MULHERES DEPRIMIDAS: A RELAÇÃO ENTRE DEPRESSÃO E DEPENDÊNCIA DE ÁLCOOL EM MULHERES
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ALINE CELESTINO BAPTISTÃO
MULHERES DEPRIMIDAS:
A RELAÇÃO ENTRE DEPRESSÃO E
DEPENDÊNCIA DE ÁLCOOL EM MULHERES
Monografia apresentada à Unidade de
Pesquisa em Álcool e Drogas (UNIAD) –
Departamento de Psiquiatria da Universidade
Federal de São Paulo como requisito parcial à
conclusão do Curso de Especialização em
Dependência Química.
SÃO PAULO
2012
ALINE CELESTINO BAPTISTÃO
MULHERES DEPRIMIDAS:
A RELAÇÃO ENTRE DEPRESSÃO E
DEPENDÊNCIA DE ÁLCOOL EM MULHERES
Monografia apresentada à Unidade de
Pesquisa em Álcool e Drogas (UNIAD) –
Departamento de Psiquiatria da Universidade
Federal de São Paulo como requisito parcial à
conclusão do Curso de Especialização em
Dependência Química.
Orientador: Claudio Jerônimo da Silva
SÃO PAULO
2012
SUMÁRIO
Lista de Tabelas..................................................................................................iii
Lista de Ilustrações.............................................................................................iv
Resumo................................................................................................................v
1 – INTRODUÇÃO...............................................................................................1
1.1 – Síndrome de dependência de álcool em mulheres.....................................2
1.2 – Depressão...................................................................................................4
1.2.1 – Aspectos Gerais.......................................................................................4
1.2.2 – Características Clínicas...........................................................................6
1.2.3 – Classificação Diagnóstica........................................................................6
2 – MÉTODO.......................................................................................................9
2.1 – Base de Dados...........................................................................................9
2.2 – Seleção de estudos....................................................................................9
2.2.1 – Elegibilidade.............................................................................................9
2.3 – Artigos selecionados...................................................................................9
3 – RESULTADOS.............................................................................................11
4 – DISCUSSÃO................................................................................................15
5 – CONCLUSÃO..............................................................................................19
6 – REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS............................................................20
LISTA DE TABELAS
TABELA1: Relação de beber pesado episódico vs padrão de consumo de bebidas no
ano anterior ao estudo comparado a gênero dos participantes.
TABELA 2: Relação de quantidade de doses, frequência e beber de risco comparado
ao gênero dos participantes.
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
GRÁFICO 1: Associação entre beber pesado episódico e co-morbidades psiquiátricas
RESUMO
Embora haja poucos estudos na área, constatou-se nos últimos anos o
constante e significativo aumento do abuso e dependência de substâncias
alcoólicas entre a população feminina. O problema se agrava quando além da
dependência a mulher passa a desenvolver outros problemas associados como
a presença de sintomas depressivos. Objetivos: Analisar a relação entre
depressão e abuso e ou dependência de álcool em mulheres e os fatores
associados. Método: Foi realizada uma revisão de literatura médica e
psicológica referente à relação entre depressão e dependência de álcool em
mulheres durante os meses de janeiro de 2009 a maio de 2012. Resultados: A
incidência de mulheres que fazem abuso ou dependência de álcool está
aumentando consideravelmente durante os últimos anos. Pesquisadores
apontam que esse aumento tende a se equiparar com o índice masculino em
poucos anos. Muitos fatores como idade, influência de familiares, condições
financeiras e presença de transtornos psiquiátricos contribuem para esse
aumento. Depressão é o quadro mais frequente nessas mulheres e está
associado a muitos fatores também como idade, condições financeiras,
violência doméstica entre outros. Alguns autores apontam também para a
importância do desempenho dos papéis sociais, os quais contribuem para a
condição de fragilização da mulher e, consequentemente, para o surgimento de
sintomas depressivos. Conclusão: Mesmo havendo poucos estudos, é
possível verificar a forte relação entre depressão e dependência de álcool em
mulheres. Fatores biológicos, psicológicos e sociais estão diretamente
relacionados a presença de sintomas depressivos e abuso de álcool. Mais
pesquisas sobre o assunto serão de fundamental importância para auxiliar
profissionais da saúde na identificação dos sintomas, construção de técnicas e
intervenções específicas e facilitação ao acesso à assistência a saúde.
Palavras-chaves: Dependência de Álcool; Abuso de Álcool; Mulher;
Depressão.
1 – INTRODUÇÃO
O aumento do consumo de álcool entre mulheres é um importante
desafio aos profissionais da área da saúde. A falta de pesquisas direcionadas
ao abuso de álcool nessa população impede a construção de métodos e
intervenções específicas, além da implantação de serviços especializados.
