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Manual de Anilhamento de Aves Silvestres 2 Edio revista e ampliada

Ministro do Meio Ambiente e da Amaznia Legal Henrique Brando Cavalcanti Presidente do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renovveis Nilde Lago Pinheiro Diretor de Ecossistemas Alison Jos Coutinho Chefe do Centro de Pesquisas para Conservao das Aves Silvestres Joo Luiz Xavier do Nascimento Diretor de Incentivo Pesquisa e Divulgao Jos Dias Neto Chefe do Departamento de Divulgao Tcnico-Cientfica e Educao Ambiental Jos Silva Quintas Chefe da Diviso de Divulgao Tcnico-Cientfica Norma Guimares Azeredo ISBN 85-7300-006-6 598.2 M294 Manual de anilhamento de aves silvestres. 2 ed. rev. amp. - Braslia: Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renovveis, 1994. 148 p :i\; 15x21cm 1. Aves Silvestres. 2. Anilhas. 3. Anilhamento. 4. CEMAVE. 5. Lista. I. Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renovveis.

Ministrio do Meio Ambiente e da Amaznia Legal Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renovveis Centro de Pesquisas para Conservao das Aves Silvestres

Manual de Anilhamento de Aves Silvestres2 Edio - revista e ampliada

IBAMA Braslia - 1994

Colaboradores Albano Schulz Neto - bilogo, PROAVES Ivandy Nascimento de Castro - bilogo, CEMAVE/IBAMA Silvana Cusatis Lulli - biloga, PR Edinalva R. de Souza - ag. administrativo, CEMAVE/IBAMA Ivone Oliveira Arajo - secretria, CEMA VE/IBAMA Equipe tcnica da 1 edio Renato Petry Leal Paulo de Tarso Zuquim Antas Suzana de Moura Lara Rezende Equipe tcnica da 2 edio Ins de Lima S. do Nascimento - biloga, CEMA VE/IBAMA Joo Luiz Xavier do Nascimento - bilogo, CEMAVE/IBAMA Paulo de Tarso Zuquim Antas - bilogo, CEMAVE/IBAMA Preparao dos originais Vitria Adail B. Rodrigues - jornalista, DEDICIDITEC Reviso tcnica e de provas CEMAVEIIBAMA Capa Paulo Aclidsio Luna - programador visual, DEDICIDITEC IBAMA - Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renovveis Diretoria de Incentivo Pesquisa e Divulgao Departamento de Divulgao Tcnico-Cientfica e Educao Ambiental Diviso de Divulgao Tcnico-Cientfica SAIN, Av. L4 Norte, s.n., Edifcio-sede, CEP: 70800-200 Braslia, Distrito Federal Telefones: (061) 225-9484 e 316-1222 Fax: (061) 226-5588 CEMAVE - Centro de Pesquisas para Conservao das Aves Silvestres Parque Nacional de Braslia Via EPIA, SMU - CEP: 70630-000 - Braslia-DF Telefone: (061) 233-3251 Braslia 1994 Impresso no Brasil Printed in Brazi

Agradecimentos

A materializao do esforo do Centro de Pesquisas para Conservao das Aves Silvestres - CEMA VE s possvel graas ao apoio de diversas organizaes e indivduos. Cabe agradecer a todos, indistintamente, que apoiaram a caminhada at o momento. No entanto, apesar dos riscos de esquecimentos eventuais, devemos aqui expressar nossa gratido para algumas organizaes e/ou pessoas. Primeiramente, os anilhadores so os principais responsveis pela existncia do Centro e sua manuteno como organismo capaz de coordenar nacionalmente esta atividade, dando ao Brasil um privilgio em termos do cenrio internacional. Os principais resultados deste envolvimento podem ser observados tanto na esfera puramente acadmica, como naquela mais imediata de aes e polticas para a conservao das aves silvestres e seus ambientes, objetivo principal de todos. No que se refere s organizaes, devemos reconhecer o apoio do IBAMA atravs dos anos, apoiando e mantendo o Centro como rgo interno especializado e sem as interferncias conjunturais capazes de fazer com que seus objetivos venham a ser deturpados. Tanto na administrao central como em seus ramos tcnicos ou nas Superintendncias, o apoio do organismo federal responsvel pela conservao da natureza fundamental para a implementao das medidas e polticas advindas dos dados coletados pelos trabalhos de campo. Tambm a materializao desta 2 edio do Manual de Anilhamento s foi possvel devido

ao importante apoio fornecido pela Diretoria de Incentivo Pesquisa e Divulgao do IBAMA. Outras organizaes vm apoiando ou apoiaram as aes do CEMAVE desde seu incio, sendo as mais significativas o World Wildlife Fund - WWF/seo americana, o Conselho Internacional para Preservao das Aves - CIPA/seo americana, a Fundao Brasileira para a Conservao da Natureza - FBCN, a Fundao Pr-Natureza RJNATURA, a Associao Brasileira para a Conservao das Aves PROAVES, a Humedales Para Las Americas - WA, a Associao VilaVelhense de Proteo Ambiental - AVIDEPA, a Sociedade Brasileira de Ornitologia SBO, as diversas Universidades Federais e Estaduais brasileiras. A todos aqui nominados ou no, cabe agradecer o apoio nesta caminhada em conjunto com objetivos mltiplos.

Prefcio

A criao do Centro de Pesquisas para Conservao das Aves Silvestres - CEMAVE, realizada em 1977, representou um importante marco no sentido de fundir os esforos de conservao das aves brasileiras e dos ambientes dos quais elas dependem, com o necessrio embasamento cientfico de aes nesse sentido. Somente com uma boa base de dados possvel trabalharmos para a manuteno desse importante recurso natural renovvel e mant-lo com esta caracterstica. O CEMA VE tornou-se, desde ento, o marco referencial para a atividade de anilhamento no Brasil e em outros pases, em especial pelo uso das informaes como subsdio das atitudes e polticas de conservao, empreendidas pelo rgo federal responsvel, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renovveis, bem como pela difuso do uso da tcnica de anilhamento em aspectos de pesquisa bsica ou aplicada. Tambm sua atuao pautou-se pelo treinamento de pessoal de diversas instituies brasileiras ou da Amrica Latina. A realizao dos cursos de anilhamento, logo no incio de suas atividades, evidenciou a necessidade da edio de uma publicao especfica, onde a organizao do sistema estivesse espelhada da mesma maneira que aspectos tericos da Ornitologia. Estes tpicos devem ser devidamente contemplados de forma a incentivar o interesse dos anilhadores pelos diversos usos da tcnica. O nascimento da primeira edio do Manual de Anilhamento de Aves procurou suprir essa lacuna. Entretanto, como todas as atividades humanas, novas descobertas e aperfeioamentos ocorreram

ao longo dos anos, forando uma reviso do primeiro texto para incorporao destas novas vises e melhoras do sistema. Esta nova edio, ora prefaciada, busca incorporar o que h de mais recente na tcnica e seu uso, procurando, da mesma maneira que a anterior, tanto difundir o anilhamento dentro de regras bem estabelecidas, como informar ao anilhador as diversas possibilidades de pesquisa permitidas pelo anilhamento. Novamente, cabe frisar que tal esforo insere-se no perfil de respeito aos aspectos ticos da coleta dos dados por um grande nmero de indivduos e instituies envolvidas, da mesma maneira que procura fortalecer a conservao das aves silvestres do pas, fornecendo um arcabouo altamente especializado e tcnico s decises para a conservao deste patrimnio natural do Brasil, pas com a terceira maior diversidade conhecida de espcies de aves do mundo.

SumrioPrefcio 7 Lista de Ilustraes 15 Introduo 17

Alison Jos Coutinho Diretor de Ecossistemas

Captulo I - Generalidades 21 Captulo II - Concesso de Permisses 23 1. Tipos 23 1.1 Permisso Individual 23 1.2 Permisso Institucional 23 1.3 Permisso Auxiliar 24 2. Qualificaes Necessrias 24 2.1 Permisso Individual 24 2.2 Permisso Institucional 25 2.3 Permisso Auxiliar 25 3. Limitaes 25 4. Atividades no Autorizadas 26 4.1 Coleta 26 4.2 Posse de Aves 26 4.3 Manuteno da Ave 26

5. Procedimento do CEMAVE 26 6. Uso de Redes de Captura 27 7. Captura com Substncias Qumicas 27 8. Marcao por Outras Tcnicas 28 9. Espcies Ameaadas de Extino 28 10. Trmino e Renovao das Permisses 29 10.1 Data do Vencimento 29 10.2 Suspenso e Renovao das Permisses 29 10.3 Inativao 30 11. Aproveitamento de Peles e Carcaas 30 Captulo III - Procedimentos do Anilhador 33 1. Relatrio Anual/Preenchimento 34 2. Reanilhamento 36 3. Carto para Solicitao de Dados 36 4. Verificao dos Relatrios Anuais 37 5. Recuperaes 37 5.1 Anilhas Brasileiras 37 5.2 Anilhas Estrangeiras 38

Captulo IV Anilhas 39 1. Tipos de Anilhas Remetidas 40 1.1 Anilhas Especiais 40 1.2 Anilhas Anodizadas 41 1.3 Anilhas Coloridas 41 1.4 Outros Marcadores 43 2. Tamanhos, Dimetros 43 3. Sistema de Numerao 44 4. Pedidos/Solicitao 44 5. Como Colocar e Remover Anilhas 45 Captulo V - Mtodos de Captura 47 1. Rede Ornitolgica de Captura 47 1.1 Remendos 49 1.2 Captura, Conteno e Manuseio 50 2. Rede-bandeira 52 3. Armadilhas 52 3.1 Arapucas 53 3.2 Armadilhas com Laos 54 3.2.1 Vara com Lao 54 3.2.2 Tapete 54 3.3 Sangras 54 3.4 Alapo de Rede 54 3.5 Armadilhas para Pica-paus e Arapaus 55 3.6 Captura de Anatdeos 55 3.7 Outras 57

4. Rede de Canho 58 5. Rede de Solo Disparada por Elstico 59 6. Chamas e Silhuetas - Artifcios para Atrair Aves 60

8. Tcnica Utilizada para Registrar o Desenvolvimento da Placa de Incubao 70 8.1 Escala para Identificar a Seqncia de Eventos do Desenvolvimento e da Regresso da Placa de Incubao 71 9. Tcnica para Registrar o Uso ou Desgaste de Primrias 72 9.1 Registros sobre o Uso das Primrias 72

Captulo VI - Trabalho de Campo 61 1. Consideraes 61 2. Anilhamento de Filhotes Nidco1as. 63 3. Dimetro dos Tarsos 64 4. Manuseio da Ave 64 5. Mtodos para Determinao do Sexo 65 6. Mtodos para Determinao da Idade 66 6.1 Ossificao Craniana 66 6.1.1 Tcnica para Registrar o Estgio de Pneumatizao do Crnio 67 6.1.2 Estgios de Pneumatizao do Crnio para Passeriformes 68 6.2 Plumagem 69 6.3 Cor da ris 69 6.4 Bico 69 7. Tcnica para Registrar Contedo de Gordura Armazenada. 69 7.1 Escala Utilizada para os Registros 70 Captulo VII - Lista das Aves Brasileiras com os Tamanhos de AnIlhas Indicadas 73 Referncias bibliogrficas 127 Anexos 129

