Marconi apresenta projeto do trem...

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FUNDADOR E DIRETOR-PRESIDENTE: SEBASTIÃO BARBOSA DA SILVA R$ 2,00 tribunadoplanalto.com.br Redação: [email protected] - Departamento Comercial: [email protected]Telefone: (62) 3226-4600 O governador Marconi Perillo apresentou ao presidente Michel Temer, na tarde da última quinta-feira, a proposta de construção do Trem de Passageiros Goiânia- Brasília. Em reunião com Temer no Palácio do Planalto, Marconi detalhou o Estudo de Viabilidade Técnica, Econômica e Ambiental do Trem de Passageiros. “Expliquei ao presidente a situação da concessão e da licitação, ele ficou muito entusiasmado com o projeto. E também falamos sobre muitos assuntos de interesse de Goiás e do Brasil”, relatou o governador. Página 6 Marconi apresenta projeto do trem Goiânia-Brasília Alimentação nada saudável Página 5 PAULO JOSÉ Pesquisa realizada pela Fundação Nacional de Saúde, em parceria com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estáticas (IBGE), mostrou que crianças e adolescentes brasileiros estão se alimentando mal, consumindo produtos supérfluos em grande quantidade e ignorando alimentos com bons valores nutricionais. Na luta contra esse problema, escolas e família devem se unir para conscientizar e oferecer alimentos saudáveis às crianças. Caderno Escola Preso após fazer ameaças Daniel Batista de Moraes, 31 anos, que gosta de ser chamado de pastor, foi preso por policiais civis após repercussão da reportagem que lhe denunciou pelo mandado de prisão em seu nome em aberto e pelos relatos de agressão e ameaças publicados pela Tribuna do Planalto na edição dos dias 29 de janeiro a 4 de fevereiro. Ele foi condenado a nove anos de prisão pelo assassinato de Damião Batista de Carvalho, crime ocorrido na noite de Natal de 2007. Página 7 Deputados goianos querem mudanças nas propostas do governo Enquanto veem com bons olhos a reforma da trabalhista, que moderniza as relações de trabalho e flexibiliza a atual legislação, os parlamentares goianos de modo geral têm várias restrições à proposta de reforma da Previdência Social apresentada pelo Governo Temer. Muitos vão apresentar emendas para tentar manter alguns direitos dos trabalhadores ou mesmo reduzir perdas. Página 4 ANO 30 - Nº 1.571 ENTREVISTA/JOSÉ ALVES DE OLIVEIRA O presidente da Federação das Indústrias do Estado de Goiás (Fieg), Pedro Alves de Oliveira, acredita que o país começou “a sair do fundo do poço” com aumento na confiança dos empresários, queda significativa da inflação e os juros entrando em declínio neste início de 2017. O líder classista defende os incentivos fiscais para gerar emprego e as reformas Trabalhista e Previdenciária propostas pelo governo Michel Temer. “PASTOR” DANIEL REFORMAS TRABALHISTA E PREVIDENCIÁRIA “É muito importante para Goiás que os incentivos fiscais sejam convalidados pelo Senado” GO I Â NIA, 12 A 18 DE MARÇO DE 2017 Foragido foi preso em Hidrolândia, no interior de Goiás

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FUNDADOR E DIRETOR-PRESIDENTE: SEBASTIÃO BARBOSA DA SILVA

R$ 2,00

tri bu na do pla nal to.com.br

Redação: [email protected] - Departamento Comercial: [email protected] – Telefone: (62) 3226-4600

O governador Marconi Perillo apresentou ao presidente Michel Temer, na tarde daúltima quinta-feira, a proposta de construção do Trem de Passageiros Goiânia-Brasília. Em reunião com Temer no Palácio do Planalto, Marconi detalhou o Estudode Viabilidade Técnica, Econômica e Ambiental do Trem de Passageiros. “Expliqueiao presidente a situação da concessão e da licitação, ele ficou muito entusiasmadocom o projeto. E também falamos sobre muitos assuntos de interesse de Goiás edo Brasil”, relatou o governador. Página 6

Marconi apresentaprojeto do tremGoiânia-Brasília

Alimentação nada saudável

Página 5

PAULO JOSÉ

Pesquisa realizada pela Fundação Nacional de Saúde, em parceria com o InstitutoBrasileiro de Geografia e Estáticas (IBGE), mostrou que crianças e adolescentesbrasileiros estão se alimentando mal, consumindo produtos supérfluos em grandequantidade e ignorando alimentos com bons valores nutricionais. Na luta contraesse problema, escolas e família devem se unir para conscientizar e ofereceralimentos saudáveis às crianças. Caderno Escola

Preso apósfazer ameaçasDaniel Batista de Moraes, 31 anos, que gosta de ser chamado depastor, foi preso por policiais civis após repercussão da reportagemque lhe denunciou pelo mandado de prisão em seu nome em aberto epelos relatos de agressão e ameaças publicados pela Tribuna doPlanalto na edição dos dias 29 de janeiro a 4 de fevereiro. Ele foicondenado a nove anos de prisão pelo assassinato de Damião Batistade Carvalho, crime ocorrido na noite de Natal de 2007. Página 7

Deputados goianosquerem mudanças naspropostas do governoEnquanto veem com bons olhos a reforma da trabalhista, que moderniza as relações de trabalho e flexibiliza aatual legislação, os parlamentares goianos de modo geral têm várias restrições à proposta de reforma daPrevidência Social apresentada pelo Governo Temer. Muitos vão apresentar emendas para tentar manter algunsdireitos dos trabalhadores ou mesmo reduzir perdas. Página 4

ANO 30 - Nº 1.571

ENTREVISTA/JOSÉ ALVES DE OLIVEIRA

O presidente da Federação das Indústrias do Estado de Goiás (Fieg), PedroAlves de Oliveira, acredita que o país começou “a sair do fundo do poço” comaumento na confiança dos empresários, queda significativa da inflação e os jurosentrando em declínio neste início de 2017. O líder classista defende os incentivosfiscais para gerar emprego e as reformas Trabalhista e Previdenciária propostaspelo governo Michel Temer.

“PASTOR” DANIEL

REFORMAS TRABALHISTA E PREVIDENCIÁRIA

“É muito importante para Goiásque os incentivos fiscais sejamconvalidados pelo Senado”

GO I Â NIA, 12 A 18 DE MARÇO DE 2017

Foragido foi preso em Hidrolândia, no interior de Goiás

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Opinião CENA URBANAFLAGRANTE DO DIA A DIA DA CAPITAL, ESTADO, BRASIL E MUNDO

CARTA AO LEITORFOTO: TOMAZ SILVA / AGÊNCIA BRASIL

MANOEL MESSIAS RODRIGUES – EDITOR EXECUTIVO

InsôniaNem na morte espero dormir.Espera-me uma insônia da largura dos astros,E um bocejo inútil do comprimento do mundo...

Álvaro de Campos

4h20, travesseiro com espinhos, milhões de pensa-mentos trazem a ausência de Morpheus, a cama com for-migas e outros seres desatinam da alma a paz. Roda,roda, suor, imaginei que ali estivesse comigo de mãosdadas, mas a ilusão sai do sonho e nos fita, um delírio,narrativas, pensamentos tantos de tantas, encadeados,sem nexo ou rumo, apenas uma velha avalanche de pen-samentos, o “macaco louco” que não para. A insônia é oreino mágico das fantasias que se evocam no delírio dopensar sem ação. Possibilidades, medos, anseios. “Comoserá o amanhã? Responda quem puder” ou quem con-seguir gritar. Minutos se tornam séculos e nem os pássa-ros, nem insetos, apenas os pensamentos em desordemtilintam a paz de espírito.Já tive meus momentos de insônia. Escrevi livros, pre-

parei aulas,lembrei do amor, revi o futuro, fitei o passadoe me dediquei à fantasiada existência em uma imaginaçãoativa na busca de consciência. Insônia de bons momen-tos, de revisão de problemas, de alegrias e de tristezas, deeuforia e melancolia. Mas quem nos garante o direito dedormir e sonharnos dias atuais? É plausível ao homem-máquina da pós-modernidade, em seus tantos afazeres,aquietar seu espírito e repousar? É-nos lícito sonhar?No cenário em que vivenciamos concretamente a crise

de persona, de milhares de eus de rompimento de identi-dade, que entope sensações sem pessoa correspondente,anunciando o estado psicótico emergente da pós-moder-nidade. Uma prisão de sentimentos, sensações sem ela-boração, sem rumo, sem destino, elo perdido, ponto zero.Mas de que mesmo? Resultado prático: agonia, ansie-dade, neurose, a vivência em terceira pessoa do eu desfo-cado de sua própria estrutura e sentido – crise deindividuação...“Uma abstração de autoconsciência sem de quê”, que

corrói a alma, o Sossego, a paz de espírito no tilintarconstante das ideias que replicam às voltas do relógio quenão sai do lugar. Sim, os relógios não saem do lugar, masdemarcam o ritmo da vida, nos lembram da hora do le-vantar, da higiene pessoal, da cagada, da hora de alimen-tar, de ir ao estudo e emprego, de ser feliz, da piada, dotédio, do almoço, de namorar ou de curtir não ter nin-guém, de ligar o rádio para nada escutar, ou mesmo dossegundos que paralisam a alma quando o sono foge semdeixar paradeiro.Convivendo com vários pacientes com transtornos,

como os que atendi nesses mais de 20 anos de experiênciaprofissional, aprendi que os casos de insônia refletem a

dificuldade de relaxar, de se entregar,cabeça acelerada, ideias desconexas eum mergulho involuntário em umanarrativa, na fantasia da existência,muito pensar e afetos confusos. Pacientes que levam paraa cama todos os problemas, o trabalho, as contas, o es-pírito das coisas, que volta-se para vingar, e a cama pe-sada, cheia de tantos por quês, deixa o sono para trás.Basta deitar que o cansaço some e o que fica é uma aten-ção desfocada, que cria miragens nas paredes vazias,entre milhares de diálogos ensandecidos nos vários eusque habitam nossa psique. Um doido diálogo comumque pertence a nossa humanidade, na eterna revisão daconsciência que nessas horas grita e exige respostas. Mascomo aquietar a alma em ebulição? Como dizer ao pen-samento que toma de assalto a vontade que isso tudopode ser resolvido amanhã, na hora do expediente?Há um quê de masoquismo nas crises de insônia. O

hábito do relembrar para sofrer, por que raras ideias boasfluem quando o sonho nos evita. Um flashback dos pio-res momentos, das coisas erradas que estão por vir, ouainda como será o início da terceira guerra mundial ouda pandemia vindoura? Não conseguir largar do pessi-mismo, das ideias que nos fazem sofrer é masoquismo.Onde está o amor próprio, o respeito, a consciência cor-poral para garantir o repouso? Quais as ideias e fantasiasque você tem quando perde o sono? O que sua mente lhequer dizer nesses momentos? São perguntas que faço ameus pacientes quando me relatam que não conseguiramdormir, e as respostas por vezes são fascinantes, suge-rindo um elemento narrativo semelhante a um sonho, poristo chamo este processo de similar a uma imaginaçãoativa - uma técnica da psicologia analítica que usamosem consultório.A qualidade de vida que tanto dizemos está associada

diretamente a nossa paz de espírito, à possibilidade decrescimento interior. A tensão recorrente das crises de in-sônia anunciam claramente que as coisas não andambem, que a ansiedade se avizinha e que doenças podem-chegar mais fortes. É necessário redescobrir o que relaxa,o que dá calma, o que pode acalentar para reverter o qua-dro. Remédios auxiliam em casos mais agudos, inibindoos sintomas, mas geram o risco claro de tornar a pessoaainda mais distante de seus conflitos, em uma fuga de suaprópria essência, um risco grave que pode complicar maisno futuro. Insônia se resolve com o confronto dessas fan-tasias, com consciência, atividade física e uma boa psi-coterapia.Bons sonhos...Jorge Antonio Monteiro de Lima é deficiente visual (cego),

analista (C. G. Jung), psicólogo clínico, pesquisador em saúdemental, escritor, cronista e músico.

