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METODOLOGIA PARA O ESTUDODA DEMANDA POR SERVIÇOSMETROLÓGICOS NO BRASIL
Cesar das NevesU.F.R.J - Escola de Engenharia - Departamento de Engenharia Industrial - Bloco F
Av. Brigadeiro Trompowsky s/n. - Rio de Janeiro - CEP: [email protected]
José Glenio Medeiros de BarrosU.E.R.J. - Campus Regional de Resende / Departamento de Ciências Básicas e Aplicadas
Estrada Resende Riachuelo s/n. - Morada da Colina - Resende - RJ / CEP: [email protected]
Cyro Alves Borges JúniorU.E.R.J. - Faculdade de Engenharia / Departamento de Engenharia Mecânica
Rua São Francisco Xavier, n. 524 - Maracanã - Rio de Janeiro / CEP: [email protected]
ABSTRACTThis paper presents a methodology to study the demand for metrological services in Brazil. The
proposal is based on researches done at the Laboratório Nacional de Metrologia - LNM /
INMETRO. The objective is to develop a framework able to contribute for the planning, the
organization and the improvement of the metrological services market in the country. Among other
benefits, the proposed methodology makes possible for the institutions offering metrological
services, the knowledge of the characteristics of their demand, enabling them to adequate their
activities to the necessities of the market. Its application also allows a better control of the
performances of their laboratories improving the quality of their services. This work presents also a
short case study showing some partial results, obtained using EXCEL. The computational system
designed to treat the data in a more friendly way is under construction.
KEYWORDS: metrology, demand analysis.
RESUMOEste trabalho apresenta uma metodologia para estudar a demanda por serviços metrológicos no
Brasil. A proposta é fruto de pesquisas realizadas no âmbito do Laboratório Nacional de Metrologia
- LNM / INMETRO. O objetivo é o desenvolvimento de um modelo capaz de contribuir para o
planejamento, organização e melhoria do mercado de serviços metrológicos no país. Entre outros
benefícios, a metodologia proposta torna possível às instituições que oferecem estes tipos de serviço
o conhecimento das características de seus mercados, permitindo uma melhor adequação de suas
atividades às necessidades do mercado. Sua aplicação também permite um melhor controle do
desempenho dos laboratórios prestadores de serviço com impacto na qualidade dos serviços
prestados. O trabalho apresenta um estudo de caso, bastante simplificado, mostrando resultados
parciais obtidos pelo uso do EXCEL. O sistema computacional para o tratamento “amigável” das
informações está em vias de conclusão.
Palavras chave: metrologia, análise de demanda
1. INTRODUÇÃO
Como resultado de atividades de pesquisa desenvolvidas junto ao INMETRO ao longo dos últimos
três anos, o presente trabalho descreve uma proposta metodológica para o estudo da demanda por
serviços metrológicos em âmbito nacional. O trabalho está voltado para o levantamento e análise da
demanda atendida pelas Redes Brasileiras de Calibração e Ensaio, compreendendo mais de 200
laboratórios, em aproximadamente 130 instituições prestadoras de serviços em todo o País. A
metodologia foi desenvolvida em caráter experimental e testada em unidades laboratoriais do
INMETRO vinculadas ao LNMi. Os resultados obtidos demonstraram a possibilidade de extensão
da metodologia às demais instituições envolvidas neste mercado permitindo um mapeamento
completo da demanda metrológica atendida pela Rede Brasileira de Calibração (RBC) e pela Rede
Brasileira de Laboratórios de Ensaio (RBLE).
É sabido que o processo de globalização porque passa a economia nacional muito tem estimulado a
inserção competitiva da indústria brasileira. Nos últimos anos este processo dinâmico de
transformação vem contribuindo efetivamente para a melhoria da eficiência produtiva, que introduz
os princípios da qualidade como estratégia de sobrevivência e crescimento das empresas. Buscando
a modernização e, diante das perspectivas favoráveis do quadro macroeconômico nos últimos anos,
muitas empresas estão investindo, adaptando-se não apenas para fazer frente a concorrência externa,
mas também para competir no mercado global. Como conseqüência destas transformações, a
indústria e os setor de serviços vem influenciando os níveis de demanda por ciência e tecnologia no
País, evidenciado inclusive, segundo [1, 2 e 3], pelo crescimento significativo da demanda por
serviços tecnológicosii. A forte demanda gerada pelo setor produtivo no mercado de serviços
tecnológicos e, em particular, na área de metrologia tem mobilizado governo e iniciativa privada à
investir na adequação da infra-estrutura existente. Mas sem o conhecimento da demanda estes
investimentos podem se revelar pouco eficazes.
Em sintonia com as necessidades crescentes de adequação da capacidade de atendimento às
demandas por metrologia no País, alguns pesquisadores e estudiosos do assunto [3 e 4]
identificaram a necessidade de melhor se estudar o mercado demandante de serviços metrológicos.
Segundo [5], “a falta de domínio mais efetivo sobre informações compartilhadas entre demandantes
e ofertantes de serviços metrológicos pode estar constituindo-se numa forte barreira para o
desenvolvimento do setor”. Tal necessidade tem origem na identificação da quantidade e amplitude
das ações que poderiam ser deflagradas a partir de um conhecimento mais profundo da demanda
metrológica nacional, ações estas discutidas inclusive no âmbito do Plano Nacional de Metrologia
(PNM).
