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    UNIVERSIDADE TECNOLGICA FEDERAL DO PARAN

    PROGRAMA DE PS-GRADUAO EM ENGENHARIA DE PRODUO

    MESTRADO EM ENGENHARIA DE PRODUO

    CARLOS ALESSANDRO NEIVERTH OLISZESKI

    MODELOS DE PLANEJAMENTO AGRCOLA: UM CENRIO PARA

    OTIMIZAO DE PROCESSOS AGROINDUSTRIAIS

    DISSERTAO

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    CARLOS ALESSANDRO NEIVERTH OLISZESKI

    MODELOS DE PLANEJAMENTO AGRCOLA: UM CENRIO PARA

    OTIMIZAO DE PROCESSOS AGROINDUSTRIAIS

    Dissertao apresentada como requisito

    parcial obteno do ttulo de Mestre emEngenhariade Produo, do Programa dePs-Graduaoem Engenharia deProduo,UniversidadeTecnolgicaFederal do Paran, readeConcentrao: Produo eM

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    Ficha catalogrfica elaborada pelo Departamento de Biblioteca

    da Universidade Tecnolgica Federal do Paran, Campus Ponta Grossan.29/11

    1.1.1.1

    1.1.1.2 O46Oliszeski, Carlos Alessandro Neiverth

    Modelos de planejamento agrcola: um cenrio para otimizao de processosagroindustrial / Carlos Alessandro Neiverth Oliszeski. -- Ponta Grossa: [s.n.], 2011.

    97 f.: il. ; 30 cm.

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    Nem tudo que se enfrenta pode sermodificado, mas nada pode ser

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    RESUMO

    OLISZESKI, Carlos Alessandro Neiverth. Modelos de planejamento agrcola:umcenrio para otimizao de processos agroindustriais.2011. 99 f. Dissertao(Mestrado em Engenharia de Produo) Programa de Ps-Graduao emTecnologia, Universidade Tecnolgica Federal do Paran. Ponta Grossa, 2010.

    Os setores agroindustriais, cada vez mais, buscam o aprimoramentoe oconhecimento tecnolgico dentro de suas reas de atuao. No somente pelaconcorrncia, que cada vez mais acirrada, mas tambm pela prpria e simplessobrevivncia no mercado. Isso faz com que haja uma necessidade de se conseguiruma otimizao de aes, que no caso da agroindstria traduzido como produzir ecultivar alimentos com economia de investimentos, evitando o desperdcio dematria-prima, insumos e mo-de-obra, agravado pelo fato de ser um setor queconta com as adversidades do clima. A pesquisa operacional, como cincia,estrutura processos, propondo um conjunto de alternativas de ao, fazendo apreviso e a comparao de valores, de eficincia e de custos. J os modelos deotimizao, so utilizados quando existe o interesse em se encontrar a alternativaque melhor atenda a um ou simultaneamente a vrios objetivos, dado um conjuntode restries, geralmente lineares. Tendo como princpio a obteno de soluestimas para os processos agroindustriais de planejamento e escolha de culturasagrcolas, o objetivo do presente trabalho foi realizar a construode modelos de

    otimizao que devem ser considerados para que haja a maximizao de lucros empropriedades agrcolas, com melhor aproveitamento de terras, capital e mo-de-obranos sistemas de produo propostos, bem como a maximizao do sucesso dese optar por determinadas culturas.Os modelos desenvolvidos, mostraram sercapazes de planejarem e orientarem o tomador de deciso no que dizem respeito aotipo de sistema de produo a ser utilizado e tambm sob qual cultura fazer-se osdevidos investimentos.No entanto, osmesmos modelos propostos, servem apenascomo ferramentas de auxilio a tomada de deciso, no descartando a interpretaotcnica ou o conhecimento tcito do empreendedor.

    Palavras-chave: Otimizao, Agroindstria, Pesquisa Operacional, CulturasAgrcolas

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    ABSTRACT

    OLISZESKI, Carlos Alessandro Neiverth. Models for agricultural planning: ascenario for process agribusiness optimization. 2011. 99f. Dissertation (Master inProduction Engineering) - Graduate Program in Production Engineering, FederalTechnological University of Paran. Ponta Grossa, 2010.

    The agro industrial sectors, increasingly, seek to improve knowledge and technologywithin their areas. Not only the competition, which is increasingly fierce, but also bythe very simple and survival in the market. This means that there is a need toachieve an optimization of actions, which in the case of agribusiness is translated toproduce and cultivate food with economy investments, avoiding the waste of rawmaterials, supplies and manpower, aggravated by being an industry with theadversities of climate. The operational research as a science, structure processes,proposing a set of alternative actions, making the prediction and comparison ofvalues, efficiency and cost. Since the optimization models are used when there isinterest in finding the alternative that best meets one or several goals simultaneously,given a set of constraints, usually linear. Having as a principle to obtain optimalsolutions for the agro industrial processes of planning and choice of crops, the aim ofthis work was the construction of optimization models that should be considered sothat there is profit maximization in agricultural properties, with improved use of land,capital and manpower in production systems proposed, as well as maximizing the

    success of opting for certain crops. These models have proved to be able to plan andguide the decision maker as they relate to the type of production system used andalso from culture to do what is proper investment. However, they proposed modelsonly serve as tools to aid the decision-making, not discarding the technicalinterpretation or tacit knowledge of entrepreneurs.

    Keywords:Optimization, Agribusiness, Operational Research, Croplands

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    LISTA DE ILUSTRAES

    Figura 1 Estrutura do Desenvolvimento do Modelo Matemtico ............................. 16Figura 2 Etapas da Modelagem de Processos ....................................................... 22Figura3 Exemplo de Otimizao Agrcola .............................................................. 25Figura 4 Fluxo de Ao para o Ajuste .................................................................... 28Figura 5 Fatores de Evoluo da Gesto Estratgica ............................................ 28

    Figura 6 Cultivo Convencional ................................................................................ 37Figura 7 Fases do Plantio Convencional ................................................................ 38Figura 8 Cultivo Orgnico. ...................................................................................... 39Figura 9 Cultivo em Plantio Direto .......................................................................... 41Figura 10 Cultivo Irrigado ....................................................................................... 43Figura 11 Formas de Cultivo Protegido .................................................................. 44Figura 12 Fluxograma de modelagem .................................................................... 63Figura 13 Distribuio das Culturas de Cereais ..................................................... 69Figura 14 Lucro das Culturas de Cereais ............................................................... 71Figura 15 Sucesso das Culturas de Cereais .......................................................... 71Figura 16 Distribuio das Culturas de Cereais ..................................................... 73Figura 17 Lucro das Culturas de Hortalias ........................................................... 75Figura 18 Sucesso das Culturas de Hortalias....................................................... 76Figura 19 Distribuio das Culturas de Frutas ....................................................... 77Figura 20 Lucro das Culturas de Frutas ................................................................. 79

    Figura 21 Sucesso das Culturas de Frutas ............................................................ 79Figura 22 Distribuio do Planejamento Agrcola ................................................... 80

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    LISTA DE TABELAS

    Tabela 1 - Lucro e Sucesso dos Cenrios de Cereais .............................................. 68Tabela 2 - Lucro e Sucesso dos Cenrios de Hortalias ........................................... 72Tabela 3 - Lucro e Sucesso dos Cenrios de Hortalias sem Batatas ...................... 72Tabela 4 - Lucro e Sucesso dos Cenrios de Frutas ................................................ 76

    LISTA DE QUADROS

    Quadro 1 - Valores Tpicos de Agricultores e Pecuaristas ........................................ 29

    Quadro 2 - Custos de Produo Agrcola .................................................................. 52

    Quadro 3 - Coeficientes Tcnicos Agrcolas ............................................................. 60Quadro 4 - Restries sujeitas s culturas agrcolas ................................................ 62

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    2.9 RISCO CLIMTICO E ZONEAMENTO AGRCOLA ........................................... 48

    3 METODOLOGIA DA PESQUISA ........................................................................... 493.1 MTODO CIENTFICO ....................................................................................... 493.2 CLASSIFICAO DA PESQUISA ...................................................................... 493.3 POPULAO E AMOSTRA ................................................................................ 493.4 ESTRUTURA DA METODOLOGIA APLICADA .................................................. 503.5 CARACTERIZAO DA PRODUO AGRCOLA ............................................ 50

    3.5.1 Matriz de Componentes e Coeficientes Tcnicos ............................................ 513.6 DEFINIO DE PARMETROS ......................................................................... 533.6.1 Dados Tcnicos Necessrios para o Zoneamento Agrcola de Risco Climtico533.7 COLETA DE DADOS .......................................................................................... 543.8 DEFINIO DAS CULTURAS ............................................................................ 553.9 CULTURAS EMPREGADAS PARA OS MODELOS ........................................... 55

    3.9.1 Hortalias ......................................................................................................... 553.9.2 Cereais ............................................................................................................. 563.9.3 Frutas ............................................................................................................... 563.10 DESCRIO DO MODELO .............................................................................. 573.10.1 Variveis de Deciso ...................................................................................... 583.10.2 Funes Objetivo ........................................................................................... 583.10.3 Restries ...................................................................................................... 593.11 FORMULAO DO MODELO .......................................................................... 614 ANLISE DOS RESULTADOS ............................................................................. 684.1 CENRIO C1 SEM CONHECIMENTO TCNICO DO TOMADOR DEDECISO EM CEREAIS .......................................................................................... 694.2 CENRIO C2 CEREAIS COM SISTEMA DE PRODUO EM CULTIVO DEPLANTIO DIRETO .................................................................................................... 70

    4.3 CENRIO C3 CEREAIS COM SISTEMA DE PRODUO EM CULTIVOCONVENCIONAL ..................................................................................................... 704.4 CENRIO C4 SEM CONHECIMENTO TCNICO DO TOMADOR DEDECISO EM HORTALIAS .................................................................................... 734.5 CENRIO C5 HORTALIAS EM SISTEMA DE PRODUO CONVENCIONAL

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    REFERNCIAS ......................................................................................................... 83

    APNDICE A ............................................................................................................ 89APNDICE B ............................................................................................................ 92

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    1 INTRODUO

    Os setores da agroindstria sejam eles, de processamento, insumos,

    distribuio e produo primria vm como em outros setores, aprimorando o

    conhecimento tecnolgico dentro de suas reas de atuao, no somente pela

    concorrncia que cada vez mais acirrada, mas tambm pela simples sobrevivncia

    no mercado. Seja por questes de gerenciamento, controladoria ou tomadas dedeciso, a evidncia da empresa do futuro dever ser baseada no equilbrio entre a

    gesto, o controle de seus projetos e a constante busca por tecnologias e o

    desenvolvimento de novos produtos.

