METODOLOGIA PARA PÓS-PROCESSAMENTO EM … · Dissertação de Mestrado apresentada ao Curso de...

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INSTITUTO MILITAR DE ENGENHARIA DANIELLE HELENA DOS SANTOS PIRES DE SOUZA METODOLOGIA PARA PÓS-PROCESSAMENTO EM MODELOS SRTM Dissertação de Mestrado apresentada ao Curso de Mestrado em Engenharia Cartográfica do Instituto Militar de Engenharia, como requisito parcial para a obtenção do título de Mestre em Ciências em Engenharia Cartográfica. Orientador: Prof. Leonardo Castro de Oliveira - D.E. Rio de Janeiro 2006

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INSTITUTO MILITAR DE ENGENHARIA

DANIELLE HELENA DOS SANTOS PIRES DE SOUZA

METODOLOGIA PARA PÓS-PROCESSAMENTO

EM MODELOS SRTM

Dissertação de Mestrado apresentada ao Curso de

Mestrado em Engenharia Cartográfica do Instituto Militar de Engenharia, como requisito parcial para a obtenção do título de Mestre em Ciências em Engenharia Cartográfica.

Orientador: Prof. Leonardo Castro de Oliveira - D.E.

Rio de Janeiro

2006

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C2006

INSTITUTO MILITAR DE ENGENHARIA

Praça General Tibúrcio, 80 – Praia Vermelha

Rio de Janeiro - RJ CEP: 22290-270

Este exemplar é de propriedade do Instituto Militar de Engenharia, que poderá

incluí-lo em base de dados, armazenar em computador, microfilmar ou adotar qualquer

forma de arquivamento.

É permitida a menção, reprodução parcial ou integral e a transmissão entre

bibliotecas deste trabalho, sem modificação de seu texto, em qualquer meio que esteja

ou venha a ser fixado, para pesquisa acadêmica, comentários e citações, desde que

sem finalidade comercial e que seja feita a referência bibliográfica completa.

Os conceitos expressos neste trabalho são de responsabilidade do autor e do(s)

orientador(es).

S729 Souza, Danielle Helena dos Santos Pires de

Metodologia Para Pós-Processamento Em Modelos SRTM / Danielle Helena dos Santos Pires de Souza. - Rio de Janeiro: Instituto Militar de Engenharia, 2006.

84 : il., tab. Dissertação: (mestrado) - Instituto Militar de

Engenharia, 2006.

1. Modelos Digitais de Elevação. 2. Modelos SRTM. I. Título. II. Instituto Militar de Engenharia.

CDD 621.3827

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INSTITUTO MILITAR DE ENGENHARIA

DANIELLE HELENA DOS SANTOS PIRES DE SOUZA

METODOLOGIA PARA PÓS-PROCESSAMENTO

EM MODELOS SRTM

Dissertação de Mestrado apresentada ao Curso de Mestrado em Engenharia

Cartográfica do Instituto Militar de Engenharia, como requisito para a obtenção do título de Mestre em Ciências em Engenharia Cartográfica.

Orientador: Prof. Dr. Leonardo Castro de Oliveira - D.E.

Aprovada em 27 de Setembro de 2006 pela seguinte Banca Examinadora:

_______________________________________________________________

Prof. Dr. Leonardo Castro de Oliveira - D.E. do IME - Presidente

_______________________________________________________________

Prof. Dr. Manoel do Couto Fernandes - D.C da UFRJ

_______________________________________________________________

Prof. Dr Oscar Ricardo Vergara - D.E. do IME

Rio de Janeiro

2006

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Aos meus mais-que-perfeitos pais, Nilson e Solange.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço antes de todos a Deus, que se faz presente em todos os momentos da

minha vida fazendo destes, verdadeiros aprendizados em nossa evolução.

Aos meus pais, que se dispuseram a transformar toda a estrutura de vida para me

acompanhar, tendo sempre palavras de ânimo nos momentos mais difíceis.

Aos meus familiares mais próximos: Elizabeth, Nilson, Natália e Luiz Antônio, pela

compreensão nas minhas longas ausências.

Ao meu Professor Orientador Dr. Leonardo Castro de Oliveira, pela paciência,

persistência, atenção, disponibilidade e confiança, tornando-se mais que um orientador,

e sim um grande e verdadeiro amigo.

A toda a equipe docente do Instituto Militar de Engenharia, que me permitiu avançar

na busca sobre o conhecimento cartográfico.

Ao Professor Dr Paulo Márcio Leal de Menezes, “eterno orientador”, quem me

apresentou a Cartografia, sempre disposto a clarear toda e qualquer dúvida e a qualquer

momento, sendo mais que um grande amigo, um segundo pai.

Ao Prof Dr Manoel do Couto Fernandes, pelos ensinamentos, apoio, conselhos e

amizade sempre presente não apenas neste trabalho mas ao longo de toda a minha

vida profissional.

A toda a equipe pertencente ao Laboratório de Cartografia da UFRJ – GeoCart, em

especial Bruna, Léo, Verônica, Vitor Barone, Vitor Ribeiro, Luis Felipe e o Alex, pelo

apoio e suporte nessa longa caminhada.

Aos amigos que fiz no Centro de Energia em Energia Elétrica – CEPEL, em especial

Alexia, Lú, Sérgio e Cris, pelas longas conversas pessoais e metodológicas sobre

produção científica.

Aos profissionais da Ampla Energia e Serviços S.A, em especial Julio Cesar di

Paola e Lincoln Negrão Andrade, pela compreensão, amizade e disponibilidade para

aquisição de material.

Aos meus amigos de turma, pelo companheirismo no decorrer do curso, em

especial Bruninho Fontoura e Leandro Andrei “Deus”, amigos desde a graduação, e com

todo carinho a Evânia e Viviane (Vivi), pelas conversas, e-mails, telefonemas, lágrimas,

sorrisos, e tudo mais que grandes amigas compartilham. Vocês duas se tornaram

inesquecíveis em minha vida, tendo um papel fundamental.

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As minhas amigas de profissão, em especial Ana Cristina, Maria Cristina, Patrícia,

Rosane e Rosicléia, pelo permanente apoio e vibrações positivas. Como também

William e Aline Gusman, amigos desde o início dessa jornada.

Aos meus amigos pessoais, não cabe aqui citar nomes, que entenderam minhas

ausências, meu mau humor, mas sempre estiveram dispostos em acalmar toda a tensão

desta pesquisa. As amigas “de longe” Patrícia e Mayara, que mesmo lá de Macaé,

nunca me abandonaram.

Finalmente, sem esperar ter-me esquecido de ninguém, e se caso o fiz não foi por

ingratidão, agradeço a todos que colaboraram, cada um ao seu modo, para a

elaboração e desenvolvimento desta pesquisa.

...

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“Buscai primeiro o Reino de Deus, e a sua

Justiça, e tudo o mais vos será acrescentado”

JESUS

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SUMÁRIO

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES....................................................................................

LISTA DE TABELAS.............................................................................................

LISTA DE SIGLAS................................................................................................ 14

1 INTRODUÇÃO.......................................................................................... 17

1.1 Posicionamento da Pesquisa............................................................... 18

1.2 Justificativa da Pesquisa...................................................................... 18

1.3 Objetivo da Pesquisa........................................................................... 18

1.4 Estrutura da Dissertação..................................................................... 19

2 MODELO DIGITAL DE ELEVAÇÃO........................................................ 20

2.1 Considerações Iniciais.............................................................................. 20

2.2 Representação da Superfície Topográfica................................................ 20

2.2.1 Nomenclaturas Utilizadas......................................................................... 24

2.3 Geração do Modelo Digital de Elevação................................................... 26

2.3.1 Amostragem......................................................................................... 27

2.3.2 Modelagem por Equações Analíticas................................................... 30

2.3.3 Modelagem por Rede de Pontos – Grade Regular............................ 33

2.3.4 Modelagem por Rede de Pontos – Grade Irregular Triangular.......... 35

2.4 MDE por fonte SRTM........................................................................... 38

3 METODOLOGIA PARA A GERAÇÃO DOS MODELOS DIGITAIS DE

ELEVAÇÃO A PARTIR DOS MODELOS SRTM.....................................

46

3.1 Considerações Iniciais.............................................................................. 46

3.2 Aquisição de Dados............................................................................. 46

3.3 Seleção da Área de Trabalho............................................................... 50

3.4 Ambientes Computacionais.................................................................. 52

3.5 Descrição das Etapas de Geração dos MDE....................................... 54

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4 RESULTADOS DOS TESTES E ANÁLISES........................................... 61

4.1 Considerações Iniciais............................................................................ 61

4.2 Grid´s Gerados por Aplicativos.............................................................. 61

4.3 Geração de Grid´s por Interpoladores e Triangulação.......................... 65

4.4 Geração de Imagens - Diferença........................................................... 70

5 CONCLUSÕES E SUGESTÕES ............................................................. 77

6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...................................................... 80

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

FIG. 2.1 Métodos de representação da superfície................................ 22

FIG. 2.2 Quatro formas de representações computacionais para um MDE ..........................................................................................

23

FIG. 2.3 Isolinhas representadas planimetricamente como curvas de Nível ..........................................................................................

24

FIG. 2.4 Representação de um MDE no sistema de coordenadas

x,y e z ........................................................................................

25

FIG. 2.5 Etapas do processo de modelagem digital de elevação ....... 27

FIG. 2.6 Representação de super e sub amostragem para a construção de MDE .................................................................

29

FIG. 2.7 Superfície e grade regular correspondente no espaço tridimensional x,y,z .................................................................

33

FIG. 2.8 Representação matricial de uma grade regular quadrado (a) e sua superfície tridimensional (b) ....................................

34

FIG. 2.9 Superfície e grade irregular triangular correspondente ......... 36

FIG. 2.10 Representação do diagrama de Voronoi (1) e a triangulação de Delaunay (2) para o mesmo conjunto de pontos .......................................................................................

37

FIG. 2.11 Estrutura dual com a representação dos polígonos de Voronoi e da triangulação por Delaunay ................................

37

FIG. 2.12 Demonstração do critério de triangulação de Delaunay com seus vértices inseridos em semicírculos ................................

38

FIG. 2.13 Representação do ônibus espacial durante a missão SRTM 40

FIG. 2.14 Articulação dos arquivos SRTM no âmbito do território nacional ....................................................................................

42

FIG. 2.15 Recobrimento global da missão SRTM .................................. 42

FIG. 2.16 Área de abrangência de 1°x1° em um arquivo de extensão “hgt” pertencente ao mosaico de modelos SRTM..................

43

FIG. 2.17 Modelo SRTM versão I com inconsistências ......................... 44

FIG. 2.18 Modelo SRTM versão II com refinamentos............................ 44

FIG. 3.1 Tela do site da NASA voltada a Missão SRTM ...................... 47

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FIG. 3.2 Tela do servidor FTP para aquisição dos arquivos SRTM..... 47

FIG. 3.3 Modelo SRTM que apresenta inconsistências de vazios de informações (machas brancas) e valores altimétricos negativos (pontos azuis). .........................................................

48

FIG. 3.4 Sobreposição do arquivo de curva de nível com o grid SRTM versão I .........................................................................

49

FIG. 3.5 Localização do Município de Macaé ....................................... 51

FIG. 3.6 Mosaico de Ortofotos com traçado da linha de expansão .... 51

FIG. 3.7 Delimitação da área de estudo no arquivo SRTM ................. 52

FIG. 3.8 Diagrama que representa as principais etapas da pesquisa. 55

FIG. 3.9 Diagrama dos ambientes computacionais para visualização, edição e geração de MDEs .............................

