NBR 14043-2005

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©ABNT 2005 NORMA BRASILEIRA ABNT NBR ISO 14043 Primeira edição 29.04.2005 Válida a partir de 30.05.2005 Gestão ambiental - Avaliação do ciclo de vida - Interpretação do ciclo de vida Environmental management - Life cycle assessment - Life cycle interpretation Palavras-chave: Meio ambiente. Gestão ambiental. Avaliação do ciclo de vida. Descriptors: Environmental. Environmental management - Life cycle assessment. ICS 13.020.10; 13.043 Número de referência ABNT NBR ISO 14043:2005 19 páginas

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NORMA BRASILEIRA

ABNT NBRISO

14043

Primeira edição 29.04.2005

Válida a partir de

30.05.2005

Gestão ambiental - Avaliação do ciclo de vida - Interpretação do ciclo de vida Environmental management - Life cycle assessment - Life cycle interpretation

Palavras-chave: Meio ambiente. Gestão ambiental. Avaliação do ciclo de vida. Descriptors: Environmental. Environmental management - Life cycle assessment. ICS 13.020.10; 13.043

Número de referência

ABNT NBR ISO 14043:200519 páginas

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Sumário Página

Prefácio Nacional....................................................................................................................................................... iv Introdução ...................................................................................................................................................................v 1 Objetivo ..........................................................................................................................................................1 2 Referências normativas ................................................................................................................................1 3 Definições e abreviaturas .............................................................................................................................1 4 Descrição geral da interpretação do ciclo de vida.....................................................................................2 5 Identificação das questões significativas...................................................................................................3 6 Avaliação ........................................................................................................................................................5 7 Conclusões e recomendações.....................................................................................................................7 8 Relatório .........................................................................................................................................................8 9 Outras avaliações ..........................................................................................................................................8 Anexo A (informativo) Exemplos de interpretação do ciclo de vida.......................................................................9

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Prefácio Nacional

A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) é o Fórum Nacional de Normalização. As Normas Brasileiras, cujo conteúdo é de responsabilidade dos Comitês Brasileiros (ABNT/CB), dos Organismos de Normalização Setorial (ABNT/ONS) e das Comissões de Estudo Especiais Temporárias (ABNT/CEET), são elaboradas por Comissões de Estudo (CE), formadas por representantes dos setores envolvidos, delas fazendo parte: produtores, consumidores e neutros (universidades, laboratórios e outros).

A ABNT NBR ISO 14043 foi elaborada no Comitê Brasileiro de Gestão Ambiental (ABNT/CB-38), pela Comissão de Estudo de Avaliação do Ciclo de Vida (CE-38:005.01). O Projeto circulou em Consulta Nacional conforme Edital nº 06, de 30.06.2004, com o número de Projeto 38:005.01-004.

Esta Norma é equivalente à ISO 14043:2000.

Esta Norma contém o anexo A, de caráter informativo.

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Introdução

Esta Norma sobre interpretação do ciclo de vida descreve os procedimentos da fase final da avaliação do ciclo de vida (ACV), na qual os resultados da análise do inventário de ciclo de vida (ICV) e, caso realizada, da avaliação do impacto do ciclo de vida (AICV), ou de ambos, são resumidos e discutidos como base para conclusões, recomendações e tomada de decisão de acordo com a definição de objetivo e escopo do estudo de ACV.

Um estudo de ACV começa com a fase de definição de objetivo e escopo e termina com a fase de interpretação.

A interpretação do ciclo de vida é um procedimento sistemático para identificar, qualificar, verificar e avaliar os resultados do ICV e/ou da AICV de um sistema de produto e para apresentação destes resultados, a fim de atender aos requisitos da aplicação conforme descrito no objetivo e escopo do estudo. O executante do estudo de ACV deve manter-se em comunicação com o solicitante do estudo ao longo do desenvolvimento do trabalho, incluindo a fase de interpretação do ciclo de vida, a fim de assegurar que questões específicas sejam consideradas. Portanto, a transparência ao longo da fase de interpretação do ciclo de vida é essencial. Preferências, suposições ou atribuição de valores eventualmente envolvidas no estudo devem estar claramente declaradas pelo executante da ACV no relatório final.

A ACV é uma das diversas ferramentas que ajudam na tomada de decisão, independentemente da aplicação, por exemplo, para fins de informação (documentação de sistemas de produto existentes), para melhorias (implementação de mudanças em sistemas de produto existentes) ou para o estabelecimento de um sistema de produto novo.

A interpretação do ciclo de vida pode também demonstrar relações que existem entre a ACV e outras técnicas de gerenciamento ambiental, através de análise com foco nos resultados. É importante, portanto, considerar a aplicação de um estudo de ACV não somente sob o ponto de vista da fase de interpretação (e das outras fases) da ACV, mas também sob o ponto de vista de utilização dos resultados do estudo em associação com outras técnicas.

Para dar credibilidade aos resultados das outras fases da ACV (ou seja, ICV e AICV), a interpretação do ciclo de vida inclui o processo de comunicação, de modo que o estudo seja compreensível e útil para o tomador de decisões.

