MONOGRAFIA DAIANA FORMATADA

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UNIVERSIDADE DE CUIAB UNIC - CAMPUS AEROPORTO CURSO DE FARMCIA

DAIANA RIBEIRO BUSS

ACNE: REVISO DA LITERATURA E OPINIES DE DERMATOLOGISTAS DA CIDADE DE SINOP-MT

SINOP/MT 2011/2

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DAIANA RIBEIRO BUSS

ACNE: REVISO DA LITERATURA E OPINIES DE DERMATOLOGISTAS DA CIDADE DE SINOP-MT

Trabalho de Concluso de Curso apresentado disciplina de Proposta de Interveno Empresarial, como requisito parcial para obteno do ttulo de Bacharel em Farmcia da Universidade de Cuiab UNIC, Campus de Sinop - Aeroporto, sob a orientao da Prof. Ms. Francieli Ogata.

SINOP/MT 2011/2

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Buss, Daiana Ribeiro. Acne: Reviso da literatura e opinies de dermatologistas da cidade de SinopMT, 2011, 76 folhas. TCC Universidade de Cuiab UNIC. Farmcia. Prof. Ms. Francieli Ogata. 1. Acne 2. Propioniobacterium acnes 3.Tratamento.

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DAIANA RIBEIRO BUSS

ACNE: REVISO DA LITERATURA E OPINIES DE DERMATOLOGISTAS DA CIDADE DE SINOP-MT

BANCA EXAMINADORA

Prof. Examinador:___________________________________________________

Prof. Examinador:___________________________________________________

Prof. Examinador:___________________________________________________

SINOP, (MT) _____/_____/_____

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ATESTADO DE TICA

Eu, Daiana Ribeiro Buss, atesto para os devidos fins que os dados e informaes constantes neste trabalho intitulado: Acne: Reviso da Literatura e opinies de dermatologistas da cidade de Sinop-MT , so verdicos segundo as fontes utilizadas e originais segundo a abordagem e tratamento dado aos mesmos por mim, e que a obra em suas partes constituintes e no seu todo so de minha autoria. Assim, eximo de qualquer responsabilidade o professor orientador, o Coordenador de Monografia, o Coordenador do curso de Farmcia e os demais participantes da Banca de Defesa de autoria e de veracidade dos dados e informaes apresentadas que possam existir neste trabalho.

Sinop, 20/11/2011.

________________________________________________________________ Daiana Ribeiro Buss

ACNE: REVISO DA LITERATURA E OPINIES DE DERMATOLOGISTAS DA CIDADE DE SINOP-MT

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DEDICO a Deus que em momentos de incerteza, sempre esteve ao meu lado dandome foras, e aos meus pais, que sempre acreditaram em mim.

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AGRADECIMENTOSAgradeo a DEUS, o nosso PAI celestial por ter sido to bom comigo, me dando vida, f, sabedoria, foras e por ter guiado sempre. Agradeo aos meus pais, que so meus exemplos de vida, so meu porto seguro, aqueles que sempre estiveram ao meu lado, acreditaram em mim, obrigada pelo apoio, por me ensinar o que uma famlia, atravs do carinho, respeito e amor de vocs, quero deixar aqui registrada o trecho de uma msica a qual marcou minha vida do incio da faculdade at agora Acredite hora de vencer, essa fora vem de dentro de voc, voc pode at tocar os cus se crer, acredite que nenhum de ns j nascemos com jeito para super heri, nossos sonhos a gente que constri, vencendo os limites, escalando fortalezas, conquistando o impossvel pela F, campeo, vencedor Deus d asas faz seu vo, campeo, vencedor essa F que te torna imbatvel, demonstra o seu valor.... Obrigada pela confiana que sempre depositaram em mim, Amo muito vocs. Aos meus irmos Rodrigo e Naiane pelo carinho, amor, pelos momentos de alegrias, distrao que passamos juntos. A minha cunhada, amiga e irm Kathussa, que esteve comigo em todos os momentos, sejam eles ruins ou bons, nas horas tristes me fazendo rir, compartilhando at mesmo as faltas na faculdade, com ela aprendi o significado da palavra amizade. Ao meu namorado e amigo Elizer pela pacincia, pelas vezes que me ouviu, por me entender sempre, pelo incentivo que me deu em todos esses anos juntos. Eu te amo Ao meu amigo Diego Amaral, pela fora, pelas caronas, pelos conselhos, pelo apoio. Agradeo aos meus familiares, tios, tias, primos e primas e em especial minha V, todos aqueles que sempre torceram por mim e me apoiaram. Obrigada aos colegas da Unic de Cuiab, onde foi que eu iniciei o meu curso e aos meus colegas de Unic de Sinop, por terem me acolhido em minha transferncia, em especial a minha amiga Kelly Bellini. A minha orientadora Francielli Ogata, que sempre admirei como pessoa e professora e que tive o privilgio em t-la como orientadora. Obrigada pela fora, incentivo e nimo que me deu todas as vezes que pensei em desistir, pela pacincia e confiana que teve em mim. A todos meus professores, funcionrios e diretora que fizeram parte da minha formao e que se dedicaram para que obtivssemos bons conhecimentos.

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A minha coordenadora Regiane, que sempre me ajudou quando precisei. Agradeo a todas as dermatologistas que me atenderam nas entrevistas. A todos meus amigos e amigas que me ajudaram diretamente e indiretamente para a realizao deste trabalho. Obrigada a todos!

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No final tudo da certo, se ainda no deu por que ainda no chegou o fim! Fernando Sabino

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RESUMOBUSS, Daiana. Acne:Reviso da literatura e opinies de dermatologistas da cidade de SinopMT, Curso de Farmcia UNIC Universidade de Cuiab. Sinop MT, 2011.

O presente estudo uma reviso bibliogrfica sobre acne, uma doena comum, considerada um distrbio dermatolgico que afeta todas as idades, com predominncia na adolescncia devido a alta taxa de hormnios. provocada pela presena da bactria anaerbia Propioniobacterium acnes, que habita no folculo pilossebceo. Os fatores so vrios como herana gentica, hipersecreo sebcea, proliferao da bactria, surgimento de mediadores inflamatrios, stress, frico excessiva da pele, utilizao de cosmsticos, medicamentos, assim considerada multifatorial. caracterizada pela presena de comedes, ppulas, pstulas, cistos e ndulos. A doena classificada por graus conforme a apresentao das leses inflamatrias ou no-inflamatrias. O tratamento dividido em tpico e sistmico, onde so utilizados antibiticos, antiinflamatrios, corticides, retinides, hormnios. A higienizao da pele tem grande valor na adeso da terapia escolhida que ir variar de acordo com o grau da doena e os tipos de leses apresentadas.

Palavras-Chave: Acne, Propioniobacterium acnes, Tratamento.

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ABSTRACTBUSS, Daiana. Acne: A Literature review and opinions of dermatologists in the city of SinopMT , Graduate Pharmacy - UNIC - Cuiab University - Campus Airport, 2011.

This study is a literature review on acne, a common disease, considered a dermatological disorder that affects all ages, with a predominance in adolescence due to the high rate of growth hormones. It is caused by the presence of anaerobic bacteria Propioniobacterium acnes, which resides in the pilosebaceous follicle. The are several factors as genetics, sebaceous hypersecretion, bacterial growth, appearance of inflammatory mediators, stress, excessive rubbing of the skin, using cosmsticos, medicines, and considered multifactorial. It is characterized by the presence of comedones, papules, pustules, cysts and nodules. The disease is classified by grade according to the presentation of inflammatory lesions or noninflammatory. The treatment is divided into topical and systemic antibiotics which are used, NSAIDs, corticosteroids, retinoids, hormones. The cleaning of the skin is great value in the membership of the therapy chosen will vary according to the level of disease and the types of lesions.

Keywords: acne, acne Propioniobacterium, Treatment.

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LISTA DE FIGURASFigura 1: Anatomia da pele ................................................................................................... 18 Figura 2: Clulas da epiderme .............................................................................................. 19 Figura 3: Camadas da epiderme ........................................................................................... 20 Figura 4: Derme e suas estruturas ........................................................................................ 22 Figura 5: Hipoderme .............................................................................................................. 23 Figura 6: Anexos da pele ........................................................................................................ 24 Figura 7: Formao da glndula sudorpara ....................................................................... 25 Figura 8: Mecanismo da produo de sebo pela glndula sebcea .................................... 26 Figura 9: Imagem do mecanismo de ao da acne .............................................................. 26 Figura 10: 1 Plo; 2 superfcie da pele; 3 sebo; 4 folculo piloso; 5 glndula sebcea ...... 27 Figura 11: Bactria ................................................................................................................. 31 Figura 12: Glndula Desenvolvendo Acne ........................................................................... 33 Figura 13: Acne Neonatal ...................................................................................................... 36 Figura 14: Acne Neonatal ...................................................................................................... 37 Figura 15: Acne medicamentosa ........................................................................................... 38 Figura 16: Acne grau I Comedonal ...................................................................................... 42 Figura 17: Acne grau II Ppulopustular .............................................................................. 42 Figura 18: Acne grau III Nodulocstica ................................................................................ 43 Figura 19: Acne grau IV Conglobata ................................................................................... 43 Figura 20: Acne V Fulminante .............................................................................................. 44

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LISTA DE GRFICOSGrfico 1: Idade de maior incidncia de acne? .................................................................... 59 Grfico 2: Sexo de maior predominncia? ........................................................................... 60 Grfico 3: Tipo de pele de maior probabilidade do aparecimento da acne? .................... 61 Grfico 4: Influncia do clima no aparecimento da doena? ............................................. 62 Grfico 5: Grau de acne mais freqente .............................................................................. 63 Grfico 6: Influncia da alimentao no aparecimento de acne. ....................................... 64 Grfico 7: Combinao entre medicamentos tpicos e sistmicos ..................................... 65 Grfico 8: Anticoncepcionais melhoram o quadro da acne ................................................ 66 Grfico 9: Tratamento da acne em gestantes ....................................................................... 67 Grfico 10: Grau de acne de maior dificuldade de tratamento ......................................... 68 Grfico 11: Existncia de fator especfico para aparecimento da acne ............................. 69

