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SUELEN WILTGEN TOMASINI A PERCEPÇÃO DO PACIENTE PORTADOR DE DIABETES MELLITUS TIPO 2 SOBRE A IMPORTÂNCIA DA INTERVENÇÃO FISIOTERAPÊUTICA Novo Hamburgo 2009

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SUELEN WILTGEN TOMASINI

A PERCEPÇÃO DO PACIENTE PORTADOR DE DIABETES MELLITUS TIPO 2

SOBRE A IMPORTÂNCIA DA INTERVENÇÃO FISIOTERAPÊUTICA

Novo Hamburgo

2009

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CENTRO UNIVERSITÁRIO FEEVALE

INSTITUTO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

CURSO DE FISIOTERAPIA

A PERCEPÇÃO DO PACIENTE PORTADOR DE DIABETES MELLITUS TIPO 2

SOBRE A IMPORTÂNCIA DA INTERVENÇÃO FISIOTERAPÊUTICA

SUELEN WILTGEN TOMASINI

Trabalho de conclusão de curso apresentado como requisito parcial para obtenção do grau de Bacharel em Fisioterapia.

Orientadora: Prof. Dr. Daiane Bolzan Berlese

Novo Hamburgo, junho de 2009

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A Comissão Examinadora, abaixo-assinada, aprova a Monografia

A PERCEPÇÃO DO PACIENTE PORTADOR DE DIABETES MELLITUS TIPO 2

SOBRE A IMPORTÂNCIA DA INTERVENÇÃO FISIOTERAPÊUTICA

Elaborada por

SUELEN WILTGEN TOMASINI

Requisito parcial para obtenção do grau

de Bacharel em Fisioterapia

no Centro Universitário Feevale

COMISSÃO EXAMINADORA:

Prof. Dr. Daiane Bolzan Berlese(Orientadora)

Prof. Ms. Daiana Picoloto

Prof. Ms. Silvia Regina Piesanti

Novo Hamburgo, junho de 2009

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Dedicatória

Esta conquista é dedicada aos meus

pais, Luiz e Rosane e a minha irmã Josiele, por

todo o amor, carinho, confiança e por

acreditarem nesse sonho, junto comigo, em

todos os momentos. Amo vocês....

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Agradecimentos

Primeiramente agradeço a Deus, por mais esta etapa, por

iluminar e acompanhar meu caminho.

Aos meus pais, que sempre me deixaram claro, valores

essenciais, pelos quais tenho pautado minha vida. Que me

presentearam com a riqueza do estudo, fazendo de mim não apenas

um profissional, mas, sobretudo, um ser humano. Por não medirem

esforços para que eu alcance minhas metas.

À minha irmã, pelo auxilio constante na elaboração deste

trabalho, por me entender nas horas de desabafo e preocupação, pelas

palavras sábias: “tudo vai dar certo no final”, e também pelos

momentos de descontração.

Hoje, depois de tanta dedicação e ensinamentos, sinto-me

realizada por conquistar um grande sonho para nós.

À minha dinda Lucinéia, agradeço pela amizade e por toda a

ajuda que me deu nestes anos.

À minha orientadora Daiane Bolzan Berlese, pela ajuda com

seu conhecimento e dedicação para a conclusão deste trabalho.

A todas as minhas amigas e colegas por tantos anos

compartilhados e bem vividos dos quais sentirei saudades.

A todos os entrevistados pela colaboração e carinho com que

aceitaram participar e gentilmente responderam a minha pesquisa.

A todos aqueles que, não mencionados aqui, mas que

colaboraram direta ou indiretamente para a concretização deste

projeto.

Obrigada a todos vocês!

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Quando estiver em dificuldade. E pensar emdesistir, lembre-se dos obstáculos que já superou. OLHE PARA TRÁS.

Se tropeçar e cair, levante, não fique prostrado, esqueça o passado. OLHE PARA FRENTE.

Ao sentir-se orgulhoso, por alguma realização pessoal, sonde suas motivações. OLHE PARA DENTRO.

Antes que o egoísmo o domine, enquanto seu coração é sensível, socorra aos que o cercam. OLHE PARA OS LADOS.

Na escalada rumo as altas posições. No afâ de concretizar seus sonhos, observe se não esta pisando em alguém. OLHE PARA BAIXO.

Em todos os momentos da vida, seja qual for sua atividade, busque a aprovação de Deus! OLHE PARA CIMA.

“Nunca se afaste de seus sonhos, pois se eles se forem, você continuará vivendo, mas terá deixado de existir.”

Charles Chaplin.

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RESUMO

O Diabetes Mellitus (DM) é uma patologia crônica decorrente da falta de insulina e/ou incapacidade da insulina exercer suas funções. O tratamento fisioterapêutico pode auxiliar na prevenção e recuperação das patologias e complicações associadas ao DM. Assim, este estudo busca identificar a percepção do paciente portador de DM tipo 2 (DM2) sobre a importância da intervenção fisioterapêutica em uma clínica de fisioterapia da região do Vale do Sinos, acerca de verificar qual o entendimento do paciente com Diabetes Mellitus tipo 2 sobre a sua patologia e identificar se os mesmos sentem a necessidade de realizar um tratamento fisioterapêutico. A pesquisa utilizou-se de uma abordagem qualitativa, descritiva e exploratória. Foram entrevistados 5 indivíduos com DM2 que freqüentaram periodicamente uma Clínica-escola de fisioterapia, durante os meses de março a abril de 2009. Para a coleta de informações realizou-se uma entrevista individual e gravada. Com este estudo identificamos que a maioria dos entrevistados não reconhece e percebe a importância da intervenção da fisioterapia no controle do diabetes mellitus, assim parece ser fundamental um profissional da área da saúde para auxiliar os pacientes neste processo.

Palavras chave: diabetes mellitus, fisioterapia, percepção

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ABSTRACT

The Diabetes Mellitus (DM) is a chronic pathology decurrent of the lack of insulin and/or incapacity of the insulin to exert its functions. The physiotherapeutic treatment can assist in the prevention and recovery of the diseases and complications associates to the DM. Thus, this study seeks to identify the perceptions of patients with type 2 diabetes about the importance of physiotherapeutic intervention in a physiotherapy clinic in the region of Vale do Sinos, relating to verify the understanding of the patient with diabetes mellitus type 2 about his pathology and identify whether they feel the need for physiotherapeutic treatment. The research used a qualitative, descriptive and exploratory approach. We interviewed 5 subjects with DM2 who attended regularly at the Clinic-School of Physiotherapy, during the months of March to April 2009. To gather the information a recorded and individual interview was taken place. With this study we can conclude that the majority of the interviewees do not recognize and understand the importance of physiotherapy intervention in the control of diabetes mellitus, therefore it appears to be fundamental that a health professional informs the patients in this process.

Key words: diabetes mellitus, physiotherapy, perception.

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SUMÁRIO

RESUMO...................................................................................................................07

ABSTRACT ...............................................................................................................08

INTRODUÇÃO ..........................................................................................................11

1 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ..............................................................................131.1 EPIDEMIOLOGIA DA DIABETES MELLITS ..................................................131.2 DOENÇA CRÔNICA ......................................................................................141.3 DIABETES MELLITUS ...................................................................................15

1.3.1 CLASSIFICAÇÃO DO DIABETES MELLITUS ......................................151.3.2 SINAIS E SINTOMAS ...........................................................................181.3.3 DIAGNÓSTICO .....................................................................................191.3.4 COMPLICAÇÕES .................................................................................201.3.4.1 COPLICAÇÕES MICROVASCULARES ............................................201.3.4.2 COMPLICAÇÕES MACROVASCULARES........................................211.3.5 TRATAMENTO .....................................................................................23

1.4 FISIOTERAPIA E DIABETES MELLITUS ......................................................261.4.1 FISIOTERAPIA PREVENTIVA..............................................................271.4.2 TÉCNICAS MAIS ADEQUADAS ...........................................................28

1.5 PERCEPÇÃO ................................................................................................30

2 CAMINHO METODOLÓGICO ................................................................................332.1 CENÁRIO DO ESTUDO ................................................................................342.2 SUJEITOS DO ESTUDO ...............................................................................342.3 CONSIDERAÇÕES ÉTICAS..........................................................................342.4 COLETA DE INFORMAÇÕES .......................................................................352.5 ANÁLISE DOS DADOS. ................................................................................36

3 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS ........................................................373.1 PERFIL DOS COLABORADORES ................................................................373.2 CATEGORIAS ...............................................................................................39

3.2.1 O ENTENDIMENTO DOS PACIENTES COM DM2 SOBRE A PATOLOGIA ........................................................................................................40

3.2.2 O CONHECIMENTO DOS PACIENTES SOBRE A FISIOTERAPIA ....413.2.3 A PERCEPÇÃO DOS PACIENTES SOBRE A IMPORTÂNCIA DA

FISIOTERAPIA PARA O CONTROLE DO DM ....................................................43

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CONSIDERACÕES FINAIS ......................................................................................46

REFERÊNCIAS .........................................................................................................48

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INTRODUÇÃO

O Diabetes Mellitus (DM) é um dos problemas de saúde mais importantes

pela quantidade de indivíduos afetados, pelas taxas elevadas de incapacitação e

mortalidade e pelo alto custo no seu tratamento (SILVA; LIMA, 2002).