GOIÂNIA, 12 A 18 DE MARÇO DE 2017

X

A necessária adequaçãoda reforma previdenciáriaO governo Temer tem um grande desafio nos próximos meses: a aprovação da

Reforma da Previdência, que deverá mexer com a vida de todos os trabalhadoresativos. Aqueles que têm menos de 50 anos (homens) ou 45 anos (mulheres) deve-rão obedecer às novas regras integralmente. Já quem tem 50 anos ou mais seráenquadrado com uma regra diferente, com tempo adicional para requerer o bene-fício. Aposentados e aqueles que completarem os requisitos para pedir o benefícioaté a aprovação da reforma não serão afetados pois já possuem direito adquirido.O governo pretende fixar idade mínima de 65 anos para aposentadoria e elevar

o tempo mínimo de contribuição de 15 anos para 25 anos. Atualmente, não háuma idade mínima para o trabalhador se aposentarm. É possível pedir a aposen-tadoria com 30 anos de contribuição, no caso das mulheres, e 35 anos no caso doshomens. Para receber o benefício integral, é preciso atingir a fórmula 85 (mulheres)e 95 (homens), que é a soma da idade com o tempo de contribuição.Uma das grandes polêmicas é a regra de transição para quem está perto da

aposentadoria. O governo propõe que homens com 50 anos de idade ou mais emulheres com 45 anos de idade ou mais poderão aposentar-se com regras dife-renciadas. A regra de transição só vale para o tempo de aposentadoria, já para ocálculo do benefício valerá a nova regra proposta.Trabalhadores nessa situação deverão cumprir um período adicional de con-

tribuição, uma espécie de “pedágio”, equivalente a 50% do tempo que faltaria paraatingir o tempo de contribuição exigido. Por exemplo, se para um trabalhador fal-tava um ano para a aposentadoria, passará a faltar um ano e meio (12 meses +50% = 18 meses). Este pedágio também vale para professores e segurados espe-ciais (trabalhadores rurais) que tiverem 50 anos de idade ou mais, se homens, e 45anos de idade ou mais, se mulheres.Sobre esse ponto, os deputados querem uma regra de transição mais equali-

zada, possibilitando entrada nessa regra de trabalhadores com menos de 50 anos(homens) e de 45 anos (mulheres), evitando, assim, um grande prejuízo para quem,por exemplo, tenha 49 anos na data de entrada de vigor da lei.Apesar da resistência do governo, o relator da proposta de emenda à Consti-

tuição da reforma da Previdência, deputado Arthur Maia (PPS-BA), já declarouque o texto deve sofrer alterações. O texto enviado pelo governo ao Congresso temrecebido críticas tanto da base aliada quanto da oposição. Integrante da base aliadaao governo, Maia disse que, apesar do Planalto defender a aprovação do texto semalterações, dificilmente a proposta será aprovada integralmente como veio. O de-putado ressalta que no Congresso o debate e a conciliação são fundamentais.O provável é que o governo abra mão de alguns pontos ou flexibilize algumas

regras, para conseguir a aprovação. Caso mantenha-se inflexível, exigindo regrasextremamente duras do trabalhador, corre o sério risco de não conseguir aprovara proposta. O trabalhador brasileiro, tão sofrido com salários baixos e má presta-ção de serviços públicos, vê agora ameaçada a possibilidade de conseguir a so-nhada aposentadoria, já que com as novas regras muitos dificilmente viverão temposuficiente para gozar algum benefício.

A liberação de saque das contas inativas do FGTS provocou grandes filas nas agências da Caixa EconômicaFederal em todo o país na última sexta-feira. Tendência é que movimentação continue pelos próximos dias

José Cláudio Romero

Os cinco anos de gestão inteligenteVirou clichê dizer como o tempo passou rápido. A fa-

cilidade da comunicação, a avalanche de informações e oemprego da tecnologia nos permitem cumprir diversas ta-refas ao mesmo tempo, tornando nosso trabalho muitomais produtivo. Para nós, que trabalhamos para transfor-mar uma unidade hospitalar, os dias passam em altíssimavelocidade. Podemos, inclusive, brincar de Juscelino Ku-bitschek. Dizer, sem medo, que foram 50 anos em 5.Completamos um quinquênio de gestão inteligente no

Hospital Alberto Rassi. Empregar uma gestão moderna,com os princípios da eficiência e economicidade em umaunidade com mais de 50 anos de funcionamento foi umgrande desafio, mas, aceito com toda a coragem pelaequipe do Instituto de Desenvolvimento Tecnológico e Hu-mano (Idtech). Enfrentamos resistências, é claro. Foi pre-ciso mostrar diuturnamente que estávamos ali paratrabalharmos juntos, em prol de um HGG melhor para oSistema Único de Saúde, o SUS.Hoje, temos uma unidade reestruturada, com novos

serviços, mais produtiva e com qualidade nível 2 certificadapela Organização Nacional de Acreditação (ONA). Lem-brando que o HGG foi o primeiro hospital já em funcio-namento a ter sua gestão transferida para umaorganização social, e que, este foi pioneiro no setor públicoao conquistar o selo de certificação hospitalar. Sem dúvi-das, abrimos as portas para um caminho sem volta, o daqualidade na saúde pública.Em 2016, consolidamos esta gestão e superamos mais

uma vez em produtividade, sem per-der a qualidade. O Ambulatório pro-vou que é o maior centro deespecialidades de Goiás, realizando 130.225 consultas, oque representa um aumento de 23% comparado ao anoanterior. Superamos a média histórica de cirurgias, ba-tendo o recorde nos últimos cinco anos, com 5.391 cirur-gias. Além das internações, que também aumentou em23%. E ainda, abrimos uma ala especial de Cuidados Pa-liativos.Queremos ir muito além de números e indicadores.

Afinal, cuidamos de pessoas, com nome, sobrenome eprincipalmente, história de vida. É por isso que investimosem projetos especiais para levar mais amor e harmonia aoambiente hospitalar. São iniciativas que oferecem música,arte, literatura e comédia para aqueles que lutam diaria-mente em favor da vida, tornando nosso atendimentoainda mais humanizado.Temos muito a agradecer ao Governo de Goiás, por

meio da Secretaria de Estado da Saúde, por todo o apoioe por acreditar em nosso trabalho. Além de agradecer todaa equipe do HGG, que supera a cada dia seus próprios li-mites. Quem venham os novos desafios, pois é isso quenos move.

José Cláudio Romero, diretor geral do Hospital AlbertoRassi e coordenador executivo do Instituto de DesenvolvimentoTecnológico e Humano (Idtech)

Jorge Antônio Monteiro de Lima

ESFERA PÚBLICAESPAÇO PARA FOMENTAR O DEBATE, OS ARTIGOS PUBLICADOS NESTA SEÇÃO NÃO TRADUZEM NECESSARIAMENTE A OPINIÃO DO JORNAL

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Opinião CENA URBANAFLAGRANTE DO DIA A DIA DA CAPITAL, ESTADO, BRASIL E MUNDO

CARTA AO LEITORFOTO: TOMAZ SILVA / AGÊNCIA BRASIL

MANOEL MESSIAS RODRIGUES – EDITOR EXECUTIVO

InsôniaNem na morte espero dormir.Espera-me uma insônia da largura dos astros,E um bocejo inútil do comprimento do mundo...

Álvaro de Campos

4h20, travesseiro com espinhos, milhões de pensa-mentos trazem a ausência de Morpheus, a cama com for-migas e outros seres desatinam da alma a paz. Roda,roda, suor, imaginei que ali estivesse comigo de mãosdadas, mas a ilusão sai do sonho e nos fita, um delírio,narrativas, pensamentos tantos de tantas, encadeados,sem nexo ou rumo, apenas uma velha avalanche de pen-samentos, o “macaco louco” que não para. A insônia é oreino mágico das fantasias que se evocam no delírio dopensar sem ação. Possibilidades, medos, anseios. “Comoserá o amanhã? Responda quem puder” ou quem con-seguir gritar. Minutos se tornam séculos e nem os pássa-ros, nem insetos, apenas os pensamentos em desordemtilintam a paz de espírito.Já tive meus momentos de insônia. Escrevi livros, pre-

parei aulas,lembrei do amor, revi o futuro, fitei o passadoe me dediquei à fantasiada existência em uma imaginaçãoativa na busca de consciência. Insônia de bons momen-tos, de revisão de problemas, de alegrias e de tristezas, deeuforia e melancolia. Mas quem nos garante o direito dedormir e sonharnos dias atuais? É plausível ao homem-máquina da pós-modernidade, em seus tantos afazeres,aquietar seu espírito e repousar? É-nos lícito sonhar?No cenário em que vivenciamos concretamente a crise

de persona, de milhares de eus de rompimento de identi-dade, que entope sensações sem pessoa correspondente,anunciando o estado psicótico emergente da pós-moder-nidade. Uma prisão de sentimentos, sensações sem ela-boração, sem rumo, sem destino, elo perdido, ponto zero.Mas de que mesmo? Resultado prático: agonia, ansie-dade, neurose, a vivência em terceira pessoa do eu desfo-cado de sua própria estrutura e sentido – crise deindividuação...“Uma abstração de autoconsciência sem de quê”, que

corrói a alma, o Sossego, a paz de espírito no tilintarconstante das ideias que replicam às voltas do relógio quenão sai do lugar. Sim, os relógios não saem do lugar, masdemarcam o ritmo da vida, nos lembram da hora do le-vantar, da higiene pessoal, da cagada, da hora de alimen-tar, de ir ao estudo e emprego, de ser feliz, da piada, dotédio, do almoço, de namorar ou de curtir não ter nin-guém, de ligar o rádio para nada escutar, ou mesmo dossegundos que paralisam a alma quando o sono foge semdeixar paradeiro.Convivendo com vários pacientes com transtornos,

como os que atendi nesses mais de 20 anos de experiênciaprofissional, aprendi que os casos de insônia refletem a

dificuldade de relaxar, de se entregar,cabeça acelerada, ideias desconexas eum mergulho involuntário em umanarrativa, na fantasia da existência,muito pensar e afetos confusos. Pacientes que levam paraa cama todos os problemas, o trabalho, as contas, o es-pírito das coisas, que volta-se para vingar, e a cama pe-sada, cheia de tantos por quês, deixa o sono para trás.Basta deitar que o cansaço some e o que fica é uma aten-ção desfocada, que cria miragens nas paredes vazias,entre milhares de diálogos ensandecidos nos vários eusque habitam nossa psique. Um doido diálogo comumque pertence a nossa humanidade, na eterna revisão daconsciência que nessas horas grita e exige respostas. Mascomo aquietar a alma em ebulição? Como dizer ao pen-samento que toma de assalto a vontade que isso tudopode ser resolvido amanhã, na hora do expediente?Há um quê de masoquismo nas crises de insônia. O

hábito do relembrar para sofrer, por que raras ideias boasfluem quando o sonho nos evita. Um flashback dos pio-res momentos, das coisas erradas que estão por vir, ouainda como será o início da terceira guerra mundial ouda pandemia vindoura? Não conseguir largar do pessi-mismo, das ideias que nos fazem sofrer é masoquismo.Onde está o amor próprio, o respeito, a consciência cor-poral para garantir o repouso? Quais as ideias e fantasiasque você tem quando perde o sono? O que sua mente lhequer dizer nesses momentos? São perguntas que faço ameus pacientes quando me relatam que não conseguiramdormir, e as respostas por vezes são fascinantes, suge-rindo um elemento narrativo semelhante a um sonho, poristo chamo este processo de similar a uma imaginaçãoativa - uma técnica da psicologia analítica que usamosem consultório.A qualidade de vida que tanto dizemos está associada

diretamente a nossa paz de espírito, à possibilidade decrescimento interior. A tensão recorrente das crises de in-sônia anunciam claramente que as coisas não andambem, que a ansiedade se avizinha e que doenças podem-chegar mais fortes. É necessário redescobrir o que relaxa,o que dá calma, o que pode acalentar para reverter o qua-dro. Remédios auxiliam em casos mais agudos, inibindoos sintomas, mas geram o risco claro de tornar a pessoaainda mais distante de seus conflitos, em uma fuga de suaprópria essência, um risco grave que pode complicar maisno futuro. Insônia se resolve com o confronto dessas fan-tasias, com consciência, atividade física e uma boa psi-coterapia.Bons sonhos...Jorge Antonio Monteiro de Lima é deficiente visual (cego),

analista (C. G. Jung), psicólogo clínico, pesquisador em saúdemental, escritor, cronista e músico.

