MUTIRÃO DE FORMAÇÃO EM COMUNICAÇÃO

CARTILHAMUTIRÃO DE FORMAÇÃO

EM COMUNICAÇÃO

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)

X000 Cartilha Mutirão de Formação de Comunicação: Brigadas Digitais da CUT / CUT - Secretaria Geral, CUT - Secretaria de Formação e CUT - Secretaria de Comunicação. – São Paulo : Central Única dos Trabalhadores, 2021.

14 p. ; il.

ISBN 000-00-000000-0-0

1. Sindicalismo - Trabalhadores - Transição. 2. Transição justa. 3. Transição energética. 4. Trabalho e meio ambiente. 5. Mudanças climáticas. - I. Título. II. Relações Internacionais.

CDU 000.00

CDD 000.00

(Bibliotecário responsável: Adalto da Silva Carvalho – CRB 08/9152)

DIREÇÃO EXECUTIVA NACIONAL DA CUT | 2019-2023

Presidente Sergio NobreVice-presidente Vagner FreitasSecretária-geral Carmen Helena Ferreira ForoSecretário-geral adjunto Aparecido Donizeti da SilvaSecretário de Administração e Finanças Ariovaldo de CamargoSecretária-adjunto de Administração e Finanças Maria Aparecida FariaSecretário de Relações Internacionais Antonio de Lisboa Amâncio ValeSecretário-adjunto d Relações Internacionais Quintino Marques SeveroSecretário de Assuntos Jurídicos Valeir ErtleSecretário de Comunicação Roni Anderson BarbosaSecretário-adjunto de Comunicação Admirson Medeiros Ferro Junior (Greg)Secretário de Cultura José Celestino (Tino)Secretário-adjunto de Cultura Eduardo Lírio GuterraSecretária de Formação Rosane BertottiSecretária-adjunta de Formação Sueli Veiga de MeloSecretária de Juventude Cristiana Paiva GomesSecretário de Relações de Trabalho Ari Aloraldo do NascimentoSecretária-adjunta de Relações de Trabalho Amanda Gomes CorsinoSecretária da Mulher Trabalhadora Junéia BatistaSecretária de Saúde do Trabalhador Madalena Margarida da Silva Teixeira

Secretária-adjunta de Saúde do Trabalhador Maria de Fátima Veloso CunhaSecretário de Meio Ambiente Daniel GaioSecretário de Mobilização e Movimentos Sociais Janeslei AlbuquerqueSecretária de Políticas Sociais e Direitos Humanos Jandyra UeharaSecretária de Combate ao Racismo Anatalina LourençoSecretária-adjunta de Combate ao Racismo Rosana Sousa FernandesSecretária de Organização e Política Sindical Maria das Graças CostaSecretário-adjunto de Organização e Política Sindical Jorge de Farias Patrocínio

DIRETORES EXECUTIVOSAline Marques Ângela Maria de Melo Claudio Augustin Cláudio da Silva Gomes Francisca Trajano dos Santos Ismael Cesar José Ivonete Alves João Batista (Joãozinho) José de Ribamar Barroso Juvândia Moreira Leite Marcelo Fiorio Marcelo Rodrigues Mara Feltes Maria Josana de Lima Maria Julia Nogueira Marize Souza Carvalho Milton dos Santos Rezende (Miltinho) Pedro Armengol Rogério Pantoja Sandra Regina Santos Bitencourt Virginia Berriel Vitor Carvalho

EXPEDIENTE

Secretaria Geral, Secretaria de Formação e Secretaria de Comunicação

Secretária-geral Carmen Helena Ferreira ForoSecretário-geral adjunto Aparecido Donizeti da Silva

Secretária de Formação Rosane BertottiSecretária-adjunta de Formação Sueli Veiga de Melo

Secretário de Comunicação Roni Anderson BarbosaSecretário-adjunto de Comunicação Admirson Medeiros Ferro Junior (Greg)

Textos Xxxxx Xxxxxxx

Revisão Xxxxx Xxxxxxx

Projeto gráfico e Diagramação MGiora Comunicação

São Paulo, setembro 2021.