O DM é uma síndrome de etiologia múltipla, decorrente da falta de insulina

e/ou incapacidade da insulina exercer adequadamente seus efeitos. Caracteriza-se

por hiperglicemia crônica com distúrbios do metabolismo dos carboidratos, lipídios e

proteínas (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2002).

Segundo Rossi e Barbosa (2003), DM é uma doença crônica que estabelece

limitações às capacidades funcionais do indivíduo, e provoca forte impacto nas

relações social e na vida do portador, acompanhado de muitas mudanças no estilo

de vida.

Vianna et al. (2008), indicam que entre as complicações do diabetes

destacam-se as doenças cardíacas, a hipertensão, a cegueira, doenças renais,

enfermidades associadas ao sistema nervoso central, por exemplo, dores nas mãos

e nos pés, amputações e doenças periodontais.

No tratamento do DM2 a prática diária da atividade física tem sido

considerada necessária para prevenção desta doença, melhorando a tolerância à

glicose e reduzindo a resistência à insulina. A prática de atividade física melhora os

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níveis de obesidade, sensibilidade à insulina e diminui os fatores de riscos

cardiovasculares (RIBEIRO, OLIVEIRA, MELLO, 2007).

De acordo com a Associação Nacional de Assistência ao Diabético (2007) a

fisioterapia influencia intensivamente a assistência ao paciente com diabetes,

possibilitando a educação destes pacientes com os procedimentos aplicáveis desta

área diante da referida disfunção metabólica. A Fisioterapia elabora ações

organizadas sobre as maiores limitações das complicações agudas e crônicas DM

(CARVALHO, 2003).

O tratamento fisioterapêutico pode ajudar muito o paciente com diabetes, as

dificuldades do dia a dia podem diminuir e até desaparecer. A capacidade de ficar

em pé, ou outras tarefas são devolvidas ao paciente, e conseqüentemente a maior

independência deste indivíduo (OLIVEIRA, MILECH, 2004).

Este estudo teve como objetivo conhecer as percepções dos pacientes com

DM2 em relação à importância da intervenção fisioterapêutica, verificando qual o

significado do termo Diabetes Mellitus no seu entendimento, e como os pacientes

com DM2 percebem a necessidade de realizar um tratamento fisioterapêutico.

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1 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

1.1 Epidemiologia do Diabetes Mellitus

Ferreira et al. (2007) ressaltam que as mudanças no estilo de vida da

população fazem com que a prevalência de diabetes venha crescendo nos últimos

anos. Estima-se que no Brasil haja cinco milhões de pessoas com DM, dos quais

metade não sabe que são portadoras desta doença.

O número de indivíduos diabéticos está aumentando devido ao crescimento

e ao envelhecimento populacional, à maior urbanização, à crescente prevalência de

obesidade e sedentarismo, bem como à maior sobrevida do paciente com Diabetes

Mellitus (SBD, 2008). Observa-se também uma crescente proporção de pessoas

afetadas em grupos etários mais jovens (OMS, 2006b).

Recentes estimativas indicam que havia 171 milhões de pessoas no mundo

com DM no ano 2000 e isto é projetado para aumentar para 366 milhões em 2030

(OMS, 2006b). No Brasil, no final dos anos 1980, de acordo com as Diretrizes

publicadas pela Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD, 2008), a prevalência de

Diabetes Mellitus na população adulta foi estimada em 7,6%. Estimou-se que em

2005 existiam em torno de 8 milhões de indivíduos com Diabetes Mellitus.

Conforme o Ministério da saúde (2002) em 2025 pode existir cerca de 11

milhões de diabéticos no país o que caracteriza um aumento de mais de 100% em

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relação aos atuais cinco milhões de diabéticos, 75% viverá em países em

desenvolvimento, com difícil acesso a centros especializados, a maioria desses

indivíduos apresentará Diabetes Mellitus tipo 2 e faixa etária de 45 a 64 anos.

Para Ferreira et al. (2007) dos indivíduos diabéticos, 5 a 10% têm Diabetes

Mellitus do tipo 1, a maioria possui Diabetes Mellitus do tipo 2, sendo responsável

por aproximadamente 90% de todos os casos, e suas complicações comprometem a

qualidade de vida e sobrevida dos indivíduos.

1.2 Doença Crônica

Rossi e Barbosa (2003) afirmam que a doença crônica é um problema de

saúde com sintomas e incapacidade, que exige acompanhamento e controle á longo

prazo.

Entre tantos problemas sociais, culturais, psicológicos e de saúde que ainda

não foram resolvidos, um dos desafios no século XXI é buscar maneiras de

tratamento que melhorem a qualidade de vida do ser humano, especialmente em

pacientes portadores de uma doença crônica. A doença crônica por si só não diminui

a qualidade de vida da pessoa que a possui, mas influencia nesta qualidade, pois

interfere nas atividades, relações pessoais e auto-estima (FICK, 2006).

Muitas pessoas portadoras de doença crônica como Diabetes Mellitus (DM)

levam uma vida normal, enfrentando a doença crônica ao apresentarem

complicações decorrentes da patologia, só assim buscando auxílio e ajuda para o

tratamento (SMELTZER, BARE, 2002).

É importante, que a partir do diagnóstico da doença crônica, o paciente

aprenda a conviver com suas limitações e incapacidades para obter um bom

controle e autocuidado adequado (BORGES, 2007).

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1.3 Diabetes Mellitus

O Diabetes Mellitus é uma doença crônica com alterações bioquímicas e

estruturais, devido a distúrbios no metabolismo dos carboidratos, gordura e

proteínas e de uma ação ineficaz da insulina (hormônio protéico) (STEVENS,

LOWE, 2002).

Para Mclellan et al. (2007) o DM é uma síndrome de etiologia múltipla

causada pela falta de insulina ou da incapacidade desta de exercer corretamente

sua função, acarretando em resistência insulínica, ocorrendo hiperglicemia crônica,

geralmente, acompanhada de dislipidemia, hipertensão arterial e disfunção

endotelial.

Depois de ocorrida a alimentação, os níveis plasmáticos de glicose

aumentam e estimulam a liberação de insulina. A hiperglicemia acompanhada da

hiperinsulinemia estimula o uso da glicose pelos tecidos, assim como supri a

produção de glicose endógena (MARTINS, SOUZA, 2007).

Segundo Martins e Souza (2007) cerca de 85% da fabricação endógena de

glicose está associada ao fígado, sendo a glicogenólise e a gliconeogênese

responsáveis por essa produção. O tecido adiposo tem um importante papel na

homeostase glicêmica, apesar da maior parte da utilização da glicose periférica

ocorrer no músculo, através da liberação de ácidos graxos a partir dos triglicerídeos

armazenados.

1.3.1 Classificação do Diabetes Mellitus

D iabe t es Me l li t us tipo 1 ( D M1 ) : Atualmente sabe-se que a incidência de DM1

vem aumentando, principalmente na população infantil com menos de 5 anos de

idade e corresponde de 5 a 10% dos casos (SBD, 2008).

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O DM1, diabetes mellitus insulino dependente ou diabetes juvenil, é definida

como uma doença resultante da destruição das células beta do pâncreas. Isso é

atribuído quer por um processo auto-imune (diabetes mellitus imunomediada), que

tem susceptibilidade genética; quer a uma causa desconhecida (diabetes mellitus

idiopática), conduzindo a uma deficiência absoluta de insulina (DAMIANI, 2000;

PAIVA, 2001; OMS, 1999; SBD, 2008). Sem esta, pode ocorrer o fenômeno da

cetoacidose, causando o mau funcionamento dos rins. Caso não seja tratada, a

cetoacidose pode conduzir ao coma e, em questão de dias ou semanas, pode levar

à morte (SANTOS, ENUMO, 2003).