GOIÂNIA, 12 A 18 DE MARÇO DE 2017

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A necessária adequaçãoda reforma previdenciáriaO governo Temer tem um grande desafio nos próximos meses: a aprovação da

Reforma da Previdência, que deverá mexer com a vida de todos os trabalhadoresativos. Aqueles que têm menos de 50 anos (homens) ou 45 anos (mulheres) deve-rão obedecer às novas regras integralmente. Já quem tem 50 anos ou mais seráenquadrado com uma regra diferente, com tempo adicional para requerer o bene-fício. Aposentados e aqueles que completarem os requisitos para pedir o benefícioaté a aprovação da reforma não serão afetados pois já possuem direito adquirido.O governo pretende fixar idade mínima de 65 anos para aposentadoria e elevar

o tempo mínimo de contribuição de 15 anos para 25 anos. Atualmente, não háuma idade mínima para o trabalhador se aposentarm. É possível pedir a aposen-tadoria com 30 anos de contribuição, no caso das mulheres, e 35 anos no caso doshomens. Para receber o benefício integral, é preciso atingir a fórmula 85 (mulheres)e 95 (homens), que é a soma da idade com o tempo de contribuição.Uma das grandes polêmicas é a regra de transição para quem está perto da

aposentadoria. O governo propõe que homens com 50 anos de idade ou mais emulheres com 45 anos de idade ou mais poderão aposentar-se com regras dife-renciadas. A regra de transição só vale para o tempo de aposentadoria, já para ocálculo do benefício valerá a nova regra proposta.Trabalhadores nessa situação deverão cumprir um período adicional de con-

tribuição, uma espécie de “pedágio”, equivalente a 50% do tempo que faltaria paraatingir o tempo de contribuição exigido. Por exemplo, se para um trabalhador fal-tava um ano para a aposentadoria, passará a faltar um ano e meio (12 meses +50% = 18 meses). Este pedágio também vale para professores e segurados espe-ciais (trabalhadores rurais) que tiverem 50 anos de idade ou mais, se homens, e 45anos de idade ou mais, se mulheres.Sobre esse ponto, os deputados querem uma regra de transição mais equali-

zada, possibilitando entrada nessa regra de trabalhadores com menos de 50 anos(homens) e de 45 anos (mulheres), evitando, assim, um grande prejuízo para quem,por exemplo, tenha 49 anos na data de entrada de vigor da lei.Apesar da resistência do governo, o relator da proposta de emenda à Consti-

tuição da reforma da Previdência, deputado Arthur Maia (PPS-BA), já declarouque o texto deve sofrer alterações. O texto enviado pelo governo ao Congresso temrecebido críticas tanto da base aliada quanto da oposição. Integrante da base aliadaao governo, Maia disse que, apesar do Planalto defender a aprovação do texto semalterações, dificilmente a proposta será aprovada integralmente como veio. O de-putado ressalta que no Congresso o debate e a conciliação são fundamentais.O provável é que o governo abra mão de alguns pontos ou flexibilize algumas

regras, para conseguir a aprovação. Caso mantenha-se inflexível, exigindo regrasextremamente duras do trabalhador, corre o sério risco de não conseguir aprovara proposta. O trabalhador brasileiro, tão sofrido com salários baixos e má presta-ção de serviços públicos, vê agora ameaçada a possibilidade de conseguir a so-nhada aposentadoria, já que com as novas regras muitos dificilmente viverão temposuficiente para gozar algum benefício.

A liberação de saque das contas inativas do FGTS provocou grandes filas nas agências da Caixa EconômicaFederal em todo o país na última sexta-feira. Tendência é que movimentação continue pelos próximos dias

José Cláudio Romero

Os cinco anos de gestão inteligenteVirou clichê dizer como o tempo passou rápido. A fa-

cilidade da comunicação, a avalanche de informações e oemprego da tecnologia nos permitem cumprir diversas ta-refas ao mesmo tempo, tornando nosso trabalho muitomais produtivo. Para nós, que trabalhamos para transfor-mar uma unidade hospitalar, os dias passam em altíssimavelocidade. Podemos, inclusive, brincar de Juscelino Ku-bitschek. Dizer, sem medo, que foram 50 anos em 5.Completamos um quinquênio de gestão inteligente no

Hospital Alberto Rassi. Empregar uma gestão moderna,com os princípios da eficiência e economicidade em umaunidade com mais de 50 anos de funcionamento foi umgrande desafio, mas, aceito com toda a coragem pelaequipe do Instituto de Desenvolvimento Tecnológico e Hu-mano (Idtech). Enfrentamos resistências, é claro. Foi pre-ciso mostrar diuturnamente que estávamos ali paratrabalharmos juntos, em prol de um HGG melhor para oSistema Único de Saúde, o SUS.Hoje, temos uma unidade reestruturada, com novos

serviços, mais produtiva e com qualidade nível 2 certificadapela Organização Nacional de Acreditação (ONA). Lem-brando que o HGG foi o primeiro hospital já em funcio-namento a ter sua gestão transferida para umaorganização social, e que, este foi pioneiro no setor públicoao conquistar o selo de certificação hospitalar. Sem dúvi-das, abrimos as portas para um caminho sem volta, o daqualidade na saúde pública.Em 2016, consolidamos esta gestão e superamos mais

uma vez em produtividade, sem per-der a qualidade. O Ambulatório pro-vou que é o maior centro deespecialidades de Goiás, realizando 130.225 consultas, oque representa um aumento de 23% comparado ao anoanterior. Superamos a média histórica de cirurgias, ba-tendo o recorde nos últimos cinco anos, com 5.391 cirur-gias. Além das internações, que também aumentou em23%. E ainda, abrimos uma ala especial de Cuidados Pa-liativos.Queremos ir muito além de números e indicadores.

Afinal, cuidamos de pessoas, com nome, sobrenome eprincipalmente, história de vida. É por isso que investimosem projetos especiais para levar mais amor e harmonia aoambiente hospitalar. São iniciativas que oferecem música,arte, literatura e comédia para aqueles que lutam diaria-mente em favor da vida, tornando nosso atendimentoainda mais humanizado.Temos muito a agradecer ao Governo de Goiás, por

meio da Secretaria de Estado da Saúde, por todo o apoioe por acreditar em nosso trabalho. Além de agradecer todaa equipe do HGG, que supera a cada dia seus próprios li-mites. Quem venham os novos desafios, pois é isso quenos move.

José Cláudio Romero, diretor geral do Hospital AlbertoRassi e coordenador executivo do Instituto de DesenvolvimentoTecnológico e Humano (Idtech)

Jorge Antônio Monteiro de Lima

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Diagramação

POLÍTICA 3GO I Â NIA, 12 A 18 DE MARÇO DE 2017

XMarcione Barreira

[email protected] DIRETACEIs na Câmara

Começaram a ser definidos os nomesdos vereadores que vão compor as Comis-sões Especiais de Inquérito (CEI) da Câma-ra Municipal de Goiânia. O vereador We-lington Peixoto (PMDB) será o representan-te titular do bloco Juntos por Goiânia naCEI da Secretaria Municipal de Trânsito.

Sem líderJá estamos no terceiro mês de gestão do

prefeito Iris Rezende (PMDB) e até hoje elenão conta com um líder na Câmara Munici-pal. Parece que o prefeito não está preocu-pado com isso. O secretário de Governo, Sa-muel Almeida, disse a O Popular esta sema-na que a escolha não entrou sequer na listade prioridades.

QualificaçãoA Câmara Municipal de Goiânia promo-

ve este mês cursos de capacitação para esta-giários e servidores do legislativo goianiense.Entre outras ações os integrantes da casa se-rão orientados sobre as atividades de cadaunidade administrativa.

InclusãoO deputado estadual Francisco Junior

(PSD) apresentou projeto de lei na AssembleiaLegislativa criando a Política Estadual de Pro-teção aos Direitos da Pessoa com Transtorno doEspectro Autista. O objetivo é promover a inclu-são e integração dos autistas na sociedade.

Isenção tributáriaPor iniciativa do deputado estadual Hum-

berto Aidar (PT), tramita na Assembleia Legis-lativa projeto que trata de isenção da carga tri-butária do ICMS sobre equipamentos deadaptação, acessibilidade e locomoção parapessoas com deficiências físicas, mentais e vi-suais.

Verba da CelgEm reunião na semana passada com o vi-

ce-governador José Eliton, vários prefeitos re-velaram que vão utilizar no setor de infraestru-tura a verba proveniente da venda da Celg. En-tre os setores que receberão investimentos dasprefeituras estão saúde (construção de hospi-tais) e infraestrutura (pavimentação asfáltica).

Foco em 2018Na reunião com o vice-governador esta-

vam, entre outros, os prefeitos de Trindade,Porteirão, Guapó, Corumbaíba, Bela Vista,São Simão, Abadia de Goiás, Itapaci, Alvoradado Norte e Rianápolis. Os encontros tambémtêm sido importante ponte entre Eliton e o in-terior do estado com vistas a 2018.

DengueApesar do período chuvoso, o que pressu-

põe maior facilidade para a proliferação domosquito transmissor da dengue, Goiânia re-gistrou queda no número de casos de zika edengue. Segundo a Secretaria Municipal deSaúde, na comparação entre os dois primeirosmeses do ano passado, os casos foram reduzi-dos em 82,40%.

PrevençãoA Secretaria Municipal de Saúde afirma

que vem intensificando o trabalho da OperaçãoCata Pneus, além de visitas rotineiras de cons-cientização e orientação aos moradores. Noano passado foram registrados aproximada-mente 63 mil casos de dengue em Goiânia, com14 óbitos.

Cidadão GoianoO deputado federal Paulinho da Força

(SD/SP) recebeu na Assembleia Legislativa otítulo de Cidadão Goiano. A iniciativa partiu dodeputado Henrique Arantes (PTB). A solenida-de contou com a presença do deputado federalJovair Arantes (PTB), próximo de Paulinho daForça no Congresso Nacional.

ElogiosJovair Arantes, aliás, elogiou o novo cida-

dão goiano, ressaltando sua postura parlamen-tar e flexibilidade política. “Ele é um sindicalistapolítico, há uma diferença muito grande entreos dois, mas ele consegue fazer um mix muitoimportante para as duas funções”, declarou.

PrestígioA solenidade contou com importantes no-

mes das esferas nacional e estadual. Entre eles ovice-governador José Eliton, o deputado federalDaniel Vilela (PMDB), Lucas Vergílio que per-tence ao mesmo partido de Paulinho da Força,além de Sandro Mabel (PMDB), assessor espe-cial do gabinete do presidente da República.

Oposição na AssembleiaO deputado estadual José Nelto (PMDB)

criticou o go-verno estadualcom relação àsdívidas da Sa-neago e a ven-da da Celg. Opar lamenta rafirma que a dí-vida da empre-sa seria de R$1,18 bilhão eque nem os va-lores da venda da Celg pagariam a dívida daempresa de saneamento.

RÁPIDASO governador Marconi Perillo foi recebido

pelo presidente Michel Temer no Palácio do Pla-nalto na última quinta-feira, 9.

...Marconi apresentou a Temer proposta para

a construção do trem de Passageiros Goiânia-Brasília.

Jardel Sebba, novo chefe de Gabinete doGovernador, tem recebido frequentes visitas emseu novo posto.

...O Procon Goiás promove, de 13 a 17 de

março, a Semana do Consumidor com mutirãopara negociação de dívidas.

Marconi articula duplicação da BR-153

Desde que a operação Lava Jato acertou o coração das empreiteiras, vários serviços federaisque dependiam delas foram paralisados. A empresa Queiroz Galvão, que é responsável pelosinvestimentos na BR-153, alega não ter condições para realizar investimentos e manutençãona rodovia, que corta Goiás de norte a sul. A questão fez com o que o secretário especial doPrograma de Parcerias de Investimentos, Adalberto Santos de Vasconcelos, viesse a Goiânia,onde se encontrou com o governador Marconi Perillo e discutiram o problema. Um meio termo

tem sido discutido no âmbito do Governo Federal para queuma empresa americana assuma a BR e duplique a pista omais rapidamente possível. “Teremos uma resposta empoucos dias. Já tratamos desse assunto com a ANTT[Agência Nacional de Transportes Terrestres] e em breveteremos uma solução para o impasse”, afirmou o secre-tário. Consta no acordo entre Queiroz Galvão e governofederal que a empreiteira duplicasse toda a extensão darodovia no prazo máximo de cinco anos, entretanto,quase metade do tempo já passou (dois anos) e nenhum

serviço foi realizado. Segundo a empreiteira, oBNDES não liberou recursos pelo fato de a

empresa estar sob investigação daoperação Lava Jato. Como forma depressionar, pela troca e pela agilida-de, o governador Marconi Perillodestacou que a empresa americana,caso assuma, precisa realizar osinvestimentos o mais rápido pos-

sível. No entanto, a companhiaquer mais cinco anos de pra-

zo para promover o servi-ço. O governo estadualpede três anos.