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SUMRIOINTRODUO ...................................................................................................................... 15 1 DESCRIO DA ANATOMIA E FUNES DA PELE ............................................... 17 1.1 A pele ................................................................................................................................. 17 1.2 Camadas da Pele ............................................................................................................... 18 1.3 A epiderme ........................................................................................................................ 18 1.4 A derme ............................................................................................................................. 21 1.5 A hipoderme ...................................................................................................................... 22 1.5.1 Anexos Cutneos ............................................................................................................ 23 1.5.2 Glndulas Sudorparas ................................................................................................. 24 1.5.3 Glndulas Sebceas ....................................................................................................... 25 1.5.4 Plos ................................................................................................................................ 27 1.6 Unhas ................................................................................................................................. 28 1.7 Classificao da Pele ......................................................................................................... 28 1.8 Hiperpigmentao e Proteo da Pele ............................................................................ 29 1.9 Propioniobacterium Acnes .............................................................................................. 30 2 A ACNE ................................................................................................................................ 32 2.1 Fundamentos Hormonais da Acne e Fatores Endgenos e Exgenos ......................... 33 3 ACNES VARIANTES ......................................................................................................... 35 3.1 Sndrome do Ovrio Policstico (SOP)............................................................................ 35 3.2 Acne Neonatal ................................................................................................................... 35 3.3 Acne Infantil...................................................................................................................... 36 3.4 Acne Medicamentosa........................................................................................................ 37 3.5 Acne Venenata .................................................................................................................. 38 3.6 Acne Cosmtica ................................................................................................................. 38 3.7 Acne Tropical .................................................................................................................... 39 3.8 Acne Mecnical ................................................................................................................. 39 3.9 Acne na Mulher Adulta.................................................................................................... 40 4 FORMA CLNICA DAS LESES .................................................................................... 41 4.1 Grau de Severidade .......................................................................................................... 45 5 TRATAMENTO .................................................................................................................. 46

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5.1 Tratamento Tpico ........................................................................................................... 47 5.1.1 Perxido de Benzola ..................................................................................................... 48 5.1.2 Nicotinamida Tpica ..................................................................................................... 48 5.1.3 cido Azelico ................................................................................................................ 48 5.1.4 Retinides ....................................................................................................................... 49 5.1.5 Adapaleno ....................................................................................................................... 49 5.1.6 Taratozeno ...................................................................................................................... 50 5.1.7 Isotretinona ................................................................................................................... 50 5.1.8 Tretinona ....................................................................................................................... 50 5.1.9 Eritromicina ................................................................................................................... 51 5.1.10 Clindamicina ................................................................................................................ 51 5.2 Tratamento Sistmico....................................................................................................... 52 5.2.1 Hormnios ...................................................................................................................... 52 5.2.2 Tetraciclina .................................................................................................................... 53 5.2.3 Minociclina ..................................................................................................................... 54 5.2.4 Limeciclina ..................................................................................................................... 54 5.2.5 Eritromicina ................................................................................................................... 54 5.2.6 Azitromicina ................................................................................................................... 55 5.2.7 Corticides Orais ........................................................................................................... 55 5.2.8 Isotretinona ................................................................................................................... 56 6 METODOLOGIA................................................................................................................ 57 7 RESULTADOS E DISCUSSES ...................................................................................... 59 CONSIDERAES FINAIS ................................................................................................. 70 REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS ................................................................................. 71 ANEXOS ................................................................................................................................. 74

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INTRODUO

A acne considerada uma doena multifatorial, um distrbio dermatolgico, que se desenvolve no folculo pilossebceo. Esse folculo consiste numa invaginao da epiderme, que forma o bulbo capilar onde se origina os plos e cabelos, sendo responsvel pela produo de queratina, o qual est presente em grandes quantidades na face, ombros, peito e parte superior das costas. A acne surge com mais freqncia na puberdade, porm pode ocorrer alguns casos aps os 30 anos. conhecida vulgarmente como espinha, caracterizada por leses inflamadas, ppulas, pstulas, ndulos, cistos e leses no inflamadas como os comedes (RIBEIRO, 2010). As leses da acne podem desencadear problemas psicolgicos como depresso, ansiedade entre vrios outros, porque em alguns graus como grau III, IV e V esteticamente a aparncia no agradvel, pois nestes graus j existem a presena de vrias ppulas, pstulas, ndulos, cistos com processo inflamatrio avanado, o qual se no for tratado e tomado os devidos cuidados podem resultar em cicatrizes que a perda tecidual, atravs das inflamaes que atingem at a camada da derme, que muitas vezes so irreversveis, ento o indivduo tem vergonha, sente-se inferior, considera-se diferentes. Pois a pele o rgo mais visvel e a aparncia importante para aumentar a auto-estima. A pele dividida em quatro tipos que so pele seca, oleosa, mista e normal. A oleosa tem maior probabilidade do aparecimento da acne devido ao alto nvel de produo de sebo, podendo tambm surgir em outros tipos de pele, em menor quantidade. A doena classificada por grau dependendo da gravidade de manifestao da leso que escolhido a terapia certa, nem todos os casos necessitam de tratamento, nos necessrios so feitos com a combinao de terapias que atuam nos diferentes fatores causadores da acne. Alm do tratamento medicamentoso a limpeza, higienizao da pele e uso constante de filtro solar so essenciais, para proteo e controle da oleosidade e ressecamento, mantendo assim a pele com uma aparncia saudvel (RIBEIRO, 2010). Dessa forma, o presente trabalho tem o intuito atravs de reviso bibliogrfica e entrevistas com profissionais de medicina dermatolgica, transpassar a importncia dos cuidados com a pele, demonstrando uma doena comum, que acomete grande porcentagem da populao desde casos leves graves, e que felizmente existe uma enorme variedade de

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terapias que permitem tratar de forma eficaz os mais variados tipos de acnes, proporcionando no apenas uma melhora esttica, mas tambm psicolgica.

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1. DESCRIO DA ANATOMIA E FUNES DA PELE

1.1 A pele

A pele conhecida como o maior rgo do corpo humano, constituindo 16% do peso corporal. Sendo ela que reveste a parte externa do corpo, tendo vrias funes como: proteo, controle da temperatura, sensorial, esttica, absoro de radiaes ultravioletas, sntese de vitamina D, absoro e eliminao de substncias qumicas. Nas anlises histolgicas da pele, observa-se duas camadas bsicas a epiderme e a derme. Logo abaixo, encontra-se outra camada formada por tecido adiposo, considerada uma camada subcutnea, assim chamada de hipoderme. Resultando assim em trs camadas. E seus anexos cutneos como as glndulas sebceas e sudorparas, os plos e as unhas (RIBEIRO, 2010). A pele uma grande barreira de impedimento contra os microorganismos, radiaes, perda de gua (PERSONELLE, 2004, p. 3). O conhecimento sobre a pele e suas camadas essencial para entender o mecanismo da acne. A acne atinge as camadas da epiderme e derme, as cicatrizes mais profundas das leses severas esto na derme, sendo os anexos como a glndula sebcea e o folculo piloso que encontram-se na derme, os principais envolvidos no aparecimento da acne, pois essa glndula produzem o sebo, como proteo do organismo, que so estimuladas por hormnios sexuais e o folculo piloso que est acoplado a esta glndula (BERNARDI et al, 2009).

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Figura 1: Anatomia da pele

Fonte: http://www.afh.bio.br/sentidos/sentidos10.asp. acesso em 02/10/2011, as 18:00 hrs.

1.2 Camadas da Pele

So trs as camadas que fazem parte da estrutura da pele. Segundo Leonardi (2008), a pele um rgo complexo, composto basicamente por trs tecidos: epiderme o superior, a derme intermediria, e a mais profunda conhecida como hipoderme.

1.3 A epiderme

A epiderme composta de diferentes camadas formadas pelos queratincitos produtores de queratina, clulas epiteliais estratificadas, que vo se diferenciando conforme vo da camada basal at a superfcie da pele (RIBEIRO, 2010, p. 17). Sendo as camadas conhecidas como basal, espinhosa, granulosa e crnea. Existe uma outra camada chamada de lcida que fica entre as camadas crnea e granulosa, nas partes mais espessas da pele como palma das mos e na sola dos ps (RIBEIRO, 2010).

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A principal funo da epiderme produzir queratina (KEDE e SABATIVICH, 2004). As clulas da epiderme fazem parte de um sistema complexo, assim esto em constante renovao. O processo de queratinizao a sada do queratincito da camada basal at a camada crnea, sendo controlada pelo meio ambiente, fatores sistmicos e genticos (PERSONELLE, 2004, p. 3). Alm dos queratincitos outras clulas epiteliais so encontradas nesta camada como as clulas de Langerhans encontadas nos estratos intermedirios da epiderme, com funo de defesa. As Clulas de Merkel que esto no estrato germinativo, mecanismo no esclarecido ainda, mas acredita-se que tem funo sensorial para a pele, pois apresentam terminaes nervosas sensitivas que so acopladas a fibra nervosa do sistema nervoso central. Os melancitos so clulas que tem como funo a produo de melanina que a substncia que d cor a pele e protege contra os raios solares de uma maneira natural (LEONARDI, 2008, p. 17).

Figura 2: Clulas da epiderme

Fonte: http://ltc.nutes.ufrj.br/toxicologia/mII.pele.htm, acesso em :11/09/2011 as 16hrs.

Camada basal ou germinativa, a camada mais profunda da epiderme, faz barreira com a derme, nesta camada que ocorre mitose, fornecendo assim clulas para substituir as que descamaram na camada mais superior da epiderme (SPENCE, 1991, p. 78). A melanina, principal pigmento da pele, formada na camada germinativa, pelas clulas conhecidas como melancitos. responsvel pela colorao da pele (LOSSOW, 1990, p. 80)

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Camada espinhosa localizada acima da camada basal, as clulas so achatadas e de aspecto polidrico, possuem extenses citoplasmticas que s interligam as clulas. Devido essas extenses, chamada de camada espinhosa (SPENCE, 1991, p. 78). Camada Granulosa presena de clulas achatadas, conforme os grnulos aumentam de tamanho, o ncleo se desfaz, ento o resultando a morte das clulas mais externas da camada granulosa (SPENCE, 1990, p.78). Observa-se que a camada granulosa, faz parte ativamente da ceratinizao, processo, onde as clulas fabricam ceratina e perdem seus ncleos, tornando-se mais compactas e frgeis (LOSSOW, 1990, p. 80). Camada Crnea sendo a camada mais superficial da epiderme. Composta de muitos planos de clulas achatadas, interligadas e mortas. O citoplasma completamente substitudo por uma protena chamada queratina. Essas clulas formam uma cobertura sobre a superfcie do corpo, assim protegendo e impedindo a perda de gua, elas se mantm juntas por desmossomos modificados, incluindo material extracelular. As clulas que esto mais superiores so perdidas, e assim, substitudas por clulas provenientes da camada germinativa da epiderme (SPENCE, 1991, p. 79).

Figura 3: Camadas da epiderme

Fonte: http://ltc.nutes.ufrj.br/toxicologia/mII.pele.htm , Acesso em: 11/09/2011 as 17:30 hrs.

