Manual do Calouro 2014

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Manual do Calouro 2014 Escrito, Organizado e Diagramado pelo Centro Acadêmico de Estudos Linguísticos e Literários - "Oswald de Andrade", gestão Ruído Rosa, 2014. Letras USP.

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Projeto e realização gráfica, arte e diagramação:

Luiza Gomyde

Idealização da arte da capa:

Jéssica Policastri

Idealização e realização dos mapas:

MIRELLA DE CARVALHO

Elaboração e reelaboração textual: Kyo Kobayashi, Luiza Troccoli, IGOR LIMA, joyce mattos e Jéssica Policastri

Revisão textual geral:

Thiago Papageorgiou e Milena Varallo

Revisão textual final:

Joyce Mattos

Este manual foi concebido e produzido por:

CAELL - Centro de Estudos Linguísticos e Literários “Oswald de Andrade”Gestão RUÍDOROSA

em fevereiro de 2014 para xs ingressantes

do curso de Letras da Universidade de São Paulo.

Os tópicos discutidos aqui foram deliberados em reunião aberta a voz e voto.

“In nova fert animus mutatas dicere formas corpora”

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OBSERVAÇÃO:

Para manter nosso manual inclusivo, optamos por não marcar gênero nas palavras: o X

designará tanto masculino quanto feminino, e tudo mais que nosso universo contiver.

bEM VINDXS! Você, calourx, acabou de passar por um processo seletivo difícil e tortuoso para estar aqui. Portanto, é comum que o estresse de diversos anos de estudo ceda lugar a uma enorme euforia por esta conquista. Nós, veteranxs, não podería-mos deixar de parabenizá-lx.

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Talvez você não tenha a real dimensão do que é uma Universidade e tudo o que ela pode oferecer; talvez tampouco tenha refletido sobre o papel de uma Universidade “de ponta”. A USP, por vezes, parece um bicho de sete cabeças - por isso fizemos este manual, para ajudá-lx a desvendar e descobrir uma per-manência que será custosa e, ao mesmo tempo, muito prazerosa.

Dois mil e treze não foi um ano comum para xs brasileirxs. As manifes-tações populares do mês de junho, as greves em diversas universidades do nos-so estado e outros momentos de reivindicações da população foram muito impor-tantes para a conquista de vitórias, bem como para um avanço nas organizações populares.

Mas o que isso tem a ver com a Universidade e com o curso de Letras? Bem, é por meio deste manual que tentaremos apresentar, também, a importân-cia da organização dxs estudantes na construção de uma Universidade e de uma sociedade melhores, ainda que, evidentemente, não seja possível discutir a fundo todas as questões propostas nestas poucas páginas. Qualquer dúvida, sinta-se à vontade para procurar o CAELL – Centro Acadêmico de Estudos Linguísticos e Literários, o Centro Acadêmico de nosso curso.

Bem vindx à Letras! Bem vindx à USP.

O que é “Universidade”? Para ajudá-lx a aproveitar ao máximo esta nova fase, é importante que discutamos o que é Universidade e como o curso de Letras, no qual você está ingressando, se insere dentro dela. Justamente por isso escolhemos este como tema das atividades da Calourada de 2014.

Propomo-nos a escrever estas linhas a fim de auxiliá-lx na reflexão sobre o papel social de nosso curso e de nossa Universidade. É importante ressaltar que

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não temos a verdade absoluta para a pergunta, e, assim, desde já, te convidamos a nos ajudar a respondê-la. Ao longo de nossas vidas trilhamos diversos caminhos até chegar à Uni-versidade. Na maioria das vezes, focamos em decidir qual carreira seguir: um dos objetivos mais comuns de quem ingressa numa Universidade é obter o seu diplo-ma e atuar profissionalmente em sua área.

Talvez seja este um dos erros mais comuns, do qual só nos damos conta quando (surpresa!) somos confrontados com a realidade. Às vezes nos preocu-pamos tanto em concluir o nosso curso que deixamos de lado a importância de nossa formação acadêmica e social.

