NEPSI NEWSLETTER #1
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Transcript of NEPSI NEWSLETTER #1
1ª EDIÇÃO
MAIO DE 2016
NEPSI NEWSLETTER
Newsletter do Núcleo de Estudantes de Psicologia
Universidade do Algarve
1
Agenda 2
Local de estágio:
Estabelecimento Prisional 3
Entrevista a Marta Vaz
Estudar Fora: Itália
Entrevista a Jéssica Lourenço 5
e Márcia Emídio
Voluntariado 8
Campanha recolha de tampas 9
Seminário: Necessidades 11
Educativas Especiais
ÍNDICE
Nota Editorial
Caros leitores,
A presente newsletter é elaborada
pelo Núcleo de Estudantes de
Psicologia da Universidade do
Algarve, que preteende criar um
meio de aproximação com os
restantes estudantes, facilitando
também a transmissão de
informação.
Pretendemos mensalmente trazer ao
nosso público informação pertinente
na àrea da Psicologia, como
informação acerda de mestrados,
estágios, experiências de Erasmus,
entre outros.
Edição: Margarida Ferreira
Carolina Martins
Design: Margarida Ferreira
Revisão: Tânia Ramos
Para mais informações:
Sala L3
2
AGENDA
Ciclo de Palestras ‘Ciência para Todos’
"Doença do fígado gordo não alcoólico - um flagelo
do século XXI - aspetos clínicos e de investigação"
Local: Anfiteatro Teresa Gamito
Data: 05 de maio - 14h30
Ciclo de Palestras “À Descoberta de uma
Melhor Alimentação” - "Sal e gorduras,
vamos desmistifica-los?"
Data: 12 de maio
Local: Biblioteca Municipal de Faro
Workshop - Psicologia Clínica
Local: Sala 2.35 - FCHS
Data: 11 e 13 de maio de 2016
IX Simpósio Nacional de Investigação em Psicologia
Local: Grande Auditório – Gambelas Data: 30 de junho
3
Nome: Ana Marta
Vaz
Idade: 22 anos
Curso: Mestrado em
Psicologia Clínica e
da Saúde, UAlg
Nepsi (N)- Em que é que te baseaste
para escolher o local de estágio?
Marta (M)- Sempre tive interesse na
área Forense, em trabalhar com
“criminosos” e com forças de segurança.
Como não tinha possibilidade de
ingressar num mestrado em Psicologia
Forense (tinha de ir estudar para fora) e
a área Clínica me começou a despertar
cada vez mais interesse, resolvi ir para o
mestrado de Clínica e da Saúde. O facto
de haver protocolo de estágio entre a
UAlg e o Estabelecimento Prisional de
Faro foi a cereja no topo do bolo.
N - Já conhecias o estabelecimento
prisional?
M - Só de vista…! Nunca tinha entrado
lá, nem conhecia o seu funcionamento
mais detalhado. A única coisa que sabia
foi o que uma aluna contou numa aula
de Psicologia Forense, no 3º ano da
licenciatura, quando foi apresentar o
EP Faro.
N- Como descreverias o ambiente
por parte dos outros profissionais?
M- O ambiente no EP não é
propriamente um ambiente que se possa
dizer “descontraído”. Estamos num local
que se caracteriza por uma vigilância
muito apertada e por profissionais
(neste caso, guardas prisionais) que
têm de estar sempre atentos e a
cumprir horários muito bem
estabelecidos. No entanto, as pessoas
são cordiais, incluindo os reclusos.
Quem está a trabalhar é muito
profissional (sejam os diretores, guardas,
pessoal administrativo ou dos serviços
clínicos), sabendo também aliar a
brincadeira ao trabalho.
N- Quais foram as maiores
dificuldades com que te
deparaste?
M -A adaptação é sempre a parte
mais difícil, acho eu. Volto a dizer: o EP
não é um local com um ambiente
descontraído. Tenho de deixar as
minhas coisas à entrada, só entro com
caderno de apontamentos e caneta.
Telemóvel é para esquecer. Enquanto lá
estou, estou completamente
incontactável. Posso levar o computador
À Conversa sobre… Local de Estágio
Estabelecimento Prisional de Faro
«Não é
propriamente
um ambiente
descontraído»
«Ninguém
percebe
realmente
como se
trabalha
numa prisão
até estar lá
dentro»
O NEPsi foi fazer uma entrevista à
antiga presidente do Nepsi, Ana Marta
Vaz, acerca do seu estágio no
Estabelecimento Prisional de Faro.