O PNM [6], aprovado pelo CONMETROiii em 1998, foi elaborado em consonância com a
necessidade de um planejamento estratégico para o setor de metrologia. A partir de amplas
discussões e de levantamentos da atual situação da metrologia no País, foi concebido um
diagnóstico básico. Neste diagnóstico foram identificadas algumas das principais dificuldades do
setor, ou seja, necessidades do mercado demandante e, principalmente, as necessidades dos
laboratórios ofertantes de serviços em metrologia. No PNM foram estabelecidas as diretrizes que
nortearão ações por parte do governo e da iniciativa privada para os próximos anos (1998-2002), de
forma a permitir a organização e o desenvolvimento da metrologia no Brasil. Neste contexto, o
PNM deve apoiar e conferir subsídios à nova política industrial brasileira, dando suporte à
capacitação técnica e laboratorial na área de metrologia.
Dentre os principais problemas discutidos no âmbito do PNM, a questão da formação de recursos
humanos para a área de metrologia foi considerada uma das mais relevantes. Existe hoje no País
grave deficiência de mão-de-obra capacitada para o atendimento das necessidades do setor de
metrologia. Atento a essas deficiências, o governo implantou em 1995, portanto em período anterior
ao PNM, o Programa Nacional para a Formação e Capacitação de Recursos Humanos em
Metrologia (Programa RH-Metrologia). Programa este estruturado pela DIMCIiv / INMETRO e
apoiado financeiramente pela CAPES/MEC e CNPq/MCT. Desde então, muitas açõesv já foram
implementadas para formação e desenvolvimento de recursos humanos nesta área. Persiste porém
um sério problema. Para fornecer recursos humanos na área de metrologia nos diversos níveis e
especialidades também é necessário conhecer a demanda do mercado e não apenas a oferta. Tal
perspectiva vem de encontro aos propósitos do presente trabalho, ou seja, disponibilizar uma
metodologia que permita um conhecimento mais amplo da demanda metrológica nacional.
No âmbito do PNM também foram discutidas as questões relativas à investimentos para o setor
estratégico da metrologia. Determinadas especialidades metrológicas foram consideradas
prioritárias. Uma das diretrizes aprovadas intenciona tornar, através de investimentos direcionados,
os laboratórios metrológicos mais especialistas, evitando assim que recursos sejam investidos em
áreas da metrologia onde a demanda específica não justifica o investimento, ou ainda, que os
recursos mesmo necessários sejam aplicados em regiões ou até especialidades metrológicas
inadequadas. Para que estas diretrizes possam ser implementadas de maneira eficaz necessário se
faz conhecer, além da capacidade de oferta, o perfil da demanda metrológica no País.
A questão da demanda potencial por metrologia no Brasil é outro assunto que tem despertado a
atenção de estudiosos e entidades vinculadas ao setor. Pesquisa recente [7], coordenada pelo
INMETRO, envolvendo cerca de 1200 empresas dos mais diferentes setores industriais, revelou que
aproximadamente 52% dos potenciais usuários, principalmente pequenas e médias empresas, não
tinham conhecimento sobre a necessidade e os benefícios da calibração periódica de instrumentos e
equipamentos, além de não saberem de quanto em quanto tempo isto deveria ser realizado. Que
demanda potencial não estaria “escondida” por trás da falta de percepção ou conhecimento das
vantagens competitivas que a utilização regular da metrologia poderia facultar as empresas usuárias,
sem mencionar que a metrologia tem papel preponderante no incremento da produtividade e
qualidade junto as empresas. Neste particular, convém lembrar, que a utilização de serviços
metrológicos como, por exemplo, a calibração de equipamentos e instrumentos, constitui-se,
principalmente para o setor industrial, etapa essencial à certificação das empresas pelas normas da
série ISO 9000. Outro aspecto relevante, associado à carência de informações, refere-se às
demandas potenciais por determinadas especialidades da metrologia. As potencialidades da
demanda em áreas específicas da metrologia e a provável incipiência na capacidade de atendimento,
induz os pesquisadores a imaginarem inúmeras oportunidades ainda não dimensionadas. É o caso
por exemplo das demandas potenciais por metrologia química. Tal especialidade da metrologia, tem
experimentado no Brasil, a exemplo dos países mais desenvolvidos, uma procura cada vez mais
intensa. Esta demanda específica tem sido motivada pela necessidade de se aprimorar o controle de
qualidade nas indústrias, principalmente naquelas vinculadas aos segmentos alimentício e
farmacêutico, além da crescente demanda associada ao setor de serviços em análises clínicas. Os
atributos necessários à certificação das empresas pelas normas da série ISO 14000, acredita-se [7],
devem estar também estimulando intensamente a demanda por metrologia química no Brasil. Desta
forma, reportando-se aos argumentos descritos anteriormente, fica evidente a necessidade de se
dispor de “instrumentos” capazes de melhor estudar a demanda metrológica existente no País. A
elaboração da presente metodologia deve, portanto, favorecer o levantamento de informações que
poderão contribuir para subsidiar ações visando o desenvolvimento, não somente do setor
metrológico, mas também de outros segmentos econômicos associados, direta ou indiretamente, ao
setor de metrologia.
Adicionalmente, cabe ressaltar que o presente trabalho, ainda em fase de conclusão, é parte
integrante de uma tese de doutorado em desenvolvimento junto ao programa de engenharia de
produção da COPPE / UFRJ e cujos resultados parciais só foram possíveis de serem obtidos pelo
apoio do programa RH-METROLOGIA além do apoio efetivo do INMETRO.
