Matéria Fatea

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63 * Novembro de 2011 www.fatea.com.br Edição Especial Jornal Laboratório Realizado pelos alunos do 3° ano de Jornalismo O QUE VOCÊ QUER VER NO Mande sua sugestão para [email protected] Geração Z Agora é a vez dos conectados

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As dificuldades de conciliar a rotina universitaria e a de trabalho

Transcript of Matéria Fatea

n° 63 * Novembro de 2011 www.fatea.com.brEdição Especial

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O QUE VOCÊ QUER VER NO Mande sua sugestão para [email protected]

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EDITORIAL>> . 02

PERF

ILArieli PradoA fase de se escolher “o que vou

ser quando crescer” é sempre reple-ta de dúvidas, mas quando se deci-de realmente sua área profissional é chegada a hora do vestibular. Nervo-sismo e ansiedade são somente um dos primeiros sentimentos do univer-sitário. Sentimentos esses que são carregados até, ousando dizer, mais ainda, no último ano do curso.

Quando você realmente se torna um universitário, suas perspectivas mudam, seus pontos fortes naquela profissão são realçadas a cada disci-plina. Mas, como diz um velho ditado popular “nem tudo são flores”. Mui-tos de nós temos que conviver com o dia a dia do emprego/estágio com os estudos. E muitos ainda, conciliam isso, às vezes, trabalhando numa área que não é a escolhida no co-meço, até conseguir um estágio. Ou ainda, para alguns o fim de semana também é sinônimo de trabalho e não descanso, como é o caso dos educadores universitários do Progra-ma Escola da Família. Eles dedicam seus finais de semana nas escolas, realizando projetos para a comuni-dade e em “troca” têm seus estudos custeados pelo estado e instituição. Ou seja, isso tudo será resultado de muito stress, correria, cansaço, in-sônia, mas também de aprendizado constante em busca de seu ideal, e para ser sincera vale muito a pena! Então sabemos e vivenciamos muito bem cada fase dessa vida universi-tária, onde o amadurecimento, as responsabilidades, o foco, a vontade de querer sempre mais, as necessi-dades do mercado em que você vai se adequando, enfim, foi pensando assim que decidimos “escolher” vo-cês para serem nosso foco.

Nessa edição iremos levar a dis-cussão alguns assuntos como: o mercado para os profissionais na área das novas tecnologias, a nova geração que surgiu na sociedade, a chamada “Geração Z”, a rotina de um universitário onde tem que conci-liar trabalho x estudo e como o jovem está trabalhando o tema sustentabi-lidade em seu dia a dia. Se pudés-semos definir essa nossa edição especial com uma palavra, ela seria: superação. Sim, porque inovar em um jornal nem sempre é uma tarefa fácil de fazer, mas superamos esse desafio ao qual nos foi proposto.

Enfim, o ano de 2011 foi repleto de aprendizados para nós e esperamos que para você leitor também. Nossa turma queria deixar uma marca e tal-vez essa seja a maior delas a Edição Especial onde com muito carinho, trabalho, obstáculos e vitórias con-seguimos chegar até aqui e entregar a vocês o doce sabor da leitura do nosso “novo” Jornal [In]Formação!

Marco Bonito g r a d u o u - s e em jornalismo pela Unitau em 1997; atual-mente ministra

aulas em São Borja-RS, lecionou em Porto Velho-RO e também foi professor na Fatea. Doutorando sob a linha de pesquisa “Cultura, cidadania e tecnologias da comu-nicação”, basicamente uma conti-nuação do seu tema de mestrado “Informívoros”. Nascido em São Paulo, Marco iniciou seus estu-dos em web depois de graduado, atuou em diversos ramos da co-municação desde 1996, inician-do sua carreira como freelancer, em agências de comunicação e editoras. Marco também partici-pa ativamente de congressos e eventos da área, não dispensan-do da apresentação de seus es-tudos e pesquisas, abrangendo cada vez mais o seu repertório.

Em entrevista ao [In]Forma-ção, ele nos conta mais sobre seus estudos em Comunicação digital e a sua vida acadêmica.

[In]Formação: O que o levou a iniciar pesquisas na área de tec-nologias da comunicação? Este interesse surgiu ainda na facul-dade?

Marco Bonito: Não, pelo con-trário, quando eu estava na facul-dade a internet comercial ainda estava começando aqui no Brasil, nem internet tínhamos no campus

da Unitau. Pesquisa nessa área só quando eu comecei a dar au-las, em 2002. Comecei a me in-teressar pelo tema que ainda era bastante incipiente. Mas foi em 2005, quando entrei no mestrado, que realmente tive as primeiras experiências com pesquisa nes-sa área.

[In]Formação: Antes de ser docente em São Borja, você le-cionava em Porto Velho. Qual a experiência de ser professor em estados completamente diferen-tes?

Marco Bonito: Esta experiên-cia foi muito interessante, pois me deu uma visão mais aguçada sobre o ensino superior no país. Encontrei realidades diferentes e culturas distintas que me fizeram repensar muitas das idéias feitas que costumamos cristalizar com o tempo. Contudo, com ainda mais impressão de que investir em educação com qualidade é a chave pro real desenvolvimento social e do Brasil. Lá em Rondô-nia encontrei muita gente talento-sa, mas que é desperdiçada por falta de estrutura, investimento e planejamento.

[In]Formação: O que são os #Informívoros?

Marco Bonito: O conceito está relacionado à evolução biológica humana, desde os herbívoros > carnívoros > herbívoros > infor-mívoros. Os informívoros são os consumidores de informação que ficaram mais em evidência a par-

PERFILMarco Bonito

Marco Antonio Bonito (Professor: Unipampa/RS)

Professor fala de suas experiências como pesquisador da área de tecnologia da informação

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tir da chamada “era da informa-ção” e da sociedade em rede.