55

FIG. 3.10 Lista de opções para exportação dos arquivos “(*).hgt” em ambiente Global Mapper .......................................................

56

FIG. 3.11 Arquivo exportado do modelo SRTM em extensão “(*). txt” com cabeçalho de informações ............................................

57

FIG. 3.12 Arquivo XYZ gerado pela conversão de grid ........................ 58

FIG. 3.13 Seleção do pontos negativos em ambiente ArcView ............ 59

FIG. 3.14 Tela do ambiente computacional ArcView para a geração de Grid ..................................................................................

60

FIG. 4.1 Grid da área de estudo sem refinamentos (original) ............. 62

FIG. 4.2 Grid da área de estudo com aplicativo Blackart .................... 63

FIG. 4.3 Grid da área de estudo com aplicativo SRTM Fill ................. 64

FIG. 4.4 Grid da área de estudo com os dois aplicativos Blackat e SRTM Fill...................................................................................

65

FIG. 4.5 Telas do ambiente ArcView de escolha do interpolador e modificação de seus parâmetros ..........................................

66

FIG. 4.6 Grid da área de estudo por Inverso do Quadrado da Distância (IQD) ......................................................................

67

FIG. 4.7 Grid da área de estudo por Spline ........................................ 68

FIG. 4.8 TIN gerado após processamento de eliminação dos pontos negativos ...............................................................................

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FIG. 4.9 Grid gerado somente das informações de curva de nível ..... 70

FIG. 4.10 Imagem Diferença entre grid por fonte SRTM II e grid por Blackart .....................................................................................

71

FIG. 4.11 Imagem Diferença entre grid por fonte SRTM II e grid por SRTM Filll .................................................................................

72

FIG. 4.12 Imagem-diferença entre o grid da versão SRTM II com o grid refinado com os aplicativos Blackart e SRTM Fill ..........

73

FIG. 4.13 Imagem-diferença entre o grid da versão SRTM II com o grid por inverso do Quadrado da Distância ...........................

74

FIG. 4.14 Imagem-diferença entre o grid da versão SRTM II com o grid por Spline ..........................................................................

75

FIG 4.15 Imagem-diferença entre o grid da versão SRTM II com o grid gerado por TIN ..................................................................

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LISTA DE TABELAS

TAB. 2.1 Comparação dos processos de digitalização................................ 28

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LISTA DE SIGLAS

2D Bidimensional

3D Tridimensional

ASI Agência Espacial Italiana

DLR Centro Aeroespacial Alemão

DTM Digital Terrain Model

GPS Global Positioning System

MDE Modelo Digital de Elevação

MDT Modelo Digital de Terreno

MET Modelo de Elevações do Terreno

MNE Modelo Numérico de Elevação

MNFA Modelo Numérico de Feição Altimétrica

MNFT Modelo Numérico de Feições do Terreno

NASA Agência Nacional Norte Americana

NGA Agência Americana de Inteligência Aeroespacial

SAR Radar de Abertura Sintética

SIG Sistema de Informação Geográfica

SRTM Shuttle Radar Topography Mission

TIN Triangulated Irregular Network

UTM Universal Transverse de Mercator

USGS United States Geological Survey

WGS World Geodetic System

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RESUMO A superfície terrestre possui diversas formas de representação. Uma destas

formas é feita através do Modelo Digital de Elevação (MDE), termo referente à Modelos Digitais de Terreno que destina-se ao tratamento apenas de dados sobre elevação. O presente trabalho propõe apresentar uma metodologia de pós porcessamento de modelos digitais de elevação que minimizem as inconsistências existentes nos modelos obtidos pela missão SRTM (Shuttle Radar Topography Mission ) possuem vantagens em sua aplicação. Estes modelos possuem vantagens em sua aplicação. Sua disponibilidade gratuita via rede mundial de computadores permite um considerável acesso a esse modelos. Entretanto, os MDE´s gerados por essa missão possuem inconsistências, o que torna por vezes restrita sua aplicação. O ambiente computacional utilizado para essa dissertação é composto pell programa Global Mapper, para visualização e recorte da área selecionada; as extensões Blackart e SRTMFill, utilizados para correção de tais inconsistências; e do ambiente ArcView é utilizado para o refinamento dos modelos, através de interpoladores e através do TIN. Os modelos refinados por grade regular foram pós processados com o uso dos interpoladores Inverso do Quadrado da Distância (IQD) e Spline. O modelo refinado por TIN foi construído pelo uso da triangulação, segundo o critério de Delaunay, segundo o interpolador de ajuste linear, o mais utilizado neste ambiente computacional. A comparação entre esses modelos foi feita através de imagens-diferença. A que melhor representou a área de estudo foi o modelo obtido do refinamento feito pelos aplicativos Blackart e SRTMFill. A área de estudo localiza-se no município de Macaé, no Estado do Rio de Janeiro, localizada entre os distritos de Córrego do Ouro e o distrito de Macaé, região de expansão de linha de transmissão de energia elétrica de médio porte da subestação de Imboassica pertencente à Ampla Energia e Serviços S.A.

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ABSTRACT

The earth surface has many representation forms. One of these forms is made through Elevation Digital Models (EDM), term to refer to Ground Digital Models which appoints only to elevation data treatment. The present work proposes to show one pos-processing Elevation Digital Models methodology which minimizes the existing inconsistences obtained from SRTM (Shuttle Radar Topography Mission) mission models. These models has advantages on its application. Its free avaibility through wide world computers net allows a remarkable access to these models. Therefore,the (EDM) generated by this mission has inconsistences, what restricts its application. The computacional environment used to this dissertation is composed by the Global Mapper program to visualize an cut the selected area; the Blackart extentions and SRTNFill, applied to to correct these inconsistences; and the Arcview environment is applied to refine models, through interpolers and TIN. The refined models by regular railing were pos-processed through Square Distance Inverse interpolers and Spline. The refined model by TIN was built throug Triangulation application, as per Delaunay criterion, the Linear Adjust Interpoler, the most used in this computer environment. The comparison between these models was made through refine-images from Blackart and SRTMFILL aplicatives. The study area is located in Macaé District, Rio de Janeiro State, located between the Imboassica Medium Eletrical Energy Substation which belongs to AMPLA ENERGIA e SERVIÇOS S.A.

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1 INTRODUÇÃO

1.1 POSICIONAMENTO DA PESQUISA

A superfície terrestre possui diversas formas de representação. Uma das formas de representá-la é através do Modelo Digital de Elevação (MDE), termo referente à Modelos Digitais de Terreno que destina-se ao tratamento apenas de dados sobre elevação.

A importância de um Modelo Digital de Elevação se justifica na sua mais variada aplicabilidade, entre outras, no armazenamento de dados de altimetria para geração de mapas topográficos e desenhos de perfis e seções transversais, até mesmo para jogos de guerra. Se o processo for realizado em ambiente computacional, destaca-se também a redução do tempo de operacionalidade. Segundo ARNAUT (2001), o emprego do MDE facilita o estudo e aplicação em vários segmentos profissionais, tais como a Engenharia Cartográfica, Florestal, Civil, Geografia, Geologia, entre outros, reduzindo tempo e minimizando erros. De acordo com SANTOS (2005), também deve-se ressaltar a impor tância dos modelos SRTM para estudos de geomorfologia, geologia, pedologia, vegetação e tantos outros temas que necessitam de modelos independentemente de padrão de classificação de precisão.

Os Modelos Digitais de Elevação podem ser obtidos, em sua maioria, por dois caminhos: (a) geração através das etapas de aquisição de dados, modelagem e produção dos mesmos; (b) aquisição já finalizada, disponibilizado, por exemplo, através da rede mundial de computadores

A existência de alternativas de aquisição de modelos digitais de elevação já finalizados permite uma maior acessibilidade a informações sobre a representação da superfície terrestre, acarretando uma disseminação positiva sobre a informação topográfica. Entretanto, os MDE´s que se encontram atualmente disponíveis não podem ser considerados como de todo válidos. Sua aplicabilidade torna-se restrita, uma vez que alguns desses modelos podem apresentar inconsistências.

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1.2 JUSTIFICATIVA DA PESQUISA

A existência de modelos digitais de elevação prontos e acessíveis permite, entre outras vantagens, a otimização de recursos para representação da superfície terrestre (NASA, 2003) ou de fenômenos geográficos (SOUZA, 2003). Essa otimização de recursos se dá, entre outros argumentos, pelo aspecto financeiro, no que se refere à obtenção de informações em áreas de difícil acesso com relevo acidentado, para a aquisição de dados ou para a redução de tempo de processamento de informações.

Entretanto, a inconsistência de dados existentes nesses modelos prontos pode também acarretar prejuízos, uma vez que esses modelos trabalhados podem ser utilizados diretamente como insumos. Este fato ocorre com os Modelos Digitais de Elevação gerados pela Agência Espacial Americana (NASA) a partir da missão espacial Shuttle Radar Topography Mission (SRTM). Tais modelos são obtidos gratuitamente na rede mundial de computadores pela página da mesma. Todavia, estes possuem áreas com vazios de informações e áreas com valores de cotas negativas questionáveis, o que torna restrito o uso destes modelos.

1.3 OBJETIVO DA PESQUISA

A presente pesquisa propõe uma metodologia de refinamento de modelos digitais de elevação que minimize as inconsistências existentes nos modelos dados obtidos pela missão SRTM na versão I.

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1.4 ESTRUTURA DA DISSERTAÇÃO

O presente trabalho foi organizado em 5 capítulos, descritos a seguir:

O capítulo 1 apresenta de forma generalizada a contextualização, justificativa e o objetivo dessa dissertação.

O capítulo 2 apresenta os conceitos referentes à Modelagem Digital de Elevação, tais como sua geração, modelagem e seu uso propriamente dito, além de informações sobre os Modelos Digitais de Elevação obtidos através da missão SRTM.

O capítulo 3 apresenta uma metodologia para pós-processamento dos modelos SRTM, descrevendo duas das alternativas inseridas em um determinado ambiente computacional, que permita uma minimização de inconsistências existentes em tais modelos.

O capítulo 4 apresenta os resultados obtidos na aplicação da metodologia apresentada no capítulo anterior, através da geração dos grids necessários para a geração de imagem diferença.

O capítulo 5 apresenta as conclusões obtidas através da análise das imagens diferenças referentes a essa pesquisa. Para finalização, seguinte ao capítulo de conclusões, apresentam-se descritas as referências bibliográficas.

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2 MODELO DIGITAL DE ELEVAÇÃO

2.1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS

Nesse capítulo é apresentado a fundamentação teórica, explorando os conceitos

pertinentes a essa dissertação. No âmbito cartográfico, são apresentados os

conceitos referentes à Modelagem Digital de Elevação (MDE), técnica empregada

nesse trabalho, como também informações sobre os MDE´s obtidos através da

missão SRTM.

2.2 REPRESENTAÇÃO DA SUPERFÍCIE TOPOGRÁFICA

O desenvolvimento de instrumentos eletrônicos e computacionais permitiu uma

evolução significativa na representação da topografia. Tal desenvolvimento

possibilitou a automatização desse processo, desde a obtenção dos dados até

mesmo a construção do produto final. Essa mudança proporcionou uma oferta de

elementos técnicos facilitadores à análise de alternativas como um suporte para

apoio à tomada de decisão.