Lista de Ilustraes

Figura 14 - Armadilha para Pica-paus e Arapuus 140 Figura 15 - Armadilha Telhada 141 Figura 16a - Rede de Canho/Cortes Esquemticos 142 Figura 16b - Rede de Canho em Funcionamento 143 Figura 17 - Modelo de Relatrio de Campo 144 Figura 18 - Formas de Conteno para o Anilhamento 145 Figura 19a - Posio Adequada para Verificar Grau de Ossificao Craniana 146 Figura 19b - Verificando a Ossificao Craniana 146

Figura 1 - Relatrio Anual (Formulrio n 1) 129 e 130 Figura 2 - Posio Geogrfica dos Locais de Anilhamento 131 Figura 3 - Carto para Solicitao de Dados (Formulrio n 2) 132 Figura 4 - Aviso de Chegada do Relatrio do Anilhador (Formulrio n 3) 133 Figura 5 - Formulrio para Dados de Recuperao (n 4) 134 Figura 6 - Anilhas 135 Figura 7 - Pedido de Material (Formulrio n 5) 135 Figura 8a - Alicate Especial para Fechar Anilhas 136 Figura 8b - Alicate de Ponta Fina para Abertura de Anilhas 136 Figura 9 - Tcnicas Utilizadas para Retirar Anilhas Aps a sua Colocao 137 Figura 10a - Rede de Captura 137 Figura 10b - Rede-bandeira (Rede de Captura Suspensa) 138 Figura 11 - Arapuca 138 Figura 12 - Tapete 139 Figura 13 - Sangra 139

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Introduo

As aves sempre atraram a ateno do homem ao longo da histria. Suas migraes espetaculares, cobrindo grandes extenses de terra, cruzando mares e desertos, bem como a visibilidade e colorido caracterstico de um grande nmero de espcies, esto entre as principais causas de tal interesse. Seus movimentos estacionais logo serviram aos povos agricultores como sinais de incio de plantio ou de colheita. Resultado desses vnculos, sempre houve um enorme interesse por parte da humanidade em compreender e estudar as aves, sendo sua migrao o maior mistrio a desvendar. J na Grcia Clssica, comeam a surgir tentativas de explicar o fenmeno, com Aristteles sugerindo trs possibilidades para o aparecimento e desaparecimento das aves em cada estao. A primeira delas foi a migrao como entendemos hoje, com calendrios fixos de movimentao respondendo s alteraes estacionais. Na segunda hiptese, sugere que algumas aves hibernariam profundamente em cavernas ou enterradas na lama dos charcos durante o inverno. Somente neste sculo descobriu se um curiango ou bacurau da Amrica do Norte que, de fato, hiberna em cavernas profundas durante o inverno boreal. J a terceira tentativa de explicar o fenmeno indicava que algumas aves alternavam sua aparncia externa entre o inverno e o vero, transformando-se em outras espcies conforme a estao. Fatos que pudessem comprovar quaisquer das trs possibilidades no foram encontrados at o final da Idade Mdia.

No Sculo XVI uma cegonha, encontrada no centro da Europa, possua uma ferida cicatrizada, onde carregava um pedao de flecha originria da frica. Pela primeira vez era possvel comprovar que as cegonhas atravessavam o Mar Mediterrneo. Ao longo dos sculos seguintes, houve o interesse latente em estudar esses movimentos, embora no se conhecessem ainda mtodos para tanto. No sculo XVIII, alguns nobres ingleses tiveram a idia de amarrar tiras de panos coloridos nas pernas de andorinhas, buscando verificar se as mesmas retomariam, aps suas migraes, para os ninhos do ano anterior. Ainda hoje encontramos algumas aves marinhas com pedaos de linhas de pesca amarrados em suas pernas, mostrando que pescadores as capturaram anteriormente e as liberaram com uma marca capaz de indicar o ocorrido. Este o princpio do anilhamento de aves, ou seja, o mtodo capaz de diferenciar um indivduo ou grupo de indivduos do restante da populao. Anos depois, novamente nobres ingleses inovaram, criando um mtodo de marcao muito semelhante ao anilhamento como conhecemos hoje. Na poca, os nicos metais capazes de serem laminados e terem caracteres impressos eram o ouro e a prata. Devido ao custo, algumas anilhas deste tipo foram manufaturadas com as iniciais de quem as encomendava. Surpreendentemente, algumas das aves foram encontradas e as informaes retomaram origem, vindas inclusive da Europa Continental. Tal fato demonstrava, para surpresa geral na poca, a capacidade de aves terrestres cruzarem os mares. Entretanto, somente em meados do sculo passado, as condies tecnolgicas possibilitaram o grande avano da rea de marcao de aves silvestres. O domnio da metalurgia do alumnio permitiu o uso de um metal barato, laminvel e capaz de ser impresso. Em 1898, um professor dinamarqus, Christian Mortensen, fabricou anilhas de alumnio, numeradas seqencialmente e com seu endereo para devoluo. O retorno das primeiras anilhas mostrou que era um mtodo altamente prtico e, em poucos anos, a tcnica de Mortensen comeou a ser aplicada em todos os paises europeus e na Amrica do Norte.

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Inicialmente, cada anilhador desenvolvia seus cdigos. Com a seqncia no uso do anilhamento e, especialmente, pelo grande nmero de aves marcadas em pouco tempo, surgiu a necessidade de coordenar sua utilizao para dar confiabilidade s informaes. Nasceram ento os primeiros centros de anilhamento, inicialmente em unidades estaduais, logo nacionais e, em 1919, nasce o primeiro centro internacional, atravs de um acordo de cooperao entre os Estados Unidos e a Inglaterra (representando o Canad, ento colnia inglesa). At o presente, esta coordenao realizada pelo Bird Banding Laboratory/BBL, com os dois pases usando as mesmas anilhas. H alguns anos, o Mxico uniu-se parcialmente a este mesmo sistema, para aves migratrias oriundas do norte de sua fronteira. A Europa possui centros nacionais de anilhamento, cada um com um sistema de cdigos prprios, mas coordenados entre si pelo EURING, no tocante troca de informaes e intercmbio de experincias. No Brasil, apesar da enorme influncia europia em nossa Ornitologia, nenhuma marcao de aves est documentada at a dcada de 50. Antes disso, o encontro de um trinta-ris Sterna hirundo na dcada de 30, nas praias do Estado de So Paulo, marcado na costa leste americana, chamou a ateno da imprensa local e dos especialistas da poca. As primeiras notcias sobre o anilhamento de aves no pas, indicam o trabalho de Augusto Ruschi, marcando beija-flores com anilhas de cobre ou lato. Na dcada de 60, h um impulso significativo com o acoplamento do estudo da disperso de arboviroses por aves com sua marcao. Iniciado pelo Instituto Adolfo Lutz, em So Paulo, h tambm, na mesma dcada, a iniciativa do Instituto Evandro Chagas, em Belm, em um esforo conjugado com o trabalho de Thomas Lovejoy sobre a estrutura de comunidade de aves da mata amaznica. Tambm nos anos 60, o Parque Zoolgico de So Paulo realiza o anilhamento de marrecas (especialmente Dendrocygna viduata) selvagens que concentram-se neste local em alguns perodos do ano. Vale ressaltar que as iniciativas do Instituto Adolfo Lutz e do Parque Zoolgico de So Paulo persistem at o presente, incorporadas ao Sistema Nacional de Anilhamento de Aves. 19

A dcada seguinte v surgir a primeira tentativa de coordenao de um sistema de marcao de aves silvestres no pas. O Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Rorestal (IBDF - atual IBAMA) e a Secretaria de Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul assinam um convnio de cooperao tcnica, visando a implantao em nvel daquele estado, de um programa de marcao de aves. Associa-se a este programa William Belton e as trs partes conseguem iniciar o primeiro sistema integrado de anilhamento de aves no pas. Logo em 1975, a Food and Agriculture Organization, o brao da ONU vinculado com a rea agrcola e uso de recursos naturais renovveis, sugere ao IBDF a criao de um centro nacional coordenador e impulsionador do sistema de anilhamento de aves silvestres, de maneira a substanciar as aes e polticas de conservao do rgo, com dados colhidos do uso da tcnica de marcao de aves. Em janeiro de 1977, atravs de um convnio com a Fundao Brasileira para a Conservao da Natureza - FBCN, criado o Centro de Estudos de Migraes de Aves - CEMAVE, para organizar, coordenar e impulsionar o sistema de anilhamento de aves no Brasil, bem como proporcionar a implementao de aes e polticas de conservao de aves silvestres e seus ambientes, apoiados em dados criteriosamente coletados e analisados. Nesta verso atualizada do Manual de Anilhamento de Aves, esto impressos todos os passos da organizao do sistema que se prope, desde seu incio, a unir a coleta cientfica das informaes com sua aplicao no campo da conservao da natureza. Este ponto o responsvel pela criao do Centro norteando suas aes. Se o anilhamento surge inicialmente para estudar as migraes, hoje encontra aplicaes nas mais diversas reas da Ornitologia de campo, tanto para espcies migratrias, como residentes. De maneira a espelhar adequadamente sua atuao, bem como marcar o 152 aniversrio do CEMAVE, em abril de 1992 sua designao alterada para Centro de Pesquisas para Conservao das Aves Silvestres, mantendo a mesma sigla. 20

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Captulo I

Generalidades

Atravs do Certificado de Agradecimento com os dados do anilhamento, pode-se alimentar a curiosidade e interesse do recuperador, incentivando-o a manter-se atento para aves encontradas. No entanto, este processo poder ser prejudicado, caso haja deficincia do Centro, ao demorar-se no envio dos dados de anilhamento num curto espao de tempo ou enviando-o com falhas. Para isso ser evitado, os anilhadores devem remeter de maneira regular e rpida seus dados de anilhamento ao CEMAVE. Assim, a resposta ao recuperado r toma-se mais rpida, mantendo o seu interesse e colaborao. A princpio, espcies no cinegticas apresentam uma taxa de recuperao bem mais baixa, dependendo basicamente da existncia de outros anilhadores, trabalhando com as mesmas espcies. Os dados de recuperaes efetuadas pelo prprio anilhador ou de recapturas de aves locais so importantes para obtermos informaes sobre mudas, reproduo, idade, etc... embora no forneam dados sobre movimentos maiores das aves. A remessa desses dados ao CEMAVE fica a critrio do anilhador, quando o seu arquivamento for interessante para a compreenso da biologia da espcie. Vale a pena ressaltar que so consideradas recapturas, aves residentes marcadas pelo prprio anilhador e novamente capturadas no mesmo local de marcao. Recuperaes so aves marcadas por outros anilhadores, sejam capturadas no local onde foram anteriormente marcadas ou no, bem como aves capturadas outra vez no local, aps um ou mais ciclos migratrios. A permisso para marcao de aves deve ser solicitada, mesmo que no seja permanente, como no caso de censos de medida e peso. Considerado como um passatempo em alguns pases e por diversas pessoas, o anilhamento toma-se de grande utilidade quando o pedido se encontra ligado a um projeto definido e com uma atividade contnua. Caso contrrio, os dados tomam-se bastante dispersos, no interessando no contexto geral.

