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Pré-Diagnóstico Social Concelhio 1/130
Ribeira de Pena
ÍNDICE
Pré-Diagnóstico concelhio do Concelho de Ribeira de Pena
PARTE I - Enquadramento Geral
1. Introdução 7
2. Pobreza e Exclusão Social em torno de uma definição 8 3. As autarquias como palcos privilegiados para a resolução destes problemas 11
4. Rede Social – Contextualização 14 5. Metodologia a adoptar 17
PARTE II – Caracterização Geo-demográfica 1. História de Ribeira de Pena 24 2. Breve Caracterização do concelho de Ribeira de Pena 25 3. Demografia 31 3.1 – População 34
3.2 – Densidade Populacional 36
3.3 – Evolução Populacional 36
3.4 – Evolução da População por Sexos 38
3.5 – Evolução da População Por Grupos Etários 39
3.6 – Natalidade e Mortalidade 43
3.7 – Níveis de Instrução da População 49
3.8 – Taxa de Analfabetismo 49
3.9 – Taxa de Abandono Escolar 57
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3.10 – Emigração/Imigração 61
PARTE III – Caracterização Habitacional do Concelho
1 – Família e Habitação 65
2 – Alojamentos 68
3 – Edifícios 71
PARTE IV – Caracterização Sócio-económica do Concelho
1 – Actividade Económica 75
2 – Taxa de Desemprego 81
PARTE V – Caracterização Socio-cultural do Concelho
1 – Qualidade de vida 88
2 – Protecção Social 91
3 – Serviços Públicos e de Segurança 95
4 – Transporte e Comunicação 96
5 – Desporto 96
6 – Turismo 97
7 – Cultura 102
8– Festas e Romarias no Concelho 103
PARTE VI – Considerações Finais 1 - Algumas Questões para reflectir 105
2 - Identificação dos Principais Problemas 106
3. –Análise SWOT 110
4 - Conclusão 128
5 – Bibliografia 129
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Índice dos Quadros
Quadro nº1 - Caracterização Genérica da Sub-região do Tâmega
Quadro nº2 - Caracterização Genérica do Concelho de Ribeira de Pena
Quadro nº3 - Distribuição da população por freguesias – Ribeira de Pena
Quadro nº4 – Evolução da População residente no concelho de Ribeira de Pena (1996/2002)
Quadro nº5 – População residente entre 1991 e 2001 por freguesias
Quadro nº6 - População residente e população presente entre 1991 e 2001 por freguesias
Quadro nº7 - Evolução da população residente e presente no Norte e no Tâmega
Quadro nº8 - Evolução da população residente por sexo – Ribeira de Pena
Quadro nº9 - Evolução da população residente por sexo – Na Região Norte e na Sub-
região do Tâmega
Quadro nº10 - Evolução da população residente por grupo etário – Na Região Norte e na
Sub-região do Tâmega e Ribeira de Pena
Quadro nº11 - Número de nados vivos e de óbitos por freguesia
Quadro nº12 – Nível de Instrução da População por sexo no concelho de Ribeira de Pena,
do Tâmega e da Região Norte em 2001
Quadro nº13 - Estabelecimentos de Ensino, segundo o Ensino Ministrado em 2002/2003
Quadro nº14 - Estabelecimentos de Ensino Pré-escolar 2003/2004
Quadro nº15 - Estabelecimentos de Ensino do 1º Ciclo 2003/2004
Quadro nº16 - Alunos Matriculados, segundo o Ensino Ministrado, em 2002/2003
Quadro nº17 - Alunos Matriculados, segundo o Ensino Ministrado, em 2003/2004
Quadro nº18 - Pessoal Docente, segundo o ensino Ministrado, em 2002 – 2003
Quadro nº19 - População Residente Segundo as Migrações (relativamente a 31/12/99), por
Concelho de Residência Habitual (2001)
Quadro nº20 - População Residente Segundo Zonas de Proveniência (relativamente a
31/12/99), por Concelho de Residência Habitual em 12/02/2001 no Tâmega
Quadro nº21 - População Residente em 1991 e 2001.
Quadro nº22 - População Residente, Famílias Clássicas, Famílias Institucionais e Núcleos
Familiares Na Região Norte, Tâmega e Ribeira de Pena
Quadro nº23 - N.º de Famílias e Dimensão Média das Famílias
Quadro nº24 - Número de Famílias Clássicas Residentes e Famílias Institucionais por
freguesias do concelho em 2001
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Quadro nº 25 - Número de Alojamentos 1991- 2001
Quadro nº26 - Alojamentos Colectivos/ Alojamentos Clássicos em 1991/2001 por Zona
Geográfica
Quadro nº27 Alojamentos Familiares/colectivos por freguesias em 2001
Quadro nº28 - Edifícios em 1991 e 2001 Por zona Geográfica
Quadro nº29 - Nº Médio de Alojamentos por edifícios
Quadro nº30 - População economicamente activa/população economicamente activa e
empregada por Região e Sexo
Quadro nº 31 - Códigos de Actividade
Quadro nº32 - Sectores de actividades
Quadro nº33 - População activa e emprega por CAE e por região
Quadro nº34 - População activa empregada por sector de actividade
Quadro nº35 - Comparação da Taxa de Desemprego em 1991 e 2001 por região
Quadro nº36 - População desempregada por Sexo e Região
Quadro nº37- População desempregada em 1991 por Sexo e Região
Quadro nº38 - Indicadores de Qualidade de vida por Região
Quadro nº39 - Indicadores de Qualidade de vida por Região
Quadro nº40 – N.º de Pensionistas por região demográfica em 2001
Quadro nº41 - Estabelecimentos da Segurança Social por Região
Quadro nº42 - Indicadores de Saúde Pública por Região
Quadro nº43 - Estabelecimentos de serviços Públicos e Comércio em Ribeira de Pena
Quadro nº44 - Transportes e Comunicações em Ribeira de Pena
Quadro nº45 - Infra-estruturas ao nível do desporto em Ribeira de Pena
Quadro nº46 - Alojamentos Turístico em Ribeira de Pena
Quadro nº47 - Infra-estruturas de Cultura e Lazer
Quadro nº48 - Festas e Romarias realizadas no Concelho de Ribeira de Pena
Quadro nº49 - Feiras realizadas no Concelho de Ribeira de Pena
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Índice dos Gráficos
Gráfico nº1 - Distribuição de áreas em km2 por freguesias no concelho de Ribeira de Pena.
Gráfico nº2 - Distribuição da População por Freguesias em Percentagem em 2001
Gráfico nº3 - Densidade Populacional por Hab/km2
Gráfico nº4 - População residente segundo grupos etários – Concelho de Ribeira de Pena
Gráfico nº5 - Índice de Dependência dos idosos – Concelho de Ribeira de Pena
Gráfico nº6 - Evolução entre 1991 e 2001 – Por zona Geográfica
Gráfico nº7 - Taxa de Natalidade e Mortalidade e Nupcialidade por zona Geográfica
Gráfico nº8 - Índice de Envelhecimento/Taxa de Crescimento Natural
Gráfico nº9 - Número de óbitos por sexo e por região
Gráfico nº10 - Número de nados vivos por sexo e por região
Gráfico nº11 - Indicadores demográficos por Região
Gráfico nº12 - Taxa de Analfabetismo em 1991 e 2001
Gráfico nº13 - População Residente – Analfabeta com 10 anos ou mais
Gráfico nº14 – Abandono Escolar por anos escolares
Gráfico nº15 – Percentagem de alunos face ao Sucesso/Insucesso – 1º Ciclo
Gráfico nº16 – Percentagem de alunos face ao Sucesso/Insucesso – 2º Ciclo
Gráfico nº17 – Percentagem de alunos face ao Sucesso/Insucesso – 3º Ciclo Gráfico nº18 – Percentagem de alunos face ao Sucesso/Insucesso – Secundário Gráfico nº19- Profissões dos Pais/Encarregados de Educação Gráfico nº20 - Núcleo Familiares residentes nas Freguesias do concelho de Ribeira de Pena
Gráfico nº21- Número de alojamentos Colectivos em 1991 – 2001 por Zona Geográfica
Gráfico nº22 - Número de Alojamentos Clássicos em 1991 – 2001 por Zona Geográfica
Gráfico nº23 – Nº de Edifícios por Freguesias
Gráfico nº24 – População Economicamente Activa por Sexo e Região
Gráfico n.º 25 - Distribuição da população activa pelos sectores de actividade em Ribeira de
Pena
Gráfico nº26 - Distribuição da população activa pelos sectores de actividade no Tâmega
Gráfico nº27 - Distribuição da população activa pelos sectores de actividade no Norte
Gráfico nº 28 - Distribuição da População desempregada por sexo e por região
Gráfico nº29 - População Desempregada à procura de novo emprego por Sexo e Região
Gráfico nº30- População Desempregada à procura do 1º Emprego por Sexo e Região
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PARTE I
ENQUADRAMENTO GERAL
“Um bom diagnóstico é o garante da adequabilidade das respostas às necessidades
locais, bem como da eficácia de qualquer projecto de intervenção.”
In Guerra, Isabel; Amorim
Alexandra, Construção de um Projecto, U.M 47, PROFISS/ISSS,
p. 6.2
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1 - INTRODUÇÃO Este relatório inicial pretende dar a conhecer da situação territorial e sócio-económica do
concelho de Ribeira de Pena no âmbito do programa Rede Social. O programa Rede Social foi
criado pela Resolução do Conselho de Ministros nº 197/97, de 18 de Novembro, tendo como
objectivo central combater a Pobreza e a Exclusão Social numa perspectiva de promoção do
desenvolvimento social. Posto isto, a Rede social surge como uma ferramenta de trabalho
fundamental para a realização de um plano estratégico integrado e sistemático que visa a
articulação de esforços e de recursos dos vários agentes locais do concelho, canalizando a
sua intervenção para o desenvolvimento local, pondo de parte as perspectivas sectoriais de
acção.
Nesta medida a Rede pretende ser um palco de intervenção social entre os vários parceiros
de forma a desenvolverem projectos de acção articulados de maneira a poder evitar acções
isoladas e por vezes sobrepostas.
O processo de implementação da rede pressupõe a adopção de uma metodologia de
planeamento integrado transversal a todas as etapas de trabalho: no pré-diagnóstico, no
Diagnóstico Social concelhio, no Plano de Desenvolvimento Social (PDS) e no Plano de Acção.
A Rede Social do concelho de Ribeira de Pena neste momento encontra-se na primeira fase
do programa, no Pré-diagnóstico. Este pretende ser um documento de preparação à etapa que
se segue, através deste pretende-se realizar os levantamentos de forças, fraquezas,
oportunidades e ameaças do concelho de Ribeira de Pena de modo a permitir delinear
estratégias e possíveis intervenções concertadas. No fundo trata-se de uma recolha e
sistematização de informação relativa ao concelho em causa tendo por base uma análise mais
quantitativa. Para a recolha dos dados recorreu-se a variadas fontes nomeadamente a
Câmara Municipal de Ribeira de Pena, Instituto Nacional de Estatística (INE), Instituto de
Emprego e Formação Profissional (IEFP), Segurança Social. Cabe ainda acrescentar, que esta
primeira fase está sujeita a constantes correcções e aperfeiçoamentos conduzindo deste
modo ao Diagnóstico Social Concelhio
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2 - POBREZA E EXCLUSÃO SOCIAL EM TORNO DE UMA DEFINIÇÃO.
“Morrer de fome é característico e algumas pessoas que não têm alimentos suficientes para comer. Não é característico de não haver alimentos suficientes para comer”. Amartya Sem, Pobreza e Fomes, Lisboa
Terramar, 1999, p. 11. A pobreza e a exclusão social embora não sendo fenómenos recentes, têm vindo a surgir nas
nossas vidas a um ritmo acelerado. Não se pode esconder a pobreza e muito menos ignorá-la.
Actualmente, ela é sentida como uma ferida no coração de cada sociedade. O conceito de
Exclusão Social é mais recente entre nós e tende a ser associado sempre ao conceito de
pobreza. Apesar de estes dois conceitos estarem intrinsecamente ligados e até serem
complementares entre si, tratam-se de conceitos perfeitamente distintos. “Quando estás a
decidir seja o que for, põe diante dos teus olhos o mais pobre dos pobres que encontraste e
pergunta a ti mesmo e essa decisão vai ajudá-lo. Se a resposta for afirmativa, então toma
sem hesitar essa decisão.” (Pintassilgo:1997:54).
Neste medida o conceito de pobreza assenta em pressupostos de cariz excessivamente
economicista e monetarista das condições de vida dos indivíduos ou do grupo onde se
encontram inseridos. O conceito prende-se com a privação de recursos materiais que
afectam as populações mais vulneráveis como sendo desempregados ou mal remunerados,
entre outros, tendo como pano de fundo um processo de pauperização dos indivíduos ou dos
grupos. Como o sociólogo Eduardo Rodrigues defende, “A pobreza será a forma mais
extremada da desigualdade social, facilitando o alargamento do fosso entre os grupos socais,
ou seja, promovendo o aumento da polarização social”. Por seu lado a Exclusão Social associa-
se a um processo de cariz mais estrutural onde ocorre uma quebra dos laços sociais o que se
traduz por sua vez numa forte dependência do assitencialismo do Estado. Assim sendo a
exclusão social resume-se a um processo de ruptura com a sociedade civil. Este processo
pode conter dois momentos distintos. Num primeiro momento, marcado pela ausência de
recursos básicos (Recursos económicos, culturais, sociais e simbólico) que influenciam as
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camadas da população mais marginalizadas, nomeadamente os toxicodependentes, os sem-
abrigo, os desempregados de longa duração, imigrantes, entre outros, num segundo momento
esta quebra é encarada como consequência de processos de estigmação/marginalização que
afectam grupos sociais específico, como as minorais étnicas.
“Os excluídos são os indivíduos ou familiares que acumulam um conjunto de riscos, de
dificuldades ou handicaps que os conduzem à pobreza económica, ao enfraquecimento dos
laços familiares e sociais, ao descrédito social e mesmo à perda de laços identitários.”
(Townsend:1997:34-35).
Tendo plena consciência que não existe uma receita milagrosa para o flagelo da pobreza e da
exclusão social, contudo existem métodos e formas que quando accionados podem minorar
este flagelo. Não sendo a pobreza uma realidade estática decorre em larga medida de um
processo de caracter social, económico e político. O caminho para combater este fenómeno
tem várias etapas, e confronta-se com alguns constrangimentos necessitando para tal de
respostas diversificadas.
Estes fenómenos ultrapassam o caracter meramente económico da noção de pobreza e
tendem a incluir para além deste, as manifestações sociais e psicológicas das exclusões,
manifestadas em vários tipos de privações nomeadamente a ausência de educação,
degradação das condições de habitação, deteoriração das condições de saúde, perda de apoio
familiar, o não envolvimento na vida social, a falta de oportunidades de trabalho, ausência de
qualificação profissional carência de hábitos de higiene, situações de deficiência, focos de
violência e marginalidade, tráfico de drogas, e formas diversas de mendicidade entre outras.
Estes são resultado de uma alteração no processo de socialização, que tende a desqualificar
socialmente grupos particularmente desfavorecidos, e igualmente um processo cumulativo de
vulnerabilidades nas mais variadas áreas, nomeadamente na saúde, na habitação, no emprego,
na educação, e na formação, daqui resulta portanto que este fenómeno seja encarado como
um fenómeno multidimensional. Sendo a pobreza um fenómeno multidimensional que exige
sempre uma resposta também multidimensional.
Estes fenómenos sociais como já foi dito anteriormente tendem a afectar particularmente
aqueles que estão mais expostos, isto é: os jovens com baixas qualificações, reformados com
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baixas pensões, famílias com baixos rendimentos, desempregados, imigrantes,
toxicodependentes, sem-abrigo, entre outros.
Tendo plena consciência que estes fenómenos sociais podem resultar de vários factores e
que tocam diferentes sectores da sociedade como o económico, o social, o cultural, o
ambiental torna-se cada vez mais premente articular e compatibilizar todas as políticas
sectoriais de nível local, regional e nacional de forma combatê-los eficiente e eficazmente.
Torna-se cada vez mais impossível olhar com indiferença para o facto de uma grande maioria
da população humana de manter afastada dos resultados do progresso e do desenvolvimento
económico. A realidade e a grande conclusão a que podemos chegar, é que o crescimento
económico por si só não diminui mas antes pelo contrário, aumenta o número de pobres.
Acreditar hoje que as respostas crescimentistas serão uma possível resposta a problemas de
pobreza e exclusão social entra em verdadeiro colapso.
Tal como defende Elza Chambel, Comissária Regional do Sul da Luta Contra A Pobreza, “ Um
pobre não tem apenas carências de bens materiais, está razoavelmente “fora de jogo”, sente-
se inútil e sem referências e como tal é excluído e exclui-se socialmente, não faz uso dos
direitos sociais e não exerce, inúmeras vezes o direito de cidadania.”(Chambel:1997:47).
Podemos concluir dizendo que, não obstante a todos os esforços feitos no sentido de minorar
este problema, a pobreza, esta continua a dizimar a vida de milhões de pessoas. Entrar no
ciclo da pobreza é como uma espiral que vai danificando a possibilidade de a superar. Assim
esta assume-se como cumulativa na medida que o pobre, para além de não ter rendimento
para viver não tem habitação, emprego, acesso a saúde ou a banca de crédito. É um processo
hereditário porque as crianças que nascem no meio da pobreza carregam consigo um estigma
que as rotula para uma pobreza ainda maior. E por último, figura-se como auto-
destruidora/humilhadora ao permitir que a pessoa pobre fique apreensiva em relação aos
serviços públicos, sente receio da humilhação, e caba por perder a auto-estima e a sua
dignidade enquanto pessoa.
Enfim, por tudo isto, temos plena consciência que o fenómeno da pobreza e da Exclusão
Social é um processo complexo e multidimensional que afecta grupos sociais que vivem
situações de desarticulação relativamente ao funcionamento da sociedade. A existência de
bolsas de pobreza e de situações sociais graves, conduz a implementação de acções socais
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importantes por parte de alguns actores sociais de desenvolvimento social, no sentido de
vitalizar determinados territórios, onde estes fenómenos são cada vez mais prementes e
cada vez mais encarados como verdadeiras “epidemias”.
A consciencialização para a necessidade de agir e lutar contra estas “epidemias” que atingem
de diferentes maneiras cada um de nós, desencadeou um especial interesse por parte do
Ministério da Segurança Social e do Trabalho e em particular do Instituto de Solidariedade
e Segurança Social, para a criação de um projecto que permitisse atenuar estes problemas
sociais, assim como apelar para a activação de agentes de resposta e solução na
concretização destes problemas.
E neste contexto que surge o programa Rede Social. Este programa assume-se
essencialmente como meio de racionalizar formas de intervenção social e de articulação das
diferentes instituições (podendo ser elas públicas ou privadas) e parcerias locais dentro de
uma perspectiva territorializada.
Este programa nacional caracteriza-se por ter uma componente territorial de intervenção,
pois é a nível local que os problemas surgem, e é como base neles que deverão ser
encontrados as soluções para os resolver, de forma integrada e ajustada às reais
necessidades e problemas dos indivíduos e/ou famílias envolvendo para tal todas as entidades
que actuam em determinada comunidade e as sinergias locais existentes.
3 - AS AUTARQUIAS COMO PALCOS PRIVILEGIADOS PARA A RESOLUÇÃO DESTES
PROBLEMAS
Tal como já foi referido anteriormente, a Exclusão Social é um fenómeno social complexo,
não se limitando apenas a questões de rendimentos insuficientes, as suas causas são múltiplas
e manifestam-se nas mais variadas áreas como: a habitação, acesso a serviços básicos,
educação, cultura entre outros. Tendo cada vez mais plena consciência de todas as alterações
da sociedade moderna, e porque se pretende que este século XXI seja mais justo e solidário,
torna-se premente desenvolver políticas e estratégias de intervenção social que tenham por
base o princípio da complementaridade, e na conjugação de esforços e parcerias que
permitam um combate eficaz a este flagelo da pobreza.
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Ribeira de Pena
O concelho de Ribeira de Pena tem vindo a desenvolver algumas experiências de trabalho em
parceria, nomeadamente através da Comissão de Protecção de Crianças e Jovens em Perigo,
do Rendimento Mínimo Garantido e do Projecto “Vento Solidário”- Projecto de Luta contra a
Pobreza, (que tem como objectivo a atribuição de apoios a recuperação de habitação para os
agregados familiares mais carenciados do concelho de Ribeira de Pena). Tem-se verificado
através destas experiências, a partilha de iniciativas, bem como a rentabilização de esforços
como formas adequadas para a consciencialização dos problemas e por consequente para a
resolução dos mesmos.
Sendo as autarquias o poder mais próximo das comunidades locais, este vem-se afirmando
progressivamente e assumindo papel de relevo na resolução dos problemas concretos das
populações, na medida em que, as autarquias locais se caracterizam-se como espaços
privilegiados de expressão das necessidades e aspirações dos cidadãos, sendo por este
motivo quem melhor poderá controlar os recursos endógenos, as carências e as próprias
especificidades de cada comunidade.
As tarefas das autarquias de hoje são muito mais exigentes do que outrora, no sentido de
promover a qualidade de vida das populações tornando-se premente o incentivo da
participação democrática no processo de desenvolvimento.
O poder local é cada vez mais chamado a intervir nos mais diversos domínios. Desde à
cultura, ao desporto, ao ambiente, são áreas que giram à volta das actividades autárquicas.
As Autarquias, dada a sua estreita ligação que mantém com as populações que as situam quer
a um nível institucional e territorial, não podem voltar as costas aos problemas que mais
afectam as comunidades locais.
Conforme é reconhecido publicamente pelas próprias populações e pelas diferentes forças
políticas e sociais, apesar dos seus recursos financeiros limitados e da sua imposta autonomia
administrativa, “as autarquias locais estão conscientes dos seus diferentes consagrados na
própria constituição e na legislação ordinária e sabem muito bem da resolução dos problemas
do país”. (Ribeiro, 1992:41)
A vontade e a necessidade de responder de uma forma mais imediata e mais eficaz às
necessidades locais, conduzem ao estabelecimento de grandes diálogos com associações
existentes e as comunidades locais.
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Mas, não podemos deixar de fazer referência ao poder do Estado como coordenador no
desenvolvimento local do país, que surge da necessidade de colmatar as desigualdades
territoriais e as assimetrias regionais desencadeadas ao longo da história.
Torna-se necessário dotar o Poder Local com meios técnicos e recursos humanos capazes de
dar resposta aos verdadeiros problemas locais.
Hoje em dia, é cada vez maior a importância atribuída ao Poder Local. O Poder Local tem sido
um forte impulsionador dos processos de desenvolvimento nas comunidades locais.
Torna-se cada vez mais patente o esforço e o empenhamento desempenhado pelas Câmaras
Municipais em dotar os municípios de infra-estruturas básicas necessários à promoção da
qualidade de vida das pessoas.
Grande parte das responsabilidades dos destinos das regiões está dependente dos seus
agentes (que podem ser públicos, privados, associativos ou voluntários) aos quais, em
conjunto, cabe a responsabilidade de prever o futuro da região onde se inscrevem.
As Autarquias neste processo tem um papel primordial, cada vez mais estas, reivindicam
maior autonomia face ao poder central.
Novos desafios são colocados às Autarquias que não passam apenas pela criação da rede de
água ou de esgotos, mas antes desafios que exigem resoluções mais eficazes. Estes novos
desafios requerem melhores planeamentos, desenvolvimento de projectos com metodologias
mais participativas que não se limitem apenas às esferas materiais mas também às esferas
imateriais.
Estes novos desafios desencadeiam também uma maior solicitação da intervenção autárquica
ao mesmo tempo que exigem ao Poder Local formas inovadoras de organização e de adequação
aos problemas das próprias comunidades locais.
Surge assim, nas Câmaras e nas Juntas de Freguesia uma necessidade de reorganização,
procurando no seu interior os recursos, os meios e as pessoas que mais serão capazes de dar
resposta aos novos desafios que enfrentam.
Enquanto tal, o desenvolvimento local não passa só pelas melhorias das infra-estruturas e dos
equipamentos, com o auxílio do Diagnóstico Social, desenvolver as potencialidades existentes
na região de maneira a proporcionar uma melhoria do bem-estar da comunidade local em
questão.
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4 - REDE SOCIAL – CONTEXTUALIZAÇÃO O concelho de Ribeira de Pena, não fugindo muito ao cenário nacional, é pautado por alguma
complexidade geográfica e sócio-demográfica. Caracteriza-se pela existência de alguns
estrangulamentos e fraquezas de cariz territorial e social nem sempre com uma resolução
simples, dificultado por vezes pelo trabalho isolado que vai sendo desempenhado pelos vários
agentes socais do concelho.