É nesse momento que você deve estar se perguntando: “Tá, muito legal, mas como assim?”.

Antes de você ingressar na Universidade, os estímulos da escola e da so-ciedade provavelmente eram sempre para que você fosse apenas um expectador dos acontecimentos políticos que regulam nossas vidas.

E é exatamente aí que a Universidade surge, como um espaço de diversi-dade e de troca, estimulando-x para que você pense sobre as estruturas que te rodeiam, sobre a própria Universidade e quem sabe até sobre você mesmx!

A Universidade é formada por um tripé importante: ensino, pesquisa e extensão. O ensino envolve a sua vivência em sala de aula e a troca de conheci-mento entre você e os professores (que, acredite, apesar de não serem suficien-tes, são muitos! Você nem conseguirá conhecer todos até o final da graduação), a pesquisa produz o conhecimento científico e os projetos de extensão observam, interagem com a sociedade e criam uma ponte entre esta e a academia.

Você perceberá, no decorrer do seu curso, que nestes três pilares há uma porção de coisas bacanas, mas há muitos problemas, também.

Dessa maneira, é importante que você compreenda o papel social da academia, entendendo que a Universidade não é uma escola de terceiro grau, e nem uma grande escola de idiomas (no caso da Letras). A Universidade pública é um instrumento de formação financiado por toda a sociedade, um espaço de livre

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pensamento e transformação de ideias, que visa a devolver a esta sociedade o conhecimento desenvolvido.

Frente a isso, convidamos você, calourx, para que acompanhe as trans-formações e atente às contradições existentes dentro da Universidade: uma delas é o funcionamento de sua própria estrutura de poder, que se baseia em escolhas pouco democráticas para com a comunidade acadêmica.

Apostamos que você teve muitas dificuldades para chegar aonde chegou, e é, sim, merecedor desse lugar. Observamos, todavia, que as pessoas menos favorecidas ainda precisam se contentar com uma educação superior particular de nível normalmente duvidoso (as chamadas “fábricas de diplomas”).

Assim, entendemos que é importante formar-se academicamente da mel-hor maneira possível, bem como curtir as festas até a “última ponta”, mas sem deixar de lutar por uma Universidade mais acessível e menos classista.

Pelos anos de graduação você também perceberá que muito mais difícil do que entrar na Universidade pública é permanecer nela até o fim, e por essa razão convidamos você, calourx, a caminhar conosco na tentativa de melhorar as políticas de acesso e permanência oferecidas aos alunos atualmente.

Fisicamente, a Universidade constitui-se de alguns espaços importantes que vão te acompanhar durante a graduação, como, por exemplo, o bandejão, onde fazemos nossas refeições por um preço mais acessível (R$1,90, com suco e sobremesa), o CEPEUSP, onde praticamos esportes dos mais variados gratuita-mente, e o SAS – Superintendência de Assistência Social, o órgão que te auxiliará em questões como moradia.

Calourx: não se desespere. Parece muita coisa para assimilar, e a princípio talvez você se sinta meix perdidx. Entretanto, fique tranquilo, pois aos poucos você se habituará, e, para tanto, contará com a nossa ajuda.

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E a Letras? Parabéns, ingressante! Agora você chegou ao mais renomado curso de Letras da América Latina! Articulado para fornecer aos estudantes um repertório crítico acerca dos fenômenos linguísticos e literários – em todas as suas formas –, o curso pretende não apenas formar quadros docentes (tão importantes!) para ocupar os postos vacantes da educação básica e superior do país, mas também tem a responsabilidade de formar cidadãos mais conscientes sobre os processos da linguagem e como estes se manifestam na sociedade, costurando as relações humanas e desenhando a forma como enxergamos a realidade.

