Modelos Operacionais de Planejamento de GP
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~------------------------------c_A_P_!r_u_L_o ___ ·_P_Ia_n_e_ia_m_e_n_t_o_E_s_tr_a_te_'g_i_co __ d_e_G_e_s_ta_-o __ d_e_P_e_s_s_o __ as 81 ELSEVIER
Na outra ponta, quando o planejamento estrategico de
RH e feito isoladamente pelos especialistas da area e
sem nenhuma preocupac;:ao ou articula<;:ao com o pla
nejamento estrategico da organiza<;:ao, como um pla
nejamento introvertido e auto-orientado para a fungao
de RH, ele recebe o nome de planejamento aut6nomo
e isolado de RH, Vai funcionar como urn estranho no
ninho. Ambos - planejamento adaptativo e planeja
mento autonomo - nao funcionam bern pe!o fato de
nao estarem perfeitamente integrados no plano maioL
0 ideal e o planejamento estrategico de GP integrado
ao planejamento estrategico da organizagao.
delos quantitativos e simples baseados na experiencia anterior, ou seja, com base em dados estatfsticos ou na hist6ria passada. Sao geralmente restritos ao
nfvel operacional da organizas;ao. Existem varios modelos operacionais de planeja
mento de GP. Alguns sao genericos e abrangem toda a organizas;ao, enquanto outros sao especfficos para determinados nfveis ou unidades organizacio
nais. Vejamos alguns deles.
1. Modelo baseado na procura estimada do produto ou servic;o
Vimos que o planejamento estrategico e desdo
brado (e nao construfdo) em pianos taticos e estes em pianos operacionais. Apenas para efeito didatico, vamos comes;ar pelos pianos operacionais.
Baseia-se no conceito de que as necessidades de pessoal sao uma variavel dependente da procura estimada do produto (quando industria) ou do servis;o (quando organizas;ao nao-industrial). A relas;ao entre as duas variaveis - numero de funcionarios e procura do produto/servis;o - e influenciada por varias;6es na produtividade, tecnologia, disponibilidade interna e externa de recursos financeiros e disponibilidade de pessoas na organizas;ao. Qualquer acrescimo de produtividade decorrente de mudans;a na tecnologia podera trazer uma re-
Modelos Operacionais de Planejamento de GP
Quase sempre as organizas;6es utilizam modelos operacionais para o planejamento de GP. Sao mo-
Planejamento ~
Planejamento adaptativo integrado
0 foco se concentra no ptanejamento
empre8arial, sendo as praticas de GP consideradas uma reflexio posterior
0 foco se concentra em uma sintese entre o
planejarnento empresarial e o
planejamento de GP
Os gerentes de linha e As discussaes cabem os profisslonais de GP aos gerentesde linha, trabalham como ,com,envo!V~to parceiros para garantir
tangencial de a ocorr6ncla de um profisslonals de GP pr6cesso integrado de
planejamento de GP
0 resultado e uma 0 resultado e um plano sintese das prattcas de que destaca as praticas GP necessArias para a de GP prioritarias para realizavio dos pianos a obten~ao de
empresariais reSUltados empresariais
1+-Planejamento
autonomo e isolado
0 foco se concentra nas praticas de GP e
na forma como a tungao de GP pode adicionar
valor a empresa
Os profissionais de GP trabalharn no plano e
o apresentam aos gerentes de linha
0 resultado e um plano para a funQao de GP,
incluindo praticas prioritarias
Figura 3.13. Alternativas de fusfio entre o planejamento estrategico e o de GP .15
82 Gestae de Pessoas • IOALB£RTO CHIAVENATO ELSEVIER
I Missao da '" ,;.,...,."'"'"' l ,.,,,.,, 0
~
I Objativos w _ ,,.., ~·"' I ·-"""'""
~
I Requisites dos recursos humanos I ~
I Planejamento de recursos humanos I ~ ~ ~ ~
Expansao: Ajustamento: Mudanc;a: Enxugamento:
Novas Adequayao lnovac;ao e Redugao de admiss6es aomercado criatividade pessoal
Figura 3.14. As alternativas do planejamento estrategico de GP.
du~ao das necessidades de pessoal por unidade
adicional de produto/servi~o ou uma redu~ao do
pre~o do produto/servi~o, de tal maneira que resulte em urn aumento de vendas e, conseqiiente
mente, aumento das necessidades de pessoal. Este
modelo utiliza previs6es ou extrapola~6es de da
dos hist6ricos e esta voltado predominantemente
para o nfvel operacional da organiza~ao. Nao
considera possfveis fatos imprevistos, como estra
tegias dos concorrentes, situa~ao do mercado de
clientes, greves, falta de materia-prima etc. E ex
tremamente limitado porque se reduz a aspectos
quantitativos: quantas pessoas serao necessarias
nos varios postos de trabalho para produzir deter
minada quantidade de produto ou servi~o ofereci
do pela organiza~ao.