Com o objetivo de informar as necessidades e os procedimentos para a marcao de aves silvestres, principalmente atravs do uso de anilhas, o Centro de Pesquisas para Conservao das Aves Silvestres - CEMAVE, organizou o Manual de Anilhamento de Aves, possibilitando melhor orientao para os interessados na aplicao dessa tcnica, bem como em outros tipos de marcaes. Os estudos realizados utilizando o anilhamento devem encontrar apoio, se possvel, em todos os pases, uma vez que as aves no conhecem fronteiras. Tal atividade, tanto com aves residentes, quanto com visitantes de um pas, tem no anilhamento seu mtodo mais direto. de grande importncia que todos colaborem - sejam anilhadores ou a populao em geral - para que sua aplicao seja eficaz, tomando-se necessrio o mximo de divulgao possvel. Somente com a colaborao de todos, poderemos obter maior probabilidade na recuperao de anilhas e informaes devolvidas ao CEMA VE. A fim de incentivar tal procedimento, fornecido um Certificado de Agradecimento, onde o recuperador receber as informaes obtidas quando do anilhamento da ave. A divulgao poder ainda ser feita pelo prprio anilhador, durante suas atividades de marcao ou mesmo fora delas, em conjunto com aquela promovida pelo Centro. Caso ocorra concentrao de recuperaes em uma pequena regio, uma nova estratgia dever ser.adotada, evitando a monotonia das informaes fornecidas ao pblico.

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Captulo II

Concesso de Permisses

haver continuidade no programa, mesmo que o primeiro responsvel se afaste do servio por transferncia, aposentadoria ou qualquer outro motivo. Nesse caso, outra pessoa com a mesma qualificao dever ser indicada para substitu-Ia. Caso no seja apresentado outro responsvel, a permisso ser suspensa at que este requisito seja preenchido. 1.3 Permisso Auxiliar concedida em dois casos: 1. As pessoas que, apesar de terem alguma prtica no anilhamento, ainda no tm qualificaes suficientes para desenvolver sozinhas uma pesquisa nesse campo. Isso pode se dar por falta de conhecimento cientfico ou por falta de experincia. Podem trabalhar como assistentes dos portadores de Permisso Individual. 2. Para tcnicos capacitados que no esto desenvolvendo uma pesquisa prpria, mas fazem parte de uma equipe de pesquisa de outra pessoa. As Permisses Auxiliares servem para quando o responsvel pelo trabalho tiver de se ausentar por perodos superiores a um dia do local. A data da validade de uma Permisso Auxiliar nunca ultrapassa a da Permisso Individual ou a Institucional qual o anilhador est vinculado. Todos os contatos so feitos atravs do responsvel pela pesquisa ou com a Instituio, que se encarregar de transmiti-los aos auxiliares. As aves anilhadas por eles devem ser relatadas diretamente aos seus orientadores.

Para proceder ao anilhamento de aves na natureza, em qualquer parte do territrio nacional, necessrio obter-se uma Permisso de Anilhamento, concedida pelo Centro de Pesquisas para Conservao das Aves Silvestres - CEMA VE. O mesmo procedimento se aplica para o uso de anilhas brasileiras no exterior. Existem trs tipos de permisses, as quais autorizam a captura de aves com armadilhas convencionais, redes de captura ou outros mtodos:

1. Tipos1.1 Permisso Individual concedida queles que desenvolvem uma pesquisa individual com o anilhamento, devendo ter experincia comprovada no uso dos mtodos de captura solicitados, na tcnica do anilhamento e na identificao das espcies relacionadas no Plano de Trabalho. 1.2 Permisso Institucional outorgada quando o anilhamento levado dentro da programao de uma Instituio. Um membro da equipe, com qualificao para a Permisso Individual, responsvel pelo andamento dos trabalhos, perante a Instituio. Dessa forma,DA PGINA 23 AT A PGINA 38 OS PROCEDIMENTOS FORAM SUBSTITUDOS DE ACORDO COM A I.N. 27/2002.

2. Qualificaes Necessrias para Obter-se Permisso de Anilhamento2.1 Permisso Individual a) Ter 18 anos completos; b) Fornecer o nome de dois anilhadores ativos ou ornitlogos

DA PGINA 23 AT A PGINA 38 OS PROCEDIMENTOS FORAM SUBSTITUDOS DE ACORDO COM A I.N. 27/2002.

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capacitados, que atestem o conhecimento do solicitante no uso da tcnica de captura sugerida e sua capacidade na identificao de aves, bem como no desenvolvimento no plano de trabalho enviado; c) Carta ao CEMA VE constando o endereo e a identidade, requerendo a Permisso Individual e Plano de Trabalho, contemplando os objetivos da pesquisa, espcie(s) a ser(em) anilhada(s), metodologia, local(is) de anilhamento (municpio, estado ou regio), nome e carteira de identidade dos auxiliares, alm da bibliografia de apoio. 2.2 Permisso Institucional a) Requerimento ao CEMA VE, por parte da Instituio que deseja a Permisso; b) Apresentao de um responsvel pelos trabalhos que rena as condies de trabalho para a Permisso Individual; c) Plano de Trabalho conforme mencionado anteriormente. 2.3 Permisso Auxiliar a) Ter ao menos 16 anos completos; b) A responsabilizao do portador de Permisso Individual ou Institucional, declarando que ele participar da sua pesquisa; c) Carta ao CEMA VE, incluindo endereo e identidade, requerendo a Permisso Auxiliar.

Para proceder ao anilhamento em terras pblicas, necessria a autorizao de sua administrao (federal, estadual ou municipal). No caso de propriedades particulares, a autorizao deve ser concedida por seus proprietrios.

4. Atividades No Autorizadas4.1 Coleta Embora aves encontradas mortas por acidentes possam ser recolhidas para envio a instituies cientficas e educacionais, a permisso no autoriza coleta (capturar e/ou matar) para esse fim. 4.2 Posse de Aves A permisso no autoriza a posse de aves, ovos, peles, car caas ou quaisquer subprodutos de animais protegidos por Lei. 4.8 Manuteno da Ave A permisso autoriza, em caso de necessidade, a manuteno de aves silvestres em cativeiro por, no mximo, 24 horas. Essa previso procura facilitar a recuperao de uma ave capturada noite, molhada ou contundida, assim como proporcionar maiores facilidades para sua fotografia ou observao. Neste caso, a ave estar obrigatoriamente anilhada.

3. LimitaesAs atividades de marcao e anilhamento de aves silvestres esto limitadas ao especificado em cada permisso. Sempre que necessrio, sero feitas complementaes na prpria permisso ou separadamente.

5. Procedimento do CEMAVE1. O CEMA VE possui uma carta-formulrio que remetida ao solicitante aps o primeiro contato. Com o preenchimento dessa carta, pretende-se identificar pessoas cujas condies bsicas no preencham os requisitos para habilitar-se como: idade, qualificaes, interesse casual no anilhamento e outras.DA PGINA 23 AT A PGINA 38 OS PROCEDIMENTOS FORAM SUBSTITUDOS DE ACORDO COM A I.N. 27/2002.

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DA PGINA 23 AT A PGINA 38 OS PROCEDIMENTOS FORAM SUBSTITUDOS DE ACORDO COM A I.N. 27/2002.

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2. Se atravs do formulrio, verifica-se que o pretendente tem condies, so enviadas cartas s pessoas indicadas como referncia. Se estas forem favorveis e os outros itens devidamente supridos, o solicitante recebe sua Permisso de Anilhamento de Aves. 3. Se o candidato no apresentar as qualificaes requeridas, ser tambm comunicado. As informaes contidas nas referncias so confidenciais. 4. A concesso de permisso ou sua negativa sero emitidas num prazo mximo de 90 dias. 5. Uma ficha com o nome, identidade, endereo e atribuies de cada anilhador, bem como o seu nmero, enviada Superintendncia do IBAMA, com jurisdio na rea do anilhamento. Essa informao tambm pode ser remetida a instituies cientficas interessadas ou outros rgos governamentais.

8. Marcao por Outras TcnicasMuitos problemas podem provir do uso de tcnicas diferentes e s vezes conduzem a resultados insatisfatrios. Por isso, as marcaes coloridas, os transmissores, colares e outras tcnicas de marcao auxiliar so controladas pelo CEMA VE. Sendo o nmero de cores apropriadas para marcao muito limitado, deve haver uma coordenao para o uso das mesmas e suas combinaes, evitando assim sobrepor cdigos de projetos distintos. As informaes abaixo devem obrigatoriamente fazer parte do projeto: a) Tipo de marcao a ser efetuada (anilhas coloridas, colares, etiquetas de asa, fitas, discos nasais, tinta, corante, cido pcrico ou rodamina, transmissores, outros); b) A experincia do responsvel com o tipo de marcao solicitado; c) Grau de interferncia do marcador sobre o comportamento das aves, bem como possveis danos; d) Combinaes e durabilidade das cores; e) Tempo mdio de vida do marcador, bem como seu grau de visibilidade; f) Data, local, espcie(s) e nmero de exemplares a ser(em) marcado(s); g) Justificativas para o uso desta metodologia.

6. Uso de Redes de CapturaO uso de redes pressupe um alto grau de habilidade, para no causar danos s aves. Por outro lado, o nmero de espcies que ela permite capturar bastante grande e o anilhador necessita de maiores conhecimentos ornitolgicos, do que aquele que utiliza armadilhas comuns. O pedido de autorizao para o uso de redes dever comprovar sua habilidade no seu manuseio e, caso necessrio, o pretendente ser convidado a trabalhar algum tempo com outro anilhador que ateste sua capacidade neste sentido.

7. Captura com Substncias QumicasEsse tipo de captura usualmente desencorajado, a no ser que o trabalho realmente necessite tranqilizar as aves e o responsvel tenha capacidade e experincia no uso de substncias qumicas. Nesse caso, deve constar da solicitao o tipo de substncia e metodologia a serem usados. A autorizao ser concedida somente em casos excepcionais.

9. Espcies Ameaadas de ExtinoPara o anilhamento de espcies constantes da lista de aves ameaadas de extino no Brasil, dever ser encaminhado projeto especfico. Caso seja aprovado, ser emitida uma permisso exclusiva para este fim. As Superintendncias Estaduais do IBAMA recebero cpias para distribuir a seus postos. assim como s outras instituies envolvidas ou interessadas.DA PGINA 23 AT A PGINA 38 OS PROCEDIMENTOS FORAM SUBSTITUDOS DE ACORDO COM A I.N. 27/2002.

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10. Trmino e Renovao das PermissesI - A Permisso de Anilhamento anual, renovvel a pedido do anilhador. Poder ser revogada a qualquer momento caso seja constatado o no-cumprimento do disposto neste manual, ou ainda pela verificao de problemas na populao em estudo. II - Trinta dias antes de expirar o prazo de sua permisso, o anilhador deve solicitar a renovao. No caso de reavaliao, deve enviar novo plano de trabalho, incluindo eventuais modificaes. O esquecimento dessas normas poder implicar na descontinuidade dos trabalhos. 10.1 Data do Vencimento Como j foi mencionado anteriormente, ao final de um ano, expirase o prazo de validade de cada permisso. Para fins de controle interno, todas as permisses vencem no dia 20 do ms em que foram concedidas. 10.2 Suspenso e Revogao A suspenso ou revogao dos privilgios do anilhamento ou marcao de aves pode ser efetuada, entre outros motivos, pela falta de apresentao dos dados na forma usual, ou por contrariar os regulamentos contidos no manual. Se o caso for de suspenso, o anilhador recebe uma carta, notificando-o do ocorrido. Logo que os problemas forem solucionados, poder haver o restabelecimento da permisso. Caso os problemas no sejam corrigidos pelo anilhador num tempo especificado, sua permisso sofre o processo de revogao e no ser restabelecida por um perodo nunca inferior a 1 ano.