Foi atendendo a esta problemática, que surgiu o programa Rede Social, de âmbito nacional, de
maneira a promover estratégias integradas e sustentadas de forma a minorar os problemas
ao nível concelhio. Este programa nacional caracteriza-se por ter uma componente territorial
de intervenção, pois é a nível local que os problemas surgem, e é com base nele que deverão
ser encontradas as soluções para os resolver, de forma integrada e ajustada às necessidades
e problemas dos indivíduos e/ou famílias envolvendo para tal toas as entidades que actuam no
concelho.
A Resolução do Conselho de Ministros (RCM) n.º 197 de 18 de Novembro de 1997 define a
Rede Social como “Fórum de articulação e congregação de esforços” entre as diferentes
entidades públicas ou privadas que livremente aderiram tornado-se parceiras com objectivo
de combater a pobreza e a exclusão social tendo em vista a promoção do desenvolvimento
social.
Assim sendo, a Rede Social deverá ser vista como um espaço de afirmação de parcerias que
levarão ao surgimento de um plano estratégico bem estruturado e realizado onde serão
identificados e elencados os recursos existentes no concelho, quer públicos quer privados.
Neste sentido torna-se premente promover a territorialização da intervenção social,
nomeadamente através da criação de redes de parcerias e da partilha de responsabilidades a
fim de permitir mobilizar os recursos e as competências existentes, e contribuir para a
promoção de projectos de acção colectivos.
Deste modo, quando se fala em Rede Social fala-se de uma “nova maneira de trabalhar” onde
se faz um apelo à participação de todos os intervenientes locais e à congregação dos
recursos de todos, onde todos possam estar informados sobre o que se está a fazer e que
caminhos tomar para a resolução de problemas concretos locais.
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A participação apela a um “compromisso” entre todos os intervenientes de um processo e
muito especialmente a quem se destina.” (Guerra:1999:4.3). A consciêncialização pessoal e
colectiva para os problemas sociais torna-se premente, visto que estes devem ser encarados
como um problema de todos e para todos. Remetendo-nos para a Resolução de Ministros n.º
197/97 de 18 de Novembro, Acção Social tal é defino no ponto 6, deve incidir a sua acção no
apoio a grupos sociais mais vulnerais, a situações de pobreza e exclusão social nomeadamente
a famílias carências – sendo que a realidade do nosso concelho, é que muitas destas famílias
para além de possuírem más condições de habitabilidade possuírem também um conjunto de
handicaps económicos, sociais e culturais que se revém em problemas como a falta de
emprego, famílias monoparentais problemas de alcoolismo, violência doméstica, entre outros.
Por todos estes motivos, estas famílias usufruem do Rendimento Social de Inserção (RSI)
anteriormente denominado de Rendimento Mínimo Garantido (RMG).
Posto isto, o grande desafio que se coloca à Rede Social em Ribeira de Pena será colmatar um
conjunto de problemas:
♦ Pobreza e exclusão social;
♦ Existência de problemas sociais não identificados;
♦ Inexistência de uma articulação entre os parceiros com intervenção no mesmo
território;
♦ Duplicação de esforços e recursos por parte dos parceiros com os trabalhos
individualizados.
Tendo presente todos estes problemas a Rede Social, definiu como objectivos estratégicos
os seguintes:
♦ Implementação de uma nova cultura de parceria efectiva e dinâmica (e não
sectorializada);
♦ Desenvolvimento de dinâmicas de planeamento estratégico (através nomeadamente
dos Diagnósticos, Plano de Desenvolvimento Social e do Plano de Acção);
♦ Garantia de uma maior eficácia e rapidez no conjunto de respostas aos problemas
locais;
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O programa assenta em vários princípios de acção que deverão, e poderão, ser aplicados no
concelho. Falamos no Princípio de Subsidiariedade que se materializa através da procura de
respostas “próximas” das populações racionalizando sempre que possível os recursos locais
“agir localmente”; O Princípio da Integração na medida de encontrar intervenções
integradas para os problemas multidimensionais apelando à participação dos vários sectores e
agentes sociais; O princípio da Articulação desenvolve-se através da promoção de acções
concertadas entre as várias entidades, de projectos e medidas impedindo lacunas e
sobreposições de acções; Cabe ainda acrescentar que a viabilidade destes princípios depende
em boa medida da efectiva participação e implicação de todas as entidades e populações
locais, é nesta medida que assenta o Princípio da Participação;. Por último, o Princípio da
Inovação traduz-se na adopção de metodologias de trabalho flexíveis descentralizadas e
desburocratizadas que motivem a participação das comunidades locais.
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5. MEDOLOLOGIA A ADOPTAR A metodologia é um instrumento que nos vai permitir fazer a selecção dos métodos e
técnicas a ter em conta mediante o nosso objecto de estudo, de maneira a atingir os
objectivos inicialmente propostos.
A grande questão que se coloca será: Num estudo tão generalista, como poderemos definir
o principal objectivo deste trabalho?
A resposta vem de encontro aos objectivos traçados pelo Pré-diagnóstico. Isto é, neste
primeiro estudo exploratório pretende-se fazer uma primeira aproximação e compreensão da
realidade do concelho de Ribeira de Pena, assim como dos seus reais problemas, necessidades
e recursos disponíveis.
No fundo, tem em vista travar um primeiro contacto com o espaço alvo de modo a captar
indicadores que permitam caracterizar esse espaço.
A metodologia adoptada permitiu-nos conhecer com maior detalhe as variadas áreas e
problemáticas sentidas no concelho, mediante a observação e análise de indicadores quer
qualitativos quer quantitativos.
Assim num primeiro momento, recorremos à pesquisa indirecta, isto é, à análise documental e
a informações já existentes sobre o concelho. Uma das fontes utilizadas para o efeito foram
algumas publicações do Instituto Nacional de Estatística referentes aos Censos de 1991 e
2001 para podermos proceder a uma análise comparativa. Através da sua análise permitiu-nos
construir instrumentos de síntese, nomeadamente gráficos e tabela referentes à
caracterização sócio-demográficos e residencial do concelho, que foram sendo interpretados
e analisadas à medida que iam sendo introduzidas à medida que se construía o Pré-
diagnóstico.
Deste modo, foram tratados indicadores desde a densidade populacional, evolução da
população desde 1981 até aos últimos censos (2001); assim como a sua caracterização ao nível
do sexo, o grupo etário, nível de instrução, educação, a tipologia familiar, alojamentos e
edifícios, cultura e condições sociais; e indicadores como a saúde, economia e turismo.
Paralelamente, foram também analisados dados sobre as condições de vida da população
residente perante a actividade económica, passando pela visualização da distribuição da
população economicamente activa e empregada por grupo de actividades económicas.
Pré-Diagnóstico Social Concelhio 18/130
Ribeira de Pena
Cabe ainda acrescentar, a que esta base de dados foram acrescentados alguns conceitos que
na nossa opinião se mostraram pertinentes permitindo desta forma contextualizar melhor os
nossos leitores, com o recurso a visualização de quadros e gráficos onde se interligam várias
variáveis com os totais por cada área geográfica. Os áreas tratadas para este primeiro
diagnóstico foram as seguintes: o concelho de Ribeira de Pena, o Tâmega e a Zona Norte a
fim de podermos realizar uma análise comparativa.
Posto isto, cabe ainda salientar que a caracterização socio-demografica feita ao nível do
concelho nos permitiu realizar a primeira impressão relativamente aos recursos, fragilidades
e prioridades de intervenção no concelho. Para tal utilizamos a chamada análise SWOT
(Strengths, Weaknesses, Opportunities and Threats) que em português se designada por
Análise F.0.F.A. (Forças, Oportunidades, Fraquezas, Ameaças).
Com esta análise pretende-se aportar vários problemas detectados no concelho quer na sua
vertente mais positiva quer na negativa, sendo este o principal objectivo pretendido com este
Pré-diagnóstico Social e, posteriormente, para a realização do Diagnóstico Social e dos
Planos Estratégicos de Acção.
Até ao momento esta recolha de informação descrita em cima foi da responsabilidade do
Núcleo Executivo. A realização deste Pré-diagnóstico Social Concelhio decorreu entre
Novembro de 2004 e Fevereiro de 2005.
Pré-Diagnóstico Social Concelhio 19/130
Ribeira de Pena
Tabela 1 – Discriminação da população Alvo
Grupos População Alvo Discriminação Total
Parceiros constituintes da CLAS de Ribeira
de Pena
♦ Entidades do Concelho
de Ribeira de Pena
♦ Município de Ribeira de Pena Presidente Dr. Agostinho
Pinto; ♦ Santa Casa da Misericórdia
de Ribeira de Pena Provedor João Pereira; ♦ Irmandade Nossa Senhora
Misericórdia de Cerva Provedor Joaquim Albertino
da Costa; ♦ Centro Distrital de
Solidariedade e segurança Social de Vila Real
(Dra. Armandina Cruz) ♦ Centro de Saúde de Ribeira
de Pena (Dr. Paulino Rodrigues) ♦ Comissão de Protecção de
Crianças e Jovens em Risco de Ribeira de Pena
(Prof. João Leite) ♦ Instituto de Emprego e
Formação Profissional de Basto
(Dr. Joaquim Carvalho Oliveira)
♦ Agrupamento Vertical das Escolas de Ribeira de Pena
(Prof. Ana Paula da Costa) ♦ Agrupamento Vertical das
Escolas de Cerva (Prof. Carlos Neto); ♦ Guarda Nacional Republicana
de Ribeira de Pena; ♦ Guarda Nacional Republicana
de Cerva.
410 Entidades
Pré-Diagnóstico Social Concelhio 20/130
Ribeira de Pena
Grupos População Alvo Discriminação Total
Parceiros constituintes da CLAS de Ribeira
de Pena
Juntas de Freguesias
♦ Junta de freguesia de
Alvadia; ♦ Junta de Freguesia de
Salvador; ♦ Junta de Freguesia de
Limões; ♦ Junta de Freguesia de
Canedo; ♦ Junta de Freguesia de Cerva; ♦ Junta de Freguesia de Santo
Aleixo; ♦ Junta de Freguesia de Santa
Marinha
47 Freguesias
Grupos População Alvo Discriminação Total
Parceiros constituintes da CLAS de Ribeira
de Pena
Párocos do Concelho de Ribeira de Pena
♦ Reverendo Pároco da
freguesia de Alvadia; ♦ Reverendo Pároco da
freguesia de Limões; ♦ Reverendo Pároco da
freguesia de Cerva; ♦ Reverendo Pároco da
freguesia de Salvador;
44 Párocos
Grupos População Alvo Discriminação Total
Parceiros constituintes da CLAS de Ribeira
de Pena
Entidades e associações Concelho de Ribeira de Pena
♦ Associação Portuguesa de
Apoio à Vitima – APAV de Vila Real
(Dra. Elisa Brites) ♦ Centro Social Paroquial de
Limões (Pároco Joaquim Costa) ♦ Grupo Desportivo de Ribeira
de Pena (Manuel Costa) ♦ Associação de pais e
encarregados de Educação) ♦ Grupo de tecelagem de
Limões (Maria Ester) ♦ Associação Pisão Louredo (Daniel Cardoso); ♦ Agrupamento 689 da CNE
(Escuteiros)
413 Entidades
Pré-Diagnóstico Social Concelhio 21/130
Ribeira de Pena
(Carlos Pinto) Reverendo Pároco da Freguesia de Cerva;
♦ Núcleo da Cruz Vermelha de Ribeira de Pena
(Dra. Adelaide Carvalho) ♦ Cáritas Diocesana de Vila
Real (Padre Joaquim Costa); ♦ Associação Cultural e
Recreativa de Balteiro (Manuel Marques)
♦ Fundo Social e Cultural dos
Servidores da Câmara Municipal de Ribeira de Pena
(Fernando Afonso) ♦ Associação Cultural Os
Artesãos da Trofa”. (Maria Georgina Vilela); ♦ Associação Amigos de Asnela (Amadeu Silva);
Pré-Diagnóstico Social Concelhio 22/130
Ribeira de Pena
PARTE II
CARACTERIZAÇÃO GEO-DEMOGRÁFICA
Pré-Diagnóstico Social Concelhio 23/130
Ribeira de Pena
«Um nunca acabar de terra grossa, fragosa, bravia (...).
Terra Fria e Terra Quente. Léguas e léguas de chão raivoso,
Contorcido, queimado por um sol de fogo ou por um fio de neve.
Serras sobrepostas a serras. Montanhas paralelas a montanhas.
Nos intervalos, apretados entre lapedos, rios de água
cristalina, cantantes, a matar a sede de tanta aridez.
E quando em quando (...) um vale imenso dum húmus puro,
onde a vista descansa da agressão das penedias (...)»
Miguel Torga
Pré-Diagnóstico Social Concelhio 24/130
Ribeira de Pena
1- A HISTÓRIA DE RIBEIRA DE PENA
Ribeira de Pena “Concelho com características mistas de vale e montanha espalhadas nas suas
várias freguesias sendo a situação específica da Vila sede de concelho praticamente um caso
à parte, protegida que está numa concha natural disposta à margem esquerda do Tâmega”...
(In Monografia de Pena).
O concelho de Ribeira de Pena é possuidor de um património arquitectónico assinalável, a
Igreja de Salvador, a Casa de Barroso, a Casa de Senra e a Casa das Pereiras que tem a
particularidade de ter dois Brasões.
Localizado numa zona de transição entre Trás-os-Montes e as Terras de Bastos, este
concelho conjuga harmoniosamente as características agrestes da serra e a alegria e
vivacidade das terras de Bastos. O concelho de Ribeira de Pena proporciona ao visitante
múltiplas leituras da sua história, pela exploração de um percurso civilizacional da pré-
história até aos nossos dias. O povoamento inicial era pouco significativo, não ultrapassando a
sedentarização de pequenos grupos de carácter familiar, que se terão fixado apenas com o
objectivo de encontrarem alimentos e abrigo. O que sabiam estas gentes, aplicaram-no no
lugar de Lamelas, ao marcarem o granito com figuras geométricas e símbolos
antropomórficos, numa tradição que se prolongou até a idade do Ferro.
As terras férteis da região, propícias ao desenvolvimento da agricultura e da pastorícia,
favoreceram a progressiva fixação dos povos que por aqui passaram, permitindo um
conhecimento mais alargado sobre o povoamento de Ribeira de Pena. Posteriormente,
testemunhos da presença romana, espalhados um pouco por todo o concelho, evidenciam uma
organização do território e das suas estruturas rurais, nomeadamente através da construção
de pontes, abertura de vias e novos modos de cultivar a terra.
Ribeira de Pena, povoação antiga e anterior à fundação da monarquia, só em 29 de Setembro
de 1331 os seus moradores receberam, do rei Afonso IV, o 1° foral para ali fazerem "pobra"
(povoamento). Posteriormente, o território designado por "Terra de Pena" foi domínio
senhorial de D. Nuno Álvares Pereira, da Casa de Bragança e da Casa Azevedo até 1517, ano
em que D. Manuel I lhe concedeu novo foral, fazendo reverter para a Coroa os direitos de
jurisdição: rendas, foros e pensões.
Pré-Diagnóstico Social Concelhio 25/130
Ribeira de Pena
Em 1853, o concelho de Cerva, antigo município com foral outorgado por D. Manuel I em 1514,
foi extinto. Como consequência, o território ribeirapenense foi alargado, dele passando a
constar seis freguesias: Salvador, Sto. Aleixo de Além-Tâmega, Sta. Marinha, Cerva, Limões
e Alvadia, cuja sede se localizava no lugar de Venda Nova (Largo do Pelourinho). Em 1895,
foi-lhe anexado a freguesia de Canedo, que pertencera ao concelho de Boticas, ficando assim
constituído o território com a configuração que actualmente mantém e com sede na freguesia
de Salvador.
Ribeira de Pena, podemos afirmar que é um concelho marcado pela ruralidade, o concelho
deve grande parte da sua actividade à agricultura, esta caracteriza-se por ser marcada pela
dispersão e pouca organização. O total do número de explorações agrícolas é 1771 ocupando
cerca de 8.634 hectares segundo o Recenseamento Agrícola de 1999 do INE.
No concelho de Ribeira de Pena existiam segundo o este mesmo Resenseamento Agrícola de
1999 cerca de 1705 produtores individuais o que equivale a 23 % da população total (7412
indivíduos).
Salvo raro excepções, em Ribeira de Pena pratica-se uma agricultura de subsistência. Entre
as produções do concelho, destaca-se o vinho (zona demarcada do Vinho Verde) o milho, o
centeio e a batata.
2- BREVE CARACTERIZAÇÃO DO CONCELHO DE RIBEIRA DE PENA Situado a noroeste de Portugal, na região Norte de Portugal e sub-região do Tâmega, o
concelho de Ribeira de Pena é limitado a Norte pelo concelho de Boticas, a sul pelos
concelhos de Vila Real e Mondim de Basto e a este pelo concelho de Vila Pouca de Aguiar, a
noroeste pelo concelho de Cabeceiras de Basto.
O acesso de Ribeira de Pena a Vila Real é feito pela N206, até Vila Pouca de Aguiar,
continuando pela N2 até Vila Real.
A Sub-região do Tâmega é composta por 15 concelhos e 321 freguesias. Entre os
recenseamentos de 1991 e 2001 obteve uma variação populacional de 8,3% e apresenta uma
densidade populacional de 210,3 habitantes por Km2.
Pré-Diagnóstico Social Concelhio 26/130
Ribeira de Pena
Quadro 1 - Caracterização Genérica da sub-região do Tâmega
Concelho Área Nº de
freguesias
População
residente
Densidade
populacional
Variação da População Residente
entre 1991/2001
Amarante 301,5 Km2 40 59627 197,8 hab/km2 6,3%
Baião 174,3 km2 20 22355 128,3 hab/km2 - 0,5%
Cabeceiras de Basto 241,8 km2 17 17 846 73,8 Hab/km2 9,0 %
Castelo de Paiva 115,0 km2 9 17338 150,8 hab/km2 5,0%
Celorico de Basto 181,1 km2 22 20 466 113,0 hab/km2 - 4,7%
Cinfães 241,3 km2 17 22 424 92,9 hab/km2 - 4,5%
Felgueiras 115,9 km2 32 57 595 497,1 hab/km2 17,2 %
Lousada 96,2 km2 25 44 712 464,6 hab/km2 17,0%
Marco de Canaveses 201,9 km2 31 52 419 259,7 hab/km2 8,9%
Mondim de Basto 172,1 km2 8 8 574 49,8 hab/km2 - 9,9%
Paços de Ferreira 71,6 km2 16 52 985 740,3 hab/km2 19,9 %
Paredes 156,3 km2 24 83 377 533,5 hab/km2 14,2 %
Penafiel 212,3 km2 38 71 801 338,2 hab/km2 4,9 %
Resende 122,5 km2 15 12 370 101,0 hab/km2 - 9,5 %
Ribeira de Pena 217,4 km2 7 7 412 34,1 hab/km2 - 12,8%
Fonte: INE Censos de 2001.
Da análise do quadro n.º1 podemos concluir que o concelho de Ribeira de Pena não sendo o
concelho que apresenta menor área geográfica da região do Tâmega (Concelhos como Paços
de Ferreira, Lousada, Castelo de Paiva, Felgueiras, Resende, Paredes, Mondim de Basto,
Marco de Canaveses e Penafiel que apresentam uma área menor que a do concelho de Ribeira
de Pena) no que diz respeito à população o concelho de Ribeira de Pena é o concelho que
apresenta menos população como também aquele que apresenta o menor número de
freguesias com apenas 7 freguesias a saber: Alvadia, Canedo, Cerva, Limões, Salvador, Santa
Marinha e Santo Aleixo de Além Tâmega. A população residente no concelho de Ribeira de
Pena é de 7412 habitantes sendo o concelho dentro da Sub-região do Tâmega com o menor
número de habitantes. Paralelamente a isto, no que diz respeito a densidade populacional
também é a menor dentro da região apresentando um valor de 34,1 %, e quanto a variação da
população residente entre 1991 e 2001 esta apresenta-se igualmente com um saldo negativo
no valor de (– 12,8%) continuando a ser a menor da região.
Pré-Diagnóstico Social Concelhio 27/130
Ribeira de Pena
Quadro n.º2 - Caracterização Genérica do Concelho de Ribeira de Pena
Localização Ribeira de Pena Área 217,66 Km2 Freguesias (n.º) 7 População residente 7412 Densidade Populacional 34 hab/km2 Variação da Pop. Residente 1991/2001 -12,8 %
Fonte: INE Censos de 2001.
A sua geografia é profundamente marcada pela passagem no seu território do rio Tâmega.
Este atravessa o concelho a meio, e juntamente com os seus subsidiários como sendo o rio
Beça, Poio, Louredo e Ouro.
O concelho de Ribeira de Pena é marcado pela existência de três zonas distintas. Assim
temos, uma zona de vale profundamente marcada pelo Tâmega, e pela sua bacia hidrográfica,
trata-se da zona mais povoada, com actividade essencialmente agrícola e com características
ainda da região do Minho. A sul e sudeste fica uma zona, já de montanha marcada pelo
planalto do Alvão, esta menos povoada. Por fim, temos a terceira zona o concelho de Ribeira
de Pena que se insere já em Barroso sofrendo as suas influências.
O Concelho de Ribeira de Pena revela-se como um espaço de contrastes múltiplos que vai
oscilando entre um espaço palco cheio de verde, mas em simultâneo revela-se um espaço
marcado pela existência de desequilíbrios/assimetrias regionais que afectam o concelho. É
uma região que se torna atractiva pela sua beleza paisagística mas ao mesmo tempo se torna
repulsiva pelo isolamento sócio-geográfico.
Este isolamento traduz-se ao nível das acessibilidades dos equipamentos básicos,
nomeadamente, de saúde, educação e emprego.
Trata-se de um Concelho marcado por fortes marcas de ruralidade e pela estagnação e
despovoamento que se faz sentir ao longo de todo o concelho.
De facto, todas as freguesias do Concelho revestem-se de enormes debilidades económicas
“expulsando” através dos fluxos migratórios as pessoas para as áreas mais urbanizadas e,
mesmo para outros países.
Pré-Diagnóstico Social Concelhio 28/130
Ribeira de Pena
Assim sendo, podemos dizer que as carências infra-estruturais, nomeadamente as que se
referem às acessibilidades, transportes, telecomunicações, assim como outro de tipo mais
demográficas como sendo: envelhecimento da população e o seu nível de qualificação,
constituem poderosos obstáculos ao desenvolvimento da região.
Segundo o autor José Manuel Simões, a região revela uma dinâmica negativa, devido aos
grandes movimentos migratórios, nomeadamente o êxodo rural e emigração que se fez sentir
na década de 60 e parte de 70. Este fenómeno conduziu à fuga das populações dos seus
concelhos de residência para áreas económicas e socialmente mais desenvolvidas, quer a nível
nacional (áreas metropolitanas de Porto e Lisboa), quer a nível internacional (países da
Europa). Ainda segundo este autor, ao nível económico, a população mostra um peso relevante
do sector primário, ocupando assim mais de metade da população activa do concelho. No que
se refere ao sector industrial este caracteriza-se como “um deserto industrial” devido a sua
própria localização periférica. (Simões et al, 1996:19).
Ribeira de Pena constitui conjuntamente com Boticas, Chaves, Montalegre, Valpaços, Vila
Pouca de Aguiar o Agrupamento de Municípios do Alto Tâmega, abrangendo uma área total de
2.922 Km quadrados; isto é 13,7% da superfície total da Região Norte de Portugal. Fazem
parte do Agrupamento de Municípios do Alto Tâmega 155 freguesias com uma área média de
19 Km quadrados, e em conjunto com o agrupamento de municípios do Vale do Douro do Norte
constituem o distrito de Vila Real.
O Alto Tâmega situa-se na região do Alto Trás-os-Montes inserida na classificação do NUTT
III, faz fronteira a Norte com a Galiza, mais concretamente com a província de Ourense, a
sul, com o Agrupamento de Municípios do Vale Douro Norte, a Este com a terra quente e fria
Transmontana, e a Oeste com os agrupamentos do Vale de Lima, Alto Cavado e Alto Ave.
A região caracteriza-se por um clima de tipo Atlântico, com elevada precipitação no Inverno
e relativa humidade no Verão.
No que se refere aos factores naturais, há que salientar o relevo, a fertilidade dos solos
agrícolas, os recursos hídricos e o clima rigoroso.
Esta zona corresponde a uma área muito vasta e muito heterogénea, tanto do ponto de vista
da geografia física como da situação sócio-económica e da problemática que coloca a
promoção do desenvolvimento transfronteiriço.
Pré-Diagnóstico Social Concelhio 29/130
Ribeira de Pena
Relativamente às acessibilidades ao Alto Tâmega estas são dificultadas, uma vez que a rede
rodoviária é insuficiente para servir um cada vez maior fluxo de trânsito, contudo, estão
previstas algumas mudanças, nomeadamente, através da construção de novos eixos
rodoviários como sendo Auto-estrada (A7) que entroncará com o IP3, que permitirão uma
melhor ligação com o litoral e centro do país.