A dificuldade de mapear os fatores associados ao beber excessivo se dá
não só pela falta de pesquisas na área, mas também pela inacessibilidade da
mulher ao tratamento, já que a maioria das mulheres tende a minimizar o
problema devido ao preconceito imposto pela sociedade e vergonha de se
admitir fragilizada.
Com o aumento do número de mulheres que abusam de álcool, nota-se
também o surgimento de sintomas depressivos relatados por essas. Desse
modo, além dos prejuízos clínicos causados pelo álcool, a mulher também está
mais suscetível a sofrer devido aos sintomas da depressão.
De acordo com diversos estudos, as mulheres tendem a desenvolver
mais sintomas depressivos se comparadas aos homens. Para Edwards e
Marshall (2005), “a depressão é mais comum em mulheres que bebem e em
bebedores-problema com certos traços” como histórico familiar de abuso de
álcool, início precoce do beber pesado episódico, ou histórico de ansiedade,
uso de drogas, entre outros.
Sendo assim, o presente estudo tem por objetivo avaliar essa relação
entre álcool e depressão em mulheres, bem como analisar os possíveis fatores
desencadeantes. Em análise a pesquisas realizadas em janeiro de 2009 a maio
de 2012, identificou-se diversos fatores que podem estar diretamente ligados à
dependência e sintomas depressivos em mulheres.
Conhecer a dependência de álcool em mulheres e seus problemas
associados contribui para a elaboração de terapêuticas capazes de trabalhar
demandas especificas, assim como diminuir a incidência de abuso e facilitar o
acesso da mulher ao tratamento.
1.1 – Síndrome de Dependência de álcool em mulheres
Sabe-se que o uso abusivo de álcool é e sempre foi mais frequente entre
os homens. Em diversas culturas as mulheres consomem a substância,
geralmente, em dose e frequência menores que os homens. (EDWARDS e
MARSHALL, 2005).
Muitos estudos se propuseram a comparar o consumo de álcool ao
gênero dos participantes e constataram uma significativa diferença de padrão
de uso e quantidade. Um importante levantamento sobre esse comparativo foi
demonstrado pelo I Levantamento Domiciliar sobre o Uso de Drogas
Psicotrópicas no Brasil realizado pelo CEBRID em 2001, o qual constatou
haver cerca de 5,7% de mulheres que possuem dependência de álcool se
comparados com 17,1% dos homens. Segundo a pesquisa, essa diferença
tende a se nivelar no futuro. (BORDIN, FIGLIE E LARANJEIRAS, 2004).
Edwards e Marshall (2005), pontuaram que os fatores sociais e culturais
ainda exercem grande influência quanto ao padrão do beber e a quantidade
ingerida. Em geral as mulheres consomem quantidades menores se
comparadas aos homens, entretanto, são mais expostas a julgamentos
preconceituosos, sendo questionadas de seus papéis de mãe, esposa, e sendo
dadas à promiscuidade sexual. (EDWARDS e MARSHALL, 2005). Tais
exposições tendem a dificultar a procura por tratamento:
as mulheres tendem a não ver a bebida como seu principal problema, apresentando-se nos serviços de saúde com queixas sobre problemas de saúde e psicossociais correlacionados, tais como depressão. (p. 158)
Outras questões que também interferem diretamente na procura pelo
tratamento podem estar relacionadas às necessidades básicas como moradia,
alimentação, creches para os filhos e até mesmo medo de perder a guarda dos
filhos devido aos problemas gerados pela dependência.
Essas questões também podem estar ligadas aos problemas do
consumo excessivo de álcool. Edwards e Marshall (2005), inferem que a
dependência ou abuso de álcool estão de alguma forma relacionados a fatores
biológicos, psicológicos e sociais, sendo esses muito importantes na
construção do projeto terapêutico.
Questões como baixa autoestima, desemprego e problemas no
relacionamento são encontrados com frequência nos relatos de mulheres que
fazem abuso de bebidas. Outros importantes fatores como influência do beber
por parte do parceiro, situações como abuso sexual na infância e violência nos
relacionamentos também são de grande significância. O uso de outras
substâncias psicoativas também é relevante para a instalação do
comportamento de beber.
Fatores como idade e fases da vida também podem apresentar riscos
para o beber excessivo. Estudos recentes apontam que o índice de mulheres
consumidoras de álcool e a precocidade do consumo vêm aumentando
consideravelmente. O V Levantamento Sobre Drogas Psicotrópicas Entre
Estudantes do Ensino Fundamental e Médio da Rede Publica de Ensino nas 27
Capitais Brasileiras (CARLINI, FONSECA, NOTO e GALDURÓZ, 2004),
constatou que a idade média do primeiro uso de álcool na vida é de 12,5 anos.
