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Jornal 0 histórias Dias das prováveis (im) Junho 2009

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mmjornal o june 2009 The line-up of the Maria Matos Theatre concentrates on contemporary creative arts, developing its activities in an interdisciplinary context and opening doors to experimentation with new forms and proposals. The Maria Matos Theatre extends its activity to all stage arts - theatre, dance and music - seeking to activate the areas of confluence between these and creating opportunities for artistic research and questioning dynamics.

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Jornal 0

históriasDias das

prováveis(im)

Junho 2009

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quinta

calendário19h00 .................. Mala Voadora Chinoiserie ......................................................... Teatro Maria Matos

17h00 e 23h00 Mala Voadora Chinoiserie ......................................................... Teatro Maria Matos

17h00 .................. Mala Voadora Chinoiserie ......................................................... Teatro Maria Matos

21h00 .................. Alvis Hermanis Sónia ....................................................................Teatro Maria Matos

23h00 .................. Estúdios Cartões de Visita ........................................................... Piscina do Areeiro

19h00 .................. Tiago Rodrigues Outro Dia (esboço 1) ................................. Sala Ensaios Maria Matos

19h00 > 23h00 Patrícia Portela AudioMenus ................................................... Esplanada mmcafé

21h00 .................. Alvis Hermanis Sónia ................................................................... Teatro Maria Matos

23h00 .................. Estúdios Cartões de Visita ........................................................... Piscina do Areeiro

15h00 > 19h00 Aoarlivre ................................................................................................ Jardim das Estacas

15h00 > 23h00 Patrícia Portela AudioMenus ................................................... Esplanada Maria Matos

16h00 e 18h00 Joana Providência Histórias Suspensas .............................. Jardim das Estacas

19h00 .................. Tiago Rodrigues Outro Dia (esboço 1) ................................ Sala Ensaios Maria Matos

21h00 .................. Alvis Hermanis Sónia ................................................................... Teatro Maria Matos

23h00 .................. Estúdios Cartões de Visita ........................................................... Piscina do Areeiro

21h00 .................. Jaap Blonk Dr. Voxoid’s Next Move ...................................... Teatro Maria Matos

quinta

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21h00 .................. Nature Theater of Oklahoma Romeo and Juliet .......... Teatro Maria Matos

19h00 .................. Martim Pedroso Purgatório ....................................................... Santa Joana Princesa

21h00 .................. Nature Theater of Oklahoma Romeo and Juliet .......... Teatro Maria Matos

23h00 .................. Emídio Buchinho, Carlos Santos, João Silva Departure mmcafé

15h00 > 19h00 Aoarlivre ................................................................................................ Jardim das Estacas

16h00 .................. Circolando Charanga .................................................................. Jardim das Estacas

19h00 .................. Martim Pedroso Purgatório ....................................................... Santa Joana Princesa

21h00 .................. Nature Theater of Oklahoma Romeo and Juliet .......... Teatro Maria Matos

23h00 .................. Emídio Buchinho, Carlos Santos, João Silva Departure mmcafé

19h00 .................. Martim Pedroso Purgatório ....................................................... Santa Joana Princesa

21h00 .................. Scanner 52 Spaces ........................................................................... Teatro Maria Matos

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Pensa-se que a inteligência humana nasceu com a invenção da língua, ou seja, a capacidade de falar. Muito cedo esta vontade de falar deve ter extravasado o uso meramente utilitário, para incluir o acto de contar histórias imaginárias e mágicas. Os mitos e as lendas são as primeiras tentativas do homem se relacionar simbolicamente com um universo maravilhoso, mas também assustador e misterioso. Cem mil anos depois do homo sapiens ter começado a usar a língua para comunicar, continuamos a passar boa parte das nossas vidas a contar e a ouvir histórias. Histórias que são um espelho da vida real ou que criam mundos paralelos, histórias que advertem, acusam ou consolam, histórias divertidas ou de terror, conhecidas ou improváveis. No mês de Junho, o Teatro Maria Matos desdobra-se em múltiplos espaços para apresentar os dias das histórias (im)prováveis, um programa festivo e transversal de teatro, música, oficinas e instalações, dentro e fora do próprio teatro.

O programa abre com os inconfundíveis Nature Theatre of Oklahoma (Nova Iorque) pegam numa das histórias mais contadas de sempre: Romeu e Julieta, a história do amor proibido. Contam e recontam as dezenas de versões que recolheram em diversas entrevistas, num hilariante espectáculo de stand up comedy.

Segue-se a peça Purgatório de Martim Pedroso, baseado no texto homónimo do jovem francês Joris Lacoste. Purgatório é a anti-história, um texto que procura a todo custo fugir da narrativa, atestando paradoxalmente a nossa necessidade de criar histórias, nem que seja apenas na mente do espectador. Porque, inevitavelmente, a peça que nunca quis contar nada, torna-se num retrato implacável do nosso tempo, sem esperança, sem utopia, sem qualidades.

Desde o século XVII que as Chinoiseries fazem parte do imaginário ocidental. Quadros, móveis, edifícios, óperas, mas também simples objectos de inspiração chinesa moldaram a nossa maneira de olhar o Oriente. Será que nos contam realmente algo sobre o Oriente? Ou antes sobre o Ocidente? Tiago Rodrigues, por seu lado, debruça-se sobre os ‘factos’ que os telejornais nos contam todos os dias e opta por substituí-los por outras histórias mais ou menos prováveis, mais ou menos desejáveis. Afinal, não há sempre muitas realidades possíveis?

Do encenador Alvis Hermanis, estrela ascendente no teatro europeu, apresentamos Sónia, da escritora Russa Tatiana Tolstaya, uma história comovente de uma mulher pouco atraente e só, que vive o seu sonho de amor incondicional contra todas as probabilidades e crueldades do mundo.

Mais histórias serão servidas pelos oito participantes brasileiros e portugueses do Projecto Estúdios: oito histórias, tantos cartões de visita de um grupo de artistas que vai continuar a trabalhar no Teatro Maria Matos durante seis semanas.

O colectivo Granular apresenta um programa musical à volta da voz humana e da narrativa, com dois grandes nomes da música contemporânea europeia, o britânico Scanner (Robin Rimbaud) e o holandês Jaap Blonk, e um concerto-instalação de Emídio Buchinho, Carlos Santos e João Silva que utiliza sons e imagens dos comboios que passam na estação da Avenida de Roma.

O Teatro Maria Matos abre também as portas, invadindo o espaço envolvente com espectáculos de rua, oficinas para toda a família e uma divertida instalação de Patrícia Portela com ‘AudioMenus’ repletos de histórias…

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prováveis(im)

19h00 .................. Mala Voadora Chinoiserie ......................................................... Teatro Maria Matos

17h00 e 23h00 Mala Voadora Chinoiserie ......................................................... Teatro Maria Matos

17h00 .................. Mala Voadora Chinoiserie ......................................................... Teatro Maria Matos

21h00 .................. Alvis Hermanis Sónia ....................................................................Teatro Maria Matos

23h00 .................. Estúdios Cartões de Visita ........................................................... Piscina do Areeiro

19h00 .................. Tiago Rodrigues Outro Dia (esboço 1) ................................. Sala Ensaios Maria Matos

19h00 > 23h00 Patrícia Portela AudioMenus ................................................... Esplanada mmcafé

21h00 .................. Alvis Hermanis Sónia ................................................................... Teatro Maria Matos

23h00 .................. Estúdios Cartões de Visita ........................................................... Piscina do Areeiro

15h00 > 19h00 Aoarlivre ................................................................................................ Jardim das Estacas

15h00 > 23h00 Patrícia Portela AudioMenus ................................................... Esplanada Maria Matos

16h00 e 18h00 Joana Providência Histórias Suspensas .............................. Jardim das Estacas

19h00 .................. Tiago Rodrigues Outro Dia (esboço 1) ................................ Sala Ensaios Maria Matos

21h00 .................. Alvis Hermanis Sónia ................................................................... Teatro Maria Matos

23h00 .................. Estúdios Cartões de Visita ........................................................... Piscina do Areeiro

21h00 .................. Jaap Blonk Dr. Voxoid’s Next Move ...................................... Teatro Maria Matos

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Romeo

teatro

Romeo and Juliet do Nature Theater of Oklahoma é baseado numa série de conversas telefónicas em que foi pedido às pessoas que contassem, pelas suas próprias palavras, a história de Romeu e Julieta. O resultado assume reviravoltas surpreendentes, devido ao facto de ninguém se lembrar com exactidão da verdadeira história. Quem se apaixonou por quem primeiro? Envolveram-se sexualmente? Quem matou Mercúcio? Como é que estes amantes infelizes se perderam tão tragicamente? Longe de se recontar, vezes sem conta, a mesma história, os participantes reinventam Romeu e Julieta, recorrendo a novos pormenores voluptuosos e criando cenas e personagens que não existem na versão original. Onde a memória falha, a criatividade preenche as lacunas, criando histórias altamente originais sobre o amor, a luxúria e o auto-sacrifício.

No ano passado, No Dice do Nature Theater of Oklahoma foi um dos pontos altos do festival alkantara, tendo sido seleccionado no top 10 de 2008 do Público e do Expresso. Eis uma oportunidade de reencontrar ou descobrir a mais badalada companhia de teatro de Nova Iorque.