[In]Formação: Conte-nos de onde veio a inspiração para fazer seu mestrado?

Marco Bonito: Resolvi pes-quisar os informívoros a partir de uma matéria que li na Revista INFO, onde um diretor da IBM ci-tava o termo. Fiquei curioso para saber mais a respeito e acabei por adotar o termo e o conceito para a minha dissertação.

[In]Formação: Você está a ca-minho de conclui

r seu doutorado, qual seu ob-jetivo como profissional acadê-mico da comunicação após essa etapa?

Marco Bonito: Penso em de-senvolver mais pesquisas no campo da comunicação, com ên-fase na cibercultura, bem como desenvolver mais projetos de ex-tensão e ensino.

[In]Formação: E quais são es-ses projetos? Já tem algum em mente?

Marco Bonito: Sim, estou de-senvolvendo um projeto aqui na Unipampa que trata de mídias locativas e espaço urbano cha-mado CIBER SÃO BORJA onde estamos mapeando a cidade e seus principais pontos, dispo-nibilizando no Google mapas e num blog informações multimídia sobre cada um destes pontos.

[in]Formação: Entre as suas linhas de pesquisa, está as No-vas Tecnologias da Informação e Comunicação, qual o maior desafio de ser um pesquisador nessa área?

Marco Bonito: O maior desa-fio é contribuir para que o campo da comunicação se consolide, já que é um campo novo e ain-da briga para se fortalecer como campo científico.

[in]Formação: Já falamos de tecnologia, internet e mídias di-gitais. Agora queremos saber de outra coisa: Qual a sua opinião sobre o futuro dos impressos?

Marco Bonito: Os jornais e revistas impressos não irão aca-bar, uma nova mídia nunca ani-quilou a outra. Contudo, é muito claro que, diante do alto custo da impressão e principalmente da distribuição, que apenas sobrevi-verão os veículos que terão uma extrema qualidade que justifique e seduza alguns poucos leitores privilegiados. Um bom exemplo disso é o que aconteceu com os LPs, não sumiram com o surgi-mento dos CDs, mas ficaram cada vez mais raros, embora ainda tenham alguma função específica para colecionadores e DJs.

Por: Amanda Maniçoba

“Jornalismo é literatura com pressa."- Matthew Arnold

VA

GA

S!

Para seguir uma carreira profissional acompa-nhada de realizações é preciso ter coragem

para assumir riscos, flexibilidade para mudar e habilidade para li-dar com as pessoas. Isso é só o começo de uma longa caminhada que o profissional terá que per-correr para se destacar no futuro, onde as tecnologias estão cada vez mais avançadas e o cidadão precisa estar atento e adepto a essas mudanças. Atualmente muitas profissões estão ligadas aos grandes desa-fios que o mercado enfrenta. Para o sociólogo Alacir Arruda, os va-lores que hoje o mercado busca num profissional estão ligados a coragem para assumir riscos, flexibilidade para mudar, habili-dade para lidar com as pessoas e expertise, transformadas em valores éticos e que tenham uma visão global capaz de se auto--liderar a ponto de fazer parte dos grandes desafios que as empre-sas enfrentam. Ainda segundo Arruda, o que têm em comum nas profissões consideradas do futuro é a volati-lidade, o imediatismo e a mudan-ça. “O desafio das carreiras até então existentes no mercado de trabalho era o de se manterem, para que elas pudessem sobrevi-ver. Para as carreiras atuais faz--se necessário uma adequação a esse novo modelo de mundo em que a inovação e o acesso às no-vas tecnologias são os grandes percussores”, destacou. De acordo com pesquisa divul-gada recentemente pelo Jornal “O Globo”, empresas modernas esperam fidelidade e compro-metimento dos seus funcionários os fatores considerados mais importantes pela empresa são:

comprometimento com resul-tados, citado por 44,10% das empresas, seguido por objeti-vidade (34,30%) e proatividade (33,30%). Qualidades como boa comunicação (31,30%) e res-ponsabilidade (27,60%) também estão na lista para serem melho-radas. Já para o palestrante da área de temas comportamentais rela-cionados à saúde do trabalhador, Gilson Galhardo, no momento em que estamos, o mercado de trabalho exige muito dos profis-sionais existentes e cobrará mui-to mais dos novos. “Independen-te da área desejada, saber lidar com pessoas é fundamental, ler vários livros, vivenciar culturas, limitar o tempo ocioso no mun-do virtual é o que recomendo para que os jovens possam ser os profissionais desejados para esse século”, conclui. Além de Consultora, Personal e Profissional Coach, professora de nível técnico e de pós gadua-ção, Juliana Albuquerque busca constantemente o aperfeiçoa-mento para lidar com as novas mudanças decorrentes do que o futuro espera do profissional. “Cada formação complementar que faço, faz com que eu me sin-ta mais realizada em fazer o que amo, a realização está totalmen-te atrelada ao quanto o trabalho que você escolheu tem sentido na sua vida, o quanto você sabe aplicar com excelência, procu-rando obter uma performance de 120% e não só de 100%, o que significa fazer o esperado, performance de 120% é fazer além”. Juliana ainda ressalta que um bom profissional se destaca pelo desejo de fazer, nada me-nos que, o melhor sempre! Não há cansaço, não há falta de foco, há determinação , finaliza Julia-na Albuquerque. Do hobbie ao incentivo para

o sucesso profissionalConhecer suas próprias habili-dades, desenvolver outras com-petências, quebrar barreiras que o impeça de chegar ao rumo de-sejado, aprender a lidar com o medo do “novo”, abastecer-se de conhecimentos, são fundamen-tais para chegar até a realização profissional com sucesso. Ati-tudes como essas foram traba-