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1.4 A derme

A derme um tecido de sustentao, conhecida como camada intermediria, servindo de passagem por vrios vasos e nervos. Nesta camada esto os anexos cutneos como as glndulas sudorparas crinas, apcrinas, plos, glndulas sebceas, unhas (PEYREFITTE; MARTINI; CHIVOT, 1998, p. 325). considerada a maior parte da pele, essa camada que proporciona elasticidade, resistncia fsica ao corpo, faz a termorregulao corporal com o armazenamento de gua, a derme liga-se a epiderme mantendo assim a propriedade das duas camadas, participa do fechamento das feridas atravs da reparao e remodelao da pele (PERSONELLE, 2004, p. 11). Essa camada encontra-se dividida em duas camadas, sendo elas camada papilar e camada reticular. A primeira mais externa e fina, formada por tecido conjuntivo frouxo, fica em contato com a epiderme, esta ligada ao estrato germinativo, tendo esse nome papilar, devido s vrias papilas que se formam na regio epidrmica. J a camada reticular mais profunda apresenta feixes densos de fibras colgenas como o colgeno que uma protena em abundncia no organismo, se apresentando em vrias direes, ento formando um retculo (SPENCE, 1991, p. 80-81). A derme participa da irrigao cutnea atravs de dois plexos vasculares horizontais, sendo um superficial, que fica abaixo das papilas da camada papilar, esse plexo nutri a epiderme, que no vascularizada. O outro plexo profundo, irrigam as glndulas e folculos pilosos (RIBEIRO, 2010). Como foi observado este tecido rico em colgeno, elastina e vrias clulas como as inflamatrias, as quais nos casos das leses de acne, vo participar da inflamao como uma defesa contra a bactria que ali encontra-se alojada (PERSONELLE, 2004). Nesta camada que encontra-se os anexos cutneos, ou seja, as glndulas sebceas que tem o maior envolvimento no aparecimento da acne. Sendo essa ento uma camada muito importante no desenvolvimento da doena, no caso dos tratamentos tpicos eles devem atravessar a epiderme atingindo assim a epiderme e a derme, para combater as inflamaes.

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Figura 4: Derme e suas estruturas

Fonte: http://www.saudetotal.com.br/prevencao/topicos/histoderme.asp, Acesso em: 11/09/11 s 17:55 hrs.

1.5 A hipoderme

A hipoderme a camada mais profunda da pele, possui uma espessura varivel. formada por clulas de gordura, chamadas de adipcitos, separadas entre si por um interstcio seroso, que contm cidos polissacardeos que tem como funo a lubrificao. Encontra-se vrias outras estruturas nesta camada como os septos conjuntivos interlobulares que se formam na profundidade da derme anexando-se nas fscias musculares e no peristeo. A funo da hipoderme alm de ser um depsito nutritivo de reserva, participar no isolamento trmino e na proteo mecnica do organismo s presses e traumatismos externos facilitando a motilidade da pele relacionado s estruturas subjacentes. O tecido adiposo bem vascularizado, assim nutrindo todo o conjunto de adipcitos (LEONARDI, 2008, p. 19-20). Essa camada faz ligao entre a derme e outras estruturas, ou seja, a camada de tecido areolar contendo gordura que chamado de tecido adiposo subcutneo ou fscia superficial liga a derma s estruturas subjacentes (LOSSOW, 1990, p. 80).

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Figura 5: Hipoderme

Fonte: http://www.saudetotal.com.br/prevencao/topicos/histohipoderme.asp. Acesso em 11/09/11 s 18:15 hrs

1.5.1 Anexos Cutneos

Os anexos cutneos fazem parte da pele, so eles: os plos, as glndulas sudorparas, glndulas sebceas e unhas (LOSSOW, 1990, p. 81). A origem dessas estruturas na epiderme ou derme, as funes de cada um deles essencial ao ser humano, pois controlam a temperatura, respondem a estresse emocional, a estmulo fisiolgico, as influncias hormonais, produzem sebo para lubrificao da pele (MORTON e FONTAINE, 2011). Em relao a acne o funcionamento normal das glndulas so fundamentais para evitar a doena.

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Figura 6: Anexos da pele

Fonte: http://drafabialuna.site.med.br/index.asp?PageName=Anatomia-20Pele. Acesso em 15/09/11 as 15:20 hrs.

1.5.2 Glndulas Sudorparas

Existem dois tipos de glndulas sudorparas na pele, as apcrinas e as crinas. Onde a primeira so tubulares e ligadas ao folculo piloso. Esto presentes nas axilas, regio anogenital, mamrias, canal auditivo externo e plpebras, atravs de um estmulo hormonal, secretam material viscoso, leitoso e sem cheiro. J as glndulas crinas so encontradas em quase todo o corpo, mas principalmente nas mos, sola dos ps, fronte e axilas. Apresentam um ducto linear espiral cilndrico, sendo controladas pelo sistema nervoso colinrgico e secretam suor, com caractersticas inodoro, rico em gua, sais e com pouco material orgnico (RIBEIRO, 2010, p. 27).

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Figura 7: Formao da glndula sudorpara

Fonte: http://www.forp.usp.br/mef/embriologia/pele_anexos.htm. Acesso em 15/09/11 as 16:48 hrs.

1.5.3 Glndulas Sebceas

So glndulas que esto aderidas nas paredes do folculo piloso e produzem sebo, que uma substncia oleosa que tem como funo lubrificao da superfcie da pele. A secreo sebcea apresenta clulas inteiras que contm sebo. Quando a clula se desfaz ento o sebo secretado ao longo da parte do plo, indo para a superfcie da pele, deixando assim a pele com aquele brilho natural. Essa secreo esta sobre comando do sistema endcrino, aumentada na puberdade, e geralmente na fase final da gravidez, diminuindo com a idade. O orifcio das glndulas sebceas pode ficar sem cor, como resultado da oxidao de substncias gordurosas pelo ar, formando os comedes (cravos). As secrees presas nas glndulas, criam um meio para crescimento de bactrias responsveis pelas espinhas e furnculos (LOSSOW, 1990, p. 82). Esta glndula importante na formao da acne comum, pois quando produz sebo em excesso o poro obstrudo, assim resultando em leses na pele. O mecanismo de ao da acne esta relacionado com a glndula sebcea da seguinte forma: A testosterona livre se liga enzima 5-alfa redutase, que dentro da glndula sebcea se transforma em diidrotestosterona

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que o andrgeno mais potente, o qual se liga a receptores especficos com maior afinidade e especificidade que a testosterona, produzindo assim sebo em excesso. Aumentando a produo de queratina que a hiperqueratinizao que fecha o tubo para secreo, com os microorganismos se alimentando de queratina e excretando cido graxo que extremamente irritante a pele, levando as leses e infamaes (RIBEIRO, 2010). O mecanismo est descrito nas figuras abaixo:

Figura 8: Mecanismo da produo de sebo pela glndula sebcea

Fonte: http://www.medicatriz.com.br/artigo7.html. Acesso em 15/09/11 as 17:20 hrs.

Figura 9: Imagem do mecanismo de ao da acne

Fonte: http://adeliamendonca.com.br/dicas/dica4.html. Acesso em 15/09/11 as 18 hrs.

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1.5.4 Plos

O plo encontrado em quase todo o corpo humano. So originados a partir do folculo piloso que uma invaginao da epiderme. As clulas na base do folculo se repartem e se diferenciam, assim produzindo queratina dura, formando a haste dos pelos (RIBEIRO, 2010, p. 28). Agregado ao folculo piloso encontra-se as glndulas sebceas que tem a funo de produzir sebo para lubrificar os pelos e a pele, o qual se produzido em excesso torna-se um ambiente positivo para proliferao de bactrias entre elas a Propioniobacterium acnes, que se alimenta desse sebo. Ao lado do folculo piloso esto os msculos pilo eretores que atravs das suas contraes gera arrepio na pele deixa os pelos eretos, assim o agindo como um isolante trmico ocorrendo vaso constrio diminuindo o volume de sangue esfriado nos vasos e reduzindo a perda de calor do corpo (MORTON e FONTAINE, 2011).

Figura 10: 1 Plo; 2 superfcie da pele; 3 sebo; 4 folculo piloso; 5 glndula sebcea

Fonte: http://www.enciclopedia.com.pt/articles.php?article_id=943. Acesso em 12/10/11 as 13:18 hrs.

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1.6 Unhas

Acredita-se que a funo das unhas so de proteo das extremidades dos dedos. So formadas por queratina dura, so extremamente irrigadas, o que as torna rosadas. Apresenta 7% a 12% de gua e 0,15% a 0,76% de material graxo e um pouco menos de clcio (RIBEIRO, 2010, p. 29).

1.7 Classificao da Pele

A pele classificada, levando em considerao a distribuio de oleosidade e hidratao facial, sendo a diviso em pele seca, oleosa, mista e normal ou equilibrada. A pele seca tem como caractersticas, facilidade de irritao, pouca ou nenhuma hidratao, e como conseqncia maior probabilidade do aparecimento de rugas, pois neste tipo de pele as camadas vo diminuindo, assim como o colgeno e elastina (KEDE e SABATOVICH). Neste tipo de pele dificilmente ocorre o aparecimento de acne, os folculos pilossebceos so pouco perceptveis, as secrees sebceas e sudorparas so nulas. Para limpeza desse tipo de pele deve utilizar loes lquidas, suaves e hidratantes (CEZIMBRA et al, 2005). A pele normal uma pele macia de colorao saudvel, suave, os poros so de tamanho regular, apresentando secrees sudorparas e sebceas normais, um tipo menos propicio a rugas (KEDE e SABATOVICH, 2004). Mantm uma harmonia entre secrees de leos e suor, fcil de tratar, so raras as pessoas que apresentam esse tipo de pele. Os cuidados so simples, utilizao de um agente de limpeza sem alterao do pH da mesma, aplicao de protetor solar, os tnicos no devem apresentar lcool na sua formulao. Os cravos e espinhas so raros, podendo ser eliminados com produto secativo e bactericidas (KEDE, SERRA e CEZIMBRA, 2010). A pele oleosa apresenta sua espessura aumentada, os folculos pilossebceos encontram-se dilatados, as secrees das glndulas so desordenadas e excessivas, dando a superfcie cutnea um brilho natural e mido (KEDE e SABATOVICH, 2004). A tendncia

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do desenvolvimento de rugas quase no existe, mas em compensao esse tipo de pele favorece o aparecimento de cravos e espinhas pelo fato de apresentar um alto nvel de oleosidade. Deve ser evitada a lavagem com gua quente, pois a retirada da gordura estimula uma produo maior de sebo como efeito rebote (KEDE, SERRA e CEZIMBRA, 2010). A pele mista formada por dois tipos de pele: oleosa e seca ou oleosa e normal na mesma pele. Podem desenvolver rugas e acnes (KEDE e SABATOVICH, 2004). Deve usar hidratante apenas nas reas secas e sempre dar preferncia a produtos livres de leos para limpeza, hidratao, maquiagem e foto proteo (KEDE, SERRA e CEZIMBRA, 2010). Entre todos os tipos de pele, pelas caractersticas apresentadas, a pele oleosa a mais propensa a acne, a produo excessiva de sebo influncia na proliferao da bactria.