    Tomar decises exige um embasamento muito forte, principalmente quando

    esto envolvidos grandes investimentos. Caso contrrio, corre-se o risco de serealizar investimentos de forma indevida, ou deixar de faz-los quando eram

    necessrios.

    Paralelamente a essa situao esto os pequenos produtores, que

    geralmente possuem uma baixa renda e retiram seu sustento do pequeno espao de

    terra que dispem em sua propriedade. Essa classe normalmente no possui basecientfica ou conhecimento necessrio para planejar adequadamente o seu processo

    produtivo e dele retirar os melhores resultados possveis, mesmo com o auxlio de

    um profissional.

    Por diversas vezes, as pessoas ligadas ao ramo da agroindstria no

    conseguem selecionar as melhores culturas a serem cultivadas em seus solos, noatentam para os melhores resultados de produtividade com relao ao espao

    disponvel ou simplesmente, deixam de lado a possibilidade de obter maior lucro

    com a mesma quantidade de recursos disponveis.

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    reas, especialmente no que se refere a problemas de tomada de deciso no setor

    agrcola.

    Partindo desse princpio, o desenvolvimento de modelos que contribuam

    para a compreenso mais eficaz dos problemas enfrentados por propriedades rurais,

    e que, proponham sistemas e mtodos que deem suporte s atividades da

    agroindstria, seria de grande auxlio para prover um melhor planejamento dos

    processos.

    Assim, a construo de modelos matemticos como ferramentas de

    pesquisa e promotora de eficincia decisria pode ser um passo importante para

    atingir, com maior exatido, determinados resultados, bem como prever e controlar

    possveis falhas.

    1.1 CONTEXTUALIZAO

    Numa poca em que os processos de produo agrcola constituem fator

    importante da economia, algumas questes vm tona: O que produzir? Quanto

    produzir? Para quando produzir? Como produzir?

    A obteno de um modelo para especificar as exigncias tcnicas e a

    quantidade de recursos utilizados para cada tipo de cultura seria de grande valia

    para auxiliar no somente pequenos, mas tambm mdios e grandes produtores e

    outras organizaes do ramo agroindustrial, ou ainda, qualquer pessoa que

    disponha de uma rea para cultivo e que pretenda montar ali uma rea produtiva.

    Contini et al, (1986),dizem que o processo de tomada de deciso do

    agricultor geralmente rduo, dada complexidade inerente atividade. Neste

    processo incluem-se elementos de tradio e aprendizado condies de

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    uma propriedade, de modo que retorne os maiores lucros, adaptados s condies

    de cada regio?

    1.2 OBJETIVOS DO ESTUDO

    1.2.1 Objetivo Geral

    Construir um modelo matemtico que auxilie a tomada de deciso

    considerando a melhor alternativa em maximizar o lucro (receita lquida) e maximizar

    o sucesso das culturas em sistemas de produo agrcola.

    1.2.2 Objetivos Especficos

    Analisar os parmetros indicadores de consumo de insumos e fatores de

    produo utilizados nos sistemas de cultivo e os custos de produo de algumas

    culturas agrcolas de interesse econmico.

    Definir cenrios de planejamento para culturas agrcolas, fornecendo ao

    tomador de deciso a melhor estratgia de produo a ser adotada para

    determinado perodo.

    Avaliar, atravs da construo do modelo matemtico, o custo, ciclo e risco

    das operaes agroindustriais inerentes a cada diferente tipo de cultivo.

    1.3 JUSTIFICATIVA

    Os ltimos desenvolvimentos no setor industrial e de produo tm

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    No entanto, a proliferao dos computadores pessoais e o desenvolvimento

    de planilhas eletrnicas fceis de usar, tornaram as ferramentas de gesto muito

    mais prticas e disponveis para um pblico muito maior.

    Gameiro et al. (2008), desenvolveram um modelo que permite visualizar

    ganhos no processos no processo de suprimento de tomates para processamento

    industrial.

    Neste contexto, Tanure et.al (2009),declararam que, a utilizao de modelosvem a auxiliar efetivamente a tomada de deciso pelo produtor rural, constituindo-se

    num valioso instrumento de persuaso para implantao de novas tecnologias e

    descarte daquelas j ultrapassadas.

    Em complemento, o desenvolvimento de modelos para o auxlio ao

    planejamento agrcola, seria mais uma ferramenta a produtores e gerentes depropriedades rurais, dando suporte s atividades da agroindstria e ao planejamento

    desses processos.

    Para esclarecer a estrutura seguida na elaborao deste trabalho, a Figura

    1demonstra os passos adotados para obteno do modelo proposto.

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    2 REVISO DE LITERATURA

    2.1 O PLANEJAMENTO NO EMPREENDIMENTO RURAL

    Segundo Vilckas (2004), a elaborao e implementao do planejamento no

    setor rural representam um desafio muito grande, tendo em vista que os

    empreendimentos desse setor esto sujeitos a um grande nmero de variveis,

    como a dependncia de recursos naturais, a sazonalidade de mercado, a

    perecibilidade dos produtos, o ciclo biolgico de vegetais e de animais eo tempo de

    maturao dos produtos.

    J para Batalha (2007), outro fator importante a possibilidade de

    mudanas imediatas na produo, pois uma vez realizado o investimento,

    necessrio aguardar o resultado da produo e esco-la rapidamente, mesmo em

    condies desfavorveis de mercado, a menos que o produto possa ser estocado

    espera de melhores condies de venda.

    Essas particularidades resultam em uma maior complexidade no

    gerenciamento do empreendimento rural, que pode ser reduzida com o emprego detcnicas gerenciais que garantam sua competitividade em longo prazo.

    De acordo com a Confederao da Agricultura e Pecuria do Brasil (CNA) a

    utilizao de ferramentas gerenciais pelos produtores ainda reduzida, mas que

    estes, tm percebido que s os conhecimentos tcnicos de produo/criao,

    embora fundamentais, no bastam, e esto reconhecendo a importncia daadministrao, em especial a do planejamento, em suas atividades.

    Os benefcios da administrao para o desempenho econmico das

    propriedades rurais so muitos e significativos.

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    Participam dessa deciso diversos fatores que podem ser alinhados

    segundo suas principais vertentes: caractersticas dos recursos disponveis econdies de mercado.

    A primeira vista, o espectro de alternativas possveis, na escolha do elencode produtos pelo qual se pode optar, parece bastante amplo. Entretanto,esse elenco se restringe medida que se analisem as caractersticas dosrecursos disponveis. Assim, o primeiro estgio de anlise supe que sefaa uma avaliao do potencial natural, sem o uso do que se poderiadenominar como adequadores de produtividade muito complexos ou caros,tais como corretores de solo, equipamentos ou construes sofisticadas.(CAIXETA-FILHO, 2004).

    2.1.2 Quanto Produzir?

    evidente que quando se fala em empresa rural a quantidade a produzir

    estar inicial e fortemente vinculada a deciso do que produzir (mnimo

    economicamente aceitvel), a rea disponvel (mximo possvel) e a demanda ou

    restries do mercado, isto , quantidade recomendvel ou contratada.

    Se o mximo recomendvel ou contratado for compatvel com o mximo

    possvel, tanto melhor, ocupa-se toda a rea disponvel. Deve-se observar que o

    mximo disponvel tambm estar condicionado s necessidades de recuperao do

    solo ou cobertura de reas degradadas pelo uso, exigindo uma rotatividade dos

    espaos de produo.

    Dependendo do produto da empresa rural e da capacidade econmica do

    produtor, deve-se considerar tambm a hiptese de estocar o produto em face de

    condies melhores de venda futura. Desta forma, restries de mercado podem ser

    atenuadas.

    A di id d d ti t t i d

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    Quando dedicados a produtos nicos, estes devem ser tais que ocupem

    nichos especficos de mercado ou tenham demandas contratadas comexclusividade.

    2.1.3 Para Quando Produzir?

    Como para todos os demais produtos, houve poca em que a demanda deprodutos primrios era superior a oferta e produzia-se tanto quanto fosse possvel,

    pois se tinha a certeza de que comercializar era s uma questo de ter os meios

    para transportar e atingir os mercados. Assim, "quando entregar" no era uma

    questo to relevante.

    Havia demanda para receber todos os produtos primrios ouartesanalmente manipulados e estocar era uma preocupao do cliente ouusurio. Entretanto, ao longo do tempo, em face da grande oferta,modernizao dos meios de transporte e exigncias do mercadoconsumidor, uma gama significativa de produtos primrios passou a fazerparte de cadeias agroindustriais tornando-se insumo para enormediversidade de produtos industrial. (CAIXETA-FILHO, 2004).

    Estocar deixou de ser uma preocupao do cliente ou usurio para ser uma

    preocupao da indstria transformadora e do comrcio. Estes segmentos,

    entretanto, muito mais atentos as economias de escala, passaram a pressionar as

    empresas rurais a fornecer seus produtos com a frequncia requerida pelo

    processamento industrial, evitando-se ao mximo estoque e perdas desnecessrias.Assim, passou-se a exigir entregas de matrias-primas mais constantes em prazos

    determinados.

    2 2 ADMINISTRAO DE PROPRIEDADES E ATIVIDADES RURAIS

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    brasileiro ainda se desenvolve dentro de critrios tradicionais que apresentam um

    padro de desempenho restrito, considerando seu potencial global.Sobre a importncia de um sistema de custos, Marion (2000), destaca seus

    objetivos dentro da empresa afirmando que refletem sua importncia como

    ferramenta bsica para a administrao de qualquer empreendimento,

    especialmente na agropecuria, cujos espaos de tempo entre produo e vendas,

    ou seja, entre custos e receitas, fogem a simplicidade de outros tipos de negcios.A classificao proposta por Marion (2000) contempla as principais

    expectativas conceituais sobre custos rurais por sua adequao, referencias e

    enfoque, apresentando trs tipos:

    a) Quanto a Natureza: Classificao que se refere identidade daquilo que foiconsumido na produo.

    b) Quanto identificao com o Produto: Classificao que se refere a maior ou

    menor facilidade de identificar os custos com os produtos, atravs de uma

    medio precisa dos insumos utilizados, da relevncia do seu valor ou daapropriao dos gastos por rateio.

    c) Quanto a sua Variao Quantitativa: Classificao que se refere ao fato de os

    custos permanecerem inalterados ou variarem em relao s quantidades

    produzidas. Ou seja, os custos podem variar proporcionalmente ao volumeproduzido ou podem permanecer constantes, independentemente do volume.

