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PARAÍBA, DOMINGO, 1 9 D E D E Z E M B R O DE 2010 CMYK Q uem casa quer casa, diz o velho ditado. Atualizando para os dias de hoje, quem casa quer casa, mas também quer carro. E até quem nem pensa em casar não abre mão da praticidade de uma vida sobre quatro rodas nem da segurança de um teto para chamar de seu. Pensando em atender às exigências desse público, este caderno especial sobre veículos e imóveis do JORNAL DA PARAÍBA traz um ma- peamento dos assuntos mais quentes relacionados aos dois setores. Nas próximas páginas, você vai encontrar matérias que tratam desde carros populares a modelos importados que custam mais de R$ 300 mil; de dicas de nanciamento e novidades do programa “Minha Casa, Minha Vida” até os mais recentes lançamentos do mercado de imóveis de alto luxo; de orientações para a manutenção do seu carro e proteção ao seu patrimônio até questões coletivas, como as tendências sustentáveis presentes nos imóveis e veículos recém-lançados. Tudo isso com muita informação e charme, como na reportagem sobre dicas de ambientação e decoração para apartamentos pequenos. Seja o seu sonho um carro novo, uma casa aconchegante ou os dois ao mesmo tempo – e por que não? – certamente uma das matérias deve servir na medida entre os seus anseios e o seu bolso. Boa leitura! Casa ou carro?

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EDIÇÃO ESPCIAL EM 3D DO JORNAL DA PARAÍBA

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PA R A Í B A ,

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Quem casa quer casa, diz o velho ditado. Atualizando para os dias de hoje, quem casa quer casa, mas também quer carro. E até quem nem pensa em casar não abre mão da praticidade de

uma vida sobre quatro rodas nem da segurança de um teto para chamar de seu. Pensando em atender às exigências desse público, este caderno especial sobre veículos e imóveis do JORNAL DA PARAÍBA traz um ma-peamento dos assuntos mais quentes relacionados aos dois setores.

Nas próximas páginas, você vai encontrar matérias que tratam desde carros populares a modelos importados que custam mais de R$ 300 mil; de dicas de nanciamento e novidades do programa “Minha Casa, Minha Vida” até os mais recentes lançamentos do mercado de imóveis de alto luxo; de orientações para a manutenção do seu carro e proteção ao seu patrimônio até questões coletivas, como as tendências sustentáveis presentes nos imóveis e veículos recém-lançados. Tudo isso com muita informação e charme, como na reportagem sobre dicas de ambientação e decoração para apartamentos pequenos.

Seja o seu sonho um carro novo, uma casa aconchegante ou os dois ao mesmo tempo – e por que não? – certamente uma das matérias deve servir na medida entre os seus anseios e o seu bolso.

Boa leitura!

Casa ou carro?

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A temperatura nas con-cessionárias de veí-culos há tempos está

em clima de verão em to-dos os segmentos, soman-do 34.731 carros vendidos de janeiro a novembro des-te ano, apenas na Paraíba. Mas é para as classes C que o sol tem brilhado mais for-te, com o crescimento do poder aquisitivo dessas ca-madas. Os números, que ul-trapassam o acumulado de vendas de carros e comer-ciais leves dos doze meses do ano passado (30.012), re etem-se nos modelos de veículos mais comercializa-dos: os populares.

De acordo com os da-dos da Federação Nacional de Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave), os modelos mais vendidos em todo o Estado em 2010 foram Uno (3.491), Gol (3.004) e Celta (2.711).

Este último é o carro mais barato (em torno de R$ 25 mil) e um dos mais procu-rados na Concessionária Au-tovia, representando 70% do volume de vendas da Chevrolet, juntamente com o Classic e o Prisma.

“Houve um aquecimen-

POR MARINA MAGALHÃESFOTO FELIPE GESTEIRA

Com incentivos e programas de financiamento cada vez mais atrativos, adquirir um carro ficou mais acessível para a parcela mais pobre da população

COMPRAR FICOUMAIS FÁCIL

to muito grande no mer-cado de dois anos para cá, em função do crescimento aquisitivo da classe C, fator fundamental no aumen-to do volume de venda de carros”, analisa o gerente de

vendas Fábio Moura. Além da redução da taxa de juros, ele atribui esse crescimen-to ao prazo de compras, que vai até 72 meses (seis anos) na loja em que traba-lha. “Hoje, a parcela cabe

no bolso desse público, estamos vendendo muitos carros aos primeiros donos de veículos, muita gente que não tinha condições de comprar um carro e agora pode fazer isso”.

Os automóveis usados também são bastante pro-curados por este nicho de mercado, que já é a clas-se dominante na Paraíba, segundo dados do Target Marketing, empresa espe-

Classe C aquece o comércio de veículos

cializada em Tendência de Consumo (Índice de Poten-cial IPC-Target). De 2005 a 2010, o número de domi-cílios classe C passou de 219,5 mil para 429,3 mil, o que representa uma alta de 95,6%, composta em boa parte pela ascensão das fa-mílias que antes pertenciam à classe D.

A partir de R$ 13 mil es-sas pessoas podem com-prar um carro, conforme o empresário Fabrício Freire, da Campina Veículos. Ele ex-plica que um modelo Celta completo, ano 2002, pode ser comprado sem entrada e em até 60 meses, com parcelas em torno de R$ 390,00. “A facilidade é que se o cliente pagar antecipa-do terá desconto, mesmo fazendo o nanciamento, não cará preso a isso. Com um ano, se quiser trocar o carro, pode liquidá-lo e pas-sar para outro”, esclarece, destacando que as taxas de juros dos usados variam de acordo com o ano de fabri-cação do veículo.

Com tanta oferta de cré-dito, uma modalidade bas-tante procurada anos atrás, o consórcio, caiu em desu-so. Fábio Moura explica que em comparação às baixas taxas de juros, a taxa admi-nistrativa do consórcio não compensa a espera pelo veículo. “É melhor comprar nanciado, direto, em vez de ter que pagar taxas de administração e esperar um dia ser contemplado. A pres-tação de um Celta zerinho, por exemplo, pode car en-tre R$ 300,00 e R$ 700,00 nanciado, dependendo da quantidade de parcelas e do valor da entrada, se houver”, conclui o gerente.

MAIS VENDASConcessionárias paraibanas vivem um grande momento com a estabilidade da economia

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Baixa renda é foco das Baixa renda é foco das construtorasconstrutoras

Embora o mercado de imóveis de luxo tenha crescido consideravel-

mente em todo o Estado, a massa responsável por ci-mentar tijolo por tijolo a verti-calização do cenário imobiliá-rio local está na classe C. É o que revela um levantamento feito pelo gerente regional de Habitação da Caixa Eco-nômica Federal, João Alves de Andrade. Até dezembro deste ano, o volume de ca-sas e apartamentos nancia-dos para esse público, que ganha de zero a dez salários mínimos, deve ultrapassar a casa das 14 mil unidades habitacionais, apenas no programa “Minha Casa, Mi-nha Vida”, em parceria com o governo federal.

Os números são bastan-te expressivos, mas ainda existe uma demanda de oito milhões de famílias no Brasil e de pelo menos 150 mil na Paraíba em busca da casa própria, conforme da-dos do Sindicato da Indústria da Construção Civil de João Pessoa (Sinduscon-JP). De olho nesse público, muitas empresas têm investido em imóveis mais básicos e de médio padrão.

“Realmente, o mercado de luxo está em alta, acom-panhando a expansão do setor. Entretanto, eu diria que o foco maior das cons-trutoras hoje são as famílias de média e baixa renda que não podiam adquirir um imóvel pelo sistema tradicio-nal de nanciamento direto e passaram a poder com o retorno do crédito bancário para o setor”, revela Irenaldo

Quintans, presidente do Sin-duscon-JP.