Góes, Vieira e Liberatore (2007) indicam que trata-se do distúrbio mais

freqüente da infância, verificando-se uma incidência máxima no início da

adolescência. A taxa de destruição das células beta é variável, sendo em geral mais

rápida entre as crianças (SBD, 2008). Paiva (2001) relata que uma forma de DM1

imunomediada surge em dias a semanas, geralmente em indivíduos com menos de

25 anos.

D iabetes Mel l i t us t i p o 2 ( D M 2 ) : O DM2, diabetes mellitus não insulino

dependente ou diabetes do adulto, é definida por defeitos na ação e na secreção da

insulina. Em geral ambos os defeitos estão presentes quando a hiperglicemia se

manifesta, porém pode haver predomínio de um deles. Varia de resistência a

insulina predominante com deficiência relativa de insulina aos casos em que

predomina o defeito secretório com resistência a insulina. Nesses casos de DM2 não

ocorre destruição de células beta. A cetoacidose raramente desenvolve-se

espontaneamente, ocorrendo apenas quando associada a outras condições como

infecções (DAMIANI, 2000; PAIVA, 2001; OMS, 1999; SBD, 2008).

O DM2 pode ocorrer em qualquer idade, mas mais freqüentemente em

adultos obesos, acima de 35/40 anos (DAMIANI, 2000; PAIVA, 2001; SBD, 2008).

Os pacientes não são dependentes de insulina exógena para sobrevivência,

porém podem necessitar de tratamento com insulina para a obtenção de um controle

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metabólico adequado, será um diabetes insulino-tratado (DAMIANI, 2000; PAIVA,

2001; OMS, 1999; SBD, 2008).

Segundo a Organização Mundial de Saúde (2006a), os sintomas podem ser

semelhantes ao DM1, mas são menos evidentes. Como resultado, a doença pode

ser diagnosticada vários anos depois de seu começo.

D iabe t es G estacio n a l: O diabetes gestacional continua a ser reconhecida

como um importante diagnóstico clínico, definida como qualquer grau de intolerância

à glicose que se inicie ou se reconheça, pela primeira vez, durante a gravidez

(PAIVA, 2001). Na maioria dos casos há reversão para a tolerância normal após a

gravidez, porém existe um risco de 17% a 63% dos casos de desenvolvimento de

DM2 dentro de 5 a 16 anos após o parto (SBD, 2008).

O u t r o s t i pos de D i a b e tes Mell i t us: Estão incluídos nessa categoria defeitos

genéticos na função das células beta, defeitos genéticos na ação da insulina,

doenças do pâncreas exócrino e por outras etiologias identificáveis. Pertencem a

essa classificação formas menos comuns de Diabetes Mellitus cujos defeitos ou

processos causadores podem ser identificados, como seguem (SBD, 2008; PAIVA,

2001; OMS, 1999):

a) Defeitos genéticos da função das células b: por exemplo, “maturity onset

diabetes in young” (MODY), situação rara de DM2, de inicio em idades

jovens, com hereditariedade autossômica dominante, existindo varias

mutações genéticas que definem diferentes sub-tipos (MODY 1,2,3);

b) Defeitos genéticos da ação da insulina: por exemplo, insulino-resistência

do tipo A, leprechaurismo, síndrome de rabson-mendenhall, diabetes

lipoatrófica e outros;

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c) Doenças do pâncreas exócrino: por exemplo, pancreatite,

trauma/pancreatectomia, neoplasia, hemocromatose, pancreatopatia

fibrocalculosa e outras;

d) Endocrinopatias: por exemplo, acromegalia, Cushing, glucagonoma,

feocromocitoma, hipertiroidismo, somatostatinoma, aldosteronoma e

outras;

e) Induzida por fármacos ou químicos: por exemplo, glucocorticóides, acido

nicotínico, tiazidas, a-interferon e outros;

f) Infecções: por exemplo, rubéola congênita, Coxsackie B, citomegalovirus

e outros;

g) Formas pouco comuns de diabetes imunorrelacionada: por exemplo,

síndrome de Stiff-man, anticorpos anti-receptores de insulina e outros.

1.3.2 Sinais e sintomas

Bortolon (2005) afirma que os sinais e sintomas do DM são:

-Polidipsia (muita sede);

-Poliúria (urinar várias vezes);

-Perda de peso;

-Polifagia (fome exagerada);

-infecções freqüentes (pele, mucosas, genitais, urina);

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-fadiga;

-desânimo;

-cansaço;

-dores nas pernas, devido à ma circulação;

-fraqueza.

1.3.3 Diagnóstico

O diagnóstico do DM baseia-se no exame da glicemia de jejum (8 horas), o

qual verifica as alterações da glicose plasmática, e no teste oral de tolerância à

glicose (TOTG), no qual uma sobrecarga de glicose por via oral informa tanto sobre

a secreção de insulina como sobre sua ação periférica (GROSS et al., 2002;

MCLELLAN et al., 2007).

Segundo a American Diabetes Association (2005) a pessoa será

considerada diabética quando colhidas duas amostras em dias diferentes com

resultado igual ou acima de 126mg/dl ou se a glicemia estiver igual ou acima de

200mg/dl na presença de sintomas.

A secreção de insulina está elevada na obesidade e a captação hepática e a

eficácia periférica da insulina reduzida. O aumento da secreção de insulina está

ligado ao grau de obesidade, já a diminuição na depuração hepática e a resistência

periférica ao hormônio estão ligadas ao tipo de obesidade, os ácidos graxos livres

elevados na circulação inibem a depuração hepática de insulina, favorecendo a

hiperinsulinemia e à resistência periférica (MCLELLAN et al., 2007).

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1.3.4 Complicações

Conforme Ferreira et al. (2007) o Diabetes Mellitus pode gerar problemas

agudos e crônicos, podendo ser fatais, sendo considerado um dos mais importantes

fatores de risco para problemas macro e microvasculares, que começam a surgir

pelos efeitos da hiperglicemia, acarretando em disfunção, dano e falência de vários

órgãos, principalmente os olhos, rins, nervos e sistema cardiovascular.

1.3.4.1 Complicações microvasculares

Os níveis sangüíneos aumentados de glicose reagem através de uma série

de transformações bioquímicas ao espessar a membrana basal até várias vezes a

sua espessura normal. Essas reações são conhecidas por doença microvascular

diabética ou microangiopatia diabética (SMELTZER, BARE, 2002).

A retinopatia diabética é uma complicação microvascular. São lesões que

aparecem na retina, podendo causar pequenos sangramentos e, como

conseqüência, a perda da acuidade visual em função das altas taxas de glicose que

o paciente vem apresentando (SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES, 2008).

A nefropatia, ou doença renal secundária às alterações microvasculares no

rim, constitui uma complicação comum do DM. As pessoas com DM2 não controlado

tendem a desenvolver doença renal, pois quando os níveis sanguíneos de glicose

estão elevados, o mecanismo de filtração renal é estressado, permitido que as

proteínas extravasem para dentro da urina. E, em conseqüência disso, a pressão

nos vasos sangüíneos aumenta. Acredita-se que esse aumento da pressão favoreça

o desenvolvimento de doença renal (SMELTZER, BARE, 2002).

Os pacientes diabéticos podem desenvolver as neuropatias diabéticas.

Trata-se de doenças que afetam todos os tipos de nervos, inclusive nervos

periféricos, autonômicos e espinhais. A etiologia disso se deve à glicemia sangüínea

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elevada ao longo dos anos, propiciando assim o espessamento da membrana basal

capilar e o fechamento capilar. Além disso, pode haver dismielinização dos nervos

responsável pela interrupção das conduções nervosas (SBD, 2008).

Quando os nervos periféricos são afetados, podem aparecer sintomas como:

pontadas, formigamento, sensações de queimação, À medida que a neuropatia

progride, os pés se tornam dormentes, a sensação de dor e temperatura ficam

diminuídas, representando aos pacientes um fator de risco para desenvolver lesão e

infecção devido a essa perda de sensilbilidade (SMELTZER, BARE, 2002).

A neuropatia autonômica compromete o sistema nervoso autonômico, que

gera uma ampla gama de disfunções cardiovasculares, gastrintestinais, urinárias e

disfunção sexual (ROBBINS, CONTRAN, KUMAR, 1996).