lhadas pelo Professor e Mestre Luiz Antônio Feliciano, que en-controu por meio da fotografia a oportunidade de mudar de pro-fissão. Antes de ser fotógrafo, Luiz Antonio Feliciano trabalhou como pedreiro para adquirir seu sustento,porém é uma profissão que requer um esforço físico tre-mendo e não recebe o seu devi-do reconhecimento. Então, o professor foi fazer realmente o que no futuro lhe proporcionasse o sucesso pro-fissional e pessoal. “Comecei como profissional de fotografia para depois assumi-la como ho-bbie, também acho que os dois aconteceram juntos, foi paixão a primeira vista. Gilson Galhardo ainda ressalta para os que es-tão indecisos em qual carreira seguir que é preciso transformar

um hobbie em uma profissão. Se gostar de jogos, faça cursos derivados desse sonho (com-putação gráfica, programação, etc.), gosta de ver pessoas se sentindo bem (enfermagem, medicina, psicologia), conheça o código de ética dessas profis-sões, conheça casos de suces-so e de fracasso e se molde e melhore-se com base em seu sonho. Mais do que ser bem sucedido na profissão é pre-ciso planejar a carreira, para isso, Alacir Arruda orienta que é de suma importância fazer um plano ideal e possível, tentar se aproximar dos seus sonhos, mas manter os pés no chão. De qualquer maneira, é vital ter um horizonte, mesmo que o plano mude no meio do caminho.

Em uma pesquisa feita pela Federação das Indústrias do Rio de Janeiro, o estudo Perspectivas Estruturais do Mercado de Trabalho na Indústria Brasileira 2015 aponta quais serão as profissões mais procuradas até daqui a

oito anos. O estudo realizado em parceria com o Serviço Brasilei-ro de Apoio a Micro e Pequena Empresa e que teve a supervisão técnica da Fundação Getulio Vargas, analisou que as áreas mais valorizadas até 2015 serão: 1º Engenheiro de Petróleo;2º Engenheiro Ambiental;3º Técnicos em produção, conservação e de qualidade de alimentos;4º Ajudantes de obras civis;5º Analistas de sistemas computacionais(TI);6º Trabalhadores da fabricação de cerâmica estrutural para cons-trução;7º Técnicos de produção de indústrias químicas, petroquímicas, re-fino de petróleo, gás e afins;8º Técnicos em fabricação de produtos plásticos de borracha,9º Técnicos florestais;10º Técnicos em manipulação farmacêutica;

Planejar é preciso na hora de optar por uma carreira profissional

O planejamento é importância antes de optar por uma profissãoFa

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Por: Fabíola Nascimento e Estéfani Braz

MERCADO DETRABALHO

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Os valores que hoje o mercado busca num profissional estão ligados a expertise, inteligência e inovação

“A imprensa é a luz da liberdade.” -John Milton, poeta inglês

Fabíola Nascimento

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ão Agora é a vez dos

c nectadosZ:Eles já nasce-

ram com o controle remo-to nas mãos.

São ágeis, intuitivos, inovadores, e todos os tipos de dispositivos móveis fazem parte do dia-a-dia deles. Na inter-net, representam cerca 54% dos indivíduos que

acessam a rede diariamente. Eles são a Geração Z, forma-da por crianças e adolescentes com idades entre 12 e 19 anos, e que nasceram junto ao adven-to da internet e dos celulares. Por esse motivo, são muito mais familiarizados com os novos ti-pos de tecnologia e “conecta-dos” que as gerações passadas. Essa faixa etária é denominada como Geração Z justamente por representar o que eles fazem de melhor: “zapear”, pulando da TV para o telefone, do videogame para alguma rede social, ou do iPod para o tablet.A grande diferença da Geração

Z às anteriores, as chamadas X e Y, é a relação que os mais jo-vens têm com a internet. Os há-bitos dessa geração nas redes sociais definem e modificam sua personalidade e seu comporta-mento. Eles são consumidores assíduos de todas as novidades que o mundo tecnológico ofere-ce, além de mudarem de atitude em relação a um produto tão rá-pido quanto uma mensagem no Twitter. Com o mundo web nas veias, é impossível imaginá-los num mundo sem celulares, com-putadores, mp3, câmeras digitais e tevê a cabo.

A agência Quest Inteligência de Mercado em sua pesquisa “São Paulo em Foco: Gerações X, Y e Z”, estudou e revelou similarida-des e diferenças existentes entre

Ana Paula de AlmeidaDenise Moreira

essas três Gerações – X (32 a 51 anos), Y (20 a 31 anos) e Z (12 a 19 anos). De acordo com o estudo, alguns resultados são expressivos: praticamente 100% dos jovens entre 14 e 19 anos participam de alguma rede so-cial, 75% usam celulares (16% navegam na Internet por esses aparelhos) e 60% se preocupam com a beleza do corpo e do ros-to. “Nascida sob os auspícios da estabilidade econômica, em um país com inflação de um dígito e governo democrático, a chamada Geração Z é um fenômeno que encanta e surpreende, pela sua enorme capacidade de assimilar as transformações tecnológicas em curso, neste mundo 2.0”, en-fatiza Luís César Périssé, sócio--diretor da empresa e coordena-dor da pesquisa.

Os jovens da Geração Z es-tão tão inseridos na internet que

a maioria não se imagina fora dela. Eric Santos, de 18 anos, conta que quando chega em casa, a primeira coisa que pensa em fazer é se conectar. Além de usar a web para se informar, ele se comunica com os amigos e se mantém próximo de seus ídolos por meio das redes sociais. Eric revela ainda que quando ficou sem acesso à internet de sua casa, buscou meios alternativos: “Fiz um plano com a minha ope-radora de celular quando fiquei sem internet em casa, depois até coloquei de volta, mas continuei com o plano para poder me man-ter conectado mesmo sem estar em casa”.