Então, com o intuito de ajudar a desvelar a burocracia em torno da qual o curso se estrutura (que, acredite, pode ser bastante assustadora), preparamos algumas explicações sobre os termos com os quais você terá que se familiarizar. Muitos aspectos do curso poderão se tornar motivo de desânimo, confusão ou frustração. Contudo, lembre-se que colegas já enfrentaram e ainda enfrentam todos os dias a rotina maçante, a carga pesada (e muitas vezes distante daquilo que era esperado), a dupla jornada. Não hesite em procurar os diversos coletivos e Entidades Estudantis, seja para trocar ideias sobre o curso, seja para debater aquela autora favorita ou ainda para se informar sobre o mais novo fato político do campus ou do Brasil. Caído o véu da idealidade, o curso de Letras é um espaço de transformação. Boa sorte!

1. Ciclo Básico Pensado como uma forma de introdução aos conceitos básicos dos es-tudos linguísticos e literários, o primeiro ano de todxs xs calourxs é denominado Ciclo Básico. Trata-se de um conjunto de quatro disciplinas por semestre, com carga horária de duas aulas semanais cada: Introdução aos Estudos Literários I e II, Introdução aos Estudos Clássicos I e II, Introdução ao Estudo da Língua Portuguesa I e II e Elementos de Linguística I e II. Chamamos a sua atenção para o fato de Introdução ao Estudo da Língua Portuguesa (IELP) ser a disciplina que mais pode afetar, no curto prazo, o andamento da sua graduação. Então, nem

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pense em levar bomba! Levando em conta o desempenho obtido individualmente no Ciclo Básico, uma espécie de “vestibular” interno irá cuidar de selecionar cada estudante para as habilitações: este “vestibular” interno é o Ranqueamento.

2. Ranqueamento Após a “suave” experiência de um Ciclo Básico, você se classificará num ranking interno a partir do qual será feita a divisão dos alunos entre as habilitações, em suas respectivas vagas, de acordo com a escolha individual. Estas são: Portu-guês, Inglês, Espanhol, Francês, Alemão, Italiano, Grego, Latim, Armênio, Árabe, Hebraico, Russo, Japonês, Chinês, Coreano e Linguística. Cada habilitação tem um número de vagas limitado, que varia, geralmente, de acordo com a procura (a exceção é o Português, que oferece vagas para todo o corpo discente).

Quanto maior a procura, maior a necessidade de um bom desempenho durante o primeiro ano. Os números flutuam de ano em ano, e o ingresso em de-terminada habilitação não é irrevogável, ou seja, é possível mudar de habilitação ao final de seu segundo ano de curso (é o chamado Reranqueamento - não pense nisto agora, mas saiba que, se necessário, a opção existe). Cada estudante poderá cursar uma combinação de Português + língua estrangeira ou Português + Linguística, ou, ainda, apenas Português, apenas língua estrangeira ou apenas Linguística. Além disso, x estudante poderá escolher cursar a licenciatura, para a qual é preciso fazer um pedido na Seção de Alunos, do segundo ano em diante. É verdade que o Ranqueamento pode ser frustrante para muita gente. Todo um planejamento pessoal de graduação pode ser surpreendido pela não obtenção da habilitação desejada. Existe muito debate dentro do curso quanto à necessidade ou não desse processo e as opiniões divergem, contemplando des-de a escassez do corpo docente até a questão da meritocracia. Você terá mais oportunidade de conhecer outras contradições do curso durante seu primeiro ano letivo. Para tanto, contamos com a sua participação!

3. Seção de Alunos Este é o órgão responsável por toda a burocracia compartilhada entre a

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instituição e o corpo discente. Aqui você tirará suas dúvidas referentes a grade horária, matrícula e exclusão de disciplinas, cumprimento de créditos, colação de grau, pedido de documentos etc. É importante ter em mente que será feita na Seção de Alunos a confirmação de matrícula, durante sua primeira semana de aula. É fundamental fazer essa confirmação para garantir a vaga! Os anos passam e as necessidades aparecem (e elas aparecerão), e recorrer à SA será inevitável. As informações de contato com esta estão contidas no final deste manual.