Diversas pesquisas iniciadas na década de 50 e desenvolvidas até hoje

comprovam que tal técnica, como uma alternativa metodológica para a

representação do relevo, demanda um significativo investimento intelectual para

melhoria de processamentos, de sua aplicabilidade, entre outros. O desenvolvimento

dessas pesquisas permitiu estudos voltados para a caracterização da paisagem,

favorecido por métodos automáticos de extração de variáveis topográficas em

ambiente computacional. A inserção no ambiente computacional permitiu como

vantagem, a redução considerável do tempo utilizado para a demanda de trabalho.

Inserido neste contexto, a concepção de modelo digital é tida como uma

alternativa com crescente aplicabilidade cada vez maior em diversos campos de

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trabalho, como por exemplo pesquisas destinadas à execução de projetos de

estradas auxiliados por programas computacionais para a engenharia civil, geração

de mapeamentos, como de drenagem, declividade, visibilidade em linhas de

transmissão entre outros.

De acordo com BURROUGH (1998), o Modelo Digital de Elevação (MDE) possui

diversas aplicações, como por exemplo: (a) armazenamento de dados altimétricos

para mapas topográficos digitais; (b) identificação e cálculo de volume para cortes e

aterros para projetos de engenharia; (c) visualização 3D do terreno e análise

estatística do mesmo, permitindo entre outros aspectos a identificação do tipo de

superfície. Pelas suas aplicabilidades, a criação de um modelo digital é tão útil

quanto outras representações cartográficas para a geração de dados altimétricos

como curvas de nível.

Segundo JONES (1997), em geral a representação de superfícies é feita ou por

representação completa ou por representação incompleta, sendo a primeira formada

por um conjunto de polígonos adjacentes de valor associado e a seguinte por um

conjunto de amostras discretas, distribuídas por grades, classificadas em regulares e

irregulares.

A escolha do tipo de representação pode ser feita ou por equações analíticas ou

por uma rede de pontos. Essa escolha é de fundamental importância, uma vez que

nenhuma superfície é passível de ser totalmente representada em todos os seus

detalhes. O tipo de representação a ser escolhida é, portanto, condicionada ao

propósito a que será utilizado o modelo. CINTRA (1988) afirma que a superfície da

Terra é um continuum tridimensional, onde a altitude representada pela coordenada

Z é resultante da função cujo valor depende da posição geográfica, definida pelas

coordenadas planimétricas X e Y, representando de forma discretizada uma

superfície contínua.

Na figura 2.1, é possível a leitura de um diagrama que apresenta algumas das

possibilidades de representação da superfície, de acordo com seu método.

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FIG. 2.1 Métodos de representação da superfície

(Adaptado de JONES, 1997).

De acordo com CHILDS (2004), os modelos digitais de elevação possuem quatro

formas de representação: (a) pontos tridimensionais, pontos com atributos

altimétricos pertencentes à um sistema de coordenadas X,Y,Z; (b) isolinhas,

formadas por um amostra de pontos bidimensionais ordenadas em uma geometria

representada por linhas de mesmo valor; como por exemplo curvas de nível; (c)

grades regulares, chamadas de Grides, que são pontos 3D estruturados em

matrizes no plano XY; (d) grades irregulares triangulares, sendo estruturas

poliédricas formadas por triângulos cujos seus vértices são amostras diretas. A

figura 2.2 apresenta tais representações abordadas, também citadas anteriormente

nos métodos de representação da superfície do tipo completa, contínua e local e do

tipo incompleta. Tal figura não faz representação computacional de uma mesma

região, e sim evidenciou os pontos de maior altitude da área de trabalho.

Local

Representação de Superfície

Completa Global

Superfície de Tendência Polinomial

Séries de Fourier

Malha Spline Retangular

Rede Triangular Irregular (TIN)

Descontínua Grade Regular de Células

Amostra de Linhas

Amostras Pontuais

Incompleta Regular

Irregular

Contínua

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FIG. 2.2 – Formas de representações computacionais para um MDE em pontos 3D, isolinhas, gride e TIN.

Isolinhas é outro tipo de representação da altimetria de uma mesma variável, em

representação bidimensional. De acordo com CINTRA (1988), as curvas de nível

não se cruzam nem se interrompem, não se tangenciam a si mesmas, cortam as

linhas d’ água ortogonalmente, formando curvas fechadas em torno das elevações,

em paralelismo com as linhas de vale. Tais linhas são formadas por um conjunto

ordenado de pontos bidimensionais de um plano XY, definindo assim a geometria de

tais linhas e mais um valor relacionado ao fenômeno estudado. Esse tipo de

representação de dados é usado para a representação de curvas de nível (relevo),

curvas isotermas (temperatura), curvas isóbaras (pressão), entre outras. A figura 2.3

seguinte ilustra a representação planimétrica de curvas de nível.

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24

FIG. 2.3 – Isolinhas representadas planimetricamente como curvas de nível.

(IBGE,1997)

2.2.1 NOMECLATURAS UTILIZADAS

Em uma abordagem mais ampla sobre modelagem digital, existe uma

considerável controvérsia sobre a terminologia a ser empregada. Segundo ARNAUT

(2001), o primeiro termo utilizado foi criado pelo professor Charles Miller, 1955,

denominada digital terrain model (DTM), traduzida como modelo digital de terreno,

sendo a terminologia mais usual até os dias de hoje.

Um Modelo Digital de Terreno (MDT), de acordo com FELICÍSSIMO (2004), é

uma estrutura numérica de dados que representa a distribuição espacial de uma

variável quantitativa e contínua. Como esta definição não esclarece a variável a ser

representada, um MDT pode assim representar qualquer variável quantitativa e

contínua do terreno.

De acordo com FELGUEIRAS (1997), modelo digital de terreno é uma

nomeclatura utilizada para modelagem de tipos de informações que variam de

acordo com o relevo, como clima e poluição entre outros, além do próprio relevo;

Modelo Numérico de Terreno (MNT), associado quando da utilização de uma

variável “z” de uma região; e Modelo Digital de Elevação (MDE), utilizado apenas

para a modelagem de relevo.

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De acordo com BURROUGH (1998), conceitualmente um MDT é uma

representação da distribuição espacial da característica de um fenômeno vinculado

a uma superfície real. Sendo a superfície contínua, o fenômeno a ser representado

pode ser variado. De acordo com CINTRA e FRANÇOSO (1991), “os modelos

digitais de terreno representam a variação de uma determinada característica

associada a cada ponto do terreno possibilitando gerar curvas de isovalor ou curvas

de nível”. Assim, ao longo do tempo, a terminologia MDT é utilizada de forma mais

abrangente para referência a alguma representação da superfície terrestre.

Uma outra nomeclatura existente é o termo em inglês Digital Elevation Model,

traduzido como Modelo Digital de Elevação (MDE). É associada à descrição de

elevações do terreno, traduzidas em uma estrutura numérica em formato digital da

distribuição espacial. Segundo BURROUGH (1988), o termo MDE é,

preferencialmente, utilizado em modelos que contém somente dados de elevação.

De acordo com ARNAUT (2001), “o MDE pode representar as elevações da

superfície topográfica de um modo que a unidade básica de informação são pontos

cotados, definidos por um conjunto de coordenadas (X,Y,Z) onde Z representa o

valor da altimetria (cota) acompanhado dos valores que definem sua posição

planimétrica”, como a ilustração 2.4 de uma representação de modelo digital de

elevação em uma grade triangular irregular, associada a um sistema de

coordenadas x,y,z.

FIG. 2.4 - Representação de um MDE no sistema de coordenadas x,y,z.

(FERNANDES, 2004)

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26

Além dos termos anteriores citados, também existe o chamado Modelo Numérico

de Terreno, que segundo FELGUEIRAS e CARVALHO (1999) “é uma representação

matemática computacional da distribuição de um fenômeno espacial que ocorre

dentro de uma região da superfície terrestre”. De acordo com ARNAUT (op. cit),

assemelha-se ao MDT pelos fenômenos que podem ser representados.

De acordo com BORGES (1993), existe também um conjunto de termos

semelhantes no âmbito do estudo da modelagem digital, sendo estes: (a) Modelo

Numérico de Elevação (MNE); (b) Modelo de Elevações do Terreno (MET); (c)

Modelo Numérico de Feições do Terreno (MNFT) e (d) Modelo Numérico de Feição

Altimétrica (MNFA), todas de origem portuguesa.

Para essa dissertação, o termo utilizado será Modelo Digital de Elevação, uma

vez que os dados trabalhados para a geração dos modelos serão apenas os dados

altimétricos da superfície terrestre.

2.3 GERAÇÃO DO MODELO DIGITAL DE ELEVAÇÃO

Atualmente existem diversos trabalhos dedicados à preparação e validação de

MDE´s, como PINHEIRO e KUX (2003), GOMES (2005) e BARROS (2005B). Tais

trabalhos utilizam as mais diferentes metodologias. Entretanto, qualquer metodologia

possui vantagens e desvantagens, uma vez que considera diversos critérios de

avaliação, o que comprova a importância do estudo da etapa de geração do MDE,

sendo esta essencial para sua viabilidade. Essas publicações avaliam os critérios de

geração de MDE através de vários requisitos. Entre esses critérios são considerados

seus atributos gerados, como declividade e curvatura; a facilidade e velocidade

computacional utilizada e as demandas técnicas utilizadas que minimizem

intervenções manuais.

A geração de um MDE, de acordo com ARNAUT (2001), consiste em três etapas:

aquisição de dados ou amostragem; geração do modelo em si ou modelagem; e a

aplicabilidade do modelo ou sua utilização final, etapas estas ilustradas no diagrama

apresentado na figura 2.5.

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27

FIG. 2.5 – Etapas do processo de modelagem digital de elevação

2.3.1 AMOSTRAGEM

Etapa que compreende a aquisição de um conjunto de amostras representativas

do fenômeno de interesse, a amostragem é de suma importância, uma vez que a

seleção dos pontos não é feita ao acaso. É nítida a preferência por pontos notáveis,

sendo estes pontos de máximos e de mínimos, pontos de mudança de declive, rede

de drenagem entre outros, na busca de minimizar os efeitos de inconsistências na

representação. É também pertinente a busca por uma dada quantidade de pontos

que cubram toda a região a ser modelada. Essa quantidade de pontos deve possuir

densidade tal que permita representar particularidades locais, sem desconsiderar a

extensão e a abrangência.

De acordo com MACHADO (2001), diversas fontes podem ser utilizadas para a

aquisição de dados. Entre elas podem ser citados levantamentos de campo;

digitalização de mapas analógicos ou por digitalização manual, utilizando uma mesa

digitalizadora ou pelo uso de scanner (utilizando vetorização automática ou semi-

automática); dados altimétricos obtidos por topografia; sensores laser; receptores

GPS; radares altimétricos, entre outros. A tabela 2.1 elucida de forma resumida as

vantagens e desvantagens do uso para cada uma das técnicas mais usualmente

utilizadas.

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TAB. 2.1 – Comparação dos processos de digitalização

(Adaptado de MACHADO, 2001)

MÉTODO PONTOS POSITIVOS PONTOS NEGATIVOS

Digitalização em Mesa

- Equipamento de menor custo; - Digitalização apenas de feições de interesse;

- Falta de calibração das mesas; - Precisão dependente do operador e do número de horas contínuas; - Tendência ao acúmulo de erros.

Vetorização Manual

- Digitalização apenas das feições de interesse; - Exige apenas um software de CAD para vetorização; - Boa precisão através de recursos de zoom.

- Arquivos que exigem significativo espaço para armazenamento e tratamento; - Sugestão de uso de um monitor maior, preferencialmente acima de 17”; - Custo adicional de rasterização dos originais.

