MITOCÔNDRIA - University of São Paulo

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Biologia Celular e Molecular para Nutrição e Metabolismo RNM 0003 MITOCÔNDRIA Vanessa Cristina Arfelli Doutoranda Laboratório de Investigação Molecular do Câncer LIMCa Ribeirão Preto-SP 25.04.18

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Biologia Celular e Molecular para Nutrição e Metabolismo RNM 0003

MITOCÔNDRIA

Vanessa Cristina Arfelli

Doutoranda Laboratório de Investigação Molecular do Câncer – LIMCa

Ribeirão Preto-SP

25.04.18

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Por que comemos?

Por que respiramos?

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O que você sabe sobre a mitocôndria???

O que você sabe sobre a mitocôndria???

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O que os antioxidantes têm a ver

com isso?

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Mitocôndria: Evolução

• Célula eucariótica primitiva fagocita uma bactéria.

• Inicialmente vivem em simbiose = teoria da Endossimbiose, Lynn Margulis.

Que tipo de bactéria?

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Características da mitocôndria

• Genoma e maquinaria para síntese de RNA e proteína próprios;

• Genoma mitocondrial humano 16.569 bp, 37 genes

• Crescimento e fissão semelhante a bactérias. Pode haver fusão.

• Dupla membrana

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As mitocôndrias são “usinas” produtoras de energia: ATP

A hidrólise do último grupo fosfato libera muita energia!

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Geração de ATP primitiva

1 – Procariotos e eucariotos primitivos: consumiam moléculas orgânicas geradas geoquimicamente

Produzia ATP por fermentação

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Glicólise Mecanismo ancestral ( e conservado atualmente) de geração de ATP em condições anaeróbias.

2 moléculas de ATP (líquido) 2 moléculas de piruvato

Citoplasma

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Fermentação

O piruvato gerado na glicólise é reduzido à lactato (ácido lático).

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Evolução da síntese de ATP baseada em membranas

2 – Sem O2 , transferência de e- para NADH ou NADPH, gerando subprodutos reduzidos (ácido lático ou fórmico).

Acidificou o ambiente Surgimento de bombas de H+

Consumo de ATP

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3 – Escassez de nutrientes :

Pressão seletiva vantagem para transporte

de H+

sem consumo de ATP

Evolução da síntese de ATP baseada em membranas

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3 – Transporte de H+ muito eficiente

Acúmulo de energia Retorno para o citosol

Geração de ATP

Evolução da síntese de ATP baseada em membranas

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Qual a consequência do surgimento da

fosforilação oxidativa para a vida

na Terra? Vantagem do surgimento da fosforilação oxidativa: gerar mais ATP em um ambiente que estava ficando escasso de nutrientes.

Glicólise: aproveita apenas 10% da energia livre total potencialmente disponível.

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Características morfológicas da mitocôndria

Matriz: Contém enzimas, várias cópias do DNA mitocondrial,

ribossomos mitocondriais especiais, RNAt.

Membrana interna: dobrada em numerosas cristas.

Contém proteínas da cadeia de transporte de elétrons, ATP sintase e proteínas transportadoras de metabólitos. Impermeável a íons e maioria das pequenas moléculas carregadas.

Membrana externa: contém porinas (permeáveis a

moléculas < 5 kDa) e enzimas da síntese e conversão de lipídios.

Espaço intermembranas: contém enzimas que

utilizam ATP proveniente da matriz para fosforilar outros nucleotídeos. Quimicamente equivalente ao citosol.

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Mecanismo aeróbio de geração de ATP

Glicólise • Gera piruvato • Gera ATP e NADH

Citoplasma 1

Membrana interna

• Cadeia transportadora de e-

• Fosforilação oxidativa 3

• Ciclo de Krebs : gera NADH, FADH2, GTP e CO2.