Conforme Edwards e Marshall (2005), o abuso de álcool entre mulheres
abaixo de 25 anos está associado à independência financeira, influência do
grupo, maior tolerância para com o beber e maiores oportunidades para o
beber. O comportamento de beber também pode ser alterado em mulheres
entre 20 e 40 anos, sendo a infertilidade, término do casamento e doenças
físicas possíveis fatores. Entre os 40 e 60 anos, os padrões do beber são
influenciados por desemprego, saída dos filhos de casa e privações. Já na
terceira idade, problemas como depressão, solidão e viuvez aumentam o risco
de desenvolver complicações relacionadas ao consumo abusivo de álcool.
Os autores também relacionam o processo de metabolização do
álcool aos prejuízos físicos associados ao consumo. Embora na maioria das
vezes o consumo tenha início tardio, as complicações físicas costumam surgir
precocemente: “doenças hepáticas, cardiomiopatia, miopatia e lesão cerebral”
(EDWARDS e MARSHALL, 2005). Câncer de mama, infertilidade, diminuição
da libido, menopausa precoce e problemas ginecológicos também são alguns
dos problemas relacionados ao consumo abusivo de álcool.
As co-morbidades psiquiátricas são apresentadas tanto em homens e
mulheres que fazem abuso de álcool, no entanto, segundo Wolle e Zilberman
(2011, apud Diehl et al., 2011), as mulheres são as que mais desenvolvem
transtornos psiquiátricos se comparados aos homens. Segundo as mesmas,
“tanto meninas como mulheres são mais propensas a ter transtornos
psiquiátricos primários com dependência de substâncias secundárias” (p. 377).
Para Edwards e Marshall, (2005) transtornos de ansiedade, transtorno
alimentar e transtorno de personalidade borderline são observados em maiores
índices em mulheres. O risco de suicídio se comparado a mulheres sem
problemas com o álcool também é significativo nessa população. Tal incidência
pode ser relacionada aos comportamentos impulsivos, os quais por sua vez,
são muito comuns em pacientes com quadros de depressão.
O Transtorno Depressivo é a co-morbidade mais frequente em casos de
mulheres que desenvolvem a dependência ao álcool; muitas vezes o transtorno
é diagnosticado anteriormente a Síndrome de Dependência. Contudo, apontam
Cordeiro e Diehl (2011), para um diagnóstico preciso, o profissional deve estar
ciente de que o álcool produz sintomatologia semelhante à da depressão e,
desse modo, deve ser realizado após período mínimo de abstinência.
1.2-Depressão
1.2.1 – Aspectos Gerais
Atualmente, a Depressão é uma das doenças que mais cresce entre a
população geral. Estima-se que nas próximas décadas os índices de pessoas
portadoras de transtornos depressivos seja suficiente para alterar as condições
e necessidades da saúde pública mundial. (BAHLS, 2005)
O termo depressão, segundo Del Porto (1999), é comumente utilizado
para identificar um estado afetivo normal (tristeza) ou um sintoma, uma
síndrome ou uma doença. Os sentimentos de tristeza podem ser considerados
uma resposta a situações de perda, derrota, etc. Em casos de luto, é comum
observarmos sentimentos de profunda tristeza, angustia e muitas vezes culpa
focal. Em situações de luto normal, o indivíduo pode apresentar tais
comportamentos até por um ou dois anos “devendo ser diferenciadas dos
quadros depressivos propriamente ditos.” (DEL PORTO, 1999).
Os sintomas depressivos podem aparecer em diferentes quadros
clínicos como transtorno de estresse pós-traumático, esquizofrenia, alcoolismo,
doenças clínicas, etc.; também podem surgir como respostas a eventos e
situações estressantes. Já nas síndromes, a depressão inclui não só alterações
do humor como tristeza e irritabilidade, por exemplo, mas como também
alterações cognitivas, psicomotoras e vegetativas. (DEL PORTO, 1999)
Com relação à idade média para o surgimento da depressão, considera-
se ser por volta dos 25 anos, mas já há estudos que apontam para a
precocidade do surgimento da depressão. De acordo com Bahls (2005),
inúmeras pesquisas demonstram que as mulheres apresentam mais episódios
depressivos se comparadas aos homens. Essa diferenciação no gênero pode
estar relacionada não só aos fatores socioculturais e psicológicos, mas também
genéticos: é possível haver “participação da etiologia da doença no
cromossomo X e dos hormônios gonadais” (Kaplan, Sadock & Grebb, 1994,
apud Bahls, 2005).
Estima-se que cerca de 50 a 60% dos casos de depressão não são
detectados pelo médico clinico, como consequência, esses pacientes recebem
o diagnóstico tardiamente, quando a doença já está em nível considerado de
evolução (FLECK, LAFER, et. al, 2009). Isso explica o alto índice de suicídio e
ideação suicida em pacientes com diagnóstico depressivo. Em situações de
risco elevado, sugere-se internação hospitalar para preservar a integridade
física e psicológica do paciente. Em casos de uso de substâncias psicoativas e
outras co-morbidades psiquiátricas associadas, o risco tende a elevar (FLECK,
LAFER, et. al, 2009).