Natureof Oklahoma

andJuliet

Theater

Teatro Maria Matos - sala principal

quinta 4, sexta 5, sábado 6 Junho, 21h00

10€ / 7,5€ / 5€ Espectáculo em inglês, com legendas em português

interpretação Anne Gridley e Robert M. Johanson com Elisabeth Connerdirecção e encenação Pavol Liska e Kelly Coppera partir de conversas com Anne Gridley, Eliotte Crowell, Jo Liegerot, Kristin Worrall, Linda Copper, Robert M. Johanson, Teresa Gridley e Zachary Oberzandesign Peter Nigrini

produção executiva Robert Saenz de Viteri e Gabel Eibenprodução International Summerfestival / Kampnagel Hamburg, Salzburger Festspiele co-produção Kaaitheater Brussels / Workspace Brussels / Buda Kunstcentrum, Noorderzon Festival / Grand Theatre Groningen e Wexner Center for the Arts at The Ohio State University

(Nova Iorque)

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Purgatório é um texto que, à partida, não tem nada a dizer mas propõe uma operação. Não procura representar, contar, significar, nem mesmo pôr um problema. Trabalha na possibilidade de um acontecimento. É um dispositivo que se prende ao “aqui e agora” e ao “lugar” onde estamos: flutuante como os sacos “Minipreço” nas águas mornas da vida quotidiana e do teatro contemporâneo. Purgatório procede a partir de golpes, tentativas e experiências. Tenta desamarrar qualquer coisa. Reúnem-se as condições, treina-se, aquece-se, tentam-se movimentos, convoca-se um

repertório de gestos, de modalidades de acção, de truques de profissional. Pouco a pouco, Purgatório lança-se numa dança incongruente, cómica, à volta de um acontecimento impossível, fantasmagórico, terrivelmente forçado como se o que está para acontecer só acontecesse se fosse de um modo violento: uma interrupção, um sismo na ordem habitual das relações. À sua maneira um pouco maldosa, o espectáculo propõe ao espectador uma armadilha: a relação teatral fixa-se não mais como comunicação, transmissão, participação ou partilha, mas como “síndroma de Estocolmo”.

Martim

teatro | co-produçãoPurgatóriotexto Joris Lacoste traduções André Maranha (para o português) e Manuele Masini (para o italiano)adaptação do texto e encenação Martim Pedroso interpretação Estelle Franco, Flávia Gusmão, Inês Nogueira, Martim Pedroso, Paula Diogo, Tobias Monteiro, Vitor d`Andradeassistente de encenaçãoCláudia Gaiolas colaboração na coreografia e movimentoStefano Mazzotta figurinos e espaço cénico Martim Pedrosomúsica James Uhartdesenho de luz Tiago Guedes vídeo António Duartedirecção técnica Mafalda Oliveirafotografia Marisa Nunesprodução Materiais Diversos co-produção ZDB, Devir/Capa, O Espaço do Tempo,Teatro Maria Matos apoios Fundação Calouste Gulbenkian, Instituto Franco-Português, Instituto Camões

projecto financiado pelo Ministério da Cultura / Direcção Geral das Artes

Auditório Santa Joana Princesa

sexta 5, sábado 6, domingo 7 Junho, 19h00

10€ / 7,5€ / 5€

andJuliet

Pedroso

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Teatro Maria Matos - sala principal

domingo 7 Junho, 21h00

10€ / 7,5€ / 5€ Co-organização Teatro Maria Matos e Granular

Homenagem a Michelangelo Antonioni, 52 Spaces é um projecto intermédia que envolve música e vídeo. Utilizando sons da cidade de Roma e diálogos do filme The Eclipse (1962), bem como 52 frames do final dessa longa-metragem, Scanner constrói aquilo que é, em simultâneo, uma paisagem sonora e uma narrativa surreal sobre uma cidade suspensa no tempo, trazendo para a presente era digital as visões do cineasta italiano. Melancólico e contemplativo, o espectáculo transmite um sentido de perda, reflectindo não só os ambientes como as vivências de um meio urbano em transformação.

Robin Rimbaud (Scanner) trabalha com som, espaço e imagem, criando obras com diversas camadas de elementos que utilizam a tecnologia de formas inconvencionais e inesperadas. Particularmente interessado na utilização da fala humana e do ruído das metrópoles contemporâneas, o seu trajecto tem sido elogiado por figuras tão distintas quanto Aphex Twin ou Karlheinz Stockhausen, com colaborações que já passaram por Radiohead, Brian Ferry, Laurie Anderson, Merce Cunningham, Michael Nyman, Luc Ferrari e Derek Jarman.

Scannermúsica

Instalação/performance baseada no sentido poético da ideia de partida e de deslocação espacial e emocional a partir de um local específico, a estação de comboios da Avenida de Roma, tomada como um eixo de cruzamentos efémeros e um apeadeiro de memórias e narrativas. Departure estabelece uma ligação simbólica do material sonoro e visual recolhido na estação de comboios (o exterior), e a sua projecção, depois de tratado, no Teatro Maria Matos (o interior). Este projecto junta dois duos num trio, o de Carlos Santos e Emídio Buchinho em volta do projecto A Vénus de Pistoletto, numa transposição dos conceitos da arte povera para a música, e o de Carlos Santos e João Silva, de dimensão intermédia. Com percurso na área da electroacústica, Santos trabalha usualmente com found sounds e gravações de campo, processando digitalmente os materiais que vai recolhendo. Em paralelo, desenvolve actividade como designer, sendo o autor das capas da editora discográfica Creative Sources. Um dos mais importantes engenheiros de som do cinema português, e ainda que seja igualmente guitarrista, Buchinho aponta o microfone como o seu principal instrumento. Artista visual e videasta, Silva dedica-se também à criação sonora, indo desde a manipulação de objectos e pequenas percussões à laboração electrónica.

Departure

música | encomenda

52 SpacesEmídio Buchinho

Carlos SantosJoão Silva

mmcafé

sexta 5, sábado 6 Junho, 23h00

5€ preço único Co-organização Teatro Maria Matos e Granular

electrónica e vídeo Robin Rimbaud A Granular é uma estrutura financiada pela Direcção Geral das Artes / Ministério da Cultura

microfones, captação e composição sonora Emídio Buchinhomanipulação digital e espacialização do som, composição sonora Carlos Santos fotografia, montagem e composição vídeo João SilvaA Granular é uma estrutura financiada pela Direcção Geral das Artes / Ministério da Cultura

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teatro | co-produção

direcção Jorge Andradedramaturgia Jorge Andade e José Capelatexto Miguel Rochavídeo Rui Ribeiroluz José Álvaro Correia

som Rui Lima e Sérgio Martinscom Anabela Almeida, Bruno Huca e Jorge Andradedirecção de produção Magda Bullco-produção Maria Matos Teatro Municipal, Citemor, O Espaço do Tempo

Chinoiserie é o segundo espectáculo de um ciclo sobre identidade. Tem como ponto de partida os fenómenos de construção de identidades culturais. Recorre-se à manipulação de bibelots: pequenos objectos que, como as obras de arte, não servem para nada senão para proporcionar a experiência estética. Os bibelots possuem dimensão política na medida em que espelham ou produzem cultura, designadamente, a cultura “exótica”. A história da chinoiserie – um estilo decorativo – é uma história de apropriação de tradições, de contrafacção, de originais que servem de modelo a cópias, de cópias que servem de

modelo a originais, de equívocos ocidentais sobre o Oriente, de equívocos orientais sobre o Ocidente, e de naturais oportunismos mercantis, eles próprios produtores de cultura. Nos dias de hoje já não se faz exactamente chinoiserie, mas a indústria de souvenirs continua a ser um bom exemplo de como o comércio internacional de objectos, ao representar destinos turísticos, produz uma cultura visual imaginativa.Para mais informações sobre Chinoiserie e sobre a mala voadora, consultar www.malavoadora.blogspot.com.

Mala VoadoraChinoiserieTeatro Maria Matos - sala principal

sexta 12 Junho, 19h00

sábado 13 Junho, 17h00 e 23h00

domingo 14 Junho, 17h00

10€ / 7,5€ / 5€

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Sónia é uma mulher pouco atraente, solitária e algo ingénua, mas com uma alma onde cabe o mundo inteiro: as pequenas coisas do dia-a-dia, as crianças dos vizinhos, os sonhos, o amor. Apanhada num jogo cruel e manipulada por um mundo que goza com a sua simplicidade, vai até ao fim para viver o seu sonho de amor incondicional. As duas personagens da peça, o narrador e Sónia, são representados por dois homens, actores que criam este melodrama comovente com uma virtuosidade extraordinária. A força reside na sua simplicidade radical: dois homens para representar o mundo, à maneira de Beckett. Mudam de registo com uma facilidade espantosa – do burlesco ao trágico, do divertido ao patético, do sonho à realidade cruel.