Vetorização Automática

-Processsamento rápido e de significativo baixo custo.

- Trabalho de pós-processamento crítico, custoso e demorado; - Custo adicional de rasterização dos originais.

Vetorização

Semi-Automática

- Produtividade elevada; exigência de software específico; - Exigência de software específico - Separação em níveis, codificação de símbolos e interpretação de textos comandada pelo operador.

- Exige algum pós-processamento;

- Uso de desenhos complexos;

- Custo adicional de rasterização dos

originais.

A quantidade e a distribuição dos pontos amostrais utilizados deve ser avaliada

anteriormente à modelagem. Essa avaliação se faz pertinente, uma vez que essa

distribuição dos pontos interfere diretamente na qualidade do modelo gerado. Sendo

a amostragem regular, as distribuições espaciais das amostras mantêm uma

regularidade ao longo das direções X e Y. A chamada amostragem irregular

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apresenta uma distribuição ordenada porém não regular dos pontos amostrais. O

uso de um determinado grupo de pontos distribuídos de forma regular ou irregular

dependerá da movimentação do terreno. Áreas de relevo acidentado podem ter uma

amostragem distribuídos de forma irregular, ao contrário de regiões mais planas, em

que a amostragem não necessita de um detalhamento com muitos pontos. Esses

critérios podem ser avaliados, inclusive, quanto ao tempo de demanda e de memória

de processamento computacional.

Segundo FELGUEIRAS (1999), uma amostragem insuficiente é definida como

uma subamostragem, o que leva a geração de modelos com pouca informação, que

não representam sua realidade proposta. Uma amostragem caracterizada por

excesso de informação é denominada superamostragem e sobrecarrega o sistema

com o uso excessivo de memória, podendo prejudicar os resultados de uma

modelagem. Nenhuma modelagem, por mais complexa ou sofisticada que seja,

pode compensar os efeitos de uma amostragem mal feita. Uma amostragem

suficiente. As representações de subamostragem e superamostragem podem ser

visualizadas na figura 2.6 seguinte.

FIG. 2.6 – Representação de super e sub amostragem para a construção de

MDE (FERNANDES, 2004)

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2.3.2 MODELAGEM POR EQUAÇÕES ANALÍTICAS

Em ambiente computacional, esses modelos podem ser representados ou por

equação analítica ou por uma rede de pontos, ou por qualquer outro método que

transmita ao computador as características espaciais do terreno.

MDE gerados por equações analíticas buscam aproximar a superfície do terreno

através de uma função contínua Z = f(X,Y) que melhor se adapte aos pontos da

amostra. Seu emprego pode determinar a cota de qualquer ponto, caracterizando a

vantagem de seu uso. Entretanto, é inviável computacionalmente a utilização de

uma equação que passe exatamente por todos os pontos, uma vez que

praticamente em todos os casos a equação possui um grau elevado e de difícil

manuseio, tornando-se um aspecto negativo para seu uso. Sendo assim, para uma

melhor modelagem são aplicadas as mais variadas funções que variam em grau de

complexidade de expressões matemáticas.

De acordo com LANDIM (2000), interpolação é um procedimento matemático de

ajuste de uma função a pontos não amostrados, baseado em valores obtidos em

pontos amostrais. Os métodos de interpolação classificam-se em funções globais e

funções locais. As funções globais consideram todos os pontos da área, permitindo

interpolar o valor da função em qualquer ponto dentro do domínio dos dados

originais. Assim, a adição ou remoção de um valor terá conseqüências no domínio

de definição da função. As funções locais são definidas para porções de uma área a

ser modelada, onde a alteração de um valor afetará localmente os pontos próximos

ao mesmo. Uma interpolação para ser considerada ideal ajusta-se aos dados dentro

de um determinado nível de precisão, sendo portanto “fiel” aos dados dentro de um

limite arbitrário definido pelo usuário. De acordo com CINTRA (1988), as funções

mais usuais são as seguintes:

(a) Função Polinomial: função que trabalha a superfície a ser aproximada através de

uma regressão múltipla dos valores do atributo em função da localização geográfica.

O polinômio tem maior uso para estimar valores de pontos em uma estrutura

matricial (raster). A análise de tendência é um interpolador global, pois assume que

a tendência geral da superfície é independente de erros aleatórios encontrados em

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cada ponto amostrado. Uma equação linear (polinômio de 1° grau) como

apresentada na fórmula (1) descreve a superfície quando esta é plana:

z = a + bx + cy. (1)

Uma equação quadrática (polinômio de 2° grau) como a equação (2) é utilizada

para descrever uma superfície acidentada:

z = a + bx + cy + dx2 + exy + fy2 (2)

(b) Séries de Fourier: método que aproxima a superfície sobrepondo uma série

de ondas de senos e cosenos. A própria ondulação do terreno sugere seu uso para

representar acidentes geográficos. Esta série é representada de acordo com a

seguinte equação onde:

(3)

Sendo um interpolador global, sua utilização pode ser feita para estimar valores

para um modelo raster (modelo representado não por pontos e sim por células) ou

para um dado ponto. Este método é mais indicado para conjuntos de dados que

exibam uma periodicidade marcante, tal como ondas dos oceanos. Costuma ser

usada em dados obtidos por detecção remota, como os satélites de observação da

Terra. Seu emprego, segundo CINTRA (1988), pode levar a resultados mais

precisos. Entretanto, tem como desvantagem mostrar-se sensível em relação à

escolha da direção dos eixos x e y. Uma inversão, ou até mesmo uma pequena

rotação desses eixos, pode levar a resultados sensivelmente diferentes;

(c) Funções Splines: tipo de função polinomial com inúmeras aplicações, é um

interpolador aproximado para elementos suaves e uniformes. Seu intervalo original é

dividido em subintervalos para obtenção de uma adequada precisão do ajuste, ou

seja, a um subintervalo mínimo para representar a distância entre a função ajustada

e a função que representa. Na linguagem estatística, isto é conhecido como soma

dos quadrados dos erros. O intervalo original, representado por [a, b], é dividido em

subintervalos mínimos {[Xk, Xk+1]} e, então, um polinômio de grau baixo é

f(t)= ?0+ ?[ ?n cos (2πnt) + bnsen(2πnt)]

2

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utilizado para aproximação sobre [Xk, Xk+1], k=0,1, ..., n. Este procedimento produz

uma função polinômio fracionado:

Em geral, as frações do polinômio {pk(X)} são construídas independentes entre si

e não são sobrepostas para que sempre formem uma função contínua S(X) sobre

[a, b]. Isto, porém, não é passível de ser aceito quando se trata de aproximações

que descrevem processos suaves. Nestes casos, é requerido que as frações do

polinômio {pk(X)} se juntem suavemente para X1, X2, ..., Xn. Isto é, todas as

derivadas de pk-1 e pk coincidam para Xk. Sendo assim, tem-se então uma função

suave, uma função polinômio fracionado chamado função "spline";

(d) Funções Kriging: de acordo com LANDIM (2000), este método geoestatístico

leva em consideração as características espaciais de autocorrelação de variáveis

regionalizadas, permitindo que os dados obtidos por amostragem de certos pontos

possam ser parâmetros de estimação de pontos onde o valor da variável seja

desconhecido. Diferencia-se dos outros métodos anteriormente citados pela maneira

como os valores são atribuídos às diferentes amostras. Sua equação é dada por:

(e) Inverso do Quadrado da Distância: esta função, segundo CARVALHO e

ASSAD (2002), é um interpolador de médias ponderadas que não é exato. Quando o

ponto de uma malha é calculado, os pesos atribuídos aos pontos são fracionários.

Se qualquer observação é coincidente com um ponto da malha, à distância entre

esta observação e o ponto é zero. Sua equação é dada por:

(5)

Onde h? é a distância entre os pares de observação n(u).

s(X) pk(X)

(4) [Xk, Xk+1], k = 0,1, ..., n.

∑=

=n

inn ZZ

1

λOnde: • Z é o valor a ser estimado; • λn são os peso de influência de cada vizinho; e • Zn são as altitudes dos vizinhos.

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2.3.3 – MODELAGEM POR REDE DE PONTOS - GRADE REGULAR

O processo de geração por modelos de grade compreende a construção de uma

malha, regular ou irregular, e a definição de funções interpolantes locais, cujo seu

uso permitirá um ajuste de superfície.

Uma grade regular determina as posições planimétricas de um terreno,

estruturada por em uma matriz de linhas (x) e colunas (y), respectivamente. Apesar

de computacionalmente ser mais viável, a acurácia desta representação depende de

outros fatores, como por exemplo, da resolução das amostras.

A grade sendo regular e ordenada apresenta uma série de vantagens. Seus

valores são armazenados através de uma matriz e gerados pelas mais diferenciadas

equações analíticas, tais como função de polinômios, série de Fourier, função spline

e krigagem. Segundo CINTRA (1988), o tipo de interpolação trabalhada é a local

(trabalhando com as amostras vizinhas próxima (ao elemento), uma vez que a

interpolação global (trabalhando com todos o vértices de uma vez só) é pouco

apropriada em relação ao tempo de processamento computacional e precisão do

modelo. Tal estrutura de pontos pode ser visualizada na figura 2.7.

FIG. 2.7 - Superfície e grade regular correspondente no espaço tridimensional x,y,z. (NAMIKAWA, 1996).

Vale ressaltar que uma grade com considerável espaçamento pode ter perda de

detalhes intermediários significativos, enquanto em uma grade de pouco

espaçamento pode não melhorar sua representação das feições, aumentando

consideravelmente a quantidade de memória de armazenamento digital e o tempo

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de processamento nas aplicações. A figura 2.8 apresenta a representação

tridimensional e bidimensional de um grid regular.

FIG. 2.8 – Representação matricial de uma grade regular (a) e sua superfície

tridimensional (b) (FERNANDES, 2004).

O cálculo de um determinado valor de elevação se faz possível a partir da

interpolação das elevações dos pontos da grade vizinhos a ele. Os tipos de

interpolação mais trabalhados são interpolação por média móvel e interpolação de

tendência. A interpolação de tendência consiste na aproximação da superfície por

uma função polinomial bidimensional, minimizando o erro médio quadrático. A

interpolação por média móvel consiste na obtenção de pontos (x,y,z) da grade

regular aproximando a altura pela média ponderada das amostras. Quando é

desejado o valor de alturas fora dos pontos amostrados, utiliza-se a equação (6).

Para os pontos pertencentes ao conjunto da amostras, utiliza-se a equação (7). Tal

ação evita erros de interpolação para alturas pré-existentes, além da vantagem de

sua fácil implementação computacional.

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O interpolador de média móvel, segundo FELGUEIRAS (1999), é um dos mais

simples esquemas de interpolação para estimação de valores de cota. Também é

denominado como média das cotas das amostras vizinhas.

2.3.4 – MODELAGEM POR REDE DE PONTOS - GRADE IRREGULAR TRIANGULAR

ARNAUT (2001) afirma que a grade irregular triangular, também conhecida por

TIN (Triangulated Irregular Network), representa o terreno através de triângulos

interconectados, obtidos a partir dos dados coletados. Os valores das cotas dos

vértices dos triângulos não precisam ser estimados por interpolação, uma vez que

utiliza os próprios pontos amostrados para modelar a superfície.

Dessa forma, este modelo de grade é obtido a partir da ligação entre pontos

amostrados, gerando assim uma rede de triângulos, como ilustrado na figura 2.9. Tal

modelo constitui-se em uma estrutura vetorial com topologia nó-arco, onde para

cada um dos três vértices de cada elemento do triângulo são armazenadas as

coordenadas de localização X,Y e o atributo Z.

