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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS DA SAÚDE
INVESTIGAÇÃO DAS ALTERAÇÕES DA SUBPOPULAÇÃO LIFOCITÁRIA NO
SANGUE PERIFÉRICO EM MULHERES COM PAPILOMAVÍRUS HUMANO DE
ALTO RISCO ONCOGÊNICO
DALIANA CALDAS PESSOA DA SILVA
NATAL/RN
2018
DALIANA CALDAS PESSOA DA SILVA
INVESTIGAÇÃO DAS ALTERAÇÕES DA SUBPOPULAÇÃO LIFOCITÁRIA NO
SANGUE PERIFÉRICO EM MULHERES COM PAPILOMAVÍRUS HUMANO DE
ALTO RISCO ONCOGÊNICO
Tese apresentada ao programa de
Pós-Graduação em Ciências da
Saúde da Universidade Federal do
Rio Grande do Norte como requisito
para a obtenção do título de Doutor
em Ciências da Saúde.
Orientador: Prof. Dr. Geraldo Barroso Cavalcanti Junior
NATAL/RN
2018
FICHA CATALOGRÁFICA
Silva, Daliana Caldas Pessoa da.
Investigação das alterações da subpopulação lifocitária no
sangue periférico em mulheres com papilomavírus humano de alto
risco oncogênico / Daliana Caldas Pessoa da Silva. - Natal, 2019.
83f.: il.
Dissertação (Doutorado) - Universidade Federal do Rio Grande
do Norte, Centro de Ciências da Saúde, Programa de Pós-Graduação
em Ciências da Saúde. Natal, RN, 2018. Orientador: Geraldo Barroso Cavalcanti Junior.
1. Papillomaviridae - Dissertação. 2. Papilomavírus humano -
Dissertação. 3. PCR - Dissertação. 4. Biomarcadores - Dissertação.
I. Cavalcanti Junior, Geraldo Barroso. II. Título.
RN/UF/BS-CCS CDU 616-006.5
I
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS DA SAÚDE
Coordenador do Programa de pós-Graduação em Ciências da Saúde:
Profa. Dra. Anne Katherine da Silveira Gonçalves
Vice-Coordenador do Programa de pós-Graduação em Ciências da Saúde
Prof. Dr. Guilherme Maranhão Chaves
II
Daliana Caldas Pessoa da Silva
INVESTIGAÇÃO DAS ALTERAÇÕES DA SUBPOPULAÇÃO LIFOCITÁRIA NO
SANGUE PERIFÉRICO EM MULHERES COM PAPILOMAVÍRUS HUMANO DE
ALTO RISCO ONCOGÊNICO
Aprovada em 09/11/2018
Presidente da banca:
Prof. Dr. Geraldo Barroso Cavalcanti Junior
Membros da banca:
Profa. Dra. AMALIA CINTHIA MENESES DO REGO – (Membro Externo)
Dra.SARAH DANTAS VIANA MEDEIROS – (Membro Externo)
Profa.Dra.ANA CLAUDIA GALVÃO FREIRE GOUVEIA – (Membro Externo)
Profa. Dra MAIZA ROCHA DE ABRANTES – (Membro Externo)
III
DEDICATÓRIA
Ao meus pais, Fatima Caldas e Dailor Pessoa,
essenciais para mais esta etapa da minha vida
A minha avó, Isabel Caldas, que através de seu amor, carinho,
dedicação e compreensão fazem dela meu porto seguro.
Aos meus filhos, Isabelle e Arthur Caldas, alegria que me renova a
cada dia.
A meu esposo Jose Bonifácio Peixoto Filho, pelo carinho e
paciência, respeitando minha ausência em muitos momentos.
IV
AGRADECIMENTOS
1. A Deus, que sempre esteve ao meu lado me protegendo ao longo da vida.
2. Ao meu orientador Geraldo Barroso Cavalcanti Junior e a Profa. Ana
Katherine da Silveira Gonçalves, que me incentivaram a ingressar na carreira
acadêmica e compartilharam seus conhecimentos desde a dissertação do
mestrado até a conclusão dessa tese de doutorado. Agradeço e sou grata por
tudo que vocês me ensinaram.
3. À companheira de docência na Universidade Federal do Rio Grande do Note,
amiga, incentivadora e colaboradora nesse projeto de pesquisa, professora
Janaina Crispim, que sempre acreditou no meu potencial e me motivou com
palavras de incentivo, sem deixar de dividir comigo sua experiência.
4. Aos professores da Universidade Federal do Rio Grande do Norte e
Universidade Potiguar, Jose Queiroz Filho e Ricardo Cobbuchi, que foram
fundamentais para a execução dessa pesquisa, bem como para a minha
formação como pesquisadora.
5. À minha Madrasta, ginecologista, Dra. Célia Menezes, que me ajudou na
seleção das pacientes e na coleta de material da pesquisa na clínica Potengi.
6. Aos meus filhos Isabelle e Arthur pelo apoio incondicional, pela compreensão
nos momentos de ausência e pelo carinho e o amor fundamentais para que
nos momentos difíceis não desistisse desse sonho.
7. Ao meu amigo Thiago Diniz, por toda ajuda na formatação da tese
8. À todas as mulheres que aceitaram participar do estudo acreditando que
poderão contribuir com o avanço na prevenção e no tratamento de lesões de
colo de útero e principalmente confiando na seriedade do trabalho e nos
profissionais envolvidos
V
“ Se pensar é o destino do ser humano, continuar sonhando é o seu grande desafio.
E isto, é lógico, implica em trajetórias com riscos, em vitórias, com lutas, e não
poucos obstáculos pelo caminho. Apesar de tudo, seja ousado. Liberte sua
criatividade. E NUNCA DESISTA DOS SEUS SONHOS, pois eles transformarão sua
vida em uma grande aventura”.
Augusto Cury
VI
RESUMO
O câncer de colo do útero é um problema de grande relevância social, uma
vez que é a segunda malignidade ginecológica mais comum no mundo. O principal
precursor do câncer do colo uterino é a infecção pelo papilomavírus humano (HPV).
Apesar dos grandes avanços na biologia do HPV, pouco se sabe sobre a resposta
imune a este vírus. O vírus do papiloma humano (HPV) esta associado à
carcinogênese cervical por meio de evidências epidemiológicas e laboratoriais. As
infecções por HPV ocorrem em mulheres em todo o mundo. A busca de potenciais
marcadores de prognóstico, objetivando o entendimento da progressão das lesões
intraepiteliais é de suma importância. Acredita-se que fatores imunoregulatórios,
imunogenéticos e proteínas do ciclo celular estejam intimamente envolvidos no
processo de carcinogênese. Por esta razão, é de grande importância a detecção
precoce deste tipo de infecção. Considerando o exposto, a proposta inicial do projeto
foi avaliar o perfil imunológico sistêmico de pacientes portadoras do vírus HPV. Em
um primeiro momento foi realizado exames de citologia oncótica para triar pacientes
que fossem portadoras vírus HPV, em seguida foi realizada a técnica de captura
híbrida e reação em cadeia de polimerase (PCR) para se tipificar o vírus,
subsequentemente foi realizado a imunfenotipagem dessas pacientes para se
avaliar perfil imunológico, quantificando os linfócitos (células CD4, CD8, NK e NKT).
Sendo evidenciado, um aumento relativo dos linfócitos TCD8+ em pacientes com
HPV de alto poder oncogênico e uma expressiva diminuição das células NK e NKT,
independente da oncogenicidade do HPV. Nosso estudo esta cadastrado no comitê
de ética e pesquisa do hospital universitário Onofre Lopes (CEP-HUOL), com o
número 097/07. Posteriormente, realizamos uma revisão sistemática da expressão
imunohistoqímica de p16, ki-67 e p53 em pacientes com lesões cervicais, obtendo
como resultado, uma maior expresão desses marcadores de acordo com a
gravidade das lesões, podendo ser considerados biomarcadores valiosos para se
discriminar os estágios das lesões cervicais progressivas.
Palavras-chave: papilomavírus humano, PCR, biomarcadores.
VII
ABSTRACT
Cervical cancer is a problem of great social relevance, since it is the second
most common gynecological malignancy in the world. The main precursor of cervical
cancer is human papillomavirus (HPV) infection. Despite the great advances in the
biology of HPV, little is known about the immune response to this virus. Human
papillomavirus (HPV) is associated with cervical carcinogenesis through
epidemiological and laboratory evidence. HPV infections occur in women all over the
world. The search for potential prognostic markers, aiming at understanding the
progression of intraepithelial lesions is of paramount importance. It is believed that
immunoregulatory, immunogenic and cell cycle proteins are closely involved in the
process of carcinogenesis. For this reason, the early detection of this type of infection
is of great importance. Considering the above, the initial proposal of the project was
to evaluate the systemic immune profile of patients with HPV virus. Initially, oncotic
cytology tests were performed to screen patients who were carriers of HPV viruses,
followed by the hybrid capture and polymerase chain reaction (PCR) to typify the
virus, subsequently the immunophenotyping of these patients to evaluate the
immunological profile, quantifying the lymphocytes (CD4, CD8, NK and NKT cells). It
was evidenced a relative increase of the CD8 + T lymphocytes in patients with high
oncogenic HPV and an expressive decrease of the NK and NKT cells, independent
of HPV oncogenicity. Our study is registered in the ethics and research committee of
the university hospital Onofre Lopes (CEP-HUOL), number 097/07. Subsequently,
we performed a systematic review of the immunohistochemical expression of p16, ki-
67 and p53 in patients with cervical lesions, obtaining as a result a greater
expression of these markers according to the severity of the lesions, being able to be
considered valuable biomarkers to discriminate the stages of progressive cervical
lesions.