Cristóvão adotamedidas deausteridade Seguindo a linha deausteridade eprudência, prefeitodeterminou imediatocorte de gratificaçõese cargoscomissionados

O prefeito de Luziânia,Cristóvão Tormin (PSD), iniciaseu segundo mandato(2017/2020) com medidasamargas, mas necessárias, deausteridade, focado em entregarobras e benefícios para a popu-lação. As novas determinaçõesdo prefeito visam buscar melho-rias para o município.

“Crise se vence com muitaresponsabilidade e trabalho”,justifica Cristóvão, ao comple-mentar que seu salário e o deseus secretários vão permanecercom o corte de 20%, como jávinha acontecendo desde o pri-meiro mandato – o projeto de

redução do salário foi aprovadopela Câmara Municipal.

O prefeito afirma que esperaa compreensão de todos, espe-cialmente dos atingidos pelasmedidas de contenção das des-pesas. “Os recursos economiza-dos vão retornar aos cofres daadministração pública parainvestimentos em obras e outrasdespesas”, ressalta Cristóvão.

Seguindo a linha de austeri-dade e prudência, o prefeitonomeou secretários apenas parametade das secretarias já existen-tes e determinou corte de gratifi-cações e cargos comissionados.

Cristõvão destaca que, espe-cialmente em tempos de criseeconômica, o poder público pre-cisa dar o bom exemplo. “Temosque dar o exemplo nestemomento tão difícil pelo qualatravessa o Brasil. E com toda aeconomia que estamos promo-vendo, vamos realizar maisobras que atendam a coletivida-de, principalmente os maiscarentes”, diz.

O prefeito lembra que emseu primeiro governo realizouinúmeras obras, como asUnidades de ProntoAtendimento (UPAs) 24 horas, aEscola de Tempo Integral (a pri-meira da Região), novas salas deaulas, asfalto, iluminação públi-ca e vários passeios públicos.

Apesar da crise que o paísatravessa, Luziânia é um exem-plo a ser seguido por outrosmunicípios do País.

Conforme o prefeito, comcriatividade e empenho as obrasestão sendo realizadas em bene-fício de toda a população. Asaúde pública do município teveavanços significativos no primei-ro governo Cristóvão e asmelhorias estão por toda a cida-de, como, por exemplo, reformae ampliação das cinco unidadesbásicas de saúde já existentes,aumento das equipes médicas,valorização dos profissionais e apromoção do atendimentopúblico de saúde mais humani-zado.

Diferentemente da maioriados municípios do Estado,Luziânia segue na contramãoda crise que está afetando oPaís. Assim, por meio de umaadministração eficiente, o pre-feito Cristóvão Tormin iniciaseu mandato com as contas domunicípio equilibradas.

Os reflexos das primeirasmedidas de contenção de des-pesas estão surtindo efeitospositivos e o governo (primeiroe segundo mandatos) está con-seguindo pagar antecipadamen-te os salários dos servidores,enquanto em muitas cidades ossalários estão atrasados e emoutras os administradores estãopagando de forma parcelada.

Assim como nos quatroanos da gestão anterior, os ser-vidores da Prefeitura deLuziânia tiveram seus saláriosde janeiro depositados no dia26, antes de encerrar o mês.Esse será o 49º mês consecuti-vo em que os salários dos servi-dores são pagos antecipada-mente por determinação doprefeito. O pagamento dossalários de forma adiantadarepresenta uma confiabilidadeaos servidores municipais quepoderão honrar seus compro-missos financeiros em dia, etambém se traduz numaimportante receita que poten-cializa e fomenta a economiada cidade.

“O ano só começa depoisdo carnaval” é um dito popularque não tem vez em Luziânia.Em pleno mês de janeiro, aoiniciar sua segunda gestão, oprefeito Cristóvão já determi-nou o asfaltamento de váriasruas do Jardim Sion, somandomais de 1.200 metros de asfalto.

Segundo o morador JoséDivino, da quadra 23, há 20anos na localidade, o asfalto erauma obra muito esperada, poisrepresenta o fim da poeira e dobarro que trazia desconfortoaos moradores.

“Muitos prefeitos já prome-teram esse asfalto, mas só essagestão está cumprindo com apalavra” observa o morador.

LUZIÂNIA

Salários em dia e obras na rua Prefeito de Luziânia, Cristóvão Tormin: obras e salário dos servidores pago antecipadamente

“O argumento de superávit na Previdência éfalacioso, usa todas as receitas vinculadas àseguridade social e Previdência para cobrir só asdespesas com a Previdência, o que gera umsuperávit de R$ 100,1 bilhões”

Ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, em resposta às críticas à reforma da Previdência

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POLÍTICA4 GO I Â NIA, 12 A 18 DE MARÇO DE 2017

X

CONGRESSO NACIONAL

Deputados pedemmais flexibilidade dogoverno no texto dareforma daPrevidência; comoestá, projeto temreprovação da maioriados congressistas deGoiás

Marcione Barreira

As discussões envolvendo asreformas da Previdência e Traba-lhista têm esquentado o Congres-so Nacional neste início desemestre. Após o recesso de car-naval, os debates estão aindamais constantes e fatalmente co-meçam a revelar a tendência deaprovação ou não das propostasdo governo. Se depender dos de-putados goianos, esse apoio deveser melhor discutido.Esta semana a reportagem

conversou com congressistasgoianos e buscou posicionamen-to de cada um sobre as duas im-portantes matérias propostaspelo Governo federal. Em termosgerais, a reforma da trabalhista ébem-vista, apesar da defesa de al-guns ajustes.Já a reforma da Previdência

deve encontrar dificuldades paraconquistar a maioria dos votosdos goianos. Os parlamentaresafirmam que o governo forçou notexto, o que contribui para a rejei-ção da matéria. Entretanto, essasituação deve ser revista com aapresentação de ementas que fle-xibilizam a proposta original.Neste momento, as duas re-

formas tramitam pelas comissõesda Câmara dos Deputados comprevisão de serem apreciadas pe-lo plenário no final deste mês, emespecial a Trabalhista, que devegerar menor dificuldade para ogoverno. A reforma da Previdên-cia provavelmente será levada aplenário em meados de abril.De acordo com os números

do governo, a Previdência registrarombo crescente a cada ano. Osgastos saltaram de 0,3% do PIB,em 1997, para projetados 2,7%,em 2017. Segundo dados divul-gados pelo governo, em 2016, odéficit do INSS chegou a R$149,2 bilhões e, em 2017, está es-timado em R$ 181,2 bilhões.Na avaliação do Planalto, a

proposta, além de atacar o déficitatual, vem para corrigir de formaantecipada problemas que devemse apresentar nos próximos anos.Isso porque os brasileiros estãovivendo mais e a população tendea ser mais composta de idososcom o passar dos anos. O per-

Goianos querem alterações naproposta de reforma da Previdência

centual de jovens, que sustentamo regime, tende a diminuir.A proposta do governo fixa

idade mínima de 65 para requereraposentadoria e eleva o tempomínimo de contribuição de 15para 25 anos.Integrante da Comissão que

analisa a reforma da Previdência,

o deputado federal AlexandreBaldy (PTN) acredita que nãodeve demorar muito para que elaseja apreciada em plenário. Se-gundo ele, o relatório final da Co-missão deve ser avaliado no finalde março. “A expectativa é essa,para, depois, ser apreciada noplenário”, diz.

No item específico que tratasobre a idade mínima para re-querer a aposentadoria, todosos trabalhadores ativos serãoafetados. Homens a partir de 50anos e mulheres com 45 anos oumais serão enquadrados emnormas mais suaves, mas comtempo adicional para requerer o

benefício. Aposentados e aque-les que completarem os requisi-tos para pedir o benefício até aaprovação da reforma não serãoafetados.Apesar do otimismo sobre a

apreciação pelo Congresso, Ale-xandre Baldy afirmou que não háuma data-limite para conclusão

O deputado federal DanielVilela (PMDB), presidente daComissão que analisa a refor-ma trabalhista, diz estar convic-to de que o projeto é necessário.Sob o argumento de que a mo-dernização das leis é fundamen-tal, o parlamentar destaca que épreciso destravar os gargalosdas relações trabalhistas.Como presidente da Comis-

são, o deputado esclarece que oprincipal papel no cargo é pro-mover a moderação do debate,além de ouvir todos os ladosenvolvidos. “Tenho a função de assegu-

rar a boa tramitação do projetoe de moderar o debate, permi-tindo que todos os segmentossejam ouvidos para a constru-

ção de um bom texto final”, de-clarou.De acordo com o presidente

da Comissão, a reforma traba-lhista terá uma tramitação maissimples. Segundo ele, a base dogoverno vem trabalhando e temo apoio de boa parte dos seg-mentos alcançados pelo pelaproposta. “O texto base do governo

conseguiu apoio tanto de enti-dades patronais quanto de par-te dos sindicatos detrabalhadores. Alguns dizematé que deveria ser mais radi-cal”, revela Daniel.O deputado federal Heuler

Cruvinel (PSD) acredita que aproposta que reforma a regrastrabalhistas precisa ser aprova-

da o quanto antes. Para Heuler,as medidas são fundamentaispara a geração de emprego.“A aprovação dela é extre-

mamente importante porque vaianimar o comércio. É precisofazê-la rápido para alavancar ageração de emprego”, ressalta.Já o deputado federal Fábio

Sousa (PSDB) avalia que a re-forma trabalhista, apesar da ne-cessidade do debate, tem apoiode quase todos.“Tenho observado um con-

senso maior em torno dessamatéria”, diz.Um dos parlamentares mais

antigos na Casa, o constituinteRoberto Balestra (PP) ponderaque, de fato, o governo foi rígi-do nas propostas, mas encara

com naturalidade o fato e revelaque agora cabe ao Congressonegociar."Quando você vai vender al-

go você coloca o preço bem altopara ter maiores possibilidadesde negociar. Foi isso que o go-verno fez", exemplifica.Roberto Balestra é favorável

às mudanças e afirmou quemesmo assim, ao tomar conhe-cimento dos ajustes promovi-dos nas Comissões, vai avaliara possibilidade de apresentarcorreção."Naturalmente há possibili-

dade de apresentar emendas.Vou aguardar o texto final eapresentarei as que julgar ne-cessárias", destacou o parla-mentar.

Nota: até o fechamento desta edição, os deputados Thiago Peixoto, Giuseppe Vecci, João Campos e Marcos Abrão não haviam retornado ocontato feito pela Tribuna. O deputado Lucas Vergilio não quis responder.