Nossos inimigos dizem: A luta terminou. Mas nós dizemos: ela apenas começou.

Nossos inimigos dizem: A verdade está liquidada. Mas nós dizemos: Nós a sabemos ainda.

Nossos inimigos dizem: Mesmo que ainda se conheça a verdade Ela não pode mais ser divulgada.

Mas nós a divulgamos.

(Nossos inimigos dizem, Bertold Brecht)

7Cartilha | Brigadas Digitais da CUT

APRESENTAÇÃO

O Mutirão de Formação em Comunicação Brigadas Digitais da CUT é fruto de um longo processo de diálogo, construção e elaboração coletiva acerca dos atuais desafios das forças democráticas e populares no Brasil.

Esse Mutirão surge em um contexto bastante adverso para a classe trabalhadora brasileira, marcado pela ofensiva da extrema-direita que, através de uma intensa utilização das redes sociais e da disseminação em massa de fake news, conseguiu eleger a Presidência da República e implantar um projeto neofascista e ultraliberal de destruição da soberania nacional, da democracia brasileira, da nossa biodiversidade, mas sobretudo, de destruição dos direitos da classe trabalhadora, conquistados historicamente por meio de muita luta.

Enfrentamos no Brasil um verdadeiro retrocesso civilizatório. A fome voltou a assolar o país. Segundo dados da Rede PENSSAN1, são 116 milhões de brasileiros em situação de insegurança alimentar e nutricional e 19 milhões que passam fome.

O índice de desemprego atingiu sua maior marca histórica. Segundo dados do IBGE, o desemprego afeta mais de 14,8 milhões de

1 Para maiores informações, acesse o site: https://pesquisassan.net.br/

trabalhadoras e trabalhadores e proliferam formas de trabalhos precários, sem qualquer garantia de direitos.

O grupo político que ocupa o Palácio do Planalto tem estimulado discursos de ódio associados ao machismo, o racismo e a LGBTfobia e além disso deseja segregar e destruir a diversidade do nosso povo.

Neste sentido, as Brigadas Digitais da CUT surgem como uma resposta a essa ofensiva conservadora no campo da comunicação popular. Temos compreensão de que uma iniciativa ousada como esta precisará do envolvimento coletivo de todo o movimento sindical organizado na Central Única dos Trabalhadores e das Trabalhadoras e também da participação e contribuição dos nossos aliados do campo democrático e popular. A unidade desse campo será decisiva para os enfrentamentos futuros.

Por fim, convidamos a todas as companheiras e os companheiros da CUT a se somarem neste grande Mutirão de Formação em Comunicação para organizar as Brigadas Digitais. Precisaremos do empenho, da criatividade e da disciplina de todas e todos. Vamos à luta, construir um Brasil justo e soberano!

Há uma nação de homens excluídos da nação.

Há uma nação de homens excluídos da vida.

(Pedagogia dos Aços, Pedro Tierra)

https://pesquisassan.net.br/

8 Cartilha | Brigadas Digitais da CUT

1. PRA QUE FORMAR, COMUNICAR E MOBILIZAR?

As Brigadas Digitais da CUT são instrumentos de organização popular e de comunicação que têm como objetivo principal disputar corações e mentes do povo brasileiro. Elas fazem parte da disputa de ideias e valores na sociedade, denominada disputa de hegemonia pelo filósofo italiano Antonio Gramsci. Para ele, nenhum governo se sustenta sem o consentimento de parte significativa da população. É por isso que mesmo com um alto índice de reprovação, o atual governo federal se mantém.