O tratamento quando diagnosticado precocemente é considerado eficaz,
no entanto, não se pode inferir que não há tratamento adequado ou assertivo
quando na gravidade da doença. Atualmente há muitos instrumentos capazes
de atuar diretamente nos sintomas depressivos e minimizar o desconforto
causado pela doença: os antidepressivos, as técnicas como
eletroconvulsoterapia (ECT) e psicoterapias.
1.2.2 – Características Clínicas:
A depressão enquanto doença é classificada de várias formas:
transtorno depressivo maior, melancolia, distimia, depressão integrante do
transtorno bipolar tipos I e II, ciclotimia, etc. (DEL PORTO, 1999).
As principais características clínicas a serem observadas nos estados
depressivos são, além de sentimento de tristeza e vazio, os sintomas
psíquicos, fisiológicos e comportamentais:
Sintomas Psíquicos: humor depressivo como sentimento de culpa e
autodesvalorização; redução da capacidade de experimentar prazer na maior
parte das atividades antes consideradas como agradáveis; fadiga ou sensação
de perda de energia; diminuição da capacidade de pensar, de se concentrar ou
de tomar decisões;
Sintomas Fisiológicos: alterações do sono e do apetite; redução do
interesse sexual;
Sintomas Comportamentais: retraimento social; crises de choro;
comportamentos suicidas; retardo psicomotor e lentificação generalizada, ou
agitação psicomotora.
1.2.3 – Classificação Diagnóstica
Segundo a DSM IV (Manual Diagnóstico Estatístico de Transtornos
Mentais - 4º edição), para a realização do diagnóstico clínico referente a
alterações do humor o indivíduo deve, dentre outras características, apresentar
sofrimento clinicamente significativo, limitações no funcionamento ocupacional
ou prejuízos em outras áreas importantes. (BAHLS, 2005)
Os Transtornos de Humor, conforme classificado pelo DSM IV (2002),
estão divididos em dois tipos de transtornos: Transtornos Depressivos e
Transtornos Bipolares.
Os principais Transtornos Depressivos (“depressão unipolar”) são a
Depressão Maior e a Distimia.
Transtorno Depressivo Maior: caracterizado por um ou mais episódios
depressivos maiores, o que pode significar duas semanas de humor deprimido
ou perda de interesse; deve estar acompanhado de pelo menos quatro
sintomas adicionais:
Humor deprimido ou instável
Insônia ou hipersônia
Perda ou ganho acentuado de peso
Agitação ou retardo psicomotor e capacidade diminuída
Fadiga ou perda de energia
Prejuízo na capacidade de concentração e pensamento.
Sentimento acentuado de culpa ou inutilidade
Recorrentes pensamentos de morte, ideação ou tentativa suicida.
Transtorno Distímico: é caracterizado por pelo menos dois anos,
aproximadamente, de humor deprimido acompanhado de sintomas depressivos
que não satisfazem os critérios para um episódio depressivo maior.
Quanto aos Transtornos Bipolares estão divididos em: transtorno bipolar
I, transtorno bipolar II e ciclotimia.
Transtornos Bipolares I: o indivíduo apresenta um ou mais episódios
maníacos (humor anormal, irritável, expansivo ou elevado por pelo menos uma
semana acompanhado de no mínimo três sintomas adicionais: sensação
elevada de autoestima ou grandiosidade, fuga de ideias, insônia ou sono
reduzido, agitação psicomotora e envolvimento em atividades prazerosas com
alto potencial para consequências dolorosas) ou mistos (período de no mínimo
uma semana no qual será apresentado rápida alternância de humor
contemplando critérios tanto para episódios maníacos quanto depressivo
maior) acompanhados de sintomas depressivos maiores.
Transtornos Bipolares II: são caracterizados por um ou mais episódios
depressivos maiores acompanhados de pelo menos um episódio hipomaníaco
(período de, no mínimo, quatro dias de humor anormal e elevado, expansivo ou
irritável, acompanhados de três sintomas iguais ao do episódio maníaco).
Transtorno Ciclotímico: é caracterizado por pelo menos dois anos com
episódios maníacos e extenso período de sintoma depressivo que não satisfaz
critério para depressão maior. (BAHLS, 2005)
Para a CID-10 (2008), Classificação Internacional das Doenças, da
Organização Mundial da Saúde, décima revisão, os transtornos do humor são
classificados em:
F30 - Episódio maníaco (quando episódio único de mania).
F31 - Transtorno afetivo bipolar. (pode ser classificado de acordo
com o tipo do episódio atual - hipomaníaco, maníaco ou depressivo).