(6)

(7)

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36

FIG. 2.9 Superfície e grade irregular triangular correspondente. (NAMIKAWA, 1996)

Segundo BURROUGH (1998), um modelo gerado pelo método da rede triangular

(TIN) é uma representação proposta como forma de contornar uma amostragem que

esteja com um número de pontos excessivos ou deficientes. De acordo com

FERNANDES (2004), as Grades Irregulares Triangulares são estruturas poliédricas

cujos elementos básicos são triângulos. Os vértices dos triângulos pertencem ao

conjunto de amostras do modelo. Segundo o mesmo autor, o tipo de triangulação

trabalhada interfere na geração da grade e, posteriormente, na geração do MDE.

Quanto à triangulação, a criação de uma série destas é possível com qualquer

amostragem de pontos. Entretanto, para melhor representação da realidade, seria

ideal que esta triangulação fosse única, atendendo as necessidades que objetivaram

a construção do modelo.

Segundo NAMIKAWA (1994) considera-se a melhor representação de uma

superfície pela triangulação aquela na qual as distâncias entre os pontos

amostrados são as menores possíveis. Nesse contexto, a triangulação de Delaunay

pode ser considerada uma aproximação da triangulação que satisfaz essa condição.

De acordo com SILVA e SOUZA (2001), o tipo de representação que melhor

condiz à realidade é a triangulação que segue o critério do diagrama de Voronoi. O

diagrama de Voronoi é uma estrutura geométrica que representa a informação de

proximidade entre um conjunto de objetos. Dado um conjunto de pontos no plano,

estes pontos são divididos de acordo com o critério de formação de polígonos

segundo Voronoi, formando o chamado diagrama de Voronoi.

(a)

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(1) (2)

FIG. 2.10 – Representação do diagrama de Voronoi (1) e a triangulação de

Delaunay (2) para o mesmo conjunto de pontos. (SILVA E SOUZA, 2001)

A triangulação de Delaunay, sendo dual ao diagrama de Voronoi, consiste na

interligação, através de segmentos de reta, dos pontos cujos polígonos de Voronoi

são adjacentes. A triangulação de Delaunay tem a propriedade de um círculo

circunscrito em cada triângulo não conter os pontos pertencentes a da triangulação.

Tal comportamento, tanto do diagrama de Voronoi quanto da triangulação de

Delaunay podem ser visualizadas juntas na figura 2.11 seguinte.

FIG. 2.11– Estrutura dual com a representação dos polígonos de Voronoi e da

Triangulação por Delaunay (FERNANDES, 2004)

FERNANDES (2004) afirma que o critério que define a triangulação de Delaunay

é o de maximização dos ângulos mínimos de cada triângulo, o que significa que os

triângulos formados devem ser o mais próximos de eqüiláteros, evitando a formação

de triângulos agudos. Para satisfazer esse critério são utilizados dois procedimentos

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básicos que atuam de forma complementar: a estrutura dual por meio de polígonos

de Voronoi e o critério de circuncírculo, que define se uma determinada triangulação

segue oou não o critério de Delaunay.

Após criada esta triangulação, alterações podem ser executadas para que as

arestas não interceptem isolinhas. As isolinhas são utilizadas como um conjunto de

amostras, onde cada ponto que forma uma linha é uma amostra isolada. No entanto,

a isolinha representa toda a região do espaço x,y entre dois pontos consecutivos de

elevação constante. A triangulação deve considerar este fato na geração, mantendo

uma aresta sobre a isolinha que conecta dois pontos amostrados sobre ela. A

visualização do critério para triangulação, com os vértices inseridos em semicírculos,

é observado na figura 2.12.

FIG. 2.12 – Critério de triangulação de Delaunay com os seus vértices inseridos

em semicírculos.

Apesar da utilização do critério de triangulação de Delaunay, que melhor

representa a realidade da superfície, um modelo gerado a partir de um TIN pode

apresentar inconsistências se forem apenas utilizadas amostras de curvas de nível e

pontos cotados. Isso ocorre pela não utilização de outros elementos topográficos

importantes para a caracterização do relevo. Em função dessa consideração, é

válida a inclusão, no universo amostral, das linhas de quebra do relevo, tais como

divisores d’água, hidrografia, pontos cotados entre outros.

2.4 MDE POR FONTE SRTM

A geração de modelos tridimensionais ainda é um processo consideravelmente

convencional. Tradicionalmente, o levantamento em grandes extensões ainda utiliza

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o processo de aerofotogrametria, a qual uma aeronave equipada com câmaras

fotográficas específicas percorrem um determinado território fotografando-o

verticalmente, seguindo preceitos técnicos cartográficos.

Entretanto, com o avanço da tecnologia espacial para levantamentos e medições

topográficas, hoje é possível a geração de modelos tridimensionais a partir de

imagens orbitais, caso referente à missão espacial SRTM. A Shuttle Radar

Topography Mission (SRTM) foi uma missão espacial projetada e financiada pelas

seguintes agências espaciais: Agência Nacional de inteligência Geoespacial (NGA),

em colaboração com a Agência Espacial Italiana (ASI) e o Centro Aeroespacial

Alemão (DLR) e lideradas pela Espacial Americana (Nasa). Essa missão consiste

em um levantamento topográfico global, feito por meio de radar, realizado no

período entre 11 a 22 de fevereiro de 2000. A missão SRTM, faz parte de um

programa de tecnologia de pesquisa em longo prazo para examinar a superfície

terrestre, seus oceanos e outros elementos existentes sobre ela , considerando-os

como um sistema integrado onde os dados obtidos resultam da geração de um

Modelo Digital de Elevação (MDE) da Terra. Tal levantamento gerou arquivos

denominados nessa dissertação como

De acordo com BARROS (2005B), a missão corresponde a um radar (SAR) a

bordo do ônibus espacial Endeavour, que adquiriu dados sobre mais de 80% da

superfície terrestre nas bandas C e X, fazendo uso da técnica de interferometria, que

possibilita a obtenção de melhores resultados se comparada com a técnica de

estereoscopia. O sistema SRTM contava com 2 antenas de recepção, separadas por

um mastro de 60 metros, o que possibilitou a aquisição dos dados em uma mesma

órbita, garantindo a melhor qualidade dos mesmos. Os levantamentos feitos pelo

ônibus Endeavour, utilizaram as técnicas de interferometria SAR em banda C,

possibilitando um levantamento de 80% da superfície terrestre, sendo deste, 95%

das áreas ocupadas. A interferometria é obtida através de duas antenas instaladas

no ônibus espacial, onde o sinal eletromagnético é emitido por uma antena e o sinal

resultante é recebido pelas duas antenas ao mesmo tempo, gerando duas imagens

da mesma área. (SANTOS, 2005). A figura 2.13 apresenta a ação do ônibus

espacial durante a missão.

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FIG. 2.13 – Representação do ônibus espacial durante a missão SRTM

(capturado de http://media.nasaexplores.com/lessons/05-004/images/SRTM.jpg)

A interferometria de radar é um método alternativo ao método estereoscópico

tradicional de extração de informações altimétricas, utilizando as propriedades de

coerência do radar SAR (TOUTIN & GRAY, 2000). De acordo com FREITAS et al.

(2003), a interferometria baseia-se na combinação de duas imagens obtidas por

radar de abertura sintética (SAR) de uma mesma área, onde haja uma diferença de

fase relacionada à distância entre duas trajetórias durante sua aquisição. Dados

obtidos através de radar interferométrico são uma alternativa para aquisição de

dados frente a métodos convencionais de medição altimétrica, pois possibilitam a

geração de informações tridimensionais da superfície, uma vez que o radar não

sofre interferências externas do ambiente.

A vantagem do uso de dados SRTM abrange diversos fatores. Um destes é a

vantagem de ser uma alternativa viável para um conhecimento significativo de dados

altimétricos, principalmente em áreas de difícil acesso, com relevo bastante

movimentado. Uma segunda vantagem é a sua aplicabilidade. Como a missão

SRTM tem como produto final modelos digitais de elevação, estes se mostram como

suporte em diversos campos de atuação profissional, justificados na busca de

minimizar interferências negativas no ambiente. Uma terceira vantagem é a

disponibilidade de seus dados de forma gratuita, com resolução de um arco de

segundo para os Estados Unidos e resolução de três arcos de segundo para a

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América do Sul. De acordo com a NASA, cada arquivo SRTM na resolução de 3

arcos de segundo tem o tamanho aproximado de 1,2 MB compactado, dependendo

do relevo do local. Outra vantagem é a sua estrutura de dados, que permite, por

exemplo, o seu uso em SIG´s (Sistema de Informação Geográfica) ou em outros

programas de modelagem. Essa cobertura, para o Brasil e para outros continentes

são visualizadas nas figuras 2.14 e 2.15. Vale ressaltar que ass regiões

correspondentes as camadas polares e suas proximidades, representados em

vermelho na figura 2.15 não possuem recobrimento na missão SRTM.

Em termos de acessibilidade a relevos acidentados e significativamente rugosos,

os modelos SRTM possuem um ponto positivo ao seu favor, uma vez que métodos

tradicionais de levantamento caracterizam-se, entre outros fatores, pela relativa

demora e custo de métodos para sua aquisição. Sendo assim, a evolução das

técnicas de geoprocessamento são consideradas válidas pois permitem a redução

de custos e tempo de trabalho, além de possibilidade de aquisição de dados de todo

o território brasileiro, como observado na figura seguinte, onde se apresenta o

mosaico dos arquivos SRTM em território nacional.

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42

FIG. 2.14 – Articulação dos arquivos SRTM no âmbito do território nacional.

(VALERIANO, 2004)

FIG. 2.15 - Recobrimento global da missão SRTM (HEADY & LITTLE, 2003)

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43

Segundo a NASA (2003), todos os arquivos SRTM que cobrem o continente sul-

americano ocupam o espaço equivalente a quatro CD’s. A mesma instituição

também permite acesso a arquivos individualizados, com extensão “.hgt”. Cada um

desses arquivos contêm o relevo formado pelos seus pontos, visualizado

tridimensionalmente em quadrados de 1° x 1°. Essa visualização pode ser útil, por

exemplo, na comparação do relevo visto por um simulador de vôo ou por programas

de visualização de modelos. A figura 2.16 apresenta o intervalo de visualização de

um arquivo SRTM.

FIG. 2.16 – Área de abrangência de 1° x 1° em um arquivo de extensão “hgt”

pertencente ao mosaico de modelos SRTM

Entretanto, a NASA (2003) ressalva advertindo aos seus usuários que tais dados

topográficos digitais tratam-se de “uma versão ainda não editada, destinada ao uso

científico e para avaliação”, ressaltando ainda que “existem numerosos espaços

vazios entre eles, sobretudo nas regiões cobertas por água, cujas superfícies podem

aparecer desniveladas, assim como as linhas costeiras que podem não figurar

corretamente”. Reservatórios d’água, em alguns casos, aparecem com suas

margens acima do terreno. Também é possível que algumas pistas de pouso

apresentem-se mais altas ou mais baixas do que o nível do solo. O principal motivo

destas diferenças deve-se ao fato de lagos e pistas serem formados por polígonos

com alturas pré-definidas.

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Dessa forma, os usuários devem atentar para o fato que os Modelos Digitais de

Elevação (MDE) e as imagens não estão editados e são para uso científico e

avaliação somente. Estes dados foram extraídos diretamente do processamento

SRTM e, entre outras características: (a) podem conter áreas vazias, sem dados; (b)

massas de água podem não aparecer planas ou falhas podem aparecer com cotas

de valor negativo; (c) linhas costeiras são mal definidas.