    2.2.1 Representao Quantitativa dos Custos Rurais

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    O planejamento das operaes, demandado pela crescente competitividade

    sugere que uma perspectiva analtica sobre o comportamento dos custos defabricao deve ser desenvolvida e aperfeioada. Mais importante se torna o

    processo de apurao e alocao dos custos indiretos de fabricao.

    Para visualizar a perspectiva que a apurao dos custos globais de uma

    determinada empresa rural oferece, observa-se a estrutura da equao:

    Onde:

    Cg Custos Globais

    V Elemento de custo das atividades vegetais;

    A - Elemento de custo das atividades animais;

    I - Elemento de custo das atividades agroindustriais;

    C - Elemento de custo das atividades complementares;

    P Custo unitrio do item de custo;

    i Quantidade de elementos de custos das atividades vegetais;

    k Quantidade de elementos de custos das atividades animais;

    m Quantidade de elementos de custos das atividades agroindustriais

    q Quantidade de elementos de custos das atividades complementares.

    2.3 A TOMADA DE DECISO NA AGRICULTURA

    Conforme Brossier (1990) so antigos os esforos no sentido de modelar o

    processo de tomada de deciso. A teoria microeconmica da firma constitui o

    primeiro esforo de elaborao de um modelo que foca o comportamento dos

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    Os agricultores gerenciam fatores e tcnicas para produzir bens e servios.

    Assim, eles tomam decises tcnicas e econmicas, baseados em regras eprincpios escolhidos rapidamente.

    Pindyck e Rubinfeld (1994) dizem que preciso escolher o grau de risco que

    se est disposto a assumir. Ou seja, no momento em que as condies futuras so

    incertas, tomar deciso envolve riscos. Assim, a escolha do grau de risco a ser

    assumido depender de alguns fatores pelos quais os administradores podero serinfluenciados. Esses fatores podem ser a busca de maiores rendimentos, melhores e

    maiores oportunidades, probabilidade de ocorrncia, etc.

    No caso dos produtores rurais, a falta de informaes sobre o

    comportamento do mercado e sua composio de custos de produo, os deixa

    merc de posies especulativas, as quais multiplicam em muito os riscos eincertezas de suas atividades.

    2.3.1 Tomada de Deciso Multicritrio

    Conforme (Gomes et.al, 2002) nos problemas multicritrio, bastante

    comum que, para o agente de deciso, alguns critrios sejam mais relevantes doque outros.

    Por motivos diversos, entre os quais esto suas preferncias pessoais

    (razoavelmente explicitadas ou completamente subjetivas), o agente de deciso

    pode considerar alguns critrios menos ou mais importantes do que os demais.

    2.3.2 Modelos de Planejamento Agrcola e Otimizao Agroindustrial

    Com base em programao matemtica, um modelo visa compreender

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    O trabalho de Gameiro et al. (2008), apresenta resultados que permitem

    avaliar positivamente a otimizao de modelos em processos agroindustriais, pois,visualizaram potenciais ganhos no processo de suprimento a partir de sua reviso.

    Ainda, disseram que, a gesto de pessoas, mquinas, frotas e dos tempos

    fundamental no contexto. A coordenao das atividades, objetivando maior sincronia

    entre as etapas interdependentes, foi capaz de gerar resultados financeiros bastante

    significativos no segmento de processamento industrial de tomates.Ahumada e Villalobos (2008) construram um modelo em que o objetivo era

    maximizar o valor lquido das receitas, e sua principal contribuio era a de

    determinar em simultneo a otimizao discreta das despesas e de capital para

    ambos os padres, perodo nico e perodo.

    Segundo (Heckelei e Wolff (2003), o uso de uma abordagem de programaomatemtica tem a vantagem de modelar explicitamente condies tecnolgicas e

    polticas (obrigaes, cotas de produo e restries) em que as funes de

    comportamento no podem ser derivadas facilmente.

    Louhichi et al. (2004),dizem que os principais componentes que devem

    englobar a construo de um modelo para o planejamento rural so:

    - Um conjunto de variveis de deciso que descrevem as atividades

    agrcolas e do estado do sistema.

    - Uma funo objetivo que descreve o comportamento do agricultor e os

    objetivos em particular sobre o risco.- Um conjunto de restries fsicas, financeiras, tcnicas, econmicas e

    agronmicas, representando as especificaes de funcionamento do sistema.

    - Um conjunto de polticas e medidas ambientais (preo e mercado), cotas e

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    os princpios da teoria econmica do produtor e ao fato das necessidades de

    informao serem substancialmente inferiores s dos mtodos economtricos.HOWITT, (1995).

    O problema econmico do produtor agrcola geralmente formulado sob a

    forma primal da PL, em que o objetivo determinar a combinao das atividades

    agrcolas que maximizam o lucro e que so admissveis relativamente

    disponibilidade dos recursos fixos.Segundo Howitt (1995) a origem do problema de sobre-especializao da

    soluo do modelo de PL, principalmente nos modelos agregados, est no reduzido

    nmero de restries empricas comparado com o nmero observado de atividades

    agrcolas na situao de referncia, na falta de especificao da no linearidade das

    tecnologias agregadas e no fato de ser difcil considerar os preos endgenos dosprodutos e o risco no comportamento dos agentes econmicos.

    Caixeta Filho (2004), diz que uma das aplicaes mais clssicas da

    programao linear, ramo da pesquisa operacional, diz respeito ao planejamento

    agrcola, ou mais genericamente, planejamento agroindustrial.

    Segundo Engau (2009), muitos problemas na deciso de gesto oufinanciamento, bem como vrias outras reas exigem a considerao simultnea de

    vrios critrios e, assim, so muitas vezes modelados e resolvidos por meio de

    mtodos multiobjetivo de programao e de tomada de deciso multicritrio.

    Uma caracterstica comum a todos estes problemas que, em geral, no

    existe uma nica soluo ideal, mas sim um conjunto dos chamados solues dePareto, entre os quais, o decisor escolhe, com base em preferncias pessoais ou

    critrios adicionais no includos no modelo de otimizao original.

    Como exemplo, a figura 3 mostra o resultado de uma otimizao agrcola,

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    A regio delimitada pelo trapzio demonstra a rea ideal de plantio e cultivo

    de um determinado tipo de cereal, o qual teve seus objetivos focados emmaximizao de lucro e minimizao de riscos, baseados nas condies de restrio

    do produtor.

    Figura 3Exemplo de Otimizaco Agrcola

    Fonte: Adaptado de Huseby e Haavardsson (2009, P. 245)

    Alencar et al (2009), desenvolveram um sistema de apoio deciso que

    utiliza programao linear para otimizao multiobjetivo de reas irrigadas baseados

    no CISDERGO (Curi e Curi; 2001a), no ORNAP (Curi e Curi; 2001)e no modelo de

    Santos (2007), onde foi realizado um comparativo entre dois paradigmas distintos: omanejo agrcola convencional (utilizando agrotxicos e adubao qumica) e o

    manejo agrcola orgnico, levando em conta critrios financeiros, sociais e

    ambientais

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    tarefas de campo, anlise de investimento, seleo de mquinas e outros aspectos

    do processo de produo. O objetivo do modelo a minimizao dos custosdecorridos pelos agricultores durante a campanha agrcola. O modelo foi utilizado

    com sucesso como parte da ampliao de servios na Espanha, fornecendo

    recomendaes sobre culturas e rentabilidade.

    Vitoriano et al. (2003), desenvolveram um modelo usado para planejar a

    explorao dos recursos e para programar as diferentes atividades necessrias parao cultivo das culturas.

    O objetivo global do modelo minimizar custos totais. O modelo considera o

    tempo, precedncia e recursos, para restringir a programao de produo

    e atividades na explorao. O documento considera duas abordagens de

    modelagem, uma em que so particionadas em discretas unidades, e uma segundaque usa um horizonte temporal contnuo. A primeira preferida para horizontes de

    planejamento em curto prazo, enquanto o ltimo utilizado por longos horizontes de

    planejamento

    soltas com janelas temporais.

    Ayala et al. (1996) analisaram diversos fatores envolvidos no planejamentoagrcola para identificar reas aptas e seus riscos na provncia de Almaria, Espanha.

    Silva et al. (1999) utilizaram-se de um modelo de simulao para anlise e apoio

    deciso em agrossistemas.

    DE GES2.4 GERENCIAMENTO AGRCOLA

    De acordo com Duffy e Kayg (2007), gestores de fazendas exercem muitas

    funes, e grande parte do seu tempo gasto fazendo trabalhos de rotina. No

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    Para formular um plano, os gestores devem primeiro estabelecer metas ou

    ter certeza de que eles entendem claramente os objetivos do proprietrio e donegcio.

    Em segundo lugar, devem identificar a quantidade e a qualidade dos

    recursos disponveis para se cumprir as metas.

    Na agricultura, esses recursos incluem a terra, gua, mquinas, animais,

    capital e trabalho.Terceiro, os recursos devem ser alocados entre as vrias utilizaes

    concorrentes.

    O gestor deve identificar todas as alternativas possveis, analis-las e

    selecionar aquelas que mais se aproximam do cumprimento das metas do negcio,

    e todos estes passos requerem ao gestor tomar decises de longo e curto prazo.Uma vez que um plano desenvolvido, ele deve ser implementado. Isso

    inclui a aquisio de recursos e materiais necessrios para colocar o plano em vigor,

    alm de supervisionar todo o processo.

    2.4.2 Controle e Ajuste

    A funo de controle inclui o monitoramento de resultados, o registro de

    informaes, e a comparao dos resultados com um padro.