F31.6 - Episódios mistos
F32 - Episódio depressivo (quando episódio depressivo único)
F33 - Transtorno depressivo recorrente (com as mesmas subdivisões
descritas para o episódio depressivo).
F34 - Transtornos persistentes do humor:
F34.0 – Ciclotimia
F34.1 - Distimia
2 – MÉTODO
2.1 - Base de dados
Trata-se de revisão da literatura médica e psicológica referente ao tema
depressão e dependência química em mulheres, contemplando o período de
janeiro de 2009 a março de 2012, incluindo artigos de língua portuguesa e
inglesa.
A busca de referências relevantes se fez através da exploração de
bancos de dados das seguintes bases – PUBMED, LILACS e SciELO.
Foram encontrados 474 artigos no Banco de dados PUBMED, sendo
utilizados os descritores: depression AND alcohol AND woman, nessas
combinações.
No banco de dados Bireme foram encontrados 23 artigos com os
descritores: depression AND alcohol AND woman.
Outras buscas também foram realizadas utilizando a Journal of Studies
on Alcohol and Drugs, sendo encontrados 135 artigos.
A seleção de artigos baseou-se na busca de pesquisas sobre
dependência de álcool em mulheres e/ou abuso de álcool em mulheres e
depressão em mulheres dependentes de álcool. Os idiomas foram limitados em
português e inglês.
2.2- Seleção dos estudos
2.2.1. Elegibilidade
Os critérios de inclusão foram:
(1) Estudos populacionais ou epidemiológicos de classificação descritiva e
analítica.
(2) Estudos de mulheres dependentes de álcool que apresentaram algum
sintoma depressivo durante a vida.
(3) Estudos que continham comparação com grupos de homens ou com
população geral que também apresentou uso abusivo ou dependência
de álcool.
Os critérios de exclusão foram:
(1) Estudos que avaliam apenas os transtornos de humor ou sintomas
depressivos em mulheres, não avaliando a relação com dependência de
álcool.
(2) Estudos que avaliam dependência de álcool e relação com outras
doenças fisiológicas ou psiquiátricas que não depressão.
(3) Estudos com população adolescente ou de mulheres grávidas, pois
sabe-se que há muitos outros fatores que podem enviesar a análise dos
dados.
2.3 - Artigos selecionados
Dos 632 artigos encontrados durante esta pesquisa, foram selecionados
28 artigos que tiveram potencial de inclusão, no entanto, 08 foram incluídos
devido critérios de seleção conforme apontados anteriormente.
3 - RESULTADOS
O padrão de consumo de álcool entre homens e mulheres se difere tanto
na quantidade como na frequência do beber. Em estudo para examinar os
padrões de consumo de álcool entre homens e mulheres com diagnósticos de
depressão, Satre, Chi e Eisendrath (2011) avaliaram a frequência do beber
pesado episódico recente aos fatores motivacionais para reduzir o consumo de
álcool.
TABELA1: Relação de beber pesado episódico vs padrão de consumo de
bebidas no ano anterior ao estudo comparado a gênero dos participantes.
Conforme demonstrado na Tabela 1: Relação de beber pesado
episódico vs padrão de consumo de bebida no ano anterior ao estudo
comparado ao gênero dos participantes, Satre, Chi e Eisendrath (2011),
verificaram que dos 1545 pacientes entrevistados, 47,5% dos participantes do
sexo masculino apresentaram prevalência de beber pesado episódico no ano
anterior vs 32,5% do sexo feminino e padrão de 2,5 bebidas para homens vs
1,9 bebidas para mulheres.
TABELA 2: Relação de quantidade de doses, frequência e beber de risco
comparado ao gênero dos participantes.
Gênero Doses por ocasião Pelo menos 1 vez
por semana Beber de risco
Homens 28,5% - mais de 8 doses 18% 25%
Mulheres 15% - mais de 6 doses 6,8% 12%
De acordo com a TABELA 2: Relação de quantidade de doses,
frequência e beber de risco comparados ao gênero dos participantes, Gilchrist,
et. al. (2010) verificaram que 15% das mulheres da amostra relataram beber
Gênero Beber pesado
episódico Padrão de consumo de
bebidas
Homens 47,5% 2,5
Mulheres 32,5% 1,9
cerca de seis drinques em uma única ocasião (pelo menos mensalmente) vs
28,5% dos homens que bebem cerca de oito drinques. Destes, 6,8% do sexo
feminino relataram beber pelo menos uma vez por semana, sendo 18% do
sexo masculino. Como consumidores de risco, a amostra pontuou 25% do sexo
masculino e 12% do sexo feminino.
Boo-D (et. al, 2011), em amostra com 374 mulheres avaliou que a média
de idade das participantes ao desenvolver problemas relacionados ao consumo
de álcool é de 34 anos, diferentemente da média encontrada em pesquisa
realizada por Gjestad et al (2011), em amostra de 120 mulheres – 44 anos
aproximadamente.