Alvis Hermanis é dramaturgo, actor, encenador e director artístico do Teatro Nacional de Letónia, New Riga Theatre, desde 1997. O percurso que tem desenvolvido com este teatro é radicalmente inovador e de uma qualidade e frescura raramente atingida por instituições desta natureza. As suas peças tem sido apresentadas em todo o mundo e o seu trabalho recebeu várias distinções, como o Young Directors Award do Salzburger Festspiele, o Stanislavsky Prize (Moscovo) e o Europe Theatre Prize for the New Theatre Reality.

texto Tatiana Tolstayaencenação Alvis Hermanisinterpretação Gundars Ābolins e Jevgenijs Isajevsdesigner Kristīne Jurjāne som Andris Jarānsluz Krišjānis Strazdītsdirecção de cena Linda Zaharovaapoio técnico Karlis Tone e Janis Smirnovstour manager Agnija Apeleprodução New Riga Theatre

teatro

New Riga Theatre (Letónia)

Alvis Hermanis

Teatro Maria Matos - sala principal com bancada

quinta 18, sexta 19, sábado 20 Junho, 21h00

10€ / 7,5€ / 5€ Espectáculo em russo, legendado em português

Sónia

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Cartões de visitaPiscina Municipal do Areeiro

quinta 18, sexta 19, sábado 20 Junho, 23h00

Entrada livre (lotação limitada), levantamento do bilhete no local do espectáculo, a partir das 22h00

Estúdios

Alex Cassal (1967) Nasceu na cidade brasileira de Porto Alegre e vive desde 1996 no Rio de Janeiro. Tem colaborado com artistas de dança contemporânea como Dani Lima, Gustavo Ciríaco, Denise Stutz e Alice Ripoll. Actua no território de cruzamento entre dança, teatro, performance e artes visuais.

Cláudia Gaiolas (1976) Estudou na Escola Superior de Teatro e Cinema. Participou em espectáculos de Tiago Rodrigues, Teatro da Garagem, André Murraças, Joaquim Horta, António Mercado, Madalena Victorino, Jean-Pierre Larroche, Mala Voadora, Àgnes Limbos e a Truta. É co-fundadora do Teatro Praga e do Grupo SubUrbe. Recentemente, co-encenou com Pedro Carraca o espectáculo A mulher que parou.

Felipe Rocha (1972) Formou-se em Artes Cénicas pela Universidade do Rio de Janeiro. Como actor trabalhou com a Intrépida Trupe, Aderbal Freire-Filho, Antonio Abujamra, Christiane Jatahy, Domingos Oliveira, João Falcão, Enrique Diaz e Moacyr Chaves. Como bailarino, com Cristina Moura, Marcia Rubin, Dani Lima, Paulo Mantuano e Henrique Schuller. É membro do Coletivo Improviso e trompetista da banda Brasov.

Michel Blois (1984) Tem a formação em Artes Cénicas pela Casa das Artes de Laranjeiras. Faz parte da Invisível Companhia e da Pequena Orquestra e trabalhou com o grupo anglo-alemão Gob Squad e os encenadores Jefferson Miranda e João Fonseca. Entrou no filme Tropa de Elite de José Padilha. Dirigiu peças de Fausto Paravidino e de Julia Spadaccini.

Paula Diogo (1977) Tirou o Bacharelato pela Escola Superior de Teatro e Cinema. Foi co-fundadora do colectivo Teatro Praga (1995/08), da TRUTA em 2003 e da produtora Pato Profissional Lda em 2003, onde desenvolveu um trabalho regular como criadora e produtora. Curso de encenação de teatro, programa criatividade e criação artística, da Fundação Calouste Gulbenkian. Neste momento continua a trabalhar em projectos de colaboração na área da performance em Portugal, França e Itália.

Pedro Gil (1980) Estudou teatro na Escola Superior de Teatro e Cinema e no Lee Strasberg Theatre Institute em Nova Iorque. Dirige em parceria com Ana Pereira uma estrutura de criação artística onde realizou Homem‑Legenda e Mona Lisa Show. Curso de encenação de teatro, programa criatividade e criação artística, da Fundação Calouste Gulbenkian. Actor profissional desde 1999,

Tiago Rodrigues (1977) Actor, dramaturgo, produtor e encenador, Tiago Rodrigues é director artístico do Mundo Perfeito. Escreveu, interpretou, dirigiu ou produziu mais de uma dezena de criações que têm sido apresentadas em Portugal e no estrangeiro. Desde 1998, trabalha regularmente com a companhia belga STAN. Lecciona teatro em Portugal e na Bélgica. O seu percurso também passa pelo jornalismo, guionismo e cinema.

Thiare Maia (1981) É actriz e performer com formação pela Casa de Artes de Laranjeiras, e em cinema pela UNESA, do Rio de Janeiro. Desde 2005 desenvolve um trabalho colaborativo sobre linguagem com a Invisível Companhia. Hoje também faz parte do colectivo Pequena Orquestra. Compartilha pesquisas com artistas como Enrique Diaz, Felipe Rocha, Flávio Graff e Jefferson Miranda.

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Durante a sua primeira semana de trabalho, os oito artistas brasileiros e portugueses que participam no projecto Estúdios, apresentam oito solos num registo muito informal. Cada solo é uma história, preparada individualmente por cada um dos criadores. Em cada sessão serão apresentadas duas ou três histórias. Estas histórias serão o cartão de visita de cada artista junto dos restantes participantes no projecto e também do público do Teatro Maria Matos. Haverá maneira melhor para um artista se apresentar do que contar uma história?

criações e interpretações de Alex Cassal, Cláudia Gaiolas, Felipe Rocha, Michel Blois, Pedro Gil, Paula Diogo, Tiago Rodrigues e Thiare Maiaprodução Mundo Perfeito e Teatro Maria Matos

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vozes Tónan Quito, Inês Nogueira, Pedro Pires, Eva Nunes, Célia Fechas, entre outrostextos originais Patrícia Portelaselecção de textos Isabel Garcez e Patrícia Portelapós-produção e efeitos especiais Irmã Lúcia Efeitos Especiaisprodução executiva Conceição Narcisoprodução Prado co-produção Teatro Maria Matosprodutor associado ZDBapoio logístico RestartA associação cultural Prado é subsidiada pela Direcção Geral das Artes / Ministério da Cultura

O que vemos, quando assistimos às notícias, às oito da noite, num canal de televisão? Uma proposta da realidade. Uma empresa de jornalismo diz-nos o que é importante no espaço/tempo de um dia. E diz-nos que aquela é a realidade de que fazemos parte. Uma realidade onde, regra geral, nenhum dos nossos pensamentos ou gestos diários estão registados. Recorrendo à ferramenta simples da “dobragem” de vozes, Tiago Rodrigues experimenta sobrepor às palavras de um telejornal, outras palavras, as suas, na tentativa de contar a história de um outro dia.

teatro

TiagoRodriguesOutro dia

(esboço 1)

Teatro Maria Matos - sala de ensaios

sexta 19, sábado 20 Junho, 19h00

Entrada livre (lotação limitada), levantamento do bilhete na bilheteira do Teatro Maria Matos, a partir das 18h00

instalação | co-produção

AudioMenus - uma série de peças radiofónicas para ouvir à hora do almoço, na hora do café, em frente a uma refeição ou aperitivo. Juntamente com o seu pedido gastronómico e em troca de um B.I. deixado no balcão, o cliente leva para a mesa uma história, escolhida a partir de um menu: histórias para a auto-estima, histórias contra o patrão, cartas de amor exclusivas, uma novela de “faca e alguidar”, um conto erótico, a descrição de uma paisagem impressionista, histórias para dois, histórias a três com muita paixão e traição, histórias para toda a família, ou simples e pequenos excertos de obras de autores da língua portuguesa, haikus lusitanos, versões de grandes tragédias teatrais em formato fast-food, episódios inesquecíveis da história de Portugal, discursos políticos em formato dj, etc.

Patrícia

AudioMenusEsplanada mmcafé

sexta 19 Junho, 19h00 > 23h00

sábado 20 Junho, 15h00 > 23h00

Entrada livre

produção Mundo Perfeito

Portela

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Num espectáculo em que o próprio artista não sabe o que vai acontecer de seguida, Jaap Blonk veste a pele de uma das suas muitas personagens, Dr. Voxoid. Todos os materiais do seu vasto e rico repertório podem ser introduzidos: poesia sonora, entre peças suas e alguns “clássicos”, como o Ursonate de Kurt Schwitters; canções com línguas inventadas, como o Onderlands, que utiliza e acentua a sonoridade do Holandês; processos fonéticos, ora acústicos, ora processados electronicamente; animação vídeo em tempo real e em interacção com os sons produzidos pela voz; discursos sobre temas bizarros; paisagens sonoras; improvisações livres.

No início do seu percurso musical um saxofonista com actividade na área do jazz e da improvisação, Blonk acabou por centrar a sua atenção na voz, combinando a tradição da poesia fonética que vinha do Dadaísmo com os vocalismos experimentais de Joan La Barbara ou Phil Minton. Integrando o sampling e a síntese electrónica nas suas performances, bem como sistemas composicionais algorítmicos, depressa o músico e poeta holandês impôs a sua presença única nos palcos, a solo, em colaborações com Maja Ratkje, Mats Gustafsson, Nicolas Collins ou The Ex, e à frente de formações como o enérgico e sincopado trio Braaxtaal. É ainda o responsável de uma editora discográfica, a Kontrans.

música

Teatro Maria Matos

sala principal com bancada

domingo 21 Junho, 21h00

10€ / 7,5€ / 5€ Co-organização Teatro Maria Matos e Granular

Jaap BlonkDr. Voxoidsnext move

voz, electrónica, animação vídeo Jaap BlonkA Granular é uma estrutura financiada pela Direcção Geral das Artes / Ministério da Cultura

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“perder é uma questão de método” acho que foi Braque quem o disse

– Se deseja informação em português marque 1... if you want information in english press 2 .. peep... if you want to talk to the department of ....press 3, if you want the department... press 4... beep... se deseja atendimento personalizado, marque 5..beep...your call is on hold...o horário das partidas é…se deseja fazer reserva é...

– De momento não nos encontramos, por favor deixe mensagem. Obrigado.

