Monografia - COMPOSITOS DE ROCHAS ORNAMENTAIS

38
FUNDAÇÃO TÉCNICO-EDUCACIONAL SOUZA MARQUES - FTESM FACULDADE DE FILOSOFIA, CIÊNCIAS E LETRAS SOUZA MARQUES CURSO DE QUÍMICA TECNOLÓGICA Compós!os" C#$%#s m&'$#s (' $o)*#s o$&#m'&!#s &# po p$op '&o por Fernanda Veloso de Carvalho Ro (' #&'$o ./01

description

utilização de residuos de rochas ornamentais na geração de compósitos com boas propriedades mecânicas

Transcript of Monografia - COMPOSITOS DE ROCHAS ORNAMENTAIS

37

FUNDAO TCNICO-EDUCACIONAL SOUZA MARQUES - FTESMFACULDADE DE FILOSOFIA, CINCIAS E LETRAS SOUZA MARQUESCURSO DE QUMICA TECNOLGICA

Compsitos: Cargas minerais de rochas ornamentais na matriz de polipropileno

porFernanda Veloso de Carvalho

Rio de Janeiro2014

Fernanda Veloso de Carvalho

COMPSITOS: CARGAS MINERAIS DE ROCHAS ORNAMENTAIS NA MATRIZ DE POLIPROPILENO

Trabalho de Concluso de Curso apresentado FTESM como requisito final para obteno do ttulo de Bacharel em Qumica com Orientao Tecnolgica.

Orientador: Prof. D.sc. Alexandre Carauta

Rio de Janeiro2014

Fernanda Veloso de Carvalho

COMPSITOS: CARGAS MINERAIS DE ROCHAS ORNAMENTAIS NA MATRIZ DE POLIPROPILENO

Trabalho de Concluso de Curso apresentado FTESM como requisito parcial para obteno do ttulo de Bacharel em Qumica com Orientao Tecnolgica.

Aprovado em ____ de ________________ de ______ .

Banca Examinadora:

______________________________________________________Prof. D.sc. Alexandre Nelson Martiniano Carauta

______________________________________________________Prof. D.sc. Mrcio Gonalves Franco

______________________________________________________Prof. M.sc. Alana Lemos Cavalcante de Oliveira

AGRADECIMENTOS

Ao meu orientador, Alexandre Carauta, pelo conhecimento transmitido.Aos professores, colaboradores e amigos pela ajuda, carinho e cooperao.Ao D.sc. Fernando Gomes pelo apoio, motivao e oportunidade de ingresso na rea da pesquisa.Gostaria de agradecer de corao aos meus pais e minha tia. Sem o carinho, pacincia e apoio incondicional que sempre tiveram durante essa caminhada, nada disso seria possvel.Finalmente, agradeo queles que so meus principais motivadores, que fazem a estrada nunca ter fim, meu marido e meu filho.

Quando o homem aprender a respeitar at o menor ser da criao, seja animal ou vegetal, ningum precisar ensin-lo a amar seu semelhante.

(Albert Schweitzer)

RESUMODE CARVALHO, Fernanda Veloso. COMPSITOS: CARGAS MINERAIS DE ROCHAS ORNAMENTAIS NA MATRIZ DE POLIPROPILENO. 2014. 37f. Trabalho de Concluso de Curso (Bacharel em Qumica com Orientao Tecnolgica) Fundao Tcnico-Educacional Souza Marques, Rio de Janeiro, 2014.

Atualmente, existem diversos estudos para a aplicao de resduos em vrios setores industriais. A indstria polimrica utiliza, anualmente, toneladas de cargas minerais para a gerao de compsitos polimricos, visando reduo de custos e melhoria em suas propriedades mecnicas. Atrelado a essa produo, observa-se a gerao de uma quantidade significativa de resduos oriundos de cargas minerais, gerados durante o corte e o beneficiamento das rochas ornamentais que podem chegar a 75% de perda do material. A produo mundial desse setor gira em torno de 130 toneladas ao ano e ainda prev um crescimento de 30% em seis anos. Esse crescimento pode acarretar grandes impactos ambientais alm de problemas econmicos para o setor brasileiro de rochas ornamentais. Com a Poltica Nacional de Resduos Slidos da Lei 12.305 de 2010, o grande desafio do setor o reaproveitamento racional desses resduos, tornando-o um subproduto economicamente vivel para sua comercializao. Dessa forma, so produzidos compsitos no qual o polipropileno utilizado como matriz polimrica para a incorporao dessas cargas na formao de materiais, com melhorias em suas propriedades fsicas.

Palavras-chave: Polmeros; Cargas Minerais; Compsito.

LISTA DE ILUSTRAESFigura 1 Relao entre a massa molar e as propriedades dos polmeros 14Figura 2 Ilustrao da reao de formao do polietileno 16Figura 3 Cadeia petroqumica e de plsticos 17Figura 4 Percentual do mercado dos termoplsticos mais utilizados 18Figura 5 Segmentao do mercado de polipropileno 18Figura 6 Gerao de resduos slidos grossos e finos 27Figura 7 Ilustrao da reao de polimerizao do propeno 29Figura 8 Representao do compatibilizante com o PP e a carga mineral 33

LISTA DE TABELASTabela 1 Principais propriedades fsicas dos polmeros 21Tabela 2 Produo mundial de rochas ornamentais 25

SUMRIOINTRODUO 10FUNDAMENTAO TERICA 12POLMEROS12 Histria 12 Polmeros 13 O mercado dos polmeros 16 Sistemas polimricos 18COMPSITOS 19Propriedades dos compsitos 20Cargas 21Influncia das cargas minerais nas propriedades dos compsitos 22Agentes de compatibilizao 23ROCHAS ORNAMENTAIS 23Conceito 23O mercado 24MATERIAIS E MTODOS 26RESDUOS DE ROCHAS ORNAMENTAIS COMO CARGAS 26Gerao de resduos 26Alternativas 28 INDSTRIA POLIMRICA 29Componente matricial - Polipropileno29Componente estrutural Cargas minerais de rochas ornamentais 30Compatibilizao no compsito PP/cargas minerais32Aplicaes33CONCLUSO 34REFERNCIAS 35