Em outro estudo, Bobo e Greek (2011), constataram que mulheres
acima de 50 anos aumentaram de 0,9% para 9,2% o consumo excessivo de
álcool durante 10 anos.
A dependência de álcool também pode estar relacionada à influência de
parentes que também possuem a doença ou fazem abuso de álcool. Hill,
Tessner e McDermott (2011), constataram que em famílias que possuem
dependentes de álcool, a probabilidade de mulheres desenvolverem a doença
ou problemas relacionados ao abuso de álcool é significativa - [OR] = 3,6.
Destas, constatou-se risco aumentado para doenças como TDAH1, Depressão
Maior e Transtornos de Ansiedade.
Fatores como presença e níveis de depressão relacionados ao consumo
de álcool também são importantes avaliações nesses estudos. Satre, Chi e
Eisendrath (2011) relataram que em amostra de estudo com pacientes do sexo
masculino e feminino com idades entre 18 e 91 anos, 76,6% apresentaram
pontuação acima de 10 na BDI-II2, sugerindo possível diagnóstico depressivo.
GRAFICO 1: Associação entre beber pesado episódico e co-morbidades psiquiátricas
1 Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade
2 Escala de Beck Depression Inventory-II
Conforme o GRAFICO 1: Associação entre beber pesado episódico e
co-morbidades psiquiátricas, ao compararem os níveis de beber pesado
episódico no ano anterior e transtornos psiquiátricos, Satre, Chi e Eisendrath
(2011), constataram que 30,9% dos participantes apresentaram transtorno
depressivo maior, 30,3% transtorno bipolar, 39,1% transtorno de ansiedade,
33,7 transtorno depressivo sem outra especificação, 39,1%, transtorno de
humor não especificado de outra forma, 45,0% transtorno de ajustamento,
35,7% esquizofrenia e 32,4% outros diagnósticos.
Os pacientes diagnosticados com depressão grave (pontuação acima de
29 na BDI-II) tiveram índices menores de frequência do beber (4,5 dias por
mês) se comparados aos pacientes com depressão moderada (pontuação
menor que 29 na BDI-II) (6,7 dias por mês).
Bazargan-Hejazi, Ani, et al, (2010), em estudo comparativo entre
homens e mulheres, constataram que o estresse, o nível de escolaridade e os
problemas causados pelo abuso de álcool estão correlacionados com o
desenvolvimento de depressão maior em homens, já nas mulheres, a idade é
um importante fator desencadeador. Para os autores, a probabilidade das
mulheres dependentes de álcool ou bebedores de risco desenvolver quadro
depressivo é de 36% com o passar de 10 anos.
Em outro estudo referente à análise dos resultados de estudos com
mulheres em tratamento para dependência de álcool, constatou-se que o nível
0,00
5,00
10,00
15,00
20,00
25,00
30,00
35,00
40,00
45,00
Transtornosdepressivos
TranstornosBipolar
TranstornosAnsiedade
TranstornosDepressivossem outra
especificacao
TranstornosHumor não
especificadode outra
forma
TranstornosAjustamento
Esquizofrenia OutrosDiagnosticos
Série1 30,90 30,30 39,10 33,70 39,10 45,00 35,70 32,40
de depressão prevê mudanças no consumo de álcool, ou melhor, o consumo
de álcool pode estar relacionado às alterações dos níveis de depressão.
(GJESTAD, et. al, 2011)
Esses estudos reforçam a hipótese dos índices de sintomas depressivos
diagnosticados em mulheres serem significativamente maiores do que em
homens. Segundo Gilchrist, et. al (2010), cerca de 25,1% das mulheres de uma
amostra de 7667 pacientes apresentam sintomas de depressão vs 21,5% dos
homens.
Em outro estudo referente às características diferencias de depressão
em mulheres, constatou-se que essas apresentaram mais tentativas de suicídio
que os homens, entretanto, tais tentativas são menos letais e com menos
intencionalidade. Arnau (2010), também verificou que as mulheres apresentam
melhor prognóstico mesmo apresentando transtornos psiquiátricos se
comparados aos homens. No entanto, quando portadoras de dependência
grave de álcool, o prognóstico é igualmente desfavorável.
Outros fatores de significativa importância também estão diretamente
ligados à presença de sintomas depressivos e abuso ou dependência de
álcool. Gilchrist, et. al (2010), em estudo com 789 pacientes do sexo feminino e
masculino, identificaram importante associação entre violência por parceiro
íntimo, beber perigoso e depressão. Constataram na amostra que dos 23% dos
pacientes que pontuaram alto nível na Escala CES-D (Epidemiological Studies
Depression), 21,5% eram do sexo masculino e 25,1% do sexo feminino.