Wasteband é Como quando estamos sentados no cinema, quando as luzes já se apagaram mas os anúncios ainda não começaram nem o pano descobriu o ecrã – é nesse preciso momento, entre a confusão do sentar e o quase silêncio antes do filme que tudo é possível, é a primeira chance de podermos ver o melhor filme das nossas vidas, é o momento em que podemos esperar ter a melhor experiência do dia, do ano, até do século. É o momento em que não se sabe o que se vai ver e em que existem todas as probabilidades de se ser surpreendido. Depois… começa o filme… acaba a espera. É nesse exacto momento que nos encontramos agora.

Boa noite, e muito obrigado por terem vindo à sessão de lançamento de Wasteband. É com muito orgulho que apresentamos hoje pela primeira vez um espectáculo completamente virtual.O nosso objectivo prioritário é a transferência da memória de um espectador para a memória de outro de forma a produzir 27 espectáculos virtuais individuais que uma vez comprados, podem ser utilizados em qualquer espaço exterior à Wasteband onde nos encontramos de momento.

A questão que se nos coloca aqui hoje é: Como ser virtual sem ser digital? Wasteband não faz mais do que desfragmentar a memória do vosso disco rígido.

Para tal, e como etapa de transição entre um mundo e outro, eu pedia que observassem nos vossos monitores mentais o cronograma 1aBS, onde apresentamos de uma forma esquemática o funcionamento do nosso virtualómetro.

Este medidor, digamos assim, tem por função captar, verificar e descodificar a oscilação virtual de cada espectador introduzido na Wasteband. O virtualómetro acelera o processo natural de associação de ideias que todos temos, e mistura-as sem as verbalizar… (aliás, esta é a grande característica da Wasteband!). Apenas após a mistura de todos os elementos recebidos, é accionado o processo de ordenação que, uma vez concluído, permite a construção de uma peça virtual única e exclusiva, criada para e por cada um dos presentes, através de memórias comuns utilizadas em separado. Já lá iremos, mas primeiro explicaremos que espaço é este onde nos encontramos. Wasteband é o único sítio onde a deslocação da memória é permitida sem que haja, aparentemente, qualquer perigo ou consequência nefasta imediata para a saúde de qualquer um dos intervenientes. E porquê? ...É simples: o virtualómetro não exige acção, uma vez que utiliza uma faixa de tempo perdido, estendendo os momentos de espera, E provocando assim uma maior possibilidade de acasos e efeitos colaterais em vidas demasiado programadas. Ora é no efeito colateral que a oscilação virtual se pressente com maior facilidade.

Este projecto teve início nos anos 60 em Macau com um primeiro modelo que denominámos de Houston.Foi quando iniciámos a restauração deste primeiro protótipo que encontrámos um fac simile de uma carta com uma nota de rodapé dizendo: “encontrado entre os destroços do primeiro avião que caiu.”É a descoberta desta carta que assinala, históricamente, o início do nosso projecto.

Reparem por favor, nalgumas frases desta carta como... “regressavas a Macau para rever a lua cair”....”também vou estar na casa de chá nesse dia.” Esta carta não é mais do que a caixa negra da primeira tentativa de um espectáculo virtual. A nossa equipa de tradução levou a cabo um exaustivo estudo de cada palavra durante 8 anos e meio, chegando à conclusão de que este “evento” se referia a um certo ritual chinês.

Ora, de acordo com a tradição Chinesa, os luares são sempre todos muito bem contados e numerados, e há um dia, um dia só, entre Outubro e Novembro, durante a lua cheia do equinócio de Outono, que podemos ter a certeza , devido a cálculos extremamente rigorosos e estatísticas matematicamente possíveis infalíveis (ainda que altamente improváveis), que a lua cairá numa praia cheia de sapos e regressará aos oceanos, lugar a que sempre pertenceu .Nesse dia muito possível de cada ano, os habitantes das aldeias dos arredores da praia reunem-se à beira-mar, lançam as redes à margem e esperam que a maré vaze. Ali permanecem, iluminando a praia com lanternas de papel insistindo para que essa dama nocturna descubra finalmente o caminho para descer até casa… e todos esperam… A noite inteira. Quando amanhece, se a lua não tiver caído é porque concerteza cairá no ano seguinte. Os candeeiros apagam-se, a maré enche, as redes desaparecem por entre as ondas. Os homens partem desenvolvendo teorias extremamente complexas que justifiquem o facto de ela não ter caído nem desta vez nem de todas as anteriores.Terá sido porque este ano há menos sapos na praia? Terá sido porque há cada vez mais turistas a presenciar este ritual? Terá sido porque estava muito nublado ?

e assim, tiradas as conclusões, garante-se que para o ano é que é.Seleccionámos este tema para esta noite, como ponto de partida para tentarmos deslocar, numa primeira fase, a minha memória até à vossa, para depois fazermos o contrário. Ao deslocar a minha memória, eu de facto, não estou mais do que a deslocar-me a mim até vocês e uma vez dominada a técnica da virtualização, podem vocês deslocar-se até mim com a mesma facilidade. Da intensidade e rigor da transferência dos eu e vós aqui presentes É que depende a qualidade das peças produzidas hoje.Antes de darmos início à nossa experiência piloto, apresentamos as conclusões de Houston que esclarecem todo o processo:

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Passamos a ler:

de Patrícia Portelainserida nos AudioMenus

Macao, Outubro

Espero que esteja tudo bem em Lisboa.Ouvi dizer que regressavas a Macau para ver a lua cair.Escrevo-te depois de uma longa ausência para te dizer que também vou estar na Casa de chá.Espero que continues a gostar de cozinha chinesa e que ainda saibas comer com pauzinhos…Estou no porto à tua espera a comer uma laranja.De certeza que me reconheces mas em todo o caso, digo-te que tenho o cabelo muito mais curto e o meu modo de vestir mudou um bocadinho. Levarei o jornal debaixo do braço.Depois podemos jantar em minha casa – ainda tenho aquele andar com uma vista fantástica para o mundo lá fora.

Um abraçoTânia

Rua da Praia Grande,nr 18, 11º

Macau

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1 – como funciona a realidade: Alguém se fecha num quarto, tem uma ideia e concretiza-a.2 – como funciona a virtualidade: Alguém se fecha num quarto e imagina.3 – como funciona a virtualidade na realidade: Alguém sai do quarto e cola o que imagina àquilo que concretiza.

Foi a partir do estudo deste modelo de Houston que chegámos à conclusão que para se utilizar a realidade virtual da forma mais genuína, todos os passos devem ser decorados para mais tarde, e uma vez desligados do espaço Wasteband, se possa, mentalmente, realizar a peça, sem recorrer a qualquer hardware.

Enquanto os vossos motores aquecem, abro um parentesis para reconfortar os mais ansiosos: Uma peça virtual só acontece quando se reproduz, ou seja, não acontece enquanto está a acontecer, mas apenas quando alguém se lembra dela... se notarem ligeiras mudanças de comportamento, ou a recepção de alguma imagem que à partida não parece pertencer-vos, não se apoquentem: as verdadeiras consequências da virtualidade só se fazem sentir muito mais tarde.

Estamos preparados para uma primeira simulação?

O jogo divide-se em 4 níveis:• 1 skip intro • 2 losing gravity • 3 undo • 4 restart

Vamos então dar início à primeira descolagem.

Agradecíamos que apertassem os cintos, que não fumassem, que não utilizassem qualquer aparelho electrónico durante a virtualização excepto o material oferecido por nós, lá fora estão 22º , cá dentro 37º, nos computadores regista-se neste momento uma temperatura de 48º que pode elevar-se até aos 90º durante a descolagem, se sentirem alguma mudança de temperatura não hesitem em informar qualquer um dos elementos da equipa, espero que todos os passageiros tenham avisado préviamente se têem chumbos nos dentes ou alguma dificuldade respiratória, e ter atenção aos níveis elevados de pressão devido à perda de gravidade que se verificará dentro de momentos. Agradecemos ainda que durante a virtualização não sejam utilizados os lavabos com o risco de perderem alguma passagem de nível ficando encravados no nível inferior, sendo impossível resgatá-los antes do final da viagem! Agradeciamos que disponibilizassem a partir deste momento o wastebin da vossa memória para que se possa recolectar tudo o que foi deitado fora ultimamente. A descolagem efectuar-se–à em 4 níveis com a duração máxima de 8,5min cada um. No final de cada etapa será apresentado nos monitores o registo da triagem virtual.Chamamos a atenção para o facto de, em Wasteband só se poder jogar enquanto se espera... Quando se deixar de esperar perde-se...Muito obrigado por decidirem jogar connosco, a equipa a bordo deseja-vos uma boa viagem.

Enquanto aguardamos mais resultados desta última fase na Wasteband, aproveitamos para descansar um pouco e para vos explicar porque é que a lua vai cair.

Ora, como sabem, há um aumento da duração do dia de 0,002 seg por século devido às forças de maré que a lua exerce sobre o nosso planeta e à dissipação energética induzida pela fricção das massas oceânicas nos fundos marinhos, o que cria um abrandamento do movimento da rotação axial da Terra, e consequentemente, da aceleração da lua – ora, isso pode causar uma distorção das forças gravitacionais entre a Terra e a Lua, causando a inevitável queda de um deles.