2. OBJETIVOS DO TRABALHO
O principal objetivo do trabalho é fornecer uma metodologia suficientemente abrangente que
viabilize o estudo da demanda por serviços metrológicos no Brasil. Tal metodologia deve contribuir
para o planejamento, a organização e o crescimento do mercado de serviços metrológicos,
favorecendo inclusive à elaboração de políticas públicas de fomento, em consonância com o
desenvolvimento da infra-estrutura necessária ao setor. A metodologia, especifica um roteiro e
orienta as instituições prestadoras de serviços a fornecerem informações organizadas sobre a
demanda metrológica do mercado. Para que estas informações possam ser obtidas será necessário,
num primeiro momento, estimular as instituições a participarem de um esforço coletivo de
“mapeamento” da demanda por metrologia no País. Por outro lado, em termos estritamente
técnicos, necessário se fará também disciplinar e uniformizar o fornecimento de dados pelas
instituições partícipes do empreendimento, de forma a ser possível a agregação, tratamento e análise
dos dados disponibilizados. Portanto, uma das principais etapas na implantação da metodologia
proposta, consiste no desenvolvimento de um sistema ou base de dados que obedeça a padrões
comuns de organização e tratamento, permitindo a agregação de dados e a extração de informações
essenciais à análise da demanda de serviços do mercado. Assim, a metodologia concentra-se no
delineamento das informações substantivas que tal sistema deve incorporar e especifica
procedimentos para que, ao final de sua implantação, as instituições/empresas participantes
disponham de especificações suficientes para implementarem os seus próprios sistemas de
informação sem perder a uniformidade e compatibilidade requerida, de acordo com os propósitos de
estudo da demanda metrológica nacional.
Em última instância, objetiva-se ampliar o domínio sobre informações essenciais à organização e ao
planejamento do setor de metrologia, visando atender adequadamente às demandas por serviços
através da plena capacitação metrológica do País. Tais informações estão diretamente relacionadas
ao conhecimento do perfil (características) da demanda existente, facultando as instituições
ofertantes de serviços adequar suas atividades às necessidades do mercado demandante. Neste
contexto, a metodologia deverá favorecer a obtenção de informações essenciais ao cumprimento
dos seguintes objetivos específicos:
i) Subsidiar o planejamento e a organização do mercado de serviços metrológicos.
ii) Disponibilizar informações de base para o planejamento estratégico das instituições ofertantesde serviços metrológicos.
iii) Propor indicadores para o planejamento contínuo e controle gerencial dos laboratóriospertencentes às instituições prestadoras de serviços metrológicos.
iv) Servir como instrumento de informação tecnológica entre o INMETRO e as RedesLaboratoriais credenciadas, no tocante a oferta e a demanda de serviços metrológicos.
3. DESENVOLVIMENTO DO TRABALHO
Para que os objetivos mencionados anteriormente possam ser alcançados, algumas etapas essenciais
deverão ser cumpridas, quais sejam:
♦ definir a estrutura do mercado brasileiro de serviços metrológicos com o propósito de favorecer
o entendimento das relações de oferta e demanda;
♦ definir e motivar o conjunto de instituições/empresas que fornecerão os dados necessários à
análise global da demanda metrológica nacional;
♦ definir as linhas de análise e elaborar os indicadores em função dos propósitos do estudo.
♦ definir uma estrutura de dados que possa ser compartilhada pelo conjunto das instituições
ofertantes de serviços metrológicos compatível com o registro de suas operações regulares. Esta
estrutura obedecerá aos requisitos descritos na proposição metodológica;
♦ estabelecer os contornos do sistema de informação, nos seus aspectos estratégicos e
operacionais, de maneira a viabilizar a obtenção e consolidação dos dados em prol do estudo de
demanda pretendido. Tal sistema deve garantir inclusive a confidencialidade das informações
agregadas;
♦ validar a metodologia, aplicando-a a laboratórios metrológicos, com a finalidade de testá-la
anteriormente ao processo de difusão.
A metodologia permite ampla combinação de variáveis de forma a se obter grande espectro de
indicadores e linhas de análise possíveis. Sob este aspecto, parte-se do princípio que a flexibilidade
é condição essencial para se alcançar os objetivos primordiais do estudo, compatibilizando os
interesses e necessidades próprias da diversidade de instituições ou empresas a serem engajadas.
Para a elaboração dos indicadores de interesse, determinadas informações devem ser obtidas a partir
da agregação dos dados oriundos das instituições ofertantes de serviços em metrologia. A seguir
estão resumidas algumas das principais informações que deverão ser obtidas em função da
aplicação da referida metodologia:
1.Identificação da origem (localização) da demanda
A localização geográfica dos demandantes ou usuários de serviços metrológicos tem por objetivo
permitir a agregação da demanda em nível regional, estadual e nacional; viabilizando inclusive a
análise do balanceamento da demanda frente a oferta de serviços em cada área geográfica
considerada. Esta análise é fundamental para o delineamento de políticas de fomento para o setor de
metrologia.
2.Caracterização e quantificação da demanda por metrologia
Significa conhecer não somente a quantidade de serviços efetivamente realizados (demanda
atendida) mas, também, a dos serviços demandados e não realizados (demanda potencial),
estabelecendo-se, inclusive, os motivos para o não atendimento. Os tipos de serviços mais
demandados e os valores da demanda são, igualmente, informações essenciais para as análises do
mercado metrológico nacional.
3.Qualificação dos serviços prestados
O objetivo aqui é identificar a qualidade dos serviços metrológicos prestados pelas instituições
ofertantes do mercado. Para isto foram definidos dois indicadores considerados fundamentais na
avaliação da qualidade de serviços de qualquer natureza, quais sejam: (i) tempo: que via de regra
denota produtividade na execução de serviços - com este indicador seria avaliado o desempenho da
organização para o rápido atendimento ao cliente e (ii) nível de qualidade na visão do cliente - esta
avaliação exigiria um instrumental próprio de coleta de dados, questionário de satisfação. Tal
instrumento seria utilizado para aferir periodicamente o nível de satisfação do cliente com o
atendimento dispensado.