4. Espaços Estudantis O espaço da Universidade é transformador, como já mencionado anterior-mente; mas não apenas o espaço simbólico, abstrato. Também é transformador o espaço físico e nossa interação dentro desse microcosmo. A sociabilidade, o senso de irmandade e companheirismo influenciam também na construção do nosso cotidiano acadêmico.

O nosso curso não possui, no prédio que o abriga, um espaço adequado destinado à convivência estudantil, diferentemente de outros cursos pela USP. Só nos resta contar com os corredores, salas de aula vazias, os pontos de ônibus e poucos assentos nas lanchonetes da faculdade. Num curso com tantas pessoas (mais de 800 ingressam anualmente), acabamos nos tornando estranhos uns aos outros: flertes de corredor, colegas de período. Faltam-nos, inclusive, espaços adequados para a realização de atividades acadêmicas, lúdicas, políticas. A falta de um espaço influencia na forma como nós, estudantes, nos enxergamos e enx-ergamos o nosso curso. Queremos que a Letras seja mais do que um espaço de passagem.

5. Xérox Muito importante durante toda a graduação será a xérox, no piso inferior do prédio, onde você irá imprimir os textos requisitados durante as aulas. O siste-ma é moderno e não leva muito tempo para ser compreendido. Próximo à xérox contamos com um armário com doações de textos antigos, duplicados etc. Sem-pre vale a pena verificar se aquele conto de que você precisa não está numa das pilhas de doações, de graça, ao alcance da mão (e de certa paciência).

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6. Moodle O Moodle é uma plataforma online utilizada por muitos de nossos pro-fessores para compartilhar a bibliografia das disciplinas, programa, calendário, atividades, materiais complementares e até mesmo para recolher exercícios e avaliações. Estes são anexados e enviados pelos alunos via sistema e recebidos pelos docentes para correção.

É útil para consultar referências e textos a partir de seu próprio computador ou outro dispositivo, e, em alguns casos, substitui as idas à xérox - alguns do-centes (poucos, ainda) disponibilizam tudo no Moodle somente, abrindo mão das pastas físicas na xérox. O endereço da plataforma consta do fim do manual.

7. Departamentos Cinco departamentos compõem a Letras. São eles: Departamento de Le-tras Modernas (DLM), Departamento de Letras Clássicas e Vernáculas (DLCV), Departamento de Letras Orientais (DLO), Departamento de Linguística (DL) e De-partamento de Teoria Literária e Literatura Comparada (DTLLC). Cada um organiza os programas de graduação, pós-graduação e extensão de suas respectivas áreas.

É bom ressaltar que muitos oferecem disciplinas que não são ou deixaram de ser obrigatórias, e encontram-se dispersas como disciplinas optativas deste ou daquele departamento. É o caso daquelas oferecidas pelas áreas de Literaturas Africanas de Língua Portuguesa, Literatura Infantil e Juvenil e outras. Disciplinas como Sânscrito e Galego formam ou fazem parte de pequenas áreas dentro do DLCV, por exemplo, e outras tantas integram áreas inespecíficas para seus cam-pos de estudo, como acontece com as disciplinas de Toponímia, que atualmente estão na área de Línguas Indígenas do Brasil.

Também é bom lembrar que não existe uma habilitação em Teoria Literária ou Literatura Comparada: o DTLLC oferece, na graduação, apenas algumas dis-ciplinas optativas e as obrigatórias de Introdução aos Estudos Literários I e II, que você cursará no Ciclo Básico. Os departamentos e gabinetes de professores

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estão localizados nas chamadas “catacumbas”, no prédio anexo àquele das salas de aula, pouco movimentado e pouco iluminado, também.