Recebemos hoje ao fim da tarde, em informação exclusiva do centro de pesquisa da Universidade de Berkeley, um estudo que veio provar que a alteração da velocidade de rotação da Terra não se deve apenas a forças da natureza mas a um outro fenómeno humano de maior importância: A 21 de Julho de 1969, quando Armstrong pousou o seu primeiro pé na lua, os seus 82 kilos, dos quais 17 eram só das botas, ainda que pesando apenas 14 kg sem gravidade, foram o peso necessário para perturbar todas as leis universais. Desde então a lua iniciou o seu processo de queda.No entanto ainda há uma outra razão incontornável para a queda da lua:É que o buraco em que habitam os mares do mundo corresponde exactamente ao tamanho que a lua tem. Todas as suas crateras e montanhas assentam na perfeição em todas as sinuosidades existentes no fundo do mar. (se calcularmos que os valores da erosão na Terra são muito mais fortes do que na lua devido à gravidade e às condições atmosféricas ao longo dos tempos).

É por saberem esta verdade que as marés sobem e descem todas as noites, chamando continuamente pela lua para que esta regresse e ocupe o lugar que lhe é devido.E é por isso que o sal é feito dos mesmos cristais da lua, se repararem.E é por isso que os peixes nadam constantemente, de um lado para o outro, tentando equilibrar as águas com o seu peso para que nenhuma maré se escape e se torne mais forte do que outra. E é por isso que é um perigo algumas espécies estarem em extinção, porque causam menos peso nos mares, que fazem crescer as marés, que desafiam ainda mais a lua e que desequilibram a sua relação de velocidade com a Terra.E é por isso que produzimos cada vez mais lixo e que o deitamos ao mar. Porque as toneladas de lixo que produzimos e que assentam no fundo do mar substituem o peso dos peixes que outrora nadavam para equilibrar o peso dos oceanos, não deixando assim que os mares cresçam… mas o problema é que o lixo não se move como os peixes se moviam, solidifica, e é por isso que extraímos petróleo para que se distribua o lixo por empresas de combustíveis que se distribuem por carros que levam as pessoas no verão até à praia para nadarem, fazendo o mar agitar-se mais, e compensando assim o movimento que não existe noutras partes do oceano.Tudo para evitar que a lua caia.

Enquanto tudo isto acontece, continuamos à espera, na Wasteband. José e Tânia também.

José bate à porta. Tânia aspira e não ouve.Tânia envia carta a José. Ele mudou de morada. José compra um bip.Tânia compra um telemóvel e activa o roaming.José tem um endereço de email e inscreve-se no MSN messenger.Tânia navega todas as noites para ocupar as insónias.José e Tânia reencontram-se num chat. José e Tânia sempre contactáveis mas não em contacto…Ambos descobrem que a solidão interactiva é um processo muito complicado.Tânia pergunta-lhe se ele alguma vez voltou a Macau. José responde.

Ponto comum: aeroporto.Ponto paralelo: horário.Data: 1999

• Nível 3 – UNDO

Tânia vai do aeroporto até ao cais para apanhar um jet foil.Compra um bilhete com as únicas libras inglesas que tem e guarda uma nota de 2000 escudos no bolso. Tânia senta-se por uns minutos a ler a “Angústia da Bélgica” de Hugo Claus. Tânia levanta-se para ir à casa de banho e marca o livro com o bilhete. Tânia vai ao self-service e não consegue escolher nada com as moedas que lhe sobraram. Tânia dirige-se para o jet foil e apercebe-se que não traz o livro consigo e, consequentemente não tem o bilhete. Faltam 8min e meio para o embarque e Tânia corre até à casa de banho. À porta tem de pagar de novo para entrar, Tânia gasta as últimas moedas. Procura em todos os cantos da casa de banho mas não encontra nada. Sai porta fora a correr e encontra o senhor das limpezas que acabara de retirar o lixo dos lavabos. Pergunta-lhe se não encontrou nada, ele diz que não e que se tivesse encontrado tê-lo-ia destruído por razões de segurança ou também o podia ter entregado nos perdidos e achados. Tânia não termina a conversa e corre até aos perdidos e achados que só funcionam de tarde e não sabendo o que fazer põe-se novamente na bicha das bilheteiras e tenta convencer o recepcionista a identificá-la e a fazer-lhe uma nova emissão do bilhete. O senhor não vai na conversa, Tânia pergunta quanto é um bilhete novo, agora é mais caro porque é em cima da hora, ela faz as contas, não tem dinheiro suficiente e dirige-se ao guichet dos câmbios. Tânia pede para trocar os 2000 escudos por libras mas a taxa de transacção é tão elevada que ela continua sem dinheiro suficiente para comprar um novo bilhete. A senhora nos câmbios olha para a cara de desespero dela e não lhe cobra o câmbio.Tânia corre para a fila da bilheteira, ainda consegue convencer um ou outro senhor na fila a passar à frente, compra o bilhete e sai disparada em direcção à zona de embarque.O jetfoil chega, os passageiros saem, e mesmo quando se preparava para entrar, chateada já não com o facto de ter perdido o bilhete mas de ter perdido o livro, Tânia lembra-se do self service. Pede ao segurança mais próximo para lhe guardar as malas (esqueci-me de dizer que isto tudo acontecia com duas malas muito grandes) sai disparada em direcção ao self service, pergunta se não viram um livro assim e assim, eles entregam-lhO logo, Tânia passa em furacão

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à frente de todos na bilheteira para devolver o segundo bilhete comprado, corre com o dinheiro do bilhete até à caixa de câmbios onde troca novamente por escudos que lhe dão muito mais jeito em Macau para trocar por patacas e entra em último no jet foil.Undo undo undo undo undo.Tudo para chegar a horas ao encontro.Mas quando chega, José não está lá, tinha-se enganado na hora.Há amores que nunca acontecem, que só se esperam.

Mais à noitinha.Páginas cinzentas 3, no segundo andar:Ela regressou a Macau. Ela desfaz as malas e telefona-lhe. Marcam um encontro, ela espera por ele.Um vem bater à porta do outro.Antes de isso acontecer, exactamente entre o telefonema e o toque na campainha, ela deixa-se ficar, sentada num canto da cama, braços cruzados e a balançar-se, a balançar-se, a balançar-se, decorando e ensaiando todas as coisas fantásticas que descobriu e que lhe quer dizer.Muda de saia, põe um gancho no cabelo, acha um baton antigo no armário da casa de banho e põe uma música que ele gosta no repeat mode para estar a tocar quando ele chegar, exactamente como viu fazerem num filme.Ele bate à porta, ele entra, ele senta-se, ela desliga o repeat mode e deixa o disco tocar por inteiro, ele diz a primeira palavra e acabam a noite acusando-se violentamente.Os comboios passam, ele sai, a porta bate, ela senta-se outra vez num canto da cama, descalça os sapatos, despe-se, tira o gancho, desliga a música que há muito tempo não toca e adormece.

Se esperarmos por coisas impossíveis será que elas acontecem?

Quando desejámos todas as imagens do holocausto no séc. 18 e 19, será que as tornámos possíveis no século XX?Conseguiremos pensar de forma contrária?Inverter a lógica de uma forma ilógica e Inverter o tempo sem andar para trás?Conseguiremos dizer que sim a alguma destas questões? (...)

•Nível 4 – restart

Eis a data virtual a que todos chegámos na última etapa de wasteband (...)

No mesmo ano em que os primeiros corações artificiais são utilizados em pacientes que estão à espera de transplantes, O Departamento de Defesa dos Estados Unidos inventa a Internet, e pela primeira vez é possível isolar um gene Arafat é eleito presidente da Organização para resolver o problema entre a Palestina e Israel, a Rainha Isabel II de Inglaterra inaugura a Victoria Station e as primeiras passadeiras para pedestres, Nixon torna-se Presidente, a guerra no Vietname começou há 4 anos, Israel ataca o aeroporto de Beirute, O Concorfsky é inventado pelos russos, De Gaulle demite-se depois de 11 anos à frente da França, o príncipe Carlos, de Gales é “coroado” príncipe, nunca imaginando que nunca seria rei, Kadaphi toma o poder na Líbia, o primeiro motim de Steinwell bar em Nova Iorque dá início à frente de libertação Gay, Ho Chi Min morre, o General Eisenhower morre, Salazar morre, Woodstock nasce e morre, e o mini Austin vende 2 milhões de carros, entre os quais o mini azul de José que dá uma boleia a Tânia em Macau na Rua da Praia Grande, por volta da meia noite, (nove horas em Portugal. Ambos vão em direcção ao Jetfoil, em direcção a Hong Kong, em direcção à primeira casa de chá ou ao primeiro café inglês que tenha uma televisão onde passem em directo as primeiras imagens do primeiro passo do Homem na Lua. Os dois apanham o barco, compram dois pratos de chau min, e no caminho comem e falam da lua e do Espaço e do que irá acontecer à poesia e à literatura fantástica depois dos homens lá chegarem.Estamos a 21 de Julho de 1969 e às 15h18m (hora de Washington) Lem Eagle pousa no Mar da Tranquilidade.José e Tânia apaixonam-se como só poderia acontecer quando duas pessoas se conhecem num dia como este...no dia em que toda a gente que não ficou a olhar para a televisão, estava a olhar para o céu à espera que algo acontecesse. Às 21h56m (hora de Washington) Aldwin junta-se a Armstrong 19 min mais tarde e dão um passeio de 151 minutos. Neil Armstrong, Edwin Aldrin e Michael Collins comprovam em directo nos canais de televisão ABC, CBS, NBC e EUROVISÃO, que apesar do grande passo para a Humanidade, o nosso satélite é um astro morto, sem atmosfera e sem água.