    Ele garante que o plano est sendo seguido e produzir os resultados

    desejados, ou fornece um aviso antecipado para que os ajustes possam ser feitos

    ou no.

    Os resultados e outros dados relacionados podem ser uma fonte de novas

    informaes para melhorar os planos futuros.

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    A Figura 4 ilustra o fluxo de ao desde o planejamento at a implementao

    e controle para o ajuste.

    Figura 4Fluxo de Ao para o AjusteFonte: Turban, 1990 apud Porto, 2002

    2.5 GESTO ESTRATGICA DA FAZENDA

    Em princpio, a gesto estratgica de uma propriedade agrcola pode ser

    estabelecida com a evoluo dos fatores indicados como na figura 5.

    Figura 5Fatores de Evoluo da Gesto EstratgicaFonte: Vilckas, 2004

    2 5 1 Definindo a misso do negcio

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    As declaraes da misso devem enfatizar os talentos especiais e as

    preocupaes de cada explorao agrcola e de seus gestores.

    2.5.2 Formulao dos Objetivos do Negcio

    Duffy e Kayg (2007) dizem que os objetivos fornecem um ponto de

    referncia para a tomada de decises e medem o progresso.Para uma fazenda familiar proprietria e operante, os objetivos do negcio

    podem ser um subconjunto de metas para a famlia em geral.

    Para as propriedades maiores, onde os gestores contratados so

    empregados, os proprietrios podem definir os objetivos, enquanto o gerente se

    esfora para atingi-los.Nem todos os administradores de fazenda tm os mesmos objetivos, mesmo

    quando seus recursos so semelhantes. Isso ocorre porque as pessoas tm valores

    diferentes. Valores de influenciar as pessoas, a definio de metas e que prioridades

    puseram sobre elas.

    O Quadro 1 apresenta alguns valores tpicos de agricultores e pecuaristas.Como eles se sentem sobre como cada um deles afetar o seu negcio e os

    objetivos da famlia.

    1 Uma fazenda um bom lugar para se estabelecer uma famlia.

    2 Uma fazenda deve ser administrada como uma empresa.

    3 aceitvel que os agricultores peam dinheiro emprestado.4 O agricultor deve ter pelo menos duas semanas de frias a cada ano.

    5 melhor ser independente do que trabalhar para algum.

    6 aceitvel que um agricultor tambm trabalhe fora da fazenda.

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    comprometer, se necessrio, para se chegar a um conjunto de objetivos

    mutuamente aceitveis.Quando as metas esto sendo estabelecidas, necessrio ter em mente os

    seguintes pontos importantes:

    1. Os objetivos devem ser escritos. Isso permite que todos os envolvidos possam ver

    e concordar com um registro para a reviso em datas posteriores.

    2. Metas devem ser especficas. "Possuir 240 hectares de terras agrcolas classe X

    no municpio Y". Elas ajudam o gerente a determinar se uma meta pode ser atingida

    e possibilitar um senso de compreenso e uma oportunidade de pensar sobre as

    definies das novas metas.

    3. Os objetivos devem ter indicadores. O objetivo de possuir, por exemplo,240

    hectares mensurvel, e cada ano o gestor pode avaliar o progresso em direo

    meta.

    4. As metas devem ter um calendrio. "Para possuir 240 hectares dentro de cinco

    anos" mais til do que uma meta com uma data de concluso em aberto, ou vago.

    O prazo ajuda a manter o gestor focado em alcanar a meta.

    Raramente existe um nico objetivo; operadores agrcolas geralmente tm

    mltiplos objetivos. Quando isso ocorre, o gerente deve decidir quais metas so

    mais importantes.Algumas combinaes de metas podem ser impossveis de alcanar

    simultaneamente, o que torna o processo de classificao ainda mais importante.

    Outro trabalho do gestor equilibrar as compensaes entre objetivos

    31

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    A maximizao do lucro frequentemente assumida como sendo um dos

    principais objetivos de todos os proprietrios de negcios, particularmente no estudoda economia.

    No entanto, os operadores agrcolas, muitas vezes optam pela sobrevivncia

    ou permanncia no negcio acima de maximizao do lucro.

    O lucro necessrio para pagar as despesas da famlia e os impostos,

    aumento de capital do proprietrio, a dvida diminui, e possibilitar a expanso daproduo.

    No entanto, vrios objetivos possveis na lista implicam minimizao ou

    preveno de riscos, que podem conflitar com a maximizao do lucro.

    Os planos de produo mais rentveis em longo prazo e estratgias esto

    abertos a maiores riscos tambm.Lucros altamente variveis de ano para ano podem reduzir

    consideravelmente as chances de sobrevivncia, em conflito com o desejo de um

    rendimento estvel. Por essas e outras razes, a maximizao do lucro nem sempre

    o objetivo mais importante para todos os operadores agrcolas.

    O lucro pode ser maximizado sujeito a atingir nveis mnimos aceitveis deoutros objetivos, tais como segurana, lazer e proteo ambiental. No entanto, a

    maximizao do lucro tem a vantagem de ser facilmente mensurado, quantificado e

    comparado entre diferentes negcios.

    2.5.3 Avaliao dos Recursos do Negcio

    Fazendas variam muito em quantidade e qualidade dos recursos fsicos,

    humanos e financeiros disponveis.

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    Outros recursos fsicos que devem ser avaliados incluem a criao de gado,

    construes de cercas, mquinas e equipamentos, instalaes de irrigao e oestabelecimento de culturas perenes, tais como pomares, vinhedos e pastagens.

    As competncias dos recursos humanos, dos operadores e demais

    funcionrios, muitas vezes determinam o sucesso ou o fracasso de determinadas

    empresas.

    Alguns trabalhadores so talentosos com mquinas, outros se destacam emmarketing ou contabilidade. Igualmente importante, o grau que cada pessoa gosta

    ou no de fazer determinados trabalhos.

    Realizar uma auditoria completa das habilidades e preferncias pessoais de

    cada um, antes de identificar as estratgias competitivas de uma empresa agrcola

    poderia ser vivel.Especial ateno deve ser dada identificao de recursos, que dar a

    fazenda uma vantagem competitiva sobre outras empresas.

    Se alguns recursos fundamentais so considerados em falta, as estratgias

    para preencher essas lacunas podem ser formuladas.

    2.5.4 Gesto Ttica

    Depois de uma estratgia global para a propriedade, o gerente deve tomar

    decises tticas sobre como implement-la.

    Decises tticas incluem quando, onde e quais culturas agrcolas seroselecionadas, quais mquinas e quem contratar.

    2.5.5 Identificao, Definio do Problema e Solues

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    Costume, tradio, hbito ou no devem restringir o nmero ou tipos de

    alternativas consideradas.

    2.5.6 Coletar dados e informaes

    O prximo passo coletar dados, informaes e fatos sobre as alternativas.

    Os dados podem ser obtidos a partir de muitas fontes, incluindo os serviosde extenso universitria, boletins e panfletos de estaes experimentais agrcolas,

    servios eletrnicos de dados, comerciantes de insumos agrcolas, vendedores de

    insumos agrcolas, rdio e televiso, redes de computadores, revistas, boletins e

    normas de recomendaes de melhores prticas.

    Talvez a fonte mais til de dados e informaes um conjunto preciso ecompleto dos registros do passado para a prpria explorao do gestor.

    A tomada de deciso geralmente requer informaes sobre eventos futuros,

    porque os planos para a produo de lavouras devem ser feitos muito antes de o

    produto final estar pronto para o mercado.

    O tomador de deciso pode ter que formular algumas estimativas ouexpectativas sobre preos futuros e os rendimentos.

    Observaes passadas fornecem um ponto de partida, mas muitas vezes,

    precisa, ser ajustadas para as condies atuais e previstas.

    2.5.7 Execuo da deciso

    Nada vai acontecer e a meta no ser cumprida se simplesmente no for

    tomada uma deciso. Essa deciso deve ser correta e atentamente executada, o

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    Desenvolver as restries de recursos para o modelo de programao linear

    exige a utilizao dos coeficientes tcnicos e os limites de recursos em geral.

    A forma geral das restries :

    X1 x UNIDADES(1) + X2 x UNIDADES (2) + X3 x UNIDADES (3)

    RECURSO

    Onde X1 representa a quantidade de um determinado recurso necessrio

    para produzir uma unidade da cultura, e assim por diante.

    O montante total dos recursos disponveis para todas as utilizaes,

    representada por RECURSO na equao, limita o nmero de unidades das trsculturas possveis que a propriedade pode produzir.

    Cada cultura a ser considerada deve ser includa nas equaes e a restrio

    deve ser desenvolvida para cada recurso limitado.

    O gestor tambm poder impor restries subjetivas, e arbitrariamente

    definir um nvel mnimo ou mximo em algumas culturas agrcolas.

    2.7 NECESSIDADE HDRICA DE CULTURAS AGRCOLAS

    Conforme Mello e Silva 2007, o termo evaporao designa a transferncia

    de gua para a atmosfera sob a forma de vapor que se verifica em um solo midosem vegetao, nos oceanos, lagos, rios e outras superfcies de gua.

    De maneira geral, o termo evapotranspirao utilizado para expressar a

    transferncia de vapor dgua que se processa para a atmosfera proveniente de

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    Dentre estes fatores destacam-se a fase de desenvolvimento da cultura, o

    ndice de rea foliar, as condies fitossanitrias e as condies de umidade dosolo.

    Informaes da quantidade de gua evaporada e ou evapotranspirada so

    necessrias em diversos estudos hidrolgicos e para adequado planejamento e

    manejo.

    O conhecimento da evapotranspirao essencial para estimar aquantidade de gua requerida para irrigao.

    O conhecimento do consumo de gua nas diversas etapas de

    desenvolvimento das plantas cultivadas permite que a administrao da irrigao

    seja feita de forma mais racional, de acordo com a real exigncia da cultura.

    Esse conhecimento tambm tem a sua importncia na agricultura noirrigada, pois permite o planejamento de

    pocas de semeadura em funo da disponibilidade hdrica mdia da regio

    considerada, permitindo maior eficincia no aproveitamento das precipitaes.