INTRODUODe acordo com a Associao Brasileira de Normas Tcnicas (ABNT), uma rocha ornamental, tambm designada rocha natural, definida como uma substncia rochosa natural que, submetida a diferentes graus de modelamento ou beneficiamento, pode ser utilizada como uma funo esttica qualquer. Comercialmente, essas rochas so classificadas a partir de duas principais categorias, que so os granitos e os mrmores que podem ser distinguidas de acordo com a composio mineralgica: Os granitos abrangeriam as rochas silicticas e os mrmores incluiriam as rochas com composio carbonticas. Estas duas categorias representam cerca de 80% da produo mundial (VIDAL, 2002).A produo mundial de rochas ornamentais evoluiu de 1,8 milho t/ano, na dcada de 20, para um patamar atual de 100 milhes t/ano e mundialmente o setor est movimentando transaes comerciais de US$ 80 a 100 bilhes/ano. H previso que em 2025 a produo mundial ultrapassar a casa dos 400 milhes t/ano (ABIROCHAS, 2013). Para esse crescimento, a perspectiva do setor brasileiro aumentar a produo em at 45% em seis anos, podendo se tornar o segundo maior produtor mundial. Assume-se ainda que as 1.400 frentes ativas de lavra devero aumentar significativamente, passando para 1.800.O Brasil est em quarto lugar na produo mundial de rochas ornamentais, com 10,5 milhes t/ano, atrs apenas da China, ndia e Turquia. Dentro dessa perspectiva de crescimento, o Brasil conquistou novamente o posto de maior fornecedor de rochas para os EUA, ultrapassando a China nesse mercado, tanto em 2011 como 2012. Isto particularmente relevante uma vez que os EUA permanecem como o maior importador mundial de rochas processadas especiais, com aquisies totais que chegaram a US$ 2,23 bilhes em 2011 e, aproximadamente, US$ 2,5 bilhes em 2012 (ABIROCHAS, 2013).Entretanto, mesmo com todo o crescimento e boas perspectivas, um dos principais problemas do setor a gerao de resduos oriundos das etapas de lavra e beneficiamento durante a cadeia produtiva das rochas ornamentais. Essa perda de material est, entre outros fatores, associada carncia tecnolgica por parte das micro e pequenas empresas que acabam por empregar mtodos rudimentares de extrao e beneficiamento, falta de mo de obra qualificada e a falta de investimento pesquisa geolgica dos macios a serem explorados a fim de realizar um bom plano de lavra.Observa-se, com isso, gerao de resduos slidos grossos e finos que podem chegar, em mdia, a 75% de perda do material, tanto na etapa de extrao quanto na de beneficiamento (CAMPOS, et al., 2009). Durante a cadeia produtiva dessas rochas, os resduos so jogados diretamente nos rios, causando assoreamento, desoxigenao, turbidez e destruio das condies biolgicas. Dessa forma, caso os resduos no sejam destinados corretamente, alm de encarecer o produto final, eles podem causar danos ao meio ambiente (DE SOUZA, 2009). Embora hoje em dia uma parte dos resduos sejam retirados atravs de caminho de entulho, ainda persiste para o setor o problema econmico. Assim, o desafio o reaproveitamento racional desses resduos, tornando-o um subproduto economicamente vivel para sua comercializao.Atualmente, existem diversos estudos para a aplicao desses resduos em vrios setores industriais, como na produo de cermica, de papel, de cosmticos, como fertilizantes, dentre outros. Neste contexto, surge a indstria polimrica que capaz de absorver, anualmente, toneladas de resduos na forma de cargas minerais para serem incorporados junto a matriz polimrica para a gerao de compsitos (LIMA, 2007). Com a crise do petrleo nos anos 60 e 70, a funo inicial desses compsitos era a reduo de custos. Porm, com o passar do tempo, a necessidade despertou um maior interesse pelo uso tcnico das cargas, e pode-se constatar que a escolha da matriz polimrica e da carga, bem como a proporo entre ambas fundamental e as caractersticas finais do produto dependero das propriedades desses materiais (TIMMONS et al., 2004). Dessa forma, podiam-se obter vantagens que iam alm da reduo de custos, como o controle de densidade, de propriedades mecnicas, modificaes na condutividade trmica, retardamento da chama, controle na expanso trmica, entre outros.

FUNDAMENTAO TERICAPOLMEROSHistriaDesde o incio dos tempos o homem se utiliza de matrias primas para produo de utenslios que promovam sua sobrevivncia e propiciem seu conforto. O uso de tais materiais se deu de forma to importante que a ordem cronolgica da evoluo do ser humano foi baseada no tipo de matria prima disponvel na poca (HAGE JR., 1998). Como exemplo, pode-se citar a pr-histria em que o uso da pedra lascada e a pedra polida deram origem a chamada Idade da Pedra. Com o passar do tempo e a descoberta de novas matrias-primas como o Cobre, o Bronze, o Ferro e a Cermica, a Idade da Pedra abriu espao para a Idade dos Metais. Conforme a evoluo histrica, novos materiais surgiram - vidro, ligas metlicas, concreto e, recentemente, polmeros. A Idade Contempornea, que vai de 1.800 at os dias atuais, marca o desenvolvimento da tecnologia e paralelamente das grandes inovaes com o uso dos polmeros. Polmeros sintticos revolucionaram o desenvolvimento de setores como o automotivo, eletroeletrnicos, txteis, de medicina, etc. Sua importncia tal que, segundo Elias Hage Jr. (1998), no seria exagero considerar a hiptese que algum historiador no futuro venha a designar este perodo, cronologicamente, como a Idade dos Polmeros, em analogia s pocas anteriores.O primeiro registro do contato do homem com os polmeros ocorreu na Antiguidade - Egpcios e Romanos usavam materiais resinosos para colagem e vedao. Mais recentemente, foi descoberto o ltex encontrado na seringueira, entretanto este tinha uso bem restrito at a descoberta da vulcanizao, processo que torna a borracha com caractersticas mais elsticas. Alguns anos mais tarde, em 1846, Christian Schnbien produziu a nitrocelulose acidentalmente, deixando cair cido ntrico no algodo. Este foi o primeiro polmero sinttico na literatura. Alexander Parker, em 1862, aprimorou o processo da nitrocelulose e a patenteou. Em 1912, foi produzido por Leo Baekeland um polmero obtido atravs da reao entre o fenol e o formaldedo que ficou conhecido por baquelite, nome dado em homenagem a seu criador (CANEVAROLO JR, 2006).At a Primeira Guerra Mundial a descoberta desses novos polmeros se deu de forma aleatria e ao acaso. Contudo, com os trabalhos de Hermann Staudinger e demais corroboraes foi possvel maior entendimento e, consequentemente, maior desenvolvimento dos materiais polimricos. Foi ainda Hermann Staudinger em 1920 que props o atual conceito de polmeros, com a teoria da macromolcula. O termo inicial foi criado pelo famoso qumico alemo J. Berzelius, em 1832, porm Staudinger comprovou que a natureza desses materiais com elevada massa era semelhante de molculas pequenas j conhecidas (HEMAIS, et al., 2000). A contribuio de Hermann Staudinger na rea foi tanta que, alm de introduzir o atual conceito de polmeros com a teoria das macromolculas, ganhou em 1953 o Prmio Nobel de Qumica e considerado o Pai dos Polmeros (MANO, 1991). Com o passar do tempo, uma considervel variedade de polmeros foi surgindo e em consequncia, houve uma migrao dos tradicionais materiais utilizados at ento para os materiais polimricos. PolmerosSegundo Mano (1999), polmeros so constitudos por macromolculas formadas a partir de monmeros, ligados quimicamente por meio de reaes de polimerizao, originando uma estrutura repetida sequencial, denominada meros. O mero a estrutura que se repete e o composto qumico que deu origem ao polmero chamado de monmero (LUCAS, et al. 2001).Ainda de acordo com Mano (1999), o termo resina pode, por assimilao, ser empregado para designar polmeros de origem sinttica que, quando aquecidos, amolecem e apresentam-se como materiais insolveis em gua, porm solveis em alguns solventes orgnicos. Inicialmente, esse termo era empregado para transpiraes de plantas, de gotas slidas ou lquidas muito viscosas, de cor amarelada encontradas em troncos de algumas rvores, como o pinheiro e a mangueira. A caracterstica bsica de um polmero est relacionada com a alta massa molar da molcula. Essas longas cadeias carbnicas apresentam massa molar na ordem de 104 a 106 e so comumente denominadas de macromolculas. Os termos polmeros e macromolculas geralmente se confundem. Ambos apresentam elevada massa molar, porm se diferenciam pela presena ou no de unidades qumicas repetidas. Enquanto os polmeros apresentam essa repetio de unidades qumicas, as macromolculas podem ou no apresentar essa estrutura sequencial repetida (MANO, 1999). Assim, a macromolcula o termo geral que compreende molculas de elevada massa molar, enquanto que polmeros o termo especfico usado para molculas grandes formadas por segmentos de repetio (LUCAS, et al. 2001).Entretanto, existem polmeros com uma massa molar no muito elevada. Tais polmeros so conhecidos como oligmeros e apresentam massa molar na ordem de 10. O termo oligmeros vem tambm do grego e quer dizer poucas (oligo) partes (meros) (MANO, 1999).A massa molar dos polmeros um tpico de grande importncia, pois suas propriedades fsico-qumicas esto intimamente relacionadas com o tamanho de suas cadeias. Dentre as propriedades dependentes da massa molar pode-se citar a resistncia tenso, impacto, ndice de fluidez, dureza, e etc. Essas diferenas nas propriedades fsico-qumicas so provenientes de basicamente trs efeitos da extenso das cadeias: entrelaamento das cadeias, elevada resultante do somatrio de foras intermoleculares e longa escala de tempo do movimento.Sendo assim, a determinao e controle da massa molar em um polmero so indispensveis para sua caracterizao e, em funo de suas propriedades especficas pode-se direcion-lo para aplicaes distintas.