1.3.4.2 Complicações macrovasculares

As complicações macrovasculares resultam das alterações nos vasos

sangüíneos de médio e grande calibre. Essas alterações podem estar ligadas à

hiperglicemia e hiperinsulinemia, desencadeando anormalidades nos fatores de

coagulação, diminuição da flexibilidade dos eritrócitos e liberação diminuída de

oxigênio que aceleram o desenvolvimento da aterosclerose (GOLDMAN, BENNETT,

2001).

Pacientes com DM tem maior probabilidade do aparecimento de lesões

ateroscleróticas precocemente em suas artérias. Estas lesões têm distribuição

distinta localizando-se preferencialmente em artérias de pequeno e médio calibres,

nos membros inferiores (poplítea, tibiais e na bifurcação carótida), produzido

sintomatologia de insuficiência vascular periférica ou cerebral (ALMEIDA, 1997).

Segundo Gondim, Oliveira e Grossi (2003), o DM é fator de risco para

doenças cardiovasculares, pois estão presentes alterações do endotélio arterial,

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aumento da agregação plaquetária, modificações lipídicas e lipoprotéicas, com

aumento do colesterol e depósitos dessas substâncias no interior das artérias. Esses

fatores desencadeiam as placas ateroscleróticas, e conseqüentemente, estreitam o

lúmen das artérias e diminuem o transporte de sangue e oxigênio para os órgãos.

Stevens e Lowe (2002) afirmam que existem ainda complicações como

predisposição a infecções, aterosclerose e arteriosclerose. Todas estas

complicações podem levar ao desenvolvimento de cardiopatia isquêmica, doença

cerebrovascular e gangrena periférica de membros inferiores. O diabético tem uma

maior tendência para o desenvolvimento de infecções fúngicas ou bacterianas, os

órgãos mais atingidos são a pele, as mucosas orais e genitais e o trato urinário. As

úlceras de pele são mais freqüentes em diabéticos do tipo 2.

A polineuropatia ocorre como resultado direto da hiperglicemia, que causa

desmielinização segmentar com conseqüente redução na velocidade de condução

neuronal. Alem da redução da sensibilidade cutânea, ocorre perda da arquitetura do

pé, pela perda do tônus da musculatura intrínseca. Estes dois fatores facilitam o

aparecimento das lesões ulceradas nas extremidades inferiores, particularmente nos

pés, em pontos de apoio (ALMEIDA, 1997).

As alterações teciduais locais são responsáveis pela cicatrização precária e

maior suscetibilidade a infecções nos diabéticos, particularmente naqueles com

descontrole na glicemia. Hiperglicemia extracelular e deficiência de glicose

intracelular alteram os estágios iniciais da resposta inflamatória e contribuem para a

deterioração da síntese de colágeno. Disfunção nos neutrófilos com diminuição da

capacidade de quimiotaxia, fagocitose e função bactericida explicam a maior

suscetibilidade a infecções no diabético (ALMEIDA, 1997).

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1.3.5 Tratamento

Segundo Smeltzer e Bare (2002) são cinco os componentes básicos para o

tratamento do Diabetes Mellitus: dieta, exercícios, monitorização, medicamentos e

educação. O tratamento do paciente com diabete depende muito dele, pois a doença

necessita de cuidado, conhecimento, educação dos pacientes e familiares para que

haja conscientização de que as mudanças no estilo de vida são fundamentais para

manter a doença crônica sob controle e, principalmente, o bem estar. Esses

cuidados permitem aos pacientes manterem uma vida normal e produtiva.

No tratamento de diabetes mellitus não insulino dependente a prática diária

da atividade física tem sido considerada necessária para prevenção desta doença,

melhorando a tolerância à glicose e reduzindo a resistência à insulina. A prática de

atividade física melhora os níveis de obesidade, sensibilidade à insulina e diminui os

fatores de riscos cardiovasculares (RIBEIRO, OLIVEIRA, MELLO, 2007).

A educação em portadores de diabetes é fundamental no tratamento do

paciente, é um processo diário de alteração de hábitos de vida, controle metabólico

adequado, atividade física e dieta. O portador da doença necessita de ter

conhecimento sobre a doença e suas complicações para melhorar a sua qualidade

de vida, pois assim ocorrerá a redução de crises de hipoglicemia e hiperglicemia,

diminuindo os números de internações hospitalares, melhorando o controle

metabólico e tendo maior aceitação da doença (MAIA, ARAÚJO, 2002).

Para Bortolon (2005) além de dieta e atividade física existe o uso adequado

de insulina como tratamento caso necessário conforme prescrição médica. Também

é importante fazer alguns exames, como controle periódico da glicemia (HGT),

hemoglobina glicosilada e glicosúria. O tratamento do Diabetes Mellitus é

direcionado para a manutenção do nível normal de glicose no sangue tanto em jejum

quanto no período pós-prandial.

Page 24: MonografiaSuelenTomasini.docx

24

Segundo o Consenso de Diabetes (2006) o tratamento com medicamentos

hipoglicêmicos orais devem ser usadas (a não ser que o paciente esteja

descompensado) apenas quando após 2 ou 3 meses de exercício e dieta não

obtiverem sucesso no controle do DM2. As principais drogas hipoglicêmicas são:

Sulfoniluréias (glibenclamida) e Biguanidas (metformina).

Sulfoniluréias: Constitui-se na primeira escolha de droga hipoglicemiante nos

indivíduos tipo 2 não obesos. As sulfoniluréias podem perder seu efeito terapêutico

na evolução do diabetes (falência secundária). São principalmente indicadas nos

seguintes casos: Pacientes diabéticos tipo 2 que mesmo tendo células β

funcionantes, não conseguem obter controle glicêmico satisfatório apenas com dieta

e prática de exercício físico ou pacientes que apresentam histórico de diagnóstico de

DM2 a menos de 5 anos (com mais de 5 anos de doença geralmente a desnutrição

das células β não permite mais que o pâncreas responda ao estímulo das

sulfoniluréias) (CONSENSO DE DIABETES, 2006).

Biguanidas: Constitui-se na primeira escolha para indivíduos diabéticos

obesos, sobretudo quando apresentam manifestações concomitantes de

dislipidemia, hipertensão e hiperinsulinemia. Entre as biguanidas, apenas a

metformina deve ser usada. A metformina não deve ser usada em indivíduos

diabéticos com probabilidade de desenvolver acidose láctica, insuficiência renal,

hepática, insuficiência cardíaca ou respiratória, presença de infecção, idade

avançada, gravidez ou alcoolismo (CONSENSO DE DIABETES, 2006).

Vários estudos demonstram que indivíduos com DM2 podem ter controle

glicêmico ótimo com insulinoterapia e que a intervenção precoce e adequada com

insulina traz grandes benefícios. A insulinoterapia é o tratamento mais eficaz para

redução de glicemias muito elevadas (MELO, 2006).

A Sociedade Brasileira de Diabetes (2008) refere que o tratamento com

insulinoterapia será empregado caso os níveis de glicemia não se mantenha dentro

dos valores normais no sangue (entre 70 e 110mg/dl). A insulinoterapia é indicada

Page 25: MonografiaSuelenTomasini.docx

25

principalmente quando o nível de glicose plasmática estiver muito elevado

especialmente se acompanhado de perda de peso, cetonúria e cetonemia e durante

a gestação, caso não normalize os níveis de glicose com dieta.

Existem vários tipos de insulina, podendo ser diferentes quanto à origem e o

tempo de ação, conforme orientações do Hospital de Clínicas de Porto Alegre: suína

(extraída do pâncreas do porco); mista (extraída do pâncreas do porco e boi sendo

misturadas); humana (a partir da insulina do porco). Algumas insulinas são

totalmente produzidas em laboratórios por engenharia genética (SOCIEDADE

BRASILEIRA DE DIABETES, 2008).