    Para realizar estimativas de evapotranspirao da cultura (ETc) o

    procedimento usual utilizar estimativas da evapotranspirao de referncia(ETo),corrigidas por um coeficiente de cultura (Kc). Esse coeficiente de ajuste

    determinado pela relao:

    Kc = ETc / ETo

    Os valores de Kc variam com a cultura e com seu estgio de

    desenvolvimento, sendo apresentado em tabelas por Doorenbos e Pruitt (1977) e

    descritopara diferentes culturas por Doorenbos e Kassam(1994).

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    e) Semeadura: Operao que consiste em colocar sementes no solo ou

    em recipientes para que germinem e formem plantas. No solo, as sementes podemser colocadas a lano ou dispostas nas linhas ou em covas.

    f) Adubao mineral: prtica agrcola que consiste no fornecimento de

    adubos ou fertilizantes ao solo, de modo a recuperar ou conservar a sua fertilidade,

    suprindo a carncia de nutrientes e proporcionando o pleno desenvolvimento das

    culturas vegetais.g) Aplicao de defensivos agrcolas: substncias venenosas utilizadas

    no combate s pragas, que atacam as plantaes. Sendo: Herbicidas; usados para

    matar ervas daninhas, Fungicidas; utilizados no combate de fungos parasitas,

    Inseticidas; usados contra insetos, e Nematcidos; que controlam nematdios

    parasitas.h) Capinas: procedimento agrcola que consiste na remoo parcial ou

    total da cobertura vegetal existente em determinados locais, com utilizao de

    ferramenta manual ou produtos qumicos, de modo a privilegiar o desenvolvimento

    da cultura de interesse.

    i) Colheita: Operao que consiste em retirar o efetivo da produo doscampos, hortas e pomares para eventual comercializao.

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    2.8.2 Cultivo Orgnico

    De acordo com o Sebrae (2011), agricultura orgnica o sistema de

    produo que no usa fertilizantes sintticos, agrotxicos, reguladores de

    crescimento ou aditivos sintticos para a alimentao animal.

    O manejo na agricultura orgnica valoriza o uso eficiente dos recursos

    naturais no renovveis, bem como o aproveitamento dos recursos naturaisrenovveis e dos processos biolgicos alinhados biodiversidade, ao meio-

    ambiente, ao desenvolvimento econmico e qualidade de vida humana.

    Figura 8Cultivo OrgnicoFonte: Acervo do Autor

    Segundo Erlers (1999), os sistemas agrcolas orgnicos dependem de

    rotao de culturas, de restos de culturas, estercos animais, de leguminosas, de

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    Respeito natureza: reconhecimento da dependncia de recursos

    naturais no renovveis; A diversificao de culturas: leva ao desenvolvimento de inimigos

    naturais, sendo item chave para a obteno de sustentabilidade;

    O solo um organismo vivo: o manejo do solo propicia oferta constante

    de matria orgnica (adubos verdes, cobertura morta e composto orgnico),

    resultando em fertilidade do solo; e Independncia dos sistemas de produo: ao substituir insumos

    tecnolgicos e agroindustriais.

    A importncia que a produo orgnica vem assumindo no mercado dealimentos exige regulamentao que assegure ao consumidor a garantia de

    que est adquirindo um item que obedece s normas legais estabelecidaspara o produto orgnico. Entre os atributos de qualidade, cada vez mais osprodutos relacionados preservao da sade ganham fora. Emergemtambm atributos de qualidade ambiental dos processos produtivos, emespecial os relacionados proteo dos mananciais e dabiodiversidade. Como decorrncia crescem as demandas por processos decertificao de qualidade e scio ambiental para atender a rastreabilidadedo produto e dos respectivos sistemas produtivos a partir de movimentosinduzidos pelos consumidores. (SEBRAE, 2011).

    Dentro do objetivo final da produo orgnica, pode-se dizer que estaria o

    equilbrio sustentvel do meio ambiente.

    Nela, no permitido o uso de agrotxicos, adubos qumicos e sementes

    transgnicas.

    A grande vantagem disso, alm da produo de alimentos maissaudveis e naturais, a preservao do solo, que fica mais frtil e livre da

    toxicidade.

    Conforme atesta o MDA (2006) alm de conservar o solo o cultivo de

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    2.8.3 Cultivo em Plantio Direto

    De acordo com Instituto Agronmico de Campinas (2005), o sistema de

    plantio direto (SPD) um sistema de manejo do solo onde a palha e os restos

    vegetais so deixados na superfcie do solo.

    O solo revolvido apenas no sulco onde so depositadas sementes e

    fertilizantes. As plantas infestantes so controladas por herbicidas. No existepreparo do solo alm da mobilizao no sulco de plantio.

    Considera-se que para o sucesso do sistema so fundamentais a rotao de

    culturas e o manejo integrado de pragas, doenas e plantas invasoras.

    O plantio direto uma tcnica de cultivo conservacionista na qual procura-

    se manter o solo sempre coberto por plantas em desenvolvimento e porresduos vegetais. Essa cobertura tem por finalidade proteg-lo do impactodas gotas de chuva, do escorrimento superficial e das eroses hdrica eelica. Existem diversos sinnimos ou termos equivalentes para plantiodireto: plantio direto na palha, cultivo zero, sem preparo ("no-tillage"), cultivoreduzido, entre outros. Efetivamente, poderia considerar-se o plantio diretocomo um cultivo mnimo, visto que o preparo do solo limita-se ao sulco desemeadura, procedendo-se semeadura, adubao e, eventualmente, aplicao de herbicidas em uma nica operao. (EMBRAPA, 2006).

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    De acordo com Primavesi (2000), o plantio direto compreende um conjunto

    de tcnicas integradas que visam melhorar as condies ambientais (gua-solo-clima) para explorar da melhor forma possvel o potencial gentico de produo das

    culturas.

    Seguindo a afirmao do autor, possvel afirmar que com a adoo do

    plantio direto deve seguir pelo menos trs requisitos, sendo eles, o no revolvimento

    do solo, a rotao de culturas e uso de culturas de cobertura para formao depalhada, tudo isso associado ao manejo integrado de pragas, doenas e plantas

    daninhas.

    Alm disso, o plantio direto no deve ser visto como uma receita universal,

    mas como um sistema que exige adaptaes locais.

    Essas tm sido executadas por iniciativa dos prprios agricultores, por meioda integrao contnua de esforos com pesquisadores e tcnicos, possibilitando

    avanos palpveis no desenvolvimento e na transferncia de tecnologias.

    Conforme a EMBRAPA (2000), a adoo do plantio direto expressa a

    perfeita harmonia do homem com a natureza e proporciona economias significativas

    para a sociedade como um todo.Assim torna-se possvel a minimizao de custos de produo e tambm a

    maximizao da produtividade de insumos e de mo-de-obra.

    O cultivo em plantio direto permite tambm o cumprimento do calendrio

    agrcola, que no caso de bens de consumo evidenciado como de extrema

    importncia, validando as recomendaes do zoneamento e sendo um atrativo para

    seguradoras, viabilizando a atividade agrcola.

    2.8.4 Cultivo Irrigado

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    As plantas absorvem gua do solo pelas razes e apenas uma pequena

    parte dela incorporada na matria vegetal, na forma de gua constituinte, e grandeparte perdida pelas folhas atravs dos estmatos, para a atmosfera, na forma de

    vapor de gua.

    Figura 10Cultivo IrrigadoFonte: Bernardo Salassier (2009)

    Quando no h gua disponvel no solo, ocorre o estresse hdrico.

    A elevada exigncia de gua, portanto, intrnseca da planta, que, se no

    satisfeita, afeta o crescimento e a produo.

    O conhecimento disso fundamental para se entender por que a agricultura

    irrigada, mesmo a mais racional e eficiente, grande demandadora de gua, dentre

    os diferentes setores da sociedade.

    Os principais mtodos de irrigao utilizados no Brasil so: gotejamento,

    Figura (A),piv central, Figura (B), asperso convencional, Figura (C) e por sulcos,

    Figura (D).

    A B

    C

    C DC

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    O mtodo considerado ideal aquele que melhor se adequar s condies

    locais de topografia, clima, tipo de solo e de cultivo, disponibilidade e qualidade degua, mo-de-obra e energia.

    2.8.5 Cultivo Protegido

    A deciso de se cultivar em ambiente protegido deve vir depois de umaavaliao criteriosa do mercado e das necessidades climticas e sanitrias da

    cultura em questo.

    Inmeros so os fatores a serem levados em conta ao se projetar o

    ambiente protegido. A estrutura deve ser tal que atenda a exigncia do cultivo.

    A primeira indagao que se faz : do que proteger o cultivo? Excesso deradiao, chuvas, geada, insetos?

    A segunda pergunta : O benefcio da produo protegida dar sobre preo?

    O lucro vem da produo fora de poca, do produto sem uso de defensivos,

    ou do aumento da produtividade?

    A terceira pergunta : O custo da estrutura que necessria para produzirtal hortalia em tal poca pagvel pela produo? S uma estrutura coberta com

    plstico suficiente, ou ser preciso acessrios para modificar o microclima?

    45

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    Uma vez respondidas tem-se o tipo de estrutura de proteo para se cultivar,

    e s ento se far a pergunta: como manejar o ambiente protegido?Segundo Cermeo (1990) a produtividade dentro do ambiente protegido

    pode ser 2 a 3 vezes maior que as observadas no campo e com qualidade superior.

    Alm do controle parcial das condies climticas, o ambiente protegido

    permite a realizao de cultivos em pocas que normalmente no seriam escolhidas

    para a produo ao ar livre.Esse sistema tambm auxilia na reduo das necessidades hdricas

    (irrigao), atravs de uso mais eficiente da gua pelas plantas.

    Outro bom motivo para produzir em ambiente protegido o melhor

    aproveitamento dos recursos de produo (nutrientes, luz solar e CO2), resultando

    em precocidade de produo (reduo do ciclo da cultura) e reduo do uso deinsumos, como fertilizantes e defensivos.

    2.8.6 Custos de Produo Agrcola

    O custo de produo agrcola uma excepcional ferramenta de controle egerenciamento das atividades produtivas e de gerao de importantes informaes

    para subsidiar as tomadas de decises pelos produtores rurais e, tambm, de

    formulao de estratgias pelo setor pblico.

    Para administrar com eficincia e eficcia uma unidade produtiva agrcola,

    imprescindvel, dentre outras variveis, o domnio da tecnologia e do conhecimento

    dos resultados dos gastos com os insumos e servios em cada fase produtiva da

    lavoura, que tem no custo um indicador importante das escolhas do produtor.