Embora decisões baseadas em aspectos econômicos ou sociais ou em desempenho técnico não façam parte de um estudo de ACV, questões ambientais incluídas como parte da definição de objetivo e escopo podem refletir aqueles aspectos.

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Gestão ambiental - Avaliação do ciclo de vida - Interpretação do ciclo de vida

1 Objetivo

Esta Norma estabelece requisitos e recomendações para conduzir a interpretação do ciclo de vida em estudos de ACV ou ICV.

Esta Norma não descreve metodologias específicas para a fase de interpretação do ciclo de vida dos estudos de ACV e ICV.

2 Referências normativas

Os documentos relacionados a seguir são indispensáveis à aplicação deste documento. Para referências datadas, aplicam-se somente as edições citadas. Para referências não datadas, aplicam-se as edições mais recente do referido documento (incluindo emendas).

ABNT NBR ISO 14040:2001 – Gestão ambiental – Avaliação do ciclo de vida – Princípios e estrutura

ABNT NBR ISO 14041:2004 – Gestão ambiental – Avaliação do ciclo de vida – Definição de objetivo e escopo e análise de inventário

ABNT NBR ISO 14042:2004 – Gestão ambiental – Avaliação do ciclo de vida – Avaliação do impacto do ciclo de vida

ABNT NBR ISO 14050:2004 – Gestão ambiental – Vocabulário

3 Definições e abreviaturas

3.1 Definições

Para os efeitos desta Norma, aplicam-se os termos e definições das ABNT NBR ISO 14040, ABNT NBR ISO 14041, ABNT NBR ISO 14042 e ABNT NBR ISO 14050, e as seguintes definições:

3.1.1 verificação de completeza processo para verificar se as informações das fases precedentes de uma avaliação de ciclo de vida (ACV) ou de uma análise do inventário de ciclo de vida (ICV) são suficientes para se chegar a conclusões de acordo com a definição do objetivo e do escopo

3.1.2 verificação de consistência processo para verificar se as suposições, os métodos e os dados são aplicados consistentemente ao longo do estudo e se estão de acordo com a definição do objetivo e do escopo

NOTA Convém que a verificação de consistência seja realizada antes de se chegar a conclusões do estudo.

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3.1.3 avaliação interpretação do ciclo de vida segundo passo dentro da fase de interpretação do ciclo de vida, a fim de estabelecer a confiabilidade dos resultados do estudo de ACV ou ICV

NOTA A avaliação inclui a verificação de completeza, verificação de sensibilidade, verificação de consistência e qualquer outra validação que possa ser requerida de acordo com a definição de objetivo e escopo do estudo.

3.1.4 verificação de sensibilidade processo para verificar se as informações obtidas pela análise de sensibilidade são relevantes para se chegar às conclusões e recomendações

3.2 Abreviaturas

ACV avaliação do ciclo de vida

ICV análise do inventário do ciclo de vida

AICV avaliação do impacto do ciclo de vida

4 Descrição geral da interpretação do ciclo de vida

4.1 Objetivos da interpretação do ciclo de vida

Os objetivos da interpretação do ciclo de vida são analisar os resultados, chegar a conclusões, explicar limitações, oferecer recomendações baseadas nas constatações das fases precedentes da ACV ou ICV e reportar seus resultados de forma transparente.

Pretende-se também, com a interpretação do ciclo de vida, oferecer uma apresentação prontamente compreensível, completa e consistente dos resultados de um estudo de ACV ou ICV, de acordo com a definição de objetivo e escopo do estudo.

4.2 Características-chave da interpretação do ciclo de vida

As características-chave da interpretação do ciclo de vida são:

― o uso de um procedimento sistemático para identificar, qualificar, verificar, avaliar e apresentar as conclusões baseadas nos resultados de um estudo de ACV ou ICV, a fim de atender aos requisitos da aplicação descritos no objetivo e escopo do estudo;

― o uso de um procedimento iterativo envolvendo tanto a própria fase de interpretação quanto as demais fases de um estudo de ACV ou ICV;

― o estabelecimento de relações entre a ACV e outras técnicas de gestão ambiental, enfatizando os pontos fortes e limitações de um estudo de ACV ou ICV em relação à sua definição de objetivo e de escopo.

4.3 Elementos da interpretação do ciclo de vida

A fase de interpretação do ciclo de vida de um estudo de ACV ou ICV compreende os três elementos discriminados a seguir e também representados na figura 1:

― identificação das questões significativas com base nos resultados das fases de ICV e AICV da ACV;

― avaliação do estudo, incluindo verificações de completeza, sensibilidade e consistência;

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― conclusões, recomendações e relatório.

4.4 Relacionamento

O relacionamento da fase de interpretação com as outras fases da ACV é representado na figura 1.

As fases de definição do objetivo e do escopo e de interpretação da ACV estruturam o estudo, enquanto que as outras fases (ICV e AICV) produzem informações sobre o sistema de produto.

5 Identificação das questões significativas

5.1 Objetivo

NOTA Ver exemplos em A.2.