Mas engana-se quem pen-sa que os jovens da Geração Z usam a internet apenas para lazer. Muitos têm encontrado na web uma forma de ganharem di-nheiro de forma independente. É o caso de Caio Diniz, de 18 anos, blogueiro do site Comple-xo Geek. O blog nasceu primeiro como uma forma de distração, pois Caio havia acabado de sair do ensino médio, e ainda não pretendia entrar na faculdade, então, teria tempo livre para se

dedicar ao blog. Entretanto, o blog cresceu, virou um site e agora Caio ganha com publieditoriais e anúncios. O blogueiro conta como conseguiu o sucesso do Comple-xo Geek. “Eu fiz o blog crescer por meio das redes sociais, sem o Twitter, por exemplo, ele nem se-ria conhecido, e é onde eu ainda passo maior parte do meu tempo”. Agora, Caio se dedica a estudar a parte de web, está cursando o primeiro ano de Gestão de Tec-nologia da Informação, e ressalta a importância da internet na sua rotina, “não me imagino sem in-ternet, é algo que já faz parte da minha vida, e um mundo sem tec-nologia é inviável, o ser humano tende a evoluir e daqui pra frente, a tecnologia só vai se tornar mais presente na vida de todos”.

Outro exemplo dessa geração é Larissa Faria, 14 anos, bloguei-ra e integrante do grupo de apoio da FolhaTeen, suplemento do jor-nal Folha de São Paulo. Larissa chegou bem cedo à internet, ca-racterística marcante da Geração Z. “Desde que nasci convivo com a minha irmã e acompanhava o desenvolvimento da internet no Brasil. Mesmo quando tínhamos

Estudo revela que eles já são 100% nas redes sociais e mer-cado de trabalho deve se preparar para receber esses no-

vos profissionais

REPORTAGEM

Por:

A Geração Z está conectada de todas as formas possíveis. Do notebook para o tablet, do tablet para o celular, o que eles não podem é ficar offline

Ana

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“Certamente a glória do jornalismo é a sua transitoriedade." - Malcolm Muggeridge

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REPO

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GEMinternet discada ela usava o ICQ

e o Orkut, quando este foi lança-do. Então eu sempre quis ter um computador, participar das redes sociais e com uns sete anos ga-nhei meu primeiro computador e ela me ajudou a criar um Orkut.” Larissa já teve vários blogs, e consegue usar essa ferramenta para se tornar conhecida. Mes-mo com a pouca idade, ela já sabe bem como usar as redes sociais para se promover na web: “Não é só ter contatos, mas sim um público. Ter leitores, interagir com eles, produzir cada vez mais conteúdo, se atualizar, ter uma opinião formada sobre os assun-tos. E saber respeitar as opiniões diferentes, lidar com as críticas. Você pode se dedicar totalmente a algo e ainda não agradar a to-dos. Porém conforme você passa muito tempo fazendo a mesma coisa, enjoa e a inspiração vai embora, tem que tomar cuidado. E claro, levar a sério, não é fácil dividir o tempo entre escola e os trabalhos.”

Esses novos jovens que entram no mercado são inquietos, menos fiéis às marcas e acostumados a fazer tarefas múltiplas. Por isso, é importante que os gestores este-jam atentos para saber aproveitar o potencial deles para o crescimento das empre-sas. A psicóloga Carine Eleutério dá a dica para que as empresas possam crescer com esses profissionais: “É importante propor atividades que agreguem valores e

dinamizem as atividades, aumentando assim a qualidade da produção destes jovens. Além dis-so, as empresas devem oferecer vantagens e benefícios e buscando entender o que os jovens buscam deste mercado, o que almejam para si e como vêem seu trabalho”.

O consultor Gutemberg de Macedo, vencedor do premio Jabuti pelo livro “Fui demitido, e agora?” é aconselhador de profissionais em inicio de carreira. Ele orienta para que os jovens da geração Z usem todo o conhecimento e a habilidade que têm nas redes sociais para consegui-rem boas colocações no mercado de trabalho: “Essa geração pode aproveitar seu talento e os recursos da tecnologia da informação para pesquisar assuntos de seu interesse, trocar ideias interessantes com colegas, fortalecer suas amizades, preparar-se com profundidade, visto que o mercado de trabalho se tornará cada vez mais competitivo e exigente. Somente os mais capa-zes e preparados sobreviverão.” E finaliza ressaltando as características que o mercado espera desse novo profissional, “A Geração Z precisa ser capaz de pensar de forma criativa, crítica e colaborativa para dominar os aspectos básicos e se destacar em leitura, matemática e ciências, para ter competência de leitura e para reagir às oportunidades e desafios com rapidez, agilidade e mais inovação” completa.

Geração Ze o Mercado de Trabalho

CRÔNICAT ive a oportunidade de

estagiar numa empresa conceituada, o Santuário Nacional de Aparecida,

que em virtude do evento mais importante do ano, o dia de Nos-sa Senhora Aparecida, precisou de reforços para auxiliar na sala de imprensa. E lá estava eu, toda inexperiente e me sentindo um peixe fora do aquário, para tra-balhar ao lado da imensa igreja e acolhendo fiéis que vinham de todas as partes do Brasil. O mais interessante foi recepcionar os diversos profissionais de comuni-cação vindos também de todo o país, até do estrangeiro, para que fossem instruídos durante a cole-ta de informações e imagens no evento que acontecia na Basílica.

Eu nunca vi tantos jornalistas, fotógrafos, cinegrafistas, produ-

tores e radialistas na minha vida, nunca vi tanta competitividade e tantos litros de café sendo inge-rido. Se há algo que eu ganhei, além da experiência de trabalhar num órgão da comunicação, foi a percepção de como a concor-rência é grande, de como cada profissional busca se diferenciar naquilo que faz, seja nas pautas, nas fotos, nas gravações de ima-gens ou nas reportagens, para se garantir o melhor resultado aos seus veículos.