De acordo com VALERIANO (2004) o projeto de geração do modelo digital teve

apoio de campo sobretudo por levantamentos geodésicos, no qual foi empregada a

tecnologia Global Positioning System (GPS), através da técnica de levantamento

cinemático (Kinematic Global Positioning System), que favorece uma determinação

veloz de linhas de posições dadas por um veículo em movimento.

Desde de novembro de 2005 a NASA promoveu um refinamento de seus

arquivos SRTM com o propósito de eliminar inconsistências como valores negativos

questionáveis e áreas com vazios de informação. Tal refinamento disponibilizou

novos modelos SRTM com a mesma estrutura de organização, chamados nessa

dissertação como “SRTM versão II”. Os modelos então gerados em 2000, contendo

as inconsistências antes citadas são chamados como “SRTM versão I”, arquivos

estes que serão base para o refinamento para essa dissertação.

Entretanto, BARROS (2006) argumenta que os SRTM mesmo editados e com

inconsistência minimizados, não foram totalmente corrigidos em modelos com áreas

de sem valor de altitude. É citada pela NASA (2006), que a versão II possui melhor

visualização para o delineamento de linhas de costa água, a “versão II”. Tais

diferenças entre as versões I e II podem ser visualizadas na figuras 2.17 e 2.18 que

apresentam os modelos versão I e versão II, respectivamente.

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45

FIG. 2.17 – Modelo SRTM versão I com inconsistências.

FIG. 2.18 – Modelo SRTM versão II com refinamentos.

-41.99900039 -22.01752280

-41.99000061 -22.01917512

-42.00065271 -22.97256329

-41.00265193 -22.98412952

-41.99900039 -22.01752280

-41.99000061 -22.01917512

-42.00065271 -22.97256329

-41.00265193 -22.98412952

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3 METODOLOGIA PARA PÓS-PROCESSAMENTO DE MODELOS DIGITAIS DE ELEVAÇÃO A PARTIR DOS MODELOS SRTM

3.1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS

O presente capítulo descreve as etapas planejadas para o desenvolvimento de uma metodologia para pós-processamento em modelos SRTM da versão I, com o intuito de minimizar suas inconsistências existentes. Neste capítulo cabe a descrição sobre a aquisição de dados, da área de estudo, modelagem e comparação dos Modelos Digitais de Elevação.

3.2 AQUISIÇÃO DE DADOS

Os modelos gerados através da missão SRTM englobam dados de toda a

cobertura da superfície terrestre e são disponibilizados pela rede mundial de

computadores (figura 3.1) através da United States Geological Survey – USGS, por

servidor FTP (figura 3.2). A organização destes é feita pela nomeação dos arquivos

com informações de latitude e longitude do canto inferior esquerdo do arquivo. Tais

arquivos encontram-se, tanto em versão um e dois, em sistema geodésico de

referência WGS – 84 (World Geodetic Sytstem).

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47

FIG. 3.1 - Tela do site da NASA voltada à Missão SRTM

(capturado de http:/www2.jpl.nasa.gov/srtm

FIG. 3.2 - Tela do servidor FTP para aquisição dos arquivos SRTM

(capturado de ftp://e0srp01u.ecs.nasa.gov/srtm/)

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A estruturação desses arquivos dá-se de 1° por 1°. Assim, um arquivo com

denominação de S22W041 representa 22° de Latitude Sul e 41° de Latitude Oeste

em seu canto inferior esquerdo, com a resolução de 90 metros. Todavia, os dados

gerados por essa missão SRTM versão I, podem ter inconsistências como áreas

com falta de informações, numa espécie de “vazio” de informações. Outro tipo de

inconsistência existente é a representação de áreas com cotas negativas. Esse fato

decorre pela sensibilidade de captação do radar a quaisquer objetos sobre a

superfície, fortalecendo a condição que os dados gerados por essa missão em 2000

(versão I) são dependentes de parâmetros e processos de correção. Essas

inconsistências podem ser visualizadas na figura 3.3.

FIG. 3.3 - Modelo SRTM I que apresenta inconsistências de vazios de

informações (machas brancas) e valores altimétricos negativos (pontos azuis).

-41.99900039 -22.01752280

-41.99000061 -22.01917512

-42.00065271 -22.97256329

-41.00265193 -22.98412952

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A base cartográfica utilizada correspondente à área de trabalho foi adquirida em

meio digital através da concessionária distribuidora de energia Ampla Energia e

Serviços S.A., pelo seu setor de Cartografia. Foram disponibilizadas, basicamente,

informações de feições de hipsometria (curvas de nível) que são essenciais para a

elaboração de MDE e, além dessas, informações como toponímias; traçados de

linhas de transmissão e subestação de energia elétrica; ortofotos preto e branco em

escala 1:30.000. Exceto as ortofotos, em extensão *.tif, todos as outras informações

estão também em meio digital e em extensão drawing (* dwg) do software Auto Cad.

Todo esse material cedido encontra-se no sistema geodésico SAD-69 (South

American Datum – 69). Tal material na escala 1: 30.000 torna-se como um dos

argumentos que justifica a impossibilidade do uso comparativo, uma vez que

modelos SRTM possuem escala de até 1:100.000. (figura 3.4).

FIG. 3.4 - Sobreposição do arquivo de curva de nível com o grid SRTM versão I

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3.3 SELEÇÃO DA ÁREA DE TRABALHO

A área de trabalho corresponde ao terreno onde localiza o traçado de expansão

de linha de transmissão. Tal linha interliga uma linha de alta tensão pertencente à

empresa de Geração de Energia Elétrica FURNAS S.A, subsidiada ao Sistema

Eletrobrás, até a subestação de Energia Elétrica de Imboassica, pertencente à

concessionária Ampla Energia e Serviços S.A. Sua localização se dá entre os

distritos de Córrego do Ouro e de Macaé, no município de Macaé, RJ. A figura 3.5

ilustra a localização do município de Macaé nos limites estaduais. A figura 3.6

visualiza o mosaico de seis ortofotos com o traçado da linha de transmissão de

energia.

O MDE se faz importante para trabalho nessa área pois diminui custos de

acessibilidade e levantamento de dados. Apesar de tal área em um arquivo SRTM

possuir inconsistências, tal modelo serve como apoio ao trabalho de uma

reapresentação 3D do relevo. Faz-se pertinente o uso como “teste”, buscando

minimizar tais inconsistências existentes em um arquivo SRTM pós processado,

avaliando desde os resultados gerados.

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FIG. 3.5 - Localização do Município de Macaé.

FIG. 3.6 - Mosaico de Ortofotos com traçado da linha de expansão

-45.08 -20.60

-45.08 -23.51

- 40.84 -23.51

-40.77 -20.59

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Com a posse da delimitação da área de estudo, maior que a área

correspondente ao mosaico de ortofotos, e de conhecimento da estrutura de

organização dos arquivos dos modelos SRTM, é possível a seleção do arquivo que

contenha a área de delimitação do traçado da linha de transmissão. O arquivo

referente é o “S23042W. hgt”, que possui 23° de Latitude Sul e 42° de Latitude

Oeste em seu canto inferior esquerdo. A localização da área de estudo dentro do

modelo SRTM pode ser visualizado através da figura 3.7.

FIG. 3.7 - Delimitação da área de estudo no arquivo SRTM

3.4 AMBIENTES COMPUTACIONAIS

Para a solução das inconsistências existentes no SRTM versão I, podem ser

utilizados aplicativos e uma metodologia adequada. Os aplicativos então utilizados

seguem um procedimento de interpolação dos valores altimétricos, ou seja, uma

estimação de valores em locais não amostrados. De acordo com FERNANDES

(2004), o processo de interpolação considera que os va lores de um determinado

atributo tendem a ser semelhante em locais próximos ou até mesmo vizinhos. Assim,

uma interpolação transforma observações pontuais em discretizada. Como o método

de interpolação é um cálculo estimado, faz-se necessário uma outra fonte como

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referência, como por exemplo, pontos amostrais obtidos por aparelhos GPS. Dessa

forma, as rotinas computacionais automatizadas não podem ser, por todo,

consideradas como verdades absolutas, sendo portanto, passíveis de

questionamentos.

Para visualização do material cedido pela empresa distribuidora de energia

Ampla Energia e Serviços S.A foi utilizado o software Auto Cad 2002, onde este

mesmo ambiente permitiu a exportação das informações altimétricas em formato

shape “(*).shp”.

Os ambientes computacionais utilizados para o tratamento do modelo adquirido

para essa dissertação foram: (a) Global Mapper (Globalmapper, 2005), para

visualização e recorte da área de trabalho manipulando arquivos de extensão

“(*).hgt”; (b) Blackart (Terrainmap, 2005), utilizado para correção de áreas com

vazios de informação, também trabalhando com arquivos de extensão “(*).hgt”; (c)

SRTMFill (3Dnature, 2004), utilizado para interpolar áreas sem informações de

altitude; (d) ArcView GIS, onde o arquivo foi importado como lista de pontos, com

extensão “(*).asc” e então convertido em formato grid. Neste mesmo ambiente

computacional foram utilizadas as extensões 3D Analyst, e Spatial Analyst para

análises posteriores sobre os modelos. Os ambientes computacionais, exceto os

citados no item (d) são todos de emprego gratuito obtido pela rede mundial de

computadores.

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3.5 DESCRIÇÃO DAS ETAPAS DE GERAÇÃO DOS MDE

Com o objetivo de definir o modelo mais representativo para a área de estudo,

optou-se pela comparação de modelos digitais de elevação refinados por: dois

métodos de interpolação (Spline e Inverso do Quadrado da Distância), um método

de triangulação e dois aplicativos automatizados, Blackart e SRTMFill, adquiridos via

rede mundial de computadores.

Em um primeiro momento, o arquivo SRTM da versão I com inconsistências será

processado nos seguintes segmentos: (a) Refinamento do arquivo SRTM I completo

com suas inconsistências, através do uso dos aplicativos Blackart (TERRAINMAP,

2005) que transforma os valores negativos para zero, e SRTMFill (3DNATURE,

2005),que interpola as áreas sem informação de altitude. Após refinamento do

arquivo completo de extensão height files“(*).hgt”, foi feito o recorte da área de

estudo, exportado para versão “(*).txt”. (b) recorte da área de estudo do arquivo

SRTM I com inconsistências e exportado para extensão “(*).txt”, onde em ambiente

computacional ArcView foi processado com a eliminação de valores negativos,

mantendo os valores nulos. Tal arquivo posteriormente foi refinado através de

triangulação por TIN e com o uso dos interpoladores Inverso do Quadrado da

Distância (IQD) e Spline.

Após execução dos segmentos, os grid´s gerados foram comparados ao arquivo

“SRTM versão II”, tido como padrão comparativo por refinamento gerado por suas

próprias Instituições promotoras, sendo o último produto divulgado no mercado.

Na figura 3.8 elucida as etapas correntes dessa dissertação. A figura 3.9

apresenta além das etapas principais, uma classificação por ambientes

computacionais utilizados.

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FIG. 3.8 - Diagrama que representa as principais etapas da pesquisa

FIG. 3.9 - Diagrama dos ambientes computacionais para visualização, edição e

geração de MDEs.