Além do objetivo principal de disputarmos corações e mentes na sociedade, temos outros objetivos imediatos que são igualmente estratégicos:

a) Desgastar, isolar e derrotar o bolsonarismo

É um absurdo que o atual Presidente da República, mesmo após a morte de mais de 580 mil brasileiras e brasileiros, ameaças antidemocráticas, após as denúncias de corrupção envolvendo a compra de vacinas e mais de 132 pedidos de impeachment protocolados na Câmara Federal este governo ainda se sustenta. Isso só é possível devido à enorme estrutura que a extrema-direita construiu, por meio do fisiologismo e distribuição de

cargos, de um exército bem montado nas redes sociais, capaz de chegar na casa de milhões de brasileiras e brasileiros. Neste sentido, precisamos compreender como se estrutura o bolsonarismo nas redes sociais, identificar suas principais ideias e suas fragilidades e derrotá-lo.

b) Defender os direitos da classe trabalhadora, a democracia e a soberania nacional nas redes sociais

Outro elemento importante do bolsonarismo e que lhe dá sustentação política no Congresso Nacional é que ele representa os interesses de parcelas importantes das classes dominantes brasileiras. Essa parcela da sociedade quer a todo custo retirar os direitos da classe trabalhadora, destruir nossa soberania, enfraquecer a democracia e o voto popular. As nossas elites, embora tenham divergências políticas com o bolsonarismo, possuem acordo com seu programa econômico. É necessário conquistarmos a maioria do povo brasileiro, nas ruas e nas redes sociais, contra a desigualdade, para a defesa do patrimônio público, do bem estar social e da democracia, combatendo qualquer ameaça à soberania popular e retirada de direitos.

De quem depende que a opressão prossiga? De nós. De quem depende que ela acabe? De nós. O que é esmagado, que se levante! O que está perdido, lute! O que sabe e o que se chegou, que há aí que o retenha? Porque os vencidos de hoje são os vencedores de amanhã.

(Elogio da Dialética, Bertold Brecht)


c) Contribuir para o fortalecimento do campo democrático e popular na internet, em especial nas redes sociais

Temos importantes experiências e iniciativas do nosso campo na comunicação e nas redes sociais. No entanto, hoje elas se encontram dispersas. Precisamos articulá-las e fortalecê-las numa grande rede de comunicação digital. Precisamos superar a disputa de protagonismos e fortalecer as diversas iniciativas da classe trabalhadora brasileira. Como diz o lema da CUT: juntos somos mais fortes!

d) Fortalecer a candidatura Lula para as eleições de 2022

Precisamos nos preparar para o grande embate eleitoral de 2022, elegendo um

grande número de parlamentares federais e estaduais que defendem os direitos da classe trabalhadora, mas principalmente derrotando o bolsonarismo nas urnas. Para isso, é fundamental fortalecermos a candidatura do companheiro Luiz Inácio Lula da Silva, ex-operário e militante do movimento sindical.

As Brigadas Digitais são instrumentos de organização do campo democrático e popular, portanto, também é missão das Brigadas a ampla defesa e difusão da candidatura Lula, como a única e real alternativa capaz de derrotar o bolsonarismo e evitar uma destruição completa do atual regime democrático inaugurado pela Constituição Federal de 1988.


2. O QUE É O TERRITÓRIO DIGITAL?

Desconfiai do mais trivial, na aparência singelo. E examinai, sobretudo, o que parece habitual.

(Nada é impossível de mudar, Bertold Brecht)

É muito importante compreendermos que a comunicação é também uma ferramenta de dominação política. Ela foi utilizada historicamente pelas grandes potências de dominação colonial, difundindo um conjunto de ideias e valores particulares como se fossem universais. É neste sentido que, embora possuam um sistema político bipartidário e eleições indiretas, os Estados Unidos se colocam como modelo de democracia para o mundo. Isso só é possível porque eles contam com um aparelho enorme de produção e difusão comunicacional que conquistam milhões para estilo de vida do país.

Por isso, precisamos ter a ciência de que o território em que atuamos nas redes sociais não é neutro, mas sim controlado pelas grandes empresas transnacionais como o Google e o Facebook, que através da inteligência artificial, de algoritmos e da mineração de dados acumulados no Big Data, apropriam- se de um conjunto de informações e buscam influenciar nossos hábitos, valores e até em nossos desejos!

Estas empresas buscam segmentar e fragmentar os diversos interesses da população, através de conteúdos simplificados, ao máximo, e específicos para cada grupo. Isso tem dificultado que iniciativas individuais, como um belo discurso numa manifestação, consigam enfrentar essa hegemonia.