Além da facilidade de crédito, incentivos governa-mentais como o programa “Minha Casa, Minha Vida” oferecem subsídios que en-corajam essas famílias a ad-

POR MARINA MAGALHÃESFOTOS RIZEMBERG FELIPE

NICOLAU DE CASTRO

quirir a casa própria. “O go-verno federal dá incentivos de R$ 3 mil a R$ 17 mil para imóveis que custem até R$ 100 mil, principalmente para imóveis novos. O maior des-conto é para quem ganha até três salários mínimos, a

partir daí começa a reduzir o percentual de incentivo”, ex-plica Migliaccio Pires.

“Isso foi fundamental para alavancar o mercado, não só de imóveis, mas também de eletrodomésticos”, acredita o empresário.

A expectativa da Caixa Econômica Federal é de que o programa de incentivo per-maneça durante a gestão da presidente Dilma Rousseff (PT), nos próximos quatro anos. O gerente regional de Habitação da Caixa conta que este ano foram progra-madas um milhão de unida-des habitacionais em todo o Brasil, regime orçamentário que termina em dezembro e deve ser substituído por no-

vos números em 2011.“Temos informações de

que o programa deve con-tinuar nos anos seguintes, mas o que não temos ain-da é um orçamento de ni-do. Logo no início do ano que vem esse orçamento deverá ser divulgado e sa-beremos quantas unidades vamos ter como meta para produzir no ‘Minha Casa, Minha Vida’”, conclui João Alves.

BOOM DAS CONSTRUÇÕESNunca se construiu tanta casa na Paraíba: seja em programas habitacionais, como o ‘Minha Casa, Minha Vida’, ou através de construtoras de olho numa nova parcela de mercado

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Seguros previnem Seguros previnem contra prejuízos ao contra prejuízos ao seu patrimônioseu patrimônio

Quem nunca passou pela situação, certa-mente conhece algum

parente ou amigo que teve o seu carro ou moto roubados na Paraíba. Apenas no ano passado, foram 1.368 veículos tomados de seus donos em todo o Estado, algo em torno de quatro registros por dia na Delegacia de Roubos e Furtos de Veículos – dos quais so-mente 385 (menos de 1/3) foram recuperados. Felizmen-te, o número de roubos caiu para 770 no período de janei-ro a novembro deste ano, mas não deixa de ser preocupante.

“Em toda a época de nal de ano, aumenta considera-velmente a prática do crime de roubo, tanto de veículos quanto a residências e con-tra a pessoa”, explica Fran-cisco de As-sis da Silva, delegado res-ponsável pela Delegacia de Crimes Contra o Patrimônio.

Se não ti-vesse se prevenido como o habitual, o médico Haroldo Rique amargaria um nal de ano sem carro por ter sido vítima dessas estatísticas. No nalzinho do mês passado, ele teve o seu veículo modelo Corolla (que custa acima de R$ 75 mil) roubado ao che-gar em casa. “Estava entran-do na garagem quando dois homens armados de revólver aproveitaram enquanto o por-tão eletrônico fechava para entrarem escondidos. Leva-ram na hora o carro que eu havia comprado há apenas três semanas”, lembra Rique.

A sorte do médico, na ver-dade, é cuidado: ele nunca tirou um carro da concessio-nária sem antes contratar um seguro contra roubos, furtos e acidentes. Essa, por sinal, é a modalidade de seguros mais procurada na Paraíba, segun-do o corretor Marcílio Nasci-mento Filho, da Marcílio Se-guros. “Temos uma crescente procura por coberturas mais abrangentes a um custo mais competitivo. Hoje operamos com uma carteira de seguros de automóveis composta por onze seguradoras”, explica o empresário, destacando o grande crescimento local des-se mercado, composto por 806 membros – entre corre-tores e empresas cadastradas na Federação Nacional de Cor-retores de Seguros (Fenacor).

Com o crescimento da oferta, quem saiu ganhando também foi o consumidor, que passou a contratar seguros para praticamente qualquer bem, de forma prática, rápida e a custos menores que há tempos atrás. “Antigamente os seguros tinham menos cober-turas a um custo proporcional-mente maior, sem falar que as opções de empresas segura-doras eram menores. Mas já

contamos com a tecnologia de informação para oferecer preços acessíveis que demo-cratizam o serviço”, acrescenta Marcílio Filho.

“Tudo pode ser segurado, desde uma máquina fotográ- ca até uma plataforma de petróleo. O valor do seguro segue o mesmo raciocínio: você pode ter uma garantia de R$1 como pode ter uma de R$1 trilhão”.

Os valores são calculados de acordo com cada cliente, conforme um conjunto de informações que possam co-locar o objeto do seguro em risco. Entre eles estão a região de circulação do veículo na maior parte do tempo. “Cada área tem seu coe ciente de risco. Um seguro na cidade do Rio de Janeiro é mais caro que o seguro de um veículo que circule em João Pessoa, devido à incidência de roubos

e de colisões”, compara o cor-retor.

Entretanto, as variações não param por aí. O mode-lo do veículo, o ano de fa-bricação e as características

do projeto – que levam em conta custo de reparo, índice de perdas totais, fornecimen-to, disponibilidade de peças, bem como a quantidade de unidades de veículos comer-cializados – in uenciam no cálculo das apólices da segu-radora. Até características na-turais, como a idade e o sexo do motorista do veículo são analisadas.

“Também são observados estado civil, hábitos de uso, grau de escolaridade, dispositi-vos de segurança do veículo e histórico de uso do cliente. To-das as informações são aufe-ridas em um banco de dados estatísticos que as seguradoras alimentam, propiciando, assim, uma preci cação mais justa e especí ca”, orienta Marcílio Fi-lho. “Além disso, existem des-contos que os segurados têm direito por tempo de utilização do seguro, os bônus”, conclui, destacando as facilidades ofe-recidas pelas empresas.

Aumento no número de roubos de carros na Paraíba provoca uma procura grande por seguradoras, que por sua vez oferecem cada vez mais vantagens

MAIS SEGURANÇA

POR MARINA MAGALHÃESFOTOS FRANCISCO FRANÇA

RIZEMBERG FELIPE CARRO ROUBADOVeículo é encontrado pela polícia completamente depenado: para quem não tem seguro é uma perda irreparável

O motorista segurado pode ter

uma garantia de R$ 1 ou R$ 1 trilhão

DICAMarcílio Filho informa sobre os vários modelos de seguro

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CHAVE É A ECONOMIAMigliaccio Pires acredita que a estabilidade acaba facilitando o crédito, o que é bom para todo mundo

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Assim que terminar de ler esta matéria, ao sair na rua, olhe ao seu redor.

Se você estiver em uma área urbanizada de João Pessoa ou Campina Grande, não pre-cisará de muito esforço para encontrar, um, dois, três... de-zenas de prédios em constru-ção. Essa expansão do merca-do de imóveis, que coloca a Paraíba como a menina dos olhos das grandes construto-ras, está alicerçada em uma base simples: a facilidade do crédito imobiliário.

Apenas através de nancia-mentos da Caixa Econômica Federal, até o nal deste ano, terá sido movimentado R$1,2 bilhão em crédito para a aqui-sição da casa própria, valor que representará 20 mil novos tetos para as famílias paraibanas.

“O mercado hoje está ex-tremamente aquecido e tem uma coisa que há 13 anos não tinha, que é a estabilida-de”, comenta o empresário Migliaccio Pires, da Pires Em-preendimentos. “Se tem es-tabilidade, tem crédito, e se tem crédito, tem como com-

prar. Isso aquece o mercado, já que 60% dos imóveis co-mercializados atualmente são nanciados por bancos. Nos casos de apartamentos pron-tos, esse índice é maior”.

