Maquiavel

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MACHIAVELLI, Niccol O PRNCIPE. Comentado por Napoleo Bonaparte. Ed. Hemus. 1997. So Paulo

EXPLANAO SOBRE A OBRA Esta obra, de Niccol Maquiavelli, foi produzida no exlio, em meio a toda agitao poltica de seu tempo, causada por grandes Estados, como Milo, Veneza, o Papado, Florena e Npoles. E, em meio s confuses existentes, Maquiavel participava ativamente nos acordos com as cortes estrangeiras e mesmo durante os 15 anos em que passou no exlio, a poltica sem foi sua dominante. Neste trabalho, ser retratado os assuntos polticos da poca e a sistematizao que Maquiavel tinha com seu amigo Vettori, e com toda a experincia que tivera em sua vida. Apesar deste livro ser dirigido aos governantes, perfeitamente aplicado ao homem do povo, para assim, aplicar-se uma organizao, pois uma colocao sobre as verdadeiras intenes de um governante ambicioso. Do incio ao fim do livro, poderemos notar o diferente posicionamento, as hesitaes e decises ditadas pela fora. Um outro dado bastante constante em sua poca, a relao existente entre a poltica e a religio, onde as teorias medievais era teocrticas, enquanto que com o renascimento procura-se evitar a idia de que o poder seria uma graa ou um favor divino, entretanto, embora ignorem a teocracia, no podem negar a idia crist, ou seja, o poder poltico s legtimo se for justo, e s ser justo se estiver de acordo com a vontade de Deus. E por esse lado, com relao ao pensamento poltico e teocrtico que a obra de Maquiavel destruidora e revolucionria. O poder maquiavlico refere-se a um poder que age secretamente, onde mantm suas intenes e finalidades desconhecidas, onde utilizam-se meios imorais, agressivos e perversos para atingirem seus objetivos. Suas teorias eram formuladas com a experincia normal de seu tempo, pois viu muitas lutas, ascenso e queda de grandes cidades. A concepo dessas experincias conduziu a idia de que uma nova sociedade tornara-se necessria. Seu pensamento poltico oferece novas respostas, onde alguns pontos so: No admite um fundamento interior poltica; No aceita a idia da comunidade constituda para o bem comum e a justia; Recusa a figura do bom governo encarnada no prncipe portador de virtudes morais; No aceita a diviso clssica da monarquia, aristocracia, democracia e suas formas corruptas. Para Maquiavel, o critrio para avaliao de um lder, a liberdade. Para muitos, essa obra considerada uma idia luntica, atia e satnica, pois, a idia de que a finalidade da poltica a tomada e conservao do poder e que este no provm de Deus, e nem de uma ordem natural feitas de hierarquias fixas, exigiu que os governantes justificassem a ocupao do poder assumido. O desenrolar desta complicadssima obra o seguinte: RESUMO (com nossas referncias inclusas) Segundo Maquiavel, todos os Estados que existiram ou existem so repblicas ou principados, hereditrios ou novos, estes conquistados ou recebidos. Procura demonstrar como eles podem ser governados e preservados atravs dos atos dos antecessores mediante a contemporizao ou pela retomada.

Os Estados conquistados, para que sejam suscetveis dominao, no podem Ter suas leis e impostos modificados, nem a presena da linguagem do antigo prncipe. Um recurso til ir habit-lo, para tornar-se acessvel ao povo em casos amistosos, tornando assim, prximo para ser amado ou odiado, conforme o caso. H dois modos de se governar: um prncipe auxiliado por ministros que no governo so apenas servos, concesso do seu senhor e por bares, que por tradio de sangue, possuem essa qualidade. Quando so conquistados, por trs modos se pode conservar-se a posse: Arruin-los; Ir morar com eles; Deixar que vivam com suas leis, arrecadando um tributo e criando um governo de poucos. Um homem prudente deve escolher os trilhos j percorridos por outros homens, pois mesmo numa imitao falha, h muita coisa para ser aproveitada. Os que, pela virtude, antes se fazem prncipes, conquistam com dificuldade, mas com facilidade o conservam, atendendo a mxima de que todos os profetas armados vencem, ao passo que os desarmados fracassam. Contudo, h duas de tornar-se um prncipe: ( Atingir o principado pela maldade ou pelo favor dos conterrneos. Quem se torna prncipe pelo voto popular precisa manter-se amigo do povo, quem obtm de outra forma precisa conquistar-lhes a amizade. Os principados eclesisticos so mais difceis de serem conquistados, pois so pelo mrito ou pela fortuna, sustentam na rotina da religio. As principais bases que os Estados possuem: novos ou velhos, mistos ou no, so boas leis e bons princpios. No existem boas leis onde no existam boas armas. As mercenrias e auxiliares so inteis ou perigosas. Os prncipes de prudncia repeliram sempre tais foras, antes perder com as suas que vencer auxiliados por outros. Deve o prncipe no Ter outra finalidade nem outro pensamento, seno a guerra, seu regulamento e disciplina, pois a nica arte que se atribui a quem comanda. O prncipe deve evitar a fama de avarento, que a custa dos outros se mantm; deve querer ser considerado piedoso e no cruel, deve empregar de modo conveniente esta piedade. muito mais seguro ser temido que amado. Contudo, sem exceder-se, para no despertar o dio. Um prncipe e sobretudo um novo, no pode seguir todas as coisas so obrigados os homens tidos como bons, sendo muitas vezes, para conservar o seu Estado, obrigado a agir contra a caridade, a f, a humildade e a religio. Ele precisa Ter duas razes de receio: Uma de origem interna, da parte de seus sditos, outra de origem externa, da parte dos de fora. No deve temer as conspiraes se ele querido do povo, porm se este seu inimigo e o odeia deve temer a tudo e a todos. prudente no desarmar os seus sditos, mas arm-los, para que os defendam, exceto quando se trata de um Estado novo, recm conquistado. Quanto as fortalezas, so boas ou no, conforme as circunstncias, mas a melhor fortaleza no ser odiado pelo povo. Deve um prncipe mostrar-se amante das virtudes e honrar aqueles que se destacam numa arte qualquer, pois est na observao dos homens que esto ao seu redor; j o ministro ser bom se no pensar em si mesmo, mas no prncipe. Os conselhos, venham de onde vierem, nascem da prudncia do prncipe, e no a prudncia do prncipe de bons conselhos. Pensa-se, naturalmente que as coisas do mundo so dirigidas pela fortuna e por Deus, de modo que a prudncia no as corrige nem remedia. Por outro lado, a doutrina suscitou a reao do antimaquiavelismo poltico consistente na necessidade de conciliao entre a norma poltica e moral.

Palmiro Sartorelli Neto ()

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