1.8 Hiperpigmentao e Proteo da Pele

Como sabemos o sol essencial para a vida no planeta terra, os seus efeitos sobre as pessoas variam de acordo com a localidade de exposio, tempo, horrio, perodo do ano e por vrios outros motivos. Assim como pode trazer benefcio sade das pessoas em excesso ou em horrios errados, pode prejudicar (FLOR, DAVOLOS e CORREIA, 2007). A melanina, principal pigmento da pele, sendo responsvel pela colorao da mesma, formada na camada germinativa, pelas clulas conhecidas como melancitos (LOSSOW, 1990, p. 80). A hiperpigmentao ocorre pela ao dos raios solares, sobre a pele, que multiplica a produo de melanina que tem como funo proteo da pele contra a radiao ultravioleta, favorecendo ento a formao de manchas na pele uma hiperpigmentao (NICOLETTI, ORSINE et al, 2002). Segundo Ribeiro (2010), a pigmentao da pele influenciada pela radiao UV e ocorre de duas maneiras diferentes: a imediata que aquela que no tem sntese de melanina, e a tardia que apresenta o envolvimento da sntese de melanina, aumentando o nmero de melancitos ativos. Muitos tratamentos de acne so fotossensveis, podem pigmentar a pele com exposio solar, quando a acne cicatriza tambm ocorre uma hiperpigmentao da pele que com a presena de sol piora (RIBEIRO, 2010).

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Segundo Leonardi (2008), o excesso de sol causa espessamento da camada crnea, que facilita a obstruo dos folculos pilossebceos, assim ajudando no surgimento da acne. Um dos fatores para o aparecimento da acne a hiperqueratinizao que pode ocorrer devido exposio solar, onde acontece um aumento da camada crnea, resultante do aumento da atividade mittica da epiderme. Mas no podem ser generalizados os problemas da radiao, nem todos os efeitos so prejudiciais. Portanto, a exposio moderada necessria, e os efeitos ruins podem ser diminudos com uso dirio de filtro solar. Os filtros solares devem ser associados com os tratamentos de acne, geralmente so utilizados em forma de gis para diminuir a oleosidade da pele, para cada tipo de pele selecionado um protetor solar especfico (RIBEIRO, 2010). A pele um importante rgo na clnica da acne, que ocorre nos folculos pilosos, atravs de vrios fatores, entre eles a desordem na produo de sebo pelas glndulas, e presena da bactria Propionibacterium acnes. Vrios cuidados com a pele so essenciais como limpeza, esfoliao que previne o acmulo de clulas mortas e ajudam na desobstruo dos poros afetados. Segundo a opinio das dermatologistas e esteticistas, os cuidados com a pele so relevantes no apenas na terapia da acne, mas tambm como higiene pessoal, onde a aparncia de uma pele saudvel estimada por todos. Cuidados recomendados pelos especialistas so: lavar o rosto conforme oleosidade da pele, limpeza e esfoliao de pele com profissional para no machucar, ingerir muito lquido para hidratar, uso de protetor solar para proteo.

1.9 Propioniobacterium Acnes

A bactria Propionibacterium acnes, um agente anaerbico que coloniza o folculo e se alimenta do sebo produzindo assim metablitos, os cidos graxos livres, que so irritantes para o folculo, epitlio e derme. Os folculos envolvidos com o aparecimento da acne apresentam queratinizao, a obstruo destes podem ocasionar a formao de comedes, pois assim sempre que dilatado e bloqueado o folculo pode ficar colonizado por bactrias (LEONARDI, 2008). Desencadeando assim uma intensa reao inflamatria, juntamente com as inflamaes j presentes pelas bactrias locais. (BONETTO et al, 2004).

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De acordo com Sampaio, a Propioniobacterium acnes, tem como papel fundamental o desenvolvimento da acne.

Figura 11: Bactria

Fonte: http://microbewiki.kenyon.edu/index.php/Propionibacterium. Acesso em 12/10/11 as 14:00 hrs.

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2 A ACNE

A acne uma doena comum com incio geralmente na puberdade. Atinge ambos os sexos, com prevalncia nos homens, devido ao nvel de testosterona livre que o andrgeno formador da acne (VAZ, 2003). A doena se desenvolve no folculo pilossebceo, onde caracterizada pela formao de comedes, ppulas, pstulas e cisto. Inmeros fatores causam a acne. O tamanho da glndula sebcea, a queratinizao folicular e sua atividade na puberdade podem ter influncia gentica. A patognese baseia-se em quatro pontos fundamentais, que se interrelacionam. Sendo esses pontos: Hiperplasia sebcea com hiper seborria um aumento na produo de sebo, hipercornificao ductal folicular que significa que atravs de uma predisposio gentica, acontece um espessamento, ou seja, uma hiperqueratinizao, no folculo uma obstruo do mesmo, que associada ao sebo forma uma massa no interior do folculo pilosebceo. Com isto gera os comedes, que so os cravos, podendo ser aberto ou fechado, alteraes da flora microbiana, com a proliferao do Propioniobacterium acnes, um anaerbio que usa os lipdeos presentes na secreo sebcea como nutrientes, assim ocorrendo alteraes qumicas do sebo e liberando cidos graxos livres irritantes para a parede do folculo e o aparecimento de mediadores inflamatrios ao redor da derme no folculo, uma resposta imune com produo de vrios mediadores liberados dentro do folculo e em volta. A inflamao pode ocorrer por ruptura do folculo, com subseqente escape do contedo da glndula para a derme. Podendo nestes casos ter formao de ndulos, cistos e as fstulas, que so leses responsveis pelas acnes de grau III e IV, podendo evoluir para o grau V, com formao de cicatrizes (RIBEIRO, 2010). O comedo a leso fundamental da acne esta associado com a hiperqueratinizao folicular. A reduo dos grnulos que revestem a membrana celular esto relacionadas na fase inicial, juntamente com a queratinizao folicular alterada e assim ocorrendo a formao do comedo, como descrito logo acima. J o aumento da produo de sebo depende da ao do andrgenos, que so hormnios masculinos responsveis pelo aparecimento de plos, oleosidade da pele e influenciam no libido. Na mulher, so produzidos pelas glndulas suprarenais e em pequenas quantidades pelos ovrios, em grandes quantidades podem gerar

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complicaes, portanto, seu aumento, no significa que este processo leva formao da acne, mas deixa o meio favorvel ao desenvolvimento da mesma (KEDE e SABATOVICH, 2004). Quanto maior e mais profunda a leso da acne, maior ser a cicatriz, podendo apresentar um quadro irreversvel, como nos casos de acne de grau III, IV e V. O processo de cicatrizao acontece atravs de uma cascata de eventos celulares e moleculares que interagem para a reconstituio do tecido. Envolvendo fenmenos bioqumicos e fisiolgicos, ocorre uma perda tecidual que pode atingir at a derme (MANDELBAUM et al, 2003).

Figura 12: Glndula desenvolvendo acne

Fonte: http://www.saudetotal.com.br/acne/acne/acnevulgar.asp. Acesso em 20/09/11 as 16hrs.

2.1 Fundamentos Hormonais da Acne e Fatores Exgenos e Endgenos

O folculo piloso apresenta receptores para os hormnios andrognicos e estrognicos, j a glndula sebcea possui apenas receptores para os andrognicos. A testosterona considerada o andrgeno mais potente, onde sua forma ativa livre. A testosterona na circulao est ligada a protena SHBG, que transportadora dos hormnios sexuais. Aps a entrada da testosterona nas clulas alvos, elas se ligam ao ncleo, onde convertida em diidrotestosterona. Nesse mecanismo comea a ao andrognica em diferentes lugares. Na

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unidade pilossebcea, esse hormnio age no crescimento e pigmentao dos plos, na produo de cidos graxos. Quando aumentados os andrgenos, podem ser devido a fontes exgenas e endgenas. Onde a primeira citada so andrgenos ou substncia anabolizantes, e as fontes endgenas podem ser produzidas pelo ovrio, supra-renal, tecidos perifricos como principal a pele (KEDE e SABATOVICH, 2004). Segundo Ribeiro 2010, vrios fatores endgenos e exgenos podem agravar a acne, como: a obstruo mecnica, devido presso, ou seja, espremer ou at mesmo coar, uso de capacetes, chapus, pode levar ao agravamento, o contato constante com produtos qumicos, leos, graxas, compostos clorados. Alguns medicamentos podem auxiliar no aparecimento como tambm agravar a presena do Propionibacterium acnes, como os esterides anablicos, corticides, ltio, brometos, isoniazida, fenitona, vitamina B1, B6, B12, dissulfiram, ciclosporiana, progestgenos, andrgenos. Os cosmticos comedognicos, que so aqueles que fecham os poros e formam os comedes, cremes oleosos que aumentam a oleosidade da pele, produo de sebo formando ou agravando a acne. O excesso de suor e a radiao ultravioleta, ajuda no aparecimento da doena, stress altera a quantidade de sebo secretado pelas glndulas. No perodo menstrual da mulher, ocorre uma variao hormonal, que estimula a glndula sebcea a produzir mais sebo, podendo resultar em acnes, seborria, algumas leses podem ter origem endcrinas como nos casos de ovrio policstico. Andrgenos circulantes nas primeiras semanas de vida podem provocar acne neonatal. A acne infantil geralmente inicia no terceiro ms de vida, pelas secrees gonadais. (BRENNER, 2006). Essas acnes so consideradas variantes. Na pele, acredita-se que o hiperandrogenismo que o aumento de andrgenos no sangue, acontece pelo aumento da secreo glandular, hiperatividade hormonal decorrente da sensibilidade local e alterao do transporte dos hormnios para o sangue e consequentemente para os tecidos (KEDE e SABATOVICH, 2004).