A expansão do setor vem ocorrendo de forma gradativa em todo o Estado, mas é a ci-dade onde o sol nasce primei-ro que concentra a maioria dos negócios. Conforme pro-jeção do Sindicato da Indústria da Construção Civil de João Pessoa (Sinduscon-JP), a esti-mativa é de que pelo menos cinco mil apartamentos sejam construídos atualmente na capital. “As construções estão espalhadas por todos os bair-ros, mas cidades como Cam-pina Grande, Guarabira, Patos, Souza e Cajazeiras vivem um crescimento vertical expres-sivo”, a rma o presidente do sindicato, Irenaldo Quintans.

Quem atuou em outros mercados tem uma visão pri-vilegiada da expansão paraiba-na. É o caso do gaúcho Luis Henrique da Silva, gerente comercial do Grupo Alliance, para quem João Pessoa vem

POR MARINA MAGALHÃES | FOTO NICOLAU DE CASTRO

Crédito fácil, boas ofertas e expansão imobiliáriaÉ HORA DE COMPRAR A PRAZOCerca de 60% dos imóveis paraibanos são financiados. Só a CEF liberou R$ 1,2 bilhão no ano

despontando como a namo-radinha do Nordeste. Ele diz que cada capital já teve o seu momento de glória, mas a bola da vez tem sido a cidade por fatores que vão desde a tranquilidade do estilo de vida ao padrão arquitetônico local,

capazes de atrair moradores e investidores, muitos deles aposentados.

“São pessoas que estão na casa dos 55 anos, em plena atividade econômica, que vêm investir e morar por aqui”, ex-plica o gerente. “É uma cidade

arborizada, com qualidade de vida, que está crescendo e a estrutura vindo junto. O próprio plano diretor favorece, garantin-do que não vai haver nenhum tipo de construção muito alta, diferentemente da vizinha Re-cife, já que em pontos como

Boa Viagem existem prédios de até 24 metros na beira da praia, provocando sombra já às três da tarde”.

Na segunda maior cidade do Estado, Campina Grande, são estimadas 1.800 unida-des em construção, segundo o empresário e diretor do Sin-duscon-PB, Migliaccio Pires. Apenas pela Pires Empreendi-mentos estão em obras 160 apartamentos, quase 10% do volume total do município. O investimento visa a atender à demanda provocada pela redução das taxas de juros – que oscilam entre 7,5% e 13% ao ano em relação ao valor do nanciamento.

“Já não é mais como an-tes, quando o comprador ti-nha que adquirir a chave, en-frentar a burocracia do crédito e pagar os famosos repasses. O maior boom é a aquisi-ção de imóveis na planta”, avalia Pires. “Um lado positi-vo é o incentivo do governo com menos impostos, me-nos tributações em cima do material de construção. Isso também tem aumentado bastante a oferta”, acrescen-ta João de Deus, empresário do ramo de confecções que aproveitou o pique da expan-são para abrir sua construtora Djuan Construções, com pelo menos 30 obras em Campi-na Grande.

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Há quem veja a própria casa como um cartão de visitas, sinônimo de

status, personalidade, organi-zação, conforto e até mesmo de extensão da vida social. E não importa se o espaço es-colhido para morar não seja tão grande assim: é possível aproveitar cada centímetro desse cantinho para transfor-mar o seu lar com a cara que você quiser. Com dicas de especialistas e alguns inves-timentos (principalmente no que diz respeito ao bom gos-to e ao bom senso), aqueles metros quadrados que lhe ca-bem podem dar a impressão de que o milagre da multipli-cação vai além das histórias bíblicas.

Essa foi a preocupação do relações públicas Fla-viano Carvalho de Souza, de 32 anos, ao comprar o seu primeiro apartamento. Como um homem do seu tempo, com a vida bastante corrida, optou por um espa-ço mais compacto e prático, o que não sign ica falar de um lar pouco aconchegante. Solteiro, sem lhos e sem a pretensão de casar tão cedo, 40 m² pareceram es-tar na medida para espalhar seus sonhos, livros, discos e amigos nessa fase da vida

tão especial – que é deixar o conforto da casa dos pais para um cantinho de liber-dade só seu, sem abrir mão da comodidade e do estilo.

“Como vivo sozinho, te-nho muita d iculdade de manter organizado um am-biente grande demais ou uma casa com muitos cô-modos. Passo praticamente o dia todo na rua”, explica o relações públicas, que evi-tou comprar muitos móveis para ter mais espaço onde possa receber as pessoas nas horas livres. “Por mais que seja pequeno, consigo ter a sensação de bem-es-tar. Aproveito meu canto para ver um bom lme, co-zinhar e conversar”.

Morando no novo apar-tamento há menos de seis meses, Flaviano Carvalho ainda não teve tempo de se organizar para ambientá-lo de forma planejada, com um pro ssional, mas buscou as primeiras soluções por conta própria. Para os livros, utensílios e materiais es-palhados, improvisou uma estante. Na ausência de um grande guarda-roupa, vie-ram as araras, com as peças separadas por cores, dando um colorido ao quarto. E até o banheiro apertado ganhou espaço e usabilidade com o box de vidro combinado às prateleiras encomendadas do mesmo material.

POR MARINA MAGALHÃESFOTOS FRANCISCO FRANÇA

FELIPE GESTEIRA

Pequenas casas Pequenas casas grandes ambientesgrandes ambientesUM CANTINHO TODO SEUVocê pode dar um toque pessoal a qualquer ambiente, demonstrando personalidade e organização. Além da exclusividade, mudanças sutis podem valorizar ainda mais o imóvel

‘Truques’ ajudam a melhorar espaço

A arquiteta Beatriz Cam-pelo, da Oca Revestimentos, explica que os próprios ma-teriais utilizados na ambien-tação podem oferecer tru-ques para proporcionar uma sensação de amplitude. “Um hábito comum das pessoas que moram em apartamen-tos pequenos é o de colocar pisos menores, como forma de amenizar a situação, mas na verdade o indicado é exa-tamente o contrário. Quanto maior o piso, menos ‘junta’ [divisão entre os azulejos], ou marcação, ele vai ter, o que dá a ideia de um espaço mais amplo”, ensina.

Outra dica para quem quer aproveitar cada centime-trozinho do imóvel é apostar nos laminados de madeira,

ou utuantes, tipos de pisos que podem ser aplicados so-bre o piso já existente, sem a necessidade de fazer uma re-forma ou precisar quebrá-lo. “Dá até para brincar com um porcelanato off white [bran-co], por exemplo, e uma tex-tura na parede”, explica.

Grande sucesso há algu-mas décadas, os mosaicos de madeira também estão voltando com variedade e so sticação. As combinações das peças, feitas à mão, aca-bam sendo exclusivas – di- cilmente alguém terá um mosaico igual ao seu. “Com a iluminação adequada ca bem legal. Por menor que seja o detalhe, dá um resul-tado bem bacana”, sugere a arquiteta.

TUDO NO SEU LUGARUma sala organizada traz conforto e uma ideia de modernidade

CUIDANDO DA APARÊNCIABeatriz Campelo indica pisos maiores para ambientes pequenos

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Embora o número de acidentes automobilís-ticos, de roubos e fur-

tos de veículos seja grande, esta não é a única preocu-pação do paraibano quanto à preservação do seu patri-mônio. Quem tem casa não vive mais a tranquilidade que mantinha os muros baixos e

os jardins aparentes. Quem vive em apartamento, por mais segura que possa pa-recer a estrutura do prédio, sabe que ninguém está imu-ne a assaltos e acidentes do-mésticos. Por essas razões, o seguro residencial vem des-pontando como uma nova preocupação do cidadão

contemporâneo, alerta em se prevenir também contra possíveis prejuízos à tão so-nhada casa própria.