Vista panorâmica de Ribeira de Pena
Vista panorâmica de Ribeira de Pena
Pré-Diagnóstico Social Concelhio 30/130
Ribeira de Pena
MAPA DO CONCELHO DE RIBEIRA DE PENA
Pré-Diagnóstico Social Concelhio 31/130
Ribeira de Pena
3 - DEMOGRAFIA
O concelho de Ribeira de Pena possui a superfície de 217, 6 Km2. Este concelho ocupa 8,3 %
da área total da região do Tâmega e 1,0 % da área total da Zona Norte. Fazem parte deste
concelho 7 Freguesias a saber: Alvadia, Canedo, Cerva, Limões, Santo Aleixo de Além
Tâmega, Salvador, Santa Marinha. De acrescentar ainda que Cerva a freguesia que apresenta
uma maior área, cerca de 41,19 Kms, seguido da freguesia de Salvador com cerca de 40, 73
Km2, encontram-se entre as mais pequenas a freguesia de Santo Aleixo de Além Tâmega que
apresenta valores de 12,7% Kms e a freguesia de Limões que tem cerca de 18,85%. Valor que
podemos constatar no gráfico que se segue, onde apresentamos a distribuição de áreas em
Km2 por freguesia do concelho de Ribeira de Pena.
Gráfico n.º1 - Distribuição de áreas em km2 por freguesias no concelho de Ribeira de Pena.
33,7336,16
41,19
18,85
40,73
34,41
12,37
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
Alvadia Canedo Cerva Limões Salvador Santa Marinha Santo Aleixode AlémTâmega
Área KM2 por Freguesia
Alvadia
Canedo
Cerva
Limões
Salvador
Santa Marinha
Santo Aleixo de AlémTâmega
Fonte: INE: Censos 2001.
Pré-Diagnóstico Social Concelhio 32/130
Ribeira de Pena
Quadro n.º3 - Distribuição da população por freguesias – Ribeira de Pena
Freguesias Nº de habitantes Área/Freguesia Km2
Densid.Pop. Hab/Km2
Aldeias/Lugares Da Feguesia
Alvadia 220 34.56 6,4 Alvadia Favais Lamas
Canedo 507 39.47 12,8
Alijó Canedo Penalonga Seirós
Cerva 2.607 47.28 55,1
Adoria Agunchos Alvite Amarante Asnela Assureira Barreiro Cabo da Costa Cabriz Canda Casas Novas Cerva Eirinha da lomba Escoureda Feira da Lomba Fontela Formoselos Minas de S.João Mourão Outerinho Penaformosa Praça Quinta do Torto Qintela Ribeira do casal Rio Mau São João Seixinhos Vitória
Limões 393 17.02 22,3
Cavadal Tojais Azeveda Carvalahais Limões Macieria
Pré-Diagnóstico Social Concelhio 33/130
Ribeira de Pena
Freguesias Nº de habitantes
Área/Freguesia Km2
Densid.Pop. Hab/Km2
Aldeias/Lugares Da Freguesia
Salvador 2.573 39.02 65,9
Senra Salvador Friúme Ruvial Caminho Daivões Trofa Bacelar Reboriça Escarei Cavalinho Brunhedo Bustelo Portela S. Eulalia Sta. Eulália Póvoa Vilarinho Balteiro Bela Vista Bouça Bounilho Cancela Carido Carvalhas Chão da Cruz Concelho Olaria Periro Quinta de Baixo Ribeira de Cima S. Salvador Fontes do Ruival Sobreira Venda Nova Entrocamento
Santa Marinha 665 12.49 53.2
Santa Marinha Melhe Viela Paço Fragalhinha Simães Granja Nova Fonte Mouro Cruz Abelheira Choupica Amarelos Ouro Capão Boavista Aldeia Douro Cardunho Ferreiros Granja Velha Lamedo Padrozelos Seixas Sabrado Sabrado Velho Tuande
Santo Aleixo 447 32.56 13,7
Bragadas Manscos Santo Aleixo
Fonte: Censos 2001 – Tratamento de dados ADRAT
Pré-Diagnóstico Social Concelhio 34/130
Ribeira de Pena
Assim da análise do quadro acima apresentado podemos concluir que a freguesia que
apresenta maior número de habitantes é a freguesia de Cerva com cerca de 2.607 indivíduos
que em termos percentuais se traduz em 35,30% do total de habitantes do concelho. De
seguida temos a freguesia de Salvador com 2573 indivíduos o que representa cerca de 34,6
% sobre o total de habitantes do concelho. Com apenas 220 habitantes temos a freguesia de
Alvadia que representa 3 % da população total.
Gráfico n.º2 - Distribuição da População por Freguesias em Percentagem em 2001
População por Freguesia (%) - 2001
6,80%
35,30%5,30%
34,60%
9,00%6,00%
3,00%Alvadia
Canedo
Cerva
Limões
Salvador
Santa Marinha
Santo Aleixo de Além Tâmega
Fonte: INE:Censos 2001
3.1 - População Os estudos demográficos sempre ocuparam um lugar de destaque por alguns autores de
ciências sociais. Estes estudos revelam-se como muito importantes na medida que reflectem
as condições económicas e sociais e até mesmo culturais de comunidade.
Com o intuito de obter um a melhor análise relativamente à questão da população do concelho
importa reter dois conceitos que se revelam de extrema importância e que nos ajudam a
compreender alguns dos fenómenos relacionados com esta temática.
Pré-Diagnóstico Social Concelhio 35/130
Ribeira de Pena
Quadro n.º 4 – Evolução da População Residente no Concelho de Ribeira de Pena (1996 – 2002)
Fonte: INE: Censos 2001
De acordo com os Censos de 2001, Ribeira de Pena tem 7412 indivíduos, sendo que a grande
maioria desta população se concentra nas freguesias de Cerva e Salvador. Da análise do
quadro n.º4, em termos comparativos podemos verificar que houve um decréscimo da
população residente no concelho desde 1996 até 2002. Apresentando uma taxa de variação
entre 1991 e 2001 de (– 12,8 %). Ao analisar com mais pormenor a evolução da população
residente no concelho de Ribeira de Pena por freguesia, deparamo-nos com alguma
disparidade entre as freguesias do concelho quanto a sua população. Assim sendo, em todas
ela se verificou um decréscimo de população no período entre os dois últimos Censos como
podemos verificar no quadro n.º5 que abaixo se apresenta.
Quadro n.º5 – População Residente entre 1991 e 2001 por freguesias
População Residente em 1991 População Residente em 2001 Freguesia
Total Total Alvadia 329 220 Canedo 642 507 Cerva 2676 2607 Limões 481 393 Salvador 2895 2573 Santa Marinha 853 665 Santo Aleixo de Além Tâmega 628 447
Fonte: INE: Censos 2001
Ribeira de Pena Anos Total 1996 8070 ind 1997 8040 ind 1998 8000 ind 1999 7980 ind 2001 7412 ind 2002 7275 ind
Pré-Diagnóstico Social Concelhio 36/130
Ribeira de Pena
3.2 - Densidade Populacional Entende-se por densidade populacional a relação que existe entre o número de habitantes de
uma determinada área territorial e a superfície desse território, isto é o número de por
quilómetro quadrado.
Gráfico n.º 3 - Densidade Populacional por Hab/km2
Densidade Populacional Hab/Km2
173,533,5
210,9
Ribeira de Pena TâmegaRegião Norte
Fonte: INE: Censos 2001
Do gráfico acima apresentado apreendemos de facto, que o menor número de habitantes por
Km2 se encontra no concelho de Ribeira de Pena, com um valor de 33,5 %, seguido da Região
Norte com 173,5%, e por fim da Sub-região Tâmega com o valor de 210,9 %
3.3 - Evolução Populacional
Para podermos proceder a uma análise mais exaustiva importa reter conceitos como a
população presente e população residente. Assim entende-se por população presente,
indivíduos que no momento censitário – zero horas do dia 12 de Março – se encontravam numa
unidade de alojamento, mesmo que aí não residam, ou que, mesmo que não estando presentes,
lá chegaram até ás 12 horas desse dia. A população residente refere-se aos indivíduos que,
independentemente de no momento censitário – zero horas do dia 12 de Março de 2001 –
estarem presentes ou ausentes numa determinada unidade de alojamento, aí habitavam a
maior parte do ano com a família ou detinham a totalidade ou a maior parte dos seus haveres.
Pré-Diagnóstico Social Concelhio 37/130
Ribeira de Pena
Quadro n.º6 - População Residente e População Presente entre 1991 e 2001 por Freguesias
Fonte: INE: Censos 2001
De acordo com os Censos de 1991 residiam no concelho de Ribeira de Pena 8540 indivíduos
comparativamente com os dados dos censos de 2001 o Concelho de Ribeira de Pena tem vindo
a perder população mais concretamente cerca de 1128 residentes apresentando uma taxa de
variação de (– 12,8 %). Esta evolução apresenta-se negativa e deve-se essencialmente á
carência de recursos que atraiam a população a fixar-se nesta região, começando pela oferta
de emprego e de certos serviços nomeadamente os culturais, ou até mesmo pelas fracas
redes viárias existentes no concelho.
Assim, através da visualização do Quadro n.º6, podemos, desde logo, e contrariando a
tendência que se verifica ao nível do concelho de Ribeira de Pena, constatar que a Zona
Norte tem visto crescer a sua população residente ao longo das duas ultimas décadas. Assim
sendo, se em 1991 a zona Norte congregava 3472.578 habitantes residentes, esse número
aumentou ligeiramente na década seguinte cerca de 214578 habitantes, sendo o total de
3.687.293 habitantes residentes na região Norte. Relativamente Sub-região do Tâmega
registou a mesma tendência, aumentando o número de habitantes residentes 35699 dos
censos de 1991 para os de 2001.
Região População Residente
em 1991
População Presente
em 1991
População Residente
em 2001
População Presente
em 2001
Concelho de Ribeira
de Pena 8540 8250 7412 7067
Alvadia 329 328 220 217
Canedo 642 627 507 491
Cerva 2676 2739 2607 2454
Limões 481 463 393 358
Salvador 2895 2659 2573 2457
Santa Marinha 853 840 665 661
Santo Aleixo de Além
Tâmega 628 594 447
429
Pré-Diagnóstico Social Concelhio 38/130
Ribeira de Pena
Quadro n.º 7 - Evolução da População Residente e Presente no Norte e no Tâmega
Zona geográfica População Residente
HM em 1991
População Presente
HM em 1991
População Residente
HM em 2001
População Presente
HM em 2001
Zona Norte 3.472.715 3.434.496 3.687.293 3.595.007
Tâmega 5.15610 5.02427 5.51309 5.33672
Fonte: INE. Censos 2001
3.4 - Evolução da população por sexos No seguimento desta análise importa ter em linha de conta a evolução da população residente
por sexo no concelho. Podemos concluir da análise do quadro abaixo apresentado que a
diferença entre ambos os sexos é quase nula. Na primeira década regista-se uma diferença
apenas de 4 indivíduos para o sexo feminino, que em termos de percentagem se traduz em
49,9%. Em 2001 esta tendência inverte-se, passando a ser superior o número de indivíduos
do sexo feminino, num total 3725 mulheres, com uma diferença relativamente aos homens de
38 habitantes, que em termos percentuais se traduz em 50%. Assim, podemos referir que os
recursos humanos devem ser considerados como uma mais valia para o desenvolvimento da
região.
Quadro n.º 8 - Evolução da População Residente por Sexo – Ribeira de Pena
População Residente em 1991 População Residente em 2001 Freguesia/concelho HM Homens Mulheres HM Homens Mulheres Alvadia 329 184 145 220 114 106 Canedo 642 335 307 507 259 248 Cerva 2676 1298 1378 2607 1312 1295 Limões 481 236 245 393 203 190 Salvador 2895 1469 1426 2573 1254 1319 Santa Marinha 853 432 421 665 327 338 Santo Aleixo de Além Tâmega 628 300 328 447 218 229 Concelho de Ribeira de Pena 8504 4254 4250 7412 3687 3725
Fonte: INE: Censos 2001
Quadro n.º 9 - Evolução da População Residente por Sexo – Na Região Norte e na Sub-região do Tâmega
População Residente em 1991 População Residente em 2001
Região HM Homens Mulheres HM Homens Mulheres
Região Norte 3 472 715 1 677 310 1 795 405 3 687 293 1 782 931 1 904 362 Tâmega 5 15610 253743 261867 551309 271368 279941
Fonte: INE: Censos 2001.
Pré-Diagnóstico Social Concelhio 39/130
Ribeira de Pena
Quando procedemos a uma análise mais macro verificamos que na região Norte e na Sub-
região do Tâmega verificamos que o valor total das mulheres é superior aos dos homens.
Assim em 1991, na região Norte apresenta uma diferença entre ambos os sexos de 128095
habitantes do sexo feminino isto em percentagem traduz-se em 51,70 %. Em 2001 continuam
a ser as mulheres continuam a apresentar um número superior ao dos homens, num total de
1795405 mulheres, com uma diferença relativamente aos homens de 121431 habitantes. O
mesmo se passa na Sub-região Tâmega que o número de habitantes do sexo feminino entre
1991 e 2001 aumentou e é superior em relação ao número de habitantes do sexo masculino.
3.5 - Evolução da População por Grupos Etários Depois de analisarmos com detalhe a evolução da população segundo o sexo, chegou o
momento de atentarmos a uma nova faceta da população, isto é analisar a evolução da
população por grupos etários, bem como a sua respectiva variação entre 1991 e 2001. Assim
optamos por principiar a nossa análise numa perspectiva macro e ir afunilando a nossa análise
para uma perspectiva mais micro, isto é ao nível do concelho de Ribeira de Pena.
Assim atendendo aos valores apresentados no quadro n.º10, para a Região Norte, o que realça
logo é o valor absoluto de população residente que o mais elevado se situa, em ambos os
períodos em estudo, na faixa etária dos 25 aos 65 anos, com 1.681.865 em 1991 e em 2001
registava 1.969.309 habitantes, em relação ao valor mais baixo este situa-se na faixa etária
dos 65 anos ou mais, e que registava apenas 397.020 habitantes, e em 2001, 514.758
habitantes. Quadro n.º 10 - Evolução da População Residente por Grupo Etário – Na Região Norte e na Sub-região do Tâmega e Ribeira de Pena
Total Região Homens Mulheres 0 a 14 anos
Variação entre 1991
e 2001
15 a 24 anos
Homens
Variação entre 1991
e 2001
25 aos 64 anos
Variação entre 1991 e 2001
65 ou mais
Variação entre 1991 e 2001
2001 17768765 1889048 644 948 558278 1 969309 514 758 Norte 1991 1677310 1795405 767417
- 16,0 % 626413
- 10,9 % 1 681865
- 17,1 % 397020
29,7 %
2001 269403 278022 114359 89923 282200 64827 Tâmega 1991 253743 261867 130527
- 11,2 % 103434
- 11,9 % 230461
24 % 51188
27,5 %
2001 3615 3655 1203 1078 3507 1624 Rib. Pena 1991 4254 4250 2023
- 40 % 1394
-22,7 % 3694
-5,1 % 1393
16,6 %
Fonte INE: Censos 2001
Contudo, são nestas faixas que se verifica um acrescimo de 16,6 % para a faixa de 65 anos ou
mais e de 24 % para a faixa dos 25 aos 64 anos. Em contrapartida a faixa dos 0 aos 14 anos
Pré-Diagnóstico Social Concelhio 40/130
Ribeira de Pena
assiste a perda em 2001, 122.469 indivíduos 767.417 habitantes que detinha em 1991, na
faixa entre dos 15 anos 24 anos vê perder em 2001 86.135 dos 626.413 habitantes que
detinha em 1991.
Assim sendo, podemos afirmar que a região Norte se assiste ao chamado fenómeno do “duplo
envelhecimento” da sua estrutura etária, na medida que estamos perante um incremento do
seu numero de idosos, o que se traduz num envelhecimento da pirâmide no topo por um lado, e
por outro se assiste a um decréscimo de habitantes nas sua faixas mais jovens o que nos
remete desde logo para um envelhecimento na base.
Em relação a Sub-região do Tâmega e do concelho de Ribeira de Pena a situação em relação a
estrutura etária não é muito diferente ao que acontece na Região Norte. Assim temos na
faixa etária dos 0 aos 14 anos uma perda de população para ambas as regiões. Assim temos
na Sub-região do Tâmega uma perda de 16168 habitantes sobre o total de 130527 habitantes
que detinha em 1991, assim como o concelho de Ribeira de Pena perde cerca de 820
habitantes num total de 2023 que detinha em 1991. Na faixa etária dos 15 aos 24 anos a sub-
região do Tâmega perde cerca de 13511 habitantes em 2001, num total de 103434 indivíduos
que tinha em 1991, o mesmo acontecendo no concelho de Ribeira de Pena que perdeu 316
habitantes num total de 1394 que tinha em 1991. No que diz respeito a faixa dos 25 aos 64
anos, a Sub-região Tâmega regista um aumento de 51739 indivíduos em relação ao ano de
1991, enquanto que o concelho de Ribeira de Pena se verifica ao contrário, este concelho de
1991 para 2001 perde cerca de 187 habitantes num total de 3694 que detinha em 1991. Por
último na faixa dos 65 anos ou mais a região do Tâmega assim como o concelho de Ribeira de
Pena assistem a um aumento da população, 13639 habitantes para a Sub-região do Tâmega e
de 231 habitantes para o concelho de Ribeira de Pena.
Já que uma das finalidades desta nossa análise é identificar a faixa etária que regista
valores mais baixos entre 1991 e 2001, é no concelho de Ribeira de Pena que se centra a
nossa análise, mais concretamente na faixa etária dos 0 aos 14 anos. Paralelamente a isto
verificamos através da observação do quadro n.º 10 que quer a região do Tâmega, quer o
concelho de Ribeira de Pena não se afastam muito da realidade vivida na região do Norte do
país, e como já foi referido estamos perante um duplo envelhecimento da população.
Pré-Diagnóstico Social Concelhio 41/130
Ribeira de Pena
Gráfico n.º 4 - População Residente segundo grupos etários – Concelho de Ribeira de Pena
População por Grupos Etários em Ribeira de Pena
433342
419
455
480
461341 211 131 326 372
505
554
524
468
379468543
D e 0 a 4 ano s D e 5 a 9 ano s D e 10 a 14 ano s D e 15 a 19 ano s D e 20 a 24 ano s D e 25 a 29 ano sD e 30 a 34 ano s D e 35 a 39 ano s D e 40 a 44 ano s D e 45 a 49 ano s D e 50 a 54 ano s D e 55 a 59 ano s D e 60 a 64 ano s D e 65 a 69 ano sD e 70 a 74 ano sD e 75 a 79 ano s D e 80 a 84 ano sD e 85 o u mais
Fonte: INE: Censos 2001
Em jeito de conclusão podemos dizer se quisessem-mos representar esta nossa análise sobre
a forma de pirâmide etária, estaríamos perante uma pirâmide invertida, ou mais
precisamente perante uma pirâmide em forma de urna, as quais segundo o autor Nazaret
(1996:89), são características dos países desenvolvidos, visto que estes países apresentam
um baixo número de jovens, o que se traduz numa pirâmides com uma base reduzida e por
outro lado, com uma número elevado de idosos, o que origina desde logo um topo da pirâmide
bastante largo.
Assim podemos afirmar no que diz respeito aos grandes grupos etários, constata-se no último
período censitário um decréscimo do número das faixas etárias mais novas, paralelamente a
isto assiste-se a um significativo aumento dos escalões etários mais elevados.
Assiste-se ao fenómeno denominado de “duplo envelhecimento”, que se caracteriza pelo
envelhecimento na base e diminuição do número de crianças e de jovens, e o envelhecimento
no topo, pelo aumento de idosos.
Da observação dos indicadores demográficos, em particular dos índices de envelhecimento,
surge como um concelho claramente envelhecido apresentando este concelho os valores mais
Pré-Diagnóstico Social Concelhio 42/130
Ribeira de Pena
elevados de toda a sub-região Tâmega como podemos observar através do gráfico abaixo
apresentado. Posto isto, podemos referir que o concelho de Ribeira de Pena apresenta o
índice de envelhecimento bastante elevado, isto é, observando o gráfico n.º5, verificamos que
por cada 100 jovens ribeirapenenses residentes com idade compreendidas entre os 0 e os 14
anos temos 146 pessoas com 65 ou mais anos.
Gráfico n.º 5 - Índice de Envelhecimento – Concelho de Ribeira de Pena
84,259,5
146,5
0
20
40
60
80
100
120
140
160
Norte Tâmega Ribeira dePena
Indíce de Envelhecimento
NorteTâmega Ribeira de Pena
Fonte: INE: Censos de 2001
Este fenómeno atinge particularmente a sub-região do Tâmega bem como o concelho de
Ribeira de Pena, visto se tratarem de zonas situadas no interior, sentem com maior
intensidade o fenómeno do envelhecimento do que as regiões situadas no litoral. Estas
regiões ao contrário das regiões do interior assumem-se como verdadeiras “ávido aspirador”
das camadas jovens, que rumam em êxodo para estas regiões à procura de emprego e novos
modos de vida e da concretização dos sonhos limitados muitas vezes pelas encostas que os
rodeiam.
Assim do escalpelo do gráfico abaixo apresentado podemos afirmar com toda a certeza que a
população residente no Concelho de Ribeira de Pena surge com uma estrutura duplamente
envelhecida fruto de alguns factores por nós já apontados anteriormente. Verificamos que o
concelho tem perdido população em todas as faixas etárias a excepção da faixa etária dos 65
Pré-Diagnóstico Social Concelhio 43/130
Ribeira de Pena
anos ou mais. Assim temos, mais precisamente, na faixa dos 0 aos 14 anos uma variação de (-
40,5) na faixa dos 14 aos 24 anos uma variação (-22,7 %), dos 24 aos 65 anos uma variação
de (-5,1 %), e por último dos 65 anos um acréscimo de população apresentando uma variação
de 16,6 %.
Gráfico n.º 6 – Evolução entre 1991 e 2001 – Por Freguesias.
-50-40-30-20-10
0102030
População residente em 1991 e 2001 , por grupos etários e sua evolução entre 1991 e 2001
Ribeira de Pena -12,8 -40,5 -22,7 -5,1 16,6
Tâmega 8,3 -11,2 -11,9 24 27,5
Norte 6,2 -16 -10,9 17,1 29,7
Variação da pop. Residente, entre 1991
e 2001
Variação Residente, entre 1991 e 2001 – 0
a 14 anos
Variação Residente, entre 1991 e 2001 –
14 a 25 anos
Variação Residente, entre 1991 e 2001 –
24 a 65 anos
Variação Residente, entre 1991 e 2001 –
65 ou mais
Fonte: INE: Censos de 2001
3.6 - Natalidade e Mortalidade.
Durante este estudo da população não podemos deixar de referir alguns aspectos
importantes nomeadamente as taxas de natalidade e mortalidade e nupcialidade, na medida
que se revelam indicadores importantes para a análise das dinâmicas demográficas.
Assim para uma melhor compreensão desta nossa análise importa definir o que significam
estes conceitos estatísticos.
Por taxa de natalidade, entende-se o número de nados vivos ocorrido durante um
determinado período de tempo, normalmente um ano civil, referido à população média desse
período. A taxa de Mortalidade, por sua vez indica o número de óbitos observado durante um
determinado período de tempo, normalmente um ano civil, referido à população média desse
período.
Pré-Diagnóstico Social Concelhio 44/130
Ribeira de Pena
Por último, temos a taxa nupcialidade que compreende o número de casamentos observado
durante um determinado período de tempo, normalmente um ano civil, referido à população
média desse período.
Gráfico n.º 7 Taxa de Natalidade e Mortalidade e Nupcialidade por zona Geográfica
16,5
7,6
8,7
8,2
13
11,3
4,3
6,7
5,6
0%
20%
40%
60%
80%
100%
Taxa deMortalidade
Taxa deNatalidade
Taxa deNupcialidade
Taxa de Mortalidade, Natalidade e Nupcialidade
NorteTâmega Ribeira de Pena
Fonte: INE Censos 2001
Da observação do gráfico acima exposto podemos concluir que a tendência verificada no
concelho de ribeira de Pena é inversa a registada na região do Norte e na Sub-região do
Tâmega. Isto porque, a taxa de crescimento natural no concelho de Ribeira de Pena regista
um saldo negativo, visto que apresenta uma taxa de natalidade inferior a taxa de
mortalidade. A região Norte e a sub-região do Tâmega, ambas apresentam saldos positivos,
isto é a taxa de mortalidade é inferior a taxa de natalidade.
No que diz respeito a taxa de Nupcialidade, verifica-se que é maior na Sub-região do Tâmega
do que propriamente na região do Norte e no concelho de Ribeira de Pena.