Key words: human papillomavirus, PCR, biomarkers.
VIII
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
AeMo – Anticorpos monoclonais
APC – Célula apresentadora de antígeno
CTL – Línfócito T citotóxico
CD- Célula dendítrica
CF- Citometro de fluxo
CCU – Câncer de colo uterino
CC – Cãncer Cervical
DNA- Ácido desoxirribonucleico
E1 – Proteína precoce E1 do HPV
E2 – Proteína precoce E2 do HPV
E3 – Proteína precoce E3 do HPV
E4 – Proteína precoce E4 do HPV
E5 – Proteína precoce E5 do HPV
E6 – Proteína precoce E6 do HPV
EDTA – Ácido Etilenodiamino Tetra - Acético
FAPERN- Fundação de Apoio à Pesquisa do Estado do Rio Grande do Norte
FICT – Isotiocianato de Fluoresceina
HIV- Vírus da imunodeficiência humana
HTLV – Vírus Linfotrópico de células T Humana
HPV- Papilomavírus humano
HSIL-Lesão Escamosa Intraepitelial de Alto Grau
HUOL- Hospital Universitário Onofre Lopes
INCA – Instituto nacional do câncer
IL – Interleucina
INF - Interferom
IST – Infecções Sexualmente Transmissíveis
LSIL- Lesão Escamosa Intraepitelial de Baixo Grau
LGL – Linfócitos Grandes Granulares
LCR – Long Central Region
LTA - Linfócitos T Auxiliares
LTP – Linfócitos T Periférico
NK – Natural Killer
MS – Ministério da Saúde
NIC1- Neoplasia intraepitelial cervical grau I
NIC2- Neoplasia intraepitelial cervical grau II
NIC3- Neoplasia intraepitelial cervical grau III
OR – Odds Rations
PCR- Reação em cadeia da Polimerase
PB – Pare de bases
PBS – Salina tamponada com fosfato
PPGCSA- Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde
PSPP 0.8.3- Software de análise estatística
SP – Sangue periférico
SUS – Sistema Único de Saúde
TCLE- Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
Tregs - Células T reguladoras
TNF – Fator de Necrose Tumoral
UFRN- Universidade Federal do Rio Grande do Norte
UnP- Universidade Potiguar
URR – Upeper Regulatory Region
X
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO.......................................................................................... 12
2 REVISÃO DA LITERATURA..................................................................... 14
2.1 BIOLOGIA E CARATERIZAÇÃO DO PAPILOMAVÍRUS
HUMANO..................................................................................................
14
2.2
2.3
2.4
3
PERSITÊNCIA E ELIMINAÇÃO DO VÍRUS.............................................
TÉCNICAS DE IDENTIFICAÇÃO DO HPV..............................................
O HPV E A INTERFERENCIA NO SISTEMA IMUNOLÓGICO DO
HOSPEDEIRO...........................................................................................
OBJETIVOS .............................................................................................
15
16
17
21
3.1 OBJETIVO GERAL .................................................................................. 21
3.2 OBJETIVOS.ESPECÍFICO........................................................................ 21
4
4.1
4.2
METODOLOGIA........................................................................................
ESTUDO DE REVSIÃO SISTEMÁTICA....................................................
INVESTIGAÇÃO DOS PARÂMETROS IMUNOLÓGICOS DE
MULHERES INFECTADAS PELO PAPILOMAVÍRIS HUMANO..............
22
22
22
23
5 RESULTADOS ......................................................................................... 30
6 DISCUSSÃO ............................................................................................ 38
7 CONCLUSÕES.......................................................................................... 42
8 REFERÊNCIAS......................................................................................... 43
9 ANEXOS ................................................................................................... 50
12
1 INTRODUÇÃO
O câncer cervical é a segunda neoplasia mais prevalente entre mulheres no
Brasil e no mundo (1). Dados estimam que 231.000 mortes anualmente desta
doença e cerca de 80% delas são oriundas dos países em desenvolvimento (2,3).
A infecção persistente pelo Papiloma vírus Humana (HPV), do tipo
oncogênico desempenha papel preponderante no desenvolvimento do câncer do
colo uterino, sendo esse vírus detectado em quase todas as lesões pré–neoplásicas
e neoplásicas cervicais (4,5).
Além da infecção pelo HPV, existem ainda outros fatores de risco envolvidos
na carcinogênese cervical tais como: baixo nível socioeconômico, início precoce da
atividade sexual, multiplicidade de parceiros sexuais, tabagismo, higiene íntima
inadequada, uso prolongado de contraceptivos orais, doenças, infecciosas
sexualmente transmissíveis (DST) e imunossupressões (6 -10).
A carcinogênese cervical é um processo de múltiplas etapas, sendo a
infecção persistente por um ou mais tipos de HPV oncogênico seguida pela a
transformação neoplásica do epitélio infectado uma das mais importantes destas
(11,12). Embora estas etapas já estejam bem estabelecidas, diversos estudos
implicam os fatores imunológicos como determinantes destas transições (11,13, 14).
A capacidade do indivíduo de eliminar a infecção pelo HPV seria determinada
por fatores genéticos, possivelmente, atuando através de mecanismos imunológicos
(15).
A resposta imune do hospedeiro é considerada hoje um fator determinante da
carcinogênese cervical, portanto a elucidação do perfil imunológico desencadeado
no organismo pelo HPV, tanto relacionado ao tipo de resposta imune celular
determinado pelos linfócitos T (TCD4+ e TCD8+) bem como células NK e NKT, além
de contribuir para o diagnóstico precoce de possíveis neoplasias malignas, pode
também se tornar uma importante ferramenta de monitoramento em pacientes
portadoras de lesões intraepiteliais cervicais.
O surgimento de novos parâmetros de avaliação para infecção por HPV é de
grande relevância científica, visto a grande incidência deste vírus e a morbidade
ocasionada por este em mulheres no mundo inteiro. Dada à importância deste
estudo, podemos ressaltar que a sua aplicabilidade irá culminar com um novo
13
consenso para o diagnóstico das lesões intra-epiteliais cervicais na profilaxia do
câncer de colo uterino.
14
2 REVISÃO DA LITERATURA
2.1 BIOLOGIA E CARACTERIZAÇÃO DO PAPILOMA VÍRUS HUMANO
O Papilomavírus Humano é considerado um vírus de tamanho pequeno, com
diâmetro variando entre 50 a 60nm, constituído por genoma de DNA de dupla fita
circular associado a proteínas semelhantes a histonas, contendo cerca de 8.000
pares de bases (pb), com oito sequências abertas de leitura, com todos os genes
localizados na mesma fita de DNA. O genoma é dividido em três regiões específicas
de acordo com a sua funcionalidade: a primeira é uma região conhecida como long
control region (LCR) ou upper regulatory region (URR), que é uma região regulatória,
não codificadora, que apresenta 400 a 1.000 pares de bases, situada entre os genes
L1 e E6. A segunda região precoce (E) do inglês early, onde estão localizados os
genes E1, E2, E4, E5, E6 e E7 iniciadores da transcrição e regulação da replicação
e persistência viral. E a última é a região tardia L (late), que codifica as proteínas do
capsídeo viral L1 e L2 (16-18).
Após a integração dos HPVs de alto risco no genoma celular das células
infectadas, esses passam a codificar as oncoproteínas E6 e E7 indutora do processo
malignização. A célula hospedeira possui genes supressores de tumores pRb e p53.
O gene Rb é o principal regulador do ciclo celular e o gene (p53) é chamado de
“guardião do genoma”, pois tem finalidade de supervisionar se todos os genes estão
íntegros.
15
Figura 1 - Representação esquemática do genoma do HPV: E (Early do inglês) são genes
precoces, L Late do inglês) são genes tardios e URR (upstream Region Regulation) é a região
reguladora da replicação viral (19) Fonte: Munoz 2006.
Quando o curso da infecção pelo HPV gera lesões do tipo benignas, a
replicação viral é do tipo extra cromossomal, ou seja, os vírus infectam o epitélio
celular e permanecem na camada basal das células como estruturas denominadas
extra cromossômicas, na qual, tem a capacidade de se replicar durante as etapas de
duplicação dos cromossomos. E o ciclo do vírus não provoca citólise, ou seja, à
medida que as partículas virais são geradas nas camadas mais externas e
diferenciadas, os vírus também são eliminados após morte da célula sem ocorrer o
processo de inflamação (20). No entanto, não ocorre o mesmo nas lesões malignas,
em que o DNA viral é integrado aos cromossomos das células do hospedeiro (21), e
essa inserção do genoma viral no DNA do hospedeiro se dá através da linearização
do DNA circular do vírus, na qual ocorre perda do gene E2, e consequentemente,
uma super expressão dos genes virais, de forma mais importante os genes E6 e E7,
que são responsáveis por estimular a proliferação e transformação celular (22).
2.2 PERSISTÊNCIA E ELIMINAÇÃO DO VÍRUS
A compreensão da persistência viral, eliminação, e possível latência causada
pela infecção do HPV, ainda são pouco compreendidas (23).