Figura 1 Relao entre a massa molar e as propriedades dos polmeros. Fonte: CANEVAROLO JR., 2002.

Alm da influncia da massa molar, o processamento do polmero tambm interfere em suas propriedades. Tais propriedades dividem-se em fsicas, qumicas e fsico-qumicas (LIMA, 2007). Devido sua complexidade de formao, os polmeros podem ser agrupados de acordo com uma determinada classificao, uma delas quanto ao comportamento mecnico (CANEVAROLO JR., 2002). Nessa classificao existem os polmeros termoplsticos e termorrgidos. Os termoplsticos so aqueles plsticos que, uma vez moldado, podem ser fundidos, resfriados e moldados novamente. No entanto, os termorrgidos uma vez aquecidos e resfriados, se tornam infusveis e insolveis. Isto ocorre em funo da reao de reticulao que ocorre durante o aquecimento e que promove ligaes cruzadas entre as cadeias, prendendo-as umas s outras (MANO, 1991). Pode-se encontrar na natureza diversos polmeros de origem natural, todos com uma alta importncia para a sociedade atual, dentre eles pode-se citar a celulose, o algodo, a borracha, a l e o fio de cabelo. Contudo, existem aqueles polmeros de origem sinttica, ou seja, produzidos artificialmente em laboratrios, que apresentam estruturas menos complexas que os primeiros. Essas substncias polimricas sintticas foram desenvolvidas inicialmente com a finalidade de reproduzir as propriedades encontradas nestes polmeros naturais que se encontravam deficientes na natureza, principalmente com o advento da Segunda Guerra Mundial (BATHISTA E SILVA & DA SILVA, 2003). Um exemplo desses polmeros a borracha sinttica. Ela foi produzida durante a guerra devido escassez da borracha natural, produzida a partir do ltex encontrado nas seringueiras.Esses polmeros produzidos industrialmente so os mais importantes do ponto de vista prtico e econmico, porm diferentemente dos polmeros naturais, eles precisam ser sintetizados. Para isso, necessrio reagir quimicamente o monmero de interesse. Para que ocorra a reao de suma importncia que o monmero apresente funcionalidade (nmero de stios ativos) maior ou igual a dois. Dessa forma, a reao permite o crescimento, em ambos os lados da cadeia polimrica. Essa reao qumica que transforma o monmero em polmero conhecida como reao de polimerizao (BATHISTA E SILVA & DA SILVA, 2003). Como um polmero tem massas molares muito elevadas, seria invivel a representao de sua frmula molecular. Dessa forma, a representao se d pela unidade qumica que se repete entre colchetes com o grau de polimerizao (n) indicando o nmero de meros totais na cadeia polimrica. A Figura 2 abaixo mostra a reao de polimerizao do etileno e a representao da estrutura polimrica do polietileno obtido.

Figura 2- Ilustrao da reao de formao do polietileno.Fonte: LIMA, 2007.Para representar a nomenclatura de um polmero, h trs formas distintas embora no exista uma nomenclatura que evite a ambiguidade de todas as substncias polimricas. As nomenclaturas se baseiam na origem e na estrutura dos polmeros ou na sua forma em siglas. A com maior aceitao a que se baseia na origem dos polmeros. Essa nomenclatura usa o monmero utilizado para a sntese do polmero (MANO, 1999 e CANEVAROLO JR, 2006). Como exemplo, pode-se citar o polipropileno, cuja origem vem do monmero propeno (ou propileno).Mas por questes de simplificao comum utilizar a nomenclatura em siglas com base nas abreviaes da nomenclatura usual em ingls. Por exemplo, o polietileno de baixa densidade, em ingls, Low Density Polyethylene abreviado para LDPE, facilitando a comunicao na linguagem tcnica (MANO, 1999).O mercado dos polmerosEm comparao aos materiais tradicionais, como a cermica e metais, a histria dos polmeros bastante recente. Porm, mesmo recente, os polmeros sintticos tiveram contribuio significativa para a atual revoluo tecnolgica com indstrias automotivas, eletroeletrnicas e de embalagens substituindo os antigos materiais tradicionais citados acima por estes novos materiais polimricos em funo das novas propriedades e do baixo custo (HAGE JR., 1998). A Cadeia Produtiva dos Plsticos apresenta trs segmentos principais: Empresas de Primeira Gerao, que transformam a nafta em insumos petroqumicos (eteno, propeno, etc); Empresas de Segunda Gerao recolhem esses insumos e por meio da reao de polimerizao transformam em resinas termoplsticas; e Empresas de Terceira Gerao, que so os transformadores que fabricam produtos para abastecer o mercado consumidor e/ou so destinados a indstrias para compor produtos de diversos setores (HEMAIS e CERQUEIRA, 2001).

Figura 3 Cadeia petroqumica e de plsticos.Fonte: ABIPLAST 2013.No Brasil, em 2002, o segmento de transformao do plstico era responsvel por manter 7.898 empresas em funcionamento com um total de 220 mil empregados. Em 2013, o nmero de funcionrios aumentou para 360 mil e a previso de crescimento at o final de 2014 de 2%, o que corresponde a 7,5 mil novas oportunidades no setor (ABIPLAST, 2014 e MANO, 1999).O polipropileno (PP) o termoplstico com maior aplicao atingindo, em 2011, 27,9% da produo. Logo atrs do PP, segue o Polietileno de Alta Densidade (HDPE) e do Polietileno de Baixa Densidade (LDPE) com respectivamente, 17,1 e 11,8%. A perspectiva do setor para 2015 que o mercado de PP continue em primeiro lugar no ranking com crescimento superior a 2010, conforme pode ser observado na Figura 4. (ABIPLAST, 2014).