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3 ACNES VARIANTES

3.1 Sndrome do Ovrio Policstico (SOP)

Doena que ocorre pela ausncia da ovulao crnica e intermitente, com a presena ou no de alteraes laboratoriais de hiperandrogenismo, que o aumento de andrgenos no sangue (KEDE e SABATOVICH, 2004). Essa sndrome caracterizada por irregularidade menstrual, como a amenorria que ausncia de menstruao, hirsutismo que um aumento de plos, acne, alopecia e seborria. Acomete em torno de 5% a 10% da populao feminina em idade frtil (JUNQUEIRA, FONSECA et al, 2003). Esse tipo de acne tem como localizao caracterstica o tero inferior da face, acometendo tambm a rea do pescoo. As leses mais comuns so os comedes (aberto e fechado), ppulas e pstulas. Nas formas mais severas, observam-se de cistos e ndulos. Quando h reao inflamatria considervel atingindo a profundidade do folculo pilossebceo e rompimento da parede folicular, ocorre formao de ndulos. Os cistos seriam resultados da drenagem da secreo no interior dos ndulos, compostos de clulas epiteliais e pus. Nos casos severos, a ausncia de tratamento ou condutas inadequadas podem favorecer o aparecimento de cicatrizes. Essa acne consideramos como acne inflamatria (KEDE e SABATOVICH, 2004).

3.2 Acne Neonatal

a acne que ataca os recm-nascidos nos primeiros dias de vida. O mecanismo de origem da doena exato ainda desconhecido. Acredita-se que seja pelos andrgenos maternos circulantes e alteraes hormonais intrnsecas especficas do recm-nascido (KEDE e SABATOVICH, 2004). caracterizada pela presena de comedes fechados e

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microppulas, pstulas na localizao do nariz, fronte e bochecha. Em geral desaparece espontaneamente (WANCZINSKI, et al, 2008). Mas mesmo que seja passageiro, deve ser tratado para no deixar cicatrizes (KEDE e SABATOVICH, 2004).

3.3 Acne Infantil

So aquelas acnes que persistiram ao perodo neonatal, em geral aparecem aps o terceiro ms de vida at os quatro anos de idade. Frequentemente sendo mais comum no sexo masculino (KEDE e SABATOVICH, 2004). Acredita-se que devido secreo precoce de andrgenos gonodais (WANCZINSKI, et al, 2008).

Figura 13: Acne Neonatal

Fonte: http://orlandoskindoc.com/baby%20acne.htm. Acesso em 20/09/11 as 17:20 hrs.

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Figura 14: Acne Neonatal

Fonte http://www.acneguide.com/acus_basics/images/acne_8.html, acesso em 18/09/11 as 18hrs.

3.4 Acne Medicamentosa

Vrios medicamentos podem ser responsveis pelo aparecimento ou agravamento da acne. So observados inflamao do folculo, as leses so caracterizadas por ppulas, pstulas, sem a presena de comedo. Ocorre pelo contato dos medicamentos atravs da pele, por absoro, ingesto, inalao e injeo entre outros. Podendo ser localizada na face, regio anterior e posterior do trax, nos braos, e regio gltea e a coxa (KEDE e SABATOVICH, 2004). O uso de pomadas, cremes medicamentosos, principalmente em reas oleosas da pele, pode levar a formao de acne, que geralmente so causadas pelos veculos como vaselina, lanolina , substncias oleosas (SAMPAIO, 2000). Alguns medicamentos responsveis pelo surgimento da acne so os esterides anablicos, corticides, ltio, brometos, isoniazida, fenitona, vitamina B1, B6, B12, dissulfiram, ciclosporiana, progestgenos, andrgenos (RIBEIRO, 2010).

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Figura 15: Acne medicamentosa

Fonte: http://www.revistapersonalite.com.br/site/acne-e-suas-diferenciacoes3/. Acesso em 18/09/11 as 18:15 hrs.

3.5 Acne Venenata

Esta acne causada por vrios produtos qumicos como graxa, leo de petrleo, leos solveis, alguns produtos de beleza, que em contato freqente com a pele, provocam pontos enegrecidos e dilatao nos stios foliculares, e o surgimento de comedes (KEDE e SABATOVICH, 2004). Essas acnes geralmente apresenta em pessoas em contato contnuo com esses produtos.

3.6 Acne Cosmtica

a forma de acne venenata, mais freqente no sexo feminino entre 20 a 50anos. Sendo sua causa o uso continuo de cremes como, bases cremosas, pancakes, protetores solares

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cremosos, entre outros. A acne por detergentes tambm se enquadra como uma forma de acne cosmtica (KEDE e SABATOVICH, 2004). Para mulheres que tiveram acne ou tm seborria e usam cremes faciais, devem ser alertadas que a pele torna-se mais oleosa, promovendo assim um meio propicio ao aparecimento de acnes. O tratamento geralmente feito com uso de retinides tpicos, perxido de benzola e antibiticos (SAMPAIO, 2000).

3.7 Acne Tropical

A acne tropical, tambm pode ser chamada de acne de vero ou acne estival (BRENNER, 2006). Com surgimento no vero, devido o calor, obtendo uma melhora e at desaparecendo progressivamente nos meses mais frios. Sendo observada tambm em pessoas com sudorese excessiva. So localizadas no tronco, ombro e braos, podendo raramente aparecer na face e regio cervical. O uso de fotoprotetores graxos e horrios inadequados de exposio ao sol leva a uma piora dos casos (KEDE e SABATOVICH, 2004). Esse tipo de acne apresenta-se em forma de ppulas, pstulas e comedes (SAMPAIO, 2000).

3.8 Acne Mecnica

Esta acne considerada um tipo especial, que aparece pela ao de traumas fsicos repetidos na pele, como presses, tenses, alongamentos e estiramentos. Frequentemente so causadas pelo uso de chapus, colares, fitas cirrgicas, entre vrios outros. Explica-se o aparecimento pelas foras mecnicas extrnsecas exercidas sobre as reas seborricas, gerando assim uma agravamento no local (KEDE e SABATOVICH, 2004). As leses aparecem na forma de ppulas, pstulas. utilizado nesses casos o tratamento tpico (SAMPAIO, 2000).

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3.9 Acne na Mulher Adulta

A acne na mulher adulta pode variar de leve a moderada, aparecendo principalmente as leses inflamatrias. Geralmente o quadro aumenta no ciclo menstrual (BRENNER, 2006). Dois principais grupos podem ser considerados: acne persistente sendo uma continuao da acne da adolescncia e acne de instalao tardia, com incio aps os 25 anos. As mulheres com sinais de hiperandrogenismo e aquelas com acne tardia podem representar um subgrupo com anormalidades ovarianas ou supra-renais, ou metabolismo andrognico que requer avaliao especfica (KEDE e SABATOVICH, 2004).

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4 FORMA CLNICA DAS LESES

As formas clnicas apresentam-se de vrias maneiras o microcomedo, observado nas fases iniciais da acne, produz uma dilatao folicular, que apenas visvel em exames histopatolgicos. Geralmente aparece na fase pr-puberal, quando a crianas ainda no tem os caracteres sexuais desenvolvidos. O comedo aberto vulgarmente conhecido como cravo. considerada a leso bsica da acne. A cor enegrecida da extremidade da leso devida presena de melanina. O comedo fechado tambm chamado de cravo branco. chamada de acne no-inflamatria, quando somente observamos comedes. Nas acnes inflamatrias as leses podem ser ppulo-pustulosa, a presena de seborria e de intensidade varivel e dolorosa, com rompimento das leses e cicatrizao. Quando h reao inflamatria considervel atingindo a profundidade do folculo pilossebceo e rompimento da parede folicular, ocorre formao de ndulos. Os cistos seriam resultados da drenagem da secreo no interior dos ndulos, compostos por clulas epiteliais e pus. Nos casos severos a ausncia de tratamento ou as condutas inadequadas podem favorecer o aparecimento de cicatrizes. Essas formas de acne considerada como acne inflamatria (KEDE e SABATOVICH, 2004). De acordo com Ribeiro, a acne pode ser classificada de acordo com as leses apresentadas, podendo tambm ser divididas em comedonal, papulopustular e nodulocstica. Acne de Grau I ou acne comedonal, apresenta comedes podendo ser fechados ou abertos. Acne de grau II ou ppulopustular as leses aparecem em forma de ppulas, pstulas e poucos comedes, a acne de grau III ou nodulocstica presena de comedes, ppulas, pstulas, ndulos e cistos. A acne de grau IV ou conglobata, que tem esse nome porque envolve todos os graus anteriores contm vrias e extensas ppulas e pstulas, com ndulos e cistos inflamatrios, formao de abscessos que resultam em cicatrizes. Acne de grau V ou fulminante a forma mais grave e rara da doena, as leses so inflamatrias, dolorosas, papulo nodular, ulcerativas, presena de manifestaes sistmica como febre, hemorragia, dores nas articulaes, deixando cicatrizes. (MATOS, 2011)

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Figura 16: Acne grau I Comedonal

Fonte: http://www.dermatologia.net/novo/base/doencas/acne.shtml. Acesso em 18/09/11 as 19 hrs.

Figura 17: Acne grau II Ppulopustular

Fonte: http://www.dermatologia.net/novo/base/doencas/acne.shtml. Acesso em 18/09/11 as 18:50 hrs.

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Figura 18: Acne grau III Nodulocstica

Fonte: http://www.dermatologia.net/novo/base/doencas/acne.shtml. Acesso em 18/09/11 as 18:50 hrs.

Figura 19: Acne grau IV Conglobata

Fonte: http://www.dermatologia.net/novo/base/doencas/acne.shtml, acesso em 18/09/11 as 18:55 hrs.

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Figura 20: Acne V Fulminante

Fonte: http://www.revistapersonalite.com.br/tratamento_acne61.php, acesso em 02/09/2011, as 13hrs.

Segundo Vaz (2003), a acne classificada em no-inflamatria e inflamatria, dependendo das leses. Leses no-inflamatrias Comedo Aberto ou Ponto Negro: Leso plana ou pouco elevada, visvel superfcie da pele como ponto acastanhado ou negro podendo atingir 5mm de dimetro. Comedo Fechado ou Ponto Branco: Leso ligeiramente palpvel, branca ou da cor da pele, geralmente atingindo de 1 a 3 mm de dimetro. Leses Inflamatrias Ppula: Leso palpvel, rosada ou avermelhada, apresentando menos de 5mm de dimetro. Ppulopstula: so ppulas com presena de pus. Ndulo: Leso slida e elevada, com tamanho superior a 5mm. Localizada em uma camada mais profunda da derme. Quisto: Ndulo elstico, com facilidade de inflamao e formao de pus. Localizada abaixo da camada basal, resultando assim muitas vezes em cicatrizes. Nos casos mais graves comunicam entre si em profundidade, estabelecendo trajetos. Cicatrizes: So resultados do processo inflamatrio da acne, onde ocorre aumento ou perda do colgeno.