4.Conhecimento da demanda potencial
O levantamento da demanda potencial do mercado deverá ser feito de duas maneiras distintas. (i) A
primeira maneira, diz respeito à demanda solicitada às instituições ofertantes de serviços, portanto
registrada, mas não atendida, por motivos diversos. Convém ressaltar que neste caso, o indicador
utilizado refere-se apenas à demanda potencial incidente sobre a instituição. Interessa
particularmente conhecer os motivos do não atendimento, pois estas informações subsidiarão ações
gerenciais e possivelmente investimentos na ampliação da capacidade de atendimento por parte das
instituições prestadoras de serviços. Para captar toda a demanda incidente, as instituições serão
solicitadas a registrar, em seus sistemas de informação, dados descritivos sobre todas as
solicitações formais (documentadas) de serviços. Sabe-se que muitas consultas são feitas por vias
informais como, por exemplo, telefone. Nestes casos, para enriquecer os dados e favorecer o seu
próprio planejamento, as instituições deverão adotar a sistemática de registrar tais consultas em
ficha própria, para posterior lançamento no sistema de informação.
No que diz respeito aos motivos do não atendimento, as instituições devem empenhar-se em adotar
a rotina do follow-up. Isto porque, alguns motivos do não-atendimento são unicamente de
responsabilidade da firma solicitante e, portanto, só serão identificados através de um contato com o
cliente, após o recebimento do orçamento do serviço. (ii) De outra forma far-se-á consultas
periódicas ao mercado consumidor em potencial. Neste caso porém, as informações de demanda
potencial, captadas pelos registros de atendimento das instituições ofertantes de serviços, nortearão
a pesquisa de mercado, isto é, a pesquisa será deflagrada toda vez que os dados coletados indicarem
uma possível demanda potencial significativa em uma determinada especialidade da metrologia.
5.Caracterização dos demandantes de serviços
Interessa saber o tipo de consumidor ao qual a instituição prestadora de serviços deve satisfazer. A
caracterização dos consumidores ou clientes far-se-á de três formas distintas. (i) pela identificação
da natureza jurídica do demandante, (ii) pelo tamanho ou porte do cliente e (iii) segundo o setor ou
segmento econômico a que pertence.
No primeiro caso, a natureza jurídica do demandante pode influenciar diretamente no perfil da
oferta. Como, por exemplo, a extensão do prazo de confirmação de um serviço ao cliente solicitante
se este for uma empresa pública (sujeita a processos mais lentos de decisão - licitações, etc). A
informação também é de utilidade para estudos prospectivos em cenários de reconfiguração jurídica
de empresas como, por exemplo, empresas públicas privatizadas, ou empresas brasileiras que são
adquiridas pelo capital estrangeiro. Já no segundo caso, a definição do porte do demandante é
relevante quando se deseja conhecer o tamanho das empresas mais atuantes na demanda por
metrologia no País. No último caso, objetiva-se identificar a origem da demanda segundo os
diferentes segmentos da economia. Trata-se de objetivo elementar na consolidação das diversas
demandas setoriais.
6.Identificação dos condicionantes da demanda
Esta informação é relevante para o entendimento da estrutura da demanda. Como principais
motivadores da demanda poder-se-ia citar, por exemplo: atendimento à exigências legais, busca de
qualidade, certificação do desempenho de produtos, melhoria da produtividade de processos
produtivos, etc.
7. Posicionamento das instituições ofertantes em relação ao mercado de serviços metrológicos
Na área de metrologia muitos dos serviços são prestados entre instituições ofertantes. Logo se
percebe que eventualmente algumas destas instituições cumprem o papel de demandantes. Neste
sentido, cabe traçar um mapeamento que caracterize esta demanda, esclarecendo quem demanda de
quem entre as instituições ofertantes de serviços.
Para a “produção” das informações que devem subsidiar o planejamento do setor de metrologia, a
metodologia propõe a uniformização de procedimentos entre as instituições/empresas ofertantes de
serviços metrológicos. Principalmente no tocante a armazenagem, organização e tratamento dos
dados relativos à demanda atendida. Tais procedimentos serão devidamente detalhados, a seguir,
nos Componentes da Metodologia.
4. COMPONENTES DA METODOLOGIA
A metodologia visa o estabelecimento de uma rede de âmbito nacional de informações
institucionais. Esta produziria regularmente serviços de informação em tempo real para os seus
membros e para a comunidade usuária dos serviços metrológicos. Entre os serviços previstos, há
alguns de manutenção e atualização da base de dados institucionais, incluindo o estabelecimento de
padrões de coleta e de tratamento dos dados sobre a demanda do mercado e a oferta das instituições,
além de outros relativos à análises e difusão das informações agregadas.
Assim, a estruturação da metodologia comporta seis componentes principais, a saber: (i) um que
trata do estabelecimento da rede de instituições, (ii) outro da introdução do sistema de informação
em cada instituição integrante da rede, (iii) outro descrevendo os procedimentos e aspectos técnicos
para o envio de dados, (iv) outro organizador da base central de recepção dos dados a serem
enviados pelas instituições associadas à rede, (v) outro estabelecendo o tratamento e análise dos
dados recebidos e, finalmente, (vi) o que trata da divulgação dos dados consolidados. Assim, poder-
se-ia relacionar os principais componentes da metodologia.