10.3 Inativao feita a pedido do anilhador que no necessita mais, por qualquer motivo, anilhar aves por um longo perodo de tempo. Posteriormente, ou assim que seja solicitada novamente, pode ser reativada.

11. Aproveitamento de Peles e CarcaasO anilhador pode aproveitar aves mortas com o propsito de doa-las a instituies cientficas ou educacionais. Essas aves entretanto no podem ser coletadas com este fim. Muitas vezes a ave encontrada morta est anilhada e pode ser conhecida sua idade, tornando-se pea valiosa para colees cientficas. Os espcimes podem ser usados no s para a preparao da pele e/ou esqueleto, como imersos em lquido preservado r. A ave deve vir acompanhada de uma etiqueta escrita em tinta nanquim, preferencialmente. A etiqueta vir presa bem firme na pata. Caso existam informaes do anilhamento, devem ser escritas no verso. Nas etiquetas devem constar os seguintes dados: 1. Localidade - mencionar o local em que a ave foi encontrada, incluindo municpio, estado e suas coordenadas geogrficas; 2. Data - registrar a data da morte (dia, ms e ano), ou na qual foi encontrada; 3. Nome - registre o nome e endereo completo de quem encontrou; 4. Peso - se possvel, registre o peso com aproximao de 0,lg. Somente pese aves que morreram h pouco tempo (1 hora aps a morte, no mximo); 5. Cor das partes moles - a cor da ris, bico, pernas, ps e pele exposta so importantes e modificam-se com o tempo. Registreas, se o exemplar tiver morrido recentemente;

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6. Espcie - o nome cientfico da ave; 7. Sexo - registre somente se tiver certeza absoluta, especificando o mtodo utilizado; 8. Nota ecolgica - anotaes sobre o habitat, situaes incomuns na captura ou morte, comportamento, etc. Anotar ectoparasitas, se recolhidos. No verso, podero constar os seguintes dados do anilhamento: 1. Nmero da anilha; 2. Idade; 3. Localizao e coordenadas geogrficas; 4. Data; 5. Declarao de que a recuperao foi relatada ao CEMAVE. Isto feito, a ave deve ser preparada para a remessa ao local de destino. Se o local for prximo, pode ser imediatamente levada para l e a instituio receptora adotar as providncias necessrias. Caso contrrio, se o anilhador tiver condies para taxidermiz-la, poder adotar este procedimento. Outra forma mais simples para conserv-la, introduzir um pano, algodo ou papel absorvente dentro da boca e garganta da ave para evitar sangramento, acondicionando-a num saco plstico. Este deve ser lacrado para evitar ressecamento e colocado no congelador, permanecendo congelado at a hora de sua entrega. Ao trmino de cada ano, o anilhador deve enviar os dados das aves remetidas s instituies ao CEMA VE, mantendo no relatrio os seguintes itens para cada uma: a) Nome cientfico; b) Nmero de anilha (se anilhada); c) Condies de sua morte e procedncia; d) Data e local; e) Data e nome da instituio para a qual o espcime foi enviado.DA PGINA 23 AT A PGINA 38 OS PROCEDIMENTOS FORAM SUBSTITUDOS DE ACORDO COM A I.N. 27/2002.

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Captulo III

Procedimentos do Anilhador

espao sem ser preenchido, colocando, quando houver repetio de uma determinada informao, linhas contnuas verticais ou aspas. Em caso de desconhecimento, um trao horizontal contnuo deve ser colocado no espao referente falta da informao. Note que os cdigos "indeterminado" e "desconhecido" so usados para idade e sexo, tendo a barra horizontal significado diferente.

1. Relatrio Anual / PreenchimentoO anilhador deve remeter ao CEMAVE o Formulrio N 01 (figura 1) um ms antes do trmino de sua permisso, ou quando a srie de anilhas referente quele relatrio terminar. obrigatrio o envio do Relatrio Anual, sob pena de suspenso da Permisso de Anilhamento, bem como o envio de anilhas, at que a situao seja regularizada. Relatrios referentes a espcies cinegticas devero ser preferencialmente submetidos antes da abertura da estao de caa, quando for o caso, mesmo que s possuam resultados parciais. Os portadores de Permisso Auxiliar submetero seus relatrios parciais ao portador da Permisso Individual ou Institucional responsvel pela pesquisa. Cabe a estes condens-los no relatrio anual a ser enviado. Os formulrios submetidos apreciao do CEMAVE devero ter os originais preenchidos em letra de forma, a tinta ou a mquina. Cada formulrio conter somente os dados referentes srie de anilhas nele contida. No permitido mesclar informaes de prefixos e numeraes diferentes num s relatrio. Mesmo quando somente uma anilha da srie usada, uma folha do Formulrio 01 deve ser preenchida e enviada. O anilhador poder utilizar uma folha anexa para observaes que excedam o espao fornecido. Espaos em branco no relatrio podero significar "o mesmo que acima", falha no preenchimento ou desconhecimento do dado. Deste modo, o anilhador no dever deixar nenhumDA PGINA 23 AT A PGINA 38 OS PROCEDIMENTOS FORAM SUBSTITUDOS DE ACORDO COM A I.N. 27/2002.

Para o preenchimento do Relatrio Anual (figura 1) devem ser obedecidas as seguintes etapas: 1 - Anilhador e Permisso: dever ser anotado o nome e o nmero da permisso do anilhador responsvel pelo anilhamento (sempre o nmero da Permisso Individual ou Institucional). 2 - Locais do Anilhamento: o anilhador dever preencher com o nome da localidade, vila ou acidente geogrfico notvel mais prximo, com a distncia e a direo deste(a) ao ponto de anilhamento a mais precisa possvel, alm do municpio e o estado. As letras A, B, C, D, E, F, G, H, I e J referem-se a pontos de anilhamento com coordenadas geogrficas diferentes, devendo portanto serem preenchidas na medida em que o anilhador realiza o anilhamento em pontos diversos, fora de uma mesma quadrcula de leitura. Caso esgotem-se os cdigos (letras) para os locais de anilhamento, o anilhador pode continuar, designando novas letras em folha anexa. 3 - Coordenadas Geogrficas - O anilhador muitas vezes utiliza vrios pontos de anilhamento, os quais, dentro de sua pesquisa, tm que ser individualmente descritos. Para seu arquivo prprio, esse procedimento fundamental. Entretanto, para o CEMA VE, isso representa uma informao adicional de pouco uso e no representativa numa escala global. Dessa forma, foi adotado um padro tambm utilizado por centros de anilhamento de outros pases. Essa padronizao baseia-se em um conceito razoavelmente simples. As latitudes iniciam-se no Equador (00) e aumentam em

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direo Norte e Sul, at atingir o respectivo plo (90), enquanto as longitudes iniciam-se no Grande Meridiano Terrestre ou Meridiano de Greenwich (00) e aumentam para Leste e Oeste at o Meridiano da Data Internacional (1802). O ponto de encontro de ambas as linhas (Equador e Grande Meridiano Terrestre) tem como leitura 0 00' de latitude e 0 00' de longitude. Sabendo-se que cada grau divide-se em 60 minutos, montam-se quadrculas com 10' de latitude e 10' de longitude. Dentro dessas quadrculas, plotam-se os vrios locais de anilhamento, denominando-se as letras cdigos para cada quadrcula usada, conforme a folha de rosto do Formulrio 01. Descreve-se a latitude e longitude de cada quadrcula, usando-se o canto Nordeste da mesma, quando ao Sul do Equador e Oeste do Grande Meridiano Terrestre (o caso da maior parte do Brasil). Para os pontos ao Norte do Equador, usase o canto Sudeste da quadrcula. Essa leitura corresponde, a grosso modo, direo do ponto 00 00' de latitude e 00 00' de longitude em relao quadrcula (figura 2). Entre outras vantagens na utilizao desse sistema, temos que todos os anilhadores trabalham com a mesma unidade geogrfica padro, facilitando a troca de informaes entre projetos diferentes. Tambm as recuperaes tm a mesma unidade bsica. Como outros pases usam o mesmo procedimento, facilita a permuta de dados em nvel internacional. 4 - Anilha - no alto da primeira coluna esquerda, "prefixo da anilha", o anilhador colocar o prefixo da srie relatada, no sendo necessrio repeti-Ia a cada anilha. O relatrio ser preenchido na ordem crescente de numerao. Anilhas perdidas ou no utilizadas devero constar do relatrio, colocando-se aps o seu nmero a respectiva observao. Posteriormente, as anilhas no utilizadas, quando forem usadas, devero ser relatadas normalmente no respectivo relatrio. 5 - Nome Cientfico - neste item deve(m) ser listada(s) espcie(s) de acordo com as regras da nomenclatura cientfica. 6 - Idade e Sexo - os cdigos a serem utilizados esto colocados na parte superior da folha de rosto. Em caso de dadosDA PGINA 23 AT A PGINA 38 OS PROCEDIMENTOS FORAM SUBSTITUDOS DE ACORDO COM A I.N. 27/2002.

falhos ou duvidosos, nada dever ser marcado nas respectivas colunas. O cdigo indeterminado usado quando no possvel a determinao do sexo, tendo a barra horizontal significado diferente; ela representa uma falta de informao. 7 - Data e Local - deve-se escrever a data (dia, ms e ano) e o local com a letra correspondente (A, B, C D,...) do anilhamento. 8 - Observaes: qualquer observao maior, que no caiba nos espaos do formulrio, dever ser escrita em ficha anexa, com o nmero da anilha a qual refere-se no incio.

2. ReanilhamentoUma ave s ter anilha substituda quando: a) A anilha antiga estiver causando ferimentos ou irritao no tarso das aves; b) Um ou mais dgitos estiverem apagados; c) A anilha apresentar qualquer falha que possa causar seu rompimento; d) O anilhador perceber o incio de qualquer um dos problemas acima. Neste caso, no relatrio final, o nmero da anilha antiga ser colocado na coluna de nome da espcie e este na de observaes.

3. Carto para Solicitao de Dados (figura 3)Este carto utilizado quando o CEMA VE recebe o aviso de uma recuperao, e o anilhador ainda no enviou o relatrio referente quela anilha. Tal carto deve merecer ateno imediata, uma vez que uma resposta rpida do CEMA VE ao recuperador auxiliar na divulgao e no interesse geral sobre anilhamento, facilitando novos relatos na regio. Mesmo que o anilhador j tenha enviado o relatrio referente anilha, o carto dever ser totalmente preenchido e devolvidoDA PGINA 23 AT A PGINA 38 OS PROCEDIMENTOS FORAM SUBSTITUDOS DE ACORDO COM A I.N. 27/2002.