Na história natural da infecção pelo HPV, além dos casos de eliminação do
vírus e da persistência viral, que pode ser definida como o espaço longo de tempo
em que a infecção pelo mesmo tipo de HPV (variante) persiste, e pode ser detectado
por métodos sensíveis. Os casos de “eliminação viral” parecem desenvolver uma
proteção humoral e/ou celular de curto prazo, entretanto, apesar do DNA do vírus
não ser mais detectado no organismo por métodos sensíveis, a presença do vírus
não poderá ser descartada, uma vez que pequenos focos de células podem manter
a infecção com baixo número de cópias de DNA. Isso acontece devido o processo
de eliminação ser precedida pela ocorrência da latência viral, estado em que o vírus
permanece latente no organismo (24).
16
A teoria da explicação para a existência de um estado de latência se baseia
através de estudos em pessoas imunossuprimidas, entretanto não se tem muito
conhecimento a respeito da frequência que ocorre a latência em indivíduos
imunocompetentes, quanto tempo pode durar, o motivo para a ocorrência de um
estado novamente detectável, e quais cânceres surgem após esse período de
latência, sendo considerado um estado comum e geralmente benigno, mesmo em
indivíduos imunossuprimidos (23).
Entretanto, comparando-se as infecções pelo HPV em casos que ocorre a
eliminação do vírus, com as que ocorrem persistência, sabe-se que o risco de
câncer pode aumentar consideravelmente nos casos de persistência (25).
2.3 TÉCNICAS DE IDENTIFICAÇÃO DO HPV
Para determinação do câncer de colo de útero, o uso das técnicas atuais,
como teste citopatológico, apesar de serem subjetivas e confiáveis, apresentam
baixos índices de reprodutibilidade. Os testes moleculares, quando apresentam
resultados positivos para tipos virais altamente oncogênicos, não determinam
necessariamente o desenvolvimento de uma displasia, sendo necessários vários
outros fatores concomitantes. Portanto, novas técnicas citológicas de análises
prediletivas, confiáveis e reprodutíveis devem ser admitidas (26).
A utilização da técnica de captura híbrida e PCR como metodologia no
diagnóstico molecular do Papiloma vírus Humano (HPV) tem se mostrado como uma
das mais sensíveis na identificação do DNA viral existente nos mais diversos
materiais clínicos (27-31), bem como na resolução de dúvidas originadas durante o
diagnóstico citohistopalógico, não apenas nas infecções pré-neoplásicas, mas
também nas infecções latentes ou subclínicas associadas a esse agente viral (27,
32-34).
A Detecção do DNA do HPV pelas técnicas de captura hibrida e PCR são
importantes, mas se torna imperativo discriminar o tipo de HPV presente em
materiais clínicos provenientes das mucosas genitais, a fim de verificar se os tipos
presentes são de alto ou baixo potencial para desenvolvimento de neoplasias
cervicais (34, 35).
17
A determinação do tipo de HPV auxilia também na condução de um
tratamento mais apropriado para pacientes acometidas por essa infecção viral.
2.4 O HPV E A INTERFERÊNCIA NO SISTEMA IMUNOLÓGICO DO
HOSPEDEIRO
Nas infecções sexualmente transmissíveis o epitélio de revestimento da
vagina e da cérvice uterina atuam como as primeiras linhas de defesa física e
imunológica, mediadas pela imunidade inata, que age em primeiro plano, mediadas
por fagócitos, proteínas solúveis como citocinas, sistema complemento, e barreiras
epiteliais, e a resposta imune específica ou adaptativa que atua contra os patógenos
que causam tais infecções, através da produção de anticorpos e células efetoras
citotóxica (36- 38).
A resposta imune do epitélio vaginal, tanto celular quanto humoral, parece
depender da ação hormonal. Como o epitélio endometrial, a mucosa vaginal também
se modifica nas diferentes fases do ciclo menstrual, no entanto, mais
acentuadamente à ação de estrógenos e progesterona. Os hormônios parecem que
atuam de forma contrária aos mecanismos de defesa local. Estudos demonstram
claramente que o estrógeno e a progesterona influenciam na resposta imune inata e
adaptativa. Evidências destes efeitos são encontradas em estudos experimentais
realizados entre fêmeas e machos (39). Apesar de estar em uma fração menor do
que a local, a resposta imune sistêmica também possui um importante valor na
produção da resposta imune ao patógeno (40). Portanto, em resposta a uma
determinada infecção, tanto a resposta imune inata quanto à adaptativa
desenvolvem um mecanismo de inflamação, para combater o agente agressor (41).
Este processo é bastante complexo e esta associado a eventos em cascatas com
participação de mediadores denominados citocinas e quimiocinas, que agem
coletivamente na ativação e regulação da resposta inflamatória (24, 42).
Na resposta inata as citocinas são na sua maior parte produzidas por
fagócitos mononucleares, e na imunidade específica, pelos linfócitos T ativados, os
quais são capazes de provocar reações inflamatórias ricas em neutrófilos que
servem para conter e, quando possível, erradicar as infecções microbianas (43), e
as células NK por sua vez, representam uma barreira importante e um componente-
18
chave do sistema imune inato, reconhecendo e matando células infectadas por vírus
e as células transformadas através de dois mecanismos: a citotoxicidade
dependente de grânulo; e a via de apoptose em células alvo (44).
A resposta imune adaptativa ou específica ocorre tanto pela resposta humoral
quanto celular, que geram respostas efetoras específicas e células de memória para
os determinados antígenos dos patógenos (43, 45).
A resposta imune adaptativa inicia logo após ativação da resposta imune
inata, quando as células apresentadoras de antígeno (APCs), tais como Langerhans
e células dendríticas (CD) absorvem os antígenos virais, os transformam em
peptídeos e apresentam para linfócitos juntamente com a molécula MHC na
membrana da célula. Esse complexo liga-se à receptores de células T antígeno-
específico em células T naíves auxiliares (CD4+) e citotóxicas (CD8+), aumentando
assim a proliferação de células T, produção de IL-2 e ativação desses linfócitos (46).
Portanto, o perfil da resposta imune adaptativa pode ser do tipo humoral ou celular,
sendo esta última representada pela produção e ativação dos linfócitos TCD4+ e
TCD8+.
A maioria dos linfócitos circulantes são do tipo T, e uma menor quantidade do
tipo B e Natural Killer (NK). Os linfócitos T possuem receptores especializados em
reconhecer antígenos ligados a superfície de outras células, que pode ser do tipo
alfa/beta (TCR α ∕ β) ou gama/delta (TCR ɣ ∕ ∆). Na circulação sanguínea, ocorre o
predomínio de células T com TCR α ∕ β e na mucosa vaginal com TCR ɣ ∕ ∆. Existe a
hipótese de que os linfócitos T TCR ɣ ∕∆ desempenhem função primordial na
proteção das superfícies das mucosas (47, 48).
Funcionalmente os linfócitos T são classificados em: linfócitos T auxiliares e T
supressores citotóxicos. Os linfócitos T auxiliares também chamados T helper (Th),
possuem receptor CD4 que reconhece a molécula do complexo principal de
histocompatibilidade classe II, atuam no reconhecimento de macrófagos ativados e
são importantes “sinalizadores” através da produção de interleucinas, que interagem
com outros tipos celulares. De acordo com as citocinas produzidas desenvolve-se
uma resposta predominantemente celular (tipo Th1). Com o direcionamento de mais
células da resposta imune inata e linfócitos T para o local da infecção, ou uma
19
resposta predominantemente humoral (tipo Th2), induzindo o recrutamento de
linfócitos B e produção de imunoglobulinas (48, 43).
Os linfócitos T citotóxicos possuem receptores CD8 e são capazes de
reconhecer e tolerar as moléculas de MHC de classe I autóloga presente na
superfície de outras células nucleadas e consequentemente exercer a ação de cito
toxidade contra moléculas quando associadas a partículas virais ou se as mesmas
forem geneticamente de outra origem (43).
Outra população de linfócitos são os linfócitos denominados de linfócitos
grandes granulares ou LGL, do termo em inglês “Large Grand Lymphocyte”. Estes
linfócitos se caracterizam por apresentarem em seu citoplasma um abundante
conteúdo de grandes grânulos de tonalidade violeta (grânulos azurófilos), quando
corados por corantes hematológicos (43). Esses linfócitos são classicamente
denominados de “células assassinas naturais” ou Natural Killer (NK) sendo do ponto
de vista fenotípico identificados por imunofenotipagem pela expressão do antígeno
CD 56, expressando também altos níveis de controle (FC) receptor para fração das
imunoglobulinas (CD 16) ou ainda as enzimas granzimas e perfurinas que estão
presentes nos grânulos acima citados (48).
Cerca de 60 a 65% dos linfócitos circulantes nos adultos sadios
correspondem a linfócitos T total. Destes, cerca de 35 a 50% correspondem as
células TCD4+ e 25 a 30% as células TCD8+. As células NK correspondem a uma
contagem em torno de 10 a 15% e os linfócitos B em torno de 10 a 20% (49).
As células NK usualmente lisam células alvo que não expressam moléculas
de classe I, tais como, células tumorais ou aquelas infectadas por vírus. Dessa
forma, moléculas clássicas de classe I, quando expressas na superfície das células
nucleadas podem exercer um mecanismo protetor da lise mediada por células NK
nas células saudáveis (50).
A região de classe II possui genes que codificam as moléculas clássicas de
histocompatibilidade de classe II, expressas normalmente nas células
apresentadoras de antígenos (APCs), ou seja, nos monócitos, macrófagos, células
dendríticas, células de Langerhans e linfócitos B (51). Do ponto de vista funcional,
essas moléculas estão envolvidas na apresentação de peptídeos de origem
20
extracelular, tais como bactérias, para células TCD4+ (52). A ativação dessas
células libera citocinas que atuam em diversas reações imunes (53, 54).