Componente 1: Estruturação da Rede de Instituições
Componente 2: Organização da Base de Dados Institucional
Componente 3: Transmissão de Dados
Componente 4: Organização da Base de Dados Central Receptora
Componente 5: Tratamento dos Dados, Análises e Resultados
Componente 6: Divulgação dos Resultados Consolidados
Como não é possível neste artigo, por limitações de espaço, apresentar em detalhes os componentes
da metodologia, será descrito a seguir, de forma resumida, apenas os aspectos mais relevantes.
COMPONENTE 1 - ESTRUTURAÇÃO DA REDE DE INSTITUIÇÕES
Este componente trata dos aspectos estratégicos e organizacionais de implantação de uma rede
nacional de informações a partir da interação de instituições ofertantes de serviços em metrologia.
A concepção e estruturação da rede de instituições deve partir do princípio de que a adesão ao
empreendimento será tanto mais espontânea quanto for a percepção coletiva dos benefícios a serem
alcançados, tendo vista o valor estratégico e gerencial das informações a serem consolidadas no
âmbito da rede. Neste particular, a compreensão da utilidade e aplicação das informações geradas,
deverá por si só, ser um grande atrativo a motivar a adesão. Porém, outros mecanismos podem e
devem ser utilizados como meio de estimular um engajamento mais eficaz.
Dentro do princípio de abordagem evolutiva a implementação da rede deve ser efetuada em etapas.
Num primeiro momento, considera-se conveniente estimular as instituições associadas à RBC e à
RBLE a participarem da estrutura inicial da rede de informações, visto que estas entidades já
desfrutam hoje de um nível de organização e interação, como rede de instituições, que muito
poderia favorecer a “edificação” da rede em sua fase inicial de implantação. Tal engajamento
permitiria um desenvolvimento mais seguro e estável da rede favorecendo inclusive o processo de
aprendizado e adaptações do sistema. Através da liderança natural exercida pelo INMETRO, junto
ao setor de metrologia, as instituições associadas a RBC e a RBLE seriam portanto convidadas a
participar de um esforço conjunto de estruturação da primeira etapa de implantação da rede. Numa
etapa posterior, como pré-condição ao credenciamento pelo INMETRO (ou outro organismo
habilitado para este fim), todo e qualquer laboratório, prestador de serviços metrológicos, seria
compulsoriamente integrado à Rede Brasileira de Informações em Serviços Metrológicos. Desta
forma, o credenciamento habilitaria o laboratório a se integrar não somente a RBC ou a RBLE, mas
também a rede de informações institucionais, ou seja, num primeiro momento, o crescimento da
rede se daria exclusivamente pela admissão de novos laboratórios ou instituições a RBC ou a
RBLE.
Dentro do princípio de operacionalidade a baixo custo, a estrutura da rede de informação deverá
primar pela utilização dos recursos já comumente disponíveis na maioria das instituições. Neste
contexto, a metodologia orienta na utilização de recursos e capacidade já instalada, principalmente
aqueles recursos referentes ao sistema de dados da instituição. Em relação a transmissão de dados
(componente 3 da metodologia), as instituições associadas a rede deverão apoiar-se em redes de
comunicação já disseminadas (internet). A lógica de funcionamento da rede de informações está
calcada no envio de dados das instituições associadas à um orgão central único, o qual será
responsável pelo recebimento, organização, tratamento e divulgação das informações consolidadas.
Entretanto, anteriormente ao processo de envio de dados, cada instituição participante da rede
deverá promover a adequação de sua base de dados. Tal procedimento, descrito no componente 2 da
metodologia (Organização da Base de Dados Institucional), permitirá um tratamento uniforme dos
dados quanto a coleta e processamento, viabilizando o envio de dados padronizados.
COMPONENTE 2 - ORGANIZAÇÃO DA BASE DE DADOS INSTITUCIONAL
Este componente trata da especificação do sistema de informação das instituições a serem
integradas à rede. Esta especificação se atém à identificação do tipo de sistema e sub-sistemas,
explicitando o conteúdo mínimo de dados que cada um destes deverá conter.
Assim, espera-se que, com base nestas especificações, cada instituição proceda o exame do sistema
em uso e introduza as modificações eventualmente necessárias. De certo modo, busca-se orientar o
setor de metrologia no sentido de se estabelecer procedimentos padrões, assim como ocorre em
vários outros setores de serviços. Neste contexto, para a organização da base de dados institucional,
foi detalhada na metodologia as seguintes diretrizes:
(1) Preparação da Instituição: aborda os principais aspectos relativos a preparação da instituição
para o esforço de coleta de dados e mudança do sistema interno de informação. (adequação de infra-
estrutura, treinamento de pessoal, etc.). (2) Base de Dados Histórica: define os dados a serem
coletados sobre o passado recente da instituição. (3) Base de Dados Padrão: define os dados a serem
coletados sobre as operações futuras da instituição.
COMPONENTE 3 – TRANSMISSÃO DE DADOS
Este componente trata dos aspectos operacionais (físicos e conceituais) da rede, relativos ao envio
de dados pelas instituições partícipes e ao recebimento por parte de um orgão central receptor.
Envio de Dados à Central Receptora – numa primeira etapa de implantação da rede de
instituições, as informações deverão ser extraídas da base de dados primária das instituições
associadas a RBC e a RBLE. A organização da base de dados institucional deve seguir um padrão
comum de forma a permitir a homogeneidade dos dados a serem coletados. Tal organização da base
de dados deve seguir o detalhamento mencionado no Componente 2 da metodologia.