O objetivo deste elemento é estruturar os resultados das fases de ICV ou AICV, a fim de determinar as questões significativas, de acordo com a definição de objetivo e escopo, e interativamente com o elemento avaliação. O objetivo dessa interação é levar em consideração as implicações dos métodos usados e das suposições feitas nas fases precedentes, tais como regras de alocação, decisões de corte, seleção das categorias de impacto, indicadores de categoria e modelos etc.

5.2 Identificação e estruturação da informação

Existem quatro tipos requeridos de informação a partir dos resultados das fases precedentes do estudo de ACV ou ICV:

a) os resultados das fases precedentes (ICV e AICV), os quais devem ser agrupados e estruturados juntamente com informações sobre a qualidade dos dados. Convém que esses resultados sejam estruturados de maneira apropriada, por exemplo, de acordo com os estágios no ciclo de vida, os diferentes processos ou processos elementares no sistema de produto, ou ainda de acordo com processos de transporte, fornecimento de energia e gerenciamento de resíduos. Esta estruturação pode ser apresentada na forma de listas de dados, tabelas, diagramas de barras ou outra representação apropriada das entradas e/ou resultados dos indicadores de categoria. Portanto, todos os resultados relevantes disponíveis na ocasião devem ser reunidos e consolidados para análises adicionais;

b) as escolhas metodológicas, tais como regras de alocação e fronteiras do sistema de produto oriundas do ICV e indicadores de categoria e modelos usados na AICV;

c) escolhas de valor usadas no estudo, conforme estabelecido na definição de objetivo e escopo;

d) o papel e as responsabilidades das diferentes partes interessadas em relação à aplicação do estudo, conforme estabelecido na definição de objetivo e escopo, e também os resultados de um processo de revisão crítica concomitante, se conduzido.

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5.3 Determinação das questões significativas

Uma vez estabelecido que os resultados das fases precedentes (ICV, AICV) atenderam às demandas do objetivo e do escopo do estudo, a significância desses resultados deve ser então determinada. Convém que tal determinação seja efetuada de forma iterativa com o elemento avaliação da fase de interpretação.

Podem representar questões significativas:

― categorias de dados do inventário, tais como energia, emissões, resíduos etc.;

― categorias de impacto, tais como uso de recursos, potencial de aquecimento global etc.;

― contribuições essenciais dos estágios do ciclo de vida para os resultados do ICV ou AICV, tais como processos elementares individuais ou grupos de processos, como transporte e produção de energia.

A determinação das questões significativas de um sistema de produto pode ser um processo simples ou complexo. Esta Norma não oferece orientações quanto à relevância de uma questão para um estudo, ou quanto à significância de uma questão para um sistema de produto.

Existe uma variedade de abordagens, métodos e ferramentas específicas para identificar questões ambientais e para determinar sua significância.

6 Avaliação

6.1 Objetivos e requisitos

NOTA Ver exemplos em A.3.

Os objetivos do elemento avaliação são estabelecer e aumentar o grau de certeza e a confiabilidade dos resultados do estudo de ACV ou ICV, incluindo as questões significativas identificadas no primeiro elemento da interpretação. Convém que os resultados da avaliação sejam apresentados de modo a proporcionar ao solicitante do estudo ou a qualquer outra parte interessada uma visão clara e compreensível do resultado estudo.

A avaliação deve ser efetuada de acordo com o objetivo e escopo do estudo, e convém que seja também considerado o uso final pretendido para os resultados de tal estudo.

Durante a avaliação, o uso das seguintes três técnicas deve ser considerado:

a) verificação de completeza (ver 6.2);

b) verificação de sensibilidade (ver 6.3);

c) verificação de consistência (ver 6.4).

Convém que os resultados da análise de incerteza e da avaliação da qualidade dos dados suplementem essas verificações.

6.2 Verificação de completeza

6.2.1 Objetivo

O objetivo da verificação de completeza é assegurar que todas as informações relevantes e os dados necessários para a interpretação do ciclo de vida estejam disponíveis e completos.

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6.2.2 Informação ausente ou incompleta

A necessidade de qualquer informação ausente ou incompleta para satisfazer o objetivo e escopo do estudo de ACV ou ICV deve ser considerada.

Se tais informações forem consideradas desnecessárias, convém que a justificativa para essa conclusão seja registrada, depois do que é possível continuar com a avaliação.

Se qualquer informação ausente ou incompleta for considerada necessária para determinar as questões significativas, convém que as fases precedentes do estudo (ICV, AICV) sejam revisadas ou, alternativamente, que a definição de objetivo e escopo seja ajustada.

Tal conclusão e suas justificativas devem ser registradas.

6.3 Verificação de sensibilidade

6.3.1 Objetivo

O objetivo da verificação de sensibilidade é avaliar a confiabilidade dos resultados e conclusões finais, determinando se eles são afetados pela incerteza dos dados, procedimentos de alocação, cálculo dos resultados dos indicadores de categorias etc.

Essa avaliação deve incluir os resultados da análise de sensibilidade e da análise de incerteza, se realizadas nas fases precedentes do estudo (ICV, AICV), e pode indicar a necessidade de análise de sensibilidade adicional.

6.3.2 Recomendações para conduzir uma verificação de sensibilidade

O nível de detalhamento exigido em uma verificação de sensibilidade depende principalmente dos resultados da análise de inventário e da avaliação de impacto, caso esta tenha sido realizada.