Somente uma ação organizada e articulada em rede tem condições de disputar o simbólico nas redes sociais e impor derrotas aos inimigos da classe trabalhadora.

Atualmente a disputa pelo simbólico nas redes sociais é feita por meio da guerrilha comunicacional. Essa forma de disputa das redes só foi possível com a massificação do acesso à internet e aos aparelhos de celulares smartphones.

O termo guerrilha evidencia que estamos diante de uma verdadeira guerra pela disputa das narrativas nas redes. Ao mesmo tempo, essa não se trata de uma guerra simétrica tradicional entre dois exércitos regulares. Pelo contrário, trata-se de um confronto entre um grande aparato das grandes empresas de comunicação e da extrema-direita e a nossa organização, através de Brigadas Digitais que, embora com recursos menores, atuam de forma organizada e articulada em rede, incidindo nos elos frágeis dos nossos inimigos.

Para que a nossa ação seja eficaz, precisamos conhecer profundamente o território das redes sociais, suas diversas linguagens, suas formas específicas de comunicar, etc. Trata-se de dominar e ocupar esse “território digital”, que é mantido sob hegemonia do discurso liberal e da extrema direita. Só assim poderemos potencializar, ao máximo, nossa atuação no WhatsApp, no Facebook, no Twitter, no Instagram e no Tik Tok.


3. O QUE É UMA BRIGADA?

Aprenda o mais simples! Para aqueles Cuja hora chegou Nunca é tarde demais! Aprenda o ABC; não basta, mas Aprenda! Não desanime! Comece! É preciso saber tudo! Você tem que assumir o comando!

(Elogio do Aprendizado, Bertold Brecht)

O termo brigada tem sua origem na arte militar, e significa uma força social organizada, em que seu contingente humano e sua estrutura funciona de acordo com a época e as circunstâncias históricas. As brigadas são a base de um determinado exército e são constituídas com um determinado objetivo ou tarefa.

Ao longo da história da classe trabalhadora, tivemos diversas experiências de brigadas. Após o triunfo da Revolução Russa, foram constituídas brigadas de agitação e propaganda, compostas por militantes e artistas populares, que através da arte e da cultura tinham como objetivo divulgar a revolução para os rincões daquele imenso país.

Durante a Guerra Civil Espanhola foram constituídas as brigadas internacionais, compostas por militantes de diversos países, que foram para a Espanha defender a revolução contra a ameaça do fascismo. Há também as experiências de brigada de trabalho de base para atuar nas periferias, de solidariedade durante a pandemia e brigadas eleitorais, compostas por militantes para eleger candidaturas do campo democrático e popular.

Neste sentido, quando falamos em Brigada Digital nos referimos a um organismo vivo, composto por militantes de carne e osso, que atuam movidos por ciência, sonhos e utopias de transformação social. Não se trata, portanto, de funcionários contratados por uma empresa transnacional, tampouco de robôs, ambos a serviço do ódio e da desinformação do povo brasileiro.

As brigadas são grupos de militantes, que atuam em determinado território, para desenvolverem determinadas tarefas política, são a base do nosso Exército Digital, composta por militantes digitais. Em nosso caso, o território de atuação é as redes sociais e nossa tarefa é conquistar corações e mentes para nosso projeto político nesses territórios.

Esse grupo de militantes digitais atua de forma organizada e articulada, pois tem convicção do projeto político e organizativo da CUT. Tem como compromisso fundamental a defesa dos direitos da classe trabalhadora e difusão de informações verdadeiras e saudáveis para nosso povo. Além disso, são trabalhadoras e trabalhadores que se inspiram nas diversas experiências das brigadas da classe trabalhadora no enfrentamento ao fascismo e nazismo.


NOVA POSTAGEM

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NOVA POSTAGEM


As Brigadas Digitais da CUT são organismos vivos, composto de homens e mulheres que se dispõem de forma militante a fazer o enfrentamento no campo virtual contra o avanço das forças antidemocráticas. São grupos que procuram influenciar e organizar o povo nos seus mais diversos espaços, seja entre a família, Igreja, trabalho, sindicato, escola, bairro ou, até mesmo, entre amigas e amigos, que compartilham do mesmo ideal, na defesa da democracia brasileira

com o objetivo de fazerem a resistência ao avanço das ideias neofascistas e das fake news.