Em relação aos procedimentos para o envio de dados a central receptora recomenda-se
procedimentos já testados e amplamente utilizados, que poderão ser: (i) através do preenchimento
de formulário padrão, (ii) pelo preenchimento de formulário eletrônico, contido em arquivo de
disquete ou (iii) on line, através de telas de preenchimento via internet.
A forma mais convencional de se obter informações sobre a demanda atendida pelas instituições
integrantes da rede, consiste na utilização de um formulário padrão. Este deverá ser preenchido e
remetido periodicamente (via postal) por cada uma das instituições partícipes da rede. A
periodicidade de preenchimento e envio dos dados à central receptora deverá ser consensuada entre
os usuários do sistema.
No caso de formulários eletrônicos, a armazenagem de dados será feita através de planilhas Excel
com face de preenchimento (entrada e saída de dados) em linguagem Visual Basic. O
armazenamento dos dados de cada instituição deverá portanto ser disciplinado por telas elaboradas
nesta linguagem. Neste contexto, está sendo desenvolvido um software aplicativo, que objetiva
facilitar o “transporte” de informações através do envio de disquetes das instituições associadas à
rede a uma central receptora dos dados. O envio periódico de disquetes a esta central irá permitir a
agregação dos dados e a consolidação das informações de interesse.
Finalmente, como meio mais dinâmico para a movimentação de dados, acredita-se ser conveniente
a elaboração de um sistema baseado na transmissão de dados via internet. Os dados seriam enviados
on line pelas instituições da rede distribuídas por todo País. Estes seriam recebidos por uma central
nacional, responsável pelo tratamento e consolidação dos dados recebidos.
Dentre as melhores linguagens disponíveis para a implantação do sistema, destaca-se a linguagem
JAVA. Isto porque as características da linguagem JAVA podem, entre outros benefícios, garantir a
confidencialidade das informações através de um sistema de criptogramas.
Todas as três formas para envio de dados, descritas anteriormente, poderão ser utilizadas de forma
simultânea ou complementar. Cabendo a cada instituição, dentro das suas possibilidades, definir
aquela(s) de maior conveniência.
COMPONENTE 4 - ORGANIZAÇÃO DA BASE DE DADOS RECEPTORA
A metodologia detalha os principais elementos necessários à estruturação de uma base de recepção
dos dados a serem enviados pelas instituições associadas à rede em todo o País. Entretanto, não se
especifica o tipo de sistema nem os equipamentos (hardware e software) que deverão ser utilizados
na “construção” do núcleo; responsável pelo recebimento, organização, tratamento, análise e
divulgação dos dados a serem consolidados. Sugere-se porém, dentro do princípio da simplicidade a
baixo custo, a adoção de microcomputadores com capacidade de memória suficiente para suportar o
volume de dados e as operações necessárias ao tratamento e consolidação das informações de
interesse à análise da demanda. Outro aspecto essencial é a escolha do software. Este deve possuir,
entre outras características, alta comunicabilidade em relação aos diversos softwares comumente
utilizados pelas instituições que irão integrar a futura rede de informação. Outros elementos,
igualmente relevantes, também foram detalhados na metodologia, quais sejam: (i) a estrutura
organizacional da central ou base receptora dos dados, (ii) o sistema e equipamentos a serem
utilizados, (iii) os procedimentos operacionais, (iv) a manutenção do sistema de dados, (v) a
composição e perfil da equipe de trabalho, (vi) as instalações físicas.
COMPONENTE 5 - TRATAMENTO DOS DADOS, ANÁLISES E RESULTADOS
Apresenta-se a seguir algumas das saídas do sistema como exemplo de aplicação da base de dados
proposta. As informações consolidadas para o período global da análise devem estar sintetizadas em
gráficos e acompanhadas por tabelas numéricas correspondentes.
Análises da Demanda Institucional
Entre as diversas análises de interesse, recomenda-se as seguintes:
I - Por serviços atendidos:
(1) tipos de serviço x tempo (ao longo de um determinado período)
(2) quantidade de serviços por tipo de cliente (natureza jurídica) x tempo
(3) total dos serviços por tamanho ou porte da empresa demandante x tempo
(4) total dos serviços por setor econômico a que pertence o cliente demandante x tempo
(5) quantidade e tipos de serviços x procedência ou localização da demanda (unidades da federação)
(6) total dos serviços por laboratórios x tempo
(7) condicionantes da demanda de serviços x tempo
(8) evolução da quantidade de serviços prestados x tempo
II - Por arrecadação (faturamento) das instituições com a demanda atendida
Análogo aos itens relacionados acima por arrecadação.
Indicadores de Desempenho Institucional
Entre as diversas análises possíveis recomenda-se:
(1) Número de serviços prestados por laboratório
(2) Faturamento por laboratório
(3) Tempo de utilização dos laboratórios por tipo de serviço
(4) Tempo de realização dos serviços
• em laboratório
• no sistema (administração, expedição,etc.)
(5) Qualidade na prestação do serviço
Ensaios de Mercado: Oferta e Demanda de Serviços Metrológicos
As instituições deverão enviar periodicamente ao agente centralizador (o INMETRO por exemplo)
dados para a composição de relatório contendo gráficos e tabelas a partir das análises acima
propostas. Os dados deverão ser agregados e consolidados em nível estadual e nacional.