Figura 4- Percentual do mercado dos termoplsticos mais utilizados.Fonte: Pasquini (2005).O polipropileno foi descoberto relativamente h pouco tempo, porm j o termoplstico mais utilizado e sua versatilidade possibilita aplicao em diversos setores do mercado (PETRY, 2011), conforme pode ser observado na Figura 5.

Figura 5 - Segmentao do mercado de polipropileno.Fonte: Adaptado de ABIQUIM (2010).

Sistemas polimricosPara uma gama de aplicaes, a mistura de mais de um componente no polmero se faz interessante ao invs de um componente nico. Essas misturas podem visar obteno de novas caractersticas nos produtos e/ou baratear custos. (MANO, 1991) Os sistemas polimricos podem ser classificados em sistemas miscveis e imiscveis. No primeiro, as misturas apresentam apenas uma fase e h compatibilidade total entre os componentes dentro de certos valores de composio e temperatura. A natureza dos componentes pode variar entre misturas entre polmeros ou misturas entre polmero e no polmero. Enquanto os sistemas imiscveis apresentam mais de uma fase e pode apresentar compatibilidade interfacial ou incompatibilidade total entre as fases (MANO, 1991).A miscibilidade de dois componentes polimricos dada de acordo com sua compatibilidade, sua proporo relativa em que esses componentes se encontram e as condies de temperatura e presso a que esto submetidos (MANO, 1991).De acordo com Mano (1991), o termo compatibilidade se refere natureza qumica; o termo miscibilidade, disperso molecular. Assim, uma interao favorvel entre os dois componentes est relacionada a uma boa compatibilidade e a miscibilidade o quanto um componente est disseminado ao longo de todo o volume do outro componente.No sistema imiscvel os constituintes interagem na interface apresentando mais de uma fase, com compatibilidade parcial ou com os componentes apenas coexistindo, ou seja, sem haver compatibilidade alguma. Nesse sistema imiscvel com compatibilidade interfacial sempre haver um componente matricial e um estrutural. Tal sistema recebe o nome de compsito. Enquanto isso, em um sistema imiscvel com incompatibilidade entre os componentes a interface a regio mais fraca, onde ocorrem falhas do material por no haver interaes entre os componentes e, a esse sistema d-se o nome de mistura polimrica. A presena de misturas de carga inerte exemplo de sistemas com incompatibilidade total e a presena de cargas de reforo ou ativas, compatibilidade interfacial (MANO, 1991). COMPSITOSSegundo Mano (1999), o termo compsito se refere a materiais heterogneos, multifsicos, podendo ser ou no polimricos, em que um dos componentes descontnuo e d a principal resistncia ao esforo (componente estrutural ou reforo) e o outro componente contnuo e representa o meio de transferncia desse esforo (componente matricial ou matriz). Esses componentes no se dissolvem nem se descaracterizam completamente; apesar disso, atuam concentradamente, e as propriedades do conjunto so superiores s de cada componente individual, para uma determinada aplicao. O corpo humano um exemplo de compsito onde o componente matricial so as gorduras e protenas e o estrutural, os ossos. Outro exemplo o poste de concreto, onde a massa do concreto representa a matriz e a armao metlica, a estrutura.Dessa forma, a matriz tem a funo de revestir os resduos, mantendo-os consolidados em uma pea de interesse e o componente estrutural tem a funo de suportar cargas mximas e impedir que deformaes ultrapassem limites aceitveis. interessante que a aplicao desses resduos na matriz polimrica no cause uma reduo significativa nas propriedades desse produto (ORFICE, et al., 2010) e sim o inverso - necessrio uma melhora de suas propriedades (MANO, 1991).O componente estrutural geralmente um material orgnico ou inorgnico, de forma regular ou irregular, e o componente matricial, um polmero orgnico, macio ou duro, termoplstico ou termorrgido (MANO, 1991).Para melhorar a interao na interface entre os dois componentes comum o uso de compatibilizantes. Essa melhor adeso interfacial promove melhores resultados no produto final (LIMA, 2007).Propriedades dos compsitosComo dito anteriormente, os polmeros podem apresentar propriedades fsicas, qumicas e fsico-qumicas. Entretanto, em funo das propriedades fsicas serem as mais estudadas para os compsitos, o trabalho se restringir a elas.As propriedades fsicas so as que no modificam estruturalmente as molculas dos polmeros e englobam a maior parte das propriedades. As propriedades fsicas se subdividem em propriedades mecnicas, trmicas, eltricas e ticas (LIMA, 2007). As propriedades mecnicas so aquelas que determinam as respostas dos polmeros s influncias mecnicas externas de deformaes, reversveis ou irreversveis. As propriedades trmicas so medidas pela condutividade e difusibilidade trmica, calor especfico e expanso trmica. As eltricas, na maioria, so funo da temperatura. E as ticas so capazes de informar sobre a estrutura e ordenao molecular, bem como existncia de tenses ou regies sob deformaes (LIMA, 2007). A introduo de cargas no polmero capaz de promover alteraes significativas no material. A interao dessas cargas com a matriz polimrica ir influenciar as propriedades fsicas, qumicas e fsico-qumicas. Na Tabela 1 esto listadas as principais propriedades fsicas dos polmeros.Tabela 1- Principais propriedades fsicas dos polmeros.