Na tal casa de chá em Hong Kong, monta-se uma televisão com uma antena ao pé da praia... ficam todos à espera do evento em directo mas na China não é autorizada a transmissão – o governo resolveu ignorar o passo da Humanidade... Na Rússia apenas Brejnev e os principais dirigentes soviéticos seguem a alunagem de um abrigo secreto através de um televisor a preto e branco sony trinitron.

Nessa noite inventou-se Wasteband... um espaço de espera que liga ciência e ficção, tempo real e virtual... onde as ideias se concretizam sempre, sejam concretizáveis ou não... e se a lua tivesse caído ?

Enquanto esperaram, a noite foi passando...Antes de amanhecer, passa um cometa. Passa, mas não cai.Todos pedem um desejo.

Na noite em que o Homem pisou a lua, José e Tânia amantizaram-se, o ritual chinês cumpriu-se, assim como todos os sonhos de todos os poetas românticos.O homem fica frente à televisão à espera de uma imagem captada por um satélite que confirme que Neil Armstrong chegou à Lua, que nós todos chegámos à lua e que afinal, tudo não é senão a imagem inversa do que estamos à espera.Foram colocados reflectores laser sobre a superficie lunar.Bastou um fotão de luz para podermos ir em direcção à lua, sentados na coxia de uma viagem à velocidade da luz, e regressar ao nosso monitor.Basta Ligar a televisão e vamos até ao Espaço. Vivemos nos cabos, em constante transmissão, vivemos nos satélites, sempre a olhar para nós.Ontem estivemos na Terra, à espera que a lua caísse. Hoje estamos na lua à espera que a Terra caia..

De manhã José dá de novo boleia a Tânia. No caminho sintonizam o rádio do carro, uma modernice manhosa montada com fita cola no mini de José. A interferência com outros radios amadores intercepta uma conversa entre Aldrin e a base de houston, durante a sua viagem de regresso à Terra. José e Tânia só conseguem ouvir as perguntas e entretêm-se a responder. Alguém pergunta a que altitude estão e eles respondem que estão no céu, alguém pergunta a que velocidade e eles dizem à velocidade da luz, alguém pergunta qualquer coisa que não se percebe mas que acaba em estão juntos, ela diz que sim, ele diz que não.

22 de julho de 1969 – o tempo está uma calmaria, o mar nem se mexe.

Desde esse dia, José nunca mais se curou dos soluços, Tânia nunca mais se curou das insónias que a obrigam constantemente a ficar em stand by.

Tânia e tu, juntos, hoje, na Wasteband , a pensar naquele mesmo dia de 69.

José no médico a tentar pôr a sua vida por ordem cronológica e parar de sofrer do síndroma de tudo lhe acontecer ao mesmo tempo. No consultório aconselham-no a fazer copy paste numa ordem diferente.Fazemos copy paste no computador e leva o tempo do dedo chegar ao botão.Pensamos copy paste e quando repetimos a acção só funciona a memória.Tempo real e tempo virtual.Quem começou primeiro?

José olha à volta da mesa e Tânia também.Os seus olhares cruzam-se.Como é que começam a falar um com o outro?A1 – José tenta chamar a atenção de Tânia2 – Tânia tenta chamar a atenção de José.B 1 – Ele tenta tudo, lindos clichés, palavras bonitas, elogios2 – Ela tenta tudo, estás mais magro, já não te via há muito tempo, que é feito de ti?3 – Ele torna-se mais explícito e tenta cantar em play back uma canção de Frank Sinatra4 – Ela torna-se mais explicita e segreda-lhe ao ouvido como se fosse ao microfone.5 – José enstusiasma-se e passa a acção: O ABRAÇO Tânia foge e esconde-se na casa de banho.O tempo para ele passou mais rápido do que para ela desde o último café.E agora O que é que eu faço? O que é que eu faço?Volto atrás? Regresso? E faço Delete? Copy paste? Repito tudo outra vez?Tânia trancada na casa de banho com a tecnologia do cérebro a funcionar para não perder mais uma oportunidade.

Do outro lado da casa de banho, na Wasteband, José volta a ter soluços.

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Preparação para o regresso. Descolagem 2

– Tânia fecha-se na casa de banho e tenta lavar o pause que traz ostensivamente estampado na cara.

Tânia abre a água da torneira ao máximo e continua a limpar o pause da cara.

Vá lá, Tânia, carrega no playCarrega no play, pensa elaOs braços do José à minha volta e sempre a mesma estúpida desta indiferença, sempre esta estúpida insatisfação de nunca estar preparada para este momento, era só carregar no play, era mesmo só fazer play e pronto, os meus braços agarravam-se aos dele, mas não, não podia ser tão fácil,É sempre a mesma história, o que é que te custava reagir Tânia? Era só um play!Tânia continua a lavar o pause da cara.

José sai porta fora da Wasteband, deixando um lugar vazio. Ele tenta esquecer-se de tudo mas a água que lava a cara de Tânia cola-se-lhe às mãos.José não quer jogar mais este jogo mas ele sabe que não pode sair sem perder.José olha para as mãos e apercebe-se que está a ficar sem impressões digitais. José apressa-se e corre até ao elevador para descer de nível.

Tânia encostada à parede fria da casa de banho agarra-se à barriga.

José a entrar no elevador e carregar para o rés/do chão mas não consegue perceber até que ponto o elevador está a descer, ou a subir ou até SE está parado. Os números indicam níveis acima e níveis abaixo.José tenta abrir a porta mas já não pode sair.

Lá fora começam a contagem decrescente para a queda da lua e para levantar voo.José sente a sua vida como um desastre de automóvel, rápido e em câmara lenta, em pormenor e em fast forward.Ele imagina que a vê a ela ainda fora da Wasteband e imagina-se a correr para ela com o resto do abraço que não lhe chegou a passar para o corpo. José corre contra o vidro do elevador e fica preso entre o terceiro e o quarto andar, as suas mãos a perderem as impressões digitais dela. O prazo expirou. E ele nem quer acreditar mas de facto, quando se tenta lembrar, já nem se recorda da cara dela, da boca dela, ou do cheiro, ou até da maneira de olhar, e ele continua ali, preso naquele elevador do tempo, a gritar para que lhe abram a porta, a gritar para que o tirem dali, e de repente o elevador começa a mexer-se , não se sabe muito bem se para cima se para baixo, as portas abrem-se e em frente está um carro e ele entra, determinado a segui-la até onde for preciso, não fazendo ideia que ela está muito mais longe do que algum dia algum carro poderá chegar, mas ele guia mais rápido do que um carro pode, ele vê pelo retrovisor do carro que alguém no andar de cima também chamou o elevador, se calhar foi ela, ele dá meia volta mas não é ela que sai do elevador, ele continua em velocidade e ele estampa-se como só os carros se podem estampar quando vão contra coisas que se mexem tão rápidas como eles mas que vêem em direcção contrária. E o carro estampa-se com o José lá dentro, o José mas não as impressões digitais dela, e ele acorda numa cama de lençois brancos onde pede um coração artificial e faz Restart. Ele olha-se ao espelho e faltam-lhe as pernas. Tem pernas de metal. O corpo de José passa a ser dividido em dois mas Tânia só vem a saber disso muito mais tarde, nunca conseguiu lavar o pause da sua cara e nunca teve coragem para telefonar preferindo esperar por outro encontro acidental. Ela nunca soube que o que lhe fazia falta não eram as pernas dele mas as impressões digitais dela. No Hospital, Quando lhe formatam de novo o disco rígido garantem-lhe que está cientificamente provado que ninguém se pode lembrar de mais do que 7 coisas ao mesmo tempo e por isso, José esquece Tânia.

8 minutos e meio atrás. Rewind again.

Tânia, de olhos vermelhos, carregados de lágrimas e de fúrias, tenta regressar à Wasteband mas a porta da casa de banho não abre, aliás nenhuma porta abre para Wasteband neste momento, porque está tudo a postos para descolar.Tânia está fechada na casa de banho à espera que a lua caia.Tânia começa a sentir-se indisposta, o estômago às voltas, umas dores nas costas insuportáveis, cada vez pior, cada vez pior, e quando repara a sua barriga começou a crescer, a crescer, a crescer com uma rapidez de mutante, entre a gravidez e a indigestão e a metamorfose.

Antes de terminar o jogo Tânia pergunta-se:– Porque é que tu páras sempre antes de terminar as coisas?Tânia responde-se.– Tenho imenso medo da realidade.

Tânia respira cada vez mais fundo, cada vez mais pesado, respira para controlar a dor, agarra-se à barriga, e às paredes, grita, pede que lhe abram a porta, a lua quase a cair, wasteband a descolar, e a barriga dela cada vez a crescer mais e mais até dar à luz mil pontes, a lua cai e derrete-se, a cápsula que traz Krikalev entra na atmosfera e derrete-se, as cheias chegam e o mundo derrete-se, e Tânia desfaz-se em pontes, de leonardoi, de S. Francisco, de vasco da gama, o mundo todo à beira mar, o mundo todo à beira Tejo, só para poder atravessar até onde José estiver.

E quando a Tânia se desfaz em pontes, o mundo desfaz-se em pássaros que sobrevoam a lua e sobrevoam a Terra ao mesmo tempo. Tudo passa a ser o mesmo lugar.Tudo pode acontecer e por isso tudo acontece.