O agente operará em rede com as instituições ofertantes dando-lhes feed-back e informações
estratégicas e gerenciais, tais como:
(1) O percentual (%) da demanda de um estado atendida pelas suas instituições
(2) O percentual (%) da demanda atendida por cada instituição
(3) A estrutura de consumo por serviços de cada setor industrial
Alguns outros tipos de estudos poderão ser executados pelo agente gerenciador com base na
interpretação das informações. Explica-se a seguir, sem aprofundamento, estes tipos de estudos:
(i) Balanceamento da Oferta Institucional com a Demanda Estadual
Por balanceamento da oferta com a demanda entende-se a comparação dos perfis de oferta das
instituições com o da demanda do Estado. Para a instituição esta comparação serve ao propósito de
identificar se seus esforços em termos de oferta está compatível com a demanda. Desta comparação,
a instituição poderá obter bons subsídios para seu planejamento estratégico.
(ii) Análise de Concorrência
Esta etapa pode ser complexa cabendo vários graus de profundidade. Apenas as análises mais
básicas serão mencionadas. Neste sentido, poder-se-ia dividir a análise de concorrência em duas:
(a) Análise da concorrência interna à área de mercado
Deseja-se, neste caso, detectar superposições (ou complementariedade) de áreas de atuação das
diversas instituições atuantes no mercado global considerado. Isto, pode ser realizado pela análise
dos dados de oferta das instituições. Desta forma, pode-se encontrar nesta análise: (i) aglomerado de
oferta de serviços similares (várias instituições ofertando o mesmo tipo de serviço numa
determinada região); (ii) complementariedade na oferta de serviços (identifica-se níveis de atuação
diferentes, porém complementares) e (iii) especializações na oferta de serviço (instituições atuando
em determinados nichos especializados de mercado).
Análises mais complexas de concorrência poderão ser feitas por pesquisa específica onde se solicita
dos clientes aspectos relativos ao nível do serviço (preço dos serviços, tempo de entrega, etc).
(b) Análise da concorrência externa à área de mercado
Considerando a área de mercado o País, esta análise procuraria identificar as compras de serviços
metrológicos realizadas no exterior, favorecendo inclusive a caracterização da demanda potencial .
Esta análise requer que a pesquisa de campo, proposta, seja aplicada junto às empresas clientes.
COMPONENTE 6 - DIVULGAÇÃO DOS RESULTADOS CONSOLIDADOS
Trata-se de etapa da maior importância para o sucesso de todo o trabalho. Uma ampla e competente
divulgação dos resultados se constituirá num marketing vigoroso a consolidar a permanência das
instituições junto a rede e ainda atrair aquelas mais resistentes quanto a adesão. Neste sentido,
sugere-se a adoção de algumas técnicas muito comuns na divulgação de trabalhos desta natureza,
quais sejam: (i) preparação de uma ampla publicação contendo os resultados consolidados do
trabalho. Em tal publicação deverá constar tabelas e gráficos, claros e objetivos, apresentando
resultados de interesse aos partícipes da rede; (ii) seminários a serem desenvolvidos nas principais
capitais do País, ao longo dos quais serão apresentados os resultados do trabalho e as implicações
para as instituições participantes. Sugere-se que os seminários sejam realizados em determinadas
capitais (Rio de Janeiro, São Paulo, Belo Horizonte, Florianópolis, Recife, etc) favorecendo a
presença do maior número possível de instituições daquela região. A metodologia sugere ampla
divulgação dos eventos. Tal divulgação serve ao propósito estratégico de convencimento à adesão
das instituições ainda não participantes da rede, a partir da observação das vantagens de tal
engajamento; (iii) construção de um site específico, para a divulgação dos principais resultados e
(iv) divulgação dos itens i, ii e iii através de revistas especializadas como, por exemplo, a revista do
INMETRO, a revista BANAS Qualidade e outros veículos de informação próprios do setor de
metrologia e qualidade.
6. RESULTADOS DO ESTUDO DE CASO
A metodologia proposta foi aplicada num estudo de caso envolvendo laboratórios vinculados ao
LNM. Escolhemos um dos laboratórios estudados para que se tenha visão de alguns dos resultados
que podem ser alcançados a partir da utilização da metodologia. O caso em questão é apresentado
de forma bastante parcial devido a limitação do veículo (artigo). Por questões de confidencialidade,
o laboratório analisado será denominado de “Laboratório A” e os resultados apresentados referem-
se à atividades de prestação de serviços realizados em 1996.
Tabela 1 - Distribuição das Calibrações Realizadas, Certificados Emitidos e Clientes Atendidospelo Laboratório A, Segundo a Procedência da Demanda
PROCEDÊNCIADA DEMANDA
Número deCalibraçõesRealizadas
DistribuiçãoPercentual
Número deCertificados
Emitidos
DistribuiçãoPercentual
Número deClientes
Atendidos
DistribuiçãoPercentual
RBC 20 36% 20 36% 14 54%RBLE − − − − − −RNML 18 32% 18 32% 2 8%INMETRO 9 16% 9 16% 1 4%OUTROS 9 16% 9 16% 9 34%Total 56 100% 56 100% 26 100%
Legenda:RBC – refere-se aos clientes associados à Rede Brasileira de Calibração atendidos pelo Laboratório A.RBLE – refere-se aos clientes associados à Rede Brasileira de Laboratórios de Ensaio atendidos pelo Laboratório A.INMETRO- refere-se aqueles laboratórios, sob a responsabilidade do INMETRO, atendidos pelo Laboratório A.RNML- Rede Nacional de Metrologia Legal são os Institutos de Pesos e Medidas Estaduais.OUTROS – refere-se a todos aqueles clientes atendidos pelo Laboratórios A que não puderam ser agrupados nas
classificações anteriores.