Fonte: adaptado de Mano (1991).Cargas As cargas so utilizadas em polmeros com a finalidade de reduo de custo de material e modificaes nas propriedades do material. So classificadas de acordo com a sua capacidade de reforo em cargas inertes ou de enchimento e cargas ativas ou reforantes (HARADA & WIEBECK, 2005).Segundo HARADA & WIEBECK (2005), cargas inertes so partculas slidas substancialmente inertes quimicamente, que so adicionadas aos polmeros em quantidades suficientes para diminuir os custos enquanto que, cargas ativas propiciam a modificao de propriedades suficientes.A introduo de cargas teve como finalidade inicial o barateamento dos preos finais dos materiais em decorrncia da crise do petrleo nos anos 60 e 70 (Rabello, 2000). No entanto, foi descoberto posteriormente que, em concentraes apropriadas de cargas especficas, o material polimrico melhorava as propriedades e caractersticas fsicas e qumicas. Dessa forma, a incorporao dessas cargas de reforo tem sido utilizadas e estudadas hoje para as mais variadas aplicaes (TIMMONS, et al., 2004).Com isso, a capacidade de sntese de produtos com propriedades especficas, com confiabilidade e menor custo em detrimento de materiais de engenharia tradicionais motivou o estudo e desenvolvimento de compsitos polimricos (MANO, 1991).Influncia das cargas minerais nas propriedades dos compsitosAs cargas so capazes de influenciar as propriedades dos compsitos de modo que seja possvel obter produtos com propriedades diferentes apenas com a mudana da carga, mantendo-se todas as outras variveis constantes. Dentre os fatores que possibilitam essas modificaes, est a granulometria e a composio qumica da carga, bem como a interao da carga com a matriz polimrica (LIMA, 2007).A composio qumica exerce efeitos diretos e indiretos nas propriedades fsicas dos compsitos. Para tal, a escolha do tipo de carga ir influenciar nas aplicaes do produto.Dependendo do tamanho das partculas a carga tende a se agregar. Quanto menor a granulometria das partculas, maior tendncia a se agregar e tais partculas agregadas podem provocar rupturas pontuais quando o compsito sofre impacto. Por isso, de suma importncia promover uma homogeneizao eficiente a fim de evitar tais danos ao produto final (LIMA, 2007).A mistura de dois componentes com diferentes naturezas qumicas, de qualquer dimenso ou forma, para que ocorra a interao necessrio que haja rea de contato entre eles e, quanto maior for essa superfcie de contato, maior ser a possibilidade de interao fsica, qumica ou fsico-qumica. Dessa forma, quanto menor for o tamanho de partcula da carga, maior ser a adeso da carga na matriz (MANO, 1991).Agentes de compatibilizaoGeralmente a alta tenso superficial entre sistemas imiscveis, como os compsitos, promove dificuldade de processamento do material, alm de deixar o produto final quebradio. Uma alternativa para melhorar a adeso entre os componentes a adio de um terceiro componente mistura. Esse terceiro componente conhecido como agente de compatibilizao, ou compatibilizante. Ele promove maior interao entre as fases e, consequentemente, melhora as propriedades mecnicas do material final. No caso dos compsitos, promove interao entre o componente matricial e estrutural (LIMA, 2007). ROCHAS ORNAMENTAISConceitoAs rochas ornamentais se diferenciam daquelas utilizadas pela construo civil em funo da sua finalidade esttica (DE HOLANDA & MANHES, 2008). O setor destaca-se por revestimentos internos e externos de paredes, pisos, colunas, pilares, soleiras, dentre outros. Entretanto abrangem tambm um mercado mais amplo, como o de arte funerria, mobilirios e, etc.De acordo com a Associao Brasileira de Normas Tcnicas -ABNT- (1995), uma rocha ornamental, tambm designada rocha natural, definida como uma substncia rochosa natural que, submetida a diferentes graus de modelamento ou beneficiamento, pode ser utilizada como uma funo esttica qualquer. COSTA, et al. (2002) define como rocha ornamental tipos litolgicos extrados em blocos ou chapas que podem ser cortados em formas diversas e beneficiados atravs de esquadrejamento, polimento e lustre. MATTOS (2002) leva em considerao a beleza esttica, ou seja, a homogeneidade textural e estrutural. No entanto, qualquer rocha que seja destinada para revestimentos de paredes, pilares, pisos e soleiras, arte funerria e escultural, utenslios de adorno ou em decoraes de fachada de prdios pode ser conceituada como uma rocha ornamental (TEIXEIRA, et al., 2012). O mercado as define como pedras naturais e so classificadas a partir de duas principais categorias, que so os granitos e os mrmores. Esta classificao se baseia de acordo com a composio mineralgica dessas rochas que juntas representam cerca de 80% da produo mundial de rochas ornamentais (VIDAL, 2002). A ardsia considerada uma rocha semi-ornamental e, embora no entre nessa classificao, uma rocha com considervel aplicao comercial.Os granitos abrangem rochas de composio silictica correspondentes a rochas gneas e metamrficas de granulometria grossa, composta principalmente pelos minerais quartzo, feldspato e plagioclsio (VIDAL, 2002 e VARGAS, et al., 2011). considerada comercialmente a categoria mais importante, com padro de qualidade mxima, devido seu alto brilho aps o polimento e alta durabilidade mecnica (VARGAS, et al., 2011).Os mrmores so um grupo de rochas metamrficas oriundas de rochas sedimentares e recristalizadas, de granulometria grossa e composio essencialmente carbontica, com predominncia dos minerais calcita e dolomita, (CaCO3) e (Ca, Mg)CO3) respectivamente. Entretanto, comercialmente, esta categoria engloba tambm as rochas sedimentares, como os calcrios (VARGAS, et al., 2011).Aplicaes com os mrmores e calcrios so antigas e j eram utilizados desde o Imprio Romano como materiais de construo. No Brasil, a histria dos mrmores foi to importante que at metade do sculo XX as lojas que trabalhavam com rochas ornamentais receberam o nome de marmorarias (TEIXEIRA, et al., 2012).O mercadoNas trs ltimas dcadas o setor brasileiro de rochas ornamentais se consolidou como uma das reas mais importantes do ramo de minerao. Com esse crescimento, alguns estados se destacaram, como os estados de Espirito Santo (ES) e o da Bahia (BA).O Brasil est em quarto lugar na produo mundial de rochas ornamentais, com 10,5 milhes t/ano, atrs apenas da China, ndia e Turquia. Dentro dessa perspectiva de crescimento, o Brasil conquistou novamente o posto de maior fornecedor de rochas para os EUA, ultrapassando a China nesse mercado em 2011, 2012 e em 2013. Isto particularmente relevante uma vez que os EUA o maior importador mundial de rochas processadas e o segundo maior importador de rochas em geral. Suas aquisies totais em 2013 chegaram a 3,532 Mt correspondentes a US$ 3,1 bilhes (ABIROCHAS, 2014).A produo mundial de rochas ornamentais evoluiu de 1,8 milho t/ano, na dcada de 20, para um patamar atual de 130 milhes t/ano, conforme observado na Tabela 1 abaixo. Alm disso, mundialmente o setor est movimentando transaes comerciais de aproximadamente US$ 130 bilhes ao ano. A previso que em 2020 a produo mundial alcanar a casa dos 170 milhes t/ano. Para esse crescimento de at 30% em seis anos, o Brasil pode-se tornar o segundo maior produtor mundial, assumindo-se que as 1.400 frentes ativas de lavra devam aumentar significativamente, passando para 1.800 (ABIROCHAS, 2014).Tabela 2- Produo mundial de rochas ornamentais.

Fonte: Compilado a partir de dados de ABIROHAS (2014).