Em uma verificação de sensibilidade, devem ser considerados:

a) as questões predeterminadas pelo objetivo e escopo do estudo de ACV ou ICV;

b) os resultados de todas as outras fases do estudo de ACV ou ICV, e

c) julgamentos por especialistas e experiências anteriores.

O resultado da verificação de sensibilidade determina a necessidade de análise de sensibilidade mais abrangente e/ou precisa, bem como evidencia efeitos aparentes nos resultados do estudo.

A incapacidade de uma verificação de sensibilidade em identificar diferenças significativas entre alternativas diferentes de estudo não leva automaticamente à conclusão de que tais diferenças não existam. As diferenças podem existir, ainda que não identificadas ou quantificadas devido às incertezas relacionadas com os dados e métodos usados.

O resultado final do estudo pode ser a constatação da ausência de quaisquer diferenças significativas entre as alternativas.

Quando uma ACV é usada como base para uma afirmação comparativa comunicada ao público, o elemento avaliação deve incluir declarações explicativas baseadas em análise detalhada de sensibilidade.

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6.4 Verificação de consistência

6.4.1 Objetivo

O objetivo da verificação de consistência é determinar se as suposições, métodos e dados são consistentes com o objetivo e escopo do estudo.

6.4.2 Lista de verificação

Se for relevante para o estudo de ACV ou ICV, ou requerido como parte da definição do objetivo e do escopo, as seguintes questões devem ser consideradas.

― As diferenças na qualidade dos dados ao longo do ciclo de vida de um sistema de produto e entre diferentes sistemas de produto são consistentes com o objetivo e escopo do estudo?

― As diferenças regionais e/ou temporais, se houver, foram consistentemente consideradas?

― As regras de alocação e fronteiras do sistema foram consistentemente aplicadas para todos os sistemas de produto?

― Os elementos da avaliação de impacto foram consistentemente aplicados?

7 Conclusões e recomendações

7.1 Objetivo

O objetivo deste terceiro elemento da interpretação do ciclo de vida é chegar a conclusões e fazer recomendações para o público interessado no estudo de ACV ou ICV.

7.2 Conclusões

Convém que as conclusões de um estudo sejam alcançadas interativamente com os outros elementos da fase de interpretação do ciclo de vida. Uma seqüência lógica para o processo é apresentada a seguir:

a) identificar as questões significativas;

b) avaliar a metodologia e os resultados quanto à completeza, sensibilidade e consistência;

c) esboçar conclusões preliminares e verificar se estas são consistentes com os requisitos do objetivo e escopo do estudo, incluindo, em particular, requisitos de qualidade de dados, suposições e valores predefinidos e requisitos voltados para a aplicação;

d) se as conclusões forem consistentes, registrá-las como conclusões finais. Caso contrário, retornar para os passos anteriores a), b) ou c), conforme apropriado.

7.3 Recomendações

Sempre que for apropriado para o objetivo e escopo do estudo, convém que recomendações específicas para os tomadores de decisão sejam justificadas.

As recomendações devem estar baseadas nas conclusões finais do estudo e devem refletir uma conseqüência lógica e razoável dessas conclusões.

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Convém que as recomendações estejam relacionadas com a aplicação pretendida, conforme mencionado na ABNT NBR ISO 14040.

8 Relatório

O relatório deve proporcionar um registro completo e imparcial do estudo, como detalhado na ABNT NBR ISO 14040. Ao reportar a fase de interpretação, devem ser estritamente observados a transparência total em termos de escolhas de valores, bem como os arrazoados e julgamentos feitos por especialistas.

9 Outras avaliações

9.1 Análise crítica

A decisão sobre o tipo de análise crítica adotada deve ser registrada.

NOTA Os tipos de análise crítica são apresentados em 7.3 da ABNT NBR ISO 14040:2001.

Quando o estudo for usado como base para uma afirmação comparativa comunicada ao público, uma análise crítica deve ser conduzida conforme 7.3.3 da ABNT NBR ISO 14040:2001.

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Anexo A (informativo)

Exemplos de interpretação do ciclo de vida

A.1 Geral

Este anexo informativo pretende fornecer exemplos práticos dos elementos da fase de interpretação de um estudo de ACV ou ICV, a fim de ajudar os usuários a entender como realizar a interpretação do ciclo de vida.

A.2 Exemplos para identificação de elementos significativos

O elemento identificação (ver seção 5) é desenvolvido de forma iterativa com o elemento avaliação (ver seção 6). Ele consiste na identificação e estruturação da informação e na determinação subseqüente de quaisquer questões significativas. A estruturação dos dados e informações disponíveis é um processo iterativo realizado em conjunto com as fases de ICV e, se realizada, de AICV, bem como com a definição do objetivo e escopo. Essa estruturação das informações pode ter sido completada previamente na fase de ICV ou de AICV, e objetiva oferecer uma visão geral dos resultados dessas fases iniciais. Isso facilita a determinação de questões importantes e ambientalmente relevantes, bem como a apresentação de conclusões e recomendações. Com base nesse processo de estruturação, qualquer determinação subseqüente é realizada usando técnicas analíticas.