Uma vez que a infecção pelo HPV apresenta natureza não lítica, limita a
produção de antígenos virais que são processados e apresentados ao sistema
imune adaptativo. As proteínas codificadas pelo vírus, em sua maioria, não são
secretadas através das células infectadas. Portanto, as proteínas E (precoces) são
expressas em níveis baixos e, sobretudo, no núcleo celular e a produção de
proteínas do capsídeo viral, altamente imunogênicas, é limitada a camada mais
diferenciada e liberada ao epitélio, onde os sinais pró-inflamatórios são diminuídos.
O HPV apresenta um perfil insuficiente para ativar a resposta imune do hospedeiro,
uma vez que não há fase do ciclo de vida do HPV na corrente sanguínea, e apenas
quantidades mínimas de replicação do vírus são expostas ao sistema imune, o vírus
se torna praticamente imperceptível para o sistema imune do hospedeiro (55, 38).
Embora a resposta imune a infecção ao HPV seja pouco entendida, postula-se que a
resposta imune celular (Th1) é prioritária em relação à resposta imune humoral
(Th2). Ainda, a resposta imune do tipo Th1 pode gerar resposta específica dos
linfócitos T citotóxicos, contribuindo para eliminação da infecção e regressão das
lesões infectadas pelos tipos de HPV de baixo risco (56).
Figura 2 - Replicação do HPV relacionada à diferenciação das células do epitélio escamoso
estratificado da cérvice uterina mostrando um epitélio cervical normal e um infectado pelo vírus HPV
(19). Fonte: Munoz 2006.
21
3 OBJETIVOS
3.1 OBJETIVO GERAL
Revisar o desempenho da expressão das proteínas do ciclo celular p16, ki67 e p53
na avaliação prognóstica das lesões do colo uterino e comparar quantitativamente
os níveis de linfócitos TCD4+, TCD8+, linfócitos B (CD19) células NK e NKT em
mulheres portadoras do Papiloma vírus humano (HPV).
3.2- OBJETIVOS ESPECÍFICOS
3.2.1- Revisar o desempenho da expressão dos biomarcadores p16, Ki67 e p53 e
como podem estar associados as lesões intraepiteliais;
3.2.2 - Quantificar as dosagens de CD4+, CD8+, células NK e NKT em pacientes
portadoras do vírus HPV, associando ao tipo de HPV;
3.2.3- Avaliar o perfil leucocitário das pacientes portadoras do vírus e pacientes
saudáveis por meio de contagem de monócitos, granulócitos, além de linfócitos total
e subpopulações: i) Linfócitos B (LB), ii) Linfócitos T (LT) e subpopulações LT Helper
e LT Supressor Citotóxico, iv) Células natural killer (NK) e NKT.
22
4 METODOLOGIA
4.1. ESTUDO DE REVISÃO SISTEMÁTICA
Seguindo as diretrizes de relatórios preferenciais para revisões sistemáticas e
metanálises (PRISMA) (36), realizamos uma ampla pesquisa bibliográfica de bancos
de dados eletrônicos PubMed, Embase, Web of Science, Scopus e Scielo para
identificar estudos comparativos de p16, p53 e Ki- 67, em mulheres com e sem
lesões cervicais de 01 de janeiro de 2010 até 1º de maio de 2016. Foram utilizados
os seguintes termos de pesquisa e suas combinações: "neoplasia intraepitelial
cervical", "câncer cervical", "carcinoma cervical uterino", " Papilloma Virus "," HPV ","
p16 "," p16INK4a "," Ki-67 "e" p53 ". As listas de referência associadas a todos os
estudos encontrados na pesquisa foram utilizadas para identificar outras publicações
potencialmente relevantes. Nenhuma restrição de idioma foi aplicada.
Para serem incluídos na revisão sistemática, os estudos primários tiveram de:
1) ser de estudo de caso-controle ou de estudo de coorte; 2) ter um grupo controle
de mulheres sem lesões cervicais; 3) ter um grupo de casos de mulheres com CIN
ou CC confirmado pelo método histopatológico; 4) relatar odds ratios (OR), ou conter
dados suficientes para o seu cálculo; 5) comparar a expressão de IHC de p16, p53 e
Ki-67 em mulheres com e sem lesões cervicais; E 6) não foram publicados como
relatórios completos (por exemplo, resumos de conferências) ou continham dados
parciais ou incompletos. Dois investigadores determinaram a elegibilidade do estudo
de forma independente. Os desacordos foram resolvidos por consenso. Os dados
foram cuidadosamente avaliados e extraídos de todas as publicações elegíveis. Os
dados recuperados dos estudos incluíram autor, ano de publicação, país, o desenho
do estudo, tipo de biomarcador e tamanho da amostra. Avaliaram-se o efeito da
expressão de IHC p16, p53 e Ki-67 na lesão intra-epitelial escamosa de baixo grau
(LSIL), lesão intra-epitelial escamosa de alto grau (HSIL) e câncer cervical (CC),
calculando o odds Correspondente intervalo de confiança de 95% (IC95%). Uma
heterogeneidade estatística entre os estudos foi avaliada pelo I2-estático (<25%,
sem heterogeneidade, 25% - 50%, heterogeneidade moderada, > 50%, forte
heterogeneidade) (37). (I2 > 50%), utilizando modelos de análise de efeitos (38)
caso contrário; O modelo de efeitos fixos foi utilizado (39). Tal como as parcelas de
23
fungos de Begg foram efectuadas para avaliar um potencial viés de publicação (39).
Todas as análises estatísticas foram realizadas com Software Review Manager 5.1.
4.2 INVESTIGAÇÃO DOS PARÂMETROS IMUNOLÓGICOS DE MULHERES
INFECTADAS PELO PAPILOMA VÍRUS HUMANO.
Nosso primeiro estudo foi conduzido mediante a aprovação do comitê de ética
da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, com protocolo com o número
97/07. Realizamos tambem um estudo prospectivo com 60 mulheres, com idade
entre 18 e 55 anos (média=30 anos), atendidas no serviço de ginecologia da Clínica
Potengi, no período de 02 de janeiro de 2014 a 31 de dezembro de 2017.
Como critérios de inclusão, foram consideradas mulheres adultas, sem
alterações genitais que impedissem a realização do exame citopatológico tais como
menstruação ou qualquer outro sangramento local, uso de medicamentos tópicos e
também com sorologia não reagente para sífilis, hepatites B e C, vírus da
imunodeficiência humana (HIV) e vírus linfotrópico de células T humana (HTLV-I e
II).
Foram excluídos do estudo, mulheres fora do grupo etário escolhido,
submetidas a qualquer tipo de tratamento ginecológico ou a qualquer tipo de
doenças do sistema imunológico tais com imunodeficiências, doenças inflamatórias
e autoimunes e gestantes.
Todas as mulheres incluídas no estudo (n=60), após a assinatura do TCLE,
passaram por consulta com ginecologista que realizou, seguido da coleta de
amostras cérvico-vaginal para realização do exame de Papanicolau, captura híbrida
e do HPV-DNA por PCR, além da coleta sangue periférico para realização do
hemograma e imunofenotipagem por citometria de fluxo.
Em pacientes com diagnóstico citológico de Lesão Intraepitelial Escamosa de
Baixo Grau (LSIL) comparamos o perfil imunológico de células do sangue periférico
por citometria de fluxo (FC) em mulheres infectadas pelo HPV e HPV não infectadas,
através da investigação do total de linfócitos T (CD3+) e subpopulações: Linfócitos T
auxiliares (LTa) ou CD3+/CD4+ e Linfócitos T citotóxicos (LTc) ou CD3+/CD8+;
Linfócitos-B (CD19+), Células assassinas naturais ou Natural Killer (NK) (CD16-56+),
a células NKT (CD3 + / CD16-56 +).
24
Análise citomorfológica Cervical
Foram preparadas esfregaços a partir de celulas descamadas do epitelio da
cérvice uterina das pacientes. As lâminas dos esfregaços foram coradas pelo
método de Papanicolaou, capas de detectar alterações celulares associadas a
infecção pelo HPV Quando examinadas ao microscópio óptico. Todos os pacientes
que apresentavam características clínicas de HPV, como condiloma acuminado,
foram confirmados pelo exame Papanicolau. A presença das características
citomorfológicas da infecção por HPV, como coilócitos e binucleação, entre outras
características. Em 30 mulheres, foram encontradas lesões cervicais intraepiteliais
escamosas de baixo grau (LSIL). (Figura 3)
Em espécimes de citologia cervical, 30 pacientes (50%) da amostra analisada
apresentaram alterações celulares compatíveis com o vírus HPV, diagnosticadas
como LSIL e 30 pacientes (50%), sem alterações (grupo controle saudável) não
foram observadas alterações citomorfologicas.
Figura 3- Analise de esfregaço cervio vaginal de uma paciente infectadas
com HPV. Coilocitos
Detecção do tipo HPV por captura híbrida e Reação em Cadeia da Polimesare
Para a coleta e o transporte das amostras cérvico vaginais foram utilizados
kits coletores da Digene® (Universal Collection Medium UCM). Inicialmente utilizou-
se a técnica de CH (captura híbrida) (Digene) para detecção de DNA/HPV de baixo
e alto risco. A presença do HPV foi determinada por meio da quantificação da
emissão de luz e expressa em unidade de luz relativa (RLU), seguindo as
orientações do fabricante. As amostras com RLU < 1pg/mL foram consideradas
negativas. Os resultados com valor ≥ 1 pg/ml foram julgados positivos. Depois da
utilização da técnica de CH, as amostras foram congeladas (-20º.C) para posterior
25
análise pelo método de PCR. Para a reação de PCR, as amostras foram
descongeladas e 1 mL submetido à extração automatizada de DNA (Magna Pure
LC® Roche). O kit utilizado para a extração foi o Magna Pure LC DNA Isolation Kit
Large Volume, de acordo com as orientações do fabricante (Roche). A PCR foi
realizada com o uso de tampões próprios e Platinum Taq DNA Polymerase®
(Invitrogen). Os primers utilizados para a amplificação do DNA dos diversos tipos de
HPV foram os universais: HPV MY11 e MY09.