Cada Brigada Digital é composta por um agrupamento de 5 a 10 pessoas que se reúnem, organizam e discutem as ações de enfrentamento ao bolsonarismo e fazerem a defesa dos direitos da classe trabalhadora com intervenções táticas e estratégicas nas redes sociais.

As Brigadas Digitais se reúnem sema-nalmente, discutem a conjuntura do país e do seu território específico e atuam nas redes sociais de forma articulada e organizada. Na medida em que se reúnem, cada Brigada Digital define as ações que serão realizadas durante a semana, levando em consideração as diretrizes vindas das instâncias e núcleos nacionais. Ou seja, estes grupos contribuem na divulgação de atividades nacionais, buscam incidir e pressionar contra a retirada de direitos da classe trabalhadora no Congresso Nacional e nos governos locais e combatem o discurso negacionista do Governo Federal.

Outra ação importante das Brigadas é estimular e fortalecer a construção de influenciadoras e influenciadores digitais, que consigam dialogar com os mais diversos e segmentados grupos, partindo das habilidades e potencialidades individuais, mas articuladas coletivamente.

Por fim, as Brigadas buscam através do seu exemplo crescer, multiplicar, ampliar e disseminar cada vez mais nossa atuação nas redes sociais. Precisaremos construir uma grande rede de comunicação digital para enfrentarmos o bolsonarismo nas ruas, nas redes e nas urnas.

4. O QUE SÃO AS BRIGADAS DIGITAIS DA CUT?

Nós somos ele. Você, eu, vocês – nós todos.

(Bertold Brecht)

5. COMO FUNCIONAM AS BRIGADAS DIGITAIS?

“criar bases no coração do povo”

(Bertold Brecht)


6. COMO AS BRIGADAS DIGITAIS DA CUT SE ORGANIZAM?

Se pudermos utilizar uma metáfora, podemos dizer que as Brigadas Digitais da CUT atuam como uma vacina da democracia no universo digital. As instâncias nacionais da CUT fornecerão os devidos “anticorpos” para a atuação militante no universo digital, ou seja, produzirão o conteúdo que deverá ser replicado nas redes sociais de forma sincronizada. Ao mesmo tempo, ensinaremos e treinaremos os membros das brigadas para combater os diversos problemas locais, visando a auto-organização das Brigadas em seu território.

Assim como o SUS, as Brigadas Digitais da CUT precisam compor uma grande Rede de Comunicação, buscando chegar aos mais diversos territórios: nos assentamentos de agricultura familiar e de reforma agrária, nas comunidades ribeirinhas e povos das águas e das florestas, mas também nas fábricas e nos bairros de periferia dos grandes centros urbanos.

Dessa maneira, a CUT planeja a distribuição de doses dessa vacina, ao mesmo tempo que manterá a vacinação em dia, isto é, animando e mantendo o funcionamento

das Brigadas Digitais no enfrentamento permanente. Quanto mais Brigadas espalhadas pelo país, maior é será o efeito multiplicador da vacina no combate ao vírus político e social do bolsonarismo, um parasita espalhado pelas redes sociais e que tem afetado negativamente a vida de milhões de brasileiras e brasileiros.

Por fim, é muito importante que tenhamos muita criatividade para enfrentar as dificuldades surgidas nesse processo. Quanto mais iniciativa e disposição da militância, melhor.

Com as Brigadas Digitais queremos reconectar o movimento sindical organizado com sua base social, que sofreu inúmeras transformações no último período. Quanto mais extrapolarmos as barreiras do movimento sindical e perdermos o controle desse processo, maior será nossa influência sobre a sociedade, maior será o número de corações e mentes que conquistaremos para nosso projeto e mais força teremos para derrotar o bolsonarismo e sua política de prejudicar o povo e retomar os direitos da classe trabalhadora!

A verdade consegue impor-se apenas na medida em que nós a impomos; a vitória da razão só pode ser a vitória daqueles que a possuem.