• Conversão do piruvato em Acetil-CoA pelo complexo Piruvato desidrogenase

Matriz 2

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Moléculas carreadoras de elétrons: NADH e FADH2

NAD+

Os e- de alta energia são transferidos para a membrana mitocondrial interna. A perda de e- regenera NAD+ e FAD+, necessários para a continuação do metabolismo oxidativo.

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A transferência de elétrons ocorre por reações redox

O potencial redox é uma medida das afinidades eletrônicas

Devido à ligação de alta energia de seus elétrons, a variação de energia livre para a passagem de seus elétrons para outras moléculas é favorável.

NADH/NAD+ = baixo potencial redox (mais negativo)

reduzido oxidado

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Acoplamento quimiosmótico

Cadeia transportadora de elétrons Fosforilação oxidativa

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Visão geral

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Os complexos enzimáticos respiratórios formam a cadeia transportadora de elétrons

Gradiente de concentração de H+ (gradiente de pH)

Potencial de membrana

Transferência dos e- é energeticamente favorável

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Os prótons são prontamente movidos pela transferência de elétrons

Cadeia de moléculas de água

De onde vêm os prótons transportados?

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Cadeia transportadora de elétrons

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Quinona : carreador não proteico hidrofóbico

Pode receber diretamente os e- de FADH2 gerado pelo ciclo do ácido cítrico ou oxidação dos ácidos graxos.

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As proteínas carreadoras de e- possuem centros metálicos

Centros de ferro-enxofre

Grupos heme

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O oxigênio é o aceptor final de elétrons

Por que a NADH não doa os e- diretamente para o O2?

Queda brusca de energia livre Toda energia liberada na forma de calor

A transferência gradual de e- permite que mais da metade da energia liberada seja estocada.

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A citocromo oxidase catalisa a redução do oxigênio

4 e- + 4 H+ + O2 = 2 H2O 4 H+ bombeados

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A citocromo oxidase é crucial para a vida aeróbica

A citocromo oxidase prende firmemente a molécula de oxigênio até que 4 elétrons estejam disponíveis

Previne o ataque do superóxido a outras macromoléculas

Altamente reativo!

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O bombeamento de H+ para o espaço intermembranas cria um forte gradiente eletroquímico

É energeticamente favorável para os H+ fluírem de volta para a matriz mitocondrial!

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O gradiente de prótons promove a síntese de ATP – fosforilação oxidativa

ATP sintase cria uma rota hidrofílica que permite aos prótons fluir a favor do seu gradiente eletroquímico.

O movimento dos prótons através do carreador causa uma rotação na haste dentro da cabeça e induz a produção de ATP.

Transporte acoplado ao fluxo de H+

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A maior parte da energia das células eucarióticas é gerada pelo metabolismo aeróbio

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A ATP sintase pode ter atividade inversa: hidrólise de ATP para bombear H+ contra o gradiente

Depende da magnitude do gradiente eletroquímico de prótons por membrana na qual ela está.

Mecanismo importante em bactérias aeróbicas facultativas.

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ROS (Reactive Oxygen Species)

Murphy, M.P. How mitochondria produces reactive oxygen species. Biochemical Journal, 2009.

Quando ocorre a geração de ROS?

Quando a quantidade de radicais livres supera a quantidade de antioxidantes, temos o ESTRESSE OXIDATIVO.

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Consequências do estresse oxidativo

• Doenças cardiovasculares: Oxidação de LDL ateroesclerose

(deposição de placas de gordura nas veias). • Câncer dano no genes que possuem papel

na apoptose, proliferação

• Envelhecimento acúmulo de danos que favorecem o aparecimento de doenças e desordems

Lobo et al. Free radicals, antioxidants and functional foods: Impact on human health. Pharmacognosy Review, 2010.

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Compostos bioativos antioxidantes

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Como os antioxidantes agem?

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Bibliografia básica

• Bruce Alberts et al. Fundamentos de Biologia Celular. 3ª Edição. Capítulo 14.