Em busca dos números de roubos residenciais, a re-portagem do JORNAL DA PA-RAÍBA apurou que as queixas registradas na Delegacia de Crimes Contra o Patrimônio não representam a realidade. “Muitas pessoas são vítimas, mas não procuram a delega-

POR MARINA MAGALHÃES | FOTO FRANCISCO FRANÇAcia especializada nesse tipo de crime. Alguns fazem o boletim de ocorrência nas delegacias distritais ou nem sequer chegam a prestar queixa. Fica difícil mensurar um número real”, just ica o delegado Francisco de Assis da Silva. “Porém, sobretudo no que diz respeito a rou-bos, assaltos e arrombamen-tos, esse índice aumentou bastante depois do crack.

Garantia para obras e residências

Alguns chegam até a roubar pias, torneiras e portas de ca-sas abandonadas para trocar por droga”.

O corretor de seguros Marcílio Nascimento Filho, que atua há 20 anos no ramo, explica que o seguro é uma forma de proteger o proprietário tanto contra rou-bos e furtos como contra aci-dentes domésticos ou ocor-ridos em estabelecimentos comerciais. “Quando ocorre um incêndio em uma casa ou empresa, as pessoas que não têm seguro cam sem teto e sem trabalho. Porém, com a cobertura de um segu-ro comercializado adequada-mente, o lar é reconstruído e a empresa volta a funcionar e a produzir, possibilitando uma continuidade da vida”, exempl ica, destacando que uma boa maneira de garantir o futuro é contratar um segu-ro no presente.

Calculado de forma mo-dular, o seguro residencial pode ser montado de acor-do com as necessidades de cobertura de cada cliente – que podem ir desde seguro contra incêndio do imóvel e alagamentos, até danos elé-tricos, responsabilidade civil, quebra de vidros ou roubo de bens. Dependendo do tipo de construção e da lo-calização do imóvel, da sua utilização (se é residencial, comercial, casa de campo ou veraneio), o valor do seguro pode sair mais barato que a proteção do seu carro.

“Já imaginou se alguém se machuca na sua casa ou na sua empresa e quer lhe

processar? O seguro prevê até situações desse tipo”, cita Marcílio Filho, que também é professor de Seguros de Ris-co de Engenharia da Escola Nacional de Seguros (Fu-nenseg). “Também existem seguros voltados para obras e construções de prédios, praticamente tudo pode ser segurado hoje em dia”.

Há algum tempo a Caixa Econômica Federal (CEF) começou a se preocupar com os seguros referentes aos seus programas de ha-bitação. Além do tradicio-nal seguro contratado pelo comprador do imóvel, que prevê uma indenização em caso de morte ou invalidez permanente do contratante, também existe o seguro re-lacionado à entrega dos imó-veis, quando o banco libera nanciamentos em parceria com alguma construtora.

“Quando a Caixa contrata uma construtora, ela exige dois tipos de seguro: um sobre risco de engenharia, para garantir contra eventu-ais acidentes, e outro sobre término de obra, que ga-rante aos compradores que os imóveis em construção serão concluídos, aconteça o que acontecer com a em-presa. Se a construtora falir, por exemplo, aquele seguro suporta a contratação de ou-tra empresa, se for o caso, para terminar a obra, de for-ma que o comprador tenha a garantia de que seu imóvel será entregue”, conclui o ge-rente regional de Habitação da Caixa, João Alves de An-drade.

PREVENÇÃOCasas de luxo possuem um tipo de seguro diferenciado, levando em consideração o local

Cinco passos para contratar o seu seguro

? É recomendável buscar informações sobre a em-presa que está lhe oferecendo o seguro, saber da solidez da companhia seguradora (se existem escritórios locais);

? Buscar informações também sobre o corretor que está efetivando a venda, se ele é habilitado pela Superin-tendência de Seguros Privados (Susesp), órgão que regu-lamenta e scaliza o setor, se tem escritório com pessoal treinado e se está preparado para atender às suas necessi-dades;

? Procurar indicações de amigos e familiares, saben-do se há boas referências do corretor de seguros;

? Calcular um contrato de seguro que esteja dentro do seu per l e que atenda às suas necessidades de cober-tura;

? Renovar o seguro dentro dos prazos previstos, como forma de aproveitar os bônus e descontos oferecidos.

Cresce o número de paraibanos que buscam a prevenção contra roubos e acidentes domésticos

TUDO NO SEGURO

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CARROS NA RUASegundo dados do Denatran, já são mais de 300 mil veículos em circulação na Paraíba

“Hoje qualquer mise-rável tem um car-ro”. Não dá para

negar que por baixo de uma a rmação infeliz e preconcei-tuosa do polêmico jornalista Luiz Carlos Prates, da RBS TV – que há algumas semanas vêm motivando reações de revolta entre os internautas – existe um bocado de verda-de. Comprar um carro, antes privilégio da elite ou dos tra-balhadores mais abastados, vem se tornando cada vez mais acessível e democrático às demais camadas popu-lares, frente à facilidade de crédito e de juros atrativos no mercado. O resultado? Já são 303.459 carros em circula-ção na Paraíba, o equivalente a quase um carro para cada dez pessoas, segundo dados do último mês de agosto do Departamento Nacional de Trânsito (Denatran).

O número é mais do que o dobro do registrado em 1998, quando o Estado ti-nha pouco mais de 124 mil automóveis em circulação. Apenas para constar, a conta

ainda deixa de fora motos, ônibus, caminhonetes, cami-nhões e micro-ônibus. Esse aumento na frota, na visão do empresário Fabrício Freire da Silva, da Campina Veículos, está diretamente relacionado às ofertas de nanciamento.

“Hoje em dia, é possível nanciar 100% um automó-vel. O cliente não dá nada de entrada, paga uma parcela que cabe no seu orçamento e leva o carro para casa, na hora, o que em outros tem-pos implicava em uma gran-de burocracia”, lembra o em-presário, que atua há 11 anos no setor. “Naquela época, os bancos que nanciavam exigiam renda comprovada, então o autônomo tinha uma série de di culdades para adquirir seus automóveis. O cliente tinha inclusive de pa-gar 50% logo de entrada pelo

POR MARINA MAGALHÃES | FOTO FRANCISCO FRANÇA

Financiamentosdemocratizam mercadoUM SONHO CADA VEZ MAIS POSSÍVELComprar um carro, antes um privilégio da elite, agora é possível para quase todo mundo graças aos programas de incentivo, estabilidade da economia e facilidades na hora de tirar o carro da concessionária

nanciamento”.Para o gerente de ven-

das Fábio Moura, da Autovia (concessionária Chevrolet), os números representam a realização de um sonho para muitos paraibanos, algo que não era cogitado há 18 anos,

quando começou a traba-lhar com vendas de veículos. “Antes o mercado era muito mais restrito. Muitas pessoas até tinham esse desejo, mas lhes faltava coragem de se-quer entrar em uma revenda de veículos”, recorda. “Hoje

não, a coisa está muito mais democrática. Todo mundo tem acesso e pode realizar o sonho de ter um carro novo. E o brasileiro adora carro”.

A facilidade em adquirir um automóvel é tanta que a loja de Fabrício Freire traba-

lha com pelo menos cinco nanceiras, para evitar qual-quer possibilidade de repro-vação de cadastro do clien-te no ato da compra. “Com certeza o crédito está muito mais aberto hoje, então o consumidor precisa aprovei-tar. Às vezes um banco não aprova um cadastro, mas o outro aprova, por isso ofe-recemos várias opções de nanciamentos de veículos”, just ica o empresário.