Em relação ao tempo de ação podemos considerar, de acordo com a

Sociedade Brasileira de Diabetes (2008):

- Insulina lenta/ insulina de ação intermediária: insulina de ação lenta, devido

à ação de substância que retardam sua absorção pelo organismo;

- Insulina Lispro ou Asparte (ou ultra-rápidas): insulina de ação rápida e

duração curta, geralmente combinada a outras insulinas de ação lenta;

- Insulina regular (ou rápida): insulina de ação rápida e duração curta, usada

também em situações de emergência;

- Insulina NPH (Neutral Protamine Hagedorm): insulina de ação intermediária

similar em muitos aspectos à insulina lenta;

- Insulina ultra-lenta: insulina de ação longa costuma ser indicada para uso

noturno, aliado à insulina de ação rápida durante o dia;

Page 26: MonografiaSuelenTomasini.docx

26

1.4 Fisioterapia e Diabetes Mellitus

O fisioterapeuta é o profissional da área de saúde que presta serviços a

pessoas e populações com a intenção de desenvolver, manter e restaurar o

movimento e a capacidade funcional do indivíduo durante toda a sua vida. Atua na

promoção de saúde, prevenção, cura ou reabilitação de portadores de disfunções

orgânicas, agudas ou crônicas, que podem comprometer a capacidade de realizar

trabalho físico, lazer ou autocuidado. Desta forma, pode também atuar em conjunto

com uma equipe multidisciplinar no tratamento e na prevenção do diabetes melitus

(OLIVEIRA e MILECH, 2004).

Conforme Deliberato (2002), a prática regular de exercícios aumenta o efeito

da insulina nos casos de DM2, melhora o uso dos alimentos como fonte energética,

melhora o consumo de oxigênio e glicose, diminui a dosagem dos hipogliceminates

orais e diminui a dosagem de insulina em pacientes dependentes. O fisioterapeuta

que acompanha um paciente diabético deve ser extremamente cuidadoso ao aplicar

os exercícios terapêuticos. Os pacientes compensados (com níveis adequados de

glicose sangüínea) podem apresentar sinais de hipoglicemia e até mesmo coma

hipoglicêmico. Nos pacientes descompensados, pode ocorrer perda do controle da

ingestão calórica na dieta e perda da dosagem medicamentosa, aumentando o risco

de cetoacitose e coma diabético.

Recomenda-se que durante a aplicação de alguns métodos fisioterapêutico

deve-se ter como objetivo manter uma melhor postura com melhor equilíbrio. Uma

diversidade de exercícios pode ser criada e orientada para determinados tipos de

pacientes, porém suas limitações físicas devem ser respeitadas. Como exemplo,

podemos citar os exercícios de rolamento, transferências de decúbitos, ponte,

exercícios de equilíbrio sentado utilizando-se atividades com bolas, entre outros

(CARVALHO, 2003).

Page 27: MonografiaSuelenTomasini.docx

27

1.4.1 Fisioterapia Preventiva

Segundo Deliberato (2002) a fisioterapia preventiva aplicada ao paciente com

DM tem como objetivo melhorar as condições gerais de vida do paciente,

promovendo o maior grau possível de independência funcional, estimular o

crescimento adequado em crianças com DM tipo I e evitar ou minimizar

complicações agudas e crônicas.

A fisioterapia favorece a queima de glicose pelos músculos e a redução de

triglicérides e colesterol, normalizando ou adequando os níveis de glicose no

sangue, que aumenta a ação da insulina e dos hipoglicemiantes orais, minimizando

o emagrecimento contínuo e a perda da glicose pela urina e também eleva os

encaixes bioquímicos da insulina em músculos, tecidos gorduroso e diversos órgãos,

além de evitar a aterosclerose pelo aumento do fluxo sanguíneo, principalmente dos

membros inferiores, reduzindo o risco de problemas cardiovasculares

(DELIBERATO, 2002).

Pacientes com DM tem insensibilidade, fraqueza muscular e diminuição de

amplitude de movimento apresentando maior risco de desenvolver ulcerações nos

pés. A atrofia muscular observada nos pacientes com neuropatia diabética,

principalmente nos músculos intrínsecos do pé, pode causar deformidades,

diminuição da amplitude de movimento do pé e tornozelo, favorecendo o aumento

de pressões plantares (SCHIE, 2005).

A fisioterapia atua na prevenção do pé diabético através de exercícios

específicos de fortalecimento e alongamento muscular, treino de equilíbrio e

orientações, fazendo com que o paciente tenha a capacidade de ficar em pé,

caminhar com mais velocidade e por mais tempo e realizar outras tarefas que lhe

proporcione maior independência (OLIVEIRA e MILECH, 2004).

Page 28: MonografiaSuelenTomasini.docx

28

1.4.2 Técnicas mais adequadas

A Fisioterapia trabalha com pacientes diabéticos na busca da manutenção e

da reabilitação das condições motoras, prevenindo e tratando todos os componentes

do movimento humano necessário à maior funcionalidade do indivíduo. Em vista

disso, a fisioterapia tem a finalidade de avaliar e intervir, preocupando-se com os

diferentes sistemas e subsistemas do organismo tegumentar, sensitivo, de

coordenação, do equilíbrio postural, que podem sofrer devido ao complexo

comprometimento decorrentes do diabetes, que modifica o metabolismo do indivíduo

(ANAD, 2008).

De acordo com a Associação Nacional de Assistência ao Diabético (2008) o

fisioterapeuta possui conhecimento para avaliar funcionalmente os indivíduos

diabéticos, intervir e atuar de forma preventiva às úlceras, amputações, alterações

posturais, encurtamentos musculares e alterações de funcionalidade que podem

ocorrer. É importante não permitir que o diabético se torne inativo, pois as atividades

ajudam a enfrentar as dificuldades e limitações decorrentes e características da

doença.

O nível de atividade física estipulado pelo fisioterapeuta deve considerar: a

idade, o tipo de dieta, a quantidade de ingestão calórica, o horário de alimentação, o

tipo de medicamento, o horário de sua administração e o local de sua aplicação, nos

casos de pacientes insulino-dependentes. Outros cuidados e recomendações para a

aplicação de cinesioterapia em pacientes diabéticos, conforme Deliberato (2002)

estão expostos abaixo:

a) Fazer exercícios (contínuos e baixo esforço), como pedalar, nadar e

caminhar;

b) Fazer exercícios com regularidade (mínimo de quatro vezes por semana

durante trinta minutos);

Page 29: MonografiaSuelenTomasini.docx

29

c) Ao aumentar o esforço, fazer complementação alimentar para evitar

hipoglicemia;

d) Variar o tipo de exercício para evitar acomodação e para diminuir

sobrecargas;

e) Evitar os horários inadequados, principalmente os mais quentes, para

evitar a perda hídrica;

f) Orientar o paciente quanto ao uso de roupas pro-transpiracão e calcados

apropriados;

g) Evitar exercícios de fortalecimento, principalmente da musculatura

abdominal, devido à presença de hipertensão arterial;

h) Evitar a realização de exercícios nos momentos de maior ação da

insulina injetada ou dos hipoglicemiantes orais, pois a risco de

hipoglicemia;

i) Não realizar qualquer tipo de exercício em pacientes com glicose

sangüínea superior a 200 mg/dl ou na presença de cetonúria. Nestes

casos, a risco de cetoacidose e coma diabético;

j) Relacionar o tipo de atividade física e o local de aplicação da insulina.

Por exemplo, se o paciente esta aplicando a insulina nos membros

superiores podemos recomendar a realização de exercícios nos

membros inferiores;

k) Orientar o paciente quanto ao prejuízo de atividades físicas esporádicas

ou competitivas. Nesses casos, a descontrole dos níveis de glicose no

sangue e risco de hipoglicemia.

Page 30: MonografiaSuelenTomasini.docx

30

A fisioterapia também atua em problemas de retenção de líquidos, através

da drenagem linfática, técnica de massagem manual que auxilia o organismo a

eliminar esses líquidos acumulados por insuficiência do sistema linfático (OLIVEIRA,

MILECH, 2004).

O fisioterapeuta que acompanha um paciente com DM também pode usar os

seguintes procedimentos: exercícios respiratórios; exercícios de reequilíbrio

muscular; exercícios resistidos manuais; hidroterapia; exercícios proprioceptivos;

exercícios de equilíbrio e coordenação motora; estimulação tátil (na presença de

neuropatias associadas); Neuroestimulação elétrica transcutânea - TENS (na

presença de neuropatias associadas); ultra-som, calor úmido e microcorrente (na

presença de miosites insulínicas) (DELIBERATO, 2002).

1.5 Percepção

A percepção das pessoas está ligada as suas emoções e suas ações. As

características de personalidade nas pessoas podem ser percebidas através de

vários fatores e de diferentes maneiras, pode-se ainda concluir que a percepção é

determinada por fatores psicológicos, enquanto que as sensações são por fatores

neurológicos. Logo, entende-se que a essência da percepção não é verdadeira, mas

definida por nós como a verdade, visto que o mundo não é aquilo que pensamos,

mas aquilo que vivemos (MERLEAU – PONTY, 1999).