Análise hematológica
Dez mililitros (mL) de sangue periférico (SP) foram recolhidos em tubos
Vacutainer contendo EDTA e homogeizados imediatamente. A contagem de
globulos brancos totais (Leucócitos) foram obtido no analisador hematológico (Cell-
Dyn 3000). A análise citomorfológica foi feita em esfregaços de sangue corados pelo
Leishmann. Um total de 100 leucócitos foram contados e os resultados anotados em
percentual (valor relativo). Para a conversão de valores relativos em absolutos
(celulas/L), os valores percentuais foram multiplicados pela contagem de leucócitos
absoluto e dividido por 100.
Determinação do perfil imunologico por citometria de fluxo.
A imunofenotipagem foi realizada por análise de FC de quatro cores em
amostras SP após marcação com um painel de anticorpos monoclonais (AcMo)
conjugados a fluorocromos e com especificade contra: Linfócitos B e T
(CD3FITC/CD19PE/CD45PerCP), LTa e LTc (CD4FITC/CD8PE/CD3PerCP/CD45APC), Célula
NK e NKT (CD3FITC/CD16-56PE/CD45PerCP). Todos os MoAb foram da marca BD
(Becton-Dickinson Imunocitoquímica Sistema /San José, CA, EUA).
Cem microlitros (100 mL) de SP total previamente homogeneizadas foram
incubadas com 20 mL de MoAb durante 30 minutos à temperatura ambiente no
escuro. Após essa etapa, a celular foi novamente homogeinizada e a mesma
acrescida 1 mL de solução de hemolizante.
Solução de FACS´lise (FACS´lise solution/Becton-Dickinson Imunocitoquímica
Sistema /San José, CA, EUA), previamente preparada em água destilada (01:10; v:
v), e, em seguida, incubadas durante 10 minutos à temperatura ambiente no escuro.
26
Em seguida, a suspensão de célular foi centrifugada por 5 minutos a 600 g, o
sobrenadante foi descartado e o sedimento celular foi ressuspendido em solução
salina tamponada com fostato (PBS,pH 7,2) e centrifugada novamente nas
condições acima espefificada sendo esta etapa repetida mais uma vez. Finalmente,
o sedimento celular foi ressuspendido em 1 mL de 0,5% de formaldeído em PBS, e a
suspensão de células foi mantida no escuro a 4°C até análise no citometro de fluxo.
Um total de 20.000 eventos por tubo foram adquiridas no citometro de fluxo
de, com dois laser (um azul e outro vermelho) com capacidade de análise de até
quatro cores (FACScan, San Jose, CA, EUA), com o software de analise (Cell
QuestTM Software, Becton Dickinson Immunocytometry Sistemas, San Jose, CA,
EUA). Foram considerados os seguintes parâmetros: dispersão para a frente (FSC)
para avaliar o tamanho celular, dispersão lateral (SSC) para avaliar a complexidade
celular, e análise de expressão do marcador celular com análise de fluorescência
por FL1 (verde), FL2 (laranja) e FL3 (vermelho ), em escala logarítmica, as quais
representam a reacção antigénio-anticorpo conjugado com isotiocianato de
fluoresceína (FICT), ficoeritrina (PE), e peridin proteína clorofila (PerCP),
respectivamente.
Os resultados foram expressos como percentagem de células em dupla
marcação, tais como: Linfócitos-T (CD3+/CD45+), Linfócitos-B (CD19+/CD45+), Lta
(CD3+/CD4+/CD45+), LTc (CD3+/CD8+/CD45+), Células NK (CD45+/CD16-
56+/CD3-), Células NKT (CD3+/CD16-56+/CD45+) (Figura 4).
Para a conversão de valores relativos em absolutos (celulas/L), os valores
percentuais foram multiplicados pelos valores absolutos de linfócitos e divididos por
100. Os valores de referências para adultos sadios empregados nesse estudo
encontra-se resumido no quadro 1. Por meio dos valores relativos de LTCD4+ e
LTCD8+ obtidos, calculou-se a relação CD4/CD4 em todas as pacientes
investigadas.
27
Quadro 01: Valores de referência da sub-população linfocitária
.
Referência: Adaptado de SANTAGOSTINO et al, 1999.
Subpopulação Linfocitária Valores de Referência (%) / µL
Linfócitos T (CD3+)
(60 – 87) / 605 - 2.460
Linfócito T Helper (CD3+/CD4+)
(32 - 61) / 600 - 1.666
Linfócito T Supressor Citotóxico (CD3+/CD8+)
(14 - 43) / 224 - 1.112
Células Natural killer (CD16-56+)
(04 - 28) / 73-654
Linfócitos B (CD19+)
(05 - 20) / 72-520
Relação CD4/CD8 1 - 2,5 (1,5)
28
Figura 4- Representação esquemática de um perfil linfocitário determinado pela
citometria de fluxo. A) CD45+/CD14- perfil característicos de linfócitos com ausência
de antígeno relacionado a monócitos; B) CD3+ (Linfócitos T) e CD19+ (Linfócitos B);
C: Linfócitos T-helper (CD3+/CD4+); D) Linfócitos T-citotóxico (CD3+/CD8+); E)
Células NK e NKT; F) Padrão de espalhamento luminoso das células sanguíneas.
Em destaque a população linfocitária.
a b
c d
e f
29
Análise estatística
A comparação da contagem total de linfócitos e de seus subgrupos entre os
dois grupos de mulheres foi feita usando o teste de Mann-Whitney pelo programa
Statistical Package for the Social Sciences (SPSS 10.014) para Windows e
significância estatística: p <0,05.
30
5 RESULTADOS
Parte dos resultados deste estudo estão descritos em dois artigos com
publicação em revistas indexadas:
Artigo 1: Immunohistochemical expression of p16, Ki-67 and p53 in cervical lesions
– A systematic review. Publicado na revista Pathology Research and Practice.
Fator de impacto 1,543 e Qualis B1 da CAPES para área Medicina II (9.Anexo).
Artigo 2: Investigation of lymphocyte subpopulation alterations in peripheral
blood of women with high risk oncogenic human papillomavirus Submetido ao
Journal of Clinical Laboratorila Análisis. Fator de impacto 1,543 e Qualis B2 da
CAPES para área Medicina II (9. Anexo).
1. Dados Demográficos das Pacientes
Dados demograficos dos pacientes estão resumidos na Tabela 1 e inclui
idade, estado civil, número de parceiros sexuais, gravidez e hábito de fumar.
2. Detecção de papilomavírus humano em amostras de citologia cervica
De acordo com análises citopatológicas, 30 pacientes apresentaram
diagnóstico de LSIL e 30 tiveram análise citológica cervical normal.
Por meio dos testes de captura híbrida e Reação em Cadeia da Polimerase
em Tempo Real das pacientes com LSIL sendo detectadas a presença de HPV
em todas as pacientes com LSIL e negativo nas pacientes do grupo controle.
Dentre os espécimes citológicos que apresentaram HPV, 07/30 (23,3%)
apresentaram apenas DNA de HPV de alto risco, 15/30 (50,0%) DNA de HPV de
baixo risco e 8/30 (26,7%) de ambos os tipos (Tabela 2).
3. Análise dos linfócitos periféricos por citometria de fluxo
Os intervalos de referência para a contagem de linfócitos totais perifericos (LTP),
linfócitos-T e B, subpopulação T-helper (LTh), T-citotoxico (LTc) e também células NK
e NKT em contagens absolutas (células/L), no grupo controle e em mulheres com
HPV estando listados listados nas Tabelas 2 e 3 respectivamente.
No grupo controle (mulheres sem HPV), o LTP variou de 1.550 a 2.630/L com
mediana e média de 1.900/L and e 1.999/L respectivamente. A contagem de
31
linfócitos-T totais variou de 1.070 a 1.810/L com mediana de 1.350/L e média de
1.400/L. A contagem de LTc variou de 260 a 805/L com mediana de 400/L e
média de 460/L. Os níveis de LTh foram: mínimo de 770 /L, máximo de 1.300 /L,
mediana de 920 /L e média de 921/L. Neste grupo, o cálculo da relação CD4/CD8
oscilou de 1,25 para 3,33 com mediana e média de 2,05 e 2,16 respectivamente.
Em relação aos linfócitos-B, foram observados nos seguintes valores: mínimo de
130/L, máximo de 400/L, mediana de 200/L e média de 228/L. Os níveis de
células NK apresentados foram mínimos de 180/L, máximo de 390/L, mediana de
230/L e média de 234/L. em relação às células NKT, foram observados os
seguintes resultados: mínimo de 13/L, máximo de 184/L, mediana de 230/L e
média de 234/L.