    A produo na atividade agrcola, pelas suas particularidades, exige

    46

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    2.8.7 A Funo Produo

    Nesse processo de escolhas podem ser identificados os produtores

    (empresas) e os consumidores (famlias).

    Os primeiros utilizam recursos (terra, capital e trabalho, capacidade

    tecnolgica e empresarial)para a produo de bens e servios que podem atender

    s necessidades, desejos e preferncias das famlias.

    Estas, alm de fornecer os recursos, efetuam pagamentos para as empresas

    que os repassam de volta em forma de salrios, juros, aluguis (ou arrendamentos)

    e lucros, criando, assim, os fluxos monetrios e real da economia (CASTRO, 1988).

    Do lado dos consumidores, na opinio de Camps (1988), o processo de

    escolha depender basicamente do preo do bem especfico e de outros bens, da

    sua renda e de sua preferncia.

    Da parte das empresas, Segovia (1988) entende que o problema enfrentado

    de decidir por uma alternativa especfica de produo, quando h a necessidade

    de renunciar a outras opes existentes, sempre tendo como objetivo maior a

    gerao de lucros como fator de eficincia.

    Diante do problema empresarial anteriormente citado, torna-se claro que a

    atividade fundamental da empresa a produo, que consiste na utilizao dos

    fatores produtivos e dos recursos intermedirios para obter bens e servios

    (MOCHM, 2007).

    Sobre os fatores produtivos, importante conceitu-los como sendo todo

    agente econmico, pessoa ou coisa capaz de acrescentar valor s matrias primas

    em algum momento do processo produtivo (IGLESIAS,1988).

    Ao decidir o que e quanto, como e para quem produzir, levando em conta as

    47

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    Essa anlise importante para se observar a eficincia econmica das

    empresas.A funo produo representa a tecnologia utilizada no processo produtivo

    de determinado produto e a tecnologia determina quais insumos, a sua quantidade e

    a forma de utilizao dos mesmos.

    Dada uma tecnologia de produo, os preos e as quantidades de insumos

    determinaro os custos totais e em vista das diferentes possibilidades de utilizaodesses fatores, possvel combin-los de forma a minimizar os custos de produo

    (CASTRO et al, 2009).

    2.8.8 Agrotxicos

    A legislao vigente entende os agrotxicos como os produtos e os agentes

    de processos fsicos, qumicos ou biolgicos, destinados ao uso nos setores de

    produo, no armazenamento e beneficiamento de produtos agrcolas, nas

    pastagens, na proteo de florestas, nativas ou implantadas, e de outros

    ecossistemas e tambm de ambientes urbanos, hdricos e industriais, cuja finalidade

    seja alterar a composio da flora ou da fauna, a fim de preserv-las da ao

    danosa de seres vivos considerados nocivos.

    Os agrotxicos so classificados de acordo com a praga que combatem e

    so denominados de acaricidas, bactericidas, fungicidas, herbicidas, inseticidas,

    nematicidas e moluscidas.

    2.8.9 Fertilizantes

    48

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    De acordo com a CIIAGRO (2009), as adversidades meteorolgicas e as

    variaes climticas tm efeito decisivo no desenvolvimento e produo tanto animalcomo vegetal.

    Os riscos a que estas espcies, em especial os vegetais esto submetidos,

    definem a probabilidade de sucesso do empreendimento agrcola.

    Tller et. al (2009), dizem que o Brasil um dos mercados agrcolas mais

    dinmicos do mundo e responde por um quinto da produo global de alimentos.Pode-se constatar que, devido imensa rea do pas, inevitvel que o

    setor agrcola seja extremamente diversificado em termos de condies geogrficas,

    produtos, tamanho das propriedades e riscos encontrados nas vrias regies.

    So comuns, que ocorram no local de produo rural, adversidades

    climticas que podem afetar direta ou indiretamente a produo agrcola dosdiversos produtos produzidos, tais como seca, granizo, geadas, vendaval, chuvas

    em excesso, dentre outras.

    Para que haja uma reduo dos riscos climticos para a agricultura e

    consequente diminuio das perdas para os agricultores, tornou imprescindvel

    identificar, quantificar e mapear as reas mais favorveis ao plantio das culturas de

    sequeiro, levando-se em conta a oferta climtica e, mais especificamente, a

    distribuio pluviomtrica.

    O estudos de zoneamento agroclimtico sob caractersticas microclimticas

    determina a potencialidade de explorao agrcola em funo dos parmetros gerais

    e restritivos do clima.

    Um dos aspectos mais importantes do zoneamento agroclimtico, a

    anlise de riscos climticos, para a definio da caracterstica de uma localidade

    com respeito probabilidade de ocorrncia de seca ou outro fenmeno adverso em

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    Na presente pesquisa, a amostra compreende as culturas agrcolas de 47

    tipos de hortalias, 21 tipos de cereais e 11 tipos de frutas.

    3.4 ESTRUTURA DA METODOLOGIA APLICADA

    A estrutura da metodologia aplicada para a construo do trabalho foi

    definida em formato de fluxograma, conforme Figura 1, e evidencia os

    procedimentos a serem utilizados at a obteno e formulao do modelo.

    3.5 CARACTERIZAO DA PRODUO AGRCOLA

    Com a finalidade de estabelecer o entendimento das variveis envolvidas no

    processo de produo e planejamento agrcola, as definies abaixo buscam

    explicitar o contedo dos fatores adotados na realizao deste trabalho.

    Unidade de produo: o estabelecimento rural cujos recursos so

    dedicados produo agrcola, sem necessariamente assumir personalidade

    jurdica.

    A administrao da unidade de produo, normalmente, efetuada pelo

    agricultor, mas a famlia influi diretamente na tomada de deciso.

    Custo de oportunidade: a remunerao que o recurso obteria na melhor

    alternativa de uso. Recorre-se a este conceito quando h necessidade de imputar

    valores aos recursos que no so diretamente determinados pelo mercado.

    Custo direto: o custo claramente identificvel e mensurvel, empregado

    exclusivamente na produo de uma determinada explorao.

    Custo indireto: o custo arbitrariamente imputado explorao, por ser

    empregado em mais de uma explorao.

    51

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    3.5.1.Matriz de Componentes e Coeficientes Tcnicos

    Os componentes so todos os itens de insumos e fatores de produo

    considerados.

    Os coeficientes tcnicos so as quantidades utilizadas em cada tipo de

    explorao e para cada sistema especfico de produo.Estes coeficientes, alm da bvia relao com a cultura esto relacionados

    com o tipo de solo, fertilidade, topografia, clima, tecnologias, apoio de servio de

    assistncia tcnica, estradas e estruturas de apoio, forma de associativismo do

    produtor, disponibilidade de insumos e servios e polticas de crdito e seguro.

    Algumas dessas condies se alteram ao longo do tempo, de modo que

    convm revisar periodicamente a sua influncia, de acordo com os conceitos

    seguintes.

    Custo mdio (varivel, fixo e total): a diviso de cada tipo de custo pelo

    nmero de unidades produzidas.

    Custo total: o conjunto dos custos diretos e indiretos realizados durante as

    etapas do processo de produo - somatrio dos custos fixos e variveis, por

    unidade de rea, no sistema produtivo caracterizado.

    Custos variveis: so aqueles que participam, na medida em que a atividade

    produtiva se desenvolve, ou seja, aqueles que somente ocorrem ou incidem se

    houver produo, tais como insumos, servios mecnicos, trabalho humano, custos

    financeiros, despesas de comercializao e outras taxas.

    o custo que varia em proporo direta com a quantidade produzida ou a

    rea plantada num determinado perodo de tempo.

    52

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    O Quadro 2 mostra os custos envolvidos num sistema de produo agrcola.

    Quadro 2Custos de Produo Agrcola

    Fonte: Conab (2008)

    O custo da mo-de-obra permanente contratada calculado com base no

    salrio mdio encontrado no mercado, acrescido dos encargos sociais de acordo

    com a legislao pertinente.

    Para efeito dos custos de produo, o salrio mensal do trabalhador rural

    contratado considera uma carga horria mensal de 22 dias teis de 8 horas dirias.

    Servios Mecnicos: servios de mquinas, de trao motora ou por animais

    para as funes de:

    53

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    transporte de trabalhadores;

    classificao e seleo.

    3.6 DEFINIO DE PARMETROS

    A definio dos parmetros foi gerada com base no levantamento de dados

    para verificar as variveis existentes relacionadas as diferentes culturas,

    formas de cultivo, suas caractersticas relevantes, dimenses, vantagens,

    desvantagens.

    O levantamento dos dados para execuo do trabalho levou em

    considerao as seguintes atribuies:

    Tipo de cultura agrcola

    rea mnima, mxima e total disponveis para plantio

    Sistema de cultivo adotado

    Mo-de-Obra demandada

    Necessidade hdrica para cada cultura

    Quantidade de horas de mquinas empregadas

    Clculo de insumos e servios

    Custo de Produo/ha

    Ciclo da Cultura

    Receita Lquida e risco climtico

    3.6.1 Dados Tcnicos Necessrios para o Zoneamento Agrcola de Risco Climtico

    54

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    solos, dividindo-os em trs classes de reteno de gua, para fins de clculo

    do balano hdrico.

    Dados climatolgicos

    As variveis essenciais so temperatura mxima, temperatura mnima e

    precipitao pluviomtrica. Entretanto, tambm contam com dados de

    temperatura mdia compensada, radiao solar, velocidade de vento eumidade relativa do ar, os quais permitem anlises mais detalhadas do clima.

    Dados altimtricos

    Indicam os perodos que o plantio tem menor risco de perdas.

    3.7 COLETA DE DADOS

    O incio do levantamento dos dados foi obtido com informaes sobre o

    setor em estudo, adquiridas em fontes de informao do governo brasileiro

    (Embrapa, SEAB, MAPA) e revistas especficas sobre agricultura.

    A coleta de dados foi efetuada atravs da anlise dos coeficientes tcnicos

    de cada cultura selecionada para o estudo, e englobou consulta a bases de dados e

    tambm a manuais tcnicos de manejo cultural.