Pré-Diagnóstico Social Concelhio 45/130
Ribeira de Pena
Gráfico n.º 8 - Índice de Envelhecimento/Taxa de Crescimento Natural
Índice de Envelhecimento/Taxa de Crescimento Natural
81,9
60,9
146,5
2,6
5,2
-5,6
-20 0 20 40 60 80 100 120 140 160
Norte
Rib. De P
ena
Índice de envelhecimento Taxa de crescimento natural
Fonte: INE: Censos 2001
Tendo por base o gráfico n.º8, acima apresentado verificamos que o índice de envelhecimento
nas três regiões se apresenta muito elevado, principalmente no concelho de Ribeira de Pena.
Contrapondo a isto, surge a taxa de crescimento natural, que se apresenta negativa apenas no
concelho de Ribeira de Pena, isto porque o número de nascimentos é inferior ao número de
mortes.
Especificando mais a nossa análise deparamos que na região Norte constatamos que enquanto
o seu número de nados vivos, em 2001, era 41667, e que a sua consequente taxa de natalidade
era de 12,3%, o que significa que por cada 1000 habitantes nascem 12 nados vivos, o número
de óbitos por sua vez, apresenta valores mais baixos, 31865 óbitos, com uma taxa de
mortalidade de 8,7%, isto é, por cada 1000 habitantes morrem cerca de 8 pessoas.
No que concerne à sub-região do Tâmega o número de nados vivos é de 7159 habitantes e
apresentando uma taxa de natalidade de 13,0%, relativamente ao número de óbitos apresenta
valores 4206 óbitos e uma consequente taxa de mortalidade de 7,6. Por último, e com um
cenário um pouco diferente, no concelho de Ribeira de Pena o número de nados vivos são
cerca de 60 e com uma taxa de natalidade de 8,2%, em relação ao número de óbitos
apresenta um valor de 120 habitantes com uma taxa de mortalidade de 16,5%.
Assim uma conclusão que emerge após a análise destes dados que a perde demográfica que se
tem sentido no concelho de Ribeira de Pena em muito se deve ao baixo número de nados vivos
que têm nascido (60), e quando comparada a sua taxa de natalidade com a da sub-região do
Pré-Diagnóstico Social Concelhio 46/130
Ribeira de Pena
Tâmega e da região Norte, apresenta-se como a mais baixa, e com uma taxa de mortalidade
mais elevados relativamente as restantes zonas em análise.
O concelho de Ribeira de Pena regista uma taxa de mortalidade superior à de natalidade o
que pode traduzir um concelho com forte peso da população idosa do que propriamente de
população jovem e adulta. Uma vez que esta população pela sua idade avançada afigura-se
como uma população com maiores probabilidades de morte, por outro lado em relação a
população mais jovem de número mais reduzido, esta detém mais probabilidades de
procriação. Outro factor a acrescentar a este será explicado através da emigração que se
faz sentir neste concelho o que tende obviamente a baixar a taxa de natalidade.
Gráfico n.º 9 - Número de Óbitos por Sexo e por Região
67 53
2245
1961
1519
1 1667
4
0
5000
10000
15000
20000
Ribeira dePena
Tâmega Norte
Número de Óbitos por sexo e por Região
Óbitos HÓbitos M
Fonte: INE: Censos 2001.
Pré-Diagnóstico Social Concelhio 47/130
Ribeira de Pena
Gráfico n.º 10 - Número de Nados Vivos por Sexo e por Região
26 34 3722
3437
2146
9
2019
8
0
5000
10000
15000
20000
25000
Ribeira dePena
Tâmega Norte
Número de nados vivos por sexo e região
Nados vivos HNados Vivos M
Fonte: INE
À medida que vamos afunilando a nossa analise desta vez ao nível das freguesias vamos–nos
apercebendo que o número de nados vivos é muito reduzido e em nenhuma das freguesias o
número de nados vivos é superior aos número de óbitos, o que quer isto dizer, que em termos
de crescimento natural apresenta um saldo negativo.
Quadro n.º 11 Número de nados vivos e de óbitos por freguesia Freguesia Nados vivos
H Nados Vivos M
Óbitos H Óbitos M
Alvadia 2 0 2 3 Canedo 1 0 5 3 Limões 4 0 1 4 Cerva 12 11 16 10 Santa Marinha 0 2 3 4 Salvador 12 4 13 10 Santo Aleixo - - 3 2
Fonte: INE: Censos 2001
Pré-Diagnóstico Social Concelhio 48/130
Ribeira de Pena
Gráfico n.º 11 Indicadores Demográficos por Região
0,8 6,7 2,2
35,9 1,4 42,8
21,7 47,9 16,2
54,8 85,2 73,7
0% 20% 40% 60% 80% 100%
Taxa de Divórcio
Taxa de Fecundidade
Nados Vivos fora doCasamento
Casamentos católicos
Alguns Indicadores demográficos
Ribeira de Pena Tâmega Norte
FONTE: INE, Censos 2001
A fim de tornar-mos mais exaustiva a nossa análise apontamos agora alguns indicadores que
merecem algum reparo da nossa parte. Começando pelos casamentos católicos podemos
verificar que a taxa de é mais alta no Sub-região Tâmega do que relativamente na Região
Norte. Ribeira de Pena Também apresenta uma taxa bastante elevada cerca de 54,8%. Em
relação aos índices de fecundidade verificamos que nas três regiões em analise a taxa de
fecundidade é relativamente baixa. Assim temos 35,9% para Ribeira de Pena 42,8% para a
Região Norte e 1,4% para o Tâmega. Através destes valores verificamos que a Sub-região
Tâmega assume uns valores muito baixo para a taxa de fecundidade. Outro indicador que se
destaca é o do nados-vivos fora do casamento, pois este concelho apresenta valore elevados
e é claramente segundo os últimos Censos 2001 o que apresenta o valor superior em relação à
media regional. De destacar ainda, que é o concelho que apresenta a menor taxa de divórcios
0,8 % contra 6,7 % da Sub-região do Tâmega e 2,2 % da região Norte
Pré-Diagnóstico Social Concelhio 49/130
Ribeira de Pena
3.7 - Níveis de instrução da população
Num mundo em que se produzem alterações de toda a ordem a um ritmo acelerado, o ensino
viu-se obrigado a servir de instrumento para facilitar a evolução e a ela se adaptar.
Assim a educação tem um papel fundamental na nossa sociedade, e a sua principal função
consiste em preparar os jovens para a vida adulta, transmitindo-lhe os valores, a cultura, as
regras e os conhecimentos necessários.
Como defende a Constituição da República Portuguesa no artigo n.º 74 “Todos têm direito ao
ensino com garantia do direito à igualdade de oportunidade de acesso e êxito escolar”. Assim
cabe a pessoa do Estado garantir o Ensino Básico, obrigatório e gratuito de forma a
desenvolver a educação permanente e eliminar o analfabetismo. A partir da segunda metade
do século XX a democratização do ensino ter em linha de conta a diversidade dos indivíduos,
com o intuito de criar uma escola extensiva a todos. A escola por vezes não consegue
abranger esta diversidade provocando por vezes desigualdades sociais. Assim sendo, esta
assume-se como um espaço que não individualiza o Ensino conforme as necessidades de cada
um, usando para tal um modelo uniforme para todos.
Nesta medida a educação como defende o autor Almeida, um habitáculo à pobreza e à
exclusão social manifestando-se em elevado absentismo e abandono escolar precoce, níveis
de escolaridade mais fracos e mais baixos, culminando num número de analfabetos. Em
consequência, níveis mais elevados de trabalho infantil, inserção profissional difícil e precária
por falta de qualificação (Almeida:1992:45).
3.8 - Taxa de Analfabetismo
A taxa de analfabetismo é definida tendo como referência a idade a partir da qual a pessoa,
que acompanhe o percurso normal do sistema de ensino, deve saber ler e escrever. Dez anos
são a idade correspondente à conclusão de ensino básico.
Pré-Diagnóstico Social Concelhio 50/130
Ribeira de Pena
Gráfico n.º 12 - Taxa de Analfabetismo em 1991 e 2001
25,320,7
12,310,2 9,9 8,3
05
1015202530
Ribeira DePena
Tâmega Norte
Taxa de Analfabetismo em 1991 e 2001
Taxa de analfabetismo em1991Taxa de analfabetismo em2001
Fonte: INE: Censos 2001.
Da observação do quadro acima apresentado podemos depreender que o concelho de Ribeira
de Pena apresenta uma elevada taxa de analfabetismo 20,7 % que quando comparada com os
últimos censos de 1991 verificamos que esse valor desceu mas não de uma forma
significativa. Em relação a Sub-região do Tâmega e da região Norte verificamos que aqui as
taxas de analfabetismo são menores que no concelho de Ribeira de Pena, e que desceram dos
censos de 1991 e 2001, mas de acrescentar também que não foi uma descida muito
assinalável. Podemos afirmar também, que num total de 7412 habitantes residentes no
concelho de Ribeira de Pena 1392 habitantes são analfabetos com idade igual ou superior a 10
anos, o que se traduz em termos de percentagem que cerca de 18,78% da população do
concelho. Já no que se refere à sub-região do Tâmega 48581 dos habitantes são analfabetos
com idade igual ou superior a 10 anos, e que em termos de percentagem representa cerca de
8,81%. Por último temos a Região Norte que apresenta 3687293 habitantes e com uma
percentagem de 7,3 %. Desta análise podemos depreender que o concelho de Ribeira de Pena
é o concelho que apresenta maior percentagem de indivíduos analfabetos com idade igual ou
superior a 10 anos de idade.
Pré-Diagnóstico Social Concelhio 51/130
Ribeira de Pena
Gráfico n.º 13 - População Residente – Analfabeta com 10 anos ou mais
050000
100000150000200000250000300000
População Residente – Analfabetos 10 anos ou mais
População residente H– Analfabetos 10 anosou mais
1392 48581 272547
Ribeira de Pena Tâmega Norte
Fonte: INE: Censos 2001
Quadro n.º12 – Nível de Instrução da População por sexo no concelho de Ribeira de Pena, do Tâmega e da Região Norte
em 2001 Ribeira de Pena Tâmega Norte
Homens Mulheres % Homens Mulheres % Homens Mulheres %
Pop. Residente c/Nenhum nível de
ensino 754 997 23,6 39176 51891 16,5 212438 302641 13,9
Pop. Residente - 1o ciclo de ensino Básico
1663 1463 42,1 117240 113209 42,7 670026 716740 37,6
Pop. Residente - 2º ciclo de ensino
Básico 531 441 13,1 54242 48156 18,5 292879 264873 15,1
Pop. Residente - 3º ciclo de ensino
Básico 412 321 9,8 29454 25020 9,8 210964 184458 10,7
Pop. Residente - ciclo de ensino
Secundário 236 323 7,5 21974 22213 8,0 244299 236526 13,0
Pop. Residente - ciclo de ensino Médio 4 16 0,26 425 644 0,19 10902 11068 0,59
Pop. Residente – Ens. Superior 87 164 3,3 8857 14000 4,1 141423 188056 8,9
Fonte: INE: Censos 2001.
Pré-Diagnóstico Social Concelhio 52/130
Ribeira de Pena
O concelho de Ribeira de Pena detém um elevado número de população sem qualquer nível de
ensino, como podemos verificar através do quadro n.º12, este número é superior à Sub-região
Tâmega e a Região Norte. Assim temos 23,6% (1751 h) para o concelho de Ribeira de Pena,
16,5% no total de (91097h) para a Sub-região do Tâmega, e por último temos a região Norte
com 13,9 % (515079 h).
No que diz respeito a escolaridade obrigatória, podemos verificar, que ao nível do Primeiro
Ciclo do Ensino Básico, a Sub-região do Tâmega lidera a tabela com 42,7% (91067h), este
número poderá estar associado a população que nasceu antes de 1966, onde a escolaridade
obrigatória seria o Primeiro Ciclo. O concelho de Ribeira de Pena no que se refere a este
nível de instrução tem uma diferença pouco assinalável em relação à Sub-região do Tâmega,
42,1% (3126 h) seguido da região do Norte com 37,6 % (515079 h) estes valores também
poderão estar ligados aos factores atrás mencionados.
Relativamente ao 2º Ciclo do Ensino Básico este apresenta maior percentagem na Sub-região
do Tâmega que tem uma percentagem de 18,5 % (1023398 h), seguido da região Norte com
15,1% (557752 h) e do concelho de Ribeira de Pena com 13,1 % (972 h).
No que concerne ao 3º Ciclo podemos comprovar que relativamente ao 2º Ciclo as
percentagens baixaram significativamente, sendo a região Norte aquela que apresenta uma
percentagem maior 10,7% (395422 h), curiosamente segue-se as duas regiões com a mesma
percentagem 9,8 % (733 h) para Ribeira de Pena e com (54474 h) para a Sub-região do
Tâmega.
No que diz respeito ao Ensino Secundário, podemos verificar um fosso entre a Região Norte
13,0% (480825 h) e as duas regiões em análise (concelho de Ribeira de Pena e a Sub-região
do Tâmega) com 7,5 % (559 h) e 8,0% (44187 h) respectivamente.
O Ensino Médio surge nestas três regiões com uma percentagem bastante baixa, onde a
região do SubTâmega apresenta um valor mais baixo com 0,19% (1069 h) seguida do Concelho
de Ribeira de Pena 0,29 % (20 h).
Este cenário inverte quando nos debruçamos no indicador do nível do Ensino Superior
constatamos que o Norte aparece com a maior percentagem de licenciados com 8,9 %
(329479 h), seguido da região do Sub-Tâmega com uma percentagem 4,1 % (22857 h) com um
distanciamento mais pronunciado temos o concelho de Ribeira de Pena, 3,3 % (254 h)
Pré-Diagnóstico Social Concelhio 53/130
Ribeira de Pena
licenciados. Finalmente resta-nos analisar no quadro n.º 12 quanto ao sexo. Assim a primeira
dedução que podemos retirar, a que nas três regiões aqui em análise apresentam mais
mulheres sem qualquer tipo de instrução. Relativamente á Sub-região do Tâmega podemos
dizer que as mulheres tomam a dianteira relativamente ao nível de instrução do Ensino Médio
e o Ensino Superior nesta região. Na Sub-região do Tâmega tal como acontece no concelho de
Ribeira de Pena também aqui é superior o número de mulheres no nível de ensino Médio e no
Ensino Superior mas também no Ensino Secundário. Por fim, na Região do Norte não se
afigura diferente da Sub-região do Tâmega as mulheres existem em maior número nos
mesmos níveis de ensino que na Sub-região do Tâmega difere apenas em relação ao Ensino
básico que este na região Norte aparece com maior numero de mulheres do que homens.
Actualmente é cada vez mais evidente que os equipamentos colectivos nomeadamente os
estabelecimentos de Ensino assumem um papel fundamental na satisfação de necessidades
básicas da população, prestando um contributo precioso nas funções centrais dos meios
onde se inserem.
Quadro nº13 - Estabelecimentos de Ensino, segundo o Ensino Ministrado em 2002/2003
Ensino Publico e Privado
Ensino Básico Ensino Secundário Educação Pré-
escolar 1 º Ciclo 2º Ciclo 3 º Ciclo
Ensino Superior
Região
Público Privado Publico Privado Publico Privado Público Privado Público
Privado
Escolas profissionais
Público Privado Ribeira de Pena
4 3 25 - 3 - 2 - 1 - - - -
Tâmega 373 47 647 8 84 4 60 4 60 4 8 1 4 Norte 1875 605 3453 126 441 75 392 78 153 54 85 45 57
Fonte: INE, Recenseamento Geral da População e habitação (Resultados Definitivos)
No que se refere aos recursos disponíveis ano nível da educação, Ribeira de Pena tem 2
agrupamentos de escolas.
Apresenta-se no quadro n.º 13 a distribuição da oferta de Ensino entre Público e Privado,
nos vários níveis de Ensino verificando-se que no concelho de Ribeira de Pena existe apenas
oferta de Ensino privado ao nível do Pré-escolar (rede IPSS).
No ano lectivo 2003/2004 existiam 7 jardins-de-infância Públicos e Privados distribuídos por
quatro freguesias do concelho. (Ver quadro n.º 14)
Pré-Diagnóstico Social Concelhio 54/130
Ribeira de Pena
As escolas do 1º Ciclo do Ensino Básico parecem ajustar-se as necessidades do concelho,
existindo 15 escolas públicas distribuídas pelas sete freguesias do concelho. No ano transato
fecharam 4 estabelecimentos de Ensino do 1º Ciclo, nomeadamente nas localidades de Paçô
onde os alunos foram transferidos para a localidade das Carvalhas, Bragadas, tendo sido
transferidos os alunos para a localidade de Santo Aleixo, e da Reboriça os alunos foram
transferidos para a freguesia de Salvador. Na localidade de Seirós a escola encerrou por falta
de alunos.
Para dar resposta à população em idade escolar ao nível do 2º,3º Ciclo, existem 2 escolas EB2,3
de Ribeira de Pena e EB2,3 de Cerva, que são estabelecimentos de Ensino Público. De
acrescentar ainda que EB2,3 de Ribeira de Pena também tem Secundário a única que existe ao
nível do concelho.
Quadro n.º 14 - Estabelecimentos de Ensino Pré-escolar 2003/2004
Ensino Pré-escolar Pública/Privada
Pre-escola de Santa Eulália Pública
Pré-escola do Salvador Pública
Pré-escola de Salvador Privada (rede IPSS)
Pré-escola de Santa Marinha Pública
Pré-escola das Carvalhas Pública
Pré-escola de Canedo Pública
Pré-escolade Agunchos Privada (rede de IPSS)
Pré-escola de Cerva Privada (rede IPSS)
Fonte: Câmara Municipal de Ribeira de Pena
Quadro n.º 15 - Estabelecimentos de Ensino do 1º Ciclo 2003/2004
Ensino de 1º Ciclo Pública/Privada
Escala do 1º Ciclo de Penalonga Pública
Escola do 1º Ciclo de Canedo Pública
Escola do 1º Ciclo de Santo Aleixo Pública
Escola do 1º Ciclo das Carvalhas Pública
Escola do 1º Ciclo de Santa Marinha Pública
Escola do 1º Ciclo Salvador Pública
Escola do 1º Ciclo de Friume Pública
Escola do 1º Ciclo da Trofa Pública
Escola do 1º Ciclo de Escarei Pública
Pré-Diagnóstico Social Concelhio 55/130
Ribeira de Pena
Escola do 1º Ciclo de Santa Eulália Pública
Escola do 1º Ciclo de Lamas Pública
Escola Do 1º Ciclo de Cerva Pública
Escola do 1º Ciclo de Agunchos Pública
Escola do 1º Ciclo Rio Mau Público
Escola do 1º Ciclo de Limões Público
Fonte: Câmara Municipal de Ribeira de Pena Quadro n.º 16 - Alunos Matriculados, segundo o Ensino Ministrado, em 2002/2003
Ensino Publico e Privado
Ensino Básico Ensino Secundário Educação Pré-
escolar 1 º Ciclo 2º Ciclo 3 º Ciclo
Ensino Superior
Região
Público Privado Publico Privado Publico Privado Público Privado Público
Privado
Escolas profissionais
Público Privado Ribeira de Pena
58 83 371 - 202 - 332 - 203 - - - -
Tâmega 10564 2666 33167 1084 17114 963 22043 1300 11222 1721 892 237 2640 Norte 51643 37589 175485 13588 94398 9961 133710 14558 96659 17133 11605 79470 42957
Fonte: INE, Recenseamento Geral da População e habitação (Resultados Definitivos)
Quadro n.º17 - Alunos Matriculados, segundo o Ensino Ministrado, em 2003/2004
Níveis de Ensino
Ensino Pré-escolar Nº de alunos %
Rede Pública 79 46%
Rede Privada – IPSS 93 54 %
Total 172 100 %
Ensino Básico – 1 Ciclo Nº de Alunos %
Rede Pública 334 100%
Público - Recorrente 0 0 %
Total 334 100%
Ensino Básico – 2º Ciclo Nº de Alunos %
Público 174 100%
Público – Recorrente 0 0
Total 174 100 %
Ensino Básico – 3 Ciclo Nº de Alunos %
Público 285 100%
Público – Recorrente 9 0
Total 294 100%
Ensino Secundário Nº de Alunos %
Público 178 82%
Público – Recorrente 38 18%
Total 216 100%
Pré-Diagnóstico Social Concelhio 56/130
Ribeira de Pena
Ensino Profissionalizante N º de Alunos %
Total 0 0%
Total do Ensino do concelho R.P Nº de Alunos %
Público 1050 88%
Público Recorrente 47 4%
Privado 93 8%
Total 1190 100%
Carta Educativa de Ribeira de Pena
Fazendo uma análise entre o quadro n.º 17 e o quadro n.º 15 podemos deduzir que o número de
alunos apenas aumentou ligeiramente no Ensino Pré-escolar (31 alunos), sendo de salientar que
existe um maior número de alunos matriculados nos três Jardins-de-infância da rede IPSS,
do que nos quatro públicos existentes. De acrescentar também que os restantes níveis de
Ensino perderam alunos sendo ao nível do 3º Ciclo que se regista o maior número (38 alunos)
Verifica-se ainda que o número de alunos a frequentar o Ensino Recorrente é muito reduzido,
representando apenas 4% do total de alunos da rede escolar do Concelho e que o Ensino
Público garante a grande maioria da oferta de Ensino no concelho de Ribeira de Pena, sendo de
referir que o Ensino Privado representa apenas 10% do total de alunos matriculados. E m
r e l a ç ã o a o E n s i n o P r o f i s s i o n a l i z a n t e , eventualmente que alguns alunos estarão
a usufruir da oferta de outros concelhos neste nível de Ensino (nomeadamente, nas
vertentes profissionalizantes para as quais não existe oferta no concelho de Ribeira de
Pena).
Quadro n.º 18 - Pessoal Docente, segundo o Ensino Ministrado, em 2002 – 2003
Fonte: INE, Recenseamento Geral da População e habitação (Resultados Definitivos).
Ensino Público Privado
Ensino Básico Ensino Básico e
Secundário
Educação Pré–
Escolar
1º Ciclo 2º Ciclo 3º Ciclo e Secundário
Regiões
Público Privado Público Privado Público Privado Público Privado
Escolas
Profissionais
Ribeira de Pena 5 6 48 - 24 - 78 - -
Tâmega 602 146 2437 48 1855 63 3350 217 233
Norte 3147 2039 13939 692 11892 925 26204 3021 2681
Pré-Diagnóstico Social Concelhio 57/130
Ribeira de Pena
3.9 - Taxa de Abandono Escolar
A temática do abandono escolar também merece aqui se tratada visto que é um problema que
afecto muitos jovens neste concelho. Com efeito, uma população com níveis satisfatórios de
educação formal é uma das formas de atenuar o desemprego e evitar de cair numa situação
de exclusão social, portanto torna-se premente promover e apostar nesta área da formação.
Assim posto isto, e remontando o que foi dito a propósito da finalidade da Rede Social lutar
contra a Exclusão Social, a formação surge assim como uma arma poderosa na Erradicação d
Pobreza e da Exclusão social. De seguida apresentaremos a taxa de abandono escolar nos
diferentes níveis de Ensino.
Gráfico n.º 14 – Abandono Escolar por anos escolares em 2003/2004
Fonte: Dados recolhidos no Agrupamento Vertical de Escolas de Ribeira de Pena
Através da leitura do quadro acima apresentado podemos concluir que o ano escolar onde se
verifica maior taxa de abandono escolar é no 10º ano de escolaridade, seguindo o 6º ano de
escolaridade, por sua vez verifica-se que os anos que apresentam menor taxa de abandono
escolar são o 1º Ciclo, 9º ano e o 11º ano.
Outro indicador que surge ligado ao abandono escolar é o sucesso/insucesso escolar. Este
indicador vai-nos permitir analisar quais os alunos que tem sucesso no meio escolar. A escola
actual tem que estar atenta aos diferentes níveis de aprendizagem. Para além disto, deve
1 2
75 5
1
17
1 20
2
4
6
8
10
12
14
16
18
1º C iclo 5º A no 6º A no 7º A no 8º A no 9º A no 10º A no 11º A no 12º A no
Abandono escolar por anos escolares
Pré-Diagnóstico Social Concelhio 58/130
Ribeira de Pena
promover o incentivo à conclusão da escolaridade obrigatória e ao estímulo para
prosseguimento da vida escolar, informando os alunos e os encarregados de educação dos
seus direitos e das suas possibilidades legais de financiamento ou co-financiamento dos
estudos. É desta forma que se pretende combater: o trabalho infantil; a deficiente formação
académico-literária e profissional dos nossos jovens.
De seguida serão apresentados por cada ano escolar os índices de sucesso/insucesso escolar
no concelho de Ribeira de Pena.