A percepção tem algo a ver com nossa consciência dos objetos e condições

que nos cercam. É a maneira como os objetos nos aparecem, nos soam,

impressionam em nossos sentidos. A percepção tem a capacidade de abranger e

interpretar a complexidade das situações comportamentais (FICK, 2006; BORGES,

2007).

A área de pesquisa psicológica pode ser adequadamente considerada como

o conjunto de processos pelos quais o indivíduo mantém contato com o ambiente.

Page 31: MonografiaSuelenTomasini.docx

31

Para sobreviver num ambiente de objetos e eventos físicos, as pessoas precisam se

ajustar continuamente às energias em constante mudança que as cercam. Os

processos envolvidos na manutenção do contato com o mundo de energia flutuante

é a percepção (FICK, 2006).

O processo seletivo e construtivo da percepção tem ligação direta entre a

exposição do ser com o mundo externo, o qual designa todas as diferentes maneiras

que temos para conhecer o ambiente no qual estamos inseridos, e a sociedade na

qual estamos vivendo (BORGES, 2007).

Cada pessoa tem uma maneira diferente de perceber a realidade sobre si

mesma, o meio que a cerca e de se integrar. Esse processo passa pelos

sentimentos que, por sua vez, são criados pelas necessidades e expectativas (FICK,

2006).

O organismo não tem somente necessidade de estar em um meio físico

conveniente e de ter uma alimentação equilibrada, mas também precisa de um

aporte de informação suficiente que deve apresentar aspectos qualitativos, os

garantem estabilidade emocional, e numerosas reações adaptativas para que a vida

prossiga normalmente (JEAMMET, REYNAUD e CONSOLI, 2000).

Segundo Jeammet, Reynaud e Consoli (2000), para obter a cura da doença,

é preciso combater o inimigo causador da mesma, rejeitando-o para fora do

organismo. Outra concepção de cura é que o mal está dentro de nós e somente

encontramos a possibilidade de restabelecer nosso equilíbrio em nós mesmos.

Lara (2008) descreve que, para que ocorra o bom controle da doença e,

subseqüentemente, a qualidade de vida, o portador de Diabetes Mellitus depende de

fatores psicológicos, tais como aceitação do diagnóstico, e de habilidades que

necessitam ser desenvolvidas e mantidas.

Page 32: MonografiaSuelenTomasini.docx

32

Allgot (2001) enfatiza que conhecer sua condição é uma necessidade

fundamental para que a pessoa com Diabetes Mellitus possa assumir o manejo de

sua vida, tomar decisões relacionadas a sua condição crônica de saúde e

responsabilizar-se por dificuldades e escolhas que venham a surgir.

Percepção são os processos de aquisição, interpretação, seleção e

organização das informações obtidas. Do ponto de vista psicológico, a percepção

envolve também os processos mentais, a memória e outros aspectos que podem

influenciar na interpretação dos dados percebidos. Os métodos de estudo da

percepção vão desde as aproximações essenciais com a biologia ou psicologia,

através de abordagens psicológicas da filosofia da mente e a epistemologia

empírica, tais como de David Hume, George Berkeley ou como a afirmação de

Merleau-Ponty que tem a percepção como a base de todas as ciências e

conhecimento (LIMA, 2008).

Page 33: MonografiaSuelenTomasini.docx

33

2 METODOLOGIA

Conforme Prodanov (2006) pesquisar é buscar conhecimento, pois

pesquisamos em todos os momentos da vida, mas não de forma científica.

Para o desenvolvimento desse trabalho foi utilizado a pesquisa qualitativa

descritiva e exploratória. O trabalho buscou conhecer, através de entrevistas semi-

estruturadas, as percepções dos indivíduos com Diabetes Mellitus tipo 2 sobre a

importância da intervenção fisioterapêutica.

A pesquisa qualitativa é utilizada para descrever as experiências humanas,

vivências, o meio natural em que ocorrem, sendo de fundamental importância o

desempenho do pesquisador nessa abordagem para avaliar os significados dos

fatos observados (GOLDIM, 2000).

Para Víctora, Knauth e Hassem (2000), a pesquisa qualitativa permite a

possibilidade de aprender o que não é evidente, o que não é percebido pelo

espectador comum, e através dessa percepção, entender o contexto social das

pessoas com o objetivo de adquirir conhecimento e explicar comportamentos.

Para Minayo (2000) a fase exploratória de uma pesquisa qualitativa

compreende nas etapas de escolha do assunto a ser investigado, de delimitar o

problema, definir o objeto e objetivos do trabalho, a construção do marco teórico, os

instrumentos para coletar os dados e a exploração do campo.

Page 34: MonografiaSuelenTomasini.docx

34

Pesquisas que têm como objetivo descrever características da população ou

fenômenos que ocorrem com indivíduos são classificadas como pesquisas

descritivas (GIL, 2002).

2.1 CENÁRIO DO ESTUDO

O estudo foi realizado em uma clínica-escola de fisioterapia, localizada na

região do Vale do Sinos, no período de março a abril de 2009.

2.2 SUJEITOS DO ESTUDO

A amostra foi composta por cinco indivíduos com DM2 que freqüentaram

periodicamente a clínica-escola de fisioterapia, durante os meses de março e abril

de 2009. Embora, exista um número maior de indivíduos com DM atendidos na

clínica-escola de fisioterapia, somente foi autorizada a realização desta pesquisa no

turno da manhã o que limitou o número amostral e também devido à dificuldade dos

indivíduos em permanecerem mais tempo na clínica para participarem da entrevista.

2.3 CONSIDERAÇÕES ÉTICAS

O projeto foi aprovado, processo nº 4.08.03.08.1242, e o estudo foi

desenvolvido de acordo com os cuidados éticos delineados na Resolução 196/96 do

Conselho Nacional de Saúde (CNS), onde estão descritas as diretrizes e normas de

pesquisa em seres humanos. É fundamental manter os princípios básicos da ética:

beneficência, respeito à pessoa e justiça.

Page 35: MonografiaSuelenTomasini.docx

35

A coleta dos dados somente teve início após o recebimento do parecer e

aprovação do CEP (Anexo 1).

Os participantes foram identificados por p1, p2, assim em ordem crescente e

as entrevistas tiveram início somente após os esclarecimentos sobre os objetivos do

trabalho e a assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido que foi

fornecido pela pesquisadora (Apêndice A). O mesmo é composto de duas vias,

depois de assinado, uma delas ficou de posse do entrevistado e a outra do

pesquisador.

Segundo Víctora, Knauth e Hassem (2000), o Termo de Consentimento Livre

e Esclarecido é a autorização dada voluntariamente por uma pessoa capaz de tomar

decisões, permitindo a realização de uma pesquisa ou procedimentos clínicos ou

cirúrgicos.

2.4 COLETA DE INFORMAÇÕES

A coleta dos dados foi realizada através de uma entrevista utilizando um

roteiro de perguntas semi-estruturadas (Apêndice B). A entrevista semi-estruturada

foi elaborada com cinco questões.

Para Gressler (2003), o principal foco da entrevista semi-estruturada é

buscar do participante as informações para alcançar os objetivos esperados no

decorrer do projeto, através de uma linha de pensamento formulada pelas

prerrogativas norteadoras do projeto, que, desta forma, possibilitarão descobrir, a

partir de uma exploração em profundidade, os fenômenos que se propõe conhecer.

A entrevista semi-estruturada torna-se uma das principais ferramentas que o

investigador possui para coletar dados, visto que valoriza a presença do investigador

Page 36: MonografiaSuelenTomasini.docx

36

para oferecer ao informante a liberdade e a espontaneidade, necessários para

enriquecer a pesquisa (FICK, 2006).

O ambiente para a realização da entrevista foi fechado, pois a privacidade

do entrevistado foi respeitada. Entretanto, não foi estipulado tempo para a entrevista

para que possam debater sobre o assunto.

As entrevistas foram gravadas individualmente em fita cassete e

posteriormente transcritas na íntegra. Os participantes foram informados da

gravação e esta ficará guardada por um prazo de cinco anos, sendo, após este

período, destruídas.

2.5 ANÁLISE DOS DADOS

Após as entrevistas os dados foram analisados para uma melhor

compreensão do que foi trabalhado entre o entrevistador e o entrevistado buscando

contemplar os objetivos propostos pelo estudo.

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37

3 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS

A partir do conteúdo das entrevistas desenvolveu-se o processo de análise e

interpretação das informações, no qual inicialmente será apresentada a descrição do

perfil dos colaboradores e em seguida serão estruturadas as categorias de análise,

conforme os questionamentos realizados e conteúdo dos discursos.