Pode-se observar pelos dados da Tabela 1 que 36% de todas as calibrações realizadas pelo
Laboratório A, em 1996, foram para clientes integrantes da RBC. A participação de clientes
oriundos da RNML (Institutos de Pesos e Medidas estaduais) foi bastante expressiva, com cerca de
32% do total de calibrações realizadas. Com cerca de 14 clientes demandantes a RBC correspondeu
a 54% do total de clientes atendidos pelo Laboratório A. Nenhuma instituição ou empresa associada
a RBLE foi atendida pelo Laboratório A em 1996.
Considerando os tipos de serviços constantes da Tabela 2, manômetros (48%) e balanças de pressão
(45%), responderam por 93% de toda a atividade de calibração realizada pelo Laboratório A em
1996. Percebe-se claramente pelos dados da Tabela 2 que o número de calibrações em balanças de
pressão (16) representou o tipo de serviço mais requisitado por clientes associados à RBC ( Rede
Brasileira de Calibração), seguido dos serviços de calibração em barômetros e manômetros,
eqüitativamente com (2) unidades calibradas em cada tipo de serviço.
O Estado de São Paulo concentrou a maior demanda pelos serviços realizados pelo Laboratório A
em 1996. Com (18) calibrações realizadas para instituições de São Paulo, estes serviços
corresponderam a 32% de todos os serviços de calibração realizados. (vide Tabela 3). Igualmente
com expressiva demanda, as instituições do Estado de Minas Gerais foram responsáveis por 22%
das calibrações executadas.
Há de se observar, pela Tabela 4, que calibração em balança de pressão foi o principal tipo de
serviço requisitado por instituições de São Paulo. Para instituições de Minas Gerais, Goiás e
Pernambuco a calibração de manômetros representou a demanda mais significativa. (vide Tabela 4).
As maiores fontes de receita com os serviços de calibração prestados pelo Laboratório A, em 1996,
foram oriundas das instituições associadas a RBC (com 54% do total) e de empresas não associadas
as Redes Brasileiras de Metrologia, agrupadas na categoria “OUTROS” (com 46% do total). Apesar
do Laboratório A estar localizado no Estado do Rio de Janeiro, do total arrecadado (R$ 19.243,00),
mais de 50% foram de clientes localizados no Estado de São Paulo, conforme dados da Tabela 5.
Segundo dados constantes da Tabela 6, clientes do Laboratório A, classificados no setor econômico
de prestação de serviços, localizados no Estado de São Paulo foram os responsáveis por cerca de
35% de toda a arrecadação com os serviços de calibração executados.
7. CONCLUSÃO
O presente trabalho resume resultados de uma pesquisa ainda em fase de conclusão. O objetivo
deste artigo é divulgar as linhas gerais do referido trabalho, a ser apresentado detalhadamente em
tese de doutoramento. Quer-se elaborar um sistema de informações voltado para análise de oferta e
de demanda por serviços laboratoriais e cujos resultados viabilizam o planejamento estratégico das
instituições e o próprio planejamento do mercado de serviços metrológicos.
8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS[1] FROTA, M. N., Impacto das Normas da Qualidade no Mercado Brasileiro de Serviços Técnicos. Artigo submetido
à revista Ciência da Informação do Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia – IBICT /CNPQ. Rio de Janeiro, 1994.
[2] BARROS, J. G. M., Estudo da Demanda de Serviços Técnicos Especializados da Indústria Naval. Dissertação deMestrado. Departamento de Engenharia Mecânica da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, 1994.
[3] FROTA, M. N., NEVES, C. & Colaboradores, Dimensionamento Preliminar do Porte do Mercado Brasileiro deServiços Tecnológicos. Relatório referente ao Projeto FINEP/TIB/PADCT, ref. 54.93.0393.00. Rio de Janeiro,1994.
[4] GUIMARÃES, F. C., O Mercado de Serviços Tecnológicos no Brasil. Texto para discussão. Instituto de EconomiaIndustrial – IEI / UFRJ. Rio de Janeiro, 1983.
[5] FROTA, M. N. & M. H. A., Acesso à Informação: uma estratégia de gestão tecnológica – publicado pelo InstitutoBrasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia – IBICT / CNPq. Rio de Janeiro, 1994.
[6] PLANO NACIONAL DE METROLOGIA – Documento Síntese, elaborado pelo Comitê Brasileiro de Metrologia(CBM) e pelo Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (INMETRO) - aprovadopelo Conselho Nacional de Metrologia (CONMETRO) do MICT. Brasília – D.F., 1998.
[7] REVISTA BANAS QUALIDADE. Gestão do conhecimento. São Paulo: BANAS. Mensal, n. 83, p. 20-24, abril –1999. ISSN-13037242.
i Laboratório Nacional de Metrologia – compreende 18 laboratórios metrológicos, sob a responsabilidade doINMETRO, nas áreas de acústica e vibrações, térmica, óptica, mecânica e eletricidade. Fazem partem ainda do LNM, oInstituto de Radioproteção e Dosimetria - IRD e o Observatório Nacional - ON.ii Serviços Tecnológicos: deve ser entendido genericamente como um conjunto ordenado de conhecimentos técnicos ecientíficos que compreendem as funções de metrologia, normalização, certificação, propriedade industrial, informaçãotecnológica e tecnologias de gestão [5].iii CONMETRO – Conselho Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial, é a entidade queinstitucionaliza as questões relativas ao setor.iv DIMCI - Diretoria de Metrologia Científica e Industrial.v Ações do Programa RH Metrologia: implantação de dois cursos de mestrado em metrologia (PUC-Rio e UFSC),estruturação de cursos especializados para a indústria, elaboração de estudos e produção de literatura especializada emmetrologia, organização de congressos nacionais e internacionais, etc.