E vocês me perguntam o por-quê de estar falando sobre essa minha experiência. É que acre-dito que vale muito a pena, você se preparar antes de ingressar no mercado de trabalho, vivenciar como é o universo concorrente dos grandes profissionais, que seremos um dia também. Esse

“pré-emprego” tem a grande im-portância de nos abrir portas e induzir oportunidades de agregar-mos conhecimento além do que obtemos nas salas de aulas. Os próprios professores deixam isso muito claro, que a faculdade não ensina tudo o que precisamos aprender, muita coisa é teoria. Com o estágio a teoria é posta em prática, tudo fica muito mais fácil e compreensível. São nesses momentos que nos sentimos pre-parados e aptos para ingressar no mercado de trabalho.

É um erro acreditar que após a conclusão do ensino superior, seremos bons profissionais na área, se nunca permitimos apren-der além do que os professores ensinaram, pois se sabe que a educação acadêmica baseia em três pilares: ensino, pesquisa e extensão. E as empresas, no ge-ral, valorizam muito os universitá-rios formados que passaram por um estágio ou também que tenha participado voluntariamente de algum projeto, mesmo que nunca tenha sido funcionário ou estagi-ário numa instituição conceituada. Pode ter plena convicção que a sua carga de conhecimento será muito valorizada futuramente. Eu que o diga: atualmente já estou trabalhando, ou melhor, estagian-do num outro veiculo de comuni-cação e graças às minhas expe-riências anteriores, que adquiri nos meus antigos estágios, meus colegas já experientes, me con-sideram uma profissional. Minha

bagagem de conhecimento na área, fez com que eu pudesse me adaptar aos diversos problemas e encontrar soluções, aprendendo ser flexível e dinâmica. Quem vê pensa que eu nasci para ser jor-nalista, mas mal sabem as pes-soas que eu não me identificava com o curso no 1º ano da faculda-de; e quando comecei fazer esta-gio, tudo ficou tão fácil e interes-sante que hoje, eu tenho certeza que esse curso é a minha cara.

E uma realidade que atordoa muitos universitários, é a dificul-dade de bancar os estudos e ter que trabalhar durante o dia, al-guns têm filhos, ou moram sozi-nhos, ou vivem com os pais. Mas uma coisa é comum para qual-quer um de nós: problemas todos têm. E se escolhemos chegar até aqui, é porque temos um propó-sito, de sermos profissionais, de termos vocação e de realizarmos nossos sonhos também. A vida não foi feita para ser fácil e ela não tem ouvidos para escutar reclamações. Mas se quisermos atuar com vasta experiência, não existe nada melhor que se dedi-car a um estágio. Mesmo não pa-recendo ser tão simples assim, a essência da coisa é exatamente essa: se você escolheu a gra-duação em que está estudando, obviamente se identifica com a disciplina, ou seja, gosta do que faz. E o melhor a fazer é aceitar os desafios e acreditar que expe-riência nunca é demais.

Por: Amanda Maniçoba

CRÔNICA

“Jornalismo é uma questão de ênfase.” -Paulo Francis

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Mídias sociais

demandam novos

profissionaisLOG

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Ser formado em comunicação é um dos requisitos básicos

para trabalhar como analista de mídias sociais

Os anos passam, as novidades surgem e com aquelas sur-gem também as

novas tecnologias e as novas ferramentas para trabalho e a necessidade de novos profissio-nais. Assim, eis que nascem as mídias sociais, e com elas a ne-cessidade de profissionais que cuidem desse novo ambiente di-gital. Analista de novas tecnolo-gias, segurança da informação, analista de bancos de dados, programadores, são alguns pro-fissionais que surgem e ganham ascensão nesse nicho que apre-senta um alto nível de expansão. Dentro desse ambiente, surge também o analista de mídias so-ciais. Muitas pessoas já ouviram falar desse novo profissional que surgiu no mercado de trabalho,

O profissional pre-cisa estar “ligado” às novas tendências e às informações”.“

mas será que sabem o que faz um analista de mídias sociais? Qual o perfil desse novo profis-sional?

Primeiramente quem trabalha como analista de mídias sociais não costuma se colocar como um analista propriamente dito, mas sim como um entusiasta da profissão, é o que afirma o ana-lista de marketing digital, Alex Gonçalves. “Eu costumo dizer isso, porque ainda participamos de um mercado em maturação, em que vale mais errar e apren-der, do que acertar sem saber”.

O analista de mídias sociais surge com a necessidade, prin-cipalmente, das grandes empre-sas em cuidar, analisar e estudar a imagem da marca que circula em um ambiente que se apre-senta em expansão diariamente, que é o mundo digital. Ou seja, o profissional cuida da atuação da marca gerenciando-a nas mí-dias sociais. Com isso a comu-nicação ficou muito mais ágil e

eficiente. Em outros tempos uma reclamação demorava dias para chegar às mãos do responsável, hoje essas mesmas reclama-ções chegam a levar minutos, isso quando não chegam em questão de segundos. Isso se dá pelas características das mídias sociais em fazer com que a rela-ção entre cliente e empresa fique cada vez mais fácil.

É por isso, que o analista pre-cisa manter um relacionamento com o cliente colocando em prá-tica o famoso Voice of Customer (VOC) que é nada mais que uma forma de ouvir e entender as ne-cessidades dos consumidores. E o grande desafio para esses profissionais é resolver as ques-tões da melhor maneira possível em um curto espaço de tempo, porque o trabalho do atendimen-to do consumidor na internet é colocado como um serviço de atendimento ágil de qualidade.