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ao CEMAVE. Caso o relatrio no seja encontrado, ser solicitada uma cpia ao anilhador. Se este verificar que a anilha mencionada no carto ainda no foi utilizada, dever marcar esta observao e devolv-la. No havendo resposta posterior por parte do CEMA VE, ficar implcito que o recuperador enganou-se quanto ao nmero ou srie da anilha. Como o carto no representa o relatrio final da anilha, ele s ser mantido provisoriamente, at que o relatrio final daquela srie seja enviado. To logo os seus dados sejam conferidos, ser anulado. Entretanto, qualquer discrepncia de informaes ser comunicada ao anilhador e, somente aps ser sanada, o carto ser inutilizado.

no ser reportada separadamente, a menos que a sua morte seja considerada pelo anilhador como decorrente de circunstncias excepcionais. Fora dessa ressalva, o anilhador dever inutilizar a anilha e registr-la no Relatrio Anual como destruda. 5.2 Anilhas Estrangeiras Recuperaes de qualquer programa de anilhamento estrangeiro tambm devero ser enviadas ao CEMAVE. O contato permanente com outros centros de anilhamento espalhados no mundo inteiro, facilita o intercmbio de informaes. Se a recuperao foi feita por terceiros e o anilhador quem reporta, o nome e o endereo do recuperador devero constar do aviso de recuperao. Tal procedimento agiliza o contato, tornando-se mais direto e rpido. O Formulrio n 04 (figura 5) dever ser preenchido e enviado, quando qualquer recuperao, estrangeira ou brasileira, for noticiada.

4. Verificao dos Relatrios AnuaisOs relatrios anuais tero os seus dados conferidos por um bilogo do Centro. Qualquer dvida ser anotada no Formulrio 03 (figura 4), a ser enviado ao anilhador, acusando o seu recebimento. Nesta ficha estaro discriminadas as dvidas e o procedimento do anilhador. O formulrio s estar inteiramente aceito aps sanadas as pendncias. Se o relatrio no apresentar qualquer problema, a ficha enviada informar sua aceitao pelo CEMAVE.

5. Recuperaes5.1 Anilhas Brasileiras O anilhador dever enviar ao CEMAVE, o aviso de qualquer recuperao, exceto aquelas de aves por ele anilhadas, a menos que este dado seja considerado necessrio para a compreenso da biologia da espcie, importante portanto para qualquer tipo de manejo que o CEMAVE possa recomendar para a mesma. Qualquer ave recm-anilhada, encontrada morta pelo prprio anilhador antes que ele tenha remetido o Relatrio Anual,DA PGINA 23 AT A PGINA 38 OS PROCEDIMENTOS FORAM SUBSTITUDOS DE ACORDO COM A I.N. 27/2002. DA PGINA 23 AT A PGINA 38 OS PROCEDIMENTOS FORAM SUBSTITUDOS DE ACORDO COM A I.N. 27/2002.

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Captulo IV

Anilhas

As anilhas so remetidas aos portadores de Permisso Individual ou Institucional. O uso das mesmas, bem como a obrigao de fornecer dados corretos, atravs de relatrios de anilhamento, de responsabilidade exclusiva daqueles. Os auxiliares se for o caso, fazem seus relatrios aos responsveis pelo projeto.

1. Tipos de Anilhas RemetidasAs anilhas do CEMAVE so confeccionadas em liga de alumnio e devem ser abertas para colocao no tarso da ave. Compreendem os tamanhos de A a Z, excluindo a letras I, K, O e Y, em vinte dimetros diferentes. Seu formato circular e nelas esta impressa a frase Avise CEMAVE, mais o endereo do Centro, a letra cdigo de tamanho e o nmero da srie. Apresentam-se dispostas em colares de barbante ou arame, fechadas, contendo 100 nmeros consecutivos. A quantidade mnima a ser solicitada est indicada no quadro de anilhas. As anilhas para beijaflores encontram-se dispostas em placas, devendo ser cortadas com tesoura de ponta longa (tipo cirrgica) e acondicionadas seqencialmente em arame ou filamento da mesma espessura. O uso de pinas facilita o manuseio e preparao. Quando ocorrer a captura e o anilhamento de uma grande quantidade de aves, num espao relativamente curto de tempo, abra parcialmente as anilhas, transferindo-as ainda em ordem para um tubo plstico ou arame grosso. Deve-se cuidar para que elas no caiam e que sua numerao seja em srie crescente. 1.1 Anilhas Especiais O CEMAVE no distribui anilhas especiais. Caso os anilhadores necessitem de anilhas diferentes ou de um metal mais duro, devem submeter seu pedido, indicando o tipo e a liga que pretende usar. Ao inoxidvel, lato, entre outros materiais podero ser utilizados na confeco de anilhas especiais, dependendo do habitat do animal e de seu comportamento. 40

O uso das anilhas (figura 6) e o envio de dados ao CEMAVE so muito importantes. O anilhador deve ser cuidadoso e criterioso ao anilhar e preencher os relatrios de anilhamento. As anilhas so propriedades do governo brasileiro e todo aquele que as recebe torna-se responsvel por elas. A responsabilidade finda quando o anilhador submete seus dados de anilhamento ao CEMAVE, comunicando a colocao da anilha no tarso de uma ave posta em liberdade, quando as anilhas so devolvidas ao Centro ou quando este aprova sua transferncia para outro portador de uma Permisso de Anilhamento. Apos o seu recebimento, o anilhador deve conferir imediatamente os seus nmeros. A conferencia deve ser feita diretamente nas seqncias de anilhas e no s pelo nmero das caixas ou envelopes. Verificada a exatido da remessa, deve-se checar com o recibo anexo, assin-lo e devolver no mximo dentro de 10 dias. Desta forma o Centro pode verificar a eficincia das remessas e tomar providncias para evitar atrasos ou perdas. Ao verificar qualquer discrepncia na remessa, no utilize as anilhas, escreva ao CEMAVE e aguarde esclarecimentos. Um nmero ou letra errados em qualquer parte, seja num envelope, num recibo, anilha, ou qualquer outro documento, se no for corrigido, poder causar informaes erradas e outros transtornos. Um anilhador nunca pode transferir uma anilha a outro portador de Permisso Individual ou para um auxiliar de outro anilhador sem a autorizao previa, por escrito, da sede do CEMAVE.

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Sendo o pedido deferido o CEMAVE fornecer os cdigos a serem confeccionados na quantidade necessria. Caso no haja condies para proceder a sua confeco, o pesquisador poder faz-la sob autorizao anterior do Centro, seguindo rigorosamente a numerao e as instrues indicadas. O anilhador nunca poder usar outros tipos de anilhas sem o conhecimento prvio e aprovao do CEMAVE. 1.2 Anilhas Anodizadas As anilhas de metal podem receber tratamento qumico para deposio, em sua superfcie de corantes. Este processo, conhecido por anodizao, permite o uso das anilhas metlicas comuns, como marcadores coloridos, por algum tempo. Entretanto a pelcula externa portadora do corante desgastada e a anilha deixa de ser colorida. Por este mtodo, possvel verificar dados genricos como, por exemplo, quando a ave foi marcada ou seu local de marcao, embora com possibilidades limitadas de uso. Esta tcnica foi utilizada pelo Brasil, na Antrtida, para diferenciar aves marcadas anteriormente no local de reproduo, daquelas marcadas no decorrer do trabalho. Para usar esse mtodo, o anilhador deve solicitar autorizao, de maneira a evitar sobreposies potenciais de trabalhos diferentes. 1.3 Anilhas Coloridas As anilhas coloridas so marcadores auxiliares, que permitem a coleta de informaes sobre a ave sem a necessidade de captura. So utilizadas tanto em trabalhos com aves migratrias como em espcies residentes. So normalmente usadas acopladas a anilha de metal, de modo a permitir uma individualizao definitiva, possibilitando corrigir qualquer perda da anilha quando a ave recapturada. Para diminuir a possibilidade de perdas, pode-se utilizar acetona ou outro solvente, para dissolver uma pequena poro das bordas da anilha ou pequeno pique com a ponta incandescente de um ferro em brasa, selando-se a anilha colorida. 41

A forma mais simples de uso de anilhas coloridas consiste no seu acoplamento a uma de metal. Dessa forma no se distingue o indivduo mais sua posterior observao permite saber o local e/ou perodo da marcao. Atravs da introduo de vrias cores em conjunto com a anilha de metal dentro de um padro pr-estabelecido, o anilhador comea a marcar aves individualmente e a observao completa das seqncias de anilhas possibilita conhecer o nmero de sua anilha de metal. Entretanto, para que o sistema de anilhas coloridas no produza duplicaes de cdigos entre anilhadores diferentes, h a necessidade de uma coordenao entre os projetos. Mesmo para espcies reconhecidamente residentes, deve-se pensar na possibilidade de um outro anilhador trabalhar na mesma rea e com a mesma espcie em um futuro prximo. Desta forma cabe ao CEMAVE coordenar essa marcao, evitando tais problemas, embora o Centro no remeta as anilhas coloridas. Outro aspecto fundamental para o CEMAVE, no tocante as anilhas coloridas, so os efeitos negativos sobre algumas espcies, ocasionadas por este tipo de marcao. Dentro dessa tica, o Centro poder autorizar ou no o seu uso. Mesmo o anilhador usando anilhas coloridas, dever sempre estar atento sobre efeitos negativos na amostra marcada e imediatamente interromper o anilhamento quando notar tal ocorrncia. Para o uso de aves limcolas das famlias Charadriidae e Scolopacidae, h um programa coordenado de marcao com anilhas coloridas em nvel hemisfrico. Iniciado em 1984, esse programa acopla uma bandeirola com uma cor codificada para cada pas. A bandeirola e confeccionada em darvic, um plstico especial tratado para evitar a descolorao advinda dos raios ultra-violeta. Esse plstico o recomendado para aves em ambientes abertos, onde a ao contnua dos raios solares afetam as cores ao longo do tempo. A bandeirola diferenciase de uma anilha comum por possuir uma expanso posterior. Todo o sistema de marcao coordenado de maneira a evitar duplicaes de 42

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cdigos. Anilhadores trabalhando com aves dessas famlias e interessados em usar o sistema devem escrever ao CEMAVE para obter maiores detalhes. 1.4 Outros Marcadores Marcadores auxiliares no podem ser utilizados sem a permisso do CEMAVE. O Centro no fornece as marcaes auxiliares que devem ser conseguidas pelos pesquisadores ou confeccionadas por estes. Um modelo deve ser enviado, com a descrio detalhada da necessidade e uso, para haver sua liberao ou no.

3. Sistema de Numerao Existem, noutros paises, sistemas diferentes de numerao de anilhas. No Brasil a primeira anilha de cada 100 tem sempre os dois ltimos dgitos iguais a 01; a ltima 00. A utilizao deve sempre obedecer a ordem crescente e seguir estritamente a seqncia ate a ltima. A partir de 1989, o Centro passou a informatizar o Sistema Nacional de Anilhamento de Aves Silvestres, atravs do desenvolvimento de um banco de dados, denominado Anilha, baseado no software Dataflex. Neste sistema, cada espcie possui um nmerocdigo para entrada das informaes contidas no Formulrio 01, enviado pelos anilhadores. A numerao atual compreende um prefixo, que corresponde a letra cdigo do tamanho, sempre maiscula, e o nmero de srie composto por 5 algarismos. Quando se fizer necessrio, poder ser adicionado a letra cdigo, um algarismo para identificar a nova srie.