Na primeira etapa, o arquivo “SRTM I” possui três tipos de refinamentos com o

uso dos aplicativos Blackart e SRTM Fill, todos os dois obtidos gratuitamente pela

rede mundial de computadores. O primeiro elimina os valores nulos, mas mantendo

as áreas com vazios de informação. O segundo aplicativo elimina as áreas sem

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informação, porém mantendo os valores negativos antes existentes. Além de um

grid gerado após o refinamento com cada aplicativo em separado, foi também

gerado um terceiro grid utilizando os dois aplicativos.

A exportação dos recortes então refinados é feito no ambiente computacional

Global Mapper, que permite uma significativa diversidade em opções de exportação,

como retratado na figura 3.10.

FIG. 3.10 – Lista de opções para exportação dos arquivos “(*).hgt” em ambiente

Global Mapper

Dentre as opções oferecidas pelo Global Mapper, a que melhor respondeu a

mudança de ambiente computacional foi a extensão “Export Arc ACSII”, que gera

um arquivo com pontos distribuídos matricialmente com um cabeçalho de

informações tais como número de linhas e colunas, número e tamanho das células,

como também a respresentação de pontos sem informação descrita como “NODATA

value -9999”, como observado na figura 3.11.

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FIG. 3.11 – Arquivo exportado do modelo SRTM em extensão “(*). txt” com

cabeçalho de informações.

O pós-processamento de eliminação valores negativos foi feito com a exportação

do grid em uma lista de coordenadas x,y,z com extensão “(*).txt” gerado através da

extensão “Grid Analyst”, o arquivo com a lista dos pontos pode ser observado na

figura 3.12.

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FIG. 3.12 – Arquivo XYZ gerado pela conversão de grid

Tal arquivo foi convertido em extensão “(*).dbf” em ambiente Excel, para então

ser novamente importado no Arcview, gerando assim um arquivo de pontos. Esse

procedimento se fez necessário uma vez que, no ambiente Excel foi feito uma

reformatação dos pontos x,y,z. A eliminação dos pontos negativos pode ser

observada na figura 3.13, onde de 46.364 pontos, 405 eram negativos.

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FIG. 3.13 – Seleção do pontos negativos em ambiente ArcView.

Tal arquivo, em ambiente ArcView, com ação dos interpoladores Inverso do

Quadrado da Distância (IQD), e Spline e da Triangulação (TIN) sofre refinamento.

Tais interpoladores foram selecionados por estarem contidos em uma mesma

extensão do ambiente ArcView, uma vez que esta dissertação buscou reduzir

significativamente os ambientes computacionais trabalhados, para evitar perda de

informações.

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Vale ressaltar que, dentre os modelos gerados, o obtido por triangulação

visualizado terá seu grid gerado através da ação “Convert to Grid”, da extensão “3D

Analyst”. Por esta mesma ação, foi gerado o grid com as curvas de nível cedidas

pela Ampla S. A. Pela qualidade de arquivo gerado, sem a presença de pontos

máximos (pontos cotados), tal produto não foi selecionado para comparação de por

imagens diferenças. Isso ocorre pois a ação “Convert to Grid”, não transforma um

arquivo de curvas de nível discretizado em contínuo, apenas transformando o

arquivo antes em vetor, então estruturado em pixels. Tal comando pode ser

visualizado na figura 3.14.e o grid gerado,

FIG. 3.14 – Tela do ambiente computacional ArcView para a geração de grid

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4 PROCESSAMENTO, RESULTADOS E ANÁLISES

4.1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS

Este capítulo apresenta os resultados da utilização da metodologia proposta no

capítulo anteiror. Do recorte do arquivo original SRTM posteriormente refinado

através das alternativas propostas, foram gerados grid´s comparados a um modelo

tomado como referência, por imagem diferença. Os resultados e análises

associados permitiram posteriores conclusões, apresentados no capítulo seguinte.

4.2 GRID´S GERADOS PELOS APLICATIVOS

Todos os grid´s importados no ambiente ArcView, tiveram sua origem pelo

ambiente Global Mapper por arquivos output de extensão “(*). txt”. Tais arquivos no

ArcView, com o uso da extensão 3D Analyst, tem seus pontos estruturados de

forma que permitam a visualização discretizada em formato grid. Os grid´s gerados

apresentam diferenças tanto visuais quanto em seus intervalos de classe. Tais

informações geradas, permitiram a seleção do modelo que melhor representa a área

estudada.

A figura 4.1 permite a visualização do grid obtido pelo recorte e exportação do

modelo SRTM I com inconsistências. Este arquivo sem refinamento, apresenta uma

considerável área com vazio de informações, classificado na legenda como “No

Data”., tendo sua altitude máxima com 601 metros.

Além desta, a maior parte do terreno é classificado dentro do intervalo de classe

com valores negativos de -33 a valores positivos de 37 metros, reproduzindo a

significativa quantidade de pontos com valores negativos

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FIG. 4.1 – Grid da área de estudo sem refinamentos (original) .

A figura 4.2 seguinte permite a visualização do grid obtido pelo refinamento com

o aplicativo Blackart e posterior recorte da área de estudo. O processamento feito

apenas com esse aplicativo produz um modelo com a eliminação de seus valores

negativos. Tal modelo também apresenta menor variação de altitude se comparado

ao SRTM I com inconsistências. A maior parte do terreno classifica-se entre os

intervalos de classe “0 – 66 metros” e “67 – 133 metros”. Reproduzindo as baixas

altitudes do terreno. Vale ressaltar que esse processameto não alterou a altitude

máxima de 601 metros e que as áreas com vazios de informações continuaram.

-41.99 -22.30

-41.80 -22.47

-41.80 -22.30

-41.99 -22.47

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FIG. 4.2 – Grid da área de estudo com aplicativo Blackart

O grid apresentado na figura 4.3 sofreu o refinamento apenas do aplicativo

SRTM Fill, com o propósito apenas de eliminação das áreas de vazios de

informação. O produto gerado não teve a eliminação dos valores negativos

existentes no modelo SRTM I com inconsistências. Tal grid teve uma melhor

suavização do relevo representado, onde a maior parte do relevo é classificado em

pelo menos quatro intervalos de classe diferentes. Esse refinamento elimina as

áreas de vazios de informações com a interpolação dos valores próximos,

classificando tal área em seu primeiro intervalo de classe com valores negativos.

Vale ressaltar que esse tipo de refinamento altera os valores máximos e mínimos de

altitude. No modelo SRTM I possui valor de -33 metros e de 601 metros. O modelo

refinado com SRTM Fill alterou tais valores para -38 metros e 585 metros.

-41.99 -22.30

-41.80 -22.47

-41.80 -22.30

-41.99 -22.47

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FIG. 4.3 – Grid da área de estudo com aplicativo SRTM Fill

A seguinte figura 4.4 apresenta o grid refinado com o uso dos dois aplicativos

Blackart e SRTM Fill. Tal produto apresenta a soma das principais características do

modelos refinados anteriormente. Neste grid destaca-se (a) eliminação dos valores

negativos existentes no modelo SRTM I com inconsistências, iniciando do valor

“zero”; (b) maior parte do terreno é englobada na classificação dos dois primeiros

intervalos de classe “0 – 65 metros” e “66- - 130 metros”; (c) diminuição do valor

máximo de altitude, de 601 metros para 585 metros e; (d) diminuição da suavidade

das altitudes.

-41.80 -22.47

-41.99 -22.47

-41.80 -22.30

-41.99 -22.30

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FIG. 4.4 – Grid da área de estudo com os dois aplicati vos

Blackart e SRTM Fill

4.3 GERAÇÃO DE GRID´S POR INTERPOLADORES E TRIANGULAÇÃO

Como uma alternativa ao refinamento automático efetuado pelos aplicativos

Blackart e SRTM Fill, o mesmo arquivo SRTM versão I contendo inconsistências

sofreu refinamentos por interpoladores que permitem alterações em seus

parâmetros. Dos interpoladores apresentados no capítulo voltado a conceituação

teórica, foram utilizados os interpoladores Spline e Inverso do Quadrado da

Distância (IQD) pela sua facilidade em interface com o usuário e ambos pertencerem

a extensão “3D Analyst” do ambiente computacional ArcView. Os interpoladores

selecionados, tanto Spline quanto Inverso do Quadrado da Distância (IQD) em

ambiente ArcView, permite alterações em seus parâmetros como as janelas ativas

-41.80 -22.30

-41.80 -22.47

-41.99 -22.30

-41.99 -22.47

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visualizadas na figura 4.5, entretanto, tais parâmetros não foram alterados

propositalmente para futura analise do grid´s gerados com a utilização de

parâmetros padronizados. .

FIG. 4.5 – Telas do ambiente ArcView de escolha do interpolador e modificação

de seus parâmetros

O modelo SRTM I com inconsistências antes de sofrer refinamento pelos

interpoladores citados passou por uma etapa de processamento com a eliminação

dos valores negativos que poderiam tornar tendencioso tal resultado gerado.

A figura 4.6 apresenta o grid gerado com o método de interpolação Inverso do

Quadrado da Distância (IQD). Este grid apresenta valores extrapolados em seus

intervalos de classe, iniciado com o valor de 0,42 metros. Há também uma redução

do seu valor máximo de altitude, que diminui de 601 metros do SRTM I sem

refinamentos, para o valor aproximado de 554 metros, o menor apresentado até o

momento.

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FIG 4.6 – Grid da área de estudo por Inverso do Quadrado da Distância (IQD)

Significativamente semelhante ao grid gerado pelo interpolador de Inverso do

Quadrado da Distância, o modelo gerado pelo interpolador Spline, ilustrado na figura

4.7, apresenta um valor mais próximo (em torno de 598 metros) do valor máximo da

altitude do modelo SRTM I sem refinamentos (601 metros). Nas áreas onde havia

vazios de informação, a interpolação gerou pontos de valores negativos, mesmo

estes tendo sido gerados após a eliminação dos valores negativos. A maior parte do

terreno está classificada no intervalo de classe “72.165 – 147.329”, intervalo este

com valores significativamente extrapolados.

-41.99 -22.30

-41.80 -22.30

-41.80 -22.47

-41.99 -22.47

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FIG. 4.7 - Grid da área de estudo por Spline

A figura 4.8 apresenta o grid obtido através do método de triangulação pelo

critério de Dalaunay. Esta triangulação utilizou como interpolação o método de

ajuste linear, padrão para a geração de TIN em ambiente ArcView. Este interpolador

considera um comportamento linear inserido em cada triângulo, onde o valor de

qualquer ponto da superfície define-se pela malha de triângulos. Tal modelo gerado

não alterou o valor do ponto máximo de 601 metros do modelo SRTM versão I, inicia

seus intervalos de classe do valor zero, sem gerar pontos negativos como no grid

gerado pelo interpolador Spline, entretanto mesmo com tais vantages, também

possui valores extrapolados em seus intervalos de classe. Vale ressaltar que, os

vértices gerados podem ser questionáveis uma vez que tal modelo foi gerado sem o

uso de linha de quebras como hidrografia, linha de costa entre outros, o que

reconfigura a distribuição da malha triangular.

-41.80 -22.47

-41.99 -22.47

-41.99 -22.30

-41.80 -22.30

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FIG. 4.8 – TIN gerado após processamento de eliminação

dos pontos negativos

O Grid gerado pelo arquivo de curvas de nível cedido pela Ampla S.A. (figura 4.9)

foi tido como sem informações suficientes para a geração de um gride de qualidade.

Pelo arquivo SRTM I com inconsistências, o ponto máximo na mesma região com

601 metros tem na mesma região, curvas de nível com no máximo 440 metros,

havendo uma diferença significativa que resulta a falta de informações, comprvando

que tal amostragem não se faz como válida. FELGUEIRAS (1999) caracteriza como

insuficiente uma amostragem que leva a geração de modelos com com pouca

informação, com perda significativa de qualidade, não apresentando a realidade a

que se propõem.