Reforma trabalhista tem maior aceitação

Alexandre Baldy (PTN)Trabalhista: a favorPrevidência: a favor

Delgado Waldir (PR)Trabalhista: não definiuPrevidência: contra

Heuler Cruvinel (PSD)Trabalhista: a favorPrevidência: contra

Célio Silveira (PSDB)Trabalhista: a favorPrevidência: contra

Fabio Sousa (PSDB)Trabalhista: a favorPrevidência: contra

Jovair Arantes (PTB)Trabalhista: a favorPrevidência: a favor

Daniel Vilela (PMDB)Trabalhista: a favorPrevidência: não definiu

Flávia Moraes (PDT)Trabalhista: contraPrevidência: contra

Magda Mofatto (PR)Trabalhista: a favorPrevidência: contra

Pedro Chaves (PMDB)Trabalhista: a favorPrevidência: contra

Roberto Balestra (PP)Trabalhista: a favorPrevidência: a favor

Rubens Ottoni (PT)Trabalhista: contraPrevidência: contra

dos trabalhos na Comissão. Lí-der entre os deputados do seupartido, Baldy é a voz da bancadado PTN e deve influenciar seuscorreligionários tanto na Comis-são quanto no plenário.Contrário à proposta original,

o deputado federal Célio Silveira(PSDB) diz que o governo foimuito severo. Para ele, da formaque foi apresentada, a propostanão deve passar nem mesmo pelaComissão. Ele garante que deveapresentar ao menos 20 emendasno sentido de equilibrar algunspontos da proposta.“Tanto na reforma Trabalhis-

ta quanto na da Previdência serápreciso fazer ajustes. A forma co-mo a da Previdência foi colocadaestá muito dura. Assim que che-gar ao plenário vou apresentar 23emendas e tentar amenizar al-guns pontos”, ressalta Silveira.A deputada federal Flávia

Morais (PDT) diz ser favorável àreforma da Previdência, entretan-to, no aspecto que envolve a ida-de mínima para requerer aaposentadoria, ela defende queapenas os novos contribuintes se-jam incluídos na nova proposta.Para ela, se a norma incluir as

pessoas que já estão contribuin-do, haverá muitos prejuízos."A reforma é necessária, mas

para valer para trabalhadores quevão entrar no sistema. Os traba-lhadores que já são contribuintesnão podem perder seus direitos",defende Flávia Morais, que segui-rá orientação da bancada no atoda votação.Integrante da Comissão de

Constituição e Justiça da Câma-ra dos Deputados, por onde tra-mitou a reforma da Previdência,o deputado federal DelegadoWaldir Soares (PR) destaca quetentou fazer com que a propostafosse reprovada ali, mas perdeupara a maioria. Na CCJ, ela foiaprovada por 32 votos a 20.O parlamentar diz que é a fa-

vor apenas de um dos pontos daproposta: a parte que discorre so-bre o teto da aposentadoria paratrabalhadores dos setores públicoe privado.“Este é o único item que eu

não vou discutir. Este ponto eusou favorável. Tem que ser igualpara todos”, defende DelegadoWaldir.Caso promulgada a emenda

constitucional como foi apresen-tada, trabalhadores do setor pri-vado e servidores públicoreceberão, como piso dos benefí-cios, o salário mínimo, atualmen-te R$ 937,00. Já o teto, paraambos, será equivalente ao valormáximo pago pelo Instituto Na-cional do Seguro Social (INSS),hoje de R$ 5.189,82. Pela propos-ta, os benefícios serão corrigidosanualmente.

Veja a posição dos parlamentares goianos em relação às propostas enviadas pelo Governo Michel Temer ao Congresso Nacional

Flexibilização das relações de trabalho deve ser aprovada

FOTOS: PAULO JOSÉ

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fundamental. Não tem comomanter o sistema previdenciáriocomo está porque está que-brando o país. Se continuar,amanhã os aposentados nãoterão como receber. E o governoestá caminhando pra fazer a mu-dança. Isso está sendo um freioao desenvolvimento do país. Vejoque lentamente, gradualmenteestamos saindo desse atoleiro,que não é pequeno. Eu nunca vio país na situação que está, masa gente acredita no potencial doBrasil, acredita que teremos umamudança na mentalidade polí-tica gestora do país, até por forçadas circunstâncias, das coisasque estão acontecendo. Então,havendo dirigentes com patrio-tismo, com probidade, com res-ponsabilidade com a população,o Brasil poderá sair dessa situa-ção rapidamente.

O ritmo da retomada daeconomia, pautado pelos cortesde juros através de redução dataxa Selic, está agradando aclasse empresarial ou deveriaser mais acelerado?

Precisa ser intensificada. Ainflação está sob controle, nacasa dos 5%, a Selic acima de10%, isso é fora do normal. Épreciso jogar dinheiro na econo-mia para que se faça os investi-mentos e gere emprego. A Selicempobrece o Brasil. Ocorre queo governo é o grande tomador dedinheiro emprestado dos bancos,pagando juros da taxa Selic. Em2015, perdemos mais de 12 mi-lhões de postos de trabalho comfechamento de mais de 130 milempresas no país. É uma situa-ção alarmante para a sociedadee ao mesmo tempo os bancos ti-veram mais R$ 63 bilhões delucro. Está acontecendo um en-xugamento na economia do país,através dos bancos, que estão re-tirando o dinheiro, que deveriagirar a economia, e colocandonas mãos de pouquíssimos ban-queiros. O país está nas mãosdos bancos. Isso tem que ser en-frentado. Isso sem falar nos jurosque o cidadão paga, no chequeespecial e cartão de crédito, cujosjuros ultrapassaram a marca de478% ao ano. É um verdadeiromassacre, uma usurpação da po-pulação, com a permissão da lei.Quem entra no cartão de cré-dito, no cheque especial, não saimais, é como entrar numa areiamovediça, quanto mais mexe,mas se afoga. O país não podeconviver com essas taxas dejuros que estão aí. O ministroHenrique Meirelles, que temuma competência muito grande,precisa compreender que é pre-ciso reduzir essas taxas de juros.O Brasil não suporta continuarda forma que está. Qual a importância dosincentivos fiscais para a

economia goiana?Esta é a segunda vez que esse

processo chega para julgamentono Supremo e não é julgado.Agora não podemos mais perdertempo. Tem uma regra que pre-judica demais essa questão dosincentivos fiscais, que é a exigên-cia de unanimidade no Confaz[Conselho Nacional de PolíticaFazendária, constituído pelos se-cretários de Fazenda dos Esta-dos e do Distrito Federal]. Senão se conseguir a unanimidadeno Confaz, não altera nada napolítica fiscal. É um absurdo,porque se 26 estados decidiremadotar uma política de desenvol-vimento e um votar contra, elanão é aprovada. Por isso, temosno Senado um projeto para queo quorum do Confaz seja redu-zido para cinco terços, ou 60%mais um, assim teremos uma de-cisão democrática, prevalecendoa vontade da maioria dos esta-dos, da maioria da população.

E quanto aos incentivos fiscaispropriamente ditos?

O Brasil é um país de dimen-são continental e precisamospromover o desenvolvimento detodas as regiões. Não pode SãoPaulo, até de forma egoísta, im-pedir que os outros estados se

desenvolvam. O nosso Centro-Oeste, mesmo com a riquezafantástica que temos, se não ti-vermos incentivos para atrair asempresas para cá, elas não virão,porque ficar lá é mais fácil. Os in-centivos fizeram com que Goiásdeixasse de ser um estado mera-mente produtor de matéria-prima, de commodities, e setornasse parcialmente industria-lizado. Outros estados tambémfizeram uso dos incentivos fis-cais, principalmente do Nor-deste, como Ceará e Bahia.Inclusive Espírito Santo, Paranáe Santa Catarina também ofere-cem incentivos fiscais para atrairempresas e gerar empregos.Goiás foi muito eficiente na suapolítica de incentivos fiscais, por-que atraímos muitos empregos.São Paulo tem é que entenderque é capital da América Latina,não apenas do Brasil. É o Estadomais rico e não devia criar casocontra os estados menos desen-volvidos. Isso é egoísmo. Achoque o governador Geraldo Alck-min pôs a mão na consciêncianesse entendimento com o go-vernador de Goiás e falou:“Vamos tentar resolver isso efazer um acordo”. O estado deSão Paulo puxa a economia todado Brasil lá pra dentro e já está

ENTREVISTA / PEDRO ALVES DE OLIVEIRA - PRESIDENTE DA FIEGManoel Messias Rodrigues

Tribuna do Planalto – Queavaliação o sr. faz da economiabrasileira, que começa a darsinais de reaquecimento, como oaumento do número deempresas abertas em Goiás?

Pedro Alves de Oliveira – Emdezembro, após reunião de quaseduas horas com o presidenteTemer e outros empresários, fizminha avaliação sobre comodeve se comportar a economiabrasileira este ano. Em primeirolugar o presidente disse que pre-cisava gerar emprego, mas nãoera o governo que iria fazer isso esim os empresários, o setor pri-vado, já que o governo não geraimpostos, só gasta. Então eledisse que sabia do momento de-licado e queria ajudar. E a me-dida que ele colocou foi: “temosuma legislação trabalhista ultra-passada, que precisa ser moder-nizada, para que tenhamos umaharmonia maior entre o capital eo trabalho. É uma medida muitopolêmica, mas vamos fazer isso”.E realmente Temer mandou parao Congresso, está lá para ser de-finida. Outra medida, já apro-vada, foi a limitação do gastopúblico à variação inflacionáriado ano anterior, o que foi funda-mental, porque a sociedade bra-sileira não suporta mais osgovernos gastarem desordenada-mente e, quando acaba o caixa,criar mais impostos em cima dasociedade. Então por isso, o pre-sidente disse que mandaria essamedida para o Congresso paraque botar um freio nisso. E efeti-vamente aprovou tal medida.Então, em dezembro eu vislum-brei que 2017 seria melhor.

E isso de fato está acontecendo?Os fatos estão comprovando:

houve um aumento na confiançados empresários, uma queda sig-nificativa da inflação e os jurosestão em declínio. Agora, dofundo do poço em que foi colo-cado o Brasil não se sai de umahora para outra, requer tempo.Mas não estamos andando emmarcha à ré mais, a marcha agoraestá engrenada em primeira e es-tamos gradualmente saindo.Temos confiança no país, quetem uma riqueza incomensurável,riquezas naturais, clima, capaci-dade de produzir. Então a gentepergunta: como é que pode umpaís como o Brasil, com tanta ri-queza, estar numa situaçãodessa? Acredito que o país estápassando por uma metamorfosecompleta e acredito muito que oBrasil será melhor daqui prafrente e já em 2017 teremos os si-nais positivos. Não serão grandesnúmeros, mas só de sair do nega-tivo para o positivo já significagrande coisa. Um fator muito im-portante na economia é a geraçãode emprego, porque a economiavive do consumo. Se não tem em-prego, não tem renda; se não temrenda, não tem consumo. É im-portante voltar a gerar emprego,para que esse emprego tenhauma repercussão social e, assim,a gente volte a consumir, porqueaí a roda volta a girar pra frente.O emprego gera consumo, queaumenta a atividade industrial,gerando novos empregos. Outracoisa que estou confiando é queo superávit na balança comercialocorreu muito devido à valoriza-ção do dólar, porque os produtosbrasileiros se tornaram baratos.Então, em vez de trazer produtosindustrializados pra cá, é hora departir para a exportação, inclusivede produtos industrializados. Jáexportamos muito produtos agrí-colas, mas não podemos ficarapenas nos produtos primários,precisamos que as nossas indús-trias comecem a exportar. EmGoiás, já temos pequenos e mi-croempresários começando aavançar nas exportações, nãoapenas na América do Sul, masno Oriente Médio.

Qual o posicionamento do sr.sobre a Reforma daPrevidência?

A reforma da Previdência é

“A sociedade nãosuporta mais osgovernos gastaremdesordenadamente”Apoiador das ReformasTrabalhista ePrevidenciária propostaspelo governo MichelTemer, o presidente daFederação das Indústriasdo Estado de Goiás(Fieg), Pedro Alves deOliveira acredita que opaís começou “a sair dofundo do poço” comaumento na confiançados empresários, quedasignificativa da inflação eos juros entrando emdeclínio neste início de2017. Natural dePatrocínio, Minas Gerais,Pedro é empresário hámais de 40 anos e desdemeados da década de1980 possui atuaçãosindical e vínculo com aFieg. Durante todo estetempo, diz, nunca viu opaís numa situação tãocomplicada. Alicerçadoem sua experiência, o líderclassista faz duras críticasao setor financeiro. “Está acontecendo umenxugamento na economia do Brasil, através dosbancos, que estão retirando o dinheiro do país, quedeveria girar a economia, e colocando nas mãos depouquíssimos banqueiros”, avalia. Nesta entrevista,Pedro salienta ainda a importância de se investir na

geração de emprego e na qualificação profissionalporque a economia vive do consumo. “Se não tememprego, não tem renda; se não tem renda, não temconsumo”, pontua. Graduado em Administração, elehoje está à frente também do Conselho Deliberativodo Sebrae Goiás.

“Os incentivos fiscais fizeram comque Goiás deixasse de ser

meramente produtor de matéria-prima e se industrializasse”

“O país está nasmãos dos

bancos. Isso temque ser

enfrentado. Opaís não pode

conviver com astaxas de jurosque estão aí ”

bem industrializado; agora é avez dos estados emergentes,menos privilegiados, terem seudesenvolvimento. Então precisa-mos agora juntar forças parairmos no Congresso para que osincentivos fiscais sejam convali-dados. Isso é muito importante,porque, se caísse isso, iriam que-brar não apenas as empresas,mas os estados que oferecem in-centivos iriam quebrar também.

Que impressão o sr. trouxe dospaíses do Oriente Médiovisitados pela Missão Oficial doGoverno de Goiás?