No grupo de mulheres HPV+, os LTP variou de 1.000 a 5.100/L com mediana e
média de 2.500/L e 2.408 / L, respectivamente. A contagem de linfócitos-T variou
de 890 a 4.100/L, mediana de 1.800/L e média de 1.850/L. A contagem de níveis
de TcL flutuou de 240 para 2.000/L, com mediana de 1.700/L e média de 823/L.
Os resultados dos níveis de LTh foram: mínimo de 430/L, máximo de 2.000/L,
mediana de 880/L e média de 976/L. Neste grupo, o cálculo da relação CD4/CD8
oscilou entre 0,65 a 2,30 com mediana e média de 1,25 e 1,30, respectivamente.
Em relação à contagem de linfócitos B, foram observados os seguintes
resultados: mínimo de 84/L, mediana máxima e média de 660/L, 230/L e 281 /L
respectivamente. Os níveis de células NK mostraram-se, mínimo de 12/L, máximo
de 174/L, mediana de 69/L e média de 82/L. Em relação às células NKT, os
valores variou de zero em seis casos a 9,0/L com mediana e média de 3,0/L e
3,35 / L respectivamente.
Maior variabilidade desses resultados foi observada em pacientes HPV+,
confirmada pelo desvio padrão dessas medidas. Nas mulheres sem HPV, os valores
observados estavam dentro dos padrões normais de acordo com os valores contidos
no quadro1.
A avaliação quantitativa do perfil imunológico determinada pela análise de
citometria de fluxo, encontrou contagens elevadas de LTc predominantemente em
pacientes infectados com HPV de alto risco oncogenico em comparação com as com
HPV de baixo risco e especialmente em mulheres não infectadas, refletindo
32
diminuição da relação CD4/CD8 em alguns casos no grupo de mulheres com HPV,
especialmente aqueles infectados com HPV de alto risco oncogênico e nas mulheres
duplamente infectadas, quando comparado ao grupo controle, sendo encontrada uma
inversão da relação CD4/CD8 em 9 mulheres desse grupo: quatro infectadas com
HPV de alto risco oncogênico e 5 duplamente infectados (Tabela 2).
Além disso, a avaliação quantitativa de linfócitos B normais em pacientes com
LSIL e HPV+ quando comparados com as mulheres do grupo controle e, finalmente,
em relação à contagem de células NKT e NKT, foram observadas contagens
significativamente mais baixas no grupo de mulheres infectadas quando
comparados com os resultados observados no perfil linfocitário do grupo controle
(Tabelas 2 e 3).
A análise comparativa dos parâmetros imunológicos entre os dois grupos
mostrou uma diferença significativa para um PLC (p= 0,0003), linfócitos T (p =
0,018), TcL (p = 0,01), células NK (p <0,0002), células NKT (p <0,000) e relação
CD4/CD8 (p <0,003), mas não nos níveis de linfócitos B e ThL com valores de p de
0,22 e 0,088, respectivamente (Figuras 5 e 6).
33
Tabela 01- Características Sócio- Demográficas dos Participantes do Estudo
Infectadas com papiloma vírus
(n= 30)
Não infectadas com papiloma vírus
(n= 30)
Faixa Etária do Grupo (idade)
≤ 30 06 (20.0%) 11 (36.7%)
31 – 45 23 (76.7%) 16 (53.3%)
> 45 01 (03.3%) 03 (10.0%)
Estado civil
Solteira 13 (43.3%) 18 (60.0%)
Casada 17 (56.6%) 12 (40.0%)
Número de Parceiros Sexual
≤ 3 10 (33.3%) 07 (23.3%)
> 3 20 (66.6%) 23 (76.6%)
Número de Gestações
Sem Gestações 03 (10.0%) 02 (06.7%)
1 - 2 19 (63.3%) 21 (70.0%)
> 3 08 (26.6%) 07 (23.3%)
Fumantes
Não 25 (83.3%) 23 (76.6%)
sim 05 (16.6%) 07 (23.3%)
34
Tabela 02 – Características imunológicas das mulheres do grupo controle
Caso
N
n
Idade Linf.
(cel/L)
LT/CD3+
(cel/L)
LT/CD4+
(cel/L)
LT/CD8
(cel/L)
Relação CD4/CD8
LB /CD19+
(cel/L)
Cél NK
(cel/L)
Cél NKT
(cel/L)
01 27 2.200 1.600 920 600 1.60 270 280 20
02 32 1.700 1.200 800 390 2.00 180 240 60
03 46 1.550 1.100 780 280 2.78 150 315 45
04 35 2.000 1.440 960 580 1.65 170 340 100
05 35 1.700 1.070 900 300 3.00 170 180 75
06 26 2.300 1.790 1.040 690 1.51 250 320 23
07 40 1.700 1.480 920 400 2.30 170 250 17
08 33 2.200 1.323 920 460 2.00 370 230 42
09 25 1.900 1.430 800 630 1.27 270 160 13
10 27 1.600 1.180 770 260 2.96 160 118 32
11 32 1.900 1.280 780 500 1.56 340 250 108
12 48 1.560 1.330 1.000 300 3.33 130 230 78
13 30 1.800 1.400 970 400 2.42 180 180 80
14 29 2.100 1.490 1.100 440 2.50 290 170 105
15 34 2.000 1.110 770 339 1.27 210 210 90
16 34 2.600 1.500 800 650 1.23 290 260 104
17 32 1.720 1.300 960 330 2.90 160 180 78
18 33 1.600 1.350 940 400 2.35 160 240 80
19 46 1.750 1.400 800 400 2.00 130 130 84
20 33 2.330 1.738 1.140 572 1.99 260 140 132
21 33 2.600 1.800 1.300 475 2.73 400 320 78
22 27 1.660 1.240 800 320 2.50 160 220 32
23 33 2.300 1.540 1.000 667 1.50 230 270 184
24 35 2.630 1.810 1.000 805 1.25 340 390 84
25 32 2.340 1.150 800 330 2.38 250 210 64
26 27 1.700 1.300 770 490 1.57 170 200 30
27 26 1.790 1.200 770 320 2.40 260 260 64
28 25 2.300 1.541 1.150 667 1.72 230 280 161
29 24 1.800 1.140 770 300 2.56 280 280 45
30 32 2.230 1.780 1.200 500 2.40 220 160 60
Min. 24 1.550 1.070 770 260 1.25 130 180 13
Max. 48 2.630 1.810 1.300 805 3.33 400 390 184
Med. 32 1.900 1.350 920 400 1.99 220 230 75
Mean 32 1.999 1.400 921 460 2.16 228 234 72
Nota: Linf (Linfócitos) LTCD3+ (Linfócitos-T); LBCD19+ (Linfócitos B) LTCD4+ (Linfócitos T-helper),
LTCD8+ (Linfócitos TCD8+); Células NK (Células Natural Killer); Células NKT (Células NKT); Min.
(Minimo); Máx. (Maximo); Med. (Mediana); Mean. (Media).
35
Tabela 03- Parâmetros imunológicos de 30 mulheres com lesão intraepitelias escamosa de baixo grau (LSIL) em presença de papilomavírus humano de alto e baixo risco de malignidade Caso
n Age
HPV
Linf.
(cel/L)
LT/CD3+
(cel/L)
LT/CD4+
(cel/L)
LT/CD8
(cel/L)
Relação CD4/CD8
LB /CD19+
(cel/L)
Cél NK
(cel/L)
Cél NKT
(cel/L) AR BR
01 39 ( - ) ( + ) 1.400 1.100 740 360 2.06 260 40 0 02 42 ( - ) ( + ) 1.630 1.400 900 590 1.52 180 50 0 03 24 ( + ) ( - ) 3.100 2.300 1.100 1.170 0.94 300 60 5.4 04 30 ( - ) ( + )
1.800 1.200 750 450 1.66 170 51 3.0 05 34 ( + ) ( + )
1.000 1.000 430 570 0.75 110 20 9,0 06 29 ( - ) ( + )
2.700 1.800 970 830 1.16 490 130 2.0 07 31 ( - ) ( + )
2.200 1.120 700 420 1.66 150 187 5.0 08 44 ( + ) ( + )
1.790 1.600 780 820 0.98 102 85 3.4 09 38 ( + ) ( - ) 1.950 1.600 680 910 0.73 270 72 1.0 10 38 ( - ) ( + ) 1.420 1.200 740 430 1.70 160 48 3.0 11 29 ( + ) ( - ) 1.450 1.300 630 650 0.96 84 84 0 12 48 ( + ) ( + )
3.300 2.700 1.300 920 1.41 330 46 9.0 13 35 ( - ) ( + )
3.000 2.300 1.440 810 1.78 429 105 3,7 14 35 ( + ) ( + )
3.500 2.700 1.500 1.200 1.25 574 164 0 15 32 ( - ) ( + )
2.300 2.000 1.000 1.000 1.00 270 30 0 16 34 ( - ) ( + )
1.300 990 600 350 1.71 120 12 0 17 30 ( - ) ( + )
2.500 1.990 1.200 700 1.71 400 81 2.0 18 34 ( + ) ( + )
3.000 1.800 750 870 0.86 600 90 1.5 19 18 ( + ) ( - ) 2.900 2.000 870 1.050 0.82 660 174 1.0 20 39 ( - ) ( + )
2.300 1.780 1.000 780 1.20 230 69 2.0 21 35 ( - ) ( + )
3.000 2.300 1.300 990 1.31 230 99 1.0 22 27 ( + ) ( - ) 3.400 2.700 1.400 1.050 1.33 370 165 3.0 23 34 ( - ) ( + ) 1.200 890 550 240 2.30 140 60 6.0 24 36 ( + ) ( - ) 2.500 2.000 1.280 720 1.78 250 50 1.0 25 43 ( + ) ( + ) 3.000 2.300 1.000 1.300 0.77 310 93 6.0 26 40 ( + ) ( - ) 3.000 2.000 1.200 750 1.60 120 51 9.0 27 35 ( - ) ( + )
5.000 4.100 2.000 2.000 1.00 650 100 5.0 28 35 ( + ) ( + )
2.500 2.230 880 1.350 0.65 220 37 6.6 29 42 ( - ) ( + )
1.610 1.300 800 500 1.60 150 152 3.0 30 35 ( + ) ( + )
2.500 1.880 800 1.000 0.80 91 52 9.0
Min. 18 ------------- 1.000 890 430 240 0.65 84 12 0
Max. 48 ------------- 5.000 4.100 2.000 2.000 2.06 660 174 9.0
Med. 35 ------------- 2.500 1.800 880 810 1.25 230 69 3.0
M 35 ------------- 2.408 1.850 976 828 1.30 281 81.86 3.4
Nota: AR-HPV (Elevado risco human papillomavirus); BR-HPV (Baixo risco human papillomavirus); Nota: Linf (Linfócitos) LTCD3+ (Linfócitos-T); LBCD19+ (Linfócitos B) LTCD4+ (Linfócitos T-helper), LTCD8+ (Linfócitos
TCD8+); Células NK (Células Natural Killer); Células NKT (Células NKT); Min. (Mínimo); Máx. (Máximo); Med. (Mediana); M. (Media).