Dependendo do objetivo e escopo do estudo, diferentes critérios de estruturação podem ser utilizados, podendo ser recomendados, entre outros:

― diferenciação dos estágios do ciclo de vida; por exemplo, produção de materiais, manufatura do produto estudado, uso, reciclagem e tratamento de resíduos (ver tabela A.1);

― diferenciação entre grupos de processos; por exemplo, transporte, suprimento de energia (ver tabela A.4);

― diferenciação entre processos sob diferentes graus de influência da gestão; por exemplo, processos próprios, onde mudanças e melhorias podem ser controladas, e processos sob responsabilidade externa, tais como política energética nacional, condições de fronteira específicas do fornecedor etc. (ver tabela A.5);

― diferenciação entre os processos elementares individuais. Esse é o maior grau de resolução possível.

O resultado desse processo de estruturação de informações pode ser apresentado através de uma matriz bidimensional, na qual, por exemplo, os critérios de diferenciação acima mencionados formam as colunas e as entradas e saídas do inventário ou os resultados dos indicadores das categorias individuais de impacto formam as linhas. Também é possível executar esse procedimento de estruturação para cada categoria de impacto individualmente, visando a uma análise mais detalhada.

A determinação de questões significativas é baseada em informações estruturadas.

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Informações sobre a relevância de cada categoria de dados do inventário podem ser predeterminadas na definição do objetivo e escopo, disponibilizadas pela análise do inventário ou obtidas de outras fontes, tais como o sistema de gerenciamento ambiental ou a política ambiental da empresa. Existem diversos métodos possíveis para a determinação da relevância das categorias de dados. Dependendo do objetivo e escopo do estudo e do nível de detalhamento requerido, os seguintes métodos podem ser recomendados:

― análise de contribuição, na qual a contribuição dos estágios do ciclo de vida (ver tabelas A.2 e A.8) ou de grupos de processos (ver tabela A.4) para o resultado total são examinados, por exemplo, através da expressão de sua contribuição como percentagem do total;

― análise de dominância, na qual, por meio de ferramentas estatísticas ou de outras técnicas, tais como classificação quantitativa ou qualitativa (por exemplo, análise ABC), as contribuições mais notáveis ou significativas são examinadas (ver tabela A.3);

― análise de influência, na qual a possibilidade de influenciar as questões ambientais é examinada (ver tabela A.5);

― avaliação de anomalias, na qual, com base em experiências anteriores, são observados desvios incomuns ou surpreendentes dos resultados esperados ou normais. Isso permite uma verificação posterior e orienta avaliações de melhoria (ver tabela A.6).

O resultado desse processo de determinação também pode ser apresentado através de uma matriz, na qual os critérios de diferenciação acima mencionados formam as colunas e as entradas e saídas do inventário ou os resultados dos indicadores de categorias formam as linhas.

Também é possível executar esse procedimento para quaisquer entradas e saídas específicas do inventário, selecionadas a partir da definição de objetivo e escopo, ou para qualquer categoria de impacto individual, possibilitando assim um exame mais detalhado. Dentro desse processo de identificação, nenhum dado é alterado ou recalculado. A única modificação feita é a conversão para percentagens etc.

Nas tabelas seguintes, são apresentados exemplos de como um processo de estruturação pode ser realizado. Os métodos de estruturação propostos são adequados tanto para os resultados do ICV quanto para os possíveis resultados da AICV.

Os critérios de estruturação baseiam-se nos requisitos específicos da definição do objetivo e escopo ou nos resultados do ICV ou da AICV.

A tabela A.1 apresenta um exemplo da estruturação das entradas e saídas do ICV por estágios do ciclo de vida. A tabela A.2 expressa os mesmos dados em percentagem.

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Tabela A.1 — Estruturação das entradas e saídas do ICV para os estágios do ciclo de vida

Entradas/saídas do ICV

Produção de materiais

kg

Processos produtivos

kg

Fases do usokg

Outros kg

Total kg

Carvão 1 200 25 500 - 1 725

CO2 4 500 100 2 000 150 6 750

NOx 40 10 20 20 90

Fosfato 2,5 25 0,5 - 28

AOXa 0,05 0,5 0,01 0,05 0,61

Resíduos urbanos 15 150 2 5 172

Aparas ou sobras 1 500 - - 250 1 750 a AOX = Haletos orgânicos absorvíveis.

A análise da contribuição dos resultados do ICV constantes na tabela A.1 permite identificar os processos ou os estágios do ciclo de vida que mais contribuem para as diferentes entradas e saídas. Uma avaliação posterior pode revelar e estabelecer o significado e a estabilidade desses resultados, os quais então constituirão a base para conclusões e recomendações. Tal avaliação pode ser tanto qualitativa como quantitativa.