Essas missões, ações lidera-das pelo governo estadual, são defundamental importância, por-que levamos Goiás para povosque não sabem nem onde ficanosso estado. Quando você mos-tra as riquezas, potencialidades etamanho de Goiás, que é maiorque muitos países que visitamos,eles ficam admirados. Estivemosem países que não têm água, elesimportam água pra beber e des-salinizam para irrigar. E quandoeles veem nossas riquezas natu-rais, nossos rios, nossa produçãode alimentos, ficam muito admi-rados. Essas missões são muitopositivas. Entre muitas oportuni-dades que surgiram, o governa-dor fechou protocolo deintenções com uma grande in-dústria de armas que poderáabastecer nossas forças armadase exportação. Eles estão muitoentusiasmados e essa empresatrará geração de emprego erenda, com previsão inicial decriação de 600 postos de traba-lho. Demonstraram também in-teresse muito grande na nossaprodução de açúcar, carne, aves.Tivemos ainda um contato profí-cuo com a empresa Emirates, quetem interesse em investir no Aero-porto de Carga Aérea em Anápo-lis, que é um polo logísticoimportante. Esses e outros negó-cios devem render muito à eco-nomia de Goiás.

A economia de Goiás estáreaquecendo?

Goiás demorou mais a sentiros impactos da recessão. Obvia-mente precisamos do fortaleci-mento da economia do país, mastemos um fator positivo, que é oagronegócio, que deu um oxigê-nio na economia. Não é exporta-ção de materiais industrializados,mas o dinheiro que chega dessavenda irriga a nossa economia.Mas temos segmentos importan-tes na área industrial, como a in-dústria alimentícia, farmacêutica,cosméticos, que estão gerandoempregos, buscando mercadosexternos. No Sebrae, estamos fa-zendo um esforço grande paracolocar pequenas e microempre-sas para exportar e acreditamosque gradativamente ganharemosnovos mercados gerando maisemprego. Isso é muito impor-tante, pois sem geração de em-prego, não tem economia quedecole. Temos uma interaçãosempre constante com os traba-lhadores, porque nós entende-mos que tanto o empresárioquanto o trabalhador têm amesma importância. Precisamosde trabalhadores qualificadospara progredirmos.

O governo de Goiás temdivulgado que tem conseguidopassar relativamente bem pelarecessão. Agora tem dinheirooriundo da venda da Celg...

O estado de Goiás não éuma ilha e a situação aqui não étranquila. Muitas empresas quetrabalharam para o estado nãoestão recebendo, o estado fez aopção, correta, de manter o pa-gamento dos servidores em dia.Tomou medidas duras, os em-presários estão contribuindo. Avendada Celg trará dinheiropara investimento em infraestru-tura, que é muito importante. Afalta de capacidade da Celg deatender as demandas estava tra-vando o desenvolvimento deGoiás. Então acho que vamosavançar muito com a oferta deenergia elétrica.

“Temos de agir rápido para que o Congresso Nacional convalide os incentivos fiscais”

POLÍTICA 5GO I Â NIA, 12 A 18 DE MARÇO DE 2017

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Page 6: Marconi apresenta projeto do trem Goiânia-Brasíliatribunadoplanalto.com.br/wp-content/uploads/2017/03/12...2017/03/12  · Basta deitar que o cansaço some e o que fica é uma aten-ção

fundamental. Não tem comomanter o sistema previdenciáriocomo está porque está que-brando o país. Se continuar,amanhã os aposentados nãoterão como receber. E o governoestá caminhando pra fazer a mu-dança. Isso está sendo um freioao desenvolvimento do país. Vejoque lentamente, gradualmenteestamos saindo desse atoleiro,que não é pequeno. Eu nunca vio país na situação que está, masa gente acredita no potencial doBrasil, acredita que teremos umamudança na mentalidade polí-tica gestora do país, até por forçadas circunstâncias, das coisasque estão acontecendo. Então,havendo dirigentes com patrio-tismo, com probidade, com res-ponsabilidade com a população,o Brasil poderá sair dessa situa-ção rapidamente.

O ritmo da retomada daeconomia, pautado pelos cortesde juros através de redução dataxa Selic, está agradando aclasse empresarial ou deveriaser mais acelerado?

Precisa ser intensificada. Ainflação está sob controle, nacasa dos 5%, a Selic acima de10%, isso é fora do normal. Épreciso jogar dinheiro na econo-mia para que se faça os investi-mentos e gere emprego. A Selicempobrece o Brasil. Ocorre queo governo é o grande tomador dedinheiro emprestado dos bancos,pagando juros da taxa Selic. Em2015, perdemos mais de 12 mi-lhões de postos de trabalho comfechamento de mais de 130 milempresas no país. É uma situa-ção alarmante para a sociedadee ao mesmo tempo os bancos ti-veram mais R$ 63 bilhões delucro. Está acontecendo um en-xugamento na economia do país,através dos bancos, que estão re-tirando o dinheiro, que deveriagirar a economia, e colocandonas mãos de pouquíssimos ban-queiros. O país está nas mãosdos bancos. Isso tem que ser en-frentado. Isso sem falar nos jurosque o cidadão paga, no chequeespecial e cartão de crédito, cujosjuros ultrapassaram a marca de478% ao ano. É um verdadeiromassacre, uma usurpação da po-pulação, com a permissão da lei.Quem entra no cartão de cré-dito, no cheque especial, não saimais, é como entrar numa areiamovediça, quanto mais mexe,mas se afoga. O país não podeconviver com essas taxas dejuros que estão aí. O ministroHenrique Meirelles, que temuma competência muito grande,precisa compreender que é pre-ciso reduzir essas taxas de juros.O Brasil não suporta continuarda forma que está. Qual a importância dosincentivos fiscais para a

economia goiana?Esta é a segunda vez que esse

processo chega para julgamentono Supremo e não é julgado.Agora não podemos mais perdertempo. Tem uma regra que pre-judica demais essa questão dosincentivos fiscais, que é a exigên-cia de unanimidade no Confaz[Conselho Nacional de PolíticaFazendária, constituído pelos se-cretários de Fazenda dos Esta-dos e do Distrito Federal]. Senão se conseguir a unanimidadeno Confaz, não altera nada napolítica fiscal. É um absurdo,porque se 26 estados decidiremadotar uma política de desenvol-vimento e um votar contra, elanão é aprovada. Por isso, temosno Senado um projeto para queo quorum do Confaz seja redu-zido para cinco terços, ou 60%mais um, assim teremos uma de-cisão democrática, prevalecendoa vontade da maioria dos esta-dos, da maioria da população.

E quanto aos incentivos fiscaispropriamente ditos?

O Brasil é um país de dimen-são continental e precisamospromover o desenvolvimento detodas as regiões. Não pode SãoPaulo, até de forma egoísta, im-pedir que os outros estados se

desenvolvam. O nosso Centro-Oeste, mesmo com a riquezafantástica que temos, se não ti-vermos incentivos para atrair asempresas para cá, elas não virão,porque ficar lá é mais fácil. Os in-centivos fizeram com que Goiásdeixasse de ser um estado mera-mente produtor de matéria-prima, de commodities, e setornasse parcialmente industria-lizado. Outros estados tambémfizeram uso dos incentivos fis-cais, principalmente do Nor-deste, como Ceará e Bahia.Inclusive Espírito Santo, Paranáe Santa Catarina também ofere-cem incentivos fiscais para atrairempresas e gerar empregos.Goiás foi muito eficiente na suapolítica de incentivos fiscais, por-que atraímos muitos empregos.São Paulo tem é que entenderque é capital da América Latina,não apenas do Brasil. É o Estadomais rico e não devia criar casocontra os estados menos desen-volvidos. Isso é egoísmo. Achoque o governador Geraldo Alck-min pôs a mão na consciêncianesse entendimento com o go-vernador de Goiás e falou:“Vamos tentar resolver isso efazer um acordo”. O estado deSão Paulo puxa a economia todado Brasil lá pra dentro e já está

ENTREVISTA / PEDRO ALVES DE OLIVEIRA - PRESIDENTE DA FIEGManoel Messias Rodrigues

Tribuna do Planalto – Queavaliação o sr. faz da economiabrasileira, que começa a darsinais de reaquecimento, como oaumento do número deempresas abertas em Goiás?

Pedro Alves de Oliveira – Emdezembro, após reunião de quaseduas horas com o presidenteTemer e outros empresários, fizminha avaliação sobre comodeve se comportar a economiabrasileira este ano. Em primeirolugar o presidente disse que pre-cisava gerar emprego, mas nãoera o governo que iria fazer isso esim os empresários, o setor pri-vado, já que o governo não geraimpostos, só gasta. Então eledisse que sabia do momento de-licado e queria ajudar. E a me-dida que ele colocou foi: “temosuma legislação trabalhista ultra-passada, que precisa ser moder-nizada, para que tenhamos umaharmonia maior entre o capital eo trabalho. É uma medida muitopolêmica, mas vamos fazer isso”.E realmente Temer mandou parao Congresso, está lá para ser de-finida. Outra medida, já apro-vada, foi a limitação do gastopúblico à variação inflacionáriado ano anterior, o que foi funda-mental, porque a sociedade bra-sileira não suporta mais osgovernos gastarem desordenada-mente e, quando acaba o caixa,criar mais impostos em cima dasociedade. Então por isso, o pre-sidente disse que mandaria essamedida para o Congresso paraque botar um freio nisso. E efeti-vamente aprovou tal medida.Então, em dezembro eu vislum-brei que 2017 seria melhor.

E isso de fato está acontecendo?Os fatos estão comprovando:

houve um aumento na confiançados empresários, uma queda sig-nificativa da inflação e os jurosestão em declínio. Agora, dofundo do poço em que foi colo-cado o Brasil não se sai de umahora para outra, requer tempo.Mas não estamos andando emmarcha à ré mais, a marcha agoraestá engrenada em primeira e es-tamos gradualmente saindo.Temos confiança no país, quetem uma riqueza incomensurável,riquezas naturais, clima, capaci-dade de produzir. Então a gentepergunta: como é que pode umpaís como o Brasil, com tanta ri-queza, estar numa situaçãodessa? Acredito que o país estápassando por uma metamorfosecompleta e acredito muito que oBrasil será melhor daqui prafrente e já em 2017 teremos os si-nais positivos. Não serão grandesnúmeros, mas só de sair do nega-tivo para o positivo já significagrande coisa. Um fator muito im-portante na economia é a geraçãode emprego, porque a economiavive do consumo. Se não tem em-prego, não tem renda; se não temrenda, não tem consumo. É im-portante voltar a gerar emprego,para que esse emprego tenhauma repercussão social e, assim,a gente volte a consumir, porqueaí a roda volta a girar pra frente.O emprego gera consumo, queaumenta a atividade industrial,gerando novos empregos. Outracoisa que estou confiando é queo superávit na balança comercialocorreu muito devido à valoriza-ção do dólar, porque os produtosbrasileiros se tornaram baratos.Então, em vez de trazer produtosindustrializados pra cá, é hora departir para a exportação, inclusivede produtos industrializados. Jáexportamos muito produtos agrí-colas, mas não podemos ficarapenas nos produtos primários,precisamos que as nossas indús-trias comecem a exportar. EmGoiás, já temos pequenos e mi-croempresários começando aavançar nas exportações, nãoapenas na América do Sul, masno Oriente Médio.

Qual o posicionamento do sr.sobre a Reforma daPrevidência?

A reforma da Previdência é

“A sociedade nãosuporta mais osgovernos gastaremdesordenadamente”Apoiador das ReformasTrabalhista ePrevidenciária propostaspelo governo MichelTemer, o presidente daFederação das Indústriasdo Estado de Goiás(Fieg), Pedro Alves deOliveira acredita que opaís começou “a sair dofundo do poço” comaumento na confiançados empresários, quedasignificativa da inflação eos juros entrando emdeclínio neste início de2017. Natural dePatrocínio, Minas Gerais,Pedro é empresário hámais de 40 anos e desdemeados da década de1980 possui atuaçãosindical e vínculo com aFieg. Durante todo estetempo, diz, nunca viu opaís numa situação tãocomplicada. Alicerçadoem sua experiência, o líderclassista faz duras críticasao setor financeiro. “Está acontecendo umenxugamento na economia do Brasil, através dosbancos, que estão retirando o dinheiro do país, quedeveria girar a economia, e colocando nas mãos depouquíssimos banqueiros”, avalia. Nesta entrevista,Pedro salienta ainda a importância de se investir na

geração de emprego e na qualificação profissionalporque a economia vive do consumo. “Se não tememprego, não tem renda; se não tem renda, não temconsumo”, pontua. Graduado em Administração, elehoje está à frente também do Conselho Deliberativodo Sebrae Goiás.