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4.1 Grau de Severidade

O grau de severidade avaliado conforme o sistema de classificao de Habif e de Leeds modificada. A classificao de Habif consiste na determinao do grau de severidade levando em considerao as quantidades de leses inflamatrias: Ligeira: algumas (20) mais de vinte ppulas, pstulas, e vrios ndulos. Com a presena de cicatrizes, fistulas, persistncia de drenagem purulenta das leses; J a classificao de Leeds modificada baseada na quantidade de leses inflamatrias e na severidade destas, onde a severidade determinada pela extenso da inflamao, tamanho e pelo eritema associado. A acne na face classificada em doze graus de severidade progressiva, no dorso e peito a classificao feita de forma similar em oito graus de severidade. Os pacientes que apresentam acne predominante no inflamatria proposta uma classificao em trs graus de severidade. Este sistema de classificao tambm contempla complicaes como a presena de cicatrizes e as repercusses psicosociais da doena (VAZ, 2003).

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5 TRATAMENTO

Para iniciar um tratamento adequado, deve-se considerar as caractersticas das leses. Os produtos utilizados devem ser formulados com o objetivo de equilibrar a secreo sebcea e diminuir a flora bacteriana, no podendo ser exageradamente desengordurantes porque podem provocar um efeito rebote das secrees sebceas (KEDE e SABATOVICH, 2004). Portanto em geral os tratamentos tm como objetivo a correo do defeito na queratinizao folicular, a diminuio da atividade das glndulas sebceas, a diminuio da populao do Propioniobacterium acnes no folculo e, em alguns tipos, a eliminao do processo inflamatrio (HASSUN, 2000). A personalidade do paciente um ponto que conta muito na hora de escolher o tratamento a ser utilizado, pois deve orientar o paciente quanto a gravidade da doena e a expectativa de cura imediata, sobre o tempo prolongado, a disciplina no uso de medicao, o excesso de produtos, os hbitos de higiene e a capacitao pessoal, tudo isso ir influenciar nos resultados. Deve ser avaliado tambm os preos dos medicamentos, em relao as condies financeiras do paciente. Essa patologia pode desencadear vrios problemas psicolgicos como depresso, ansiedade, vergonha, esses distrbios emocionais nem sempre proporcional severidade da acne, e o mdico deve saber como lidar com essa situao, principalmente nos pacientes adolescente. Em alguns casos devem ser encaminhados para acompanhamento psicolgico. Com certeza a eficcia do tratamento vai depender dos cuidados e adeso terapia (KEDE e SABATOVICH, 2004). De acordo com Brenner (2006), cuidados como a lavagem das reas afetadas com um sabonete de boa qualidade, ajuda no processo de cura da doena, mas o uso contnuo de sabonetes alcalinos e cidos, modificam o pH da pele. Onde o pH cido da pele serve como mecanismo de defesa. Loes e cosmticos oleosos devem ser evitados, compressas de gua quente ajudam a amolecer os comedes, tornando sua remoo mais fcil. O tratamento pode ser feito com medicamentos tpicos, sistmicos e associaes dos mesmos (BORELLI, 2007). Este item de suma importncia neste trabalho, pois foca, os diversos tratamentos aplicados na acne, bem como o parecer dos dermatologistas e esteticistas entrevistados na cidade de Sinop - MT.

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Os medicamentos aqui citados so utilizados com freqncia por esses especialistas, comprovando assim a eficcia no resultado. A combinao medicamentosa um mtodo recomendado, pois auxilia na evoluo da melhora teraputica.

5.1 Tratamento Tpico

O tratamento tpico consiste na aplicao do produto na pele, atingindo principalmente as camadas da epiderme e derme, no pode chegar a hipoderme, pois a mesma muito vascularizada e assim o medicamento chega a via sistmica na corrente sangunea. A indstria farmacutica nos ltimos anos, teve uma grande melhora na eficcia dos medicamentos antiacneicos. Quando utilizados corretamente, os efeitos secundrios, so praticamente inexistente, caso ocorram so nocivos, pois esses medicamentos tem seu mecanismo limitado, ou seja no atingem a corrente sangunea (KEDE e SABATOVICH, 2004). O tratamento tpico indicado isoladamente geralmente nas formas leves e moderadas da doena, podendo ser prescritos associados como auxlio nas formas mais severas da acne (BRENNER, 2006). Este tratamento esta teoricamente dividido em agentes queratolticos, que so aqueles que agem sobre o comedo, e os antibiticos, que tem ao diretamente sobre a bactria (STEINER et al, 2011). Segundo a opinio dos dermatologistas e esteticistas entrevistados, o tratamento tpico muito utilizado, e com resultado eficaz. Geralmente so recomendados para acnes de Grau I e Grau II, pois praticamente no ocorre reao inflamatria severa nestes graus. J nos graus com leses inflamatrias graves, este tratamento prescrito juntamente com o sistmico por via oral. A seguir medicamentos citados pelos especialistas e revistos na literatura que so utilizados nesta via:

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5.1.1 Perxido de Benzola

Acredita-se que foi o primeiro medicamento tpico com eficcia para acne vulgar. Seu mecanismo de ao se d pela reduo da formao do comedo, diminuindo a quantidade de bactrias, que consequentemente diminui a presena de cido graxos na superfcie da pele (BORELLI, 2007). o medicamento mais indicado e muito eficaz, principalmente nas acnes inflamatrias. formulado geralmente em gis de concentrao 5 a 10%. Em pacientes sensveis utiliza-se a 2% (KEDE E SABATOVICH, 2004). Mas esse medicamento alm de ser utilizado geralmente em monoterapia, pode ser associado com antibiticos tpicos e sistmicos (BORELLI, 2007).

5.1.2 Nicotinamida Tpica

A nicotinamida um antiinflamatrio, indicado nas acnes leve a moderada, em concentraes de at 4%, com uma ou duas aplicaes dirias. utilizada pois reduz a irritao, descamao, fotossensibilizao e efeito comedognico que formao de comedes (KEDE e SABATOVICH, 2004). Esse medicamento tem uma leve ao antiinflamatria, podendo ser administrada em gestantes (BRENNER, 2006).

5.1.3 cido Azelico

O cido azelico age reduzindo a quantidade de leses no inflamatrias e o nmero de bactrias, em concentraes de at 20%, uma ou duas vezes ao dia (BORELLI, 2007). O cido azelico tem efeito clareador, com sua ao despigmentante. indicado para acne comedoniana e nas formas leves ppulo-pstulosas, pode ser usado na gestao (BRENNER, 2006).

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Seu mecanismo de ao ocorre com um bloqueio na converso da testosterona em didrotestosterona, atravs da inibio competitiva sobre a 5-alfaredutase no componente pilossebceo. Sua vantagem que no apresenta efeito irritativo local (KEDE e SABATOVICH, 2004).

5.1.4 Retinides

Os retinides surgiram em 1980, agindo como cosmticos que ajudavam no rejuvenescimento da pele. Causando ento uma revoluo no mercado de cremes das indstrias. So derivados da vitamina A, utilizados nos tratamentos de acne, com aumento de colgeno e fibras que auxiliam nas cicatrizes das leses (MARTINEZ, 2003). So hormnios, que apresentam eficcia em todas as formas de acne, principalmente nos comedes. Existem estudos que retinides, podem interromper a formao de microcomedo, assim prevenindo a presena das leses da acne (KEDE e SABATOVICH, 2004). Eles agem na proliferao e diferenciao das clulas, tornam o ambiente imprprio para as bactrias, devido a mudana do microclima do folculo pilossebceo. Nomalizam a descamao da pele, com a eliminao de comedes maduros e auxilia a penetrao de outros frmacos. Tem efeitos antiinflamatrios (BRENNER, 2006).

5.1.5 Adapaleno

O adapaleno age como antiinflamatrio e tem um grande valor comedoltico, em acne leve moderada. Seu mecanismo de ao se d pela moderao e diferenciao celular. Utilizado em concentrao 0,1% conforme comprovao do FDA (KEDE e SABATOVICH, 2004). Tem como caracterstica pouca irritao local comparado aos outros retinides, fcil penetrao folicular e pode ser associado com outras terapias para acne. Tem um pico de ao rpido (BRENNER, 2006).

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5.1.6 Taratozeno

O mecanismo de ao do taratozeno, ainda no esta confirmado, mas supe-se que sua ao esta relacionada a normalizao da hiperqueratinizao celular e nos marcadores inflamatrios, onde levar a um controle dos queratincitos foliculares, tendo funes comedolticas contra os comedes e impedindo a formao de novos. Sugere-se a utilizao em concentraes de 0,1% e 0,05%, na acne de grau leve a moderada. J esse medicamento tem suas desvantagens como: irritao local, descamao, ardncia, eritema e prurido. Sendo assim aconselhado apenas para acne facial (KEDE e SABATOVICH, 2004).

5.1.7 Isotretinoina

A isotretinona tpica torna a pele sensvel ao sol, ento recomendado uso de protetor solar, dever ser associado a limpeza de pele aps um ms do incio do tratamento (LEONARDI, 2008). Esse medicamento tem seus efeitos similar aos efeitos do cido retinico, mas com a vantagem de no apresentar processos irritativos. Indicado na forma moderada da acne, na concentrao de 0,05% em gel, com uma aplicao diria (KEDE e SABATOVICH, 2004)

5.1.8 Tretinona

A tretinona um derivado do cido retinico. De acordo com seu mecanismo de ao ela tem a competncia de modificar a queratinizao folicular anormal. Sendo muita utilizada nas formas comedolticas, no-inflamatrias da acne, diminuem a quantidade de cidos graxos nos folculos comednicos, mas podendo apresentar melhora nas formas inflamatrias. Os efeitos colaterais so poucos e so apenas locais como: eritema localizado e descamao. Essa limitao dos efeitos acontece pelo fato de ocorrer um impedimento da absoro do

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medicamento atravs da epiderme, assim no chegando na circulao sangunea. As concentraes indicadas vo de 0,1% a 0,01%, conforme o grau da doena (KEDE e SABATOVICH, 2004).

5.1.9 Eritromicina

A eritromicina um antibitico eficaz no tratamento da doena, principalmente nas leses pustulosas. Sua ao antimicrobiana (BORELLI, 2007). Muito utilizada em concentraes que variam de 2% a 4%, geralmente gel. Podendo ser associado com outros medicamentos eficazes, uma associao indicada com perxido de benzola (KEDE e SABATOVICH, 2004).

5.1.10 Clindamicina

A clindamicina um antibitico, com alto poder de diminuio da quantidade da bactria Propioniobacterium acnes. Utilizada na concentrao de 1%, com timos resultados na melhora das leses pustulosas e papulosas (KEDE e SABATOVICH, 2004). Esse antibitico apresentam-se em forma de solues, loes, gis. Pode ser associado com outros medicamentos, para melhor resultado do tratamento da acne. A clindamicina no deve ser utilizada por gestantes (BRENNER, 2006).