A última ponte de Tânia vem desembocar aqui. Tânia está frente a frente com uma série de estranhos sentados à volta de uma mesa.Todos a olhar para ela à espera que ela faça alguma coisa, que aconteça.José já saiu do jogo e é apenas um espectador como outros e por isso virtualmente irreconhecível.

Tânia olha à volta mais uma vez e não vê ninguém…Tânia encosta-se a uma parede e espera.José espera também. Tânia olha para o relógio. Minutos são eternidades.Já não lhe interessa esperar que a lua caia.Tânia queria esperar com ele e não por ele mais uma vez.Tânia carrega em game over. Mas o jogo só pára quando se perder.Tânia tem uma ideia. Tânia quer telefonar mas não se lembra do número. Procura nos bolsos mas não encontra nada. Tânia chega ao microfone e telefona para o 118– Boa noite, dava-me o nr de telefone directo do congresso americano se faz favor? Eu espero, concerteza...

Ela lembra-se de ter lido num jornal que o Congresso Americano tem todas as listas telefónicas de todo o mundo.

número que pediu é 9 6 2 6 3 9 4 4 9

Tânia telefona. Ninguém atende, ela deixa mensagem.

Tânia mostra os chumbos nos dentes, mostra a cicatriz que traz na cabeça de quando a partiu na escola a jogar à apanhada, mostra a marca da BCG no braço direito, a cicatriz na mão direita quando partiu uma garrafa aos três anos, os calos nos dedos da mão direita de escrever, o pescoço virado ao contrário de um acidente de carro com a mãe, uma marca vermelha no peito devido a uma queimadura solar, as estrias da idade e da perda de peso nas ancas, as varizes de tantas horas passadas em pé à espera, uma orelha maior do que a outra de dormir sempre para o mesmo lado, as marcas de três cesarianas, a marca branca no anelar de um casamento falhado, a distância entre os dois indicadores que indicam a escoliose que já tem, as olheiras fundas de todas as noites que não conseguiu dormir, os primeiros cabelos brancos, as primeiras rugas memoriais de quando ria, os últimos cabelos pretos, ela mostra os pulsos cortados e sangrados e mostra o olhar frio de quando se morre.

Algumas pessoas com o tempo incorporam estranhos.Algumas pessoas com tempo perdem o tempo e como está cientificamente provado que não nos conseguimos lembrar de mais do que 7 coisas ao mesmo tempo, Tânia esquece José.

Nós, em directo, ouvimos a transmissão em directo da morte de Tânia.Pensamos em chorar mas não vale a pena porque no Espaço as lágrimas não caiem e só causam chatices.

Neste preciso momento, todos os comboios que passaram no mundo mudam arbitrariamente de destino.

Antes dos seus primeiros 8min e meio com gravidade, dedicamos uma canção à Tânia.José e Tânia, já fora de jogo, dançam ao som da música.

A história do mundo é a história da gravidade.A partir deste momento, para reactivar Wasteband, em qualquer parte do mundo, basta contar até três e voltar a esperar...

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jardim das estacasaoarlivre

No Bairro das Estacas, mesmo na frente oeste do Teatro Maria Matos há um jardim, está protegido entre edifícios modernistas que dão história ao quarteirão. Pegámos nas bagagens e mesmo antes de ir de férias, fomos para o ar livre que é onde a cidade acontece e se festeja. Toda a gente sabe que as histórias são para serem contadas à sombra das árvores, enquanto nos espreguiçamos na relva a imaginar formas para as personagens de que ouvimos falar. Vamos criar animais improváveis que entram pelas fábulas dentro e depois fogem para o jardim onde as flores se inventam e se fazem hortas portáteis de levar para casa. Vamos comer desenhos e passear pelo jardim onde acontecem espectáculos mais ou menos musicais, que contam histórias de sonhos de criança e outras onde as personagens procuram o seu lugar na própria história.Tirar numa fotografia família, que afinal, é aquela que nós mais quisermos e depois sim… ir de férias descansado.

aos sábados, 6 e 20 Junho

Da autoria de Formosinho Sanchez e Rui d’Athouguia. O projecto do bairro das estacas e dos seus jardins é de 1950. Recebeu vários prémios nacionais e internacionais e foi considerado, na altura, como a primeira construção que aplicava de uma forma coerente a Carta de Atenas.A Carta de Atenas é o manifesto urbanístico resultante do IV Congresso Internacional de Arquitectura Moderna (CIAM), realizado em Atenas em 1933. Trata da chamada Cidade Funcional e prega a separação das áreas residenciais, de lazer e de trabalho, propondo, no lugar da densidade das cidades tradicionais, uma cidade-jardim, na qual os edifícios se localizam em áreas verdes pouco densas. Para a realização deste projecto, os arquitectos introduziram algumas alterações locais no Plano de Urbanização da Alvalade propondo um conjunto de quatro blocos dispostos em paralelo, assentes em “pilotis” com espaços verdes entre si. Estabeleceram deste modo uma separação entre os espaços para os automóveis e os espaços para peões. Cada habitação tinha amplas varandas que davam para espaços verdes, recebendo o sol de nascente a poente. Reinava o imperativo ético da habitação universal, sobretudo depois do congresso dos arquitectos portugueses em 1948, de forte oposição ao regime fascista nacional. O Bairro das Estacas é considerado uma distinta experimentação urbana, paisagística e tipológica.

O Bairro das Estacas

projecto educativo

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sábado 6 Junho

CircolandoCharanga

Espectáculo poético e visual, Charanga parte de dois objectos simbólicos, a bicicleta e a fanfarra. Parte das entranhas da terra para desejar os elementos ali ausentes: luz, ar, viagem… Procura a solidão, a nostalgia dos mineiros… e inventa para eles um sonho de criança. Um sonho de fuga e evasão em círculos de um carrossel. Um sonho que se conta com música. A música de uma pequena filarmónica de sopros.O espaço de sonho tem a forma de um círculo. Um círculo de terra com uma enigmática peça de ferro ao centro. Antes, houve uma vida dentro da terra fria e longas viagens por estradas sem fim. Histórias de um antes de ali chegarem que o que abre o espectáculo transpõe para a tela.

Entrada sul do jardim das estacas 16h00

Gratuito

criação colectivadirecção artística André Braga e Cláudia Figueiredointerpretação André Braga, Bruno Martelo, Hugo Almeida, João Vladimiro, Patrick Murys e Pedro Amarodirecção André Bragadramaturgia Cláudia Figueiredocomposição musical Alfredo Teixeiradirecção plástica João Calixtocoordenação técnica Cristóvão Cunhadirecção de cena Ana Carvalhosa construção da cenografia e objectos de cena Circolando e Tudo Faço Américo Castanheiraconcepção de sistema de iluminação Anatol Waschkemanutenção Nuno Guedes e Hugo Almeidadirecção de produção Ana Carvalhosa criação em residência de co-produção com o Teatro ViriatoCircolando é uma estrutura financiada pelo Ministério da Cultura / Direcção Geral das Artesapoios Fundação Calouste Gulbenkian, IEFP/Cace Cultural do Porto, Universidade Católica Portuguesa, Light Boxprodução executiva Corropio, Lda.

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projecto educativo

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Jardim das estacas das 15h00 às 19h00

gratuito

Vamos construir origamis de várias formas e feitios com papéis coloridos. Decorar a casinha do jardim e convidar os nossos vizinhos das casas do lado a participarem connosco.

Construção de origamis

monitores Rute Ribeiro e Susana Esteves Pinto

Inventar desenhos e pintar, fazer recortes e colagens em formatos pequeninos para depois levar estas criações a passear em crachás que podemos colocar nos sítios mais bonitos.

Desenhos para levar a passear

monitor Daniel Pires

Fotografias familiares

monitor António Rebolo

Flores inventadas

monitor Ana Teresa Magalhães

Histórias a muitas mãos

monitores Patrícia Maya e Viviana Henriques

Histórias para

Onde já vivem plantas e árvores vamos plantar flores recicláveis para colorir o nosso jardim. São flores inventadas que vivem durante todo o ano onde nós quisermos. Flores feitas com as nossas mãos com tintas e com materiais recicláveis.

ouvir e ver

Há famílias de vários feitios. Famílias grandes e famílias pequeninas, famílias de amigos, de conhecidos, de loiros, de morenos... Vamos usar pinturas e adereços para podermos fotografar a família que quisermos, mais ou menos inventada, mais ou menos improvável.

Do buraquinho do seu ninho, um pássaro raro que habita o jardim convida-nos a partilhar histórias através das paredes da sua casa. É possível um pássaro encher uma casa de histórias? Como seria a sua casa? A partir da construção de casas e de casas de pássaros, vamos imaginar as histórias das suas vidas.

Nas paredes dos prédios à volta do jardim vamos começar a escrever uma história. Será uma história escrita a muitas mãos. Cada mão com um bocadinho de história a acrescentar à anterior. Será uma história feita por todos e publicada por nós no website do teatro.

Casas com história por dentro

sábado 6 Junho

oficinas e outras actividades para toda a família

projecto educativo

contadores Catarina Requeijo e Cláudia Gaiolas

Há histórias de que gostamos muito. Há histórias que parecem ser nossas. Nesta tarde, convidamos todas as crianças a trazer as suas histórias preferidas. Vamos lê-las para ti e para todos.