8. Currículo Para concluir a graduação, em média, a dupla habilitação requer que você curse 185 créditos ao todo, sendo 32 de disciplinas do Ciclo Básico, 123 de disciplinas obrigatórias, 6 de disciplinas eletivas oferecidas pelo DLCV, e mais 24 créditos em optativas livres e/ou eletivas oferecidas por outros departamentos do curso de Letras. Desses 24, 8 poderão ser cumpridos fora da Letras. Cada dis-ciplina fornece de 2 a 6 créditos por semestre, podendo variar para mais.

Vale observar que sempre cabe fazer críticas a respeito do conteúdo das disciplinas de nosso currículo, e também em relação à carga horária das mesmas, que é, na maioria das vezes, reduzida demais. Perguntas pertinentes são: o que torna uma disciplina obrigatória? Qual é o plano didático da Letras? Existe um? Por que certas disciplinas têm apenas uma aula por semana, quando é patente que, para uma boa formação, seriam necessárias ao menos duas?

A discussão acerca do Currículo é tão extensa que seria necessário um manual exclusivo para tentarmos dar conta de abordar todas as questões en-volvidas. Não deixe de participar das atividades ao longo do ano para que você também possa nos ajudar a discutir aquilo que “aprendemos”, o que realmente aprendemos e o que poderíamos aprender.

E agora, José? Como discutimos um pouco por estas páginas, a Universidade como está colocada hoje é muito diferente daquilo que pode ser e do que queremos. A mu-dança das estruturas universitárias, porém, não virá exclusivamente de uma Re-itoria ou do Governo do Estado - é necessário que os estudantes, trabalhadores e professores comprometidos com a construção de uma Universidade mais democrática e acessível se organizem para discutir e pautar suas demandas.

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O Movimento Estudantil (ME) de dentro e fora da USP teve, em diversos momentos históricos, papel central nos rumos políticos do nosso país. Gostaría-mos, então, de apresentar alguns dos instrumentos do Movimento Estudantil e convidar você, calourx, para construí-lo conosco.

Ferramentas importantes para a organização dos estudantes são as En-tidades Estudantis. Na USP temos os Centros Acadêmicos (CAs), que se orga-nizam por curso, e o Diretório Central dos Estudantes (DCE), que é a entidade representativa da USP toda, incluindo os outros campi de São Paulo e dos interi-ores. As Entidades Estudantis têm o papel de representar os estudantes e orga-nizá-los das mais diversas formas: para promover debates e atividades abertas, fazer reivindicações junto à Reitoria e às diretorias de unidades, fazer mobilizações e também proporcionar espaços culturais e de socialização, como festas, cerve-jadas, saraus, campeonatos esportivos e outros.

Hoje, a maioria das Entidades Estudantis da USP funciona através de gestões majoritárias. O que isso significa? Ocorre assim: num processo eleitoral em que concorrem diversas chapas, que visam, cada uma, a serem escolhidas para cuidar daquela Entidade, a chapa que recebe maioria simples dos votos as-sume integralmente a gestão, que tem duração de um ano. As eleições são feitas através do voto direto de todos os estudantes que quiserem participar (há também as gestões eleitas de forma proporcional, as autogestões, entre outras).

Outra ferramenta importante de organização dos estudantes são os co-letivos, grupos que se reúnem para debater temas e propor atividades - como exemplos há o Coletivo de Mulheres da Letras e o Coletivo de Negras e Negros da USP. Há também as Frentes, que congregam os militantes e coletivos que se dedicam a uma mesma pauta para pensar ações de forma mais ampla, como a Frente Feminista da USP e a Frente LGBTT. Caminhando para o fim da apresentação desta parte de atuação política estudantil dentro da Universidade, cabe mencionar os fóruns de decisão que te-mos no ME da USP. Nosso fórum máximo, hierarquicamente falando, é o Con-gresso dos Estudantes da USP, que ocorre a cada dois anos, e no qual se decidem as linhas gerais e diretrizes para o ME. Paralelamente, existem as As-sembleias Gerais (de todos os estudantes da USP) e as Assembleias de Curso,

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convocadas periodicamente ou quando necessário, para discutir algum aconteci-mento ou assunto específico. Outro espaço de tomada de decisões é o Conselho de Centros Acadêmicos (CCA), em que os Centros Acadêmicos da Universidade trocam experiências e pensam articulações conjuntas.