2. Tamanhos e DiametrosO CEMAVE oferece 20 tamanhos de anilhas que podem ser selecionadas pelo anilhador. Com o desenvolvimento dos trabalhos, podem surgir necessidades de outros tamanhos, ou a possibilidade da supresso de alguns. O tamanho da anilha est designado por uma letra prefixo, conforme o quadro seguinte.Tamanho da anilha A B C D E F G H J L M N P R S T U V X Z Dimetro interno (mm) 1,3 1,5 1,8 2,0 2,4 2,8 3,2 4,0 4,5 5,0 5,5 6,3 7,0 8,0 9,5 11,0 13,5 15,0 17,5 22,0 Quantidade mnima 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100

4. Pedidos / SolicitaesPara a solicitao de anilhas deve ser utilizado o Formulrio 5 (figura 7), que tambm serve para outros materiais. Os pedidos devem ser feitos e assinados pelos portadores de Permisso Individual ou Institucional. As solicitaes devem obedecer aos tamanhos indicados na Lista de Aves do Brasil e para espcies cuja marcao permitida. Em caso de duvida, o anilhador devera medir o dimetro do tarso de uma srie de indivduos e fornecer ao CEMAVE a mdia e os extremos dessa medio. Os portadores de permisso Auxiliar no podem requerer pessoalmente anilhas; podero ter o material remetido ao seu endereo se assim for solicitado pelo responsvel da pesquisa. Caso o anilhador deseje o envio do material para um endereo diferente do seu, deve especificar no pedido. 44

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Ao solicitar as anilhas o anilhador deve levar em conta as necessidades de todo o seu projeto, estimando a quantidade a ser usada de 6 meses a 1 ano. A no ser em circunstncias especiais os pedidos devem ser feitos dentro de uma quantidade mnima ou seus mltiplos, especificada no quadro da pgina anterior. As anilhas so remetidas ao solicitante num prazo mximo de 3 dias. Sendo, entretanto, que certos tamanhos podem ocasionalmente estar em falta, recomenda-se efetuar o pedido completo menos 30 dias de antecedncia. So usualmente despachados sob registro e encomenda normal pelos Correios e Telgrafos. Em casos excepcionais, dependendo da urgncia, peso e volume, podero ser enviados pelo sistema de entrega tipo SEDEX.

5. Como Colocar e Remover AnilhasO primeiro passo a seleo do tamanho de anilha adequado para cada ave, que pode ser feita atravs da Lista das Aves Brasileiras com Tamanho de Anilhas Indicados (Capitulo VII). Entretanto, dadas as fortes variaes geogrficas entre as diferentes regies de nosso pas, certamente tambm ocorrem variaes nas espessuras do tarso e tamanhos indicados para a mesma espcie. Assim sendo, o CEMAVE incentiva a observao prpria e solicita o envio de sugestes e recomendaes nesse sentido. A anilha deve ser colocada ao redor do tarso e, quando fechada, deve ser movimentada para cima e para baixo, livremente, sem causar atrito abrasivo, seja o tarso de forma circular ou elptico. Exceto para o anilhamento de alguns filhotes, todas as anilhas devem ser abertas, antes de colocadas no tarso das aves. Ao fechar, deve-se fazer com que as duas extremidades estejam perfeitamente justapostas. Existem alicates especiais para este fim que fazem um trabalho perfeito. Na falta desses, so recomendados os de ponta fina (figura 8). Cada anilhador deve experimentar mais de uma opo para 45

ver com qual se adapta melhor. Para aves menores e recomendado o uso de alicate especial. Deve-se ter todo o cuidado para que as informaes contidas na anilha no se danifiquem com o fechamento. Ao anilhar aves de grande porte, deve-se evitar deix-la em posio invertida, de modo a possibilitar sua leitura atravs de binculo ou luneta. As extremidades da anilha no devem ficar sobrepostas. Caso, acidentalmente, haja sobreposio de um dos lados e a anilha necessitar ser reaberta, isso poder ser feito com uma tesoura cirrgica de pontas finas, ou com alicates especiais para este fim. Desta maneira tambm podem ser abertas anilhas que por algum motivo precisem ser removidas. Outro mtodo consiste na introduo de dois fios de arame, um em cada lado, entre a anilha e o tarso. Torce-se o arame e prende-se sua extremidade livre a um objeto que possibilite pux-lo para cada lado, abrindo assim a anilha. Para maior eficcia, os arames devem ser colocados a 90 graus da abertura da anilha. Esse mtodo e mais eficaz para anilhas menores. Somente uma pessoa deve puxar o arame, devagar e simultaneamente (figura 9).

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Captulo V Mtodos de Captura

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1. Rede Ornitolgica de CapturaA rede ornitolgica de captura um mtodo desenvolvido no Japo para a captura de aves para alimentao. Feita em seus primrdios de fios de seda atendia inicialmente ao uso restrito do imperador. Era uma forma de capturar aves em reas costeiras e ribeirinhas, quando o Japo foi invadido no final da Segunda Guerra Mundial. Em 1947, Oliver Austin Jr. descreve as redes japonesas e sua eficincia na captura de aves silvestres (Low, 1957). Ate aquele momento, os anilhadores s conheciam mtodos de captura no ninho ou com armadilhas. A introduo das redes japonesas no anilhamento representou uma revoluo na ornitologia comparvel, talvez, aquela produzida pelo desenvolvimento da marcao de aves silvestres. Logo fabricaram-se vrios tamanhos de malhas e comprimento de redes, barateando seu preo com o uso de fios de nylon seda. A sua cor bsica o negro, de maneira a ficar invisvel contra a vegetao e o fundo. Em lugares abertos, durante o dia, as redes destacam-se de tal forma que as tentativas de mudar de cor do fio para o verde, marrom ou branco foram testadas, sem qualquer sucesso aparente no aumento das capturas. Hoje em dia vrios trabalhos de anilhamento dependem exclusivamente de redes ornitolgicas de captura, efetivas para capturar desde beija-flores at marrecas, variando-se logicamente o dimetro da malha (figura 10).

Quando utilizada com cuidado e habilidade, um dos melhores meios de auxlio ao anilhador. Aps ser retirada do invlucro da fbrica, necessita ficar bem dobrada, para ser recolocada. Ao us-la evite por roupas que possuam muitos botes ou qualquer objeto que possa ser apanhado. Relgios e zperes podem danific-la durante sua retirada. Ao retir-la pela primeira vez do invlucro, abra-a e deixe as alas livres. Com ela apoiada em um dos braos, procure a ala inicial. Aps separar as alas de cada lado, com o auxlio de outra pessoa, estique totalmente a rede. Verifique se as alas esto se separando, com a outra correspondente da outra margem. Para tal verificao, passe vagarosamente as alas de uma mo para outra. Tal movimento deve ser acompanhado pelo auxiliar, sincronizadamente. Verifique tambm se as linhas mestras no esto se cruzando. Feche a rede, reunindo as alas em seqncia. Coloque-as ento em seqncia. Coloque ento um alfinete de segurana ou qualquer outro utenslio que as conserve desta forma. Pode-se dar um n com uma ala passando no interior das demais. Aps o uso no campo, coloque-as em ordem e amarre com uma das alas ou pedao de barbante. Repita o mesmo com a outra extremidade. Com a rede esticada, segure com a mo esquerda uma das extremidades com as alas reunidas e, com a direita apanhe a rede, juntando as alas em braadas. Realize a operao ate chegar ao outro extremo. Quando faltar somente uma braada, retire a outra extremidade. Acondicione de modo que a ltima extremidade retirada da trave fique junto boca. Para arm-la, realize a mesma operao, no sentido inverso. A rede distende-se quando molhada (chuva, umidade excessiva, etc.) e se encolhe depois de secar. Com a seqncia de encolhimento e distenses, as linhas mestras e as que delimitam o painel enfraquecem. Para reduzir este problema, pode-se amarrar as alas trave, atravs de tiras de borracha retiradas de cmaras usadas de pneus de automveis. Reduz-se assim as presses que a mesma sofre durante as expanses e retraes. 48

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Quando ocorre captura de aves que podem romp-la, este estratagema tambm til. Se, por qualquer motivo, a rede for recolhida molhada, deve-se estend-la para secagem o mais depressa possvel, evitando-se assim que fungos possam atac-la. Quando usada regularmente deve sofrer revises peridicas. Durante as revises, deve ser seca e qualquer buraco consertado se houver necessidade de abandonar uma rede velha, utilize o fogo para destru-la. Evite assim que ela seja utilizada por pessoas sem autorizao para tal. As vezes, para se retirar uma ave muito emaranhada, torna-se necessrio cortar a rede. Tal deciso pessoal e a extenso da rea cortada depende da habilidade do anilhador. Grandes insetos podem danific-la quando capturados. A srie de espculas e espaos entre as placas de um grande besouro, por exemplo, se emaranham de tal forma que, somente sacrificando o inseto podemos liberar a rede. Quando uma linha de suporte do painel arrebenta, deve-se substitula. Muitas vezes necessita-se utilizar a rede antes que se tenha material para o conserto. Para tanto basta reunir as pontas da linha com um n cego. A linha de substituio deve seguir a mesma trama da linha substituda. A vida til de uma rede depende dos cuidados e da quantidade de vezes que utilizada; usada constantemente, a rede pode durar de 3 a 6 meses ou mais, dependendo da umidade e dos cuidados de armazenamento.

1.2 Captura, Conteno e ManuseioA retirada da ave da rede muitas vezes trabalhosa, e o anilhador deve se lembrar que qualquer dano maior ocorrido durante a operao, poder prejudicar a vida futura das aves anilhadas, fornecendo, mesmo alguns dados falsos por recuperao precoce. O primeiro passo durante a aproximao para a retirada determinar o lado da rede em que a ave emaranhou-se. A operao de retirada e a inverso dos movimentos que ela fez quando se prendeu. O anilhador deve ter em mente que, cada ave um caso diferente quando se prende, pelas suas reaes e por suas diferentes resistncias ao manuseio e ao choque, exigindo muito tato e improvisao. Um dos mtodos gerais indicado o seguinte: Aps determinar o lado da rede em que a ave entrou primeiro, abra a bolsa formada pelo seu peso. Usando uma das mos, segure ambas as tbias, por trs, do seguinte modo: a) Coloque o indicador entre as tbias; b) Segure firmemente uma tbia com um polegar e outra com o dedo mdio; c) Retire, com a mo livre, as malhas que esto prendendo as pernas e os ps; d) O primeiro cuidado nesta operao e certificar-se de que todas as malhas ficaram abaixo do fmur e da tbia. Algumas malhas prendem-se junto da articulao da tbia com o fmur e ficam escondidas pelas penas. Todas as malhas devem ser situadas abaixo da articulao tbio-tarsal; e) Livre os dedos puxando para baixo as malhas. Um lpis ou um palito auxiliam bastante. Tem-se observado que aps a liberao da articulao tbio-tarsal, os dedos tendem a relaxar, facilitando a retirada dos mesmos. Puxe a ave para cima e para fora da rede, ainda segurando firmemente as tbias. Retire a rede do encontro das asas, repuxando rapidamente as malhas, a partir da face interna. Libere as rmiges. 50

1.1 Remendos Os buracos da rede devem ser reparados com uma agulha de pescador. O peso que suporta a linha preta a ser utilizada no reparo deve ser aproximadamente o mesmo da linha da rede, devendo-se preferir a seda ou nylon. Para o remendo, deve ser estendida em um local com pouco vento ou dentro de casa. Uma luz atrs da rede ou uma folha de papel colocada atrs da regio a ser reparada, auxilia o trabalho. 49