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As histórias fazem parte da identidade cultural de qualquer ser humano. Existem personagens que alimentam a nossa imaginação e nos ajudam a construir um imaginário colectivo. Criando o efémero e construindo o maravilhoso de um mundo fantástico, onde tudo se torna possível.Todos nós já ouvimos a história da Branca de Neve… todos nós já a contamos … e quem conta um conto… é um contador de histórias! Imaginámos três contadores, que simultaneamente saltam para dentro da história, agindo e reagindo através de voos, voltas e reviravoltas onde os desvios nos levam a outras pequenas histórias…

projecto educativo

Joana ProvidênciaHistórias suspensas

Jardim das estacas 16h00 e 18h00

Gratuitoco-produção Radar 360º, Teatro Maria Matosdirecção Joana Providenciainterpretes co-criadores António Oliveira, Filipe Caco, Julieta Rodrigues,desenho e operação de som Miguel Pipacenário A2G arquitecturafigurinos Julieta Rodriguesadereços Susete Rebeloagradecimentos ACE, Fábrica da Rua da Alegria, Vera Santos

sábado 20 Junho

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De que são feitas as sombras? É possível tocar-lhes, agarrá-las ou oferecê-las a alguém? E que histórias nos contam? E nós? Sentimo-nos diferentes à sombra? Vamos descobrir onde se escondem as sombras do jardim, desenhá-las com giz no chão e em folhas de papel. Coleccioná-las em pedaços, dar-lhes cores e transformá-las em histórias com novas sombras! Traz um chapéu!

Que contas à sombra?

monitores Patricia Maya e Viviana Henriques

Tendo como referência os animais e monstros mitológicos, vamos inventar animais improváveis, usando técnicas de colagem e uma boa dose de imaginação. Para retribuir a amabilidade do jardim, vamos povoá-lo com os animais criados, pendurando os desenhos nas árvores, escondendo-os nos arbustos, colocando-os na relva, sentando-os nos bancos.

Animais improváveis

monitores Catarina Requeijo e Maria João

Criar pequenas plantações com sementes de frutos, legumes e outras plantas cheirosas. Inventar vasos e criar hortas que podemos transportar para onde quisermos. Aprender a receita de plantar, tratar e colher e depois, quem sabe, comer.

Hortas portáteis

monitor Ana Teresa Magalhães

Fazer brincadeiras e criações com uma pasta que é doce. Inventar desenhos deliciosos que se levam ao forno e são de se comer. Experimentar tudo isto num jardim AOARLIVRE.

Desenhos de se comer

monitores Joana da Cruz Chocalhinho e Gonçalo Ladeira

Uma banda improvável feita de sopros e de metais vai conversar com os visitantes do jardim pedir festas e mimos e em troca fazer pequenas serenatas improvisadas.

Banda fanfarra 15h00, 16h30 e 17h30

Fotografias familiares

monitor António Rebolo

monitores Aldara Bizarro e João Pintoco-produção Jangada de Pedra e Teatro Maria Matos

sábado 20 Junho oficinas e outras actividades para toda a família

Jardim das estacas das 15h00 às 19h00

gratuito

Dos 10 aos 13 anos

Uma personagem habita o Jardim das estacas por um dia. Tem como objectivo conhecer e recolher histórias de todos os jovens que visitam o jardim neste dia. Para isso, oferece uma história passada naquele bairro, pedindo aos ouvintes, em troca, uma história sua, verdadeira.

O Colhe Histórias

projecto educativo

Há famílias de vários feitios. Famílias grandes e famílias pequeninas, famílias de amigos, de conhecidos, de loiros, de morenos... Vamos usar pinturas e adereços para podermos fotografar a família que quisermos, mais ou menos inventada, mais ou menos improvável.

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Como tem sido hábito nos últimos anos, os alunos finalistas da licenciatura em Teatro (ramos de Actores, Dramaturgia, Design de Cena e Produção) apresentam ao público o seu exercício final no Teatro Maria Matos. Este ano será colocado em cena um espectáculo a partir do universo de Peter Handke. A coordenação desta Oficina de Criação da Escola Superior de Teatro e Cinema está a cargo de Cristina Carvalhal.

Escola Superior de Teatrosábado 27, domingo 28, segunda 29

Junho, 21h30

direcção Cristina Carvalhalcenografia e figurinos António Lagartodramaturgia Armando Nascimento Rosaprodução Miguel Cruzparceria ESTC e Teatro Maria Matos

Estúdios

O projecto Estúdios nasceu em 2008, fruto da parceria entre o Mundo Perfeito e o Teatro Maria Matos, com a ambição de ser um espaço de encontro entre artistas portugueses e estrangeiros, de experimentação e de risco. Agora, em 2009, este projecto reúne quatro criadores portugueses e quatro criadores brasileiros que, juntos, vão apresentar três espectáculos diferentes, em três fins de semana de Julho. Cada um destes espectáculos será preparado em apenas uma semana. Serão três espectáculos sem rede, agarrados à energia do imprevisto. Serão três espectáculos resultantes de um encontro entre artistas brasileiros e portugueses que faz todo o sentido, mas cujo resultado é imprevisível. No fundo, no fundo, não sabemos o que vai acontecer.

criação e interpretação colectiva de Alex Cassal, Cláudia Gaiolas, Felipe Rocha, Michel Blois, Pedro Gil, Paula Diogo, Tiago Rodrigues, Thiare Maiaprodução executiva Magda Bizarro e Moirika Rekerprodução Mundo Perfeito e Teatro Maria Matos

a seguir...

e Cinema de 9 a 25 Julho,

de quinta a sábado, 21h30

Criar uma história sobre a nossa própria realidade, recorrendo à expressão corporal e ao gesto, à imagem e à expressão plástica, à música e às sonoridades, à palavra e à oralidade. Tudo isto materializado através da fotografia, do vídeo e do som. Este atelier culmina com a construção de uma instalação, para que todos possam ver o retrato/a biografia que cada um tem de si próprio e dos outros.

mundo perfeito e teatro maria matos

projecto educativo

Ana Borralho, João Galante Mónica Samões

“Que forma tem o teu corpo?”

segunda 6 a quinta 9 Julho3/5 anos 10h30 > 12h306/8 anos 14h00 > 17h00

segunda 13 a quinta 16 Julho 9/12 anos 10h00 > 13h0013/16 anos 14h00 > 17h00

Oficina

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Quero receber informações do Teatro Maria Matos

TeatroMariaBilheteira

de terça a domingo das 15h00 às 22h00Tel. 218 438 [email protected]

Locais de venda Fnac | www.ticketline.pt | ticketline 707 234 234

Reservas

Bilhetes reservados devem ser levantados até 24 horas antes do início do espectáculo.

Descontos

Classificação

Os espectáculos do projecto educativo têm classificação ‘maiores de 4 anos’. Todos os outros espectáculos incluídos neste programa têm classificação ‘maiores de 12 anos’.

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Código postal

Envie esta ficha por correio, entregue na bilheteira ou preencha online www.teatromariamatos.egeac.pt

Áreas de interesse

e.mail

Teatro Dança Música

Debate Projecto educativo

Matos

Locais

Teatro Maria MatosAvenida Frei Miguel Contreiras, 521700-213 Lisboa

Jardim das estacas e esplanada mmcafé Rua Bulhão Pato

Auditório Santa Joana PrincesaRua dos Lagares d’El-Rei, 41700-268 Lisboa

Piscina municipal do AreeiroAvenida de Roma

Como chegar?

comboio Roma- Areeiro

metro Roma

autocarros 7, 35, 727, 737

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M

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desconto 25% para <25 e >65 anos, grupos 10 pessoas

desconto 50% para crianças <13 anos, associações de estudantes (grupos 10 pessoas), profissionais do espectáculo e pessoas com deficiência

passe outras cenas 25% (não acumulavel com outros descontos)

AA

venida de Rom

a

Aven

ida de Roma

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Equipadirector artístico Mark Deputterprogramador música Pedro Santosprogramadora projecto educativo Susana Menezesestagiária de programação Laura Lopesgestora Andreia Cunhaadjunta de gestão Glória Silvadirector de produção Joaquim Renéadjunta direcção de produção Mafalda Santosprodutora do projecto educativo Ana Ladeiraassistente de produção Ana Gomesprodutor executivo Hugo Quintaestagiária de produção Filipa Moreiradirectora de comunicação Catarina Medinaassistente direcção de comunicação Rita Tomásimagem e design gráfico Luciana Fina e Moritz Elbertassistente design gráfico Maria José Peyroteodirectora de cena Rita Monteiroadjunta direcção de cena Silvia Lécamareira Sandra Ferreiradirector técnico Zé Ruiadjunto direcção técnica André Caladotécnicos de audiovisual Félix Magalhães, Hugo Alves, Miguel Mendes, Rui Monteirotécnicos de iluminação/palco Catarina Ferreira, Luís Balola, Paulo Lopes, Luís Duartebilheteira /recepção Carla Cerejo, Rosa Ramos, Vasco Correia, Bruno Sousafrente de sala Complet’arte – Isabel Clímaco (chefe de equipa), Cristina Almeida, Estevão Antunes, Fernanda Abreu, Marta Dias, Ricardo Simões, Sandra Lameira, Sérgio Torres

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Teatro Municipal Maria Matos

TeatroAv. Frei Miguel Contreiras, 521700-213 Lisboa

EscritóriosRua Bulhão Pato, 1B1700-081 Lisboa

218 438 800 geral218 438 801 [email protected]

www.teatromariamatos.egeac.pt

esplanada cafépasseio rua Bulhão Pato | 2 a 21 Junho de terça a sexta 18h00 às 02h00 | sábados e domingos 14h00 às 02h00

PatrocinadorPrincipal

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Teatro Maria Matos