MOTRICIDADE: PROBLEMAS E INTERVENÇÃO

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MOTRICIDADE: PROBLEMAS E INTERVENÇÃO DOCENTE: PROFESSOR DOUTOR MARCO BATISTA DISCENTES: CRISTIANA MIRA RICARDO FERNANDES SÍLVIA CARDOSO Especialização em Educação Especial Domínio Cognitivo e Motor 2020/21

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MOTRICIDADE:

PROBLEMAS E INTERVENÇÃO

DOCENTE: PROFESSOR DOUTOR MARCO BATISTA

DISCENTES:

CRISTIANA MIRA

RICARDO FERNANDES

SÍLVIA CARDOSO

Especialização em Educação Especial – Domínio Cognitivo e Motor – 2020/21

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BATERIA PSICOMOTORA DE VÍTOR DA FONSECA (BPM)

Dispositivo diferente das escalas de desenvolvimento motor;

Instrumento de observação do perfil psicomotor e como dispositivo clínico

que pode ajudar à compreensão dos problemas de comportamento e de

aprendizagem, evidenciados pelas crianças e jovens dos 4 aos 12 anos;

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BATERIA PSICOMOTORA DE VÍTOR DA FONSECA (BPM)

PARA QUE SERVE?

❖Identificar sinais psicomotores – não é um exame neurológico porque não possui

informação pormenorizada para apurar um diagnóstico específico;

❖Observar e captar a personalidade psicomotora da criança e, ao mesmo tempo, o

grau de integridade dos sistemas funcionais complexos;

❖Analisar qualitativamente a disfunção psicomotora ou a integridade psicomotora,

que carateriza a aprendizagem da criança, tentando atingir uma compreensão

aproximada do modo como o cérebro trabalha e, simultaneamente, dos

mecanismos que constituem a base dos processos mentais da psicomotricidade.

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Fa

tore

s P

sic

om

oto

res

BP

M

Estrutura Espácio-Temporal

Lateralização

Noção de Corpo

Tomacidade

Praxia Global

Equilibração

Praxia Fina

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LATERALIZAÇÃO

❖“É o predomínio funcional de um lado

do corpo humano sobre o outro,

determinado pela supremacia que um

hemisfério cerebral exerce sobre o

outro”.

(Iriarte 1990, cit. Mendes 2001: 38)

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Lateralização

Terceiro factor psicomotor da BPM

Segunda Unidade Funcional de Luria

Compreende:- Receção;- Análise;

- Armazenamento.

Progressiva Especialização dos

Hemisférios

Integração Bilateral Postural do Corpo

Informação

Motricidade co-laboral

Integrações sensoriais complexas;

Aquisições motoras unilaterais

especializadas;Origem social e dinâmica;

Motricidade instrumental-psicomotricidade

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LATERALIZAÇÃO

❖Abrange uma consciencialização integrada da experiência sensorial e motora, um

mecanismo de orientação intracorporal (proprioceptiva) e extracorporal

(exteroreceptiva);

❖Traduz a capacidade de integração sensório-motora dos dois lados do corpo,

transformando-se num género de radar endopsíquico de relação e de orientação

com e no mundo exterior.

❖Em termos de motricidade retrata uma competência operacional, que preside a

todas as formas de orientação do indivíduo;

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LATERALIZAÇÃO❖A lateralidade corporal refere-se ao espaço interno

do indivíduo, capacitando-o a utilizar um lado do

corpo com maior desembaraço.

❖Quando a lateralidade não está bem definida é comum

ocorrerem problemas na orientação espacial,

dificuldade na discriminação e na diferenciação entre

os lados do corpo e incapacidade de seguir a direção

gráfica.

❖Não deve ser confundida com a noção de direita e

esquerda.

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Lateralização cerebral

Há uma tendência do ser humano

em utilizar preferencialmente mais

um lado do corpo do que o outro -

Assimetria funcional.

Características do lado dominante:

- Força

- Precisão

- Rapidez

- Tendência

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LATERALIZAÇÃO

❖Como função complexa, subentende diferentes níveis de

complexidade:

❖ Identificação das partes do corpo;

❖ identificação dupla homolateral (está ao lado do corpo);

❖ identificação dupla contralateral (está do lado oposto do

corpo);

❖ identificação das partes do corpo no outro;

❖ identificação de partes do corpo no outro e no próprio;

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Assimetria Cerebral

Preferência Manual

Fatores Biológicos

Integração vestibular e proprioceptiva necessária à

experiência tónica e postural

Integração Bilateral

Desintegração Bilateral

Controlo Postural e Controlo

Perceptivo-visual

Pobre evocação de reflexo postural

Produz funções como somatognosia e

estruturação espácio-temporal

Fraco controlo visual

Confusões espaciais e direcionais

Hesitações múltiplas

Equilibração estática e dinâmica indisponível

(pouco)

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1º SUB FATOR

OCULAR

PROCEDIMENTO:

Sugere-se à criança para olhar por

um tubo ou canudo, e depois

por um buraco feito no centro

de uma folha de papel. (Registo

do olho preferencial).