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Aps liberar as asas, retire as malhas do pescoo, trabalhando de trs para frente. Outro mtodo muito usado, quando a ave esta posicionada com os ps para baixo e muito presa a rede, a seguinte: a) Aps determinar o lado da entrada da ave, segure-a com o pescoo entre o dedo indicador e o mdio. O polegar deve-se colocar por trs da perna e dirigir-se para frente, em direo ao peito; b) Com a outra mo, retire as malhas do encontro de cada asa, comeando pela parte inferior; c) Ainda com a ave na posio original, retire as malhas do pescoo, em um movimento semelhante a retirada de uma camisa pelo pescoo; d) Puxe a ave para cima e para fora da rede. Ao tentar voar, ela liberar as asas e os ps. Neste mtodo, quando utilizado por pessoas com prtica, a ave sofre muito pouca presso, j que o contato mais firme e somente nos lados do pescoo. Alem dessa vantagem, a ave libera por si s e rapidamente os ps. Certos cuidados devem sempre estar na mente do anilhador. Algumas famlias, principalmente Passeriformes, possuem o par de extenses laterais no hiide, na base da lngua bem desenvolvido. Se por acaso a ave. Ao tentar se liberar, passe uma das malhas na boca, pode prend-la na lngua. Para liberar a lngua, nunca puxe a malha para fora. Isto causar danos. Ao invs, com o auxlio de um palito de fsforo ou algo parecido, empurre a malha para trs, depois para cima e ento para fora. No caso de no ser possvel liberar por esse mtodo, corte a malha que a prende. A retirada das retrizes e rmiges da rede exige um grande cuidado do anilhador, pela importncia que estas penas possuem para a ave. O movimento de retirada das malhas deve iniciar-se da base da pena e caminhar para o topo da mesma, evitando dobr-la, prevenindose a quebra do rquis.51

Em algumas ocasies, a articulao do carpo com o rdio e a ulna (o encontro) fica de tal forma emaranhada, que deve ser a primeira regio a ser liberada por exigir a utilizao das duas mos. O anilhador nunca deve utilizar a rede sob chuva e ventos fortes, no s pelos danos que aquela pode ter, como pelos que uma ave encharcada pode sofrer.

2. Rede-BandeiraPara a captura de aves que ocupam estratos superiores da vegetao arbrea, so necessrias adaptaes na tcnica de armao de redes, para que as mesmas possam ser instaladas na altura desejada. A rede deve ser aberta entre duas varas que tero cordas amarradas em suas extremidades. Escolhidas duas rvores entre as quais a rede ser armada, as cordas superiores so arremessadas nos galhos e puxadas para baixo, at que a rede alcance a altura desejada. Em seguida as extremidades das cordas devem ser amarradas em arbustos ou rvores, de forma a manter a rede sempre bem esticada. Deve-se deixar corda extra para que se possa abaixa-la no momento de fechar ou retirar as aves capturadas. Em casos onde no hajam rvores adequadas para instalao da rede, pode-se improvisar varas de bambu. Fixadas firmemente ao solo, em duas extremidades pode instalar um arranjo com corda ou outro material que funcione semelhante a uma polia, para elevao da rede.

3. ArmadilhasO anilhamento de aves exige, algumas vezes, a utilizao de armadilhas. Estas baseiam-se em princpios simples, aliados a estratagemas aprendidos com a observao das espcies em questo. Aquele que se utiliza de armadilhas deve faze-lo com todos os cuidados possveis, para evitar causar danos as aves capturadas. 52

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Estas possuem uma maior vulnerabilidade a predadores quando presas em armadilhas. Com tempo chuvoso, muito frio ou sob sol forte, a armadilha deve ser utilizada com discernimento, recebendo visitas constantes. Alm disso, a manuteno da armadilha muito importante, evitando que surjam pontas de arame ou farpa que possam ferir a ave capturada. O anilhador deve dimensionar a armadilha, levando em considerao o tamanho da ave que pretende capturar, sua funcionalidade e o meio de transporte a ser utilizado. Lembre-se que a ave recm capturada debate-se muito. Ao aproximar-se do local de captura, faa o mnimo de barulho possvel, de modo a no aumentar o stress da ave. Se esta for transportada ate outro local, onde ser anilhada, faa-o com um pano, cobrindo a armadilha ou coloque a ave dentro de um saco de pano leve, com barbante corredio.3.1 Arapucas A armadilha mais simples, que pode ser improvisada rapidamente, a arapuca. Constitui-se basicamente de uma caixa apoiada numa pequena ripa. Este apoio deve estar amarrado a um barbante, que vai at onde o anilhador encontra-se. Embaixo coloca-se milho picado, alpiste ou qualquer outro alimento para atrair aves. distncia, o anilhador controla o seu interior. Assim que alguma ave ou bando entrar, puxa-se o seu apoio, deixando-a cair, aprisionando-as (figura 11). Com uma gaiola, caixa com tampa removvel, sacos de tecido leve e poroso, segurando-as com a mo, procede-se a retirada das aves. Atravs de uma srie de artifcios, o anilhador poder transformar a arapuca manual em automtica. A arapuca um mtodo bsico, a partir do qual vrios modelos podero ser desenvolvidos. Tudo depende da espcie a ser capturada e dos estratagemas que o anilhador adotar, baseado na sua experincia e na observao sistemtica da espcie.

3.2 Armadilhas com Lao 3.2.1 Vara com lao Desenvolvida para a captura de passeriformes que se agrupam em rvores frutferas e alguns psitacdeos, tem se mostrado eficiente na captura de andorinhas que se agrupam em fios de iluminao pblica e de ninhegos e jovens de Ciconiiformes (garas, colhereiros, guars e cabea-secas). Consiste de um lao corredio de nylon, preso ponta de uma vara, o qual se utiliza para capturar aves pelo pescoo. Deve-se ter cuidado para no puxar bruscamente e fazer, sem demora, sua conteno. 3.2.2 Tapete Para espcies que utilizam o solo com freqncia, pode-se utilizar um sistema de vrios laos presos a uma espcie de tapete que deve ficar oculto, coberto com areia. O tapete consiste em uma moldura de madeira ou ferro atravessada por fios grossos, nos quais esto presos os laos (figura 12). 3.3 Sangra Muito utilizada no Nordeste para captura de avoantes, a sangra uma armadilha construda com varas, lembrando o aspecto de uma pirmide sem pice. Pode apresentar uma ou mais portinholas a semelhana de um pente, que permite a entrada da ave atrada por milho ou outra isca, e impede sua sada. Dependendo de seu tamanho, a sangra permite a captura de um nmero varivel de indivduos. (figura 13). 3.4 Alapo de Rede haste Funciona semelhante a uma ratoeira, sendo que uma rede presa que se movimenta. Quando a ave toca no brao da 54

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trava, a mesma sobe, liberando a haste que retorna a posio inicial, esticando a rede sobre a(s) ave(s). 3.5 Armadilhas para Pica-paus e Arapaus Muitas vezes necessrio desenvolver armadilhas especiais. Este o caso de pica-paus e arapaus, que alm de serem pegos em redes ornitolgicas de captura, podem cair em um tipo de arapuca presa em troncos. Nessas armadilhas feitas de tela, as duas portas ficam abertas e presas a um disparador. Ao toc-lo, a ave destrava simultaneamente as portas. Usada no Hemisfrio Norte, este tipo de armadilha necessita ser testado nas condies brasileiras. Na sua forma original, costuma-se atrair as aves com um pedao de sebo amarrado ao disparador. Para esse grupo de aves, existe uma outra forma de captura direcionada, possvel de ser usada tambm para outras espcies que nidificam em ocos. Na figura 14 est um exemplo preparado para disparo, feito manualmente, com um cordo extenso. Adapta-se a uma ratoeira uma base de material resistente, mas deformvel, de maneira a adaptar-se superfcie arredondada de troncos ou cupinzeiros. Ali, presa uma rede com sobras para formar um saco, onde a ave ficar emaranhada. 3.6 Armadilha para Captura de Anatdeos Um sistema de armadilhas muito eficiente foi descrito por C.C. Olrog, na Argentina, para captura de marrecas e outros anatdeos. Posteriormente modificado por F. Silva e S. Scherer, no Rio Grande do Sul, foi aplicado com sucesso especial para as famlias Anatidae e Rallidae (particularmente Fulica spp.), chegando a capturar at mesmo o maarico Plegadis chivi, cisnes-de-pescoo-preto Cygnus melanocoryphus e capororocas Coscoroba coscoroba. A armadilha colocada em uma rea com gua baixa, onde as aves esto se alimentando. O local ainda cevado com arroz, 55

milho ou outro alimento para atrair as aves e mant-las junto armadilha. Esta composta por dois setores diferentes. O primeiro um viveiro telado com desenho hexagonal de dimenses variveis, mas tendo um mnimo de 2x3m com 1,5m de altura. O teto coberto com uma rede de pesca de malha larga, costurado a tela, de modo que as aves, tentando sair em vo, no passem e tambm no fiquem dependuradas pelo pescoo. A rede suporta o arranque no ave, mas no a machuca. As entradas so dois funis com 0,50m de fundo, feito com a tela das laterais, com a boca voltada para o interior da armadilha. O importante cada entrada ficar no extremo oposto do viveiro, sem estarem frente a frente. A abertura do funil depende da espcie alvo da captura. Em funis muito abertos, aves pequenas conseguem sair. J estreitos, impedem a passagem de espcies maiores. A segunda parte da armadilha composta pelos desviadores, telas com at 1m de altura colocadas perpendicularmente boca do funil e estendendo-se por at 10m de armadilha. Para incentivar as aves a aproximarem-se da estrutura podem-se colocar chamas (manequins de madeira, borracha ou qualquer outro material), imitando marrecas na gua. Nos primeiros dias deixa-se a armadilha com a lateral aberta, de maneira que as aves acostumem-se com a estrutura. Passados os primeiros dias, e to logo as aves entrem na armadilha, a lateral fechada e a armadilha passa a capturar. As aves conseguem enxergar atravs da tela e logo aps a primeira entrar e comear a comer, as outras procuram entrar, rodeando at a altura do funil. Quando desejam sair, normalmente no o conseguem, por nadarem ao longo da tela e o rebatimento do funil para o interior, lana-as na parede contrria. Por este motivo s entradas no podem ficar frente a frente. Quando a armadilha esta em uso constante, uma ou duas aves j anilhadas podem ser mantidas entre cada captura para atrao de novos bandos. O tamanho da armadilha e o fato de situar-se na gua e com alimentos para as aves, permite esse artifcio.

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3.7 Outras

4. Rede de CanhoA rede de canho foi desenvolvida em 1948 por Thornsberry e Hill para captura de gansos no Swan Lake National Wildlife Refuge, estados Unidos. Desde ento, vem sendo largamente utilizada em todo o mundo, especialmente para captura de aves aquticas, alm de outras tais como pombas, gaivotas e maaricos (figura 17). No Brasil foi usada pela primeira vez em 1981, no Rio Grande do Sul, para a captura de marrecas, tendo alcanado xito em So Paulo, com essas mesmas aves, pela Companhia Energtica de So Paulo (CESP) e com avoantes, no Nordeste. A seguir apresentado, surge o modelo americano, podendo usualmente sofrer adaptaes, conforme as necessidades e condies do anilhador. um mtodo que requer prudncia e pacincia. Para sua instalao, pontos importantes devem ser levados em considerao, tais como: local, isca, espcie(s) a ser(em) capturada(s), condies do terreno, visibilidade, rede eltrica, residncias, autopistas, entre outros. Consiste basicamente, de uma rede de nylon de malha 31 a 60mm, com 12x10m de comprimento, na qual se acham acoplados 3 canhes, com carga de plvora ou propelente de mssil, que disparam ao serem acionados por um disparador manual, atravs de um circuito eltrico continuo. Os canhes so presos em suportes ou placas de ferro, madeira (ou qualquer outro material que suporte o impacto do disparo), devendo ser posicionados num ngulo de 10 em relao ao solo, a fim de se obter um bom alcance e para que a rede fique completamente distendida. As cargas usadas so ligadas em paralelo, por fios de cobre bem isolados, com o disparador. Este, por sua vez, deve ficar fora do alcance da rede, num raio de pelo menos 50m de distncia e, se possvel, camuflado. O momento do disparo deve ser cuidadosamente escolhido para evitar traumas as aves e perda de tempo.