Por fim, em análise ao medo do parceiro intimo 20,8% das mulheres
nunca tiveram medo do parceiro íntimo, em contraste com 7,6% dos homes.
Em contrapartida, tanto homens como mulheres que apresentaram beber
perigoso e medo de um parceiro tiveram alto escore em sintomas depressivos
se comparados com aos que nunca tiveram medo ou que não eram
consumidores de risco.
4 - DISCUSSÃO
Após analise dos dados pôde-se constatar que, embora a seleção de
artigos teve abrangência de apenas 3 anos de pesquisa, é possível notar a
significativa carência de estudos relacionadas à dependência de álcool e
depressão na população feminina. A maioria das pesquisas analisam os
abusos e a dependência de álcool, assim como seus problemas associados,
em pacientes do sexo masculino. Elbreder, Laranjeiras, et. al (2008.),
confirmam que o índice de dependência de álcool em homens é
consideravelmente alto se comparado com mulheres, além dos serviços de
saúde pública serem voltados para essa específica população.
Outros autores também criticam os serviços especializados no
tratamento de mulheres dependentes apontando para a falta de especialização
dos profissionais da saúde e a escassez de técnicas e intervenções especificas
para o público feminino. Esses fatores tendem a adiar a procura da mulher pelo
serviço e, com essa demora, possivelmente seu quadro de saúde piore, como
consequência, suas relações e vida cotidiana podem ser gravemente afetadas.
(BORDIN, FIGLIE E LARANJEIRAS, 2004).
Na maioria dos estudos as mulheres que apresentam problemas
relacionados ao consumo de álcool possuem em média 34 e 44 anos. Bobo e
Greek (2011), constataram que quanto maior a idade maior o consumo de
álcool apresentado em longo período de tempo.
Tais constatações evidenciam que nessa faixa etária a mulher está
vivendo conflitos como término do casamento, desemprego, infertilidade e
doenças físicas, o que exercem forte influencia no beber. (EDWARDS e
MARSHALL, 2005). Outro fator também muito importante é que as mulheres
apresentam maior facilidade para se tornarem “bebedores problemas” se
comparadas aos homens, além de desenvolver mais rapidamente problemas
relacionados ao álcool. (BOBO e GREEK, 2011).
Em contrapartida, Satre, Chi e Eisendrath (2011), afirmaram que quanto
maior a idade do indivíduo maior a compreensão dos problemas causados pelo
consumo de álcool e maior a motivação para interrupção ou diminuição do uso.
Molander, Yonker e Krhn (2010), também afirmam que alguns fatores em
indivíduos mais velhos possuem forte influência no padrão de beber, mas não
na quantidade de consumo. Isso indica que trabalhar questões como renda,
problemas relacionados ao álcool e história de vida, sintomas depressivos,
dívidas e emprego podem influenciar na compreensão de eventos e situações
desagradáveis provocados pela doença e, consequentemente, maior
conscientização do problema.
Nazareth, et. al (2011), entendem ser de fundamental importância que
profissionais da saúde estejam preparados para detectar precocemente o
comportamento de beber pesado episódico para impedir o desenvolvimento da
síndrome de dependência, pois num prazo de 6 meses as chances de
mulheres, assim como homens, evoluírem de beber pesado episódico para
consumidores de risco são significativas.
Ainda com relação ao beber pesado episódico ou binge3, Palijarvi et al,
(2009), afirmam haver forte associação à presença de sintomas depressivos. É
possível que em poucas ocasiões de binge o indivíduo possa desencadear um
quadro depressivo, independentemente da média de consumo. Tal constatação
se faz importante na divulgação entre adolescentes e jovens que possuem o
hábito de consumir muitas doses de álcool num único evento.
Referente aos quadros depressivos, muitos autores constataram alta
incidência desses sintomas em mulheres do que em homens. Kaplan, Sadock
& Grebb4 (1994), acreditam que uma alteração no cromossomo X seja
responsável por esse resultado. Já Rabasquinho e Pereira, 2007, apontam
para influências sociais e psicológicas relacionadas ao gênero e levantam
hipóteses para a questão:
parece que a sociedade apresenta uma maior tolerância para mulheres depressivas e homens alcoólicos do que o inverso. A utilização de substâncias e os comportamentos antissociais são formas mais aceitáveis para os homens expressarem as suas dificuldades, evitando a expressão pela doença, pois que esta é interpretada por este género como um sinal de fraqueza. (p.439)
Os autores ainda discutem que questões como menores oportunidades
de trabalho, maiores responsabilidades sobre a educação dos filhos e menor
3 Binge: Traduzido como “bebedeira” ou “farra”, significa padrão de beber de 5 (para homens) a 4 (para
mulheres) doses por ocasião. (Diehl, Cordeiro e Laranjeira, 2011, apud, Diehl, 2011) 4 apud Bahls, 2005
poder no casamento interferem no desempenho dos papéis sociais e reforçam
a fragilização da mulher, justificando a possibilidade para ela desencadear
sintomas de infelicidade e angústia. (RABASQUINHO E PEREIRA, 2007).