E não é para menos a neces-sidade de um trabalho eficiente entre cliente e empresa na web. A segunda edição da pesqui-sa “Empresas e Consumidores nas Mídias Sociais” realizada pela agência de comunicação The Jeffrey Group, em janeiro de 2011, aponta que 94% dos entrevistados, usam as mídias sociais para dar sua opinião sobre empresas e produtos. A porcentagem aumentou consi-deravelmente se comparada à primeira edição da pesquisa em 2010 em que o índice era de 73%. A pesquisa também mos-trou que desse total, 36% se ma-nifestam quase sempre na rede sobre o seu relacionamento com empresas e marcas. 37%, às ve-zes e 21 % raramente. Apenas

Por: Talita Galvão

LOGIN

6% dos entrevistados disseram nunca ter usado as mídias so-ciais para opinar, elogiar e criticar as empresas, os serviços e os produtos. O estudo ainda revela que o profissional precisa estar “ligado” às novas tendências e às informações. De acordo com o mesmo, 67% dos usuários le-vam em consideração as notícias e informações em primeira mão na hora de fazer parte das mídias sociais. Além disso, argumentos como participar de concursos, promoções, trocas de opiniões, experiência com outros usuários, são levados em consideração na hora de fazer parte da comunida-de digital da empresa.

Outra questão, mas não menos importante que também envolve o trabalho do analista de mídias sociais é o olhar e a pesquisa voltados para a concorrência, já que hoje em dia, ter acesso a in-formações dos novos projetos da outra empresa não é algo impos-sível. Assim, verificar o que eles estão fazendo para poder reno-var tornou-se uma missão para esse novo profissional.

Perfil do profissional“Ser um profissional formado

na área de Comunicação Social deve ser sim um pré-requisito’ é o que afirma um dos reconhecidos especialista em marketing e em novas tecnologias em comuni-cação Armindo Cruz. Atualmente trabalha como professor univer-sitário, palestrante e diretor da Agência de Criatividade, Cruz e Ferreira. Armindo acredita que a pessoa para se tornar uma ana-lista de mídias sociais, precisa acima de tudo gostar e dominar a linguagem digital. “A experiên-cia com as ferramentas das mí-dias sociais como blogs e redes sociais contam muito, mas cada caso precisa ser estudado e ana-lisado. Não tem como fazer uma única afirmação e generalizá-la para todos”.

O novo profissional precisa ir além. Não basta gostar apenas

de dados, números, estatísticas, é preciso que saiba lidar com pessoas. A comunicação é umas das ferramentas de trabalho mais importante do analista. Dialogar, interagir, opinar são requisitos básicos para se trabalhar com mídias sociais, a tecnologia for-ma as mídias, mas a estrutura está nas pessoas.

Para Alex não adianta o pro-fissional ser contratado pela em-presa por conhecer uma platafor-ma de mídia social, ele precisa saber mais do que isso, precisa entender e saber explorar essa plataforma, só assim os objetivos da marca serão atingidos. “Uma bela frase, escrita pelo Caio Cos-ta (blogcitario.blog.br) define mui-to bem a realidade: “Se blogueiro fosse Pokemón, o próximo es-tágio de evolução seria para es-pecialista em mídias sociais.”.Aí percebemos que o mesmo tem que ter conhecimentos em teoria da comunicação, benchmarking, marketing e muitas outras rami-ficações. Há casos de erros de atuação nas mídias sociais, os classificados como #fail – a maio-ria deles ocasionados pela falta de qualificação em comunicação da pessoa”.

Quando questionado sobre o cenário de mercado atual para a analista de mídias sociais na região do Vale do Paraíba Alex declarou. “Falando em tempos atuais o profissional não encontra um cenário definitivamente pro-missor! São poucas as agências digitais no Vale do Paraíba que possuem profissionais atuando com mídia social e não prevejo uma melhora em curto prazo.

Mas calma, não se desespere! Há alguns evangelizadores na região que são dignos de aplau-so, como por exemplo, o próprio Armindo Ferreira e Robson Ca-valcant! Eles são os responsá-veis pelo evento Social Media Vale do Paraíba. Estes esforços, aos poucos, educam o mercado, mostrando a importância da atua-ção em mídias sociais.”

“Jornalismo é, a prática diária da inteligên-cia e do caráter." -Cláudio Abramo

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COM

PORT

AM

ENTOOs desafios na hora de encarar a

rotina universitária Como lidar com a pressão e as dificuldades na conciliação da rotina universitária a do trabalho

Muitos universitá-rios se desdo-bram diariamen-te para conciliar seus deveres

como funcionário e estudante, a rotina desgastante de trabalho durante o dia muitas vezes im-pede uma melhor absorção dos conceitos e conhecimentos trans-mitidos pelos professores na fa-culdade.

Mas para a maioria destes jo-vens, vale tudo para poder con-cluir o ensino superior e se pos-sível já se engajar em um estágio em sua área visando uma contra-tação após a conclusão do curso. É o caso do estudante, Rodrigo Dias Ferreira, que cursa o último ano de Publicidade e Propaganda na PUC (Pontifícia Universidade Católica) em Campinas. O univer-sitário que estagia na empresa de comunicação e marketing Art.Co, enfrenta uma árdua rotina todos os dias ao levantar-se às 8 ho-ras da manhã e só retornar para a sua residência por volta das 11 horas da noite.

Rodrigo é responsável pelo atendimento ao cliente, que no caso de sua agência é difundida com a função de planejamento estratégico. Seu trabalho seria basicamente representar a ima-gem proposta pela agência para o mercado e ser o porta-voz do cliente dentro da empresa, a fim de atendê-lo da melhor forma possível.