MATERIAIS E MTODOSRESDUOS DE ROCHAS ORNAMENTAIS COMO CARGAS Gerao de resduosO consumo gera lixo. De acordo com o Panorama dos Resduos Slidos no Brasil da ABRELPE- Associao Brasileira das Empresas de Limpeza Pblica e Resduos Especiais, no ano de 2013 houve um aumento significativo de 4,1 % na gerao de resduos slidos urbanos em relao ao ano de 2012 em decorrncia do aumento do consumo. Ainda segundo a ABRELPE, o ponto mais deficiente no sistema de gesto de resduos o da destinao final. Os dados revelam que 37,5% dos resduos produzidos foram enviados para destinos inadequados. Dessa forma, torna-se indispensvel uma poltica que preserve o bem estar da populao e do meio ambiente.Em 2010 foi aprovada e sancionada a Lei n 12.305/10 que institui a Poltica Nacional de Resduos Slidos, regulamentada pelo Decreto 7.404/10. Alm da proposta de consumo sustentvel, a lei incentiva a reciclagem e a reutilizao dos resduos slidos bem como a destinao ambientalmente adequada dos dejetos.De acordo com o Art. 13, inciso I, alnea k dessa Lei, os resduos slidos englobam, dentre outros, os resduos de minerao, oriundos de atividades de pesquisa, extrao e beneficiamento de minrios. No Art. 20, os resduos de minerao ficam sujeitos elaborao do plano de gerenciamento de resduos slidos que preconiza basicamente a descrio do empreendimento ou atividade, metas e maneiras de minimizar a gerao de resduos slidos e aes preventivas e corretivas.Dentre os objetivos dessa poltica est, em ordem de prioridade, a no gerao de resduos, reduo, reutilizao, reciclagem e tratamento dos resduos slidos, bem como disposio final ambientalmente adequada dos rejeitos (Lei 12.305 de 2010). Portanto, deve-se procurar a mxima reduo do resduo a ser gerado durante as etapas de extrao e beneficiamento. Os resduos que no puderem ser minimizados devem ser reduzidos, reciclados e tratados, para posterior descarte.WELLMER e BECKER-PLATE (2001) quantificaram a movimentao total de material slido e puderam concluir que 72 bilhes de m/ano so gerados, de onde 37 bilhes so produzidos por ao da natureza contra 35 bilhes provocados por fatores antropognicos. A minerao responsvel por 17,8 bilhes e o restante (17,1 bilhes) oriundo de obras de engenharia e construo civil.Como dito anteriormente, at 2020 a perspectiva do setor de aumentar em at 30% a produo mundial (ABIROCHAS, 2013). No Brasil, mesmo com todo o crescimento e boas perspectivas, um dos principais problemas a gerao de resduos oriundos das etapas de lavra e beneficiamento durante a cadeia produtiva das rochas ornamentais. Essa perda de material est, entre outros fatores, associada carncia tecnolgica por parte das micro e pequenas empresas que acabam por empregar mtodos rudimentares de extrao e beneficiamento, falta de mo de obra qualificada e a falta de investimento pesquisa geolgica dos macios a serem explorados a fim de realizar um bom plano de lavra. Observa-se, com isso, gerao de resduos slidos que podem chegar, em mdia, a 75% de perda do material, tanto na etapa de extrao quanto na de beneficiamento (CAMPOS, et al., 2009). Os tipos de resduos gerados pela minerao correspondem a fraes grossas e finas. As fraes grossas geralmente se encontram dispostas em barragens de rejeitos e as finas, em geral, suspensas em gua em forma coloidal (VIDAL, 2003). Os resduos gerados durante a cadeia produtiva de minrios costumam ser armazenados em suas proximidades em funo do difcil acesso a essas regies. No Brasil, o destino final desses resduos , na grande maioria das vezes, dispostos inadequadamente no meio ambiente. No passado, os resduos eram jogados diretamente nos rios, causando assoreamento, desoxigenao, turbidez e destruio das condies biolgicas (DE SOUZA, 2009).

Figura 6 - Gerao de resduos slidos grossos e finos.Fonte: CETEM, 2007.De acordo com o Art. 47 da Lei 12.305 de 2010,So proibidas as seguintes formas de destinao ou disposio final de resduos slidos ou rejeitos:I - lanamento em praias, no mar ou em quaisquer corpos hdricos;II - lanamentoin naturaa cu aberto, excetuados os resduos de minerao;III - queima a cu aberto ou em recipientes, instalaes e equipamentos no licenciados para essa finalidade;IV - outras formas vedadas pelo poder pblico. 1o Quando decretada emergncia sanitria, a queima de resduos a cu aberto pode ser realizada, desde que autorizada e acompanhada pelos rgos competentes do Sisnama, do SNVS e, quando couber, do Suasa. 2o Assegurada a devida impermeabilizao, as bacias de decantao de resduos ou rejeitos industriais ou de minerao, devidamente licenciadas pelo rgo competente do Sisnama, no so consideradas corpos hdricos para efeitos do disposto no inciso I docaput..Dessa forma, a lei 12.305 de 2010 probe que esses resduos oriundos de atividades de mineradoras sejam destinados inadequadamente. Alm de encarecer o produto final, esses resduos podem causar danos ao meio ambiente e as empresas podem pagar multas indenizatrias pela destinao incorreta.A preocupao com esse gerenciamento dos resduos aumentou e algumas empresas j pagam para que caminhes de entulho destinem esse material adequadamente, entretanto o problema ainda persiste. Assim, o desafio do setor o reaproveitamento racional desses resduos, tornando-os subprodutos economicamente viveis para sua comercializao (DE SOUZA, 2009).AlternativasAtualmente, existem diversos estudos para a aplicao desses resduos em vrios setores industriais visando mitigao de impactos ambientais. Dentre eles, est o aproveitamento industrial nas reas de construo civil, cermica, papel, tintas, metalurgia, cosmticos, na agricultura (como fertilizantes) e artesanato. Segundo VIDAL (2003), a indstria de construo civil a que ser o principal consumidor desses resduos de pedreiras de serrarias. Apesar da existncia de tais alternativas, o reaproveitamento dos resduos ainda no foi resolvido.INDSTRIA POLIMRICANeste contexto, surge a indstria polimrica que capaz de absorver, anualmente, toneladas de resduos na forma de cargas minerais para serem incorporados junto a matriz polimrica para a gerao de compsitos (LIMA, 2007). Com a crise do petrleo nos anos 60 e 70, a funo inicial desses compsitos era a reduo de custos (RABELLO, 2000). Porm, com o passar do tempo, a necessidade despertou um maior interesse pelo uso tcnico das cargas, e pode-se constatar que a escolha da matriz polimrica e da carga, bem como a proporo entre ambas fundamental e as caractersticas finais do produto dependero das propriedades desses materiais (TIMMONS et al., 2004). Dessa forma, podiam-se obter vantagens que iam alm da reduo de custos, como o controle de densidade, de propriedades mecnicas, modificaes na condutividade trmica, retardamento da chama, controle na expanso trmica, entre outros.Componente matricial PolipropilenoO polipropileno origina-se de um polmero termoplstico produzido a partir do gs propeno, tambm chamado de propileno. Esse gs um hidrocarboneto de cadeia insaturada, de frmula C3H6, obtido principalmente do craqueamento do nafta, um derivado do petrleo (DE SOUZA, 2009). A Figura 7 abaixo ilustra a reao de polimerizao para obteno do polipropileno.

Figura 7 Ilustrao da reao de polimerizao do propeno.Fonte: LIMA (2007)