Bazargan-Hejazi, Ani, et. al, (2010), afirmam haver outros fatores
desencadeantes de sintomas depressivos entre mulheres dependentes de
álcool como, por exemplo, a importância atribuída ao passar dos anos. A
própria sociedade reforça tal importância além de desqualificar o
profissionalismo de mulheres mais velhas e atribuir forte relevância com
relação à estética feminina.
A baixa condição financeira é outro importante fator de risco para o
desenvolvimento de problemas de saúde mental, tais como depressão e
transtornos ansiosos, uma vez que estão mais propensos a situações de vida
estressantes e limitações de recursos sociais e econômicos. (ELBREDER,
LARANJEIRAS, et. al, 2008)
A relação entre níveis de gravidade de depressão e dependência foi
constatada por Satre, Chi e Eisendrath (2011), os quais indicaram que
pacientes com depressão grave fazem menor consumo de álcool se
comparados a pacientes com depressão moderada. Eu, Walker, et. al (2011)
ressaltaram que essa diferenciação pode estar relacionada ao impedimento
físico e psicológico desencadeado pela doença; quanto mais grave, menor são
os índices de resposta do individuo.
A importância de familiares dependentes de álcool também foi avaliada
por Hill, Tessner e McDermott (2011), os quais indicaram incidência de
mulheres consumidoras de álcool devido à influência de seus entes. “Multiplex
familial risk for alcohol dependence is a significant predictor of substance use
disorders by young adulthood”.
Violência doméstica está, para Gilchrist, et. al, (2010), associada ao
beber de risco e aparecimento de sintomas depressivos. Detectar esses fatores
pode ser uma importante ferramenta para o desenvolvimento de estratégias
terapêuticas. Conforme relatam os autores, “IPV (intimate partner violence) and
hazardous drinking are serious problems in themselves and are also known to
complicate the detection and management of depression in primary care.”
Fatores como vizinhança também exercem forte influência em questões
como dependência de álcool e depressão. Residir em vizinhança instável em
que os moradores com frequência mudam de endereço contribui
significativamente para o desenvolvimento destas complicações mesmo o
individuo possuindo apoio social, índices de estresse familiar e psicopatologia
familiar controlados. Tais influências afetam não só as mulheres pesquisadas,
mas como também a população adolescente da região. (BUU, WANG et al,
2011)
Os autores apontam também que as mulheres são mais vulneráveis
frente a eventos estressantes: “Women are especially vulnerable to the effects
of family stressors or negative interpersonal life events because they have a
higher tendency to relate their happiness and self-worth to interpersonal
relationships.” (2011, apud Hammen, 2003)
Muitas mulheres referem fazer abuso de álcool em resposta as emoções
desagradáveis e eventos conflituosos, sendo essas associações mediadas
principalmente pelos sintomas da depressão. (LAU-BARRACO, et. al, 2009).
Outros autores como Pengpid, et. al (2011), constataram que a presença de
sintomas como angústia está diretamente associada ao aumento do risco para
o abuso de álcool. Intervenções voltadas para redução do sofrimento psíquico
e proporcionar melhores respostas para enfrentamento são de vital importância
para o tratamento de dependência química em mulheres.
5 - CONCLUSÃO
A dificuldade em mapear a relação de dependência de álcool em
mulheres e depressão se dá devido à carência de pesquisas, já que o índice de
dependência de álcool em homens é consideravelmente alto se comparado
com mulheres. Essa carência influencia diretamente nos serviços
especializados os quais, em sua maioria, não estão devidamente preparados
para trabalhar a dependência feminina, além da falta de especialização de
profissionais da área da saúde.
Outra importante constatação é de que cada vez mais as mulheres estão
fazendo uso abusivo de álcool e apresentando sérios problemas relacionados
ao consumo. Além desse fato, observa-se que é alta a incidência de quadros
depressivos entre mulheres dependentes. Tais relações estão diretamente
ligadas a fatores psicológicos, sociais, ambientais e biológicos, no entanto,
ainda há muita necessidade de novas pesquisas na área correlacionando o
consumo de álcool e a presença de sintomas depressivos em mulheres, bem
como técnicas e intervenções especificas voltadas para essa população.
Saber avaliar os sintomas de abuso/ dependência de álcool e fatores
que desencadeiam quadros depressivos é de fundamental importância para
profissionais que trabalham na saúde. A facilitação do diagnóstico, o
encaminhamento para serviços especializados e o emprego de intervenções e
técnicas assertivas podem facilitar o acesso da mulher à assistência a saúde,
contribuir para o desenvolvimento de seus papéis sociais, bem como minimizar
o surgimento de novos casos.
6 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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