ANO I • Nº 02 • DEZEMBRO 2005

Texto de Paulina Fox

Orgão Oficial do Centro de Investigação e Tratamento de Esclerose Múltipla de Minas Gerais (CIEM-MINAS)

NNNNNo Mundo daEsclerose Múltipla

Queremos

neste Natal, poder

armar uma árvore dentro

de nossos corações e nela

colocarmos, no lugar de presentes,

os nomes de nossos amigos, os que vivem

longe e os que vivem perto, os antigos e os mais

recentes, os que vemos

todos os dias e os que raramente

vemos, os que sempre recordamos e os que às

vezes esquecemos, os das horas difícieis e os das horas

alegres, os que sem querer ferimos e os que sem querer nos

feriram, aqueles que conhecemos profundamente e aqueles que

conhecemos superficialmente,

os que nos recordaram e os que recordamos,

nossos amigos humildes e nossos amigos importantes,

aqueles que nos ensinaram e os que deixaram-se ensinar por nós,

uma árvore de raízes muito profundas para que os seus nomes nunca sejam

arrancados de nossos corações. Uma árvore de folhas

muito largas para que os nomes vindos de todas as partes,

venham a se juntar aos existentes. Uma árvore de sombra muito agradável

para que nossa amizade seja um momento de repouso na luta pela vida. Que o espírito de

Natal faça de cada lágrima um sorriso, da amargura a sabedoria e de

cada coração uma casa aberta para receber a todos.

Doenças tratadasno CIEMpágina 3

Tratamento compicada de abelhasnão é eficazpágina 3

Aposentadoriapor invalidezpágina 4

Feliz Natal!Feliz Natal!

No Mundo da Esclerose Múltipladezembro 20052

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EDITORIAL

O Natal de todos os dias

Esta é a edição de Natal do No Mundoda Esclerose Múltipla. Nesta época doano é sempre interessante olhar para oque fizemos no decorrer dos meses pas-sados e, revigorados pelo espírito deNatal, planejar nossas ações futuras.

Em 2005 demos prosseguimento aos nos-sos projetos iniciais de fazer do CIEM ainstituição modelo na assistência aos por-tadores de esclerose múltipla no país. Na-turalmente sabemos que ainda estamoslonge de nossas metas. Não foram pou-cas, durante o ano, nossas frustrações emesmo algumas ocasiões de desalento.Assim é a vida, e se não o fosse o Natalnão seria necessário.

Muito mais que nossas falhas foram nos-sos sucessos advindos dos esforços, doentusiasmo e da fé de toda nossa equipeprofissional. Conseguimos caminhar e for-talecer o CIEM, não apenas junto à co-munidade científica brasileira, mas aindamuito mais importante, junto aos nossospacientes e familiares. No CIEM temossempre procurado oferecer junto à me-lhor assistência multidisciplinar a palavrade esperança e o gesto de amizade.

Em 2006 queremos continuar demons-trando, através de nossas atitudes e tra-balho, o espírito de Natal que se expressapela fraternidade, alegria e esperança.

Em 2006, no CIEM, queremos que hajaum Natal todos os dias.

Marco Aurélio Lana – Diretor-Presidente

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ACONTECE NO CIEM

Qualidade de vida visualem Esclerose MúltiplaÉ bem conhecido que a função visual é um importante com-ponente de qualidade de vida e que na esclerose múltipla(EM) a visão pode estar afetada tanto como manifestaçãoinicial quanto no curso da doença.

Há diversos relatos na literatura de que pacientes com EMtenham um comprometimento da qualidade de vida visualem comparação com a população em geral. Estudos recen-tes têm apontado ainda para a diferença de qualidade devida visual em pacientes com esclerose múltipla com históriade neurite óptica em relação aos que nunca a apresentaram.

Está em andamento no CIEM um estudo que avalia a quali-dade de vida visual dos portadores de esclerose múltipla come sem história de neurite óptica e a compara com a popula-ção em geral. Este estudo marca o objetivo do CIEM em ino-vação e pioneirismo no estudo da EM no Brasil.

Para que o estudo realmente se concretize e venha colaborarcom o mundo científico da esclerose múltipla, alguns exa-mes devem ser realizados como uma avaliação oftalmológicacompleta, testes de visão de cores e contraste e ainda exa-mes de campo visual e eletrofisiológicos.

A avaliação dos pacientes será iniciada em dezembro de 2005e contará com a colaboração dos pacientes que desejaremingressar sem prejuízo em relação ao tratamento e curso dadoença.