É importante ressaltar que apesar da grande importância que tem o ME da USP, não somos a única Universidade com estudantes organizados: por todo o Brasil estudantes constroem suas entidades e mobilizações (e, por este motivo, a nível nacional temos as Executivas de Curso - no nosso caso, a Executiva Nacio-nal dos Estudantes de Letras, ExNEL). Existem, também, as entidades nacionais gerais para os estudantes de todo o Brasil.

Ficam o convite e as adiantadas boas vindas para que você conheça e participe do Movimento Estudantil da USP. É apenas nos organizando que podem-os fazer acontecer!

E o fim? Por fim, esperamos ter conseguido trazer e esclarecer, com este manual, ainda que minimamente, tudo aquilo que você precisa saber para entrar sem guar-da-chuva nessa tempestade.

Esperamos que você consiga aproveitar a Universidade da melhor maneira possível - que você possa frequentar aulas, debates, mesas redondas, assemble-ias, bandejão, CEPEUSP, bares, festas, e tudo mais que está à sua disposição.

Que você possa fazer amigxs, contatos, e que você aproveite de todo o amor que a Letras oferece aos seus graduandos.

Nós, do CAELL, aproveitamos para reiterar a nossa disposição em ajudá-lx com qualquer dúvida neste início de trajetória, e, adiante, sempre. E não se esqueça: não deixe passar a oportunidade de ajudar a construir, conosco, uma Universidade melhor.

Seja bem-vindo, calourx! E deixa chover...

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...Deixa chover! Para finalizar (dessa vez acabou mesmo!), pensamos em qual seria a mel-hor forma de representar, visualmente, o que é Universidade.

Chegamos à conclusão de que ao longo da vida nos protegemos de informações, conhecimento, contatos, amigos e milhares de outras coisas que chegam até nós. Ficamos embaixo do guarda-chuva, esperando, sempre, que a chuva passe.

Em sua entrada na Universidade, desejamos a você, calourx, o processo inverso! Desejamos que abaixe o guarda-chuva e deixe chover! E que a chuva nunca pare de cair.

Nesta linha, idealizamos e criamos a imagem que agora estampa o seu manual e a sua camiseta.

Até mais!

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GUIA DE SOBREVIVÊNCIA A convivência estudantil é parte importante de nossa vida acadêmica. Mesmo para xs alunxs que trabalham, é praticamente impossível não passar um tempo razoável dentro da Cidade Universitária. Para que você conheça um pouco dos diversos serviços que a USP oferece, fizemos este “guia de sobrevivência” - lembrando que a Universidade não está só dentro da sala de aula.

1. Bandejões

Restaurantes Universitários que atendem somente aos estudantes e tra-balhadores da Universidade. Servem refeições diárias (café da manhã, almoço e janta). No campus Butantã, contamos com três unidades - o bandejão Central, próximo à Reitoria; o da Química e o da Física.

Informações: www.usp.br/coseas/COSEASHP/COSEAS2010_cardapio.html

2. BIBLIOTECAS

Por meio do SIBiNet é possível acessar os acervos de todas as bi-bliotecas da USP e requerer o empréstimo de qualquer obra de interesse. A Bib-lioteca Florestan Fernandes, ao lado do prédio de Letras, é de uso público e são permitidas consultas in loco.

Informações: www.usp.br/sibi

3. CEPEUSP

Centro de Práticas Esportivas da USP. É um aglomerado de centros de treinamentos aberto ao público. Também é possível se inscrever para aulas de determinado esporte.

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Informações: www.cepe.usp.br/site

4. Circulares

São ônibus que ligam os diversos institutos da USP. Atualmente e-xistem dois tipos de circular, o chamado “Cultural”, gratuito ao público, que circula por todo o campus, e o “BUSP”, que além de ligar os institutos da USP, também se locomove até o Metrô Butantã. Este é tarifado para não estudantes.