-41.99 -22.30

-41.80 -22.30

-41.80 -22.47

-41.99 -22.47

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FIG. 4.9 – Grid gerado somente das informações de curva de nível

4.4 GERAÇÃO DE IMAGENS - DIFERENÇA

Um melhor entendimento da diferenças entre os grid´s gerados se faz através de

uma espacialização de tais diferenças. Os modelos refinados até então foram

avaliados através uma subtração com o modelo SRTM versão II, tido este sem

inconsistências, definido como modelo padrão de comparação. Tal operação gerou

uma imagem resultante denominada de “imagem - diferença” com cada um dos

grid´s refinados.

A figura 4.10 apresenta a imagem diferença obtida entre a versão SRTM II e o

grid refinado pelo aplicativo Blackart. Como resultado, esta imagem apresenta todos

os intervalos de classe negativos. A amplitude do intervalo de classe que passa pelo

zero corresponde a maior parte do terreno, entretanto, variações extrapoladas

ocorreram nas áreas próximas onde havia vazios de informação, comprovando que

tal aplicativo não se faz suficiente quando usado como única alternativa para

-41.99 -22.30

-41.80 -22.30

-41.80 -22.47

-41.99 -22.47

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refinamento. Vale ressaltar que ainda se faz a presença de vazios de informação na

imagem gerada.

FIG. 4.10 – Imagem Diferença entre grid por fonte SRTM II e grid por Blackart

A figura 4.11 apresenta a imagem diferença entre os grides da versão SRTM II e

o modelo SRTM I refinado apenas com o aplicativo SRTM Fill. A maior parte do

terreno confere com a amplitude do intervalo de classe que tende a zero, fator que

determina menor, diferença, maior precisão. Entretanto, este intervalo de classe

apresenta um valor de 9 metros de diferença. Nas áreas onde havia vazios de

informação, foram eliminados tais inconsistências, como o propósito do aplicativo.

Todavia, nessas áreas houve regiões com diferenças que transcorriam entre quatros

a seis intervalos de classe entre valores tanto negativos quanto positivos. Tal

-41.99 -22.30

-41.80 -22.30

-41.80 -22.47

-41.99 -22.47

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resultado justifica valores extrapolados gerados durante o refinamento de apenas

esse aplicativo em uso.

FIG. 4.11 – Imagem Diferença entre grid por fonte SRTM II

e grid por SRTM Filll

A figura 4.12 apresenta a imagem-diferença entre o grid da versão SRTM II com

o grid refinado simultaneamente com os aplicativos Blackart e SRTMFill. Tal arquivo

refinado permite uma visualização da maior parte do terreno classificada no intervalo

de classe que tende a zero “-8 – 1metros”. A região interpolada onde havia vazios

de informação, possui menores variações que tendem a valores negativos. É menor

a amplitude do terreno que possui variação, além do intervalo de classe que engloba

maior parte do terreno. Tal arquivo até o momento é a imagem-diferença que possui

menores discrepâncias.

-41.99 -22.30

-41.80 -22.30

-41.80 -22.47

-41.99 -22.47

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FIG. 4.12 – Imagem-diferença entre o grid da versão SRTM II com o grid

refinado com os aplicativos Blackart e SRTM Fill.

A imagem diferença obtida a partir do interpelador Inverso do Quadrado da

Distância (figura 4.13) não mostrou refletir a realidade proposta. As diferenças

apresentadas tiveram valores extrapolados. A região com vazios de informação na

imagem diferença, regiões pontuais com diferenças de até 37 metros, classificados

no intervalo “-206.018 - -209.996”. Ao longo de toda a imagem existem regiões onde

as diferenças chegam até 36 metros, classificados no intervalo de “6.123 – 42.143”.

vale ressaltar a amplitude do intervalo que tende ao zero possui uma diferença de

até 35 metros, comprovando a inadequação do uso de tal interpolador.

-41.99 -22.30

-41.80 -22.30

-41.80 -22.47

-41.99 -22.47

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FIG. 4.13 – Imagem-diferença entre o grid da versão SRTM II com o grid por

inverso do Quadrado da Distância

Muito semelhante à imagem-diferença retratada na figura 4.13, a figura 4.14

apresenta a imagem diferença resultante entre os grid´s da versão SRTM II e do grid

refinado com o interpolador Spline. A região com vazios de informação também

apresentou diferenças de até 37 metros, tendo também diferença de 35 metros no

intervalo de classe que tende ao zero, tendo valores extrapolados em seus

intervalos de classe. Dessa forma, é nítida a semelhança das imagens quando são

utilizados os interpoladores Inverso do Quadrado da Distância (IQD) e Spline,

quando utilizados os parâmetros padronizados do ambiente ArcView. Assim, tal

modelo também mostrou-se inadequado para o uso.

-41.99 -22.30

-41.80 -22.30

-41.80 -22.47 -41.99

-22.47

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FIG. 4.14 – Imagem-diferença entre o grid da versão SRTM II

com o grid por Spline.

A última imagem diferença apresentada na figura 4.15 foi gerada os grid´s da versão

SRTM II e do grid gerado através da triangulação por TIN. Tal imagem possui melhor

representatividade do que as geradas pelo interpoladores Inverso do Quadrado da

Distância e Spline. A maior parte do relevo encontra-se classificada no intervalo de

classe que tende ao zero, entretanto, a amplitude deste intervalo está em torno de

18 metros. Regiões pontuais ao longo do terreno estão classificadas em torno de 22

metros, inseridos no intervalo de classe “2.202 – 20.652”. Tais diferenças

significativas justificam que tal modelo possui aplicação restrita, mesmo esta tendo

melhor representatividade que os interpoladores anteriores. Tala característica

justifica-se pela geração do TIN transformar cada pixel em um ponto, mantendo sua

localização no modelo.

-41.80 -22.47

-41.99 -22.47

-41.99 -22.30

-41.80 -22.30

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FIG. 4.15 – Imagem-diferença entre o grid da versão SRTM II e o grid gerado por

TIN

-41.99 -22.30

-41.80 -22.30

-41.80 -22.47

-41.99 -22.47

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5 CONCLUSÕES E SUGESTÕES

De acordo com os resultados apresentados até então, conclui-se que o modelo

SRTM na versão I tem uma significativa precisão em suas informações, tendo

entretanto algumas inconsistências passíveis de serem solucionadas.

Os modelos SRTM versão II, refinados pelas suas Instituições geradoras,

aparesentaram um refinamento significativo frente ao modelo SRTM versão I. Tal

refinamento, entre outros fatores, elimina as áreas com vazios de informação,

elimina pontos negativos questionáveis e mantem sua resolução espacial.

Entretanto, segundo BARROS (2006) são passíveis de limitações uma vez que nem

todas suas áreas sem valor de altitude foram corrigidas.

O critério de comparação por imagem-diferença utilizou o modelo SRTM versão

II como modelo padrão de comparação. Sua justificativa se dá pela eliminação de

tais inconsistências existentes no modelo SRTM versão I. O critério de comparação

se faz pela diferença do distanciamento dos pontos do modelo SRTM versão II e o

modelos refinados, tal distanciamento se reflete na amplitude do intervalo de classe

que passa pelo zero. Quanto menor for o distanciamento ou este tendendo a zero,

este será o modelo de melhor representatividade.

O uso de um arquivo hipsométrico de curvas de nível somente não apresentou

um grid de qualidade significativa, uma vez que sua curva de maior valor estava a

200m abaixo do ponto máximo da mesma região em um modelo SRTM.

Os grid´s gerados com o uso dos interpoladores do ambiente computacional

ArcView, Inverso do Quadrado da Distância (IQD) e Spline, não se mostraram

representativos, uma vez que o modelo refinado com o uso do Spline interpolou

pontos negativos nas áreas com vazios de informação, mesmo este tendo sido

gerado após processamento de eliminação de valores negativos. O modelo refinado

com o uso do IQD apresenta, como também ocorrido no modelo gerado por Spline,

valores extrapolados em seus intervalos de classe. Deu-se a redução do seu valor

máximo de altitude, que diminui de 601 metros do SRTM I sem refinamentos, para o

valor aproximado de 554 metros, o menor apresentado entre todos os refinamentos.

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Sendo assim, tais interpoladores não se mostraram como válidos para a

representação proposta.

A imagem-diferença gerada entre o SRTM vesão II e o grid gerado pela

triangulação por TIN englobou maior parte do terreno está classificada no intervalo

de classe que tende ao zero, entretanto, a amplitude deste mesmo intervalo está em

torno de 18 metros. Tal imagem possui melhor representatividade do que as geradas

pelo interpoladores Inverso do Quadrado da Distância e Spline, entretanto, os

valores de seus intervalos de classe são extrapolados. Tais vértices por esse

modelo tornam-se questionáveis por apenas ter sido utilizado valores altimétricos,

sem o uso de linhas de quebra, como hidrografia por exemplo.

A imagem-diferença gerada em comparativo ao grid refinado pelo aplicativo

Blackart ainda apresentada áreas com vazios de infromação, além de variações

extrapoladas nas áreas próximas onde havia vazios de informação, comprovando

que tal aplicativo não se faz suficiente quando usado como única alternativa para

refinamento.

O grid refinado apenas com o SRTMFill também não se mostrou como válido, a

imagem-diferença obtida entre o modelo SRTM II e grid refinado com este aplicativo

apresentou diferenças que transcorriam entre quatros a seis intervalos de classe

entre valores tanto negativos quanto positivos. Tal resultado justifica valores

extrapolados gerados durante o refinamento.

A imagem diferença com melhor representatividade foi obtido pelo refinamento

dos dois aplicativos somados – Blackart e SRTMFill. Tal arquivo classificou maior

parte do terreno no intervalo de classe que tende a zero “-8 – 1 metros”, com uma

discrepância de 9 metros, além de poucas varias variações nas áreas antes com

vazio de informação e menor a amplitude do terreno que possui variação. Tal

arquivo foi o que apresentou menor discrepância, comparativo aos outros grid´s

gerados.

Após a comparação de todos os grids refinados por métodos diferenciados, com

o modelo SRTM versão II, vale ressaltar que, de acordo com o propósito, é mais

eficiente o uso do modelo SRTM versão II do que a busca de um refinamento aos

modelos SRTM I. Também não basta apenas haver um ambiente computacional

capacitado com extensão válidas e respectivos aplicativos, se não houver dados

suficientes para sua representação.

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Ressalta-se também, como sugestão a continuidade deste trabalho de pesquisa,

uma vez que esta adotou o modelo SRTM versão II como padrão comparativo sem

imperfeições por não conter inconsistências, vale então abordar até que ponto o

modelo essa versão refinada é confiável em termos de qualidade em suas

informações e a posibilidade de suas aplicações.

Por falhas constantes ao acesso ao servidor FTP da United States Geological

Survey – USGS para acesso aos modelos SRTM versão II, não é de todo eliminado

o uso dos modelos SRTM versão I com inconsistências, onde busca-se outros

métodos de refinamento como Krigagem por exemplo.

Vale também o questionamento de, caso seja positivo os modelos SRTM versão

II sejam restritos por conter inconsistências, vale a busca da melhor forma de

refinamento com a inserção de informações confiáveis de outras Instituições, com

pontos de altimetria obtidos por exemplo, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e

Estatística – IBGE, com acessibilidade gratuita de tais informações.

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80

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