A partir deste estudo iremos cada vez mais entender o mun-do da esclerose múltipla e a parcela destinada à qualidadede vida visual que o compõe. Os interessados devem procu-rar a secretaria do CIEM para agendamento.

Carolina AraújoLuciano Simão

Médicos – CIEM

Aviso importanteO CIO CIO CIO CIO CIEM entrará em recesso de final deEM entrará em recesso de final deEM entrará em recesso de final deEM entrará em recesso de final deEM entrará em recesso de final deano no dia 1ano no dia 1ano no dia 1ano no dia 1ano no dia 16/16/16/16/16/12/22/22/22/22/2005, retornando005, retornando005, retornando005, retornando005, retornandosuas atividades em suas atividades em suas atividades em suas atividades em suas atividades em 111116/06/06/06/06/01/21/21/21/21/2006006006006006. Neste. Neste. Neste. Neste. Nesteperíodo, os pacientes poderão procurarperíodo, os pacientes poderão procurarperíodo, os pacientes poderão procurarperíodo, os pacientes poderão procurarperíodo, os pacientes poderão procurar,,,,,em caso de u rgênc ia , o p ron to -em caso de u rgênc ia , o p ron to -em caso de u rgênc ia , o p ron to -em caso de u rgênc ia , o p ron to -em caso de u rgênc ia , o p ron to -atendimento do Hospital das Clínicas.atendimento do Hospital das Clínicas.atendimento do Hospital das Clínicas.atendimento do Hospital das Clínicas.atendimento do Hospital das Clínicas.

No Mundo da Esclerose Múltipladezembro 2005 3

O tratamento com picadas de abe-lhas não reduz atividade da esclerosemúltipla (EM), de acordo com estu-do publicado em 12 de outubro des-te ano na Neurology.

Alguns relatos isolados de casos clí-nicos mostram que o tratamento compicadas de abelhas em pacientes comEM pode estabilizar a doença. Contu-do, não existiam estudos clínicos parajustificar sua utilização como alterna-tiva de tratamento na EM.

Os investigadores realizaram estudorandomizado, tipo crossover, selecio-nando 26 pacientes com EM recor-rente-remitente e secundariamenteprogressiva com surtos. A duração do

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ARTIGO DO MÊS

estudo foi de 24 semanas. O grupoexperimental recebeu, sob supervi-são, picadas de abelhas vivas trêsvezes por semana.

O objetivo primário do estudo foi ve-rificar a influência do tratamento noaparecimento de novas lesões na res-sonância magnética (RM) encefálicaem T1 com realce pelo contraste. Oestudo avaliou também incapacidade,freqüência de surtos e fadiga dospacientes.

O tratamento foi bem tolerado e nãohouve aparecimento de efeitos adver-sos graves. No grupo tratado com pi-cadas de abelhas não houve reduçãodo número de novas lesões com

realce pelo contraste na RM. Não hou-ve melhora da incapacidade, fadiga equalidade de vida.

Neste estudo, o tratamento com ve-neno de abelhas em pacientes comEM com surtos não reduziu atividadeda doença, incapacidade ou fadiga enão melhorou a qualidade de vida.

Wesselius T et al. A randomized crossoverstudy of bee sting therapy for multiplesclerosis. Neurology 2005 Oct 12; [epubahead of print].

Marcos Moreira

Tratamento com picadas de abelhas não reduzatividade da esclerose múltipla

O O CIEM é um centro especializa-do no diagnóstico e tratamento daesclerose múltipla e de outras doen-ças imunológicas que afetam o siste-ma nervoso central.

Apesar do predomínio de pacientescom esclerose múltipla em tratamen-to, pacientes com outras doenças tam-bém recebem tratamento e acompa-nhamento no CIEM. São doenças quegeralmente se confundem com aesclerose múltipla.

Estas doenças apresentam característi-cas similares à esclerose múltipla. Ne-nhuma das técnicas utilizadas atual-mente, como o líquor e ressonânciamagnética, é específica para o diagnós-tico da EM. Portanto, a experiência domédico para diferenciar as diferentesdoenças é fundamental para o diagnós-tico. Dentre estas doenças, as maiscomuns são:

Que doenças são tratadas no CIEM?