Tal como podemos verificar no quadro abaixo exposto a percentagem de alunos que não
obtiveram sucesso é mais elevado no 2º Ano do 1º Ciclo apresentando uma percentagem de
9%. Nos restantes anos a percentagem situa-se nos 3% (3ºAno e 4º Ano do 1º Ciclo)
Gráfico nº15 – Percentagem de alunos face ao Sucesso/Insucesso – 1º Ciclo em 2003/2004
Fonte: Dados recolhidos no Agrupamento Vertical de Escolas de Ribeira de Pena
44
9
53
3
49
3
0
10
20
30
40
50
60
2º Ano 3º Ano 4º Ano
Sucesso/Insucesso - 1º Ciclo
SucessoInsucesso
Pré-Diagnóstico Social Concelhio 59/130
Ribeira de Pena
Gráfico n.º16 – Percentagem de alunos face ao Sucesso/Insucesso – 2º Ciclo em 2003/2004
Fonte: Dados recolhidos no Agrupamento Vertical de Escolas de Ribeira de Pena
No Nível de Ensino do 2º Ciclo o cenário em relação ao sucesso é um pouco diferente aqui a
percentagem anda a volta 90%, contudo apresenta uma percentagem de 13% de alunos que
não tiveram aprovação.
Gráfico n.º 17 – Percentagem de alunos face ao Sucesso/Insucesso – 3º Ciclo em 2003/2004
Fonte: Dados recolhidos no Agrupamento Vertical de Escolas de Ribeira de Pena
90
130
20
40
60
80
100
Sucesso Insucesso
2º Ciclo
SucessoInsucesso
151
13
0
50
100
150
200
Sucesso Insucesso
3º Ciclo
SucessoInsucesso
Pré-Diagnóstico Social Concelhio 60/130
Ribeira de Pena
No 3º Ciclo o cenário repete-se um pouco tal como acontece no 2º Ciclo, a percentagem aqui é
de 77% para o sucesso e 23% os alunos que não conseguiram transitar de ano. Verificamos
também que é neste nível de Ensino que a percentagem surge maior.
Gráfico n.º 18 – Percentagem de alunos face ao Sucesso/Insucesso escolar – Secundário em 2003/2004
Fonte: Dados recolhidos no Agrupamento Vertical de Escolas de Ribeira de Pena
De seguida vamos analisar as profissões dos pais/encarregados de educação, no quadro
abaixo apresentado podemos observar que a maioria dos pais/encarregados de educação são
domésticos, daqui podemos depreender que grande parte das mães não tem ocupação
profissional o que vem de encontro a elevada taxa de desemprego que se faz sentir neste
concelho. Outro factor de destaque será o elevado número de pais/encarregados de
educação são agricultores isto denota desde logo um concelho fortemente marcado pela
agricultura. Depois surge a profissão de funcionário público, o que significa que o município
acaba por ser a principal entidade empregadora do concelho.
77
23
0
20
40
60
80
Sucesso Insucesso
Secundário
SucessoInsucesso
Pré-Diagnóstico Social Concelhio 61/130
Ribeira de Pena
Gráfico nº19– Profissão dos Pais/Encarregados de Educação
Fonte: Dados recolhidos no Agrupamento Vertical de Escolas de Ribeira de Pena
3.10 - Emigração/Imigração
O concelho de Ribeira de Pena sempre foi um concelho marcado pela emigração. Um aspecto
curioso deste concelho que nas férias do verão a população quase triplica. Apesar deste
fenómeno estar patente em toda a década de 1900, o surto maior de emigração faz-se sentir
na década de 60, tendo como principais destinos França, Brasil e Estados Unidos.
Estas pessoas encontraram na emigração uma forma alternativa de encontrar soluções para
as dificuldades económicas com que se confrontavam na altura. Desta forma verificou-se que
da década de sessenta e setenta uma perda de mão-de-obra, principalmente nas zonas rurais,
onde o fenómeno da emigração foi mais marcante.
A partir de então, tem-se travado uma luta constante para inverter esta tendência e
promover o crescimento populacional e travar a emigração. Contudo este concelho continua a
não conseguir dar resposta e apresentar perspectivas de emprego de forma a fixar a
população dentro do concelho. A espelhar isso temos os últimos Censos realizados que
mostram que o concelho de Ribeira de Pena continua a perder população.
109
215
41 21 170
50
100
150
200
250
A g ricult o r D omést icos FuncionárioPúb licos
Ped reiro Out ros
Profissões dos Pais/Encarregados de Educação
Pré-Diagnóstico Social Concelhio 62/130
Ribeira de Pena
Tal como já foi referido é no mês de Agosto que se regista o aumento de população
consequente do regresso dos emigrantes que regressam a sua Terra Natal, aumentando o
fluxo de trânsito, as actividades comerciais dando maior vivacidade à Vila .
No que diz respeito, à população residente segundo as Migrações por Concelho de residência
habitual, verifica-se que no ranking dos Concelhos da Região do Tâmega, o Concelho de
Ribeira de Pena surge em nono lugar dos que apresenta um saldo migratório interno Negativo
(-38 indivíduos, embora em menor número que os Concelhos em igual situação), acompanhado
pelos Concelhos de Penafiel (- 329 indivíduos), Cinfães (- 292), Baião (-192), Castelo de Paiva
(-124), Felgueiras (-114), Cabeceiras de Basto (-98), Resende (-70), Celorico de Basto (-69).
De facto, o número de indivíduos provenientes de outros concelhos (85) é inferior ao número
de emigrantes para outro Concelho (723). Tal como acontece em Ribeira de Pena, os
restantes Concelhos do NUTTS III têm vindo a perder substancialmente a população a favor
de outros Concelhos.
Quadro n.º 19 - População Residente Segundo as Migrações (relativamente a 31/12/99), por Concelho de Residência
Habitual (2001)
Imigrantes no Concelho Zona Geográfica População Residente em
2001
População que Não
Mudou de Concelho
Provenientes de Outro concelho (A)
Provenientes do Estrangeiro
Emigrantes do Concelho para Outro
Concelho (B)
Saldo das Migrações
Internas (A-B)
Castelo de Paiva 17.338 16.863 166 38 290 -124 Cabeceiras de Basto 17.846 17.034 157 148 255 -98 Celorico de Basto 20.466 19.805 250 151 328 -69 Amarante 59.638 57.438 781 536 726 55 Baião 22.355 21.762 218 64 410 -192 Felgueiras 57.595 55.720 664 220 778 -114 Lousada 44.712 42.753 892 213 713 179 Marco de Canaveses 52.419 50.434 764 331 517 247 Paços de Ferreira 52.985 50.980 849 199 656 193 Paredes 83.376 80.271 1.379 238 1.215 165 Penafiel 71.800 69.523 837 321 1.166 -329 Mondim de Basto 8.573 8.299 111 69 146 -35 Ribeira de Pena 7.412 7.176 85 78 123 -38 Cinfães 22.424 21.910 160 66 452 -292 Resende 12.370 12.061 93 41 163 -70 TÂMEGA 551.309 532.299 7.415 2.713 7.937 -522
Fonte: INE, Censos 2001
Pré-Diagnóstico Social Concelhio 63/130
Ribeira de Pena
Quadro n.º 20 - População Residente Segundo Zonas de Proveniência (relativamente a 31/12/99) por Concelho de
Residência Habitual em 12/02/2001 no Tâmega
Imigrante no Concelho
Zona Geográfica População Residente em 2001
Prov
. de O
utros
Co
ncelh
os
Prov
enien
tes
de M
acau
Prov
enien
tes
de T
imor
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Prov
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Prov
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tes
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rasil
Prov
enien
tes
do C
anad
á
Prov
. de O
ut.
paíse
s
Castelo de Paiva 17.338 166 -- -- -4 6 -- 2 -- 1 1 -- 24 Cabeceiras de Basto
17.846 157 -- -- 2 72 -- 6 -- 1 2 6 59
Celorico de Basto 20.466 259 -- -- 9 72 -- --3 -- 1 3 -- 63 Amarante 59.638 781 -- 1 58 248 -- 14 -- -- 8 -- 43 Baião 22.355 218 1 -- 4 7 -- 1 -- -- 8 -- 43 Felgueiras 57.595 664 1 1 6 147 2 5 -- -- 8 5 45 Lousada 44.712 892 -- -- 14 59 4 2 -- 4 37 -- 93 Marco de Canaveses
52.419 764 -- 1 58 57 9 7 4 4 23 6 162
Paços de Ferreira 52.985 849 1 2 31 92 1 3 2 2 15 -- 50 Paredes 83.376 1.379 -- -- 30 96 -- 15 5 5 33 -- 54 Penafiel 71.800 837 -- -- 43 55 -- 9 7 -- 31 -- 176 Mondim de Basto 8.573 111 -- -- 3 12 2 -- -- -- 6 1 45 Ribeira de Pena 7.412 85 -- -- 19 39 2 2 -- -- -- -- 16 Cinfães 22.424 160 -- -- 11 7 -- 2 -- -- 14 -- 32 Resende 12.370 93 -- -- 2 5 -- -- -- -- 6 -- 28 TÂMEGA 551.308 7.415 3 5 294 974 20 71 18 22 219 19 1.068
Fonte: INE, Censos 2001
Da análise do quadro n.º20 podemos depreender que os imigrantes que se instalam no
concelho de Ribeira de Pena são na sua maioria da França (39 indivíduos) seguindo-se da
Alemanha (19 indivíduos). O mesmo se verificando em relação à Sub-região do Tâmega onde a
grande fatia de imigrantes no concelho provem de países como a França seguido da Alemanha
e depois do Brasil.
Pré-Diagnóstico Social Concelhio 64/130
Ribeira de Pena
PARTE III
CARACTERIZAÇÃO HABITACIONAL DO CONCELHO
Pré-Diagnóstico Social Concelhio 65/130
Ribeira de Pena
1 - Família e Habitação
Depois de analisarmos alguns aspectos sobre a população importa reflectir agora de que
forma esta se distribui em termos de tipologias familiares. Posto isto, convém definir os
conceitos de Famílias Clássicas e Famílias Institucionais. Mediante os resultados dos Censos
Definitivos de 1991, entende-se por Família Clássica um conjunto de pessoas que reside sobre
o mesmo tecto e têm entre si relações de parentesco, podendo estes ocupar parte ou o total
do alojamento. Também se engloba na Família Clássica um indivíduo que independentemente
do parentesco, ocupa parte ou o total do alojamento. A Família Institucional compreende um
conjunto de pessoas que residem num alojamento colectivo, que independentemente do
parentesco, têm regras e objectivos comuns, pertencem a uma instituição podendo ser
governados por uma unidade interior ou exterior ao grupo. Por último, importa acrescentar o
conceito de Núcleo Familiar que compreende conjunto de pessoas dentro de uma família
clássica, entre as quais existe um dos seguintes tipos de relação: casal com ou sem filho(s)
não casado(s), pai ou mãe com filho(s) não casado(s), avós com neto(s) não casado(s) e avô(ó)
com neto(s) não casado(s).
Quadro nº 21 População Residente em 1991 e 2001
Região População Residente em 1991 População Residente em 2001
Ribeira de Pena 8504 7412
Tâmega 509209 551309
Norte 3472715 3 687293
Fonte: INE: Censos 2001.
Tal como podemos constatar através da observação do quadro n.º 21, apenas diminuiu a
população no concelho de Ribeira de Pena, contudo o número de famílias não seguiu esse
ritmo, embora a população diminuiu-se em 1092 indivíduos de 1991 para 2001 o número de
famílias aumentou embora de forma pouco significativa 16 famílias. Ou seja; esta passa a ser
de 2492 famílias em relação as famílias Institucionais estas aumentaram para 3 famílias
Institucionais. Em relação as outras duas regiões verifica-se um acréscimo do número de
famílias clássicas, na Sub-região doTâmega esse valor é cerca de 29147 famílias a mais que
Pré-Diagnóstico Social Concelhio 66/130
Ribeira de Pena
em 1991, em relação à Região Norte o acréscimo de famílias foi de 201708 famílias em
relação a 1991. O mesmo acontece em relação as Famílias Institucionais que em 2001 vê o seu
valor aumentado, na região Tâmega esse valor aumentou para 41, na região Norte o valor
acresce para 288 Famílias Institucionais.
Quadro n.º 22 - População Residente, Famílias Clássicas, Famílias Institucionais e Núcleos Familiares Na Região Norte,
Tâmega e Ribeira de Pena
Fonte: INE: Censos 2001
Podemos dizer tendo por base os dados dos últimos Censos de 2001, que o número de famílias
residentes na Região Norte aumentou 22%. Este crescimento verifica-se que é muito
superior ao da população, resultando numa diminuição média das famílias – esta passou de 3,4
para 3,0 indivíduos.
Quadro n.º 23 - N.º de Famílias e Dimensão Média das Famílias
Fonte: INE Censos 2001.
Também se verifica uma queda na dimensão média das famílias, esta pode estar relacionada
com a opções assumidas pelos residentes no seu planeamento familiar, ou pode prender-se
com uma maior incidência de situações ligadas ao envelhecimento (idosos a viverem sozinhos).
Verifica-se ainda que no concelho de Ribeira de Pena a dimensão familiar média é menor, o
que esta estritamente relacionado com o problemas do envelhecimento visto se tratarem de
zonas com uma população bastante envelhecida.
Região Famílias Clássicas Residentes 2001
Famílias Institucionais 2001
Núcleos familiares Residente 2001
Famílias Clássicas Residentes 1991
Famílias Institucionais 1991
Núcleos Familiares 1991
Ribeira de Pena 2492 3 2111 2476 1 2116
Tâmega 167397 85 157147 138250 44 129749 Norte 1210631 959 1081892 1008923 671 929832
N.º de Famílias Dimensão Média das Famílias Região
1991 2001 Variação
1991 2001 Diferença
Ribeira de Pena 2477 2525 1,9 3,4 2,9 - 0,5 Tâmega 136659 168696 23,4 3,7 3,3 -0,5
Norte 1009594 3734056 22,0 3,4 3,0 -0,5
Pré-Diagnóstico Social Concelhio 67/130
Ribeira de Pena
Quadro nº24 - Número de Famílias Clássicas Residentes e Famílias Institucionais por freguesias do concelho em 2001
Freguesia Famílias clássicas residentes (ind)
Famílias Institucionais
Núcleos familiares residentes
Alvadia 70 - 60 Canedo 193 - 141 Cerva 828 1 701 Limões 140 - 112 Santa Marinha 246 - 210 Salvador 854 2 748 Santo Aleixo de Além Tâmega 161 - 139
Fonte: INE, Censos 2001.
Ao nível das freguesias do concelho de Ribeira de Pena dentro desta temática verificamos
que as freguesias que registam o maior número de famílias são exactamente aquelas que
apresentam o maior número de população residente, isto é, temos assim Cerva onde se
concentra o maior número de população distribuindo-se por 828 famílias seguindo-se a
freguesias de Salvador com 854 famílias num total de 2573 indivíduos.
Por seu turno, aquelas que têm o menor número de famílias são as freguesias de Alvadia com
220 habitantes distribuídos por 70 famílias e Limões com 393 habitantes distribuídos por
140 famílias.
Gráfico n.º 20 - Núcleo Familiares Residentes nas Freguesias do concelho de Ribeira de Pena
Núcleos Familiares Residentes
60
141
701
112
210139
748
0
100
200
300
400
500
600
700
800
Alvadia Canedo Cerva Limões SantaMarinha
Salvador SantoAleixo de
AlémTâmega
Fonte: INE: Censos 2001.
Pré-Diagnóstico Social Concelhio 68/130
Ribeira de Pena
2- Alojamentos
Dentro da caracterização da tipologia familiar importa analisar como se distribui esta
população em termos de parque residencial, assim começamos por definir o conceito de
alojamento e edifícios.
Por alojamento entende-se o local distinto e independente que, pelo modo como foi
construído, reconstruído, ampliado ou transformado, se confina à habitação humana.
É distinto quando é cercado por paredes de tipo clássico ou de outro tipo, que é coberto e
permite que um indivíduo ou grupo de indivíduos possa dormir, preparar refeições e abrigar-
se das intempéries, separados de outros membros da colectividade. É independente quando
que os seus ocupantes não têm que atravessar outras unidades de alojamento para entrar ou
sair da unidade de alojamento onde habitam.
Quadro n.º 25 - Número de Alojamentos 1991- 2001
Alojamentos Região
1991 2001 Variação
Ribeira de Pena 3805 4267 12,1 %
Tâmega 170868 214637 25,6%
Norte 1287720 1611468 20,1%
Fonte: INE, Censos 2001
Podemos verificar através da análise do quadro n.º25 que o número de alojamentos aumentou
entre 1991 e 2001, nas três regiões em análise. Em todas elas a percentagem de variação é
francamente positiva, destacando a sub-região do Tâmega que apresenta uma variação maior.
Pré-Diagnóstico Social Concelhio 69/130
Ribeira de Pena
Quadro n.º 26 - Alojamentos Colectivos/ Alojamentos Clássicos em 1991/2001 por Zona Geográfica
Região Alojamentos
Colectivos em 1991
Alojamentos
Colectivos em 2001
Alojamentos clássicos em 1991
Alojamentos clássicos em 2001
Norte 3600 1938 1278948 1611843
Tâmega 419 144 171522 214800
Ribeira de Pena 7 5 3790 4273
Fonte: INE: Censos de 2001
O número de alojamentos familiares na Região Norte cresceu cerca de 25,1% entre 1991 e
2001. Aliás um pouco por toda a região o crescimento dos alojamentos tendeu a superar o das
famílias, embora sem grande diferença.
Nos últimos Censos de 2001, o total de habitantes do concelho de Ribeira de Pena era de
7412 habitantes, distribuindo-se por 4250 alojamentos, são de tipo familiar Clássico, isto é,
pelo tipo que se construiu ou se utiliza se limita apenas a uma Família sendo que, 5 são de tipo
colectivo, entendendo-se aqui este tipo de alojamento como aquele que se destina não apenas
a uma família, residentes ou presentes não residentes.
Pré-Diagnóstico Social Concelhio 70/130
Ribeira de Pena
Gráfico n.º 21- Número de Alojamentos Colectivos em 1991 – 2001 por Zona Geográfica
3600
1938
419
144 7 5
0500
1000150020002500300035004000
Norte Tâmega Ribeira dePena
Número de alojamentos colectivos em 1991 - 2001
Colectivos em 1991Colectivos em 2001
Fonte: INE, Censos 2001
Gráfico n.º 22 - Número de Alojamentos Clássicos em 1991 – 2001 por Zona Geográfica
1278
948
1611
843
1715
22
2148
00
3790
4273
0200000400000600000800000
10000001200000140000016000001800000
Norte Tâmega Ribeira dePena
Número de alojamentos Clássicos em 1991- 2001
Alojamentosclássicos em1991Alojamentosclássicos em2001
Fonte: INE, Censos 2001
Ao descermos ao nível das freguesias verificamos que a freguesia que detêm maior número
de alojamentos familiares são as freguesias que detêm maior número de habitantes, ou seja
Pré-Diagnóstico Social Concelhio 71/130
Ribeira de Pena
Salvador (1499 Alojamentos) e Cerva, (1262 alojamentos), em relação aos que detêm estes
alojamentos como podemos verificar no gráfico acima apresentado que concentram menor
número de alojamentos são aquelas que apresentam menor número de habitantes assim,
temos Alvadia (126 alojamentos) e Limões com (228 alojamentos). Em relação aos
alojamentos colectivos estes apenas se concentram nas maiores freguesias e num número
muito reduzido.
Quadro n.º 27 Alojamentos Familiares/colectivos por freguesias em 2001
Freguesia Alojamento Familiares Clássicos
Alojamento familiares -
Outros
Alojamentos colectivos
Edifícios
Alvadia 126 0 0 116 Canedo 365 0 0 365 Cerva 1262 8 1 1222 Limões 228 2 - 225 Santa Marinha 380 5 - 1331 Salvador 1499 8 4 376 Santo Aleixo de Além Tâmega
398 0 0 392
Fonte: INE, Censos 2001
3 - Edifícios
Edifícios, são uma construção que compreende um ou mais alojamentos, divisões ou outros
espaços, cobertos e com paredes externas ou divisórias. É independente e pode ter como
principal fim a residência, ou ainda, servir objectivos industriais, agrícolas, culturais,
comerciais e prestação de serviços. O crescimento percentual do número de edifícios
durante a última década foi, na região Norte, cerca de metade do verificado para os
alojamentos familiares. Esta situação remete-nos desde logo ao crescente aumento da
construção em altura que ocorreu um pouco por todas as sub-regiões do Norte.
Quantos aos edifícios, estes aumentaram igualmente a sua oferta com o crescimento
populacional ou com o surgimento de necessidades de outros serviços, visto estes poderem
ser ou não residenciais.
Pré-Diagnóstico Social Concelhio 72/130
Ribeira de Pena
Pelo escalpado do quadro n.º 28 de comparação nos anos de 1991 e 2001 na Região Norte os
edifícios aumentaram 122174 edifícios formando um total de 1100329 edifícios,
apresentando assim uma taxa de variação de 12,9%, na Sub-região Tâmega também se
verificou a mesma tendência, registando um aumento de 24780 edifícios em relação aos
últimos Censos de 1991, apresentando uma variação de 18,0 % a mais alta desta três regiões
em análise. Em Ribeira de Pena o número de Edifícios aumenta para 288 formando um total
de 4027, com uma variação de 8,1%.
Quadro n.º 28 - Edifícios em 1991 e 2001 Por zona Geográfica
Região Edifícios 1991 Edifícios 2001 Variação %
Ribeira de Pena 3739 4027 8,1 %
Tâmega 148288 173068 18,0 %
Norte 978155 1100329 12,9 %
Fonte: INE, Censos 2001
Quadro n.º 29 - Nº Médio de Alojamentos por edifícios
Nº Médio de Alojamentos por edifícios Região
1991 2001 Diferença
Ribeira de Pena 1,0 1,1 0,0
Tâmega 1,2 1,2 0,1
Norte 1,3 1,5 0,1
Fonte: INE, Censos 2001.
No que se refere ao número médio de alojamentos por edifício podemos verificar quer na
região Norte quer no concelho de Ribeira de Pena o número médio de alojamento por
edifícios aumentou, já na região o Tâmega manteve-se o mesmo valor.
Pré-Diagnóstico Social Concelhio 73/130
Ribeira de Pena
Gráfico n.º 23 – Nº de Edifícios por Freguesias
0200400600800
100012001400
Edifícios
Edifícios 116 365 1222 225 376 1331 392
Alvadia Canedo Cerva Limões Santa Marinha Salvador
Santo Aleixo de Além Tâmega
Fonte: INE: Censos 2001.
Ao nível das freguesias podemos observar que as freguesias que concentram maior número
de edifícios são a freguesias de Salvador e Cerva do mesmo modo, com o número de
alojamentos e famílias e onde se concentra maior número de habitantes. Por sua vez, é nas
freguesias de Alvadia e de Limões que detêm o menor número de edifícios paralelamente a
isto também são aquelas que registam o menor número de habitantes.
Pré-Diagnóstico Social Concelhio 74/130
Ribeira de Pena
PARTE IV
CARACTERIZAÇÃO SÓCIO-ECONÓMICA DO CONCELHO
Pré-Diagnóstico Social Concelhio 75/130
Ribeira de Pena
1 - Actividade Económica
Conhecer a realidade económica do concelho em análise torna-se fundamental na medida que
nos permitirá identificar as actividades económicas que mais predominam no concelho como
apontar as mais favoráveis para o desenvolvimento do emprego da região. Assim este
indicador determina paralelamente com a oferta de emprego, a formação profissional e o
mercado de trabalho, a própria estrutura económica do concelho.
Nesta medida para falarmos de desenvolvimento económico sustentado temos que
necessariamente analisar o capital humano.
Esta série de factores conjugados entre si podem diminuir ou aumentar quer de uma forma
directa ou indirecta, mecanismos que conduzam a processos de Exclusão Social.
Posto isto, podemos afirmar que o funcionamento do mercado de trabalho pode originar
mecanismos de desigualdades socais, desencadeando situações de pobreza, especificando, o
aumento de situações de trabalho débeis e de desemprego de longa duração promovendo
processos de exclusão social.
Assim segundo o Anuário Estatístico da Região Norte, entende-se por população activa o
conjunto de indivíduos com idade mínima de 15 anos, que no período de referência,
constituem a mão-de-obra disponível para a produção de bens e serviços que entram no
circuito económico. Aqui incluem-se empregados (emprego civil e militares de carreira) e
desempregados (à procura de primeiro emprego). Por população empregada entende-se pelo
conjunto de indivíduos com idade mínima de 15 anos que, no período de referência, se
encontravam numa das seguintes condições.
Tinham efectuado trabalho pelo menos uma hora, mediante o pagamento de uma
remuneração ou com vista a um benefício ou ganho familiar em dinheiro ou em género; Tinham um emprego, não estavam ao serviço à data da recolha da informação, mas
mantinham um relação formal com o seu emprego; Tinham uma empresa mas não estavam temporariamente ao trabalho por uma razão
específica; Estavam em situação de pré-reforma mas encontravam-se a trabalhar no período de
referência.