Entre as comprovações solicitadas para a abertura do cadastro, estão cédula de identidade (RG), cadastro de pessoa física (CPF), compro-vante de residência e, de pre-ferência, um comprovante de renda ou de cartão de crédito. “Mesmo se não tiver este últi-mo, o cadastro pode ser feito, como no caso dos autôno-mos ou pro ssionais liberais que não têm contracheque”, tranquiliza Freire. Uma vez aprovado o cadastro, o cliente pode pagar o carro em até 60 meses (cinco anos).

Quem quiser investir em um modelo importado, ou de luxo, poderá contar com as mesmas facilidades ofereci-das pelos veículos populares e pelas marcas nacionais. Se-gundo Danilo Tayrone, gerente de vendas da Caoa Hyundai, pode-se comprar o carro com entrada ou sem entrada, com nanciamento também em 60 meses. “Os juros costumam ser as taxas normais cobradas pelo mercado, embora às ve-zes haja campanhas com taxas subsidiadas. Vai depender de como estiver o mercado nan-ceiro”, revela. “Normalmente usamos as mesmas formas de pagamento, a diferença é que até sem entrada você pode sair com um carro top”. (Con-tinua na página 8)

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Você vai ao dentista a cada seis meses, cami-nha três vezes por se-

mana, visita o cardiologista ao menos uma vez por ano, rea-liza exames periodicamente... Tudo o que a saúde do seu corpo precisa. Mas, por que com o seu carro, a extensão do seu corpo sobre rodas, haveria de ser diferente?

Por mais novas que pos-sam parecer, as máquinas também precisam de cuida-dos frequentes e de manu-tenções supervisionadas que podem garantir uma longa vida de uso sem grandes sur-presas para o bolso dos pro-prietários mais precavidos.

Quem ignora esses prin-cípios pode acabar gastando além da conta, como acon-teceu com a jornalista Ilana Almeida, de 26 anos. Apenas no mês passado, foram gas-tos mais de R$650,00 em consertos no seu automóvel modelo KA, despesas que teriam sido evitadas, caso ti-

vesse seguido as revisões. “Comprometeu uma peça

do radiador que estava ruim, vazando água e, por causa disso, secou. Daí foi um passo para esquentar o motor, quei-mar a vela, o cabo... Tive que trocar tudo de uma vez”, re-lata. Ela a rma que o prejuízo serviu como lição para quem cava atenta apenas à troca de pastilhas de freio, embre-agem e óleo.

O gerente de serviços da Autovia, Josué Moreira Cam-pos, avisa que é preciso estar atento às revisões periódicas sugeridas pelo fabricante, as-sim como à manutenção pre-ventiva do veículo.

“Tem cliente que gosta de fazer somente a revisão bási-ca, que é apenas a troca de óleo, mas a manutenção pre-ventiva também inclui a lim-peza do bico de injeção, para ver a qualidade do combustí-vel que ele está usando; a tro-ca de parte da suspensão, ao invés de trocar apenas quan-

do ela está completamente desgastada; sem falar na tro-ca de óleo, que deve ser feita a cada cinco mil quilômetros rodados. Trocar óleo e ltro é algo fundamental, pois é neles que está a vida útil do motor”, orienta o especialista.

Quem ve-r ica o alinha-mento e o ba-lanceamento dos pneus ape-nas antes de pegar a estrada também precisa car alerta. A medida deve ser incluída na lista de cuidados regulares com o automóvel. “Se possível

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mensal, porque qualquer im-pacto em um buraco grande já desalinha o carro. O mesmo cuidado deve ser tomado em relação à troca de óleo e de água, de preferência semanal-

mente”.A q u e l a

lavagem fre-quente, com a nalidade de deixar a “ca-ranga” – essa paixão nacio-nal cantarola-da até pelo rei Roberto Carlos

– sempre limpinha, jamais pode ser feita de qualquer maneira. O uso de produtos de baixa qualidade, seja na

Tem cliente que só faz a revisão

básica. Mas é pre-ciso prevenção

ManutençãoManutençãopara prolongar apara prolongar avida útil do carrovida útil do carroZelar pelo veículo e realizar revisões periódicas podem representar uma grande economia futura

FAZENDO AS CONTAS

própria lavagem ou no poli-mento do veículo, pode pre-judicar a vida útil da pintura do automóvel.

O polimento só precisa ser dado de seis em seis meses, conforme orienta o gerente de serviços. Já a limpeza dos bancos deve obedecer às ne-cessidades de cada usuário, principalmente nos veículos que transportam crianças e todo o seu mundo de papi-nhas, balas, sucos, doces e sorvetes. Uma boa saída, é a impermeabilização.

A limpeza do painel pode ser feita pelo próprio motoris-ta, desde que seja utilizado apenas um pano úmido para retirar a poeira. Ao contrário

dos métodos usados por mui-tos lava-jatos, não é recomen-dada a aplicação de nenhum tipo de óleo ou produto nes-sa limpeza, uma vez que um produto de má qualidade pode evaporar com o mor-maço e impregnar nos vidros do carro, contribuindo para a formação de manchas.

“Se o carro for bem revisa-do e bem cuidado, você será capaz de rodar com este veí-culo por pelo menos três anos sem que ele apresente ne-nhum problema. E tem gen-te que chega aos cinco anos, com todas as revisões, sem nunca ter precisado fazer ne-nhum tipo de conserto”, con-clui o gerente de serviços.

CUIDANDO DO CARROLevar o veículo periodicamente para a oficina autorizada traz segurança e pode aumentar a sua durabilidade

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PRÉDIOS MODERNOSAs novas construções seguem rígidos padrões de segurança e procuram evitar o desperdício de materiais e a agressão à natureza

Menos resíduos nas construções

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Outra preocupação crescente entre as construtoras e o

meio ambiente é a quanti-dade de resíduos referente às obras. Segundo o arqui-teto Fernando Galvão, que também atua na coordena-ção de projetos do Grupo Alliance, o cuidado deve-se ao fato do setor da constru-ção civil ser um dos maiores geradores de desperdício.

“Se pudéssemos quan-t icar entre os demais se-tores, certamente a cons-trução civil estaria no topo. Mas as empresas estão se conscientizando no sentido de diminuir esse volume de resíduos”, conta Galvão.

O arquiteto lembra que em décadas atrás nem to-dos os edifícios traziam as suas caixas de ar condiciona-do embutidas. Esse detalhe, que passava despercebido, acabava gerando a neces-sidade de intervenções na estrutura do edifício, contra-tação de mão de obra para o serviço, prejuízo material, barulhos de reforma, entre outros inconvenientes.

“Agora, a própria Alliance já utiliza alvenaria raciona-lizada em alguns projetos, pensada na medida em que vem sendo construída

a parte de instalações. Cada tijolo já é cimentado com o planejamento de onde esta-rá a tomada, por exemplo, evitando que a estrutura precise ser quebrada ou re-construída”, informa.

Esses cuidados, segundo o professor Joácio de Morais, atendem a uma legislação es-tadual em vigor desde 2007, mas que não chega a ser cum-prida por todas as construtoras com obras espalhadas pela Pa-raíba. Até existe uma legislação municipal (Nº. 11.176/2007), de João Pessoa, homologada de acordo com a resolução federal do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), que reúne recomendações que todos os municípios de-veriam exigir, mas que em ci-dades como Campina Grande ainda não vigoram.