Ele foi introduzido em 1954 e, mesmo surgindo mais tarde que outros polmeros, se tornou logo um dos polmeros termoplsticos mais utilizados (ORFICE, 2007). No Brasil, sua produo comeou em 1978 e atualmente apenas a Braskem a responsvel pela sua produo em territrio nacional.O polipropileno em seu estado natural um polmero slido, semi-translcido, leitoso e de excelente colorao, podendo posteriormente ser aditivado ou pigmentado. (MANO, 1991). Suas principais caractersticas so: baixo custo, fcil usinagem, boa transparncia, facilidade de reciclagem, resistncia ao atrito, elevada resistncia qumica, boa estabilidade trmica (Tm 165-175C), alta resistncia ao entalhe, baixa densidade e absoro de umidade e significativa resistncia ao impacto (SING & DUTTA, 2013).Diversos polmeros so empregados como matriz na preparao de compsitos, entretanto sua fcil moldagem permite que o polipropileno aceite diferentes tipos de cargas naturais e sintticas (SING & DUTTA, 2013). A adio de cargas no polipropileno pode gerar sistemas com propriedades mecnicas elevadas o suficiente que permitam a sua utilizao na substituio de plsticos de engenharia, normalmente mais onerosos. A adio tambm permite ampliar a faixa de temperatura de uso do polipropileno, o que acaba favorecendo uma expanso na aplicao deste polmero (LIMA, 2007).As principais aplicaes do uso desse termoplstico englobam os setores de automveis, utilidades domsticas, embalagens, tecidos, carpetes e materiais hospitalares.Componente estrutural - Cargas minerais de rochas ornamentaisCada carga mineral apresenta propriedades diferentes e essas propriedades so influenciadas pelo tamanho de partcula, pela composio qumica e mineralgica (LIMA, 2007). Dentre os principais minerais presentes em rochas ornamentais, citam-se os carbonatos (calcita e dolomita), o talco e o quartzo. CarbonatosA aplicao dos carbonatos de modo geral contribui com mais da metade do consumo de cargas em polmeros. Esses carbonatos so oriundos de rochas calcrias, podendo ser constitudas apenas pelo mineral calcita ou por uma mistura de calcita e dolomita [(Ca, Mg)CO3] .Os carbonatos contribuem na melhora da resistncia ao impacto dos compsitos (LIMA, 2007). Dente os carbonatos, o carbonato de clcio (CaCO3) o mais utilizado (HARADA & WIEBECK, 2005).O carbonato de clcio (CaCO3) pode ser encontrado na natureza na forma do mineral calcita, componente mais comum nos calcrios e mrmores, apresentando dureza trs na escala Mohs, densidade de 2,72 g/cm e pH em torno de 9. Esse mineral ocorre no sistema cristalino e hexagonal com boa clivagem rombodrica (DA LUZ & LINS, 2008).As vantagens do uso dessa carga o baixo custo do material, no abrasividade, no toxicidade, baixa absoro de plastificantes, ausncia de gua de cristalizao, resistncia decomposio trmica durante o processamento e a colorao clara do mineral (HARADA & WIEBECK, 2005). Tais propriedades o tornam uma carga muito utilizada na indstria de plsticos. A vantagem especfica para a matriz de polipropileno a capacidade de incorporao da carga em at 50% em massa. A origem da dolomita [(Ca, Mg)CO3] pode ter sido secundria, com possvel substituio do clcio pelo magnsio. O mineral considerado dolomtico quando existe presena de pelo menos 45% de carbonato de magnsio (55:45 CaCO3/MgCO3) (HARADA & WIEBECK, 2005). TalcoO talco um mineral de metamorfismo, produto de reaes ativadas por altas temperaturas e presses, envolvendo, por exemplo, rochas carbonatadas. O mineral um filossilicato de magnsio hidratado com frmula qumica Mg3 (Si4O10) (OH)2 (DA LUZ & LINS, 2008).O mineral largamente utilizado na indstria em geral e apresenta propriedades como inrcia qumica, alta rea de superfcie, boa reteno como carga, dureza um na escala Mohs, densidade de 2,7 a 2,8 g/cm, leveza, hidrofobicidade e resistncia ao choque (DA LUZ & LINS, 2008).No geral, os compsitos de talco promovem melhorias na rigidez, isolamento eltrico, retardamento a chamas, resistncia a ataques qumicos, refratariedade trmica, impermeabilidade, etc. (HARADA & WIEBECK, 2005). J os compsitos especficos de talco e polipropileno so muito utilizados na indstria automotiva e eletrodomstica com capacidade de conferir dureza e resistncia a creep. E em comparao aos compsitos com carbonato de clcio, os compsitos de talco oferecem melhor resistncia ao impacto e trao e dureza (LIMA, 2007). Slica NaturalSegundo DA LUZ & LINS (2008), a fase estvel da slica (SiO2) temperatura ambiente, conhecida como quartzo-, um dos minerais mais abundantes da crosta terrestre, com cerca de 12% (pg. 681). A slica pode ser tambm encontrada na forma amorfa, compreendendo vidros naturais e artificiais (LIMA, 2007).O quartzo um mineral com dureza sete na escala Mohs; tal valor corresponde a dureza mxima alcanada na escala. um mineral frgil e no apresenta clivagem (DA LUZ & LINS, 2008). Dentre as propriedades do mineral quartzo, pode-se citar a grande rigidez elstica (em comparao a outros slidos de semelhante peso especfico). Quando adicionado aos compsitos aumentam a estabilidade, promovem melhorias nas propriedades de quase todos os termoplsticos, especialmente o polipropileno, alm de reduzirem os custos e preservarem as propriedades eltricas do novo material formado (HARADA E WIEBECK, 2005).Compatibilizao no compsito PP/cargas mineraisA interao interfacial entre o polipropileno e as cargas minerais tende a ser baixa, visto a dificuldade de adeso do grupo polar das cargas minerais na matriz apolar do polmero. Com isso, tais compsitos tendem a apresentar melhores propriedades com a adio de um compatibilizante especfico que promova uma melhor interao interfacial entre as fases dos compsitos (LIMA, 2007). Um exemplo de aditivo bastante utilizado em matrizes de polipropileno o polipropileno enxertado com anidrido maleico, conhecido pelas siglas PP-g-MA.Um compatibilizante pode se comportar como os tensoativos ou surfactantes presentes em detergentes, onde a parte apolar do compatibilizante se liga com o polipropileno e a parte polar, com a carga.

Figura 8 Representao do compatibilizante com o PP e a carga mineral.AplicaesAs aplicaes de compsitos de polipropileno com resduos de cargas minerais englobam uma gama de possibilidades, suas aplicaes so determinadas de acordo com as propriedades obtidas em cada compsito. Enquanto isso, suas propriedades so influenciadas pelas caractersticas de cada mineral bem como sua interao com a matriz polimrica. A descoberta de materiais com caractersticas especficas pode levar a substituio dos tradicionais materiais de engenharia por esses materiais polimricos, apresentando as mesmas propriedades a um custo mais acessvel.Uma das inmeras aplicaes a de mobilirios para escritrio e escolas, caso o material se apresente com boa resistncia flexo e painis mais reforados de automveis e avies, com a contribuio da baixa densidade promovida pelos compsitos.

CONCLUSOO setor de rochas ornamentais tem evoludo muito nas ltimas trs dcadas em contraposio aos investimentos devidos no setor. O acmulo de resduos gerados nas etapas de lavra e beneficiamento causam danos irreparveis na fauna e flora da regio, inclusive a sade do homem. Essas perdas podem chegar a 75 % do material e uma alternativa vivel para a minimizao desses impactos ambientais a incorporao desses resduos na matriz polimrica, dando origem a um compsito. O polipropileno uma matriz diferenciada em funo da possibilidade de incorporar as mais variadas cargas devido sua fcil usinagem que acaba promovendo maior homogeneizao da carga ao longo da matriz.As vantagens dessa incorporao, alm da reduo dos danos com o meio ambiente, so a reduo de custo do produto final com a incorporao da carga e a melhoria nas propriedades finais do produto. Esse produto com novas propriedades poderia inclusive substituir os tradicionais materiais de engenharia, que tem como desvantagem seu alto custo. Cada mineral apresenta interao diferenciada com a matriz polimrica em funo das caractersticas prprias de cada mineral, como suas propriedades mineralgicas e o tamanho da partcula utilizado. Tais interaes refletem nas propriedades mecnicas, trmicas, ticas e eltricas do compsito de polipropileno. Entretanto, muito difcil obter lotes de materiais com essencialmente as mesmas propriedades, visto que uma carga mineral nunca ser inteiramente igual a outra; variaes em sua composio qumica e mineralgica bem como sua distribuio granulomtrica sempre ocorrero em decorrncia dos jazimentos diversos e dos processos de beneficiamento empregados. O mesmo serve para os polmeros; a massa molar nunca a mesma e influencia nas propriedades do compsito, assim como o processamento do material. Finalmente, conhecendo-se previamente a composio de um resduo, pode-se utiliz-lo com mais preciso na formulao de um compsito. Assim, evidencia-se a possibilidade de aplicao de um material especfico de acordo com a sua a composio do mineral.

