadas no texto por um sistema de chamada: o autor-data, colocadono prprio corpo do texto, ou o numrico, com referncias em notas de rodap. AABNT no permite mistura dos dois sistemas. importante ressaltar que qualquerque seja o sistema adotado, ele dever ser seguido consistentemente ao longo de todoo artigo, permitindo sua correlao na lista de referncias ou em notas de rodap.Nesse sentido, as citaes devero obedecer s orientaes da ABNT, apresentadasno Cap. 7 deste Manual.

    h) Concluso: um processo de sntese dos principais resultados e ideias

    correspondentes aos objetivos e hipteses do trabalho, podendo conter, opcionalmente,desdobramentos relativos importncia, sntese, projeo, recomendaes,repercusso do trabalho, encaminhamentos do autor etc.

    Outras recomendaes para a parte fnal do artigo:

    na concluso tambm aparecer o posicionamento pessoal do estudantediante dos problemas/objetivos apresentados e solues encontradas (ou no) duranteo desenvolvimento do artigo;

    para os trabalhos de natureza aplicada, que possuem cunho mais prtico ouat de natureza consultiva, possvel acrescentar concluso as recomendaes queo autor do trabalho faz a partir do que estudou e investigou;

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    Beatris Francisca Chemin

    recomenda-se o uso do verbo no passado na parte que envolver a reconstruodos assuntos abordados no desenvolvimento: constatou-se que , o estudo revelouque;

    na concluso no h lugar para notas de rodap nem para citaes diretas deautores, a no ser aqueles pensamentos meramente ilustrativos;

    em geral, o ttulo Concluso o adequado para trabalhos acadmicos, e noConsideraes nais; mais comum usar Consideraes nais especialmentequando o tema no conclusivo, mas aberto.

    i) Referncias: elemento obrigatrio, a ser feito conforme o Cap. 8 desteManual. So as autorias/fontes efetivamente utilizadas e indicadas ao longo dotexto do artigo, que devero aparecer ao nal do trabalho. Dependendo do sistemautilizado nas citaes, a apresentao das referncias ser assim:

    sistema autor-data de citao: durante o texto, as fontes das citaes soidenticadas pelo sobrenome do autor, o ano e a pgina (usa-se pgina quando hcitao direta), colocando-se, depois, todas as referncias, de modo completo, aonal do trabalho, em ordem alfabtica dos autores/fontes; ou:

    sistema numrico de citao: i) durante o texto, as citaes tm suasfontes numeradas sequencialmente e identicadas simplicadamente em notas dereferncias ao p da pgina, com lista completa obrigatria de referncias, em ordemalfabtica, no nal do artigo; ii) ou, ainda, durante o texto, as citaes tm suasfontes numeradas sequencialmente e identicadas de modo completo s no naldo texto (notas de m, se for artigo de curta extenso), podendo j servir comoreferncias; iii) ou, ainda, durante o texto, as citaes tm suas fontes numeradassequencialmente e identicadas simplicadamente s no nal do texto (notas dem, se for artigo de curta extenso), e as referncias virem separadas, em seguidas notas de m, em ordem alfabtica, no nal do artigo. A primeira opo (i) amais utilizada e, por isso, a que se recomenda que voc use como padro naUnivates.

    Sobre sistemas de citaes, mais detalhes no Cap. 7, e sobre a apresentaodas referncias, no Cap. 8.

    j) Apndice(s): elemento facultativo, que consiste em um texto ou documentoelaborado pelo autor, a m de complementar sua argumentao, sem prejuzo daunidade principal do trabalho. Ele identicado por letras maisculas consecutivas,travesso e pelo respectivo ttulo, como no exemplo seguinte:

    APNDICE A Avaliao dos ndices de audincia da Rdio Univates FM no ano de 2007

    APNDICE B Avaliao dos ndices de audincia da Rdio Univates FM no ano de 2008

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    Beatris Francisca Chemin

    O apndice deve ser citado no corpo do texto, entre parnteses, quando vier nonal de uma frase:

    Conforme Apndice A, possvel identicar que a avaliao numrica de clulas

    inamatrias totais aos quatro dias de evoluo foi maior do que

    Quando a palavra Apndice for inserida na redao normal da frase, ela vemsem parnteses e escrita s com a inicial maiscula:

    A avaliao numrica de clulas inamatrias totais aos quatro dias de evoluofoi maior do que ... (APNDICE A).

    h) Anexo(s): consiste em um texto ou documento normalmente no elaborado

    pelo autor, mas por terceiros, que serve de fundamentao, comprovao e ilustrao.Nos anexos podem aparecer ilustraes, descries tcnicas de equipamentos eprocessos, modelos de formulrios e diagramas citados no texto, alm de outrosmateriais explicativos que, pela dimenso ou pela forma, no podem ser includosfacilmente no corpo do trabalho. Como exemplos h fotograas, mapas, plantas,grcos estatsticos etc. Para facilitar a identicao, localizao e manuseio, osanexos devem merecer alguns cuidados:

    os anexos devem ser individualmente identicados por meio de letrasmaisculas consecutivas, seguidas de travesso e pelos seus respectivos ttulos,

    conforme a NBR 14724/2005:

    ANEXO A Hierarquia do Poder Judicirio no Brasil

    os anexos devem ser citados no corpo do texto, entre parnteses, quandovierem no nal de uma frase:

    A populao de Lajeado em 2007 20% maior em relao a 2000

    (ANEXO P).

    quando a palavra Anexo for inserida na redao normal da frase, ela vem semparnteses e s com a inicial maiscula:

    Conforme Anexo P, possvel vericar que a populao de Lajeado em 2007

    20% maior do que em 2000.

    Veja exemplo de artigo acadmico, transformado de uma monograa degraduao, nos Apndices B e C deste Manual.

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    Beatris Francisca Chemin

    1.5 Apresentao de trabalhos acadmicos de aula

    Trabalhos regulares de aula, menores e mais simples, como resenhas, resumos,artigos acadmicos e outros, seguiro orientao do professor ou coordenador daatividade quanto apresentao da capa padro (Cap. 4, item 4.1.1) da Univates e

    do sumrio (Cap. 4, item 4.1.7), os quais podero ser dispensados. Contudo, a folhade rosto obrigatria a todo trabalho acadmico, a ser entregue para o professor, enela deve constar o que diz a NBR 14724/2005 e ser adaptada realidade do Curso/Univates, com estes itens:

    a) Nome do(s) autor(es), em letra Arial ou Times New Roman fonte tamanho12, todo maisculo, negrito, centralizado;

    b) Ttulo do trabalho (e subttulo, se houver; o subttulo deve estar subordinadoao ttulo principal e ser precedido de dois pontos). O ttulo dever ser escrito em letraArial ou Times New Roman, fonte tamanho 14, todo maisculo, negrito, centralizado

    na folha.c) Natureza do trabalho (dizer que tipo de trabalho : artigo, resenha, resumo,

    cha de leitura, relatrio de estgio etc.), nome da disciplina/do Curso e da Instituioa que submetido, objetivo do trabalho (avaliao, aprovao, complementao denota etc.) e nome do professor:

    Ex.: Resenha crtica apresentada na disciplina de ..., do Curso de ..., doCentro Universitrio Univates, para complementao da avaliao do

    semestre.Professor: ...

    Resumo apresentado na disciplina de ..., do Curso de ...., do Centro UniversitrioUnivates, para avaliao da segunda nota do semestre.

    Professor: ...

    Artigo apresentado na disciplina de ..., na linha de formao especca em ..., do

    Centro Universitrio Univates, como exigncia para a aprovao do semestre.Professor: ....

    d) Local (cidade) da Instituio onde deve ser apresentado o trabalho e data.

    Veja, na pgina seguinte, um modelo de folha de rosto.

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    Aline Medeiros Silva Pacheco

    REEDUCAO ALIMENTAR: UMA PERSPECTIVAPARA A SADE FSICO-MENTAL

    Resenha crtica apresentada na disciplina

    de Introduo Dietoterapia, do Curso deNutrio, do Centro Universitrio Univates,para complementao da avaliao da 1anota do semestre.

    Professora: Maria Fernanda Souza

    Lajeado, abril de 2010

    Figura 1 Exemplo de folha de rosto

    3 cm

    2 cm

    2 cm

    3 cm