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5.2 Tratamento Sistmico

O tratamento sistmico, um tratamento mais complexo em relao ao tpico, deve ter cuidados dobrados, e sempre um acompanhamento mdico. administrado pela via oral, onde vai para a corrente sangunea agindo direto nos comedes e bactrias. Existem vrios tratamentos sistmicos, que geralmente so associados medicamentos tpicos que controlam a acne nas suas formas mais severas (VAZ, 2003). So classificados pelas aes: antimicrobianas que inibe o crescimento bacteriano, bacteriostticos que impede a proliferao da bactria sem destru-la, antiinflamatrios combate a inflamao nos tecidos, antibiticos so substncias capazes de matar microorganismos como as bactrias e de impedir, anular a proliferao bacteriana, antiseborrico que reduz a produo de sebo. Seus efeitos colaterais e reaes adversas so mais severos, alguns deles precisam de exames laboratoriais constantes, para comprovao do funcionamento regular e aceitao do organismo (KEDE e SABATOVICH, 2004). Tambm pode ser empregado em pacientes com acne de grau leve que no obteve resposta ao tratamento tpico ou que apresentam quadro de depresso, pelo fato do tratamento sistmico, ter uma melhora mais rpida (BORELLI, 2007). Relatos dos dermatologistas e especialista entrevistados, provam a eficcia dos tratamentos pela via oral de ao sistmica. Onde muitos deles devem ser acompanhados e pelos profissionais. Todos os participantes da entrevista citou a isotretinona como medicamento de melhor resultado at hoje, mas s prescrita em casos graves, os quais no resolveram com outros tratamentos, devido aos seus efeitos colaterais, ser teratognico e reaes adversas.

5.2.1 Hormnios

Os hormnios so indicados para as mulheres, com influncia na melhora da acne inflamatria. Geralmente so prescritos para aquelas que no respondem terapia

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convencional, devido ao excesso de hormnios andrognicos. Uma boa resposta pode ser obtida com bloqueadores de receptores andrognios, antiandrognios e inibidores da produo de andrognios adrenais ou ovarianos (BRENNER, 2006). So utilizados progestgenos de terceira gerao, combinados com baixas doses de estrgenos, geralmente em anticoncepcionais. O acetato de ciproterona um prostgeno e antiandrognico, que inibe a sntese de secreo de hormnios e a atividade de produo dos andrognicos ovarianos, esta indicado no tratamento do hiperandrogenismo feminino. Na adolescente, deve-se avaliar a relao risco/ benefcio, pois esses hormnios podem alterar a maturidade ovariana, com fechamento precoce das epfises sseas e como conseqncia pode ocorrer parada do crescimento. Nesses casos, o encaminhamento para o especialista fundamental para determinar a necessidade da terapia (KEDE e SABATOVICH, 2004). A espironolactona um diurtico que possui vrias aes antiandrognicas. Compete pelo receptor andrognico na unidade pilossebcea, inibe a ao da enzima 5-alfa-redutase e bloqueia a sntese dos andrgenos (BRENNER, 2006).

5.2.2 Tetraciclina

As tetraciclinas so antibiticos, que agem diretamente nas leses acnicas. Seu mecanismo ocorre pela penetrao do medicamento dentro da bactria modificando seu metabolismo, onde atrapalha a proliferao da mesma, assim acontece uma diminuio da bactria Propioniobacterium acnes nos folculos pilossebceos. Geralmente indicada 1000mg ao dia, em casos mais severos, de acordo com a melhora pode ir reduzindo a dose (KEDE e SABATOVICH, 2004). Alguns efeitos adversos apresentados envolvem sensibilidade da pele ao sol, distrbios gastrointestinais, alterao da funo renal (BRENNER, 2006).

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5.2.3 Minociclina

A minociclina um antibitico derivado da tetraciclina, com grande eficcia em leses da acne. Sendo aplicada doses de 100mg em at duas vezes diria (KEDE e SABATOVICH, 2004). Sendo considerada tetraciclina de segunda gerao, ou seja, so substancias semisintticas, que tiveram um modificao na molcula para uma melhoria nos tratamentos. Devido essas modificaes difere das tetraciclinas de primeira gerao, pois essa tem baixa toxicidade, pela menor absoro, e apresenta uma melhor atividade antibacteriana. Como todo medicamento tem suas reaes adversas entre elas o paciente pode sentir tonturas, vertigem, e ainda causar pigmentao da pele e membranas mucosas (BRENNER, 2006).

5.2.4 Limeciclina

A limeciclina um antibiticio, tendo sua ao bacteriosttico, por inibio da sntese de protenas bacterianas, derivado da tetraciclina, que assim como a nimociclina considerado de segunda gerao das tetraciclinas, teve sua molcula modificada para melhor eficcia dos tratamentos (BRENNER, 2006). Utilizada para tratar acnes, apresentando boa resposta, geralmente so administradas doses de at 300mg diria, mas a dosagem depende do grau de severidade da leso, o qual ser definido pelo especialista (KEDE e SABATOVICH, 2004).

5.2.5 Eritromicina

A eritromicina indicada nas leses acnicas inflamatrias de leve a moderada (BRENNER, 2006). Tem boa eficcia, diferencia das tetraciclinas pelo preo, pois um

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medicamento mais caro. Geralmente indicada para pacientes com sensibilidade tetraciclina, e pode ser receitada para grvidas, se necessrio, ou at mesmo mulheres que tenham possibilidade de engravidar (BORELLI, 2007). Esse medicamento apresenta efeitos colaterais como: nuseas, vmitos, diarria, problemas hepticos. A sua dosagem varia, conforme a severidade da doena, tem casos de utilizar 1000mg diria, dividido em quatro vezes e ir reduzindo de acordo com a melhora da leso (KEDE e SABATOVICH, 2004).

5.2.6 Azitromicina

A azitromicina um antibitico eficaz no tratamento da acne, acredita-se que seja pela sua afinidade pelos tecidos inflamatrios e atividade contra muitas bactrias anaerbias, entre elas a Propioniobacterium acnes. administrada doses de 500mg por trs dias, com descanso de 7 dias , podendo ser receitado at trs ciclos, dependendo da gravidade da leso (BRENNER, 2006). Geralmente utilizada por pessoas que no toleram, ou que no obtiveram bons resultados com outros antibiticos no tratamento de acne (KEDE e SABATOVICH, 2004).

5.2.7 Corticides Orais

Os corticides so recomendados apenas para acnes de graus mximos de severidade, como nas formas muito inflamatrias da acne cstica e conglobata. Geralmente so associados com antibiticos e antiinflamatrios. Na acne de grau IV deve ser utilizado por um tempo prolongado, em combinao com antibiticos ou at mesmo a isotretinona (KEDE e SABATOVICH, 2004).

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5.2.8 Isotretinona

A isotretinona utilizada nos casos graves como na acne ndulo-cstica, acne moderada recidivante que aquelas que aparecem repetidamente, na acne fulminans, roscea e em outras doenas. Seu mecanismo de ao est relacionado ao efeito anti-seborrico que reduz a produo de sebo, antiqueratinizante, antiinflamatrio age direto na inflamao, antibacteriano, pois reduz o nmero de bactria (KEDE e SABATOVICH, 2004). um retinide derivado da vitamina A. Esse medicamento teratognico, no caso de gravidez o feto desenvolve vrias malformaes como anomalias do sistema nervoso, cardiovasculares e craniofaciais. Antes de comear o tratamento importante e obrigatrio o paciente apresentar vrios exames laboratoriais como: gravidez, nveis de lipdeos, enzimas hepticas, colesterol, triglicerdeos, contagem de leuccitos e hemcias, os quais devem estar dentro dos limites, o exame de gravidez deve ser negativo, as mulheres devem associar ao tratamento uso de contraceptivos. Esses exames so realizados no trmino do primeiro ms de tratamento e de trs e trs meses durante o uso do medicamento (VAZ, 2003). Os efeitos adversos acompanham o tratamento, alguns so tolerveis pelo paciente. As reaes cutneas so consideradas conseqncia do mecanismo da medicao como secura labial, nasal, vermelhido facial que podem ser revertidas com uso de emolientes, ingesto de lquidos, uso de protetores solares, chapus para bloqueio da radiao devido a hipersensibilidade juntamente com a fotosensibilidade da pele. A isotretinona poder ser combinada com outros medicamentos, depende de cada paciente, tipo de leso, personalidade, condies financeiras entre outros. Vrios sintomas devido aos efeitos adversos podem ser apresentados como tristeza, choro, perda de apetite, fadiga, depresso. O mdico dever sempre observar qualquer mudana do paciente, ter dilogo e compreenso em casos com suspeitas deve ser feita a suspenso do tratamento (KEDE e SABATOVICH, 2001). A conscientizao do paciente ou do responsvel no caso de menores de 18 anos, em relao aos riscos, benefcios, efeitos colaterais essencial e obrigatrio, onde assinado um termo de esclarecimento e responsabilidade. (Ministrio da Sade, disponvel em http://portal.saude.gov.br). De acordo com a opinio dos dermatologistas e esteticistas entrevistados o tratamento mais utilizado para o grau V, conhecido como acne fulminans.

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6 METODOLOGIA

Este trabalho de concluso de curso foi realizado, atravs de uma pesquisa de Levantamento de Dados com dermatologistas da cidade de Sinop-MT , juntamente com uma reviso bibliogrfica, sobre o estudo da Acne. Para a realizao deste trabalho foram realizadas tcnicas de pesquisa, documentao direta e indireta, documentao bibliogrfica, artigos cientficos, sites, livros, revistas

especializadas, e coleta de dados, onde foram analisadas as informaes sobre o estudo da acne, visando os aspectos gerais da doena, classificao, tipos diferenciados da manifestao das leses e apresentao das variadas formas de tratamentos e os mais utilizados. Aos entrevistados da pesquisa de campo, foi aplicado um questionrio com 11 perguntas e discusses de idias.

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Quadro I: Questionrio Aplicado

ENTREVISTA SOBRE ACNE ENTREVISTADO: ESPECIALIDADE: LOCAL DE ATENDIMENTO: ENDEREO: ACADMICA: QUESTIONRIO 1. Em qual idade a incidncia de acne maior? ( ) adolescentes ( ) adultos ( ) idosos 2. Qual sexo de maior predominncia? ( ) feminino ( ) masculino 3. Qual tipo de pele tem maior probabilidade do aparecimento de acne? ( ) normal ( ) seca ( ) oleosa ( ) mista 4. O clima influncia no aparecimento da doena? ( ) sim ( ) no 5. De acordo com a classificao da acne, qual grau tem maior prevalncia? ( ) Grau I ( ) Grau II ( ) Grau III ( ) Grau IV ( ) Grau V 6. A alimentao influncia no aparecimento de acne? ( ) sim ( ) no 7. Nos tratamentos de acne pode ocorrer uma combinao entre tpicos e sistmicos? ( ) sim ( ) no 8. Os anticoncepcionais melhoram o quadro da acne? ( ) sim ( ) no 9. Existe algum medicamento para tratamento de acne em gestantes ou lactantes? ( ) sim ( ) no 10. Qual o pior tipo de acne e o tratamento utilizado? ( ) Grau I ( ) Grau II ( ) Grau III ( ) Grau IV ( ) Grau V 11. Existe um fator especfico para o aparecimento da acne? ( ) sim ( ) no

Essas questes foram respondidas pelos especialistas. Aps o resultado das entrevistas, juntamente com as informaes adquiridas no decorrer do trabalho, foram confeccionados os grficos das questes para obteno dos dados analisados.