Tabela A.2 — Contribuição percentual das entradas e saídas do ICV para os estágios do ciclo de vida

Entradas/saídas do ICV

Produção de materiais

%

Processos produtivos

%

Fases do uso%

Outros %

Total %

Carvão 69,6 1,5 28,9 - 100

CO2 66,7 1,5 29,6 2,2 100

NOx 44,5 11,1 22,2 22,2 100

Fosfato 8,9 89,3 1,8 - 100

AOX 8,2 82,0 1,6 8,22 100

Resíduos urbanos 8,7 87,2 1,2 2,9 100

Aparas ou sobras 85,7 - - 14,3 100

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Esses resultados podem ainda ser classificados e priorizados, seja por procedimentos de classificação individuais ou por regras predefinidas na definição do objetivo e escopo. A tabela A.3 mostra os resultados de tal procedimento de classificação, usando os seguintes critérios:

A: mais importantes, influência significativa, isto é, contribuição > 50%

B: muito importantes, influência relevante, isto é, 25% < contribuição ≤ 50%

C: razoavelmente importantes, alguma influência, isto é, 10% < contribuição ≤ 25%

D: pouco importantes, influência pequena, isto é, 2,5% < contribuição ≤ 10%

E: não importantes, influência insignificante, isto é, contribuição < 2,5%

Tabela A.3 — Classificação das entradas e saídas do ICV para os estágios do ciclo de vida

Entradas/saídas do ICV

Produção de materiais

Processos produtivos Fases do uso Outros Total

kg Carvão A E B - 1 725 CO2 A E B D 6 750 NOx B C C C 90 Fosfato D A E - 28 AOX D A E D 0,61 Resíduos urbanos D A E D 172 Aparas ou sobras A - - C 1 750

Na tabela A.4, o mesmo exemplo de ICV é usado para demonstrar uma outra opção de estruturação possível. Esta tabela apresenta um exemplo de estruturação das entradas e saídas do ICV em grupos de processo diferentes.

Tabela A.4 — Matriz de estruturação organizada por grupos de processo

Entradas/saídas do ICV

Fornecimento de energia

kg

Transporte kg

Outros kg

Total kg

Carvão 1 500 75 150 1 725 CO2 5 500 1 000 250 6 750 NOx 65 20 5 90 Fosfato 5 10 13 28 AOX 0,01 - 0,6 0,61 Resíduos urbanos 10 120 42 172 Aparas ou sobras 1 000 250 500 1 750

As outras técnicas, tais como determinação da contribuição relativa e classificação segundo critérios selecionados, seguem os mesmos procedimentos mostrados nas tabelas A.2 e A.3.

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A tabela A.5 mostra um exemplo de entradas e saídas do ICV estruturadas em grupos de processos e classificadas de acordo com o grau de influência dos grupos de processos sobre as diferentes entradas e saídas do ICV. O grau de influência é indicado na tabela da seguinte forma:

A: controle significativo, possibilidade de grande melhoria

B: controle pequeno, possibilidade de alguma melhoria

C: nenhum controle

Tabela A.5 — Classificação do grau de influência sobre as entradas e saídas do ICV organizadas em grupos de processo

Entradas/ saídas do ICV

Energia da rede pública

Energia produzida localmente

Transporte Outros Total kg

Carvão C A B B 1 725

CO2 C A B A 6 750

NOx C A B C 90

Fosfato C B C A 28

AOX C B - A 0,61

Resíduos urbanos C A C A 172

Aparas ou sobras C C C C 1 750

A tabela A.6 apresenta o exemplo de um resultado de ICV avaliado com respeito às anomalias e resultados inesperados e estruturado em grupos de processos. As anomalias e resultados inesperados são identificados por:

●: Resultado inesperado, isto é contribuição muito alta ou muito baixa

#: Anomalia, isto é, existência de emissões onde nenhuma emissão é esperada

O: Nenhum comentário

As anomalias podem representar erros nos cálculos ou na transferência de dados. Portanto, elas devem ser cuidadosamente consideradas. Recomenda-se verificar os resultados do ICV ou AICV antes de chegar a conclusões.

Resultados inesperados também devem ser reexaminados e verificados.

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Tabela A.6 — Identificação de anomalias e resultados inesperados das entradas e saídas do ICV de grupos de processos

Entradas/saídas do ICV

Energia da rede pública

Energia produzida localmente

Transporte Outros Total kg

Carvão O O ● O 1 725

CO2 O O ● O 6 750

NOx O O O O 90

Fosfato O O # O 28

AOX O O O O 0,61

Resíduos urbanos O ● O ● 172

Aparas ou sobras O O O O 1 750

O exemplo da tabela A.7 apresenta um possível processo de estruturação com base nos resultados da AICV. O exemplo destaca um resultado do indicador de categoria potencial de aquecimento global (PAG), estruturado de acordo com os estágios do ciclo de vida.

A análise da contribuição de substâncias específicas para o resultado do indicador de categoria da tabela A.7 identifica os processos ou os estágios do ciclo de vida que apresentam as maiores contribuições.

Tabela A.7 — Estruturação do resultado de um indicador de categoria (PAG) versus estágios do ciclo de vida

Potencial de aquecimento global (PAG)

do

Produção de materiais

CO2-equiv.

Processos produtivos

CO2-equiv.

Fases do uso

CO2-equiv.

Outros

CO2-equiv.

PAG total

CO2-equiv.