    Ainda sobre a coleta dos dados, fez-se necessrio a pesquisa de dados

    especficos do setor analisado, no que diz respeito ao levantamento dos coeficientes

    tcnicos das formas de cultivo e dos custos de produo para cada uma delas,

    consultas a acervos tcnico-didticos de peridicos on-line e literatura especfica, e

    por fim, anlise e balanceamento de operaes unitrias agroindustriais para serem

    avaliados e poderem gerar dados estruturados para a tomada de deciso.

    55

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    Para satisfazer os dados tcnicos de produo e aprimorar a construo do

    modelo, a coleta de dados tambm se fez presente pela consulta atravs demanuais tcnicos da EMBRAPA.

    3.8 DEFINIO DAS CULTURAS

    Uma vez definidos os documentos a serem pesquisados, o passo seguinte

    foi a escolha dos tipos de culturas a englobar a construo do modelo.

    Em essncia, a escolha das culturas envolvidas envolve trs grupos

    distintos, sendo eles, hortalias, cereais e frutas.

    A opo de escolha destes tipos de culturas se deu em funo do ciclo

    vegetativo de cada espcie, o que constitui culturas de ciclo rpido (30 a 40 dias),

    anuais (60 a 120 dias) e perenes (1 a 7 anos).

    3.9 CULTURAS EMPREGADAS PARA OS MODELOS

    3.9.1 Hortalias

    Segundo a CNNPA (1978), hortalia a planta herbcea da qual uma ou

    mais partes so utilizadas como alimento na sua forma natural.

    O produto ser designado: verdura, quando utilizadas as partes verdes;

    legumes, quando utilizado o fruto ou a semente, especialmente das leguminosas e,

    razes, tubrculos e rizomas, quando so utilizadas as partes subterrneas.

    As hortalias, de acordo com suas caractersticas, so classificadas em:

    56

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    c) De segunda - quando constituda por hortalias que no foram

    classificadas nas classes anteriores. So tolerados ligeiros defeitos na conformaoe ligeira descolorao desde que no afetem seriamente as suas caractersticas.

    So tambm tolerados pequenos danos de origem fsica ou mecnica, desde que

    no causem defeitos graves.

    3.9.2 Cereais

    Segundo a CNNPA (1978), cereais so as sementes ou gros comestveis

    das gramneas, tais como: trigo, arroz, centeio, aveia.

    O produto designado pelo nome do cereal ou do derivado do cereal,

    seguido de sua classificao. Ex.: "arroz extra longo", "arroz inflado".

    Os derivados de cereais so classificados em:

    a) cereais inflados (inclusive pipocas) - quando obtidos por processos

    adequados, mediante o qual rompe-se o endosperma e os gro se inflam. Podem

    conter ou serem recobertos de outras substncias comestveis.

    b) cereais laminados, cilindrados ou rolados - quando obtidos de gros com

    ou sem tegumentos, e laminados por processo adequado.

    c) cereais em flocos ou flocos de cereais - quando obtidos de cereais, livres

    do seu tegumento, cozidos, podendo ser adicionados de extrato de malte, mel,

    xaropes, sal e de outras substncias comestveis, secos, laminados e tostados.

    d) cereais pr-cozidos ou cereais instantneos - quando obtidos de cereais,

    com ou sem tegumento, pr-cozidos e secos por processo adequado, podendo ser

    apresentados de diversas maneiras, tais como: inteiros, laminados, em flocos ou sob

    57

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    a) Extra - Quando constituda por fruta de elevada qualidade, sem defeitos,

    bem desenvolvidas e maduras, que apresentam tamanho, cor e conformao

    uniformes. Os pednculos e a polpa devem estar intactos e uniformes. No so

    permitidas manchas ou defeitos na casca.

    b) De primeira - Quando constituda por fruta de boa qualidade, sem defeitos

    srios, apresentando tamanho, cor e conformao uniformes, devendo ser bem

    desenvolvidas e maduras. So tolerados ligeiros defeitos na conformao, tamanho

    e cor. As frutas podem apresentar ligeiras manchas no epicarpo (casca), desde que

    no prejudiquem a sua aparncia geral. A polpa deve estar intacta e firme. O

    pednculo pode estar ligeiramente danificado.

    c) De segunda - Quando constituda por frutas de boa qualidade, compactos

    e firmes, mas que no foram classificadas nas classes anteriores. As frutas podem

    apresentar ligeiros defeitos na cor, desenvolvimento e conformao, desde que

    conservem as suas caractersticas e no prejudiquem a sua aparncia. As frutas no

    podem ser de tamanho muito pequeno. A casca no pode estar danificada, sendo,

    porm, tolerados pequenos defeitos ou manchas. A polpa deve estar intacta. No

    so permitidas rachaduras nas frutas, contudo so toleradas rachaduras

    cicatrizadas.

    d) De terceira - esta classe, destinada a fins industriais, ser constituda por

    frutas que no foram classificadas nas classes anteriores, desde que conservem as

    suas caractersticas. No exigida a uniformidade no tamanho, cor, grau de

    maturao e conformao. As frutas podem ser de tamanho pequeno. No so

    permitidas rachaduras abertas, contudo, so toleradas as rachaduras cicatrizadas,

    defeitos e manchas na casca.

    58

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    3.10.1 Variveis de Deciso

    Como forma de integrar as necessidades do modelo, as variveis de deciso

    sero estabelecidas como sendo: hectares utilizados por cada cultura agrcola.

    3.10.2 Funes Objetivo

    Buscando aprimorar o planejamento dos interesses produtivos, o modelo

    contar com duas funes objetivo, sendo uma de maximizao dos lucros

    produzidos pelas culturas e outra de minimizao de potenciais perdas associadas

    aos riscos climticos, caracterizando assim o modelo como um problema

    multiobjetivo.

    Com interesse em se obter os melhores resultados em relao ao lucro das

    culturas agrcolas, ou seja, fazer o melhor aproveitamento da rea disponvel pelo

    produtor, paralelamente com a obteno do melhor lucro proporcionado por elas, a

    primeira funo objetivo a ser implementada no modelo ser a maximizao do lucro

    das culturas.

    A obteno da maximizao dos lucros das culturas ser dada em funo de

    todos os procedimentos operacionais relativos a cada cultura.

    Esta mesma funo objetivo, de maximizao, ser embasada em planilhas

    de custo referente a cada cultura agrcola, demonstrando todos os seus gastos

    operacionais necessrios ao desenvolvimento completo at o ciclo de colheita da

    cultura.

    As planilhas de custo operacional de cada cultura foram obtidas atravs de

    consulta ao banco de dados do governo brasileiro, especificamente do MAPA

    (Ministrio da Agricultura Pecuria e Abastecimento), da EMBRAPA (Empresa

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    E id f i t b l id ifi d d

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    Em seguida, foi estabelecida uma verificao aos preos de venda

    praticados pelo CEASA (Centrais de Abastecimento), CEAGESP (Companhia de

    Entrepostos e Armazns Gerais de So Paulo) e tambm pela bolsa de valores, no

    caso de alguns produtos que so classificados como commodities.

    Esta relao foi feita como forma de obter o lucro lquido na produo das

    culturas econmicas escolhidas, e assim, evidenciando a situao:

    Lucro = Receita Custos

    Para a obteno dos ndices de riscos associados a cada cultura foi

    efetuado um processamento geral das informaes encontradas no zoneamento

    agrcola elaborado pelo Ministrio da Agricultura.

    Os riscos relacionados a cada cultura agrcola sero designados em forma

    de porcentagem (%), e posteriormente sero elencados na forma de pesos, com

    determinada valorao.

    Essa valorao se d em virtude de quo suscetvel cada cultura escolhida

    est em relao ao risco climtico.

    3.10.3 Restries

    As restries aplicadas ao modelo de planejamento agrcola proposto neste

    trabalho apresentam-se de duas formas: as necessrias a cada cultura e as

    impostas pelo tomador de deciso.

    Quanto s exigncias de cada cultura agrcola, as mesmas foram levantadas

    atravs de consulta aos coeficientes tcnicos disponveis atravs da EMBRAPA e

    60

    Como para cada operao e aplicao em insumos de cada cultura agrcola

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    Como para cada operao e aplicao em insumos de cada cultura agrcola

    existe um conjunto de apontamentos de consumo de materiais e mo-de-obra, foi

    realizado um levantamento de seus coeficientes tcnicos nas bases de dados

    citadas acima, para que se pudesse obter o gasto operacional e de insumos que

    cada cultura demanda, fornecendo assim os dados para as restries do modelo a

    ser construdo, baseado no quadro 3:

    61

    Para BARNETT et al (1982) a programao com mltiplos critrios

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    Para BARNETT et al. (1982), a programao com mltiplos critrios

    apresenta a vantagem de permitir uma representao mais precisa das funes de

    utilidades na tomada de deciso, garantindo, assim, melhores previses e decises

    a serem tomadas.

    O mtodo de programao com mltiplos critrios pode ser caracterizado

    como descritivo, operacional e combinado.

    A abordagem descritiva utilizada no caso em que o tomador de deciso, aopossuir mltiplos objetivos, procura hierarquizar os objetivos por meio de pesos.

    A abordagem operacional procura hipotetizar pesos para os objetivos, com a

    inteno de examinar seus impactos em um modelo de deciso.

    A combinao dessas abordagens procura, primeiramente, descobrir

    objetivos e seus pesos e, depois, utiliz-los em um modelo de deciso.

    3.11 FORMULAO DO MODELO

    O modelo foi formulado de modo a gerar dados necessrios a tomada de

    deciso na elaborao do melhor plano de produo agrcola.A construo e formulao do modelo decisrio em questo, pode ser

    estabelecida como:

    Dada uma rea total de plantio AT, determinar as reas Xja serem cultivadas

    por n culturas similares de modo a otimizar as funes objetivo do problema e

    satisfazer as restries operacionais impostas pelos mrecursos de produo.