2. Modelo baseado em segmentos de cargos
Tam bern esta restrito ao nfvel operacional da orga
niza~ao. E o modelo de planejamento de pessoal operacional utilizado por empresas de grande por
te, como a Standard Oil. 0 modelo consiste em:
a. Escolher urn fator estrategico - como nfvel de vendas, volume de produ~ao, plano de expansao - cujas varia~6es afetam proporcionalmente as necessidades de pessoal.
b. Estabelecer os nfveis hist6ricos (passado) e futuro para cada fator estrategico.
c. Determinar os nfveis hist6ricos da for~a de trabalho para cada unidade.
d. Projetar os nfveis futuros de for~a de trabalho para cada unidade, atraves da correla~ao com a proje~ao dos nfveis (hist6ricos e futuros) do fator estrategico correspondente.
Algumas empresas, como a IBM, preferem calcular suas necessidades totais de pessoal operacional com base em proje~6es relacionadas apenas com certos segmentos (ou famflias) de cargos de sua for~a de trabalho que apresentam varia~6es maiores. Suas limita~6es sao similares ao modelo baseado na procura estimada do produto/servi~o.
3. Modelo de substituir;ao de postos-chave
E urn modelo que recebe os names de mapas de substitui~ao ou organogramas de encarreiramento
- -; ~ Planejamento Estrategico de Gestao de Pessoas 83 ~--- ----~----------- ---------~~------------------- ----------~ ---- -------------------------~-----------~----~~-------~----------ELSEVIER
para o planejamento de funcionarios. Trata-se de
uma representa<;:iio visual de quem substitui quem
na eventualidade de alguma possfvel vaga futura dentro da organiza<;:iio. A montagem do sistema re
quer urn organograma com informa<;:6es fornecidas
pelo sistema de informa<;:iio gerencial, que veremos
no Capitulo 17 deste livro. Cada retangulo do organograma apresenta o nome do colaborador com al
gumas informa<;:6es para tomada de decisiio. Cada
colaborador e classificado em tres alternativas de
promovabilidade:
Colaborador pronto para promo<;:iio imediata
o, Colaborador que requer maior experiencia no
cargo atual
Colaborador com substituto ja preparado
Alem disso, o desempenho de cada colaborador e
avaliado da seguinte maneira:
1, Desempenho excepcional
Desempenho satisfat6rio
Desempenho regular
4_ Desempenho fraco
Cada retangulo do organograma de substitui<;:iio
apresenta o nome e idade do colaborador no seg
mento superior e, no segmento inferior, o nome dos
possfveis substitutos, com seus names e idades, an
tecedidos pela classifica<;:iio de promovabilidade e avalia<;:iio do desempenho. Algumas organiza<;:6es
incluem tambem programas de prepara<;:iio e desen
volvimento das pessoas para melhorar sua promo
vabilidade. A Figura 3.15 considera a informa<;:iio mfnima
para uma tomada de decisiio a respeito de futuras
substitui<;:6es dentro da organiza<;:iio em fun<;:iio do
status dos varios candidatos internos. Esse status
depende de duas variaveis: desempenho atual e pro
movabilidade. 0 desempenho atual e obtido atraves
das avalia<;:6es de desempenho, opini6es dos demais
gerentes, pares e subordinados. A promovabilidade futura e baseada no desempenho atual e nas estima
tivas de sucesso futuro nas novas oportunidades. Muitas empresas utilizam sistemas sofisticados atra
ves da tecnologia da informa<;:iio com inventarios e
registros que oferecem amplas informa<;:6es, como forma<;:iio escolar, experiencia profissional anterior,
cargos ocupados, desempenho, aspira<;:6es, objeti-
Diretor de RH Renata Fonseca (36)
A 11 Osvaldo Silveira (29) B I 2 Angela Freitas {27)
I Gerente de treinamento
Osvaldo Silveira (29)
A 11 Bernardo Moll {28) B I 2 Angela Freitas (27)
I I
Gerente de programas Gerente operacional Bernardo Moll ( 28) Angela Freitas (27)
A 11 Basilio Dias (23) A 11 Diana Reis (25) B I 2 Reinaldo Beja (26) A I 2 Joao Siqueira (22)
I I J J I
Analista treinamento Programador Analista treinamento In strut ora BasOio Dias (23) Reinaldo Beja (26) Joao Siqueira (22) Diana Reis (25}
A 11 Pedro Dao (21) B I 2 Gil Eanes (20) A 12 Joao Pinto (19) B 13 Jose Bean (18)
Figura 3.15. Mode/a de substituic;ao de postos-chave.