36
Figura 1. Variações das contagens de linfócitos totais, linfócitos T, linfócitos TCD4+
e linfócitos TCD8+
p= 0.88
HPV+ HPV-
HPV+ HPV-
430 770
2.000 1.300
976 921
880 920
D. Padrão
386.9 192.5
CD3+/CD4+ Cells/L
LTCD4+
p= 0.0003
HPV+ HPV -
Linfócitos Cells/L
HPV+ HPV -
Minimo 1.000 1.550
Maximo 5.000 2.630
Media 2.500 1.900
Mediana 2.400 1.999
D. Padrão 1.074 414
Linfócitos
HPV+ HPV-
HPV+ HPV -
890 1.070
4.100 1.810
1.800 1.400
1.859 1.350
D. Padrão 844 320
LT/CD3+ Cells/L p= 0.0018
Linfócitos T
p= 0.01
HPV+ HPV-
240 260
2.000 805
823 460
810 400
D. Padrão
375.8 159.7
HPV+ HPV-
CD3+/CD8+ Cells/L
LTCD8+
Minimo
Maximo
Media
Mediana
Minimo
Maximo
Media
Mediana
Minimo
Maximo
Media
Mediana
37
D. Padrão
Figure 6. Variações da relação CD4/CD8 e contagens de Linfócitos-B, Células NK
and NKT
Relação CD4/CD4
HPV+ HPV-
0.73 1.25
2.30 2.33
1.50 2.16
1.25 2.99
D. Padrão
0.51 0.47
HPV+ HPV-
CD4/CD8
p= 0.003
HPV+ HPV -
12 180
174 390
82 230
69 234
173 46
p= 0.0002
HPV+ HPV-
NK (CD16
- 56)/mm3
CD16-56+ Cells/L
Células NK
p< 0.00001
HPV+ HPV-
Células NKT
HPV+ HPV-
Negative 13
09.0 184
03.4 72
03.0 75
05.8 46.2
CD3+/CD16+-CD56+ Cells/L
HPV+ HPV- HPV+ HPV- HPV+ HPV-
HPV+ HPV -
84 130
660 400
281 228
230 220
D. Padrão
182 87
p= 0.22
CD19/mm3
CD19+ Cells/L
Linfócitos-B
HPV+ HPV- D. Padrão
Minimo
Maximo
Media
Mediana
Minimo
Maximo
Media
Mediana
Minimo
Maximo
Media
Mediana
Minimo
Maximo
Media
Mediana
38
6 DISCUSSÃO
A resposta imune adaptativa ou específica ocorre tanto pela resposta humoral
quanto celular, que geram respostas efetoras específicas e células de memória para
os determinados antígenos dos patógenos (45, 43) A resposta imune adaptativa
inicia logo após ativação da resposta imune inata, quando as células apresentadoras
de antígeno (APCs), tais como Langerhans e células dendríticas (DC) absorvem os
antígenos virais, os transformam em peptídeos e apresentam para linfócitos
juntamente com a molécula MHC na membrana da célula. Esse complexo liga-se à
receptores de células T antígeno-específico em células T naíves auxiliares (CD4+) e
citotóxicas (CD8+), aumentando assim a proliferação de células T, produção de IL-2
e ativação desses linfócitos (46).
A resposta imune mediada por células (CD4+ CD8+) assim como a resposta
imune humoral, tem fundamental importância na defesa antiviral. O papel das
células TCD4+, além de estar ligado no auxílio na ativação dos linfócitos B durante a
produção de imunoglobulinas através da expressão específica de citocinas, essas
células são necessárias também durante a fase inicial de diferenciação dos linfócitos
T efetores na resposta de células TCD8+, para indução da morte celular programada
(apoptose) na célula alvo pela ação de perforinas e granzimas, e na geração de
células T de memória (57).
O perfil Th1 e o Th2 são os mais comuns, o Th1 produz IL-2, IL-12, IL- 15, IL-
18, fator de necrose tumoral (TNF- α), e IFN-γ, induzindo a proliferação e aumento
da capacidade citotóxica dos LT CD8. Th2 produzem IL-4, IL-5, IL-6, IL-10 e IL-13,
favorecendo a produção de anticorpos (46). Estudos têm demonstrado níveis
significativamente mais baixos de células de defesa tipo TH1 (células de
Langerhans) no epitélio cervical de pacientes portadoras de lesões intraepiteliais de
alto grau (LIEAG) quando comparadas aquelas encontradas no epitélio cervical de
pacientes saudáveis (58).
Sabe-se ainda que os linfócitos T citotóxicos (CTL) desempenham um papel
importante na imunidade local, impedindo a progressão da doença. Existe na
literatura forte evidências de que os linfócitos T citotóxicos específicos para o HPV
de alto poder oncogênico parecem ter um papel central na inibição da carcinogênese
cervical (59). As referidas células desempenham uma função valiosa no
reconhecimento e defesa contra antígenos específicos do HPV e agem como
sentinelas no combate de células malignas. Trabalhos têm demonstrado que
39
dependendo do tipo de resposta Th específica para o vírus HPV-16 produtor da
oncoproteína E7 pode resultar no clearance ou na persistência viral em pacientes
com neoplasia cervical (60).
Em estudo prévio, Kadish (61) avaliou in vitro a resposta imune celular linfo
proliferativa aos peptídeos E6 e E7 do HPV 16 em 136 mulheres portadoras de NIC
(neoplasia intraepitelial cervical) I e II seguidas durante um ano, neste estudo
observou-se que a resposta imune celular ao peptídio E7 esteve relacionada a
clarificação da infecção e a regressão da doença neste período.
Os HPVs de alto risco, como HPV 16 e 18, utilizam-se de meios que
promovem a redução da secreção de IFN e de MCP1 nos queratinócitos cervicais. A
expressão da oncoproteína E7 do HPV18 pode reduzir a expressão de IRF-1 nos
tecidos cervicais e a expressão de E6 pode estar relacionada com a inibição da
fosforilação de moléculas envolvidas na sinalização de IFN como Tyk2 quinase,
START1 e START2 em câncer cervical (62).
O presente estudo teve a finalidade de avaliar o perfil imunológico e a
resposta imune ao HPV, mediante a caracterização quantitativa da subpopulação
linfocitária por citometria de fluxo em mulheres infectadas com o HPV de baixo ou
alto risco oncogênico e portadoras de LSIL. Identificamos uma diminuição na
contagem de linfócitos TCD4+, com relativo aumento no número de células TCD8+
entre as pacientes acometidos com HPV de alto risco quando comparados com
aquelas infectadas com HPV de baixo risco e principalmente com as mulheres
pertencentes ao grupo controle. Tal fato sugere que possivelmente, o HPV,
especialmente o de alto risco poderia estar induzindo um efeito citopático nos
linfócitos TCD4+ como uma estratégia de subverter a resposta imunitária destas
pacientes frente à infecção.
Em pacientes com câncer cervical foi observado uma perda completa ou uma
diminuição da expressão das moléculas de classe I em células tumorais. Este
mecanismo representa uma estratégia do vírus para escapar da vigilância
imunológica e, consequentemente, não ser reconhecido em virtude da ausência o da
diminuição da expressão dos antígenos por parte destas moléculas apresentadoras.
Consequentemente, a paciente apresentará uma redução do número de linfócitos T
específicos para erradicar o vírus (63; 64). Em contrapartida, Kanodia (55) observou
que a expressão de moléculas imunossupressoras no microambiente cervical
favoreceu ao escape viral. Talvez, incialmente ocorra uma maior expressão de
40
moléculas imunossupressoras a nível local, que posteriormente seriam inibidas a
nível sistêmico.
Neste estudo, observamos ainda um decréscimo na quantidade de linfócitos
TCD4+ e um acréscimo de TCD8+ nas pacientes infectadas com HPV de alto risco
oncogênico, similarmente ao que acontece em pacientes infectados pelo vírus da
imunodeficiência humana (HIV). Neste caso específico, o mecanismo de apoptose
induz a um esgotamento fisiológico dos linfócitos T no curso da infecção viral
diminuindo a resposta imune e contribuindo desta forma para o quadro de
imunodeficiência.