1. Neuromielite óptica1. Neuromielite óptica1. Neuromielite óptica1. Neuromielite óptica1. Neuromielite óptica (Doen-ça de Devic)

É uma doença inflamatória desmie-linizante do sistema nervoso central quecompromete principalmente o nervoóptico (diminuição da visão) e a me-dula (dificuldade para andar e de con-trole da bexiga). Também pode evoluircom surtos.

2. Encefalomielite disseminada2. Encefalomielite disseminada2. Encefalomielite disseminada2. Encefalomielite disseminada2. Encefalomielite disseminadaagudaagudaagudaagudaaguda (ADEM)

É uma doença inflamatória desmie-linizante que compromete o cérebro ea medula espinhal. Caracteriza-se tipi-camente por instalação aguda de umquadro neurológico após virose ou va-cinação. Contudo, existem casos que adoença evolui com surtos e com apa-recimento espontâneo.

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CONHEÇA O CIEM

3. Complicações neurológ3. Complicações neurológ3. Complicações neurológ3. Complicações neurológ3. Complicações neurológicasicasicasicasicasdo Lupusdo Lupusdo Lupusdo Lupusdo Lupus

É uma doença que se caracteriza porum processo inflamatório generalizadodo tecido conjuntivo da pele e de ór-gãos como os rins. Pode afetar o siste-ma nervoso central antes de outrosórgãos, e a presença de lesões vascu-lares pode levar a um quadro crônicocom períodos de melhora.

4. V4. V4. V4. V4. Vasculites do sistema nervo-asculites do sistema nervo-asculites do sistema nervo-asculites do sistema nervo-asculites do sistema nervo-so centralso centralso centralso centralso central

Primárias ou secundárias a doençascomo artrite reumatóide, doença deBehçet, granulomatose de Wegener,doença de Sjögren e outras.

Marcos Moreira – Diretor-clínico

CIEM é o único centrocredenciado em EscleroseMúltipla de Minas Gerais

A Comissão Intergestores Bipartite do Sistema Único de Saúde do Estado deMinas Gerais através da deliberação nº 137 comunicou a aprovação do CIEMcomo centro de referência em esclerose múltipla de Minas Gerais.

Esta deliberação se baseou na portaria da Secretaria de Assistência à Saúdedo Ministério da Saúde nº 97 de 22/03/2001 e nas resoluções da Secretariade Estado de Saúde nº 253 de 24/09/2003 e nº 358 de 23/12/2003.

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MEUS DIREITOS

Aposentadoria por invalidezÉ o benefício a que tem direito o segurado que, após cumprir a carên-cia exigida, esteja ou não recebendo auxílio-doença, for consideradoincapaz para o trabalho e não sujeito à reabilitação para o exercício deatividade que lhe garanta a subsistência.

No caso do portador de esclerose múltipla, não se exige o cumprimentode tal carência (contribuição durante 12 meses).

Não é concedida aposentadoria por invalidez ao segurado que, ao filiar-se ao Regime Geral da Previdência Social, já era portador da doença ouda lesão que geraria o benefício, salvo quando a incapacidade decorreude progressão ou agravamento desta doença ou lesão.

O segurado que estiver recebendo aposentadoria por invalidez, inde-pendentemente de idade, está obrigado a se submeter à perícia médicado INSS de dois em dois anos.

Acréscimo de 25% na aposentadoria por invalidezNos casos em que o portador de esclerose múltipla tem suas atividadescotidianas bastante comprometidas necessitando assistência de umcuidador, a legislação previdenciária concede um acréscimo de 25%. Oportador terá que solicitar este acréscimo com um relatório no CIEMexplicando o caso e solicitar nova perícia no INSS de preferência namesma agência que requereu sua aposentadoria.

Aposentado por invalidez que retorna ao trabalhoDireito adquirido da função em caso de retorno. É bom deixar claro queo retorno ao trabalho faz cessar a aposentadoria por invalidez.

Lei 8.213/91, que trata do Regime Geral dos Benefícios da Previdência Social.

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DE AMIGO PARA AMIGO

"Desejo Feliz Natal

beleza para a

rapaziada e os

amigos do CIEM

e que cada ano

seja melhor"

Carlos Roberto Amorim – paciente do CIEM desde 2002

CIEM MINAS - UFMGHospital das Clínicas da UFMGAnexo Hospital São GeraldoAv. Alfredo Balena, 110 - 30 andar – 30130-090Belo Horizonte / MG – Tel.: (31) 3243-9994

Dicas para matériasno informativo:

e-mail: ciem.minas@uol.com.brtelefone: (31) 3248-9994