“Muitas construtoras ainda não cumprem os cuidados recomendados com os seus resíduos. Apenas após uma grande scalização do Ibama, realizada há seis meses, os construtores caram mais vi-gilantes. Mas ainda é preciso atentar para outros cuidados, como a construção de espaços apropriados para resíduos do-mésticos, que acabam esque-cidos em muitas obras”, alerta o engenheiro ambiental.

POR MARINA MAGALHÃES | FOTO FRANCISCO FRANÇA

Novos veículos para poluir menosAntigos vilões da camada

de ozônio, os carros de hoje estão poluindo bem menos que os fabricados décadas atrás, segundo estudo di-vulgado pelo Ministério do Meio Ambiente. A redução do monóxido de carbono (CO) produzido por um car-ro a gasolina chega a ser de 99% em relação a percentu-ais calculados em 1986, ou seja, o que era de 54 gramas a cada quilômetro rodado caiu para 0,3 gramas.

A proposta dos fabrican-tes de automóveis é que esse índice de emissão de

poluentes seja cada vez mais reduzido.

“Os novos motores estão sendo projetados com o ín-dice mínimo de emissão de gases poluentes, seguindo as normas da Euro III [normas de emissão europeias]”, explica o gerente de vendas da Caoa Hyundai, Danilo Tayrone.

A Chevrolet, fabricante da marca General Motors no Brasil, também se mostra atenta à questão. Preocupa-ção que, segundo o gerente de vendas Fábio Moura, es-tende-se também para Auto-via, concessionária da marca

na Paraíba. “Tanto a Chevrolet como

todas as marcas no mercado atual têm essa responsabili-dade ambiental, sobretudo a nossa rede de concessioná-rias. Agora, em relação à nossa o cina, por exemplo, existem trabalhos de tratamento de água, de resíduos como óleo, tudo para não poluir o meio ambiente. E até o próprio ma-terial utilizado na o cina, que é um material reciclável, não é descartado como lixo co-mum”, informa Fábio Moura.

O professor de Engenha-ria Ambiental da Universidade

Federal da Paraíba (UFPB), Joácio de Araújo Morais, acrescenta que existem car-ros mais econômicos e com tecnologias mais avançadas no que diz respeito ao índice de poluição ambiental. “São carros híbridos, que funcio-nam com energia elétrica ou convencional, mas são veí-culos mais caros, que pouco a pouco começam a chegar no mercado nacional”, co-menta. “Infelizmente, em virtude dos valores diferen-ciados, o consumidor ainda pensa duas vezes no bolso antes de fazer essa opção”.

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Qu e m n u n c a t e v e

um carro impor-tado, normalmen-te ca reticente na hora de comprar o seu primeiro modelo, intimida-do pelas despesas com ma-nutenção ou com receio de precisar repor alguma peça e ter d iculdade de encon-trá-la no mercado local. Po-rém, segundo o gerente de vendas da Caoa, concessio-nária Hyundai na Paraíba, Danilo Tayrone, este “mito” já pode cair por terra.

“A manutenção de um carro importado deve ser a mesma de um carro nor-mal, nacional, com a dife-rença de que os primeiros oferecem até cinco anos de garantia total”, destaca o gerente. “Esse é mais um mito que o mercado trouxe antigamente para cá. Hoje em dia, muitas das marcas de fora, inclusive a Hyundai, vêm alcançando um cres-cimento muito rápido no país. E, consequentemente, foi criada uma estrutura de manutenção e de pós-ven-da fantástica, justamente porque o nível dos clientes

POR MARINA MAGALHÃESFOTOS FRANCISCO FRANÇA

desses carros é muito mais exigente”.

Essa estratégia de garan-tia ampliada é um ponto a favor na hora de pagar um pouco mais por um carro importado, na visão de Da-nilo Tayrone, considerando que os carros populares nacionais oferecem apenas um ano de garantia. “É uma maneira de tranquilizar o consumidor em relação à questão”, destaca, acrescen-tando que a marca chegou

ao Brasil em 2006, mas já conta com fábricas nacionais para a produção de alguns modelos. Ele também cita cuidados fun-d a m e n t a i s para que a vida útil do seu importa-do dure bem mais.

“Se não fo-rem adotadas revisões peri-ódicas dentro do que diz o

manual de garantia, corre-se o risco de acontecer algum problema e realmente o pre-

juízo ser maior. Pensando nis-so, na nossa linha de car-ros, temos re-visões a cada dez quilôme-tros ou de seis em seis me-ses”, informa

o gerente. “Esse tempo é calculado a partir de um es-

tudo feito por engenheiros, que determina o período recomendado para parar o carro, checar se algum item precisa ser substituído devi-do ao desgaste natural por conta do uso, evitando, as-sim, qualquer dor de cabeça para o cliente”.

Entre os cuidados básicos que devem ser tomados no dia a dia pelo proprietário do veículo, ele a rma que não é necessário esperar as revi-sões para observar o tipo de

Cuidar do carro importado vai pesar no seu bolso?

O nível dos clientes desses car-

ros também é mui-to mais exigente

combustível que está sendo utilizado. “Porque se for usa-do um combustível adulte-rado ou um óleo irregular, muito comuns no mercado, não poderemos responder pelo desempenho do carro”, just ica Tayrone. “Além de estar atento ao nível de óleo de motor, deve-se observar sempre a água no sistema de arrefecimento, pois são itens que realmente reque-rem uma atenção regular do condutor. Quem seguir o manual direitinho não vai ter preocupação”, garante.

MAIS FÁCILTer um carro importado é um sonho que vem sendo conquistado por um número cada vez maior de paraibanos

Montadoras chegam a várias cidades e reduzem o custo de peças e serviços para o consumidor

UM MITO PRESTES A SER DERRUBADO

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Planejamento certo para aproveitar cada centímetro

Uma televisão giratória que serve tanto para a sala quanto para o

quarto, portas de correr es-palhadas por toda a casa e um sofá que se desdobra em descanso para as per-nas. Soluções que fazem parte da arquitetura criativa encontrada por Raquel Sou-to Maior, de 29 anos, sob a consultoria da arquiteta Pris-cilla Matos, para deixar a sua nova morada com ares de casa grande.

“Precisava me adaptar a um apartamento pequeno e aproveitar todos os es-paços, a nal, a minha casa é o meu mundo, é o meu quarto estendido”, revela a advogada, que trocou a es-paçosa residência da família por um espaço com menos de 50m² de área.

O projeto iniciado há dois anos foi desenvolvido em aproximadamente um mês e levou pouco mais de três meses para ser execu-tado. “Instalamos também pontos de som, para fazer a parte acústica na sala e no quarto, aproveitando o home teather. Pensamos em luminárias que possibi-

litassem um jogo cênico e uma mesa compacta, mas que fosse um local onde as pessoas zessem as refei-ções olhando umas para as outras”, explica a arquiteta Priscilla Matos.

“A proposta foi deixar o principal do apartamento na cor branca, bem clean [lim-po], porque a gente pode

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jogar cores na decoração, como no sofá berinjela, ou no tapete de listras que deve chegar em breve”, acrescenta.

Mesmo com uma cozi-nha reduzida, equipamen-tos básicos como geladeira, fogão e micro-ondas não poderiam car de fora. A alternativa encontrada pela

responsável pelo projeto foi instalar o micro-ondas em-butido no próprio armário, o que também contribui para que o aparelho não que tão exposto.

“O mesmo zemos com a área de serviço, isolamos com porta de correr, para a máquina de lavar e as rou-pas no varal carem mais

escondidinhas”.Conhecido desde que o

mundo é mundo, o jogo de espelhos também provoca uma ilusão de ótica inte-ressante no quarto e no ba-nheiro de Raquel. Os armá-rios desses dois ambientes continuam a seguir a regra das portas de correr, dessa vez com vidros e com o pró-prio espelho.