3.1 PERFIL DOS COLABORADORES

Pereira (2002) explica que existem inúmeras maneiras de classificar as

características da população, porém, é necessária a interpretação considerando as

múltiplas facetas e inter-relações, quanto aos fatores biopsicossociais, variáveis

relativas às pessoas.

Para traçar o perfil dos indivíduos, foram analisadas idade, gênero, etnia e o

tempo de diagnóstico do DM2, que podem ser visualizadas na tabela 1:

Tabela 1 – Características da amostra (n = 5).

Idade 58,6 anos (média)

Gênero 80% Feminino

Etnia 100% branco

Tempo de diagnóstico do DM 15,4 anos (média)

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38

Em relação à faixa etária dos colaboradores observou-se que a média de

idade foi de 58,6 anos, sendo a mínima de 48 anos e a máxima, 73 anos. Estando,

assim, de acordo com os estudos de Damiani (2000), Paiva (2001), OMS (1999),

SBD (2008) e Gross e Silveiro (2004), onde relatam que a diabetes tipo 2 ocorre

com maior freqüência nas pessoas com mais de 30 anos de idade. No estudo de

Pinto e Moretto (2004), a faixa etária predominante apresentou uma média de 60

anos, aproximadamente.

Considerando o gênero, verificou-se uma predominância do sexo feminino,

foram quatro mulheres, o que corresponde à 80% da amostra e um do gênero

masculino, 20%. Diversos estudos têm demonstrado que não há correlação entre

sexo e DM, não apresentando diferença estatística entre os sexos (PÉREZ et al.,

2001; ARTEGA, BECERRIL e GENIS, 2000). No entanto, estudos como o de Ortiz e

Zanetti (2001) e Batista et al. (2005) têm relatado que o sexo mais acometido é o

feminino.

De modo geral, as mulheres utilizam mais os serviços de saúde do que os

homens. Este diferencial explica-se em parte pelas variações no perfil de

necessidades de saúde entre os gêneros, outro fator apontado é o maior interesse

das mulheres com relação à sua saúde (PINHEIRO, 2002). Buscando estudar esta

relação, Green & Pope (1999) analisaram uma amostra de indivíduos filiados a uma

organização de saúde sem fins lucrativos dos EUA e encontraram pequenas

diferenças, porém estatisticamente significantes, quando levaram em conta

problemas específicos de cada sexo.

Em relação à etnia foi verificado que todos (100%) eram caucasianos.

Diversos estudos enfatizam uma maior prevalência de DM em negros quando

comparados aos brancos. No estudo de Brito, Lopes e Araújo (2001), observou-se

maior freqüência de DM em mulheres negras. Já Silva, Mazzotti e Weber (2007) e

Goldenberg, Schenkman e Franco (2003) encontraram em seus estudos resultados

semelhantes aos desta pesquisa. Os achados vão de acordo com a população

existente em cada região. A população que compõe a amostra é marcada pela

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39

origem germânica, o que explica a prevalência de brancos no estudo e confirma que

as diferenças regionais são fatores importantes para determinar o fator de risco

referente à etnia.

O tempo médio de diagnóstico do diabetes mellitus foi de 15,4 anos. Nos

estudos de Tavares el al. (2007), o tempo de diagnóstico predominante ficou dentro

da faixa de 10 anos, para ambos os sexos, representando 51,3% da amostra

estudada por eles, o que corresponde aos resultados do estudo ora apresentado.

A duração do DM2 é de difícil determinação em vista de que pode se

apresentar como um distúrbio metabólico assintomático ou ainda sub–diagnosticado,

podendo ser detectado somente ao surgimento de complicações da doença. Estima-

se que em pacientes DM2, a doença já esteja presente há cerca de 4 a 7 anos em

relação à época em que é feito o diagnóstico do diabetes (OMS, 2006a).

3.2 CATEGORIAS

Foram realizadas entrevistas de cunho qualitativo, por fornecerem dados

para a compreensão das relações entre os atores sociais e o fenômeno. Após a

coleta de dados, estes foram transcritos. Em seguida, foi realizada uma leitura do

material para verificar trechos significativos.

Para melhor interpretação das informações, obtidas através da entrevista,

foram elaboradas as seguintes categorias: O entendimento dos pacientes com DM2

sobre a patologia; O conhecimento dos pacientes sobre a fisioterapia; A percepção

dos pacientes sobre a importância da fisioterapia para o controle do DM.

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40

3.2.1 O ENTENDIMENTO DOS PACIENTES COM DM2 SOBRE A PATOLOGIA

O Diabetes Mellitus é uma síndrome de etiologia múltipla, decorrente da falta

de insulina e/ou incapacidade da insulina exercer adequadamente seus efeitos.

Caracteriza-se por hiperglicemia crônica com distúrbios do metabolismo dos

carboidratos, lipídios e proteínas. As conseqüências do DM, em longo prazo,

incluem disfunção e falência de vários órgãos, especialmente rins, nervos, coração e

vasos sanguíneos (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2002; VIANA et al., 2002).

Essa categoria emergiu quando os sujeitos foram questionados sobre o que

significa Diabetes no seu entendimento.

Frente aos relatos, podemos observar, nas falas abaixo, que as respostas

são bem objetivas, os sujeitos da pesquisa demonstraram ter um conhecimento

superficial sobre a doença Diabetes Mellitus:

“[...] eu sei que é uma doença que atinge mais os idosos e que é uma

alteração dos açúcares no sangue né [...]” P3

“[...] é uma doença silenciosa, que requer muito cuidado, precisa de um

controle na alimentação, fazer atividade física [...]” P4

“[...] diabetes é o aumento de açúcar no sangue, por uma alimentação não

equilibrada [...]” P5

Discutindo isso, Diniz (2001) alega que o paciente diabético, com freqüência,

aprende mal grande parte das orientações realizadas em apenas uma consulta, não

aderindo à medicações nas doses e horários recomendados, isso é a compreensão

inadequada do tratamento interferindo no controle da doença.

Camargo (2007) apontava que o processo educativo é demorado e depende

do próprio desejo do indivíduo de querer mudar e agir, sendo fundamental a

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41

educação contínua, pois, assim, sempre terá acompanhamento dos profissionais de

saúde.

3.2.2 O CONHECIMENTO DOS PACIENTES SOBRE A FISIOTERAPIA

Segundo Rebelatto e Boltomé (1999), para haver suficiente clareza sobre o

que constitui o objeto de trabalho de um campo profissional e o que caracteriza a

ação dos profissionais desse campo em relação a esse objeto, é preciso examinar

com cuidado o próprio conceito que existe em relação a ele e as ações que os

profissionais apresentam em relação a ele. Examinar o próprio conceito do que seja

objeto de trabalho dos fisioterapeutas, explicitar as variáveis que se relacionam com

esse “objeto” e propor uma melhor definição do que seja esse objeto de trabalho são

tarefas fundamentais para avançar na direção do esclarecimento do que constitui e

caracteriza essa profissão.

Considerando que fisioterapia é uma profissão relativamente nova e que seu

acesso ainda é limitado a pequena parte da população, o conhecimento do que seja

sua atuação é restrito, principalmente a pessoas que já necessitaram alguma vez do

tratamento fisioterapêutico para si mesmo ou algum familiar (RIBEIRO, 2002;

REICHERT, 2006).

Nesta categoria é abordado o entendimento que os usuários têm sobre a

fisioterapia:

“[...] a fisioterapia pra mim é tudo, eu só agradeço a Deus e a..., porque

cheguei aqui no colo, em cadeira de rodas e hoje venho com as minhas

pernas [...]” P2

Segundo Viana et al. (2003), o fato de muitos pacientes, apesar de já terem

realizado tratamento fisioterapêutico, não serem capazes de definir a profissão ou

explicitar de forma específica a atuação do profissional pode estar ocorrendo em

conseqüência do distanciamento na relação terapeuta/paciente, em um momento

Page 42: MonografiaSuelenTomasini.docx

42

em que se discute na área da saúde que a opinião e a percepção do paciente em

relação a sua doença a ao tratamento são fatores importantes para a qualidade do

mesmo.