Outras armadilhas dispem de pequenas entradas cnicas junto ao cho. Nestas necessrio que se utilize tela de arame ou qualquer outro tipo de material transparente (figura 15). No interior coloca-ser alimento, as aves penetram atravs das entradas, mas tm dificuldade para sair pelo mesmo caminho. Esta armadilha muito utilizada na captura de tinamdeos e de outras aves que se alimentam no cho. Tambm podem ser feitas varias modificaes conforme a necessidade do anilhador. Nesta armadilha a gaiola acoplada para retirada das aves capturadas eficaz. Gavies e corujas podem ser capturados com armadilhas como na figura 12. Para tanto pode-se usar iscas vivas em seu interior e a superfcie eriada com uma grande quantidade de laos corredios de nylon ou outro material resistente. Ao tentar capturar a isca, a ave prende-se em laos. Para evitar que seja carregada, deve-se prend-la em algo que o gavio ou a coruja sejam incapazes de levantar. Conforme a ave a ser anilhada, uma armadilha especial necessria. Alm desses, existem outros modelos e o CEMAVE prestar qualquer esclarecimento ou auxlio ao anilhador, quando for requisitado. Para isto basta escrever enviando um croqui ou a referncia bibliografia onde foi encontrada. Detalhe Importante: Para capturar aves, nunca utilize visgo ou qualquer substncia semelhante. Por melhor que seja a limpeza feita aps a sua utilizao, h sempre o perigo de sobras, o que acarretar novas capturas e morte das aves. Outro fator negativo, que a retirada e limpeza das aves demorada. Ao prender-se um bando, vrias podero ter suas rmiges ou retrizes coladas pelo visgo. Devido ao nmero de aves a serem limpas, o anilhador poder no perceber a situao, extremamente prejudicial ave.57

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Iscas ou chamas (silhuetas de aves) podem ser usadas, como forma de atra0las para o alvo de ao da rede e, de certa maneira, aumentar a probabilidade de maiores capturas.

5. Rede de Solo Disparada por ElsticoUnderhill e Underhill (1987) descreveram um tipo de rede efetivo para a captura de aves no solo da mesma forma que a rede de canho, porm sem explosivos. As grandes vantagens dessa rede so o baixo custo, a facilidade m transportar o material e a segurana para o operador. Ela captura aves que descansam em bandos como marrecas e maaricos ou atradas para um local pr-determinado, atravs de ceve, como vrias espcies de pombos ou Passeriformes. Eventualmente, pode ser usada na captura de aves com nidificao no solo, com os cuidados necessrios para esses casos. A rede em si a rede de pesca, variando-se a malha conforme o tamanho da espcie alvo. As dimenses da rede dependem da velocidade d elstico utilizado na impulso, assim como na velocidade de escape da ave a ser capturada. Segundos os autores as medidas extremas j testadas foram de 5x3m. Para a trao, a rede necessita de 2 tiras de elstico resistente ou cmara de borracha usada, tendo como medidas em repouso, a mesma do comprimento da rede e capaz de ser esticada at o dobro desse comprimento. A armao feita com o auxlio de dois canos ou varas guias, angulados em 45, em relao ao solo e para frente. Uma argola amarrada a rede, corre sobre a guia, travada por um pino ou prego atravessando a mesma. Cada trava amarrada a um cordo que se funde em um nico fio, alguns metros atrs, como um Y. Cada tira de elstico amarrada a uma vara na parte frontal da rede e tensionada por um espeque situado frontal e lateralmente a rede. A distncia do espeque a rede corresponde ao dobro do comprimento da mesma. Aps armada, a rede assemelha-se a um grande estilingue. Para o disparo, puxa-se o fio amarrado as travas, liberando-0se simultaneamente as duas tiras, as quais tracionam a rede a frente. A parte posterior 59

da rede permanece presa ao solo de maneira que ao atingir o comprimento total, ela cair sobre o solo. Para evitar a fuga das aves nas laterais, sugere-se colocar pesos de chumbos pequenos usados para pesca, impossibilitando-as de levantar a rede.

6. Chamas e Silhuetas: Artifcios para Atrair AvesPara vrios tipos de armadilhas importante o uso de pequenos truques, aumentando sua eficincia de captura. Espcies gregrias so atradas pela presena de outras aves, o que pode se simulado na rea de captura ou prximo a ela, atravs de manequins de aves. Esses manequins conhecidos genericamente por chamas, podem ser confeccionados de vrios materiais. O mais simples deles uma silhueta cortada na madeira, com as propores da ave alvo de captura ou de aves que formem grupos heterogneos. A silhueta pode representar uma ave alimentando-se, nadando, ou em posio de repouso. Posies de alerta ou ataque so contraproducentes. As silhuetas devem ser pintadas com o maior realismo possvel, embora algumas espcies aproximem-se de chamas pintadas com cuidado, desde que os sinais bsicos sejam respeitados. Alguns grupos, como, por exemplo, os Laridae, so mais desconfiados e simples silhuetas podem ser pouco efetivas. Torna-se necessrio dar-lhes volume, o que, feito com o uso de borracha, plstico ou at papel marche, recoberto com substncia protetora. Qualquer chama estragada deve ser retirada da rea de captura e consertada, dada a possibilidade de afastar as aves.

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Captulo VI Trabalhos de Campo

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1. ConsideraesInicialmente implantado com o objetivo de controlar migraes, os excelentes resultados do anilhamento permitiram a expanso da tcnica para uso em outros aspectos do estudo da biologia das aves. E cada vez maior sua utilidade para conservao e manejo da avifauna. Nestes termos, a coleta de dados quando se esta anilhamento e de fundamental importncia, devendo o anilhador ser o mais criterioso possvel. Como procedimento bsico, nunca anilhe aves que no conseguiu identificar. Dados imprecisos sobre idade, sexo ou qualquer outra observao no devero ser tomados. Ao preparar-se para anilhar, leve todo o material necessrio. Para isto, faca uma lista e confira todo o equipamento. Nunca mantenha uma ave presa por no ter a anilha indicada. O anilhador deve ter uma caixa fabricada sob medida ou adaptada, onde sero organizadas as anilhas, cada tamanho em um compartimento separado, alicates, rguas, paqumetro, sacos para acondicionamento e transporte, balanas, prancheta, nanquim, borracha e fichas de campo. O procedimento do anilhador no campo deve seguir uma linha geral pr-estabelecida, evitando-se perder os dados por esquecimento ou negligencia. Para anotao das informaes das aves anilhadas e imprescindvel uma Ficha de Campo. Esta poder ser desenvolvida a partir n dos dados que o anilhador considera importante para a

sua pesquisa, mais aqueles que o CEMAVE solicita para o Relatrio Anual. A figura 17 poder servir como exemplo ao qual o anilhador poder basear-se ou copiar. Neste, a primeira coluna refere-se ao status da aves, cujo cdigo esta indicado acima. A seguir vem as colunas para o nmero da anilha, espcie e sexo, sendo que este e sub-dividido para a colocao do cdigo e o mtodo utilizado para a sua determinao. O mesmo ocorre para o item idade. Seguem os espaos asa, cauda, tarso, culmen e narina-ponta, alem do peso. Outro item importante e a placa de incubao. Resultante da perda de penas e da maior irrigao sangunea da regio abdominal, que entra em contato com ovos e filhotes, presente no perodo da reproduo e facilmente visualizada ao assoprarmos as penas da regio ventral no sentido cauda cabea. Tem a cor vermelha, estendendo-se por quase todo o abdmen. Deve-se ter cuidado para no confundir, em certas espcies, o reduzido nmero de penas do abdmen com a placa de incubao. Antes de qualquer vistoria, identifique a espcies a ser anilhada. Tendo qualquer duvida na classificao, no hesite em solt-la. Aves mal classificadas transformam-se em srios problemas quando as anilhas so recuperadas. Anilhe a ave imediatamente para o nmero e a serie da anilha para a ficha de campo, anotando rapidamente o cdigo do status. Determine o sexo e a idade. Para pesar, use uma balana de mola, tipo dinammetro, com um prendedor na porta. Pese o saco de transporte com a ave em seu interior. Em seguida pese somente o saco de transporte. Diminuindo o peso do saco pelo peso total teremos o peso da ave. Quando mais de uma pessoa esta trabalhando no mesmo programa de anilhamento, e interessante manter uma delas responsvel pela ficha de campo. A ave aps sua retirada da rede ou armadilha, deve ser colocada em um saco de tecido leve e poroso, com barbante corredio na boca. Ao andar, evite sacudir, deix-lo cair ou bater em qualquer objeto. 62

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Antes de anilhar procure examinar as condies gerais da ave. No havendo nenhum problema, como por exemplo uma luxao na asa ou perna, anilhe-a. caso a ave esteja com qualquer ferimento mais grave, no anilhe. Faca um curativo e coloque-a numa gaiola de transporte, caixa de papelo ou plstico, com tampo de tecido. Estes materiais so tambm de grande utilidade quando se captura um grande nmero de aves. A semi obscuridade reduz o stress, evitando-se gasto desnecessrio de energia. Ao soltar uma ave, nunca jogue-apara o ar. Por estar algum tempo imobilizada, ela poder no ter o reflexo necessrio para voar. Segure-a e coloque-a na palma da mo, para cima. A seguir abra vagarosamente os dedos. Se houver demora muito grande antes dela voar. Mexa um pouco a mo, procurando estimul-la.

para o setor aonde vai-se trabalhar. Assim, evita-se que os filhotes de um setor penetrem em setores mais afastados, dificultando ou impossibilitando o seu retorno. Lembre-se de que estas aves, apesar de nidificarem muito prximas, possuem um territrio em torno do ninho. Este e relativamente pequeno, mas e defendido contra intrusos e um filhote andando no meio da colnia ser atacado e espantado por todos, ate que retorne ao territrio do seu ninho. Filhotes nidifugos so capturados nas mesmas armadilhas usadas para os adultos

3. Diametro do TarsoO CEMAVE fornece uma lista com as anilhas recomendadas para as espcies conhecidas. Sempre que o anilhador comear uma pesquisa com uma espcie ou capturar aves em outras regies, deve medir o tamanho do tarso para verificar possveis variaes. Lembre-se de que populaes diferentes da mesma espcie podem ter diferenas nos tamanhos dos tarsos.

2. Anilhamento de Filhotes NidicolasAnilhar filhotes nidcolas e um meio que fornece timos resultados, por ser um modo de anilhar maiores quantidades de aves com idade conhecida, facilitando a analise dos dados de recuperao. O anilhador deve ter vrios cuidados quando esta anilhando filhotes. O primeiro refere-se a proteo do ninho. Geralmente este est protegido de predadores por uma srie de artifcios. Ao aproximar-se, evite destruir esta proteo, deixando o ninho visvel e com fcil acesso. O anilhamento dos filhotes no pode ser feito nos primeiros dias, uma vez