De acordo com o universitário, todas as dificuldades na concilia-ção das responsabilidades como funcionário e estudante são ne-cessárias para o seu amadure-cimento profissional e pessoal. “Não posso falar que o trabalho chega a atrapalhar minha facul-dade. Claro que o meu tempo útil para elaborações de trabalhos acadêmicos foi drasticamente podado pelo trabalho. Porém, eu procuro encarar a rotina profissio-nal, pois ela me coloca em conta-to direto com tudo que é passado na universidade, fazendo com que minhas aulas se tornem um objeto real de observação, um la-boratório prático durante o dia e um banho de teoria à noite”, enfa-tizou Rodrigo.

Para o professor universitário, Miguel Júnior, acostumado a pre-senciar seus alunos ralarem para não deixarem o emprego atrapa-lhar a vida acadêmica, todo o es-forço certamente será recompen-sado no futuro. “Muitas vezes os

Mantenha seu material escolar organizado e em um só lugar. Anote em sua agenda ou calendário as datas para entrega dos trabalhos e nunca os

deixe para a última hora. Não esqueça de aproveitar sua vida.

Estudante se desgasta diariamente para conciliar a vida acadêmica com o trabalho

Den

ise

Mor

eira

COMPORTAMENTO

Por: Lucas Barbosa

alunos se esforçam para alcançar êxito tanto no trabalho quanto nos estudos. O que não pode aconte-cer é permitir que um atrapalhe o outro. Conheço casos em que a estudante sai de casa às 5h30 e chega depois da meia-noite. O cansaço pode ser evidente, mas vale à pena sofrer um pouco para buscar o sucesso”, ressaltou o professor.

Uma grande parcela dos jovens que cursam o ensino superior tra-balha durante o dia em empregos que não estão ligados a sua área de estudo. É o caso do universitá-rio, Rafael de Oliveira, que cursa em Cruzeiro o segundo ano de Educação Física na ESEFIC (Es-cola Superior de Educação Físi-

ca de Cruzeiro Prefeito Hamilton Vieira Mendes) e durante o dia trabalha como balconista em um hipermercado de seu município.

De acordo com Rafael, a rotina desgastante de trabalho e facul-dade vem lhe causando uma forte

carga de stress. “Eu gostaria de estar estagiando, mas o valor que pagam a um estagiário é muito baixo. Então tenho que continu-ar no hipermercado, pois com o salário que recebo consigo pagar a faculdade. Devido à rotina can-sativa que estou vivendo há dois anos, estou com insônia e alta-mente estressado”, lamentou.

O estudante ainda destaca o sentimento de insatisfação que vive, já que muitos dos seus co-legas de sala já estão engajados em algum estágio na área da Educação Física.

“Às vezes sinto que estou fican-do para trás, pois alguns amigos já estão desempenhando funções como personal trainer ou esta-

giando em escolas, e enquanto isso, estou no hipermercado. Mas fa-zer o quê? No momen-to esta é a única saída que eu tenho para pa-gar a minha faculdade”, desabafou Rafael.

De acordo com a psicóloga, Renata Fenille, o estresse é um componente da vida moderna e está cada dia mais presente no cotidiano dos jovens, muitas ve-zes é um aliado na superação de desafios, mas por outro lado, pode causar grandes danos para a saúde física e mental. Resul-tando em casos de insônia, an-siedade excessiva, diminuição da concentração até distúrbios ali-mentares entre outros problemas psicológicos. Ela ainda destaca que uma boa organização é peça fundamental para a conciliação da rotina de trabalho e acadêmi-ca.

“Não se preocupe com o traba-lho durante as aulas e vice-versa. Concentre-se no que está fazen-do no momento. Não fique angus-tiado por causa da intensidade de sua vida acadêmica e profissio-nal. Guarde um tempo para des-frutar e apreciar o mundo ao seu redor”, orienta a psicóloga.

“A ética deve acompanhar sempre o jorna-lismo” - Gabriel Garcia Márquez

SUST

ENTA

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Base para uma nova sociedade

Sustentabi l i -dade, essa é palavra de ordem do

século 21. Esse termo passou a ser cada vez mais presente em nos-so cotidiano, mas será que o jovem universi-tário assimilou a idéia e está fazendo sua parte, em busca de um planeta sustentável?

Afinal, o que é sus-tentabilidade? A idéia central é que é possível continuarmos vivendo e nos desenvolvendo de forma com que haja continuidade e equi-líbrio em relação aos recursos disponíveis. Tudo o que se retira, se apenas retirarmos, uma hora vai acabar. Assim, devemos ofe-recer ao planeta tan-to quanto extraímos dele. Uma amostra de que o jovem identifi-cou – se com o tema aconteceu na gincana impacto zero SWU, uma das iniciativas do movimento de cons-cientização em prol da sustentabilidade SWU (Starts With You – Co-meça Com Você), com intuito de recrutar os

universitários a questões ligadas ao meio ambiente, foi lançada no dia 22 de maio no Fantástico da TV Globo e contou com mais de cem projetos de sustentabilidade inscritos, onde foram selecio-nados vinte, e as universidades participaram de uma gincana eli-minatória. Os prêmios incluíram 500.000 reais para aplicação em projetos sustentáveis e cursos de empreendedorismo em uma uni-versidade nos Estados Unidos. A Universidade Federal de Alfenas (MG) foi a grande campeã do evento. Em um futuro próximo,

caberá às gerações mais jovens a condução do processo de de-senvolvimento e a utilização dos recursos naturais disponíveis no meio ambiente. Desta forma, compete também ao jovem assu-mir uma postura racional, visan-do o desenvolvimento sustentá-vel.

Jovens sustentáveisPequenas ações podem gerar

grandes reações. A estudante de Direito Bruna Souza, ao fazer suas compras no supermercado evita que seus produtos sejam embalados em sacolas plásticas. Ela conta com a ecobag, ou sa-cola ecológica, reduzindo assim o consumo das sacolinhas plás-ticas. “Acho que com pequenas atitudes podemos sim mudar o meio ambiente. O importante é dar o primeiro passo”, enfatiza.