“Os incentivos fiscais fizeram comque Goiás deixasse de ser

meramente produtor de matéria-prima e se industrializasse”

“O país está nasmãos dos

bancos. Isso temque ser

enfrentado. Opaís não pode

conviver com astaxas de jurosque estão aí ”

bem industrializado; agora é avez dos estados emergentes,menos privilegiados, terem seudesenvolvimento. Então precisa-mos agora juntar forças parairmos no Congresso para que osincentivos fiscais sejam convali-dados. Isso é muito importante,porque, se caísse isso, iriam que-brar não apenas as empresas,mas os estados que oferecem in-centivos iriam quebrar também.

Que impressão o sr. trouxe dospaíses do Oriente Médiovisitados pela Missão Oficial doGoverno de Goiás?

Essas missões, ações lidera-das pelo governo estadual, são defundamental importância, por-que levamos Goiás para povosque não sabem nem onde ficanosso estado. Quando você mos-tra as riquezas, potencialidades etamanho de Goiás, que é maiorque muitos países que visitamos,eles ficam admirados. Estivemosem países que não têm água, elesimportam água pra beber e des-salinizam para irrigar. E quandoeles veem nossas riquezas natu-rais, nossos rios, nossa produçãode alimentos, ficam muito admi-rados. Essas missões são muitopositivas. Entre muitas oportuni-dades que surgiram, o governa-dor fechou protocolo deintenções com uma grande in-dústria de armas que poderáabastecer nossas forças armadase exportação. Eles estão muitoentusiasmados e essa empresatrará geração de emprego erenda, com previsão inicial decriação de 600 postos de traba-lho. Demonstraram também in-teresse muito grande na nossaprodução de açúcar, carne, aves.Tivemos ainda um contato profí-cuo com a empresa Emirates, quetem interesse em investir no Aero-porto de Carga Aérea em Anápo-lis, que é um polo logísticoimportante. Esses e outros negó-cios devem render muito à eco-nomia de Goiás.

A economia de Goiás estáreaquecendo?

Goiás demorou mais a sentiros impactos da recessão. Obvia-mente precisamos do fortaleci-mento da economia do país, mastemos um fator positivo, que é oagronegócio, que deu um oxigê-nio na economia. Não é exporta-ção de materiais industrializados,mas o dinheiro que chega dessavenda irriga a nossa economia.Mas temos segmentos importan-tes na área industrial, como a in-dústria alimentícia, farmacêutica,cosméticos, que estão gerandoempregos, buscando mercadosexternos. No Sebrae, estamos fa-zendo um esforço grande paracolocar pequenas e microempre-sas para exportar e acreditamosque gradativamente ganharemosnovos mercados gerando maisemprego. Isso é muito impor-tante, pois sem geração de em-prego, não tem economia quedecole. Temos uma interaçãosempre constante com os traba-lhadores, porque nós entende-mos que tanto o empresárioquanto o trabalhador têm amesma importância. Precisamosde trabalhadores qualificadospara progredirmos.

O governo de Goiás temdivulgado que tem conseguidopassar relativamente bem pelarecessão. Agora tem dinheirooriundo da venda da Celg...

O estado de Goiás não éuma ilha e a situação aqui não étranquila. Muitas empresas quetrabalharam para o estado nãoestão recebendo, o estado fez aopção, correta, de manter o pa-gamento dos servidores em dia.Tomou medidas duras, os em-presários estão contribuindo. Avendada Celg trará dinheiropara investimento em infraestru-tura, que é muito importante. Afalta de capacidade da Celg deatender as demandas estava tra-vando o desenvolvimento deGoiás. Então acho que vamosavançar muito com a oferta deenergia elétrica.

“Temos de agir rápido para que o Congresso Nacional convalide os incentivos fiscais”

POLÍTICA 5GO I Â NIA, 12 A 18 DE MARÇO DE 2017

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POLÍTICA6 GOIÂNIA, DE 12 A 18 DE MARÇO DE 2017

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AUDIÊNCIA COM TEMER

O governador MarconiPerillo apresentou ao presiden-te Michel Temer, na tarde daúltima quinta-feira, dia 9, aproposta de construção doTrem de Passageiros Goiânia-Brasília. Em reunião comTemer no Palácio do Planalto,Marconi detalhou o Estudo deViabilidade Técnica,Econômica e Ambiental(EVTEA) do Trem dePassageiros realizado pelaAgência Nacional deTransportes Terrestres (ANTT)e entregue ao Governo deGoiás no último dia 15 de feve-reiro.Temer e Marconi conversa-

ram por cerca de 45 minutos eo governador também relatouao presidente os resultados daMissão Comercial para oOriente Médio. Outro assuntoem pauta no encontro foi oprograma de concessões dogoverno federal. Marconiexpressou sua determinação emresolver o impasse envolvendoa concessão do trecho norte daBR-153, tema de audiênciaanterior com o secretário espe-cial do Programa de Parcerias

de Investimentos, AdalbertoSantos de Vasconcelos, noquarto do Planalto.Em suas redes sociais,

Marconi fez um resumo daaudiência com Temer.“Vim falar da minha missão

ao Oriente Médio, sugerir a elealgumas iniciativas, especial-mente no pacote de concessões,mas também vim para falar dotrem Goiânia-Brasília”, disse.“Expliquei ao presidente a

situação da concessão e da lici-tação, ele ficou muito entusias-mado com o projeto. E tam-bém falamos sobre muitosassuntos de interesse de Goiáse do Brasil”, relatou.Marconi esteve na sede da

Agência Nacional deTransportes Terrestres (ANTT),

no último dia 15 de fevereiro,para receber o documento inti-tulado “Tomada de Subsídios”– as contribuições propostasem consonância com os resul-tados apresentados no Estudode Viabilidade TécnicaEconômica e Ambiental(EVTEA) do trem de passagei-ros no corredorBrasília/Anápolis/Goiânia. OEVTEA foi realizado pelo con-sórcio formado pelas empresasEGIS, LOGIT, JGP e MachadoMeyer.O diretor Jorge Bastos disse

na ocasião que o estudo haviasido concluído há dez dias.“Apresentamos ao governa-

dor as propostas que vieram.Agora o processo vai caminharmais rápido. Esperamos que a

licitação se dê ainda este ano”,comentou.O governador disse que

desde que começou a ser estu-dado o projeto foi bastanteaprimorado. A ANTT apresen-tou um cronograma de desem-bolso por parte dos estados eda União. O início dessesdesembolsos, segundo o gover-nador, se daria após três anosdo início da obra. Começa emR$ 6 milhões e aumenta grada-tivamente.O desembolso total do

poder público, de acordo com aTomada de Subsídios, nãoultrapassará R$ 2,9 bilhões,valor que será dividido entre oEstado de Goiás, o governo doDistrito Federal e a União. Osdemais investimentos necessá-rios serão feitos pela empresaque vencer a licitação para rea-lizar o projeto executivo e aobra.Marconi fez questão de

nomear Bernardo Figueiredo,que foi presidente da ANTT eda EBE – Empresa Brasileirade Logística –, como um dosprincipais executivos responsá-veis pelo acompanhado de todoo processo. Para o governador,se tudo correr dentro da nor-malidade, a ferrovia deverá serinaugurada no máximo em trêsanos após o início da constru-ção.“Se a licitação for resolvida

ainda este ano, com certeza emtrês anos é possível a realizaçãoda obra. Estamos otimistas,especialmente com a conclusãoda tomada de subsídios”, con-cluiu.

“Minha orientação para2017 e 2018 é apoiar os prefei-tos. Agora é a hora dos prefei-tos”, afirmou o governadorMarconi Perillo, na última sexta-feira, dia 10, ao fazer a entregade kits esportivos para prefeitu-ras goianas. Ele disse que, apósdois anos de crise econômica ede esforço hercúleo do governoestadual para reequilíbrio doerário, o momento é de ajudaros prefeitos a fazerem boasadministrações e, consequente-mente, auxiliar as populações decada município goiano. Ogoverno estadual vai investircerca de R$ 500 milhões emconvênios com as prefeiturasneste ano e no próximo.Marconi ressaltou que nesta

semana já enviou e-mails paramuitos prefeitos informandosobre ofícios e valores que estádefinindo para atendimento dasdemandas.“Já separei todas as deman-

das por área, e vou chamar ossecretários nos próximos diaspara deliberarmos sobre osinvestimentos. Quem ainda nãorecebeu nosso e-mail, vai rece-ber nos dias seguintes”, garan-tiu.

VisitasO governador informou que

pretende, a partir de abril, iniciar

uma caravana de visitas aosmunicípios junto com o vice-governador José Eliton paraassinar os convênios e já liberaro pagamento da primeira parce-la. Marconi reafirmou o anúncioque o governo estadual fará, embreve, provavelmente no finaldeste mês, um vultoso pacote deinvestimentos para 2017 e 2018,com recursos do TesouroEstadual e de investimentos pro-venientes da privatização daCelg.“Esses recursos vão aquecer

a nossa economia”, frisou.Na manhã de sexta, 140 pre-

feituras receberam kits esporti-vos. As outras 106 já haviamrecebido anteriormente. Ogoverno estadual distribuiu, pormeio da Secretaria deEducação, Esporte e Cultura(Seduce), duas mil bolas, 200redes, e 5.600 uniformes com-pletos.Superintendente Executivo

de Esportes, Júnior Vieira desta-cou que somente em 2016 oGoverno de Goiás investiu R$13 milhões no setor do esporte,além da construção do Centrode Excelência do Esporte.José Eliton afirmou que o

governo estadual dá um passoimportante na formação dosatletas, ao entregar os kitsesportivos.

Governo vai liberarR$ 500 milhõespara prefeituras

Para o governador, setudo correr dentro danormalidade, a ferroviadeverá ser inauguradano máximo em trêsanos após o início daconstrução

Marconi informou que explicou ao presidente a situação daconcessão: “Ele ficou muito entusiasmado com o projeto”

Marconi apresenta proposta de construçãodo trem Goiânia-Brasília Governador anunciou a liberação de verba durante

solenidade de entrega de kits esportivos a prefeituras

FOTOS: WAGNAS CABRAL

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COMUNIDADES 7X

GO I Â NIA, 12 A 18 DE MARÇO DE 2017

A reportagem “Foragido daJustiça, pastor explora usuá-rios de drogas em recupera-ção”, teve enorme impacto,repercutindo em veículos na-cionais. O site Ponte, o maisimportante na cobertura jorna-lística para os Direitos Huma-nos, publicou o texto integralda Tribuna.

Mesmo com toda a divul-gação, Moraes enviou áudiosameaçadores a uma das fontesda reportagem. Nos áudios,dizia, entre outras coisas, quequem passou informações aojornal e o próprio repórter, te-riam de arrumar “dez medidasprotetivas”.

Depois das ameaças, o di-retor do Sindicato dos Jorna-listas do Estado de Goiás,Cláudio Curado, visitou a re-dação e prometeu ajudar apressionar a Secretaria de Se-gurança Pública (SSP-GO)para que prendesse Moraes.

A Federação Nacional dosJornalistas (Fenaj), por meio desua presidente, Maria JoséBraga, emitiu nota cobrandoempenho da Polícia. “Vamos,junto com o Sindicato de Jorna-listas de Goiás, pedir providên-cias ao Secretário de SegurançaPública”, disse à época.

A Associação Brasileira deJornalismo Investigativo(Abraji) afirmou em nota que“É inadmissível que um jorna-lista tema pela própria vidasimplesmente por exercer suaprofissão”.

Mesmo assim, Daniel Ba-tista continuou tentando inti-midar o repórter comligações anônimas. No dia 21de fevereiro, a Abraji voltou ase manifestar. Um ofício, as-sinado pelo presidente da As-sociação, Thiago Herdy,direcionado à Secretaria deSegurança Pública de Goiás,solicitava “especial atenção àgarantia da integridade físicae psicológica de Yago Sales,atendendo às recomendaçõesdas Nações Unidas em seuPlano de Ação para Segu-rança de Jornalistas e aQuestão da Impunidade”.

O mandado de prisão foicumprido pouco mais de 24horas depois do ofício.