(Bertold Brecht)

DEMOCRACIA


Não queremos que as Brigadas Digitais sejam espaços de disputa interna sobre os rumos do movimento sindical e muitos menos construir uma estrutura rígida e engessada. Nosso foco com as Brigadas Digitais é combater um inimigo maior, que ameaça a democracia, os direitos da classe trabalhadora e a vida da população brasileira.

Neste sentido, inspirados pela experiência da Teologia da Libertação, que muitos conhecem, é indicado que cada Brigada Digital tenha uma animadora ou um animador. Não se trata de uma estrutura de poder, na qual um manda e os outros obedecem. Pelo contrário, a animadora ou animador da brigada digital tem como tarefa animar e manter permanentemente a organicidade deste espaço, evitando que possa ocorrer qualquer desânimo perante dificuldades iniciais. Sabemos que estamos realizando uma proposta ousada, mas o segredo para o sucesso das Brigadas Digitais é a perseverança!

As animadoras e animadores de Brigadas tem como tarefa contribuir para garantir a periodicidade das reuniões e o fluxo de informações entre as instâncias nacionais da CUT e as Brigadas Digitais. Portanto, combinamos na construção das Brigadas Digitais formas horizontais de participação e mecanismos verticais de comando. Para que as Brigadas tenham um bom funcionamento ela precisará combinar as duas formas de participação, sempre garantindo o fluxo de comunicação!

As animadores e animadores das Brigadas Digitais precisarão zelar pela boa convivência entre seus integrantes porque precisaremos enfrentar problemas relacionados à postura autoritária ou egocêntrica de militantes, machistas, racistas ou LGBTfóbicas em nossos espaços de atuação.

7. QUAL O PAPEL DA ANIMADORA OU ANIMADOR DA BRIGADA DIGITAL?

Não estamos perdidos. Ao contrário, venceremos se não tivermos desaprendido a aprender.

(Rosa Luxemburgo)


8. COMO ORGANIZAR UMA BRIGADA?

Regando o deserto da consciência Um novo ser nasceu

É hora de ir em frente companheiro Você é o guerrilheiro

Que a história nos deu. Regamos o deserto da consciência

Um novo ser nasceu É hora de ir em frente, companheira

Você é a guerrilheira Que a história nos deu.

(É tempo de colher, Ademar Bogo)

O primeiro passo para organizar uma Brigada Digital da CUT é identificar familiares, amigos, vizinhos, colegas de trabalho ou da militância que compreendem a gravidade da conjuntura e a importância de fazermos esta disputa nas redes sociais.

O segundo passo é convidá-las e convidá-los para uma reunião on-line, onde será apresentado o projeto e os objetivos das Brigadas Digitais da CUT. Esse é um espaço importante de diálogo e convencimento sobre a importância de atuar de forma articulada nas redes sociais, sob a orientação da nossa Central.

O terceiro passo é definir um dia e horário fixo na semana para se reunir, e que todos possam participar. Estes encontros precisam ser agradáveis, com uma boa acolhida, se possível uma música ou uma poesia que tragam uma reflexão sobre o momento que vivemos e os nossos desafios enquanto classe trabalhadora.

O quarto passo é conversar e debater sobre o que está acontecendo no país, no estado e município. Através das diretrizes da CUT, será preciso definir as ações para a semana, qual será o discurso para se contrapor aos ataques bolsonaristas, que hashtags precisam usar nas redes sociais, quais postagens de parlamentares da direita e extrema-direita precisam ser combatidas, entre outros tipos de pressão social, na luta pela classe trabalhadora

Como diz o ditado popular, “o que não avança retrocede”. Precisamos identificar mais pessoas que estão dispostas a realizar esse tipo de trabalho, quanto mais diversificada e capilarizada forem as ações das Brigadas Digitais, melhor. É preciso na construção das Brigadas ter atenção para pessoas que extrapolam o movimento sindical, e que estejam em grupos de igreja, do bairro, do trabalho, etc. São nessas diferentes dimensões territoriais que ocorrem a batalha das ideias.

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