“Além de ampliar o am-biente, ela ca com espaço para se olhar, experimentar roupas... Coisa que toda mulher precisa”, just ica a arquiteta Priscilla Matos. “O resto cou por conta dos vidros nas prateleiras, utili-zadas tanto para guardar os livros de advocacia de Ra-quel, quanto para preservar seu altar de imagens religio-sas”.

Soluções baratas e um novo visual

Mudam as estações, as fases das luas, os amigos, o corte de cabelo... E por que as paredes da sua casa têm que continuar as mesmas? Muitas pessoas estão aprendendo a mudar o visual das suas casas a partir de R$ 200,00, sem ter que contratar mão-de-obra, mexer em estrutura, fazer ba-rulho ou sujeira. O segredo é o papel de parede, que volta como o queridinho para solu-ções desse tipo, oferecendo a melhor relação custo-benefí-cio aliada à praticidade, varie-dade de estilos e inovação.

“Basta colar o papel na parede. Não faz sujeira, po-eira, barulho, nem precisa mexer na rotina da família, como acontece com qual-quer reforma, por menor que seja”, a rma a arquiteta Bea-triz Campelo, proprietária da Oca Revestimentos. “Além do mais, os papéis têm uma in nidade de cores, texturas, estampas, listras, orais, abs-tratos... Há muitas opções para brincar em diversos am-bientes da casa”.

Quem nunca utilizou papel de parede, mas quer come-çar por algum cômodo, pode apostar no painel da cama, que é o principal foco do quar-

to. Um rolo completo tem em média cinco metros e custa em torno de R$ 300,00, o que daria para cobrir a parede inteira da cabeceira da cama. “Um gasto bem baixo para um efeito de grande impacto”, destaca a arquiteta.

Outra opção sugerida por Beatriz são os mosaicos de vidro e as cerâmicas decora-das para colorir espaços pe-quenos, como banheiros e cozinhas. “Pode-se jogar os mosaicos até no box, uma cor diferenciada, para cau-sar destaque. Mas o resto do ambiente deve ser claro, para não dar a sensação de que é ainda menor, já que essas costumam ser as me-nores áreas de um aparta-mento ou casa”, explica.

Mais uma solução barata é o uso de tecidos para cobrir sofás e almofadas, renovando o visual daquela sala que nem é tão novinha assim. “Muitas pessoas procuram tecidos para dar uma renovada no sofá ou cobrir as almofadas. Também podem ser combi-nados com uma nova textura na parede, ou com a terracor, sem dar aquela cara de sim-ples pintura”, naliza Beatriz Campelo.

Dicas para apartamentos pequenos

? Usar móveis claros, confeccionados por materiais que proporcionem leveza aos ambientes, como portas revesti-das por espelhos ou vidros;

? Evitar acumular muitos móveis e objetos de decora-ção. Preferir peças maiores e de grande efeito, como escul-turas, vasos ou quadros;

? Aplicar pisos claros e de pedras grandes para diminuir a quantidade de “juntas” entre os azulejos ou pedras;

? Utilizar portas corrediças para integrar os espaços;? Quebrar a parede ou a alvenaria, quando necessário,

para instalar aparelhos que sirvam para os dois ambientes (a exemplo da televisão giratória, que acompanha o home teather).

TUDO NOVODetalhes como pintura e azulejos podem deixar o local mais bem apresentado

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Apartamentos que custam mais de R$ 2 milhões e carros que Apartamentos que custam mais de R$ 2 milhões e carros que não saem por menos de R$ 300 mil são cada vez mais comuns não saem por menos de R$ 300 mil são cada vez mais comuns na Paraíba: procura por conforto e mais segurançana Paraíba: procura por conforto e mais segurança

MERCADO EM CRESCIMENTOMERCADO EM CRESCIMENTO

Dos sete pecados capi-tais, a luxúria nunca foi tão praticada. Também,

pudera, o mais inofensivo e sedutor dos pecados vem sen-do oferecido à exaustão não apenas no sentido carnal, mas em dois bens fundamentais na vida de qualquer cidadão: o carro, que deve transportá-lo com luxo, segurança e conforto para todas as atividades do seu dia a dia; e a casa, esse refúgio tão sonhado na hora de desfru-tar da intimidade.

Pensando em atender os sonhos mais exigentes de quem não pensa duas vezes em aproveitar os prazeres ter-renos, a indústria automobilísti-ca e da construção civil lançam no mercado verdadeiras joias, como carros de mais de R$ 300 mil e apartamentos acima de R$ 2 milhões.

A ideia é justamente ofere-cer produtos, serviços e imó-veis da melhor qualidade para aquele cliente que conhece o que é bom e não apresenta re-ceio em ter que pagar um pou-co mais por isso. Sobretudo se for para se proteger da insegu-rança consequente do acele-rado desenvolvimento urbano ou até mesmo das situações de estresse provocadas pela rotina de trabalho acelerada.

Essa é a visão do gerente de vendas da Caoa Hyundai, Danilo Tayrone, que destaca a procura por veículos de luxo

como uma alternativa ao sufo-co provocado pelo aumento de automóveis em circulação nas cidades. “A vantagem de conduzir um veículo mais so- sticado é o conforto e a se-gurança que esse automóvel oferece, de conseguir sair de situações de congestionamen-to sem precisar forçar muito a parte física ou ter que enfrentar o calor depois de um dia de trabalho cansativo”, justi ca.

“Imagina sair do escritório e pegar uma hora de engarrafa-mento, em um carro sem ar-condicionado e com a direção dura? O motorista chega em casa acabado, mas se o carro for confortável, dirigir pode até ser uma terapia”. Quem paga esse luxo sobre rodas certa-mente é o mesmo público que não poupa esforços para fazer do seu lar um templo do prazer. Uma clientela que vem crescendo na Paraíba.

“Hoje já existem aparta-mentos que custam cerca de R$1,5 milhão, o que antes era novidade. Então, quem vai comprar um apartamento de mais de R$ 2 milhões já tem um imóvel desse tipo”, explica o gerente comercial da Allian-ce, Luis Henrique da Silva. “Em João Pessoa, já existe um pú-blico local que está buscando esse upgrade, pagando mais para ter um imóvel atualiza-do, com mais itens de lazer”. (Continua na pág 3)

POR MARINA MAGALHÃES | FOTOS FELIPE GESTEIRA DIVULGAÇÃO

Consumidores Consumidores exigentes pagam exigentes pagam mais pelo luxomais pelo luxo VIVENDO

MELHORApartamentos feitos sob medida e atendendo aos mais rígidos padrões de qualidade. Abaixo, carro que tem até uma geladeira para o conforto dos passageiros

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Imagine a cena: você apenas se aproxima dele e as portas se abrem automaticamente.

Depois de entrar, os bancos todos em couro, os detalhes em madeira de lei, a geladeira com o seu champanhe favori-to bem fresquinho, o sistema de televisão de som compos-to por 17 alto-falantes, dez air bags e um teto solar disponível para se você quiser dar uma espiadinha no mundo real...

Parece enredo de lme hollywoodiano, mas esse carro, capaz de transportar você para outra dimensão – a dimensão do luxo, da riqueza e do glamour – cer-tamente está em uma con-cessionária a poucos quilô-metros de você.

Não é de hoje que a in-dústria automobilística des-cobriu a paixão brasileira por carros, sejam eles quais forem, e o seu fetiche por modelos de luxo – esses sim, de altíssimo padrão, como o Eqqus (Hyundai), descrito acima. O que antes servia apenas como meio de transporte, hoje também

POR MARINA MAGALHÃESFOTOS FELIPE GESTEIRA

DIVULGAÇÃO

pode ser visto como fonte de prazer, ainda que seja preciso desembolsar cerca de R$ 300 mil por isso, valor equivalente ao preço de um apartamento médio em um bairro nobre da capital.