Pré-Diagnóstico Social Concelhio 76/130
Ribeira de Pena
Posto isto, podemos concluir que o que distingue a população economicamente activa da
população empregada é, o facto de o primeiro conceito consagra em si todos os indivíduos
Empregados e Desempregados à Procura de Primeiro Emprego ou Novo Emprego, por sua vez
o segundo conceito refere-se apenas aos indivíduos empregados. Daqui podemos advier que o
primeiro conceito reúne maior número de efectivos que o segundo.
Assim antes da análise do quadro abaixo importa referir que a taxa de actividade vai-nos
permitir analisar o peso da população activa em relação ao total de população.
Quadro nº30 - População Economicamente Activa/população Economicamente Activa e Empregada por Região
e Sexo
Fonte: INE, Censos 2001
Posto isto, resta-nos analisar a população activa quanto a sexo. Da análise do quadro n.º 30, o
que desde logo salta a vista, é quer o número de habitantes activos, quer o número de
habitantes activos e empregados do sexo masculino é superior ao sexo feminino quer no ano
de 1991 quer em 2001. Assim podemos dizer a maior fatia de população activa e empregada
nas três regiões em analise é ocupada por homens. Assim para concluir temos nas três
regiões como podemos verificar um aumento da taxa de actividade de 1991 para 2001 em
ambos os sexos.
População economicamente activa População economicamente activa e empregada Região
HM H M HM H M
Norte 1775015 986855 788160 1656103 935351 720752
Tâmega 253359 151753 101606 240343 146842 93501
Ribeira de Pena 2553 1679 874 2260 1551 709
Pré-Diagnóstico Social Concelhio 77/130
Ribeira de Pena
Gráfico n.º 24 – População Economicamente Activa por Sexo e Região
1679
874 15
1753
1016
06 9868
55
7881
60
0
200000
400000
600000
800000
1000000
Ribeira dePena
Tâmega Norte
População economicamente Activa por sexo
Homens Mulheres
Fonte: INE, Censos 2001
Pretendendo fazer uma análise mais exaustiva sobre a população economicamente activa,
torna-se necessário fazer a apresentação dos CAE (Códigos de Actividade Económica). Assim
de seguida, serão apresentados os quadros de designações que os códigos de Actividade
Económica (CAE) utilizados representam:
Quadro n.º 31 - Códigos de Actividade
CAE 0 Forças Armadas
CAE 1 Membros dos corpos legislativos, quadros dirigentes da função pública, directores e quadros
dirigentes de empresas.
CAE 2 Profissões Intelectuais e Cientificas
CAE 3 Profissões técnicas intermédias
CAE 4 Empregados administrativos
CAE 5 Pessoal dos serviços de protecção e segurança, serviços pessoais, domésticos e trabalhadores
similares.
CAE 6 Trabalhadores da agricultura e pescas
CAE 7 Trabalhadores da produção industrial e artesãos.
CAE 8 Operadores da produção industrial e máquinas fixas, condutores e montadores.
CAE 9 Trabalhadores não qualificados da agricultura, industria, comércio e serviços.
Fonte: INE, Censos 2001.
Pré-Diagnóstico Social Concelhio 78/130
Ribeira de Pena
Agora iremos fazer a correspondência dos CAE’S para os respectivos sectores de
actividade, de maneira a conseguirmos obter uma análise mais pormenorizada da
Actividade económica nas três áreas aqui em análise. Quadro n.º 32 - Sectores de actividades
CAE SECTOR DE ACTIVIDADE
CAE – 0 Sector Primário
CAE 1 – 4 Sector Secundário
CAE 5 – 9 Sector Terciário
Fonte: INE, Censos 2001
Quadro n.º 33- População activa e emprega por CAE e por região
CAE Ribeira de Pena Tâmega Região Norte População Economicamente activa e empregada – CAE 0
545 12013 78726
População Economicamente activa e empregada – CAE 1 a 4
672 141468 758079
População Economicamente activa e empregada – CAE 5 a 9
1043 86862 819298
População Economicamente activa e empregada – CAE 5 a 9- relac. C/activ. Econ.
443 52064 480539
FONTE: INE: Censos 2001
Assim temos relativamente o CAE 0, é aquele que apresenta menor número de efectivos no
concelho de Ribeira de Pena compreendendo 545 indivíduos, na Sub-região do Tâmega temos
cerca de 12013 indivíduos e na zona Norte temos 78726 indivíduos.
O CAE 1 a 4 é o sector que diz respeito ao Sector Secundário onde se encontram indivíduos
com algumas habilitações académicas, no concelho de Ribeira de Pena tem 672 indivíduos, na
Sub-região do Tâmega, 141468 indivíduos e por último na região do Norte 758079 efectivos
dentro deste CAE.
Por último, temos o CAE 5 a 9 que reúne cerca de 1043 indivíduos no concelho de Ribeira de
Pena, 86862 indivíduos na Sub-região do Tâmega e 819298 indivíduos na Região Norte,
resumindo podemos dizer que é aqui que se concentram a maioria da população efectiva. Este
é o Sector que diz respeito ao Sector Terciário onde os indivíduos possuem baixas
habilitações literárias e baixas qualificações .
Pré-Diagnóstico Social Concelhio 79/130
Ribeira de Pena
Em termos percentuais a percentagem para o concelho de Ribeira de Pena isto traduz-se em
24,12 % do total da população concentra-se no sector primário, cerca de 29,73 % no Sector
Secundário e 40,85 % no Sector Terciário.
Quadro n.º 34 - População Activa Empregada por Sector de Actividade
Fonte: INE: Censos 2001. Fazendo uma comparação com o últimos Censos de 1991 com 2001 podemos verificar que em
1991, a maioria da população activa encontrava-se no Sector Primário com (1419 indivíduos)
seguido do Sector Terciário, com 711 indivíduos e por último do Sector Secundário com 397
indivíduos. Em 2001 verificamos, que o Sector Primário deixou de ser aquele que empregava
mais população activa, para dar lugar ao Sector Terciário. Assim temos 1043 indivíduos
encontram-se no Sector Terciário, 545 encontram-se empregados no Sector Primário e por
último temos 672 indivíduos no sector secundário.
Gráfico n.º25 - Distribuição da População Activa pelos Sectores de Actividade em Ribeira de Pena
Fonte: INE, Censos 2001.
População activa empregada por sector de actividade Primário Secundário Terciário Concelho
População Activa
empregada Total % Total % Total %
Taxa de Actividade
População econ. Activa
Total da população residente
Ribeira de Pena
2260
545
24,12
672
29,73
1043
40,85
33,44 %
2553
7412
Ribeira de Pena
6721043
443
545
Pop ulação Eco no micament e act iva eemp reg ad a – C A E 0
Pop ulação Eco no micament e act iva eemp reg ad a – C A E 1 a 4
Pop ulação Eco no micament e act iva eemp reg ad a – C A E 5 a 9
Pop ulação Eco no micament e act iva eemp reg ad a – C A E 5 a 9 - relac. C / act iv.Eco n.
Pré-Diagnóstico Social Concelhio 80/130
Ribeira de Pena
Gráfico n.º26 - Distribuição da População Activa pelos Sectores de Actividade no Tâmega
Fonte: INE, Censos 2001.
Gráfico n.º27 - Distribuição da População Activa pelos Sectores de Actividade no Norte
Fonte: INE, Censos 2001.
Tâmega
52064
12013
14146886862
População Economicament eact iva e empregad a – C A E 0
População Economicament eact iva e empregad a – C A E 1 a 4
População Economicament eact iva e empregad a – C A E 5 a 9
População Economicament eact iva e empregad a – C A E 5 a9 - relac. C / act iv. Eco n.
Região Norte
819298
758079
78726
480539
Pop ulação Eco no micament eact iva e emp reg ad a – C A E 0
Pop ulação Eco no micament eact iva e emp reg ad a – C A E 1 a 4
Pop ulação Eco no micament eact iva e emp reg ad a – C A E 5 a 9
Pop ulação Eco no micament eact iva e emp reg ad a – C A E 5 a 9 -relac. C / act iv. Econ.
Pré-Diagnóstico Social Concelhio 81/130
Ribeira de Pena
2 - TAXA DE DESEMPREGO
Outro factor importante para prosseguirmos a nossa análise é a taxa de desemprego. Esta
taxa é entendida como todo o indivíduo que não tem emprego. Convém contudo distinguir o
desemprego em sentido lato e o desemprego em sentido restrito. Assim entende-se por
desemprego em sentido lato, todo o indivíduo que tem mais de 15 anos, que se encontra sem
trabalho mas que esta disponível, sendo este remunerado ou não. Por outro lado taxa de
desemprego em sentido restrito diz respeito ao indivíduo com idade mínima de 15 anos que se
encontra sem trabalho, mas com disponibilidade para trabalhar, quer seja trabalho
remunerado ou não, com ainda se encontra à procura de emprego, tendo feito diligências
para arranjar emprego nos últimos 30 dias. Para melhor compreendermos esta temática será
importante aqui referir como se calcula a taxa de desemprego. Assim a taxa de desemprego
é calculada através da divisão entre população desempregada com a população activa a
multiplicar por 100. Podemos também afirmar que esta taxa representa o número de
desempregados involuntários que podem ser consequência das modificações e alterações que
ocorrem ao nível da actividade económica.
Quadro n.º 35 - Comparação da Taxa de Desemprego em 1991 e 2001 por região
Região Taxa de
desemprego
em 1991 H
Taxa de
desemprego
em 1991 M
Taxa de
Desemprego
1991 HM
Taxa de
desemprego em
2001 H
Taxa de
desemprego
em 2001 M
Taxa de
desemprego em
2001 HM
Ribeira de Pena
1,8 7,1 3,3 7,6 18,9 11,5
Tâmega 3 6,2 4,1 3,2 8,0 5,1Norte 3,8 6,5 5,0 5,2 8,6 6,7
Fonte: INE, Censos 2001 Pela observação do quadro em cima apresentado podemos verificar que a taxa de desemprego
tem aumentado entre 1991 e 2001 de 3,3 % passou para 11,5%. Principalmente em relação ao
sexo feminino que em 1991 registava uma taxa de 7,1% em 1991 e 18,9% em 2001, que em
termos de indivíduos se traduz em 16%. Relativamente ao sexo masculino, também se
registou um aumento significativo de 1,8% em 1991 passou para 7,6% em 2001, que em
Pré-Diagnóstico Social Concelhio 82/130
Ribeira de Pena
termos de indivíduos se traduziu em 128 indivíduos. Relativamente as restantes zonas em
analise podemos verificar que a tendência é a mesma para além de aumentar o número de
efectivos desempregados constatamos também que é o sexo feminino o mais afectado por
esta onda de desemprego.
Assim temos na sub-região do Tâmega em 1991 um registo de 3% para o sexo masculino e de
6,2% para o sexo feminino passando em 2001 para 3,2% (4991 indivíduos) e para 8,0% (8105
indivíduos) respectivamente. Relativamente a região Norte temos em 1991, 3,8 % para o sexo
masculino passando em 2001 para 5,2 % ou seja 51504 indivíduos masculinos sem emprego. Já
no sexo feminino em 1991 registava 6,5 % e em 2001 passou para 8,6 % (67408 indivíduos).
Quadro n.º36 - População Desempregada por Sexo e Região
Fonte: INE: Censos 2001. Como podemos verificar através da comparação os últimos dois Censos que o número de
desempregados aumentou. Assim passou de 87 para 293 indivíduos desempregados.
Quadro n.º37- População Desempregada em 1991 por Sexo e Região
Região População Desempregada em 1991 H
População Desempregada em 1991 M
População Desempregada em 1991 HM
Ribeira de Pena
33
54
87
Tâmega
4095
941
9036
Norte
35230
43200
78430
Fonte: INE: Censos 2001.
Região População desempregada
H
População desempregada
M
Pop. Desempregada procura do 1º
emprego H
Pop. Desempregada, procura de 1º emprego M
Pop. Desempregada, procura de novo
emprego H
Pop. Desempregada, procura de novo
emprego M Ribeira de
Pena 128 165 22 51 106 114
Tâmega 4991 8105 822 2916 4089 5186 Norte 51504 67408 8572 16222 42932 51186
Pré-Diagnóstico Social Concelhio 83/130
Ribeira de Pena
Gráfico n.º 28 - Distribuição da População Desempregada por sexo e por região
Fonte: INE: Censos 2001 Pretendendo obter uma análise mais exaustiva sobre esta temática procederemos de seguida
a análise dos indivíduos desempregados que se encontram à procura de um novo emprego, isto
é, o indivíduo que já trabalhou ou que já teve emprego e que está á procura de um novo.
Assim temos, 106 homens no concelho de Ribeira de Pena que se encontram na situação de
desempregados à Procura de Novo Emprego, em relação as mulheres tal como acontecia na
análise anterior o valor é mais elevado 114 mulheres mas com uma diferença pouco
significativa. Na sub-região do Tâmega o total de pessoas à Procura de Novo Emprego 9275
indivíduos sendo que 5186 são mulheres e 4086 são homens.
Relativamente á região Norte temos um total de 94 118 indivíduos, 51186 são mulheres e
42932 são homens. Podemos dizer em jeito de conclusão que nas três regiões são as
mulheres as mais afectadas em relação à problemática do emprego.
128
165 49
91 8105
5150
4
6740
80
10000
20000
30000
40000
50000
60000
70000
Ribeira dePena
Tâmega Norte
População Desempregada por Sexo
Populaçãodesempregada HPopulaçãodesempregada M
Pré-Diagnóstico Social Concelhio 84/130
Ribeira de Pena
Gráfico nº29 - População Desempregada à Procura de Novo Emprego por Sexo e Região
Fonte: INE, Censos 2001. Relativamente a problema de população desempregada à procura do Primeiro Emprego tal
como podemos constatar no gráfico em baixo existem 22 pessoas do sexo masculino a
Procura do Primeiro Emprego e 51 indivíduos do sexo feminino no concelho de Ribeira de
Pena, já na Sub região do Tâmega temos 822 indivíduos á Procura do Primeiro Emprego
contra 2916 do sexo feminino, aqui estamos perante uma diferença significativa no que se
refere ao sexo. Por último, temos a região Norte em que temos 8572 indivíduos do sexo
masculino que procuram o primeiro emprego e do sexo feminino temos quase o dobro 16222
indivíduos.
106
114 40
89
5186
4293
2
5118
60
10000
20000
30000
40000
50000
60000
Ribeira dePena
Tâmega Norte
Pop. Desempregada à procura de novo emprego
Pop.Desempregada,procura de novoemprego H Pop.Desempregada,procura de novoemprego M
Pré-Diagnóstico Social Concelhio 85/130
Ribeira de Pena
Gráfico n.º30- População Desempregada à Procura do 1º Emprego por Sexo e Região
Fonte: INE, Censos 2001.
22 51 822
2916
8572
1622
2
0
2000
4000
6000
8000
10000
12000
14000
16000
18000
Ribeira dePena
Tâmega Norte
População desempregada á procura do 1º emprego
Pop.Desempregada,procura do 1ºemprego H Pop.Desempregada,procura de 1ºemprego M
Pré-Diagnóstico Social Concelhio 86/130
Ribeira de Pena
Concluindo: Em jeito de conclusão, podemos dizer que a questão do desemprego é um dos
principais indicadores de anomalia de um território. Este pode medir até que ponto serão
necessários fazer alterações quantitativas e qualitativas na economia do concelho de forma a
promover um desenvolvimento sustentado dentro do próprio. Assim, tal como podemos
confirmar através da apresentação de dados ligados a esta temática, a taxa de desemprego
esta intimamente ligada às questões das baixas qualificações que caracterizam a maior parte
da população ribeirapenense. Associado a este fenómeno surge o facto de não existirem
postos de trabalho que consigam absorver a mão-de-obra existente, bem como as suas
próprias competências não se ajustarem ao mercado de trabalho existente. Como podemos
observar e comprovar em concelhos como Ribeira de Pena, o Município continua a ser a
principal entidade empregadora, a industria é quase inexistente o que faz com que muitas das
suas gentes seja obrigada a emigrar para outras regiões à Procura de Emprego. Posto isto,
são inúmeras as ameaças que afectam o concelho de Ribeira de Pena, contudo estamos
confiantes que combatidas estas ameaças se poderão encontrar as melhores soluções que
passam sobretudo na aposta da formação profissional, na criação de novas empresas, na
incrementação de outras actividades e segmentos de mercado de maneira a dinamizar o
próprio concelho, são em estratégias como estas que se torna premente apostar e que se
mostram como um futuro a percorrer e a seguir.
Pré-Diagnóstico Social Concelhio 87/130
Ribeira de Pena
PARTE V
CARACTERIZAÇÃO SOCIOCULTURAL DO CONCELHO
Pré-Diagnóstico Social Concelhio 88/130
Ribeira de Pena
1 - Qualidade de vida
A noção de qualidade de vida surge neste Pré-diagnóstico aliado ao conceito de
desenvolvimento. Intimamente associados, a qualidade de vida surge como uma
características e resultado de qualquer processo de desenvolvimento.
A questão da qualidade de vida não é um problema recente. Falar de qualidade de vida é
assumir progressivamente uma dimensão bastante abrangente.
Tal como defende António Teixeira Fernandes, se por qualidade de vida, se entender
melhores condições de existência, trata-se certamente de um problema com impacto
variável nas diferentes culturas e nos diversos meios sociais.(Fernandes,1997:261)
Ainda segundo o mesmo autor, o conceito de qualidade de vida não é um tema com
idêntico alcance para todos os tempos e para os diferentes estratos sociais.
Tal como foi dito, anteriormente, o conceito de qualidade contém em si elementos com
alguma subjectividade, daí a sua dificuldade de ser tratada com objectividade.
Nas sociedades ocidentais, ou denominadas de desenvolvidas, assistimos cada vez mais à
utilização desta noção para dignar a satisfação das mais diversas aspirações dos
indivíduos.
Acrescentar ainda, que concorre para uma melhor qualidade de vida todo o que promove a
realização das pessoas num sistema vasto de relações socais e em perfeita harmonia com
a natureza.
A qualidade de vida associa-se intimamente à noção de bem-estar de cada indivíduo.
As noções de bem-estar variam de acordo com os níveis de vida, segundo a classe social e
mesmo segundo os países, tal como acontece com a noção de qualidade de vida.
A elaboração do conceito de qualidade de vida tem por base determinados elementos,
nomeadamente, as condições de habitação, a protecção social, qualidade do ambiente, a
paisagem, a qualidade de serviços públicos, entre outros.
Contudo, não existe uma definição universal do conceito de qualidade de vida, dado o seu
caracter subjectivo.
Pré-Diagnóstico Social Concelhio 89/130
Ribeira de Pena
“A humanidade, no seu desenvolvimento, vai adquirindo a consciência do que seja mais
adequado e condigno para o homem. Em cada momento histórico, poderá haver uma
concepção do que deva ser a qualidade de vida”. (Fernandes,1997:268)
Se o desenvolvimento é visto como o resultado de um processo económico-social tendo
por base uma sociedade global, a questão de qualidade de vida tende a ser colocada ao
lado do indivíduo, ou seja, o seu ajustamento perante o desenvolvimento e a sociedade em
geral. De seguida iremos apresentar alguns indicadores que nos podem ajudar a medir
melhor a qualidade de vida e o bem estar social dos indivíduos.
Quadro n.º 38 - Indicadores de Qualidade de vida por Região
Região
Ribeira de Pena Tâmega Norte
Licenças concebidas 67 2267 20014
Licenças concebidas para habitação 54 3632 16813
Licenças concebidas para construções novas 70 3393 16652
Fogos licenciados 45 6825 39832
Obras concluídas para habitação 48/81,3 % 4245/87,4 % 19363/87,2%
Obras concluídas de construções novas para habitação 30/83,3% 3539/88,9% 16595/88,8%
Nº de alojamentos familiares de residência habitual 2276 165237 1186180
Alojamentos servidos por electricidade 2428 164480 1182034
Alojamentos servidos por água canalizada 2276 153880 1146044
Alojamentos servidos por redes de esgotos 2120 152378 1135579
N.º de edifícios existentes anteriores a 1970 1396 65350 445364
N.º de edifícios entre 1971 e 1990 2046 66417 434682
N.º de edifícios entre 1991 e 2001 592 41207 218951
Fonte: INE, Anuário Estatísticos da Região Norte de 2002.
Utilizando a Região Norte como base de ponderação, a proporção de edifícios construídos
antes de 1971 na Sub-região doTâmega atingia 14,7 % do total e para o período de 1991 a
2001, este valor aumentou para 18,8%. Ainda segundo o Recenseamento da Habitação de
2001, cerca de metade dos edifícios do Concelho de Ribeira de Pena tinham sido
construídos entre 1971 e 1990 enquanto que cerca de 35% correspondia uma data de
Pré-Diagnóstico Social Concelhio 90/130
Ribeira de Pena
construção anterior a 1970. Os edifícios construídos entre 1991 e 2001 correspondem a
14 % do total dos edifícios recenseados.
Quadro n.º39 - Indicadores de Qualidade de vida por Região
Região
Ribeira de Pena
Tâmega
Norte
Índice poder de compra per capita 33,97 53,22 85,96
Consumo doméstico de electricidade por consumidor 1,0 Kwh 2,3 kwh 2,6
Consumo agrícola de electricidade por consumidor 2,2 Kwh 1,7 kwh 2,2
Consumo industrial de electricidade por consumidor 12,4 kwh 29,4 kwh 79,9 kwh
Fonte: INE, Anuário Estatísticos da Região Norte de 2002.
O índice de poder de compra per capita para a Sub-região doTâmega cifra-se em 53,22%
sendo é o menor da Região, representando cerca de 62 % do valor aí verificado. Em relação
ao concelho de Ribeira de Pena o mesmo índice, em 2000, de 33,97, ou seja menos de metade
do valor observado para a região Norte. Juntamente com o concelho de Celorico de Basto,
Ribeira de Pena são os concelhos que apresentava o menor índice de poder de compra per
capita da Sub-região do Tâmega.
Pré-Diagnóstico Social Concelhio 91/130
Ribeira de Pena
2 - Protecção Social
Conscientes de todas as alterações da sociedade moderna, e para este século XXI seja mais
justo e mais solidário, importa desenvolver políticas e estratégias de intervenção social
assentes na complementaridade, conjugação de esforços e parcerias que permitam um
combate eficaz a pobreza e exclusão social potenciem o desenvolvimento económico-social no
concelho. Neste sentido, a acção social pretende dar uma particular atenção ás questões
sociais, prestando um conjunto de serviços e iniciativas à população com o objectivo de apoiar
os cidadãos, na melhoria das suas capacidades e na satisfação das suas necessidades.
Neste sentido, serão apresentados de seguida alguns indicadores relativamente à questão da
acção social no concelho de Ribeira de Pena, assim como na Sub-região do Tâmega e na Região
do Norte.
Quadro n.º40 – N.º de Pensionistas por Região Demográfica em 2001
Ribeira de Pena
Tâmega
Norte
Total de pensionistas 2169 105628 822882
Pensionistas por invalidez 235 16304 122058
Pensionistas por velhice 1383 61903 496896
Pensionistas por sobrevivência 551 27421 203918
Fonte: INE, Anuário Estatísticos da Região Norte de 2002.
O escalpelo ao quadro acima apresentado, indica-nos que 29,2% da população total em Ribeira
de Pena recebe pensões, mas é na região do Norte que esta percentagem apresentam valores
mais elevados 30,6 %, a Sub-região do Tâmega apresenta uma percentagem de 19,1%.
Continuando análise verificamos que em todas as áreas geográficas aqui apresentadas que as
pensões mais atribuídas são as que dizem respeito a velhice, assim temos 1383 pensionistas
no concelho de Ribeira de Pena, que em termos de percentagem se traduz em 18,6%, na Sub-
região do Tâmega temos 61903 pensionistas com uma percentagem de 11,2%, por último, em
relação à região do Norte temos 496896 pensionistas com uma percentagem de 18,4%.
Depois as pensões mais atribuídas são as por sobrevivência seguidas das de invalidez.
Pré-Diagnóstico Social Concelhio 92/130
Ribeira de Pena
Assim, em números concretos temos, segundo os Censos de 2001, 2169 pensionistas em
Ribeira de Pena, dos quais 551 são-no por motivo de sobrevivência, 1383 por velhice e 235
por invalidez .
Na Sub-região do Tâmega encontram-se 105628 pensionistas, sendo que 16304 pensionistas
por invalidez, 61903 por velhice e 27421 por sobrevivência. Por fim, no que diz respeito a
região Norte temos um total de 822882 pensionistas sendo que 122058 são inválidos,
496896 por velhice e 203918 por sobrevivência.
Quadro n.º 41 - Estabelecimentos da Segurança Social por Região
Segurança Social
Ribeira de Pena
Tâmega
Norte
Creche 2 50 384
Lar de idosos 2 35 306
Centro de dia 3 71 527
Fonte: Equipamentos e Serviços de Apoio à População de 2002.
De acordo com a Carta de Equipamentos e Serviços de Apoio à População de 2002, existem
no concelho 2 lares de 3º Idade (Instituições Particulares de Solidariedade Social),
Um localiza-se em Salvador, inaugurada recentemente e tem as seguintes valências: lar,
centro de dia, creche, infantário e um ATL- Actividades de Tempos Livres. O Lar está
equipado com 46 camas e o Centro de Dia tem capacidade para receber cerca de 50 idosos.