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7 RESULTADOS E DISCUSSES

Grfico 1: Idade de maior incidncia de acne ?3% 17%

Adolescentes 80% Adultos Idosos

Fonte: Buss (2011)

Percebe-se que de acordo com a opinio dos profissionais, a incidncia de acne maior na adolescncia, com 80%, devido aos nveis de hormnios que esto aumentados. Os 17% nos adultos podem surgir por vrios fatores como: uso de medicamentos, cosmticos, stress, ciclo menstrual, inclusive com a presena da doena ovrio policstico, onde resulta em acne na mulher adulta. Portanto em adultos principalmente mulheres, deve ser investigado com maior ateno. Raramente aparece acne em idosos, no podemos dizer impossvel, no grfico marcado com 3% pois os fatores de uso de medicamentos, stress, cosmticos tambm influenciam. Assim conclui-se que a acne pode surgir em qualquer idade.

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Grfico 2: Sexo de maior predominncia?80% 70% 60% 50% 40% 30% 20% 10% 0% Feminino Fonte: Buss (2011) Masculino

Em relao ao sexo, os dermatologistas acreditam que em ambos pode ocorrer acne, mas nos adolescentes masculinos com 70% de freqncia em seus consultrios, que mais comum e de forma mais severa, apresentando ento a predominncia da doena, devido a maior quantidade de testosterona que o andrgeno responsvel pela formao da acne. Nas meninas a probabilidade menor, como aponta os resultados 30% de incidncia, devido concentrao de testosterona ser menor, assim a doena se apresenta com menos freqncia e severidade.

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Grfico 3: Tipo de pele de maior probabilidade do aparecimento da acne?Pele oleosa Pele mista Pele seca Pele normal

10% 17%

3%

70%

Fonte: Buss (2011)

A pele dividida em quatro tipos diferentes com distintas caractersticas. Nota-se no grfico que de acordo com as respostas dos dermatologistas. A pele oleosa prevalece com 70%, pelo fato de apresentar uma alta produo de sebo. A pele mista com 17%, esse tipo de pele apresenta uma porcentagem maior de oleosidade, ficando propicia ao desenvolvimento do microorganismo Propioniobacterium acnes j que o mesmo se alimenta da secreo sebcea. A pele seca com 10%, menos freqente o aparecimento da doena, pois baixa a produo de sebo. E a pele normal com 3%, por ser uma pele equilibrada em relao a produo de sebo das glndulas sebceas, se tornando raro o aparecimento de leses, comedes.

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Grfico 4: Influncia do clima no aparecimento da doena.

Sim No

Fonte: Buss (2011)

De acordo com os dermatologistas entrevistados 80% acredita que o clima influncia no aparecimento da leso acneica, esse clima quente da nossa regio da cidade de Sinop, deixa a pele mais oleosa, a glndula sebcea aumenta sua atividade para proteo da pele. E 20% diz no ter influncia nenhuma, que os fatores da acne so hormonais que no tem nada haver com o clima.

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Grfico 5: Grau de acne mais freqente

17%

14% Grau I

18%

23%

Grau II Grau III Grau IV

28%

Grau V

Fonte: Buss (2011)

Os dados obtidos com a entrevista consta que 28% para o grau III que so leses inflamatrias, com a presena de ppulas, pstulas, ndulos e cistos. O grau II que so chamadas tambm de papulopustular, com existncia de ppulas, pstulas e comedes, sem a presena de ndulos, com 23%, afirmam que so os dois graus mais freqentes em nossa regio, os mais diagnosticados nos consultrios desses profissionais, porm o grau IV que apresentam ndulos inflamatrios, ppulas e pstulas em elevada quantidade, o grau V que uma forma rara e grave de acne envolvendo leses inflamatrias e ulcerativas, acompanhadas de febre e hemorragia, e o grau I que apresenta apenas comedes (cravos), sem processo inflamatrio, no ficam muito atrs com 18%, 17% e 14%.

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Grfico 6: Influncia da alimentao no aparecimento de acne.

1%

Sim No 99%

Fonte: Buss (2011)

Em relao aos alimentos, acredita-se que alguns agravariam a acne, como chocolates e alimentos gordurosos, mas a influncia alimentar no aparecimento da doena raramente observada e sem comprovao cientfica (SAMPAIO, 2000). O grfico acima descreve que 99% dos dermatologistas acreditam que a alimentao influncia no agravamento da doena e no no seu surgimento. E 1% afirma que a alimentao com alimentos gordurosos, influncia tanto no surgimento quanto no agravamento da acne.

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Grfico 7: Combinao entre medicamentos tpicos e sistmicos.1%

Sim No

99%

Fonte: Buss (2011)

Nos tratamentos de acne pode ocorrer combinaes medicamentosas entre tpicos e sistmicos. Isso acontece para que o paciente tenha uma melhor adeso ao tratamento e melhor eficcia. Pode ser utilizado essas combinaes at mesmo para reverter as reaes causadas pelo prprio mecanismo de ao das medicaes utilizadas, como no caso da isotretinona com aparecimento de secura nasal que pode ser controlado com substncias salinas com propsito de umidificar a mucosa, queilite angular controlveis com uso de antibitiocos e cetoconazol tpico. E at mesmo para que acontea uma melhora mais rpida da doena (KEDE e SABATOVICH, 2004). O grfico confirma que de acordo com o autor citado, os entrevistados tambm acreditam na combinao de medicamentos, que at mesmo receitam aos seus pacientes, obtendo assim um timo resultado.

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Grfico 8: Anticoncepcionais melhoram o quadro de acne

Sim No 100%

Fonte: Buss (2011)

Os anticoncepcionais melhoram o quadro de acne, como visto no grfico todas as dermatologistas entrevistadas afirmaram, resultando em 100%, acreditam que os hormnios como os estrgenos, acetato de ciproterona, espironolactona, reduzem os nveis de testosterona, inibem a ao dos andrgenos, assim reduz a produo de sebo. Muitos anticoncepcionais apresentam esses hormnios em suas formulaes. Existem casos desses medicamentos serem prescritos, diretamente tratamento de acne. Como exemplo citaram o Diane 35 que contm etinilestradiol que um estrgeno combinado com acetato de ciproterona .

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Grfico 9: Tratamento de acne em gestantes1%

sim no 99%

Fonte: Buss (2011)

Como pode ser observado no grfico acima, 99% dos profissionais afirmam existir tratamento para gestantes, citando o cido azelico que de uso tpico, praticamente no fazem uso de medicamento sistmico, somente em casos graves de acne. E 1% no concorda que exista tratamento para mulheres grvidas, dizendo que apesar das comprovaes cientficas, acredita atingir o feto e prejudic-lo.

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Grfico 10: Grau de acne de maior dificuldade de tratamento

100% 90% 80% 70% 60% 50% 40% 30% 20% 10% 0% Grau I Fonte: Buss (2011) Grau II Grau III Grau IV Grau V

O grau de acne de maior dificuldade de tratamento o grau V, conhecido tambm como acne fulminans, a forma mais grave e rara da acne, leses inflamatrias, dolorosas, papulonodular, envolvendo leses ulcerativas, algumas com hemorragias, manifestaes sistmicas como febre, deixando cicatrizes. Os outros graus tambm necessitam de ateno e tratamento especfico (RIBEIRO, 2010). Todos os profissionais entrevistados acreditam que a fulminans ou grau V o mais grave, deve ser feito em praticamente todos os casos tratamento com isotretinona associado com antibiticos tpicos para melhores resultados. Sendo assim a isotretinona, apesar de seus efeitos colaterais e reaes adversas, efeito teratognico o medicamento mais utilizado at hoje.

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Grfico 11: Existncia de fator especfico para aparecimento da acne.

Sim No 100%

Fonte: Buss (2011)

Com 100% das respostas da entrevista, acreditam que a acne uma doena multifatorial, que um fator especfico ainda no existe. Vrios fatores envolvem o surgimento da doena como aumento da produo de sebo, proliferao da bactria, aparecimentos de mediadores inflamatrios, stress, distrbio emocional, uso constante de chapus, uso de medicamento, uso seguido de maquiagens, entre muitos outros.

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CONSIDERAES FINAIS

O objetivo principal deste trabalho fazer um alerta sobre as variedades de casos de acne, doena comum que atinge grande parte da populao, e demonstrar os diversos tratamentos para a mesma. A Acne muito comum nos consultrios das dermatologistas, acomete ambos sexos, principalmente em nossa regio que quente, assim favorecendo o aumento da produo de sebo da glndula sebcea que serve de alimento para a bactria, causando acne. O tratamento fcil e inmeros, o qual escolhido de acordo com o grau de severidade e aparecimento das leses. No auxlio ao tratamento existem alguns cuidados essenciais como a higienizao atravs de limpeza de pele para eliminao dos comedes, esfoliao que previne o acmulo de clulas mortas, lavar o rosto conforme oleosidade, fotoproteo que se d pelo uso de protetor solar que geralmente so em forma de gel para evitar a oleosidade, pois alguns tratamentos tornam a pele sensvel ao sol, ingesto de lquidos para hidratao da pele. Esses cuidados so fundamentais para um tratamento com resultado positivo e at mesmo para a higiene pessoal de cada paciente. Apesar dos tratamentos serem vrios, de acordo com as entrevistas e as pesquisas, ficou claro que a isotretinona um medicamento que apresenta muitos efeitos adversos e efeito teratognico, por esse motivo prescrito apenas em casos especiais, mas continua sendo o medicamento com melhor eficcia em acnes de grau V que a forma mais grave e rara da doena, com leses severas. Atravs deste trabalho quero ressaltar a importncia de tratar e cuidar das leses assim que aparece as mesmas, pois os cuidados so simples e os tratamentos so muitos podendo ser escolhidos de acordo com as caractersticas e condio de cada pessoa, para evitar complicaes ou agravamento que podem resultar em cicatrizes irreversveis causando baixa estima e at mesmo depresso.

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