Para o gerente de ven-das Danilo Tayrone, da Caoa Hyundai, o crescimento des-se mercado acompanha a ascensão da clientela.

“Os consumidores vêm se tornando cada vez mais

exigentes. Além disso, hou-ve um grande crescimento econômico, uma migração da classe média para a alta, da classe baixa para a mé-dia”, analisa, a rmando que é possível comprar um modelo com design e itens de confor-to a partir de R$ 58 mil.

Conforme os números locais dessa rede de con-cessionárias, que acaba de inaugurar a sua primeira loja de João Pessoa, a revenda

Hyundai de Campina Gran-de registrou um aumento de mais de 100% nas ven-das este ano em relação ao ano passado.

Já o gerente Fábio Mou-ra, da Autovia, concessionária Chevrolet, conta que a procura por “carros conceito” da marca, como o Camaro – com 415 cavalos de potência, motor de oito cilindros, luxo que supera a casa dos R$ 180 mil – chega a fazer lista de espera na loja.

Novos lançamentos visam à comodidade do motorista, mas ele tem que desembolsar até R$ 300 mil por isso

Carros podem valer uma casa

Apartamentos de até R$ 2,4 milhões

O conforto do lar doce lar com as comodidades oferecidas por um hotel dos mais luxuosos. Essa é a proposta dos imóveis de alto padrão que se expandem no cenário imobiliário estadu-al. São apartamentos de até 500 m² de área (quase cinco ve-zes o tamanho de um apartamento comum), com uma estru-tura de condomínio conhecida como club residence, que além das tradicionais áreas de lazer dos prédios, trazem luxos como piscinas aquecidas semiolímpicas de 25 metros, quadras de squash e de tênis, lavanderia, brinquedoteca, espaço gourmet e até uma central de segurança. Quem quiser garantir um apar-tamento top num condomínio de luxo como esse, entretanto, terá que desembolsar a bagatela de até R$ 2,4 milhões.

Esse é o preço estimado do melhor apartamento do condomínio Heron Marinho, projetado pelo Grupo Alliance, construtora especializada em imóveis de alto padrão que já conta com 900 unidades (apartamentos) desse tipo em construção em João Pessoa.

“Oferecemos itens de lazer que ainda não existem no mer-cado local, como a própria quadra de squash, boliches e qua-dras de tênis produzidas em saibro [piso duro], que para quem pratica é o melhor tipo de quadra, pois exige menos dos prati-cantes”, revela o gerente comercial Luis Henrique da Silva.

Porém, morar em um apartamento estilo club residence, com uma in nidade de itens de lazer e segurança, não é privilégio dos milionários. Existem opções mais compactas, com até 65 m² de área, que também possibilitam que o morador desfrute de todo esse universo de luxo oferecido pelos condomínios clubes. “É possível adquirir, hoje, imó-veis a partir de R$190 mil de frente para o mar, em terrenos de até 17 mil m², com ampla área de lazer que obedece ao mesmo conceito dos grandes apartamentos, com tudo equipado, decorado e cheio de requinte”, a rma o gerente.

As próprias formas de pagamento dos apartamentos de alto padrão vêm sendo pensadas para facilitar a vida dos clientes. Os antigos prazos de até cem meses para pagar devem ser ampliadas para 360 meses, ou seja, 30 anos, como acontece com os apartamentos comuns.

ALTÍSSIMO PADRÃODanilo Tayrone apresenta o Eqqus:mercado acompanha a ascensão da clientela

CONFORTO NA ESTRADA

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DIRETOR SUPERINTENDENTERicardo de Oliveira Carlos

EDITORA-EXECUTIVAAngélica Lúcio

EDITOR DO CADERNOExpedito Madruga

SECRETÁRIA DE REDAÇÃOElizângela Monteiro

GERENTE DE PRODUÇÃOAlbertino Bezerra

GERENTE COMERCIALCatiuscia Lima

REVISÃOMárcio Prazim

TEXTOSMarina Magalhães

CAPAWilliam Medeiros

PROJETO/EDITORAÇÃOAdriano Gonçalves

APLICAÇÃO 3DÊnio Mesquita

FOTOSFrancisco França,

Felipe Gesteira, Rizemberg Felipe,

Leonardo Silva, Nicolau de Castro

e Divulgação

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Novas tendências para ummundo melhor

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POR MARINA MAGALHÃES | FOTOS FRANCISCO FRANÇA

Pensar ecologicamente nunca esteve tão na moda quanto neste século 21. Viver respeitando o meio ambiente, en-tão, é uma tendência que veio para car. Basta lembrar da

relevância do tema nos debates das últimas eleições presiden-ciais ou na repercussão social sempre quando a mídia divulga alarmantes estudos ambientais. Preocupada em atender à essa questão, a indústria – antes considerada arqui-inimiga do meio ambiente – já começou a adotar medidas de produção ecolo-gicamente corretas, chegando a criar produtos especiais para quem se preocupa com a sustentabilidade.

Da coleta seletiva de lixo a descargas inteligentes para a economia d’água; do aproveitamento da luz solar nos projetos de iluminação ao uso de elevadores com energia reciclável; da menor emissão de gases poluentes ao desenvolvimento de carros movidos à energia elétrica, à energia solar ou à boa e velha água. Seja no mundo da construção ou no mercado de veículos, empresas e pro ssionais cada dia se tornam mais atentos para o aproveitamento sustentável dos recursos natu-rais, bem como para o uso de tecnologias inteligentes no lança-mento dos seus produtos.

O arquiteto Valério Tomás, coordenador de projetos do Gru-po Alliance, diz que os próprios materiais usados nas constru-ções de prédios anos atrás foram trocados por tecnologias mais econômicas. “Antigamente, você usava até 30 litros de água para dar uma descarga. Hoje essa quantidade foi reduzida para apenas seis litros”, a rma. “E já estão chegando ao mercado bacias com descargas especí cas para sólidos, que é essa de seis litros, e para líquido, que gastará apenas três líquidos”.

Além de questões tanto ecológicas quanto estéticas, como a arborização dos ambientes e os projetos de iluminação na-tural, equipamentos como elevadores (itens fundamentais nos espigões em profusão por todo o Estado), também deverão ser substituídos por versões “verdes” e modernas. “Os novos elevadores que estão sendo testados pelas empresas armaze-nam a energia que demandam para se mover e a devolvem ao prédio em si, o que representa uma economia bastante signi cante”, comenta Valério Tomás. A novidade, infelizmente, deve chegar ao mercado da construção civil por cifras em torno

de R$ 500 mil.Para o professor de engenharia civil e engenharia ambiental

da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) Joácio de Araújo Morais, o acesso a essas tecnologias ainda é considerado caro para o consumidor nal. “Ainda assim, observamos medidas como a economia de energia de novos equipamentos, o re-aproveitamento de água para aguar as plantas ou lavar pisos”, avalia o professor. “A água individualizada é outra evolução, pois deixou de ser coletiva para que cada um controle o seu próprio consumo. Também é interessante a utilização de ventilação na-tural, que proporciona a economia no uso de ar-condicionado. Isso mostra que os arquitetos de hoje pensam em ideias mais econômicas durante a obra”.

MAIS VERDE, MENOS POLUIÇÃOPrédios e automóveis são projetados para agredir cada vez menos a natureza

SUSTENTABILIDADEÉ cada vez maior a preocupação em construir e fabricar automóveis com menos poluentes: respeito com a natureza virou uma obrigação