REFERNCIAS

abNT Associao Brasileira de Normas Tcnicas. 1995. Catlogo ABNT. Rio de Janeiro. 360 p.VIDAL, F.W.H. 2002. Avaliao de granitos ornamentais do nordeste atravs de suas caractersticas tecnolgicas. In: III Simpsio sobre Rochas Ornamentais do Nordeste, Anais, Recife, PE.ABIROCHAS Associao Brasileira da Indstria de Rochas Ornamentais. Informe 13/2014, So Paulo SP, Brasil.CAMPOS, A. R.; et al. Tratamento e aproveitamento de resduos de rochas ornamentais e de revestimento, visando a mitigao de impacto ambiental. ln: XXIII Simpsio de Geologia do Nordeste, Fortaleza, CE. 2009.DE SOUZA, L. R.; et al. Aplicao de resduos de mrmore na indstria polimrica. Srie Tecnologia Ambiental, 52. 36p. Rio de Janeiro: CETEM/MCT, 2009.LIMA, A. B. T. Aplicaes de Cargas Minerais em polmeros. Dissertao (Mestrado) Departamento de Engenharia de Minas e de Petrleo, Universidade de So Paulo, So Paulo, Brasil. 2007.TIMMONS, A. B.; et al. Nanocompsitos de matriz polimrica. Qumica Nova, vol. 27, n5, 2004.HAGE JR., Elias. Aspectos Histricos sobre o Desenvolvimento da Cincia e da Tecnologia de Polmeros. Polmeros: Cincia e Tecnologia. Abr/Jun 98. So Paulo. 1998.CANEVAROLO JR, Sebastio V. Cincia dos Polmeros. 2.ed. So Paulo: Artliber Editora. 2006.MANO, Eloisa Biasotto. Polmeros como Materiais de Engenharia. So Paulo: Blucher. 1991.LUCAS, Elizabete F., et al. Caracterizao de Polmeros: Determinao do Peso Molecular e Anlise Trmica. 1.ed. Rio de Janeiro: Editora e-papers. 2001.MANO, Eloisa Biasotto e MENDES, Luiz Cludio. Introduo a Polmeros. 2.ed. So Paulo Blucher. 1999.ABIPLAST Associao Brasileira da Indstria de Plstico. Perfil 2013 Indstria Brasileira de Transformao de Material Plstico. PASQUINI, Nello. Polypropylene Handbook. 2ed. Munich Editora Carl Hanser Verlag. 584p. 2005.BATHISTA E SILVA, A. L. B.; DA SILVA, E. O. Conhecendo Materiais Polimricos. Grupo de Pesquisa em Novos Materiais. Departamento de Fsica. Universidade Federal de Mato Grosso. UFMT. 2003.HEMAIS, C. A.; CERQUEIRA, V. Estratgia Tecnolgica e a Indstria Brasileira de Transformao de Polmeros. Polmeros: Cincia e Tecnologia, vol. 11, n3, 2001.PETRY, Andr. Mercado Brasileiro de Polipropileno com nfase no setor automobilstico. Trabalho de Concluso de Curso. Departamento de Engenharia Qumica. Universidade Federal do Rio Grande do Sul, RS, Porto Alegre. 2011.ABIQUIM Associao Brasileira da Indstria Qumica. Anurio da Indstria Qumica Brasileira, 2010.RABELLO, M. Aditivao de Polmeros. Editora Artliber. So Paulo, 2000.ORFICE, Rodrigo L. et al. Obteno de Compsitos de Resduos de Ardsia e Polipropileno. Polmeros: Cincia e Tecnologia. Vol.17, n2, p.96-103. 2007.HARADA, Jlio e WIEBECK, Hlio. Plsticos de Engenharia Tecnologia e Aplicaes. So Paulo: Artliber Editora. 2005.DE HOLANDA, Jos N. F. e MANHES, Joo P. V. T. Caracterizao e Classificao de Resduo Slido P de Rocha Grantica Gerado na Indstria de Rochas Ornamentais. Qumica Nova. Vol.31, n6, p. 1301-1304. 2008.COSTA, A.G.; et al. Rochas ornamentais e de revestimento: proposta de classificao com base na caracterizao tecnolgica. In: III Simpsio sobre Rochas Ornamentais do Nordeste, Anais, Recife, PE. 2002.MATTOS, I.C. Uso/adequao e aplicao de rochas ornamentais na construo civil parte 1. In: III Simpsio sobre Rochas Ornamentais do Nordeste, Anais, Recife, PE. 2002.TEIXEIRA, A. F. N.; et al. Rochas Ornamentais: o desenvolvimento econmico e suas relaes com a sociedade brasileira e norte-riograndense. In: VII Congresso Norte Nordeste de Pesquisa e Inovao. Palmas, TO. 2012. VIDAL, F. W. H. Aproveitamento de rejeitos de rochas ornamentais e de revestimento. ln: IV Simpsio de Rochas Ornamentais do Nordeste. Anais. Fortaleza, CE. 2003VARGAS, T; et al. Rochas Ornamentais do Brasil, Seu Modo de Ocorrncia Geolgica, Variedade Tipolgica, Explotao Comercial e utilidades como Materiais Nobres de Construo. Revista de geocincias, 2-2, 119-132. Instituto de Geocincias UFF.ABIROCHAS Associao Brasileira da Indstria de Rochas Ornamentais. O Setor de Rochas Ornamentais e de revestimento: Situao Atual, Demandas e Perspectivas Frente ao Novo Marco Regulatrio da Minerao Brasileira. 2013.ABRELPE Associao Brasileira de Empresa de Limpeza Pblica e Resduos Especiais. Panorama 2013. 2013.Lei 12.305 de 2010. Disponvel em: [www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2010/lei/l12305.htm]. Acesso em: 12 nov. 14.WELLMER, F. W.; BECKER-PLATEN, J. D. Sustainable Development and the exploitation of mineral and energy resources: a review. International Journal of Earth Science, vol. 91, p. 793-745. 2002.DA LUZ, Ado Benvindo; LINS, Antonio Freitas. Rochas & Minerais Industriais- Usos e especificaes. 2.ed. Rio de Janeiro: CETEM/MCT. 2008.SINGH, N; DUTTA, S. Reinforcement of Polypropylene Composite System via Fillers and Compatibilizers. Open Journal of Organic Materials, 2013, 3, 6-11. 2013.DE MELO, Toms, J. A., et al. Desenvolvimento de Nanocompsitos Polipropileno/Argila Bentonita Brasileira: Tratamento da Argila e Influncia d Compatibilizantes Polares nas Propriedades Mecnicas. Polmeros: Cincia e Tecnologia, vol.17, n3, p. 219-227. 2007.