Informações sobre o trajeto: www5.usp.br/tag/cocesp

5. hu

Hospital Universitário. Atende gratuitamente às demandas médicas da co-munidade universitária e das comunidades vizinhas. É possível marcar consultas, fazer exames e utilizar o serviço de pronto-socorro. Informações: www.hu.usp.br

6. moodle Plataforma online de estudos. Utilizada por muitos de nossos docentes, pode conter bibliografia das disciplinas, programa, calendário, ati-vidades, materiais complementares e até mesmo ser utilizada para envio de exer-cícios e avaliações.

Acesso: http://disciplinas.stoa.usp.br

7. PRÓ-ALUNO

São laboratórios de informática abertos gratuitamente axs alunxs para edição de trabalhos, acesso à internet e entretenimento. Também é oferecida

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uma cota diária de impressão gratuita. A sala Pró-Aluno da Letras é a de número 268, segundo andar do Prédio de Letras.

Informações: www.usp.br/proaluno/index2.html

8. sas

Superintendência de Assistência Social. Órgão responsável pela assistên-cia aos estudantes e funcionários da USP (restaurantes universitários, moradia, creches, passe escolar e bolsas alimentação e permanência).

Informações: www.usp.br/coseas

9. seção de alunos

Concentra todas as informações acadêmicas. Possibilita a solicitação de declarações, histórico escolar, requerimentos de matrícula e resolve eventuais problemas da graduação. Atenção: é lá que a matrícula deve ser confirmada, não se esqueça!

Informações: http://graduacao.fflch.usp.br/node/44

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Glossário

CAELL: Centro Acadêmico de Estudos Linguísticos e Literários “Oswald de Andrade”. Sua diretoria é escolhida através de uma eleição direta entre os estudantes. O Centro Acadêmico serve para organizar atividades extracurriculares tais como semanas temáticas, saraus, jornal, revista, recepção dos calouros etc. Também é o órgão responsável pela organização política dos estudantes do curso de Letras. Atualmente sua gestão se chama Ruído Rosa. Mais informações: www.caell.org

aaaoa: Associação Atlética Acadêmica “Oswald de Andrade”. É a atléti-ca da FFLCH. A sede fica no Espaço Aquário, no prédio de História/Geografia. É organizada por estudantes e tem como objetivo promover atividades esportivas, formando times e participando de campeonatos da Universidade.

dce: Diretório Central dos Estudantes. É a entidade que representa todos os estudantes da USP. Assim como o CAELL, sua diretoria é escolhida através de uma eleição direta. O patrono do DCE, Alexandre Vannucchi Leme, foi um estu-dante de Geologia, morto pela ditadura militar.

c.o.: Conselho Universitário, o órgão máximo de decisão da Universidade (sim, a sigla é C.O. mesmo!).

sintusp: Sindicato dos Trabalhadores da USP.

ADUSP: Associação de Docentes da USP. É o sindicato dos professores.

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CRUSP: Conjunto Residencial da USP. O CRUSP é a moradia designada aos estudantes que, por algum motivo, não podem morar em outro lugar enquan-to estudam na USP.

AMORCRUSP: Associação de Moradores do CRUSP. Criada pelos es-tudantes e moradores do conjunto em resposta às ameaças de desocupação do mesmo e à criação, por parte da Reitoria, da SAS/COSEAS. Desde então, a AMORCRUSP tem sido o instrumento de luta por permanência e mais vagas na moradia estudantil.

CINUSP: Cinema da USP, onde acontecem mostras e exibições de filme gratuitas.

Informações: www.usp.br/cinusp

OSUSP: Orquestra Sinfônica da USP. Aos apreciadores de música clás-sica. Informações: www.usp.br/osusp

Marias Baderna: Coletivo Feminista da Letras, organiza eventos e grupos de discussão contra o machismo.

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