Ao domicilio vai ser prestado apoio a cerca 150 idosos, na área da higiene pessoal e
doméstica, na alimentação e nos cuidados de saúde. Foi criada uma creche e um infantário
com capacidade para 50 crianças. O segundo lar situa-se em Cerva e tem as seguintes
valências: Minilar, Creche, Centro de dia, Infantário e um ATL – Actividades de Tempos
Livres.
Estas infra-estruturas surgem no concelho para fazer face às necessidades da população
mais idosas e também a mais jovem. Ribeira de Pena é um concelho como tivemos
oportunidade de comprovar, fortemente envelhecido e é cada vez mais importante que as
infra-estruturas se ajustem as reais necessidades da população.
Pré-Diagnóstico Social Concelhio 93/130
Ribeira de Pena
Santa Casa da Misericórdia de Ribeira de Pena
Quadro n.º42 - Indicadores de Saúde Pública por Região
Ribeira de Pena
Tâmega
Norte
Médicos por 1000 habitantes 1,1 6 29
Médicos por concelho de residência 8 348 10748
Médicos de Medicina Geral e familiar por concelho 1 105 1601
Centro de saúde com internamento 1 5 21
Centro de Saúde sem internamento - 12 103
Extensões dos Centros de Saúde 1 65 445
Hospitais Oficiais - 2 37
Hospitais particulares - 1 27
Pessoal ao serviço nos Centros de Saúde 39 1228 8716
Pessoal Médico ao serviço nos Centros de Saúde 4 274 2348
Pessoal de Enfermagem nos Centros de Saúde 12 330 2433
Consultas efectuadas nos Centros de Saúde 27348 1414066 10102764
Farmácias por 10000 habitantes 2 17 37
Farmácias 1 93 757
Fonte: Equipamentos e Serviços de Apoio à População de 2002.
De acordo com os dados fornecidos pelo Instituto Nacional de Estatística, o número de
estabelecimentos de saúde ao nível do concelho de Ribeira de Pena são muito poucos.
Pré-Diagnóstico Social Concelhio 94/130
Ribeira de Pena
Verificamos apenas existência de um Centro de Saúde em Salvador e uma extensão do
mesmo na freguesia de Cerva. Também podemos comprovar que não existe nenhum Hospital
no concelho, o que revela uma falta de investimento em termos de Saúde. Comprovamos que
ao nível da Sub-região do Tâmega existem, entre Centro de Saúde e as suas extensões, cerca
de82, já para a região Norte 569. Na Sub-região do Tâmega verifica-se que o indicador
Médicos por 1000 habitantes ser apenas um quarto do valor verificado para a Região Norte.
Em relação ao concelho de Ribeira de Pena, no que diz respeito ao indicador Médicos por
1000 habitantes, ser aproximadamente 4 vezes inferior ao valor verificado para o Norte
embora tenha tido uma evolução crescente ao longo da última década. Por último temos a
região Norte que apresenta 29 médicos. Quanto ao número de farmácias verificamos que
existe apenas duas no concelho de Ribeira de Pena, quanto a Sub-região do Tâmega esta
apresenta 93 farmácias, já o Norte aparece com 757 farmácias.
Pré-Diagnóstico Social Concelhio 95/130
Ribeira de Pena
3 - Serviços Públicos e de Segurança
De maneira a complementar o nosso estudo sobre o concelho de Ribeira de Pena, fizemos
ainda a elecagem dos serviços públicos e de segurança que asseguram as necessidades e bem-
estar da população em estudo.
Quadro nº43 - Estabelecimentos de serviços Públicos e Comércio em Ribeira de Pena
Serviços e Comércio Número
Cartório Notarial de Ribeira de Pena 1
Repartição de Finanças de Ribeira de Pena 1
Tesouraria da Fazenda Publica 1
Agência Bancária 2
Caixa Multibanco 2
Agência de Seguros 2
Agência Imobiliária -
Agência de Viagens 1
Escola de Condução 1
Escritório de advocacia 2
Gabinete de Contabilidade/Consultoria de Gestão 2
Gabinete de Projectos e Construção Civil 2
Clinica veterinária 1
Agência Funerária 2
Posto de Abastecimento de Combustível 2
Supermercado 1
Carta de Equipamentos e Serviços de Apoio á população 2002. .
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Ribeira de Pena
4 - Transportes e Comunicações
Quadro nº 44 - Transportes e Comunicações em Ribeira de Pena
Transportes e Comunicações Número
Praças de táxis 6
Estação ou Apeadeiro Ferroviário -
Estação e Posto de Correios 2
Locais de Acesso a Internet 3
Carta de Equipamentos e Serviços de Apoio á população 2002.
5 – Desporto
A prática desportiva é mais intensa neste concelho na Freguesias de Salvador e Cerva dado
estarem aí sediados os grupos desportivos.
Existem, contudo, outras associações que também fomentam o desporto e que utilizam as
infra-estruturas existentes para a pratica do desporto. Neste momento as modalidades
desportivas mais praticadas são o futebol de salão, o karaté e a ginástica. De seguida iremos
apresentar a listagem do equipamento existentes no concelho de Ribeira de Pena.
Quadro nº 45 - Infra-estruturas ao nível do desporto em Ribeira de Pena
Desporto Número
Piscina 1
Piscina coberta 1
Campo de jogos Descoberto 7
Pavilhão Desportivo ou Ginásio 2
Carta de Equipamentos e Serviços de Apoio á população 2002.
Pré-Diagnóstico Social Concelhio 97/130
Ribeira de Pena
6 - TURISMO
O turismo deve ser entendido como um instrumento para o desenvolvimento económico, social
e cultural de uma determinada região, num quadro de referência assente na coesão
territorial, na qualidade e na sustentabilidade. Pelos seus efeitos directos e pelos que induz
noutras actividades económicas, promoverá a criação e qualificação de emprego e a fixação
da população, particularmente dos jovens. Pelos investimentos que exige, melhorará o acesso
dos residentes a equipamentos colectivos. Finalmente, o turismo será um meio privilegiado
para a defesa e valorização dos patrimónios natural e cultural da região, o que aumentará os
níveis de satisfação dos visitantes e a qualidade de vida dos residentes.
O concelho de Ribeira de Pena é excepcionalmente rico em património arquitectónico e
ambiental. No que diz respeito ao património construído pelo homem, são vulgares os
espigueiros ou canastros um pouco por todo o concelho. Os cruzeiros de Salvador, Limões ou
Formoselos, o Pelourinho de Cerva, a Ponte de Arame, assim como inúmeros relógios em
Macieira, são apenas alguns dos exemplos do património arquitectónico. Algumas casa rurais
mais antigas entretanto transformadas em casa de turismo de habitação, entre elas
destacamos, Casa da Quinta da Fecha na freguesia de Santo Aleixo, casa do Serrado situada
em Agunchos e Casa dos Sebordinhos. Ribeira de Pena é um concelho rico em edifícios
brasonados, edificados para grandes famílias senhoriais que por aqui passaram. Exemplo
disso é o solar de Santa Marinha, uma bela Mansão senhorial da primeira metade do século
XIX pelo 1º Barão de Ribeira de Pena. De destacar também, a Casa da Aldeia, a Casa da
Flecha , a Casa do Fragão e a Casa Barroso. Em Salvador temos ainda, a Casa do Bucheiro, a
Casa do Picanhol, a casa de Boumilo entre outras.
Também podemos destacar ao nível do lazer, a existência de 5 parques, a saber: o Parque de
Bragadas situado na freguesia de Santo Aleixo, Parque de lazer de Lamelas situado na
freguesia de Salvador, Parque de Lazer de Madragoso situado na freguesia de Cerva, Parque
de Lazer de Séiros na freguesia de Canedo, e por último, o Parque de Lazer da Senhora da
Guia em Santa Marinha.
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Ribeira de Pena
Quadro n.º 46 - Alojamentos Turístico em Ribeira de Pena
Alojamento Turístico Ribeira de Pena
Hotel ou Hotel-apartamento -
Pensão (Pensão, Pensão-residencial, Albergaria) 1
Parque de Campismo e/ou Caravanismo -
Turismo no espaço Rural 2
Parques de Lazer 5
Carta de Equipamentos e Serviços de Apoio á população 2002.
Casa da Quinta da Fecha
Casa do Serrado
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Ribeira de Pena
Casa de Sebordinhos
Câmara Municipal de Ribeira de Pena
Ponte de Arame
Pré-Diagnóstico Social Concelhio 100/130
Ribeira de Pena
Espigueiro
BRA
Brasão
Espigueiros
Relógio de Sol
Pré-Diagnóstico Social Concelhio 101/130
Ribeira de Pena
Pelourinho Igreja do Divino Salvador
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Ribeira de Pena
7 - Cultura
O termo cultura define um conjunto de crenças, costumes, maneiras de pensar e agir
próprias de uma sociedade humana.
A cultura tem um papel fundamental, uma vez que esta, além de fontes de actividades, é
também fonte de orgulho e bem-estar, estando por tal no “coração” das estratégias dos
grupos de acção local.
A cultura, contêm simultaneamente os meios e as finalidades do desenvolvimento, é em
grande medida o apostar na riqueza e na diversidade da sua identidade e do seu
património cultural, que as zonas quer rurais quer urbanas vão poder desenrolar
actividades económicas geradoras de valor acrescentado e de criação de emprego.
Segundo António Teixeira Fernandes, “cultura é o mundo próprio do homem, que confere
um sentido à sua existência”. (Fernandes,1997:113)
A afirmação da identidade cultural local e a melhoria da qualidade de vida induzidas por
estas actividades reforçam o orgulho das populações e o seu sentimento de pertença a um
território, garantias de sobrevivência e de desenvolvimento.
A cultura para simplificar é património, é natureza e é criação.
Segundo a Carta de equipamentos e serviços de apoio a população de 2002, o concelho de
Ribeira de Pena não possui muitos equipamentos culturais e de lazer.
Quadro n.º 47 - Infra-estruturas de Cultura e Lazer
Cultura e Lazer Ribeira de Pena
Sala de espectáculos/sala de conferências/congressos 1
Écran de Cinema -
Biblioteca Aberta ao Público -
Carta de Equipamentos e Serviços de Apoio à População 2002.
Brevemente pretende-se construir uma biblioteca e um auditório e por a funcionar o
Núcleo Bibliográfico da Casa de Santa Marinha.
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Ribeira de Pena
8 - FESTAS E ROMARIAS NO CONCELHO
Ocorrem durante todo o ano eventos que marcam diferentes ritmos de vida, nomeadamente, o de
produzir e o de lazer. As feiras, festas e romarias animam e agitam a vida das comunidades
locais, promovendo o seu dinamismo e constituindo assim importantes manifestações culturais
que traduzem a união do homem à terra
Mostrando aspectos de carácter económico, espiritual e etnográficos, apelam a população e
sobretudo para quem a visita o concelho a entrar num universo de emoções lúdicas e de
aprendizagem de simbologias tipicamente rurais. Revelam-se como verdadeiras momentos de
liberdade e de alegria, assim como de encontro e de troca de vivências onde se celebram datas
importantes e se agradece aos santos padroeiros a concretização das promessas e se promove a
participação da comunidade local. Das festas e romarias destacam-se a majestosa e colorida
Romaria da Senhora da Guia, padroeira do concelho, que se realiza em Agosto e concebera um
garante numero de peregrinos e forasteiro.
Quadro nº48 - Festas e Romarias realizadas no Concelho de Ribeira de Pena
Festas e Romarias Freguesia Data
Nossa Senhora da Guia (Festa do Concelho)
Santa Marinha
14 e 15 de Agosto
Divino Salvador e a Senhor das Angústias (festa da Vila)
Salvador (Ribeira de Pena)
1º Domingo de Agosto
Festa de S. Pedro
Cerva
29 de Junho
Festa do São João Baptista
Limões
24 de Junho
Festa de Santa Luzia
Póvoa
13 de Dezembro
Festa de São Gonçalo
Fruíme
1 0 de Janeiro
Festa se São Brás
Salvador
3 de Fevereiro
Fonte: Câmara municipal de Ribeira de Pena
No que diz respeito as feiras no concelho nelas podemos encontrar entre os produtos
agrícolas locais, os animais para criação e consumo, a doçaria tradicional bem como também
Pré-Diagnóstico Social Concelhio 104/130
Ribeira de Pena
peças artesanais. Destacam-se as feiras de Natal que se realizam nas freguesias de Salvador
e Cerva com produtos tipos da época.
Com a Primavera e o Verão decorrem também nestas localidades duas feiras que merecem
destaque da nossa parte. Em Cerva realiza-se a chamada feira do Gado que é marcada por um
concurso de pecuária, e em Salvador mais recente a Feira do Linho local por excelência de
mostras de produtos artesanais nomeadamente produtos em linho feitos pelos artesãos
locais.
A cultura do linho esta fortemente enraizada na tradição do concelho. Nesta feira o
objectivo é expor vários artigos em linho e produtos regionais. Esta feira tem como objectivo
central promover, incentivar e dinamizar os vários sectores de actividade do concelho. O
Vinho Verde e a Gastronomia são outros produtos da região que marcam presença neste
certame.
Quadro n.º 49 - Feiras realizadas no Concelho de Ribeira de Pena
Freguesia Feiras Quinzenais e Mensais Feiras Anuais
Cerva
6 e 20 de cada mês
Feira do Gado (20 de Abril)
4,13, e 26 de cada mês
Feira de Natal 22 De Dezembro Lugar de Balteiro
Salvador (Ribeira de Pena)
18 de cada mês (lugar da Portela Sta. Eulália)
Feira doLinho 1º Fim-de-semana de Agosto
Fonte: Câmara municipal de Ribeira de Pena
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Ribeira de Pena
PARTE VI
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Pré-Diagnóstico Social Concelhio 106/130
Ribeira de Pena
1 - Algumas Questões para Reflectir
Nesta última parte propomo-nos aqui avaliar em forma de síntese toda a informação
recolhida até então, assim salientamos alguns aspectos que nos pareceram a nos de maior
importância.
Assim começamos por referir que o concelho de Ribeira de Pena se encontra situada
estrategicamente visto se situar entre Espanha e Vila Real e ter proximidade com Braga e
Chaves. O concelho de Ribeira de Pena ocupa uma área de 217,66 km2 num total 21 194 Km2
que ocupa a região Norte. Este concelho é composto por 7 freguesias, sendo as freguesias de
maior dimensão Salvador e Cerva. A densidade populacional é de 34 km2, sendo a sua
população residente segundo os últimos Censos de 7412 habitantes.
No que diz respeito à evolução populacional esta tem sido decrescente desde os Censos de
1991 para os Censos de 2001 o concelho perdeu cerca de 1128 habitantes, apresentando por
tal uma taxa de variação negativa de (–12,8 %). Dos 7412 habitantes, 3725 são do sexo
feminino e 3687 são do sexo masculino. Daqui podemos depreender que sexo feminino detém
maior número de efectivos embora a diferença entre ambos seja pouco significativa.
Relativamente aos escalões etários verificamos que é no intervalo dos 24 aos 64 anos que
reúne o maior numero de efectivos, seguindo-se o intervalo dos 65 anos ou mais. Daqui
denota-se que estamos perante uma população fortemente envelhecida, apresentando uma
taxa de mortalidade de 16,5 % superior a taxa de natalidade que apresenta valor na ordem
de 8,2 %, o que pode traduzir como já foi dito anteriormente um concelho com forte peso da
população idosa do que propriamente de população jovem e adulta. Em relação ao índice de
dependência de envelhecimento indica que por cada 100 jovens nascidos em Ribeira de Pena,
temos 146 pessoas com mais de 65 anos.
Em relação ao número de famílias verificamos, que esse número ao contrário do que
aconteceu com a população aumentou, assim regista-se um aumento de 16 famílias, entre 1991
e 2001, sendo as mais frequentes o tipo de famílias clássicas. Estas famílias estão
distribuídas por 4267 alojamentos e subdividem-se por 4027 edifícios. Podemos dizer que
são os alojamentos clássicos isto é aqueles que se destinam a habitação os mais comuns no
concelho.
Pré-Diagnóstico Social Concelhio 107/130
Ribeira de Pena
No que diz respeito aos graus de instrução da população do concelho de Ribeira de Pena dos
dados expostos atrás podemos concluir que a maioria da população do concelho não detém
nenhum grau cerca de 23,6% ou seja 1751 habitantes da população ou detém apenas o 1º Ciclo
de Escolaridade cerca de 42,1% ou seja 3126 habitantes da população total,
comparativamente a Região Norte temos 515079 indivíduos sem qualquer nível de instrução.
Nos restantes graus de ensino os valores são bastante baixos nomeadamente quando
comparados com os valores detidos pela Região Norte ou pela Sub-região do Tâmega, embora
estas regiões não apresentem valores muito altos estes estão mais equitativamente
distribuídos pelos diferentes níveis de ensino. Já no que se refere a taxa de analfabetismo
verificamos que tem havido um decréscimo entre 1991 e 2001, em 1991 o concelho registava
uma taxa de 25,3% em 2001 essa percentagem desceu para 20,7%. Em 7412 habitantes
residente no concelho de Ribeira de Pena, 1392 habitantes são analfabetos com idade igual
ou superior a 10 anos. Já no que diz respeito ao sexo são as mulheres as que reúnem maior
percentagem de analfabetismo em qualquer uma das zonas geográficas.
Passemos agora a falar das principais ilações que chegamos em relação a condição da
população residente no concelho de Ribeira de Pena perante a actividade económica. Assim
temos no concelho de Ribeira de Pena 34,4 % da população é efectivamente activa, sendo que
os homens são 45,5% deste total e as mulheres são 23,5 %. Contudo se compararmos este
valores aos valores obtidos em 1991, podemos constatar evolução população activa aumentou
assim temos um aumento de 30,7 % para 34,4 %. Com efeito temos no concelho o número
absoluto de população activa de 2553 habitantes, enquanto que o número efectivos activos
empregado é de 2260 habitantes.
Contudo, não deixa de ser preocupante estes valores aqui apresentados na medida em que o
numero de efectivos activos e empregados corresponde a menos de um terço da sua
população, isto é 5152 habitantes estão dependentes de apenas 2260 habitantes no concelho,
problema este que advém não só da diminuição da população residente no concelho de Ribeira
de Pena como também do envelhecimento da sua estrutura etária. Paralelamente a isto,
verificamos uma vez mais que é o sexo feminino o que sai mais prejudicado, visto ser maior a
percentagem de efectivos activos empregados são homens 1151 do que mulheres 709.
Podemos observar também, com este estudo aqui exposto que a população menos qualificada
Pré-Diagnóstico Social Concelhio 108/130
Ribeira de Pena
em termos literários, pertence ao Sector Primário, este reúne 545 efectivos. Contudo é o
sector Terciário que reúne maior número de efectivos 1043 efectivos.
Passando agora à análise do fenómeno o desemprego, verificamos que no concelho de Ribeira
de Pena existem segundo os último Censos, 293 indivíduos desempregados (128 do sexo
masculino e 165 do sexo feminino), sendo que destes, 77 (22 do sexo masculino e 55 do sexo
feminino) correspondem a efectivos que procuram o primeiro emprego, e 220 efectivos ( 106
do sexo masculino e 114 do sexo feminino) que procuram novo emprego. Relativamente a estes
dados e no que se refere ao sexo verifica-se que são as mulheres a mais penalizadas em
relação ao emprego, há mais mulheres do que homens à procura do primeiro emprego e novo
emprego, da mesma maneira que há mais mulheres no desemprego do que homens. Fixando o
nosso olhar na taxa de desemprego verificamos que a taxa no concelho de Ribeira de Pena
tem aumentado entre 1991 e 2001 de 3,3 % passou para 11,5%. Em relação a Sub-região do
Tâmega verificamos que a taxa de 1991 para 2001 embora tenha aumentado também não foi
um aumento tão assinalável como o verificado no concelho de Ribeira de Pena, assim temos em
1991 uma taxa de 4,1 % e em 2001 uma taxa de 5,1 %. Por último no que se refere a Região do
Tâmega temos em 1991 5,0% em 2001, 6,7 %. De acrescentar ainda que nas três regiões aqui
em análise todas elas apresentaram aumento ao nível da taxa de desemprego, o que significa
que deveremos ter em atenção esta problemática. Também foi feita aqui uma análise as
infra-estruturas quer a nível do desporto, acção social ou até mesmo ao nível da cultura e
podemos concluir que ao nível do concelho estas infra-estruturas ficam muito aquém de
conseguir dar respostas as necessidades da população do concelho. Por fim, e não menos
importante foi feita uma breve alusão à temática do turismo neste concelho, porque achamos
que seria importante recurso a dinamizar dentro do concelho. Este pode e deve ser visto
como uma mais valia para o concelho na medida em que podem resultar deste lucros
económicos assim como ser gerador de postos de trabalho importantes para o
desenvolvimento económico da região.
Pré-Diagnóstico Social Concelhio 109/130
Ribeira de Pena
2 - IDENTIFICAÇÃO DOS PRINCIPAIS PROBLEMAS
Como tivemos oportunidade de referir, este estudo pretende ser uma primeira aproximação
da realidade do concelho de Ribeira de Pena. Numa perspectiva sempre evolutiva e
comparativa socorremo-nos para esta análise de dados estatísticos quer dos últimos Censos
de 2001 quer dos Censos realizados em 1991. A fim de podermos realizar uma análise
comparativa e mais exaustiva do concelho em questão tivemos por base a região onde este se
insere este concelho (Região Norte) assim como e a Sub-região a que pertence (Tâmega).
Não podemos descurar os conhecimentos obtidos através da recolha de informação junto do
nossos parceiros do Concelho Local de Acção Social. Para além da recolha de informação
estatística também foram realizadas algumas pesquisas bibliográficas. É com base nestes
mecanismos que nos propusermos fazer a inventariação de alguns dos problemas que existem
no nosso concelho. Daqui resultou a chamada nuvem de problemas, que nos permitiu uma
primeira abordagem e selecção dos problemas a combater. A nuvem de problemas é
apresentada assim na página seguinte, a qual nos vai permitir não só identificar os principais
problemas da região como também apontar e organizar as áreas problemáticas de estudo e
de intervenção.
Pré-Diagnóstico Social Concelhio 110/130
Ribeira de Pena
3 – NUVEM DE PROBLEMAS
A Grande Questão que se coloca é a seguinte
NUVEM DE PROBLEMAS
Quais os principais problemas que afectam o nosso concelho?
População idosa
carênciada
População muito
isolada
População
Fortemente
envelhecida
Existência de
deficientes
motores e
mentais
Alcoolismo
Violência
Domestica
Habitação
degradada
Deficiente
apoio social
Cuidados de
saúde
deficientes
Alta taxa de
abandono
escolar
Trabalho
infantil
Elevado
desemprego
Baixas
qualificações
da população
Falta de
dinamismo
empresarial
Redes viárias
deficitárias
Forte
isolamento
social
Pré-Diagnóstico Social Concelhio 111/130
Ribeira de Pena
4 - ANÁLISE SWOT
(Strengths, Weaknesses, Opportunities and Threats)
De seguida tal como nos propusemos no início desta nossa análise, passaremos a
realização de uma elencagem de Forças, Oportunidades, Fraquezas e Ameaças, isto é a
chamada em português de Análise F.0.F.A (Forças, Oportunidades, Fraquezas, Ameaças)
de maneira a produzirmos a primeira avaliação, como também apontar caminhos a
percorrer neste nosso estudo de forma a colmatar os principais problemas que afectam o
concelho aqui em análise. Daqui podem também advir as possíveis estratégias de
intervenção a adoptar.
Depois da análise feita importa reflectir sobre as potencialidades e constrangimentos
locais tentando criar um novo projecto de renovação de uma determinada região,
tentando adaptá-lo a um novo contexto de globalização e não num constrangimento para o
desenvolvimento futuro.
O confronto entre avaliação das forças e fraquezas internas a cada território e a análise
dos constrangimentos e oportunidades externas conduz a uma nova apreciação, a uma
nova “leitura” do que poderão ser novas potencialidades locais.
O que durante anos poderá ter sido considerado uma desvantagem ou uma característica
por explorar, pode actualmente transformar-se numa nova oportunidade e vice-versa.
Para que isto, possa acontecer torna-se necessário obter um bom conhecimento das
forças e fraquezas da região da sua capacidade para inovar, da existência de uma
estrutura de apoio às iniciativas locais.
Pré-Diagnóstico Social Concelhio 112/130
Ribeira de Pena
FORÇAS
Um factor importante a ter em conta na nossa análise, e sem sombra de duvida as
potencialidades do concelho. Esta deverão ser vistas como linhas orientadoras de intervenção
a curto e a longo prazo, de maneira a suprir as debilidades e fraquezas existentes no
concelho.