O HPV utiliza algumas estratégias para evitar a ação das células NK e NKT,
desregulando a expressão de receptores que possuem ações inibitórias e ativadoras
durante as infecções de HPV e nos casos de câncer. Alguns destes mecanismos
estão relacionados com a diminuição da expressão CD1d, o que pode representar
uma estratégia para as células infectadas pelo HPV para evadir-se da vigilância
imunológica durante as fases iniciais da infecção (65).
Quando analisamos a população de células NK e NKT, independente do
poder oncogênico do HPV, observou-se uma diminuição acentuada nas duas
subpopulações avaliadas. O decréscimo observado nestas subpopulações pode
estar relacionado com a expressão aumentada de proteínas pro-apoptóticas, desta
forma nós leva a especular sobre a ativação de mecanismos indutores de apoptose.
Entretanto, não observamos diferença significativa na contagem de linfócitos
B no sangue periférico dos dois grupos de mulheres estudados (com e sem HPV), o
que talvez não ocorresse se tivéssemos avaliado material cérvicovaginal, uma vez
que a mucosa genital normal é infiltrada por linfócitos (TCD4+, TCD8 + e células
plasmáticas), células dendríticas (DCs) e macrófagos (65, 66).
Este resultado pode traduzir ainda uma participação limitada da resposta
imune humoral, quando a infecção está instalada. Constatamos ainda uma
contagem mais elevada de linfócitos TCD3 nas pacientes portadoras de HPV. Em
adição, outro estudo examinou a expressão forte e positiva de linfócitos T CD3
positivos entre os pacientes CIN III (67). Resultados semelhantes foram observados
em uma análise por imuno-histoquímica da expressão de células TCD4+ e TCD8+
na presença do HPV de alto risco oncogênico em lesões pré-malignas e malignas do
colo uterino (68).
41
A resposta imune pode ser um elemento-chave na progressão ou regressão
da infecção por papiloma vírus humano (HPV) e diferentes linhas de evidência
apontam que a regressão de lesões HPV induzidas é consequência da resposta
imune mediada por células (69).
Essas descobertas são importantes, no entanto, estudos adicionais tais como
investigação de padrão de resposta Th (Th1, Th2 e Treg), investigação de apoptose
dentre outras são necessários para identificar os mecanismos responsáveis pela
interação entre as infecções pelo HPV e o sistema imunitário do hospedeiro e sua
relação com a progressão das lesões.
42
7 CONCLUSÕES
A resposta imune pode ser um fator chave na progressão ou regressão da
infecção por HPV e diferentes linhas de evidência sugerem que a regressão de
lesões induzidas pelo HPV é o resultado da resposta imune mediada por células
43
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50
9 ANEXOS
9.1 Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
DEPARTAMENTO DE ANÁLISES CLÍNICAS TOXICOLÓGICAS TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
Título do projeto: Avaliação imunológica e citológica de pacientes portadoras de Papiloma Vírus Humano (HPV). Responsável pela pesquisa: Geraldo Barroso Cavalcante Junior
A Sra. está sendo convidada a participar, voluntariamente, de uma pesquisa que visa associar os
resultados dos exames de sangue e coletas cervico - vaginais para através dessas diferentes
técnicas identificar e tipificar pacientes portadoras de HPV. Para avaliação desse estudo, será
necessário a coleta de 10 mL de sangue periférico por punção venosa para realização dos seguintes
exames imunológicos: Pesquisa de CD3 3, CD4e CD8, coleta de material cervico vaginal para análise
citológicas, reação de polimerase em cadeia (PCR) e imunocitoquímica. As amostras biológicas serão
coletadas no Laboratório da Universidade Potiguar (UnP) e analisadas no Laboratório de Imunologia
Clínica da Universidade Federal da Rio Grande Norte (UFRN) e na Unp. Sua participação neste
estudo é totalmente voluntária, podendo recusar-se a fazer parte do mesmo ou interromper se julgar
conveniente, sem prejuízo para o andamento do trabalho de pesquisa.
RISCOS: As atividades propostas neste projeto oferecem o mínimo de risco à saúde dos indivíduos
envolvidos na pesquisa. Dessa forma, podendo ser considerados os riscos referentes ao
procedimento de coleta, tais como: hematomas, sangramentos e desmaios referentes à coleta do
material biológico.
BENEFÍCIOS: Os benefícios deste trabalho, serão a identificação e confirmação do HPV através da
realização de exames sorológicos e cervicos vaginais realizados nos pacientes. Serão feitos exames
de citologia oncótica, PCR, imunocitoquímica. Além disso, será realizada também uma palestra
educativa de orientação sobre prevenção e tratamento do HPV, pela mestranda Daliana Caldas
Pessoa da Silva.
CONFIDENCIAL DO ESTUDO: Os participantes do trabalho de pesquisa em questão terão a garantia
do sigilo das informações geradas com as análises, até o limite permitido por lei. Além dos
pesquisadores envolvidos, apenas os componentes do Comitê de Ética em Pesquisa do HUOL
poderão, em algum momento, ter acesso aos resultados da pesquisa, se necessário. Cada pessoa
participante do projeto terá acesso aos resultados de seus exames, bem como o seu significado se
assim o desejar em qualquer momento de realização da pesquisa ou mesmo após a conclusão da
mesma. Cada indivíduo será registrado e terá um número de identificação, o que garante o sigilo dos
dados obtidos. Dessa forma, a identidade do paciente não será revelada em qualquer relatório ou
publicação científica resultante deste estudo.
DANO ADVINDO DA PESQUISA: Em caso de danos devidamente comprovados, resultantes desta
pesquisa, o sujeito será devidamente indenizado pela instituição responsável.
PARTICIPAÇÃO VOLUNTÁRIA: O participante do projeto de pesquisa poderá desistir da colaboração
em qualquer etapa e por qualquer motivo, sem que haja nenhuma penalidade ou prejuízo ao mesmo.
ARMAZENAMENTO (GUARDA) DO MATERIAL BIOLÓGICO: Posteriormente após as análises
laboratoriais, o material biológico remanescente cervico vaginal será armazenada no laboratório de
citologia da URFN e parte na Unp, não podendo em hipótese alguma ser removido do local de
acondicionamento nem cedido a terceiros. Os sangues coletados para realização da citometria de
fluxo, serão desprezados em expurgos da UFRN, de acordo com as normas dessa universidade.
51
PERGUNTAS: Estimulamos que você faça perguntas a respeito da pesquisa. Se houver alguma
dúvida, entre em contato com a Farmacêutica-Bioquímica, especialista em citologia clínica, Daliana
Caldas Pessoa da Silva no Laboratório de citologia Clínica do Departamento de Análises Clínicas e
Toxicológicas da UFRN.
COMITÊ DE ÉTICA: Este projeto foi avaliado pelo Comitê de Ética em Pesquisa do HUOL (CEP).
Informações adicionais podem ser obtidas pelo telefone 3202-3719.
CONSENTIMENTO PARA PARTICIPAÇÃO: Declaro que os responsáveis pela pesquisa informaram
os riscos e benefícios do projeto de pesquisa a ser realizado e que após ter lido e compreendido as
informações contidas neste documento, estou disposto a participar de livre e espontânea vontade do
estudo, consciente de que posso, a qualquer momento, desistir de participar se assim o desejar.
Assim, autorizo a utilização das informações obtidas com finalidade de desenvolver a pesquisa
citada, a exposição do fato caso tenha sido realizada, como também a publicação do referido
trabalho de forma escrita, podendo utilizar inclusive minhas informações. Concedendo também o
direito de uso para quaisquer fins de ensino e divulgação nos jornais e/ ou revistas científicas, desde
que mantenham o sigilo sobre minha identidade.
Nome do paciente: __________________________________________________________
Testemunha: ______________________________________________________________
Assinatura do paciente: ______________________________________________________
Natal, _____/______/______
COMPROMISSO DO INVESTIGADOR:
Como coordenadora e responsável pelo projeto de pesquisa “AVALIAÇÃO IMUNOLÓGICA E
CITOLÓGICA DE PACIENTES PORTADORAS DE PAPILOMA VIRUS HUMANO (HPV) ”, declaro
que expliquei aos pacientes todos os procedimentos necessários para a realização do referido
trabalho. Comprometo-me a cumprir o que foi acordado com os mesmos sobre os riscos e benefícios
da pesquisa, de acordo com as normas estabelecidas na Resolução 196/96-CNS, procurando manter
a integridade e bem-estar dos indivíduos participantes neste projeto.
______________________________________
Daliana Caldas Pessoa
Av. Gal. Cordeiro de Farias, s/n, Petrópolis, Natal/RN
Telefone: 3215-4229
e-mail: [email protected]
Comitê de Ética em Pesquisa
Hospital Universitário Onofre Lopes
Telefone: 3202-37
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9.2 Aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa do Hospital Universitário
Onofre Lopes CEP-HUOL
53
9.3 ARTIGOS
Artigo 1: Immunohistochemical expression of p16, Ki-67 and p53 in cervical lesions
– A systematic review. Publicado na revista Pathology – Research and Practice que
possui fator de impacto 1,543 e Qualis B2 da CAPES para área Medicina II.
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Artigo 2: Investigation of lymphocyte subpopulation alterations in peripheral blood of women with high risk oncogenic human papillomavirus. Submetido ao Journal of Clinical Laboratorila Analysis. Fator de impacto 1,543 e Qualis B2 da CAPES para área Medicina II.
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