E essa ajuda é valida sim. O motivo: o plástico polui e muito, as sacolas são incapazes de se decompor em curto prazo, duram cerca de 300 anos. Poluem rios, mares, matam animais nativos, sujam ruas e geram uma quan-tidade enorme de plástico inútil. De acordo com a bióloga, Tainá Monteiro, campanhas como as que visam à extinção de saco-linhas plásticas, embora apre-sentem um cunho político, po-dem obter resultados, “Se forem pensadas alternativas viáveis, como a utilização de embalagens retornáveis entre outras, isso re-almente pode diminuir o impacto ambiental, mesmo que em pe-quena escala” explica.

O estudante de Administração, Eduardo Januzelli, é um univer-sitário preocupado com o plane-ta. Como orientador do Grêmio Estudantil, da Escola Arnolfo de Azevedo, de Lorena, começou projetos de voluntariado para despertar a conscientização am-biental. A partir deste propósito, Januzelli promoveu a “Ação de Plantio de Árvores e Limpeza Escolar”, com o objetivo de in-centivar e levar às comunidades

a necessidade de se pensar no meio ambiente, no aquecimento global, desmatamento e a con-tribuição para a diminuição do impacto na camada de ozônio. “Se cada um plantar pelo menos uma árvore, acho que teremos uma qualidade de vida melhor. A gente prepara as crianças para começar a pensar na sustentabi-lidade e no nosso futuro”, argu-menta.

Além de mostrar aos alunos a importância de uma preservação ambiental, o projeto tem como finalidade sensibilizar alunos de ensino médio, universitários e moradores à preocupação com o meio ambiente “É preciso que todos se conscientizem sobre a importância de exercer a cida-dania”, finaliza. O estudante de Ciências da Computação, Mar-cos Augusto, não é integrante de ONG a favor do meio ambiente, nem participa de passeata a fa-vor da sustentabilidade, mas usa pilhas recarregáveis e deposita, em um local apropriado, as que já foram usadas. Além disso, na hora de comprar um aparelho eletrônico certifica-se de que o mesmo consome menos energia possível. “Sustentabilidade tem começar a partir da gente, eu fico com a cabeça tranquila pois sei que estou ajudando, de alguma forma, o meio ambiente”, comen-ta. Atualmente, muito da energia

que consumimos tem origem em combustíveis fósseis. Reduzindo o consumo de energia estaremos também a diminuir a emissão de gases com efeito estufa para a atmosfera. Estes gases são res-ponsáveis, em grande medida, pelo fenômeno do aquecimento global. Uma utilização sustentá-vel de energia representa ainda uma maior poupança econômica energética em nossas casas.

Outra forma de reduzir a emis-são de gases poluentes é deixar o automóvel na garagem. Andar de bicicleta surge como uma al-ternativa sustentável e eficiente para transportes curtos, além de diminuir níveis de poluição faz bem para o corpo e para o bolso. Este é o caso da estudante de direito Cintia Martins que trocou o carro pela bicicleta para fazer trajetos curtos. Ela usa o veículo somente em último caso e para percorrer distâncias em que o au-tomóvel é indispensável. “Carro agora só em necessidade, e para lugares muito longe. A bicicleta além não poluir o meio ambiente, faz bem para a saúde e econo-mizo dinheiro”, informa. A bióloga Tainá, ainda deixa algumas das principais ações que o cidadão pode realizar para contribuir com a preservação ambiental, “Dimi-nuir produtos industrializados, água, energia e descarte de re-síduos, separar o lixo e enca-minhar para a reciclagem, pois aumenta a vida útil dos aterros sanitários e evita a extração de matérias primas e recursos natu-rais não renováveis. A economia de água e energia minimiza o im-pacto direto sobre o meio, no que diz respeito a evitar a transposi-ção de rios e criação de represas que agravam, a situação já ruim, dos ecossistemas aquáticos do nosso país”, destaca.

Editora Geral:

Prof.ª Esp. Laura Barcha – MTb 36454

Colaborador de Fotografia:

Prof. Me. Luis Antonio Feliciano Faculdades Integradas Teresa D’Ávila - FATEA

Av. Peixoto de Castro, 530 - Vila Celeste- Lorena-SP- CEP:12606-580 - Fone: (12) 2124-2888

Equipe de Alunos: Amanda Moreira, Amanda Maniçoba, Amanda Giupponi, Ana Flávia Orcesi, Ana Paula de Almeida, Arieli Prado, Bruna Cristina, Bruna de Paula, Camila Guimarães, Camile Araújo, Carla Sestari, Carlos Roberto, Daniele Dias, Denise Moreira, Diogo Meireles, Estéfani Braz, Fabíola Nascimento, Glauber Camilo, Jéssica Queiroz, Leilah Diniz, Luara Castilho, Lucas Barbosa, Magnum Sulivam, Maíra Lisboa, Maria Mariana, Mariane Soma, Natalia Marcondes, Ramon Mor-gado, Talita Galvão, Tuany Galvão, Vanessa Freitas.

Direção Geral: Prof.ª Dr.ª Olga de Sá

Vice-Direção: Prof.ª Me Irmã Raquel Retz

Coord. Curso de Comunicação Social:

Prof. Me. Jefferson de Moura

Diagramação: Amanda Moreira/ Editor Jr.: Arueli Prado

EXPEDIENTE

Jovens e sustentabilidade tem que andar de mãos dadas

Por: Carlos Roberto

Car

los

Rob

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SUSTEN

TABILIDADE

Jovens universitários com atitude podem fazer a diferença a favor do planeta

"A sociedade que aceita qualquer jornalismo não merece jornalismo melhor." - Alberto Dines