84 Gestao de Pessoas • IDALBEATO CHIAVENATO
vos pessoais etc. Na verdade, esse modelo funciona
como urn plano de carreiras.
4. Modelo baseado no fluxo de pessoal
E urn modelo que mapeia o fluxo das pessoas para
dentro, atraves e para fora da organiza~ao. A analise hist6rica do movimento de entradas, safdas, promo
~6es e transferencias internas de colaboradores per
mite uma predi~ao de curto prazo das necessidades
de pessoal da organiza~ao, se nao houver mudan~as
no contexto. Trata-se de urn modelo vegetativo e
conservador, de natureza contabil e quantitativa, ade
quado para organiza~6es estaveis e sem planos de
expansao, nas quais a preocupa~ao e apenas preen
cher as vagas existentes e dar continuidade ao coti
diano, conforme a Figura 3.16.
Esse modelo pode antecipar as conseqiiencias de
contingencias como a polftica de promo~6es da or
ganiza~ao, aumento da rotatividade ou dificuldades
de recrutamento etc. E muito util na analise das
conseqiiencias do plano de carreiras, quando a or
ganiza~ao adota uma polftica consistente nesse sen
tido. T odavia, suas limita~6es sao evidentes par ser
apenas urn modelo quantitativa.
5. Modelo de planejamento operacional integrado
E urn modelo mais amplo e abrangente em rela~ao aos anteriores. Do ponto de vista de provisao de insumas humanos, o planejamento operacional integrado leva em conta quatro fatores ou variaveis in
tervenientes, a saber:
a. Volume de produ~ao planejado pela organi
za~ao.
b. Mudan~as tecnol6gicas dentro da organiza~ao que alterem a produtividade do pessoal.
c. Condi~6es de oferta e procura no mercado e comportamento da clientela.
d. Planejamento de carreiras dentro da organi
za~ao.
Do ponto de vista do fluxo interno, o planejamento operacional integrado leva em conta a composi~ao mutavel da for~a de trabalho da organiza
~ao, acompanhando as entradas e safdas de pessoas, bern como a sua movimenta~ao dentro da organiza
~ao, como na Figura 3.18. Na pratica, o modelo integrado e urn modelo sis
temico e urn pouco mais abrangente de planejamen-
Numero Desliga- Transferen- Promo~iies Admissiies Numero inicial mentos cias para
(+) final
(-) (-) (+) (=)
Diretores 4 0 0 0 0 4
Gerentes 11 0 0 1 0 12
i:l!.l!Jt:lllll>I.IHH> 34 4 4 8 0 34
Furu:h:milrios 360 12 0 1 11 360
409 16 4 10 11 410
Figura 3.16. Planejamento de GP baseado no fluxo do pessoa/.
3 • Planejamento Estrategico de Gestao de Pessoas 85
I Analise da demanda I
Condk;6es organizacionais:
I Analise do suptimento l lnterno~ Extemo
Pianos financeiros Pianos de marketing Pianos de produc;ao
Analiseda for~ de
trabalho atual
Mudan4Sas na quantidade de funcionarios
Promo¢es Desligamentos
Demiss6es TransterAneias Aposentadorias
Mudan9as nas ativldades dos funcionarios Remunerac;ao Treinamento
Desenho de cargos Comunicac;So
Previsao \ Previsao de / de demanda disponibilidade
Ouanttdade Comparar intema Capacidade Ouantidade Oiversidade com Capaeidade
+ Custos Diversidade
'------........J~ "7" Reconcilia9ao atraves de decisoes
Figura 3.17. Mode/a de planejamento aperacional integrada. 16
Entradas Saidas
Admissoas Oesligamentos
For<ra de
trabalho Aposentadorias
Transferenclas e promcx;Oes de
deuma outras unidades
unidade Tra~ase promQG6es para outras unidacles
organizacionaf
Retomosde Afastamentos afastamentos
Figura 3.18. Mode/a de planejamento operacional integrado.