“[...] a fisioterapia é uma coisa muita boa, muitas pessoas chegam ruim,

como eu, e depois vemos a melhora, progridem muito [...]” P2

“[...] além de diminuir a dor, ela desenvolve os músculos [...]” P3

“[...] é para as pessoas que não tem os movimentos, alguma alteração no

corpo, ou que sentem muita dor [...]” P5

Podemos observar nas falas acima, que os entrevistados possuem um

conhecimento limitado sobre a fisioterapia, respondendo de forma sucinta a esta

pergunta.

Percebemos ainda que todos os colaboradores possuem uma visão

direcionada a fisioterapia curativa e não a preventiva.

O fisioterapeuta é um profissional habilitado a atuar na promoção de saúde,

tratando, reabilitando e prevenindo, individual ou coletivamente (VIANNA et al.,

2003).

A atuação profissional que se insere o fisioterapeuta preventivo, agindo em

programas de promoção de saúde e proteção específica, tendo como princípio

fundamental o conjunto de conhecimentos científicos relativos aos fatores que

possam causar infortúnios ao ser humano, bem como eliminá-los ou minimizá-los

(DELIBERATO, 2002).

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43

3.2.3 A PERCEPÇÃO DOS PACIENTES SOBRE A IMPORTÂNCIA DA

FISIOTERAPIA PARA O CONTROLE DO DM

A fisioterapia favorece a queima de glicose pelos músculos e a redução de

triglicérides e colesterol, normalizando ou adequando os níveis de glicose no

sangue, que aumenta a ação da insulina e dos hipoglicemiantes orais, reduzindo a

tolerância à glicose e também eleva os encaixes bioquímicos da insulina em

músculos, tecidos gorduroso e diversos órgãos, além de evitar a aterosclerose pelo

aumento do fluxo sanguíneo, principalmente dos membros inferiores, reduzindo o

risco de problemas cardiovasculares (DELIBERATO, 2002; RIBEIRO, OLIVEIRA,

MELLO, 2007).

A Fisioterapia atua com pacientes diabéticos na busca da manutenção e da

reabilitação das condições motoras, prevenindo e tratando todos os componentes do

movimento humano necessário à maior funcionalidade do indivíduo. Em vista disso,

a fisioterapia tem a finalidade de avaliar e intervir, preocupando-se com os diferentes

sistemas e subsistemas do organismo tegumentar, sensitivo, de coordenação, do

equilíbrio postural, que podem sofrer devido ao complexo comprometimento

decorrentes do diabetes, que modifica o metabolismo do indivíduo (LEMOS e

CHEQUI, 2008).

Quando questionados sobre como percebem a importância da fisioterapia no

diabetes, alguns pacientes relataram que notam os benefícios que a fisioterapia lhes

proporcionou no Diabetes Mellitus e sentem-se realizados e felizes:

“[...] a fisioterapia ajuda, diminui a diabetes e a pressão alta também, eu

faço exercícios, caminho, consegui baixa a diabetes por causa da fisio

e porque eu me cuido também [...]” P1

“[...] eu acho que ajuda, se ficar parada a tendência é piorar, por isso tem

que se movimentar bastante, eu faço com muita vontade e dedicação

[...]” P2

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A execução de um programa regular de exercícios, associada à

administração medicamentosa e uma dieta balanceada, mostra-se como um

complemento benéfico ao tratamento de vários tipos de diabetes. Os benefícios

trazidos pela fisioterapia ao paciente que se apresenta com diabetes têm-se

demonstrado benéfica, tanto no combate aos sintomas como na sua prevenção

(BASILE et al., 2008).

Um programa de exercícios bem direcionado, acompanhado de

avaliações médicas periódicas, auxiliam na manutenção da compensação do

paciente, enquanto diminui drasticamente os riscos inerentes do diabetes (BASILE

et al., 2008).

Em contrapartida, outros pacientes relataram que não vêem a relação da

fisioterapia e o controle da DM, nota-se que para eles a fisioterapia estabelece

relação com a mecânica corporal, que compreenderia a função do sistema

musculoesquelético:

“[...] não notei muita diferença na fisioterapia, faço pra dor no joelho, é mais

com aparelhos [...]” P3

“[...] olha, não sei, nunca ouvi falar que ajuda na diabetes, sei que é bom

pra coluna, não sei se esta ajudando, não estou com condições psicológicas

pra cuidar muito da alimentação também [...]” P4

“[...] acho que não tem muito haver, a diabetes tá no organismo, tem que

cuidar da alimentação, tomar os remédios, a fisioterapia é pra dor [...]” P5

Antunes (2008), afirma que é importante conduzir o diabético à

conscientizar-se da importância da fisioterapia: manter uma vida ativa para promover

a saúde; reconhecer e saber avaliar os efeitos das diferentes formas de atividades

físicas sobre a glicemia sangüínea de acordo com variáveis como horário, tipo de

exercício, volume, intensidade; saber realizar os ajustes alimentares e/ou

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medicamentosos para manutenção da homeostasia metabólica durante e após as

práticas físicas.

Outra participante ressaltou a importância da hidroterapia como coadjuvante

no controle da Diabetes Mellitus:

“[...] não notei muita diferença na fisioterapia, melhorei quando comecei a

fazer hidroterapia, na hidro eu relaxo, faço exercícios, alongamentos, me

ajuda bastante [...]” P3

Com um trabalho desenvolvido junto ao Departamento de Fisioterapia da

Universidade de Potiguar (R.N.) o pesquisador detectou, entre pacientes diabéticos

submetidos a hidroterapia, a melhora do controle glicêmico do perfil lipídico, bem

como sensação de bem-estar psicológico (FERNANDES, 2001).

Estudos realizados nos EUA mostram que os pacientes com diabetes do tipo

2, submetidos à hidroterapia 30 minutos por dia, seis dias por semana, tiveram o

nível de açúcar no sangue reduzidos em até 13%, podendo baixar a dose de insulina

em 18%, em média, apenas três semanas após o início das pesquisas (LEMOS e

CHEQUI, 2008).

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

Conforme Sandoval, Neves e Fachinello (2007), o DM é um distúrbio

metabólico crônico degenerativo de múltiplas etiologias associadas à falta ou

deficiência da ação do hormônio insulina, produzido pelo pâncreas a qual realiza o

transporte de glicose até as células, em que é usada como fonte de energia. Quando

a insulina se torna insuficiente para a realização desse processo, há uma elevação

dos níveis de glicose no sangue. O paciente pode viver muito bem ao seguir um

tratamento adequado com cuidados apropriados, pois, assim, manterá os valores

glicêmicos em níveis próximos ao normal, evitando o surgimento de complicações

em decorrência do mau funcionamento orgânico.

O fisioterapeuta possui conhecimento para avaliar funcionalmente os

indivíduos diabéticos, intervir e atuar de forma preventiva às úlceras, amputações,

alterações posturais, encurtamentos musculares e alterações de funcionalidade que

podem ocorrer. É importante não permitir que o diabético se torne inativo, pois as

atividades ajudam a enfrentar as dificuldades e limitações decorrentes e

características da doença (LEMOS e CHEQUI, 2008).

Com a análise das entrevistas foi possível identificar que a maioria dos

entrevistados possui um conhecimento limitado sobre o que é Diabetes Mellitus,

seus sinais, sintomas, complicações e tratamento. Apresentam também pouca

informação sobre a fisioterapia e como esta atua no controle da Diabetes Mellitus

tipo 2.

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Os pacientes deveriam receber e buscar maiores informações dos

profissionais da área da saúde sobre a sua patologia, podendo assim ter um controle

adequado da glicemia e/ou de suas complicações, apresentando uma melhor

qualidade de vida.

Neste estudo, pode-se observar que a maioria dos pacientes não

compreende a necessidade da fisioterapia, por isso, é de grande importância

fornecer maiores informações sobre a intervenção fisioterapêutica no DM2 para que

os portadores desta procurem um profissional da área.

Com base nos nossos achados, percebemos que a formação profissional do

fisioterapeuta parece estar mais associada a reabilitação do que a prevenção, e

considerando que o DM é uma patologia em que o cuidado e a prevenção de

patologias associadas parece ser fundamental para a qualidade de vida dos

indivíduos, sugere-se rever a formação destes profissionais, no sentido de melhor

orientar e auxiliar os pacientes portadores de doenças crônicas.

Sabe-se que existem poucos estudos que relacionam a intervenção

fisioterapêutica no controle do Diabetes Mellitus tipo 2 e suas possíveis

complicações. Deve-se ampliar esta área através de estudos e especializações

sobre o referido tema, visando um atendimento mais completo e benéfico ao

paciente e assim melhorando a qualidade de vida do portador de DM.

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