    Os recursos englobados ao efetivo planejamento agrcola, abordado nesta

    pesquisa, foram sujeitados s restries que cada cultura agrcola exige, e ainda, s

    impostas pelo tomador de deciso

    62

    Todas as culturas presentes na construo do modelo estaro em funo de

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    Todas as culturas presentes na construo do modelo estaro em funo de

    recursos, aos quais necessitam para que cumpram seu ciclo e ento maximizem seu

    rendimento, como se pode exemplificar no quadro 4:

    RECURSOS - RESTRIESCultura Tomador Deciso

    Sementes (Kg) Mo-de-Obra(dh)

    Fertilizantes (Kg) gua (L)Calcrio (Ton) Mquinas (hm)Gesso (Ton) Energ. Eltr. (Kw)

    Herbicidas (L) rea (ha)Inseticidas (L)Fungicidas (L)

    Regul. Cresc. (L)Desfolhante (L)

    Espalh. Ades. (L)

    Quadro 4 - Restries sujeitas s culturas agrcolas

    Fonte: O Autor

    A descrio dos recursos considerados para a estruturao do modelo estabelecida abaixo:

    Mo-de-Obra: servios contabilizados em dias-homem (dh), ou seja, o

    mesmo que 1 homem trabalhar por 1 dia e que definem toda e qualquer

    atividade trabalhista dentro da produo agrcola. gua: quantidade de gua disponvel para conduo e irrigao da cultura.

    Mquinas: estabelecida em hora-mquina, determina a disponibilidade de

    63

    Para evidenciar o encadeamento das operaes que compuseram a

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    Para evidenciar o encadeamento das operaes que compuseram a

    construo do modelo, a figura 12demonstra o fluxo seguido nas decises da

    elaborao:

    Figura 12Fluxograma de modelagemFonte: Autoria Prpria

    Posteriormente, as informaes recolhidas foram tabuladas no formato de

    uma matriz, que forneceu os resultados das culturas relacionadas aos seus

    recursos, podendo mais tarde, servir de base para a construo do modelo.

    64

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    a) dadas k funes objetivos, definir uma funo objetivo Z querepresenta o desvio mximo das k funes;

    b) minimizar a funo objetivo Z.

    As funes objetivo foram orientadas para a maximizao do lucro e do

    sucesso do desenvolvimento da cultura, obedecendo a seguinte sequncia:

    Maximizar o lucro total de produo (Z1):Usado para a determinao da

    escolha da cultura que seja mais rentvel a rea de plantio disponvel, sem que haja

    uma preocupao com fatores externos a economia agrcola.

    onde:

    Z1= funo objetivo (lucro);

    J= ndice da cultura {1,...,n};Xj= rea a ser cultivada da culturaj;

    Lj= lucro por unidade de rea cultivada da cultura i;

    Maximizar o sucesso da cultura(Z2):Usado para a determinao da escolha

    da cultura que seja mais suscetvel ao seu total desenvolvimento junto a fatoresclimticos da regio.

    65

    Minimizar (1)

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    ( )

    Sujeito a:

    (2a)

    (2b)

    j (3)

    j (4)

    j (5)

    j (6)

    j (7)

    j (8)

    j (9)

    j (10)

    onde:

    Z1= valor timo de referncia da funo objetivo 1;

    Z1= valor timo de referncia da funo objetivo 2;

    w1= peso da funo objetivo 1;

    w2= peso da funo objetivo 2;

    66

    DJ= quantidade mnima a ser cultivada da cultura j;

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    EJ= quantidade mnima a ser cultivada da cultura j;

    O modelo minimiza o desvio percentual mximo ponderado dos valores

    timos (valores de referncia) das funes objetivos Z1e Z2((1), (2(a-b)).

    A restrio (3) representa as limitaes operacionais impostas pela utilizao

    de mo-de-obra.

    A restrio (4) representa as limitaes operacionais impostas pela

    disponibilidade de gua.

    A restrio (5) representa as limitaes operacionais impostas pela utilizao

    de mquinas.

    A restrio (6) representa as limitaes operacionais impostas pela utilizao

    de insumos agrcolas.

    A restrio (7) representa as limitaes operacionais impostas pela utilizao

    de servios.

    A restrio (8) estabelece a utilizao de toda a rea total AT.

    As restries (9) e (10) estabelecem limites mnimos e mximos de cultivo

    para cada cultura.

    Os modelos foram implementados em linguagem de programao matemtica

    (Lingo 11.0.1.6) utilizando dados em planilha eletrnica Excel 2007.

    Para melhorar a definio dos procedimentos que objetivam a modelagem

    dos processos de otimizao seguidos neste trabalho, seguem os seguintes passos:

    a) Maximiza-se a renda lquida sujeita s restries, com o emprego do

    67

    c) Identificado o recurso mais limitante e desde que seja vivel obter aporte

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    adicional do mesmo, faz-se uma anlise de sensibilidade das solues

    pontuais, em funo de acrscimos constantes disponibilidade do recurso

    mais limitante. Ou seja, haver uma soluo produzida pelo Solver, para cada

    nvel desse recurso;

    d) Elabora-se uma planilha demonstrativa dos resultados obtidos com a

    soluo, que entre as obtidas na anlise de sensibilidade, mais se aproximar das

    pretenses do tomador de deciso;

    Passa-se ento ao outro objetivo desejado, o de maximizar o sucesso da

    cultura, onde se procurar hierarquizar os objetivos por meio de pesos.

    A abordagem operacional foi hipotetizar os pesos para os objetivos, com a

    inteno de examinar seus impactos no modelo de deciso.

    Esta atribuio de pesos ser levada em considerao com a porcentagem

    do risco, ou ainda, com a probabilidade do risco a que a determinada cultura esteja

    ligada.

    68

    4. ANLISE DOS RESULTADOS

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    A anlise preliminar do modelo consistiu em verificar e entender o

    mecanismo de construo por meio de equaes matemticas determinsticas

    capazes de representar o encadeamento das atividades de cada cultura, sendo

    descrito por:

    1) Max = ci xii

    2) Max = di xii

    onde: ci = Lucro, di = Sucesso

    a1 x1 + a2 x2 + ...anxn= bsujeito a

    a11x1+ a12x2... a1nxn b1(ou , ou =)

    a21x1a22x2... a2nxnb b2(ou , ou =)...am1x1+ am2x2+...+ amnxnbm(ou , ou =)

    x1,x2,...,xn0

    onde: xi =Cultura, ai =Recursos (restries)

    Para estabelecer a eficincia do modelo, foram propostos diversos cenrios,buscando a variao de resultados.

    Para o caso dos cereais, foram elaboradas trs situaes nas quais se

    enquadram os meios de cultivo mais comuns atualmente. Sendo eles, o plantio

    direto e o convencional. Paralelamente a isso, se enquadra tambm a situao em

    que o tomador de deciso no conhece a parte tcnica da produo, deixando acargo do programa todas as escolhas de distribuio.

    O lucro total e o sucesso dos trs cenrios ligados aos cereais podem ser

    i t t b l 1

    69

    4.1 CENRIO C1 SEM CONHECIMENTO TCNICO DO TOMADOR DEDECISO EM CEREIAIS

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    DECISO EM CEREIAIS

    Este cenrio toma por base que o tomador de deciso ou proprietrio do

    local em que ser executado o planejamento agrcola no tenha nenhum

    conhecimento tcnico agronmico sobre as culturas agrcolas, ou seja, que no

    saiba interpretar teores e ndices sobre as culturas de cereais de vero ou de

    inverno.

    Ainda, este cenrio deixa a escolha inteiramente a cargo do modelo,

    sabendo apenas do qu o tomador de deciso dispe, e de quanto de cada recurso

    ele capaz de disponibilizar.

    O programa calcula inteiramente atravs do peso atribudo a cada funo

    objetivo a maximizao do lucro e a tambm a maximizao do sucesso das

    culturas.

    Depois de inseridos os dados na planilha e rodado o modelo atravs do

    software Lingo chegou-se ao resultado mostrado como na figura 13:

    70

    Fornecendo os valores de disponibilidade de recursos de Mo-de-Obra(Dh):

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    100, gua (L): 1.000.000, Mquinas (Hm): 120, Insumos (R$/ha): 20.000, Servios

    (R$/ha): 20.000 e Custo de Produo (R$/ha): 50.000, o modelo determina que com

    peso maior em sucesso, que primeiramente se opte mais por um planejamento de

    agricultura irrigada e depois em sistema de produo convencional.

    O modelo mostra que o lucro obtido seja de R$ 136.884,00.

    4.2 CENRIO C2 CEREAIS COM SISTEMA DE PRODUCO EM CULTIVO DE

    PLANTIO DIRETO

    Para estabelecimento de outro cenrio ligado aos cereais, fez-se uso do

    estabelecimento do cultivo por plantio direto das culturas de vero.

    Fornecendo os valores de disponibilidade de recursos de Mo-de-Obra(Dh):

    100, gua (L): 1.000.000, Mquinas (Hm): 120, Insumos (R$/ha): 20.000, Servios

    (R$/ha): 20.000 e Custo de Produo (R$/ha): 50.000, o modelo estabelece que com

    peso maior em sucesso, o lucro obtido seja de R$ 120.550,00.

    4.3 CENRIO C3 CEREAIS COM SISTEMA DE PRODUCO EM CULTIVO

    CONVENCIONAL

    Outro cenrio ligado aos cereais faz uso do estabelecimento do cultivo

    convencional das culturas de vero.

    Fornecendo os valores de disponibilidade de recursos de Mo-de-Obra(Dh):

    100,gua (L): 1.000.000, Mquinas (Hm): 120, Insumos (R$/ha): 20.000, Servios

    (R$/ha): 20.000 e Custo de Produo (R$/ha): 50.000, o modelo estabelece que com

    71

    Em se tratando do lucro total obtido em cada cenrio dos cereais, a figura 14

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    demonstra os resultados da elaborao do modelo em funo do planejamento de

    cereais.

    Figura 14Lucro das Culturas de CereaisFonte: Autoria Prpria

    Em se tratando do sucesso da cultura em cada cenrio, a figura 15

    demonstra os resultados da elaborao do modelo em funo do planejamento de

    72

    Para o caso das hortalias, foram elaboradas cinco situaes nas quais se

    d i d l i i l S d l d

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    enquadram os meios de cultivo mais comuns atualmente. Sendo eles, a produo

    convencional e a orgnica. Paralelamente a isso, se enquadra tambm a situao

    em que o tomador de deciso no conhece a parte tcnica da produo, deixando a

    cargo do programa todas as escolhas de distribuio.

    O lucro total e o sucesso dos trs cenrios ligados as hortalias podem ser

    vistos n