At~ de canclid8tos seiEM;ioe admissio
Prevfstode suprimento
externo Quanttdade Capacidade Diversidade
Custos
86 Gestao de Pessoas • IDALBERTO CHIAVENATO
to operacional de pessoal que permite urn diagn6s
tico razoavel para a tomada de decis6es sabre a for
~a de trabalho.
Contudo, a maioria dos modelos operacionais
anteriormente apresentados funciona como esque
mas quantitativos e numericos, tratando as pessoas
como ativos tangfveis, deixando de lado aspectos intangfveis importantes, como habilidades, conhe
cimentos, competencias, atitudes, comportamen
tos etc. Tratam as pessoas como quantidades que
devem ser preservadas na organiza~ao sem se im
portar como elas deveriam ser caracterizadas em
termos de capital humano ou capital intelectual.
Modelos Taticos de Planejamento de GP
Podem tanto focar o nfvel intermediario (gerencial)
da organiza~ao - envolvendo todos os gerentes
como gestores de pessoas- como atuar especifica
mente para cada departamento ou unidade organi-
A CONSTRUBASE17
uma empresa mundial de engenharia e
enfrentou um terrivel baixo astral. Durante
dois anos passou por uma queda radical trocando
US$200 mil hoes de Iuera por US$500 mil hoes em prejui
::.mli:n,,av critica levou a decisao de colocar uma
nova
novo na reestrutura(fao para
redirecionar OS e retomar a lucratividade.
dois anos a Construbase voltou a ser lucrativa.
Nesta altura, a diretoria ao para reava-
da empresa, o seu foco e o con-
"""''"'''"<> e cllentes. No decorrer de foi reavaliada e os
dos. A diretoria solicitou entao ao nr~~~~·rlm1t9
sistemas intemos em """"'"'"'"'"
uma analise da fl"r•nr>lt>l"li>'l rli"''"""'""'l empresa, OS sistemas foram a
A diretoria ao presidente uma terceira
Queria saber sea empresa era dotada da es-
ELSEVIER
zacional para facilitar o alcance de metas e objetivos
taticos. Quase sempre sao modelos em que a GP
atua no nfvel gerencial quando se pretende que os
gerentes sejam os gestores de pessoas. Neste caso,
envolve mudan~as na cultura organizacional para
que haja aceita~ao dessa delegac;ao. Os gerentes precisam aceitar suas novas incumbencias de aprender
a lidar com pessoas e com praticas de RH.
Alem do aprendizado dessas praticas - como sele
cionar pessoas, como entrevistar pessoas, como trei
nar pessoas, como tamar decis6es sabre pessoas -,
torna-se tambem necessaria mudar o estilo de gestao
dos gerentes. Estes precisam deixar de ser coman
dantes e mandantes para se tornar lfderes de sua
equipe de colaboradores. Aspectos como lideran~a,
comunica~ao, trabalho em equipe, motiva~ao e ou
tros aspectos comportamentais sao fundamentais no
planejamento tatico de GP. Outrossim, tambem os
colaboradores precisam mudar em termos de atitu
des e comportamentos. Precisam aprender a apren
der, assumir riscos, inovar, criar novas habilidades e
trutura organizacional
manter sua estrategia. Para realizar a auditoria
cional, o comite executivo solicotou
RH que analisasse as e fr<lotH::z:as
gao. avaliasse se a estrutura existents era a correta para
implementar a estrategia e recomendasse melhorias
necessarias. 0 de RH nomeou uma
equipe de assessoria de nf!imntf!>l que, per sua vez, cri
ou urn processo de ~ .. ~ .... -,.wv
de funcionarios, clientes e fornecedores. As recomen
dagoes resultantes foram
QUESTOES
1. Como voce se
tori a?
2. Se voce estivesse no doVPde
entaria a
3. Comovoce
de assessoria?
nos contatos corr;
comoori-
diretoria?