CO2 500 250 1 800 200 2 750

CO 25 100 150 25 300

CH4 750 50 100 150 1 050

N2O 1 500 100 150 50 1 800

CF4 1 900 250 - - 2 150

Outros 200 150 120 80 550

Total 4 875 900 2 320 505 8 600

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Tabela A.8 — Estruturação do resultado de um indicador de categoria (PAG) versus estágios do ciclo de vida, expressa em percentagem

PAG do Produção de

materiais %

Processos produtivos

%

Fases do uso

%

Outros

%

PAG total

%

CO2 5,8 2 20,9 2,3 31,9

CO 0,3 1,1 1,7 0,3 3,4

CH4 8,7 0,6 1,2 1,8 12,3

N2O 17,4 1,2 1,8 0,6 21

CF4 22,1 2,9 - - 25

Outros 2,4 1,7 1,4 0,9 6,4

Total 56,7 10,4 27 5,9 100

Além disso, questões metodológicas podem ser consideradas, por exemplo, pela avaliação de diferentes opções como cenários. A influência, por exemplo, de regras de alocação e critérios de corte, pode ser facilmente examinada através da apresentação dos resultados, paralelamente àqueles baseados em outras suposições ou através da comparação com as emissões que realmente ocorrem.

Do mesmo modo, a influência dos fatores de caracterização para a AICV (por exemplo, PAG 100 versus PAG 500) ou das escolhas de conjunto de dados para normalização e ponderação, se aplicadas, pode ser ilustrada pela comparação dos efeitos sobre os resultados das diversas suposições.

Em resumo, a identificação tem por objetivo propiciar um procedimento estruturado para a avaliação posterior dos dados, informações e resultados do estudo. Recomenda-se que os seguintes aspectos, entre outros, sejam considerados:

― categorias individuais de dados de inventário: recursos materiais e energéticos, emissões, resíduos etc.;

― processos individuais, processos elementares ou grupos deles;

― estágios individuais do ciclo de vida;

― indicadores de categorias individuais.

A.3 Exemplos do elemento avaliação

A.3.1 Geral

O elemento avaliação e o elemento identificação são procedimentos realizados simultaneamente. Através de um procedimento iterativo, diversas questões e tarefas são discutidas com mais detalhes, a fim de determinar a confiabilidade e a estabilidade dos resultados do elemento identificação.

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A.3.2 Verificação de completeza

A verificação de completeza visa a assegurar que todas as informações e dados requeridos de todas as fases sejam usados e estejam disponíveis para a interpretação. Além disso, faltas de dados são identificadas e a necessidade de complementar a aquisição de dados é avaliada. O elemento identificação é uma base valiosa para essas considerações. A tabela A.9 mostra um exemplo de verificação de completeza. No entanto, a completeza pode ser somente uma informação empírica, assegurando que nenhum aspecto conhecido importante tenha sido esquecido.

Tabela A.9 — Sumário de uma verificação de completeza

Processo elementar Opção A Completo? Ação requerida Opção B Completo? Ação requerida

Produção de material X Sim X Sim

Fornecimento de energia X Sim X Não Recalcular

Transporte X ? Verificar Inventário X Sim

Processamento X Não Verificar Inventário X Sim

Embalagem X Sim - Não Comparar com A

Uso X ? Comparar com B X Sim

Fim da vida X ? Comparar com B X ? Comparar com A

X: dado disponível.

- : dado não disponível.

Os resultados da tabela A.9 demonstram que diversas tarefas precisam ser executadas. No caso de recálculo ou reverificação do inventário original, é requerida uma revisão das etapas.

Por exemplo, no caso de um produto para o qual o gerenciamento de resíduos não é conhecido, uma comparação entre duas opções possíveis pode ser realizada. Essa comparação pode conduzir a um estudo aprofundado da fase de gerenciamento de resíduos ou à conclusão de que a diferença entre as duas alternativas não é significativa ou não é relevante para o objetivo e o escopo determinados.

A base para esse levantamento é a utilização de uma lista de verificação que inclua os parâmetros do inventário (tais como recursos materiais e energéticos, emissões, resíduos etc.), estágios e processos do ciclo de vida, indicadores de categoria requeridos etc.

A.3.3 Verificação de sensibilidade

A análise de sensibilidade (verificação de sensibilidade) visa a determinar a influência de variações nas suposições, métodos e dados sobre os resultados. É verificada principalmente a sensibilidade das questões mais significativas identificadas. O procedimento de análise de sensibilidade é baseado na comparação dos resultados obtidos usando determinadas suposições, métodos ou dados com os resultados obtidos usando suposições, métodos ou dados alterados.

Na análise de sensibilidade é verificada, tipicamente, a influência sobre os resultados da variação das suposições e dos dados em uma determinada faixa, por exemplo ± 25%. Os resultados são então comparados. A sensibilidade pode ser expressa como percentagem de variação ou como o desvio absoluto dos resultados. Dessa forma, mudanças significativas nos resultados (por exemplo, maiores do que 10%) podem ser identificadas.