COTAÇÃO A ATRIBUIR: D / E

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2º SUB FATOR

AUDITIVA

PROCEDIMENTO:

Pede-se à criança para auscultar

um relógio de corda e

seguidamente simular o

atendimento do telefone/

telemóvel. (Registo do ouvido

preferencial).

COTAÇÃO A ATRIBUIR: D / E

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3º SUB FATOR

MANUAL

PROCEDIMENTO:

Solicita-se à criança para simular a

escrita no quadro e seguidamente

simular que está a cortar papel

com uma tesoura. (Registo de mão

preferencial).

COTAÇÃO A ATRIBUIR: D / E

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4º SUB FATOR

PEDAL

PROCEDIMENTO:

Sugere-se à criança que primeiro dê um

passo à gigante, partindo da posição

de pés paralelos e depois simule vestir

umas calças. (Registo do pé

preferencial, o primeiro pé do passo ou

do enfiamento)

COTAÇÃO A ATRIBUIR: D / E

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● Fatores Genéticos

● Treinabilidade

● Fatores Sociais

● Lateralização Inata

● Surge no fim do 1º ano

● Dois hemisférios com o mesmo potencial

funcionalmente no nascimento

○ cooperação ao longo da ontogénese

○ 1 especializa-se em conteúdos não

simbólicos

○ 2 especializa-se em conteúdos

simbólicos

● Lateralização

Adquirida

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Grelha de pontuação

O seguinte quadro apresenta

os fatores psicomotores da

lateralização, os seus

subfatores e a forma de

pontuação.

Lateralização

Ocular D E

Auditiva D E

Manual D E

Pedal D E

Inata D E

Adquirida D E

PONTUAÇÃO 4 3 2 1

Fonte: FONSECA, V. Manual de Observação Psicomotora. Significação Psiconeurológica dos Fatores Psicomotores. 1. ed. Editorial Notícias, 1992.

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Cotação a atribuir:

A cotação a atribuir tem como finalidade registar a consciência das preferências nas

tarefas observadas, servindo a lateralização inata ou adquirida para confirmar ou negar.

Nível Descritores

4 Se a criança realiza todas as tarefas espontaneamente, sem hesitações e com proficiência, podendo

obter-se um perfil DDDD no caso da criança de preferência direita, ou um perfil EEEE no caso da criança

de preferência esquerda; nenhuns sinais difusos ou bizarros devem ser perceptíveis; realização precisa,

económica e perfeita;

3 Se a criança realiza as tarefas com ligeiras hesitações e perturbações psicotónicas e com perfís

discrepantes entre os telerreceptores e os próprioefectores (ex: DDEE; EEDD; DEDE; etc.), sem, no

entanto revelar confusão; realização completa, adequada e controlada;

2 Se a criança realiza as tarefas com permanentes hesitações e perturbações psicotónicas com perfís

inconsistentes e na presença de sinais de ambidextria; presença de sinais difusos mal integrados

bilateralmente; incompatibilidade entre lateralidade inata e adquirida; lateralidade auditiva esquerda;

1 Se a criança não realiza as tarefas evocando ambidextria nítida, lateralidade mista mas integrada ou

lateralidade contrariada.

Fonte: FONSECA, V. Manual de Observação Psicomotora. Significação Psiconeurológica dos Fatores Psicomotores. 1. ed. Editorial Notícias, 1992.

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SIGNIFICAÇÃO PSICONEUROLÓGICA

⇨ O cérebro tem de organizar primeiro as sensações e os movimentos

antes de organizar os símbolos, por essa razão a integração bilateral

antecede a especialização hemisférica.

⇨ A lateralização está ligada à preferência manual do membro superior.

⇨ O hemisfério esquerdo controla o lado direito do corpo, enquanto o

hemisfério direito controla o lado esquerdo.

⇨ A lateralização promove a estabilidade do universo vivido, do qual

partem todas as relações essenciais do indivíduo e o seu envolvimento.

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SIGNIFICAÇÃO PSICONEUROLÓGICA

⇨ Uma boa lateralização é produto final de uma ótima maturação.

⇨ O cérebro está apto para processar informações quando é capaz de controlar a postura.

⇨ A lateralização atinge um papel crucial: ela submete o sistema postural a outras funções mais

diferenciadas, como as práxias e a aprendizagem.

⇨ A postura abre caminho à linguagem através da função de lateralização.

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Bibliografia:

FONSECA, V. (1992) Manual de Observação Psicomotora. Significação Psiconeurológica dos

Fatores Psicomotores. 1. ed. Editorial Notícias.

MENDES, M. (2001) Avaliação psicomotora em crianças com lesão cerebral: uma abordagem

fisioterapêutica. Dissertação de Mestrado em Educação, na àrea da Atividade Física Adaptada.

Faculdade da Educação. Universidade Estadual de Campinas.

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FIM!DISCENTES:

CRISTIANA MIRA

RICARDO FERNANDES

SÍLVIA CARDOSO