1- A identidade Rural e Regional:
♦ A afirmação da identidade cultural local e a melhoria da qualidade de vida
induzidas por estas actividades reforçam o orgulho das populações e o seu
sentimento de pertença a um território, garantias de sobrevivência e de
desenvolvimento. Por outro lado também a cultura, a identidade e a personalidade
de uma comunidade fazem parte da riqueza de uma Região.
♦ Outro factor importante e que não deve ser esquecido é o reforço das parcerias
locais, estas funcionam como um instrumento estratégico e uma verdadeira força
de união e coesão local. Estes instrumentos devem alargar-se a todas as camadas
da população, introduzindo formas especificas de democracia, e permitindo assim
um maior envolvimento por parte desses mesmos actores.
♦ A recuperação, dinamização e realização de acções ou iniciativas que reavivam os
laços de uma Região com a sua História e com a sua cultura são preciosos
contributos para a promoção de qualquer progresso de desenvolvimento local
integrado e equilibrado.
2- Dinâmicas Empresariais
♦ Ficou também clara, a débil estrutura qualitativa do emprego, com excessiva
dependência da agricultura e da administração pública, desajustada das
necessidades de restruturação económica, são reflexo evidente de uma estrutura
empresarial pouco dinâmica e de difícil mobilização. A região manifesta pouca
Pré-Diagnóstico Social Concelhio 113/130
Ribeira de Pena
capacidade para fixar e atrair jovens com formação média ou superior, o mesmo
ocorrendo com os quadros técnicos.
Existirão, contudo, algumas possibilidades desta região se afirmar de uma forma
positiva, caso possam ser aproveitadas as potencialidades existentes,
nomeadamente no que se refere à produção de produtos tradicionais de qualidade,
nomeadamente provenientes da transformação agro-industrial, a transformação
de recursos naturais, abundantes e de boa qualidade, possibilitando o aumento do
valor acrescentado na região, o aproveitamento das potencialidades existentes a
nível turístico, principalmente nas fileiras do turismo ecológico, que possuam
excelentes possibilidades de exploração.
Assim os vectores de actividade susceptíveis de valorização poderão ser os
seguintes:
a) Turismo (ambiente, caça e pesca, património arquitectónico e monumental e
paisagístico);
b) Promoção de alguns produtos locais (Vinho, mel, frutos, linho, entre outros);
c) Agro-industria, extracção de minerais não metálicos (granito)
d) Apoio empresarial ao nível jurídico, contabilístico e informático;
e) Promover estratégias empresariais que dinamizem os novos produtos, o
controle do mercado assim como o processo de sua comercialização e
distribuição.
3. O concelho possui potencialidades turísticas
Os recursos naturais do concelho são a sua principal fonte de riqueza, o granito, as
madeiras, as ervas aromáticas e medicinais, os produtos ecológicos entre outros.
♦ Alojamento turístico;
♦ Restaurantes e similares;
♦ Actividades de lazer turístico;
♦ Dinamização e animação turística;
♦ Informação turística;
♦ Património
Pré-Diagnóstico Social Concelhio 114/130
Ribeira de Pena
4. Sector Agro-Florestal
♦ Concelho com potencialidades para produção de produtos com qualidade
nomeadamente os enchidos, mel, fruta produtos hortícolas e produtos artesanais
(linho), extracções de madeira, serrações, mobiliário.
♦ Dinamizar o associativismo e o cooperativismo de maneira a incrementar uma nova
cultura no espaço agrícola;
♦ Valorização e qualificação nos recursos humanos (empresários agrícolas)
5. Estabelecimento de parcerias com outras instituições nomeadamente na área da
Saúde, na área social e no poder local
♦ Existência de equipamentos de apoio a população idosa, (apoio domiciliário) e de
apoio às crianças e Jovens em Perigo (Comissão de Protecção de Crianças e Jovens
em Perigo).
6. Intervenções Sociais e Económicas
♦ Associações de Desenvolvimento Local – Adripoio, ACISAT e IPSS.
7. Existência de estudos Locais
♦ Desenvolvimento de estudos e de levantamentos onde estão inscritos os principais
problemas do concelho que vão permitir conhecer e actuar melhor na resolução
destes problemas (Rede Social; PDM).
FRAQUEZAS
No Concelho de Ribeira de Pena, como em qualquer outro território, as estratégias delineadas
para o desenvolvimento não podem deixar de equacionar, à partida, as oportunidades e
fraquezas (debilidades) da Região. Assim temos:
Pré-Diagnóstico Social Concelhio 115/130
Ribeira de Pena
♦ População envelhecida
Como tivemos oportunidade de verificar a população no concelho de Ribeira de Pena
está envelhecida, apresentando uma taxa de mortalidade de 16,5 % superior a taxa de
natalidade que apresenta valor na ordem de 8,2 %, apresentando por tal um saldo
negativo.
♦ Perda de População
As actuais tendências mostram uma clara e provável situação em que o concelho de
Ribeira de Pena seguirá perdendo população, devido às grandes dificuldades de gerar
e por conseguinte fixar a população residente, principalmente nas zonais rurais, (a
natalidade diminui quando a população residente em idade fértil deve procurar formas
de vida em outras regiões). Dever-se-ão promover actividades geradoras de auto-
emprego ou emprego dependente da região.
♦ Redes de transportes e comunicação deficitárias
As comunicações por estrada entre as aldeias e centros de serviços são deficitárias.
O custo do transporte de matérias e produtos desde a região aos centros de
distribuição nas capitais portuguesas e espanholas fazem menos competitiva a oferta
de emprego da região. Enquanto não se melhorar esta situação
(construção/melhoramento dos IP3, IC5 e vias de comunicação internas), deveria-se
reivindicar e conseguir recursos para o financiamento do transporte de produtos
regionais, com o objectivo de os equiparar, aos de outras regiões, no que a custos de
colocação no mercado se refere.
♦ Região pouca atractiva para investimento empresariais
A região vende principalmente matérias primas sem elaborar as mais valias que podem
enriquecer assim as outras regiões portuguesas e espanholas. Deve desenvolve-se uma
nova cultura da exploração agrícola, oferecendo formação e apoio para a elaboração
em pequenas industrias, de produtos preparados para a sua colocação no mercado,
evitando assim a perda de mais valias. Dever-se-ão criar serviços públicos, privados e
Pré-Diagnóstico Social Concelhio 116/130
Ribeira de Pena
mistos e profissionais para a colocação no mercado regional, português, espanhol e até
Europeu de produtos agrícolas e artesanais.
♦ Existência de uma agricultura apenas de subsistência
A agricultura caracteriza-se neste concelho, como sendo uma agricultura de
subsistência. Esta desempenha um papel importante para a unidade familiar,
condicionando-a a uma série de mecanismos imposto pela mesma. Este tipo de
agricultura esta longe de ter uma lógica direccionada para o mercado e muito menos
para a modernização, não permitindo desta forma a rentabilização deste sector bem
como desenvolver actividades que dinamizem o concelho nesta área.
♦ Deficiente aposta nos recursos humanos
O baixo nível de formação profissional dos recursos humanos da região significa um
custo acrescentado à criação de novas empresas industriais. É necessário intensificar
a oferta de formação profissional, adequando-a às perspectivas e à estratégia de
desenvolvimento da região.
♦ Elevada taxa de desemprego
a) a taxa de desemprego no concelho é de 11,5 %;
b) a promoção de emprego através de um acompanhamento continuo dos processos de
reetruturação sectorial, sobretudo daqueles relacionados com o aparecimento de
novas fileiras e de novos nichos ou segmentos de mercado.
Desta forma pretende-se combater o desemprego através de uma prática de
(re)inserção rápida no mercado de trabalho (nova colocação, formação profissional
adequada, a criação do próprio emprego programas ocupacionais), privilegiando a
população activa feminina que apresenta graves problemas de desemprego.
Os grupos socais mais desfavorecidos têm dificuldade de acesso ao mercado de
trabalho devido, entre outras razões à idade, a desajustamentos qualitativos que
as instituições de formação, carências de escolaridade. Será necessário que as
Pré-Diagnóstico Social Concelhio 117/130
Ribeira de Pena
instituições de formação possibilitem e promovam novas oportunidades de
formação, no sentido de diminuir o já significativo contigente de Exclusão Social.
♦ Elevado taxa de abandono escolar
A maioria da população do concelho não detém nenhum grau cerca de 23,6 % ou seja
1751 habitantes da população ou detém apenas o 1º ciclo de escolaridade cerca de
42,1% ou seja 3126 habitantes da população total. Em relação a taxa de analfabetismo
esta situa-se nos 20,7%.
♦ Carência de Infra-estruturas de Apoio Social
a) Alcoolismo;
b) Deficientes Motores e mentais;
c) Idosos;
d) Toxicodependência
♦ Existência de habitações degradadas no concelho
Falta de condições ao nível das habitações.
♦ Saúde e Higiene Pública
a) A rede sanitária é insuficiente ao nível do concelho;
b) Falta de sensibilidade com a qualidade ambiental;
c) Falta de informação e de participação da comunidade;
♦ Não existem na região nem dispositivos nem infra-estruturas para uma oferta
de serviços sócio-culturais
Neste concelho em o oferta cultural é muito fraca para os seus habitantes e mesmo
até para quem visita o concelho. A aposta na oferta cultural pode ser vista como uma
mais valia para o concelho medida em que poderia divulgar a região além fronteiras.
Assim torna-se premente criar um programa consistente e uma estrutura organizada,
Pré-Diagnóstico Social Concelhio 118/130
Ribeira de Pena
atractivos tanto para os habitantes do Ribeira de Pena como para os de outras
regiões, inclusive para os visitantes turistas.
OPORTUNIDADES
♦ Área de ensino e de investigação
Criação de pólos universitários, desenvolvimento de estratégias de investigação,
formação e dinamização empresarial, de apoio tecnológico ao tecido produtivo
regional, de maneira a apostar nos principais trunfos diferenciadores e nas
oportunidades de cooperação e colaboração de modo a promover as potencialidades da
região.
Pensamos que é necessário despertar o espírito do empresário para investimentos
frutuosos, quer financeira quer socialmente, ou seja, não investir pelo simples motivo
de querer criar uma empresa na região, mas sim e em simultâneo proporcionar o
surgimento de investimentos com perspectivas para o futuro de crescimento
colateral. Para isso, é essencial a criação de uma bolsa de oportunidades empresarias,
ou seja, um empresário que queira investir no concelho deverá além das suas próprias
experiências e aptidões, poder ter o conhecimento de quais os investimentos
prioritário. Assim, tendo acesso à bolsa de oportunidades empresariais, poderia
efectuar uma escolha dos investimentos e desenvolver um trabalho concertado de
modo a constituir uma empresa estruturante e consonante com a própria procura não
só local mas também global.
♦ Apelo a participação da comunidade
O modelo de organização e de intervenção pública deverá ser repensada de forma a
criar condições para concertar, e defender os interesses da região, fomentando a
concertação estratégica a parceria e a solidariedade entre os diferentes actores
locais, públicos e privados, institucionais e empresariais.
Pré-Diagnóstico Social Concelhio 119/130
Ribeira de Pena
Sem uma participação efectiva e activa de todos os potenciais interessados e
destinatários, continuaremos a ter bons estudos e programas de desenvolvimento mas
não seremos capazes de mobilizar as energias ainda localizadas na região, para
inverter as dinâmicas de regressão em curso e valorizar os recursos potenciais.
♦ Implementar o Voluntariado no concelho
Contando com o voluntariado que se pode mobilizar em redor de este tipo de
actividades, assim como os recursos profissionais existentes, deveria oferecer-se
um espaço a um projecto de acção sócio-cultural, orientado a :
a) Promover e desenvolver a identidade regional;
b) Facilitar o acesso à formação básica e alfabetização;
c) Melhorar e alargar a oferta de serviços culturais e de lazer;
d) Oferecer apoio à criação de produções autónomas;
e) Formar profissionais nas profissões e actividades culturais e de lazer.
♦ Educação e Formação
Torna-se premente ter em conta a articulação da educação e da formação com as
dinâmicas da criação de emprego e da dinamização do tecido produtivo da região, de
maneira a conduzir a valorização das competências de iniciativa , de empreendimento
e de auto-criação de emprego.
a) Aposta na modernização e actualização do ensino secundário;
b) Aposta e investimento em escolas profissionais;
c) Valorização, consolidação das dinâmicas instaladas, tendo em atenção a regulação e
controlo de situações de exclusão social, marginalização e de disparidades
económicas
♦ Desenvolver e impulsionar politicas sociais activas
a) Apoiar e promover a coesão social e o acompanhamento de famílias em situação de
pobreza e risco nomeadamente famílias marginalizadas, com problemas de
alcoolismo, droga, violência domestica, entre outros problemas);
Pré-Diagnóstico Social Concelhio 120/130
Ribeira de Pena
b) Desenvolver mecanismos de combate à pobreza;
c) Apoiar centros de luta contra as toxicodependências;
d) Apoiar o Rendimento de Inclusão Social;
e) Empresas de Inserção Emprego.
♦ Desenvolver redes de apoio a pessoas com deficiência
a) Apoio domiciliário;
b) Criação de centros de apoio ocupacionais;
c) Lares;
d) Centro de dia;
e) Promover o ensino especial.
♦ Motivar e incentivar a posição social dos idosos
a) Eliminar as situações de isolamento social e pessoal da população mais idosa;
b) Manter a autonomia e as redes familiares onde o idosos se encontram inseridos;
c) Transporte e acompanhamento dos idosos aos serviços de saúde;
d) Prestar os apoios domiciliários a população mais idosa;
e) Criação de espaços de lazer e de convívio;
f) Animação dos centros de dia e lares de terceira idade;
g) Promover programas de férias para os idosos.
♦ Incrementar os cuidados de saúde continuados à comunidade
a) População mais vulneráveis como sendo as populações mais idosas e mais isoladas;
♦ Dinamização Socioeconómica do concelho
a) Recuperação e revitalização do comercio tradicional existente;
b) Recuperação e valorização das actividades ligadas ao artesanato;
♦ Potencialidades Ambientais e Recursos Naturais
a) Abundância de património arquitectónico e ambiental;
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Ribeira de Pena
b) Abundância de recursos naturais
♦ Localização privilegiada
A próxima conclusão da Auto-estrada A24 e a construção da A7, assim como da via-
rápida das Rias Baixas na vizinha Galiza, modificarão o panorama actual das
comunicações da região com outros centros de Portugal e Espanha. Isto contribuirá
para o desenvolvimento do potencial turístico da região e fará que esta seja mais
“atractiva” para o investimento e instalação de novas empresas e indústrias;
a) Existência de uma área de influência comercial;
b) Localização geográfica favorável;
c) O novo Quadro Comunitário de Apoio pode-se constituir como um incentivo
para um maior consenso e sinergia, para a definição de um único plano
estratégico de desenvolvimento regional, definido com a contribuição de
todos os actores envolvidos no desenvolvimento regional. Uma oportunidade
para superar a descoordenação e práticas excessivamente sectoriais ou
segmentadas.
♦ Fixação da População Jovem e Promoção de Políticas de Emprego
a) Criação de condições de emprego e de qualidade de vida ;
b) Promover acções de formação e de inserção profissional no concelho e nas
associações empresarias e nas associações de desenvolvimento;
c) Existência de uma camada de jovens no concelho disponíveis e com níveis de
escolaridade mais elevados do que relativamente a uns anos atrás;
d) Aumento da mulheres no mercado de trabalho;
e) Aproveitar e absorver os jovens que saem do sistema de ensino ;
f) Implementar postos de trabalho que consigam escoar a população activa ligadas as
sector primário, direcionando essa mesma mão-de-obra para outros sectores que
poderão trazer maior dinamismo ao concelho (turismo).
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AMEAÇAS
♦ Valorização do capital humano
Deve-se apostar decididamente na valorização e qualificação dos recursos humanos da
região, orientados para projectos com actividades geradoras de riqueza, para evitar
que se alargue o fenómeno de desertificação da região. Um fenómeno que provoca
desequilíbrios não só na região como no país;
♦ Forte dependência dos Poderes Políticos
a) Centralização do poder de decisão;
b) Regiões de interior muitas vezes deixadas no “esquecimento”.
♦ Mentalidades adversas à Mudança
Dificuldade em modificar mentalidades das comunidades no sentido de pensar o
desenvolvimento de uma forma sustentada;
♦ Inexistência de uma cultura de desenvolvimento Integrado
a) Falta de espírito para a cooperação e para o estabelecimento de parcerias nas
diferentes instituições existentes no concelho;
b) Desarticulação das intervenções e existência de estratégias isoladas;
c) Incipiente eficácia dos processos de apoio já existentes.
♦ O impacto a nível ambiental
O melhoramento das comunicações (A24, A7 e via-rápida das Rias baixas) deve
coincidir com os planos e projectos impulsionados pela iniciativa das organizações da
região, e com melhor capacidade de reacção social. Deve-se prevenir a possibilidade
da criação de industrias e actividades que possam deteriorar o meio ambiente físico e
social;
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Ribeira de Pena
♦ Preservar a Identidade Cultural Local
Com o respeito pela identidade das comunidades, deve-se combater o isolamento das
aldeias, procurando uma simbiose entre o meio urbano e o meio rural, para evitar uma
maior fragmentação social na sub-região e desta em relação à Região Norte.
♦ Aposta nas ofertas sócio-culturais
Devem-se implementar acções, serviços e ofertas sócio-culturais, para o
desenvolvimento do sentimento de uma identidade regional, para não promover uma
ilusão colectiva no futuro. Deve-se combater com todos os meios o desalento e a
passividade, principalmente nos mais jovens.
♦ Falta de motivação para a competitividade
a) Falta de atractividade e de dinamismo para o sector agrícola;
b) Necessidade de criação de competitividade ao nível das empresas existentes e
apostar em produtos com alguma qualidade;
c) Conseguir obter uma imagem de marca além fronteiras (mercado nacional e
externo).
♦ Pequenas e Medias Empresas
Implementar politicas que apostem nas pequenas e médias empresas ao nível da
economia local, assim como na qualificação dos próprios empresários.
♦ Mau aproveitamento dos Incentivos Comunitários
a) Falta de técnicos que realizem e acompanhe as candidaturas nos diferentes
sectores com vista ao aumento da convergência económica.;
b) Não abolição das assimetrias regionais e locais existentes.
De seguida será apresentada em jeito de síntese algumas fragilidades e algumas
potencialidades no que diz respeito ao desenvolvimento social.
Dentro das fragilidades podemos destacar as seguintes:
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Ribeira de Pena
Demografia:
• Diminuição acentuada da população;
• Despovomento do meio rural,
• Duplo envelhecimento da população;
• O desemprego afecta sobretudo a população feminina.
Saúde:
• Diminuição do número de estruturas de cuidados primários;
• Deficiente enquadramento geográfico dos Hospitais Distritais;
• Carência de recursos humanos qualificados;
• Fraco investimentos público e privado.
Acção social:
• Isolamento da população idosa no meio rural;
• Falta de assistência domiciliária à 3ª Idade;
• Ausência de serviços de primeira necessidade no meio rural;
• Falta de assistência a deficientes;
• Fraco investimento público e privado.
Educação:
• Diminuição da população estudantil;
• Inadequação dos currículos escolares à realidade local;
• Ausência de planeamento nos equipamentos escolares;
• Parque escolar desactualizado e inadequado às novas exigências do ensino;
• Falta de cursos intermédios;
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Demografia:
• A baixa densidade populacional aliada às excelentes condições ambientais como
factores de captação de população;
• Aproveitamento do saber e saber-fazer da população idosa;
• Aumento da disponibilidade das mulheres para a integração na vida activa.
Saúde:
• Optimização dos equipamentos de saúde existentes;
• Possibilidade de captação de investimentos.
Acção Social:
• Hábitos de solidariedade e vizinhança deverão ser potencializadas;
• Aumento significativo da população idosa deverá dinamizar a oferta de serviços de
proximidade e de assistência social;
• O parque habitacional do meio rural poderá ser potencializada para os fins sociais
e turísticos;
• Possibilidades de captação de investimentos públicos e privados;
• Expansão de um mercado de emprego de base social.
Educação:
• A diminuição do número de alunos pode proporcionar uma melhoria da qualidade de
ensino;
• A organização de agrupamentos de escolas poderá contribuir para um melhor
planeamento escolar;
• Área de expansão para as escolas profissionais e novos cursos do ensino superior;
• Consolidação das estruturas de ensino superior poderá estimular a iniciativa e a
inovação empresarial.
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Através da síntese da situação cultural da região, resultou a inventariação simultânea
das potencialidades e fragilidades, no sentido de poderem vir a ser apontadas
estratégias de desenvolvimento.
Cultura:
• Perda de identidade cultural;
• Degradação do Património Natural e Cultural e por vezes inadequado estudo e
valorização;
• Forte concorrência de produções culturais exteriores;
• Carência de Ensino Profissional na região, ligado à área cultural;
• Pouca implementação da área de expressão artística nos vários graus de ensino;
• Dinâmica demográfica desfavorável, que contribui para a diminuição do potencial
de produção e consumo cultural da região;
• Desenraizamento cultural progressivo por parte da população jovem;
• Ausência de uma planificação cultural e desportiva estratégica, aliada a suportes
de divulgação eficazes;
• Défice de quadros técnicos médios e superiores na área da cultura e do desporto,
a nível institucional e associativismo;
• Fraca dinamização do movimento associativo, debilitado por dificuldades
financeiras e ausência de recursos humanos;
• Pouca diversidade na oferta desportiva da região;
• Falta de articulação entre os diferentes organismos locais com responsabilidades
nas áreas da cultura e do desporto;
• A recente melhoria na rede de equipamentos culturais e desportivos poderá
proporcionar uma maior de oportunidades no acesso à cultura e ao desporto;
• O Património natural do Ribeira de Pena oferece óptimas condições para novas
práticas de desporto Aventura e Natureza;
• Possibilidade de captação de investimento público e privado para a área da cultura
e do desporto.
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Estratégias
1. Elaboração de um plano estratégico de desenvolvimento cultural;
2. Fomento da transversalidade na abordagem cultural pelos diferentes agentes
locais, regionais e nacionais;
3. Estabelecimento de parcerias entre os diversos agentes culturais;
4. Promoção da alteridade cultural como fonte de auto-estima e promoção exterior
da região;
5. Promoção do património como recurso a valorizar, que deve ser posto ao serviço do
desenvolvimento local sustentado.
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5 - CONCLUSÃO
De uma forma resumida mas estritamente necessário este estudo como já foi referido no
seu início, torna-se assim um instrumento importante de analise da evolução e crescimento da
população no concelho de Ribeira de Pena. Este estudo permitiu-nos nesta primeira fase
fazer um levantamento dos principais problemas e reais necessidades da população local, bem
como a elecagem dos recursos existentes no concelho. Teve como intuito principal servir
como avaliador de prováveis acções e estratégias a dinamizar oportunamente, assim como
também servir de guia de bordo para a construção da etapa seguinte ou seja o Diagnóstico
Social Concelhio, este claro será um documento mais exaustivo e meticuloso do que este aqui
apresentado. Posto isto, resta-nos agradecer a todos aqueles que de uma forma ou de outra
ajudaram na elaboração deste Pré-diagnóstico concelhio de Ribeira de Pena.
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Ribeira de Pena
6 – BIBLIOGRAFIA
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Pobreza em Portugal”, Oeiras, Celta editora.
CHAMBEL, Elza (1997) “Haverá Uma Receita Para Lutar Contra a Pobreza?” Pobreza
Não”, DEEP – Departamento de Estatística, Estudos e Planeamento do Ministério da
Solidariedade e Segurança Social.
FERNANDES, António Teixeira, (1993), “Poder autárquico e poder regional”, in
Sociologia, Faculdade de letras, nº3, Porto, pp. 35-50.
GUERRA, Isabel, AMORIM, Alexandra, (1999) “Construção de um Projecto”, Lisboa,
PROFISSS.
● INSTITUTO NACIONAL DE ESTATÍSTICA (2001), Os Municípios da Região Norte,
Direcção Regional do Norte.
● INSTITUTO NACIONAL DE ESTATÍSTICA (2002), Anuário Estatístico da Região
Norte, 2001 – dados provisórios, Norte, INE.
● INSTITUTO NACIONAL DE ESTATÍSTICA (2001), INFOLINE (serviço de
informação on line do INE)
NAZARETH, J. Manuel, “Introdução à Demografia”, (1996) Lisboa, Editorial
Presença.
PINTASSILGO, Maria de Lurdes, (1997), “Um combate de uma sociedade plural e
diversificada”, DEEP – Departamento de Estatística, Estudos e Planeamento do
Ministério da Solidariedade e Segurança Social.
Pré-Diagnóstico Social Concelhio 130/130
Ribeira de Pena
RODRIGUES, Eduardo Vítor, (2000), “O Estado-Providência e os processos de
Exclusão Social: considerações teóricas e estatísticas em torno do caso português” ,
in Sociologia, Faculdade de letras, nº10, Porto, pp. 173-203.
Sites pesquisados
• www.ine.pt