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A necessidade de realização de análise de sensibilidade pode ser incluída na definição do objetivo e escopo ou ser determinada durante o estudo, tomando por base a experiência ou as suposições. Para os seguintes exemplos de suposições, métodos ou dados, a análise de sensibilidade pode ser valiosa:

― regras para alocação;

― critérios de corte;

― estabelecimento da fronteira e definição do sistema;

― julgamentos e suposições relativos aos dados;

― seleção da categoria de impacto;

― atribuição dos resultados do inventário (classificação);

― cálculo dos resultados dos indicadores de categorias (caracterização);

― dados normalizados;

― dados ponderados;

― método de ponderação;

― qualidade dos dados.

As tabelas A.10, A.11 e A.12 demonstram como a verificação de sensibilidade pode ser realizada com base nos resultados de análises de sensibilidade já aplicadas ao ICV e à AICV.

Tabela A.10 — Verificação de sensibilidade com relação às regras de alocação

Demanda de carvão Opção A Opção B Diferença

Alocação por massa, MJ 1 200 800 400

Alocação por valores econômicos, MJ 900 900 0

Desvio, MJ - 300 + 100 400

Desvio, % - 25 + 12,5 Significativo

Sensibilidade, % 25 12,5

As conclusões que podem ser extraídas da tabela A.10 indicam que a alocação tem uma influência significativa e que, sob tais circunstâncias, nenhuma diferença real existe entre as opções A e B.

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Tabela A.11 — Verificação de sensibilidade com relação à incerteza de dados

Demanda de carvão Produção de material

Processo produtivo Fases do uso Total

Caso de referência, MJ 200 250 350 800

Suposição alterada, MJ 200 150 350 700

Desvio, MJ 0 - 100 0 - 100

Desvio, % 0 - 40 - 12,5

Sensibilidade, % 0 40 0 12,5

As conclusões que podem ser extraídas da tabela A.11 indicam que mudanças significativas ocorrem e que as variações alteram o resultado. Se a incerteza neste caso tiver influência significativa, é indicada uma nova coleta de dados.

Tabela A.12 — Verificação de sensibilidade com relação aos dados de caracterização

Dados de entrada/efeito do PAG

Opção A Opção B Diferença

Pontuação para PAG = 100 CO2-equivalente

2 800 3 200 400

Pontuação para PAG = 500 CO2-equivalente

3 600 3 400 - 200

Desvio + 800 + 200 600

Desvio, % + 28,6 + 6,25 Significativo

Sensibilidade, % 28,6 6,25

As conclusões que podem ser extraídas da tabela A.12 indicam que mudanças significativas ocorrem, que suposições alteradas podem mudar ou até mesmo inverter as conclusões e que a diferença entre as opções A e B é menor do que originalmente esperado.

A.3.4 Verificação de consistência

A verificação de consistência visa a determinar se as suposições, métodos, modelos e dados são consistentes ao longo do ciclo de vida do produto e entre as diversas opções. São exemplos de inconsistências:

― diferenças nas fontes de dados, por exemplo, a Opção A sendo baseada na literatura e a Opção B em dados primários;

― diferenças na exatidão dos dados, por exemplo, estando disponíveis para a Opção A fluxograma e descrição de processo bastante detalhados, enquanto a Opção B é descrita com poucos detalhes, na forma de "caixas pretas";

― diferenças na abrangência tecnológica, por exemplo, os dados para a Opção A sendo baseados em processo experimental (por exemplo, um novo catalisador com maior eficiência de processo em nível de planta-piloto), enquanto os dados para a Opção B são baseados em tecnologia empregada em grande escala;

― diferenças com relação à abrangência temporal, por exemplo, a Opção A sendo baseada em tecnologia desenvolvida recentemente, enquanto a Opção B é descrita por um conjunto de tecnologias, incluindo plantas construídas recentemente e plantas antigas;

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― diferenças na idade dos dados, por exemplo, os dados para a Opção A sendo dados primários com 5 anos de idade, enquanto para a Opção B os dados foram coletados recentemente;

― diferenças na abrangência geográfica, por exemplo, os dados para a Opção A descrevendo um conjunto representativo de tecnologias européias, enquanto a Opção B refere-se a uma única planta ou a um único país membro da União Européia, com uma política de proteção ambiental de alto nível.

Algumas dessas inconsistências podem ser aceitas, de acordo com a definição do objetivo e escopo. Nos demais casos, diferenças significativas existem e sua validade e influência precisam ser consideradas antes de se chegar a conclusões e fazer recomendações.

A tabela A.13 apresenta um exemplo dos resultados de uma verificação de consistência para um estudo de ICV.

Tabela A.13 — Resultado de uma verificação de consistência

Verificação Opção A Opção B Comparar A e B? Ação

Fonte de dados Literatura OK Primária OK Consistente Nenhuma

ação

Exatidão dos dados Boa OK Fraca

Objetivo e escopo não

atingidos Não consistente Revisar B

Idade dos dados 2 anos OK 3 anos OK Consistente Nenhuma

ação

Abrangência tecnológica Estado da arte OK Planta-piloto OK Não consistente

Nenhuma ação em

função do objetivo

do estudo

Abrangência temporal Recente OK Em aplicação OK Consistente Nenhuma

ação

Abrangência geográfica Europa OK EUA OK Consistente Nenhuma

ação