Foragido denunciadopela Tribuna é presoMandado de prisão écumprido um mêsdepois de areportagem revelarque Daniel Batista deMoraes, além deforagido depois dematar Damião Batistaem 2007, agrediainternos de uma casade recuperaçãomantida por ele emAparecida

Yago Sales

Daniel Batista de Moraes,31 anos, que gosta de ser cha-mado de pastor, continuavauma vida normal, mesmo de-pois da repercussão da reporta-gem que lhe denunciou pelomandado de prisão em seunome em aberto e pelos relatosde agressão e ameaças publica-dos pela Tribuna do Planalto naedição dos dias 29 de janeiro a4 de fevereiro. Não raramente,Moraes era visto nas redonde-zas do Garavelo e até em lojasde Campinas. Moraes orques-trava manter os negócios comas casas de recuperação, masmorando em Hidrolândia. Masos planos dele foram frustradospela Polícia Civil que lhe pren-deu na noite de fevereiro de2017.

Ele havia sido condenadopelo assassinato de Damião Ba-tista de Carvalho a nove anosde prisão, como adiantou inves-tigação de quatro meses da Tri-buna do Planalto. O crimeocorreu na noite de Natal de2007. Moraes matou Damião apedradas e pauladas após dis-cussão durante confraterniza-ção, no Residencial Eli Forte,em Goiânia.

Moraes foi preso por agen-

Daniel Batista de Moraeschamou atenção quando agre-diu Marcos Pina no terminal Isi-dória, em uma disputa porponto de vendas de balas noscoletivos. O repórter flagrou aagressão na manhã do dia 7 denovembro de 2016. Munidocomo uma teaser, Moraes vas-culhava os ônibus, se identifi-cando como policial, em buscade Marcos Pina. Quando Pinachegou ao terminal Isidoria, foiarrastado para fora do ônibuscomo uma chave de pescoço

dada pelo empregado de Mo-raes, Erenilton Erlan Souza.Dali adiante, Moraes e o seu co-mandado deu vários socos norosto de Pina.

Foi a partir deste fato no ter-minal que a Tribuna, numa in-vestigação cheia de obstáculos,conseguiu produzir uma grandereportagem. Uma das mais difí-ceis constatações, a reportagemdescobriu que, na instituiçãoResgatando Vidas, Moraes ex-plorava mão de obra e, ainda,agredia os internos. Atualmente,

a mulher dele, Geice Moreira deMoraes, continua mantendo ainstituição que ainda não foi in-terditada, mesmo sem alvarás defuncionamento. Ele já tinha es-tendido – como apurou a repor-tagem –, seu lucrativo negócio aMinas Gerais. A Polícia Civil deAparecida de Goiânia investigaas denúncias de maus-tratos.

Moraes estava na carcera-gem da Delegacia de Investiga-ção Criminal (DEIC) e foilevado para a Penitencia OdenirGuimarães (POG).

Repercussãoe ameaças

tes em uma operação orques-trada pelo delegado Wellingtonde Carvalho, depois de intensi-ficar ameaças ao ex-diretor dacasa Reinaldo Camargo e aorepórter da Tribuna. Reinaldofoi procurado pela reportagem

no decorrer dos quatro mesesde investigação e convencido aconfirmar pelo menos uma de-zena de denúncias feitas poroutros ex-diretores, ex-internose até vizinhos às casas que Mo-raes mantinha.

Na ficha policial de Moraesconsta ainda outra sentença:dois anos de reclusão, desta vezem regime aberto. Daniel eoutro réu, Walderson Gomesda Silva, foram julgados pelatentativa de assassinato de

Jonas Ataídes da Silva Neto, nanoite de 20 outubro de 2006, narua Curadores, Jardim Mira-bel, em Aparecida de Goiânia.A vítima conseguiu fugir, apóster a perna esfaqueada e, porconsequência, amputada.

Repórter flagra agressão

Condenado a nove anos de prisão por assassinato, o então foragido da Justiça Daniel Moraes, que mantinha uma casa derecuperação para drogados em Aparecida, foi denunciado em janeiro pela Tribuna e preso pela polícia um mês depois

PAULO JOSÉ

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COMuNIDADES8 GO I Â NIA, 12 A 18 DE MARÇO DE 2017

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ARTIGO

BazarDaniela Martins - [email protected]

En tre em con ta to com es ta co lu na tam bém pe lo email: [email protected] ou car ta - Rua An tô nio de Mo ra is Ne to, 330, St. Castelo Branco, Go i â nia-Go i ás - CEP: 74.403-070

Pró-Esporte está inscrições abertasO programa Pró-Esporte está com inscrições

abertas até o próximo dia 27. Para participar, ointeressado (atleta, clube, associação ou federa-ção) deve acessar o site da Seduce (www.sedu-ce.go.gov.br/proesporte), preencher o formulárioe apresentar detalhes do projeto.

O programa beneficia iniciativas que incenti-vam a prática esportiva, seja individual ou cole-tiva, em qualquer modalidade. O incentivo podeser utilizado para cobrir gastos com alimenta-ção, educação, saúde, inscrições em competiçõesesportivas, transporte e aquisição de materiaisesportivos.

Paulo Betti em Autobiografia AutorizadaO espetáculo Autobiografia Autorizada, de

Paulo Betti, chega ao palco do Teatro MadreEsperança Garrido, dias 25 e 26 de março. Asessão de sábado será acompanhada de bate-papo entre o ator Paulo Betti e o público, me-diado por Expedito Araújo, curador do projetoVivo EnCena. A peça, escrita e protagonizadapor Paulo Betti, dirigida por ele e por RafaelPonzi, marca a comemoração dos 40 anos decarreira do ator.

Com humor, poesia e dor, Paulo mergulhana vida de seus pais e avós e emerge com umapeça edificante que reafirma a importância doensino público e do trabalho social para a valo-rização do ser humano. O espetáculo também éinspirado nos artigos semanais redigidos porquase trinta anos para o Jornal Cruzeiro do Sul,de Sorocaba, onde foi criado e nos textos escri-tos em grandes blocos durante a adolescência.

Fronteira e BIS promovem mostra conjunta de cinema De 16 e 25 de março, Goiânia se transforma na capital mundial dos filmes documentários,

experimentais e sonoros produzidos nas mais diversas partes do planeta. Neste período, serãorealizadas conjuntamente a terceira edição do Festival Internacional do Filme Documentárioe Experimental (Fronteira) e a primeira da Bienal Internacional do Cinema Sonoro (BIS).

Nestes dez dias, as atividades e mostras serão promovidas nas duas salas do Cine Ritz(Rua 8, Centro), no Cine Cultura (Centro Cultural Marieta Telles Machado) e no Centro Cul-tural da UFG (Praça Universitária). A entrada no dia da abertura é gratuita e será apresenta-do, em primeiríssima mão, o mais novo filme da cineasta norte-americana Abigail Child.Confira a programação nos sites das mostras - Fronteira: www.fronteirafestival.com e BIS:www.bis.art.br.

Palestra aborda as vantagens presentes na adversidade

O consultor Anderson Olimpio ministra apalestra As Vantagens da Adversidade – Cres-cendo com os Desafios na terça-feira, 14, às 19h,no auditório da Fecomércio-GO (Av. 136, 1084,Setor Marista). Promovido pelo Sindicato doComércio Atacadista no Estado de Goiás (Si-nat-GO), o evento irá abordar temas como neu-rociência, neuroaprendizagem, inteligênciaemocional, quociente de adversidade e a forçado pensamento positivo.

Anderson é coach com mais de 15 anos deexperiência em Business Process Management,Liderança, Performance Organizacional e De-senvolvimento Humano. Inscrições pelo www.si-nat.com.br. A entrada é um pacote debolacha/biscoito, que será doado para o Centrode Valorização da Mulher (CEVAM). Informa-ções 3281-2033.

Artistas do bem no HGGNesta terça-feira, 14 de março, o Hospital Al-

berto Rassi - HGG promove o vernissage damostra comemorativa Artistas do bem, que reu-nirá as obras doadas de 24 artistas que participa-ram do projeto Arte no HGG. A solenidade serárealizada a partir das 19h, e contará com a pre-sença da primeira-dama e presidente de honra daOrganização das Voluntárias de Goiás (OVG),Valéria Perillo, além de artistas plásticos e convi-dados.

Eduardo Sterblitch, de Amor & Sexo, no teatro Sesi

O stand up Eduar-do Sterblitch não temum talkshow seráapresentado dia 17, às20h, no Teatro Sesi. Ohumorista, que estáem turnê pelo país,traz para a capital umaapresentação irreve-rente e divertida. O ro-teiro do espetáculo seadapta a cada lugar, fazendo com que o perso-nagem principal da noite seja a cidade e suas pe-culiaridades, representadas na plateia alipresente. Uma ‘superbanda’, formada tão so-mente por Eduardo Capello, confere aspectomidiático ao talk show de Eduardo Sterblitch. Ohumorista já participou de várias peças teatraisaté ser convidado para integrar a equipe do Pâ-nico (Rede TV/Rede Bandeirantes). Atualmenteele participa da temporada de Amor & Sexo(Rede Globo). 

Frederico RibeiroEspecial para a Tribuna do Planalto

As redes sociais se torna-ram um desafio para pais eprofessores. Se há alguns anoseram Orkut e mais uns dois,depois veio o Facebook e osvarreu do mapa, ao mesmotempo que arrebatando a todosnós (modo de dizer) para seumeio. Só que isso era só o co-meço. Vieram o Twitter, oWhatsapp, agora o Insta-gram... Bom, estou falando dasmais populares. Existem lite-ralmente dezenas dessas redese elas definitivamente mediamnosso convívio. Mas, se aindaé impossível saber o impactodesse fenômeno na sociedade amédio ou longo prazos, é im-portante pensarmos em comoeste fenômeno afeta nossospré-adolescentes e adolescen-tes, principalmente num pontoessencial em sua formação: aeducação escolar.

E, nesse item, o maior pro-

blema (estou falando de apren-dizado, claro, e não da segu-rança individual) é, semdúvidas, a questão da atenção.Do foco.

Todos sabemos que é difícilmanter uma criança focada. Eisso vale também para adoles-centes. Sabemos como é frus-trante – e irritante – estarconversando com eles e perce-bermos que suas mentes diva-gam. A mesma lógica se aplicaà sala de aula. O professor falae a cabeça está longe. E depoisem casa, quando deveriam es-tar fazendo o dever do dia, es-tão... no Whatsapp.

Bom, um conceito mais re-cente por aqui (e que talvez to-dos – nossos pais, avós – jásabiam instintivamente), masque é de conhecimento públiconos Estados Unidos e na Euro-pa há décadas, é o de que oaprendizado decorre mais doprender a concentração do alu-no do que de sua inteligência.Só que para conseguir essaatenção, você precisa antes

despertar o interesse.Nossas escolas já mudaram

bastante daquele modelo rígi-do de ensinar, usando hoje emdia um pouco mais de intera-ção, com jogos, imagens, sonsetc. E mudaram justamenteporque esta verdade – a de queé preciso estimular a curiosida-de – ficou clara. Mas é precisomudar mais. Ou melhor, se se-ria preciso mudar mais, agora,com este novo desafio que asredes sociais – e a própria in-ternet – impõem. As dificulda-des se multiplicaram, é precisomudar muito mais.

Para termos uma ideia dotamanho da complexidade queeste novo modo de vida apre-senta, basta lembrar que tam-bém nós, adultos, estamosconstantemente distraídos tro-cando mensagens, que vivemostambém imersos neste espaçovirtual.

Conheço muitos que têmde se policiar para não sair darealidade física e entrar na ou-tra. Isso para não falar das

pessoas que são viciadas mes-mo, que têm prejuízos pes-soais, de relacionamentos,enfim, em todas as esferas desuas vidas.

Então, o que fazer? A verdade não é muito ani-

madora: para além de tomar-mos os celulares de nossosfilhos (sim, porque agora todos

eles possuem um!) por algu-mas horas, não há outra solu-ção em vista.

Tudo que posso dizer é: boasorte para vocês tentando do-mar este novo mundo. E comeste “vocês” quero dizer: paisou quaisquer que sejam os res-ponsáveis, professores e edu-cadores em geral, ou seja,

todos os envolvidos na emprei-tada. Incluindo este aqui quelhes escreve.

*Frederico Ribeiro é escri-tor, jornalista e colaborador daTribuna do Planalto. Cinéfilo ecineasta. Email: [email protected]

Os desafios doseducadores diantedas redes sociais