Sempre bem-disposta e pronta a
ajudar, Marta, agradecemos a tua
disponibilidade.
4
(depois de revistada, claro), mas não
tenho acesso à internet.
Mas lá está, depois de uma pessoa se
adaptar, faz-se bem. Acho que a maior
dificuldade ainda é fazer os reclusos
acreditarem que eu tenho 22 anos!
N- Que expectativas levavas?
Corresponderam ao que tinhas
idealizado?
M- Regra geral, eu tento sempre manter
as minhas expectativas no patamar de
baixo, para não me desiludir. É uma coisa
pessoal. No caso particular do estágio,
recordo-me de duas expectativas que
tinha: uma diz respeito ao gabinete de
atendimento; outra diz respeito às
consultas de psicologia com os guardas.
Na primeira, achava que não ia ter um
gabinete para mim, não ia haver
privacidade e tinha de estar a partilhar
o gabinete com outras pessoas que iam
ouvir a consulta. Não aconteceu. As
consultas de psicologia são dadas no
gabinete do médico ou do dentista,
sempre que eles não estão permitindo
estar numa consulta “normal”, com a
privacidade desejada. Claro que não
fechamos a porta, por motivos óbvios!
Na segunda, achava que ia poder dar
consultas aos guardas, tal como aos
reclusos. Não me deixaram. Só permitem
que os estagiários deem apoio psicológico
aos reclusos. Nesse caso, fiquei um
bocado aborrecida, mas compreendi. No
geral, acho que não me desiludi com o
estágio. Além disso, tive a surpresa de
haver lá uma psicóloga (antes não havia)
e, se ela não estivesse lá, acho que o
estágio não seria tão enriquecedor.
N- Qual a melhor experiência
pessoal que o estágio te trouxe?
M- Acho que ainda é cedo para dizer. Só
no fim é que saberei. Para já, posso dizer
que gosto mesmo de Psicologia Clínica e
da Saúde. O estágio tem-me mostrado
que estou no curso certo.
N- Achas que foi uma mais-valia
este local de estágio? Porquê?
M-Claro que sim! Estou a trabalhar com
uma população muito específica; com
problemáticas que não se encontram
noutros locais; num local que as pessoas
só conhecem pelos filmes. Ninguém
percebe realmente como se trabalha
numa prisão até estar lá dentro. Não digo
que seja mais fácil ou mais difícil, mas
que é muito interessante, sem dúvida!
Além disso, para alguém que se interessa
pela área forense, como eu, é claro que é
uma oportunidade única.
N- Tendo em conta a tua experiência,
o que poderias dizer a um estudante
que gostaria de fazer estágio neste
local? Achas que é acessível a
qualquer estudante?
M-Não é acessível a qualquer
estudante, nem pensar. Primeiro, é
preciso ter um interesse genuíno por esta
população e pelo que ela nos pode trazer,
em termos de aprendizagem. É preciso
ser-se um bocadinho frio e mesmo assim
estar disponível para ajudar: primeiro,
porque alguns deles passam a consulta
inteira a enganar-nos, para ver se
conseguem obter algo; segundo, porque,
apesar disso, o nosso trabalho é ajudar.
Temos de trabalhar com a informação
que eles nos dão, mesmo que nem tudo
seja verdade.
Não nos podemos esquecer que eles estão
lá por um motivo. Mas nós também: para
garantirmos que eles não voltam.
«As consultas
são dadas no
gabinete do
médico ou do
dentista»
« É preciso ter
um interesse
genuíno por
esta população
e pelo que ela
nos pode
trazer»
5
Nome: Jéssica Lourenço
Idade: 21 anos
Curso: Licenciatura em
Psicologia
Nepsi (N)-Em que te baseaste
para escolher o local de
Erasmus?
Jéssica (J) - Ao inicio escolhi ir para
a França, por gostar da língua e
querer desenvolve-la, mas uma vez
que o acordo já não existia para o meu
curso decidi Itália por ser
relativamente perto, pela
língua, pela curiosidade de
conhecer o país e aprender
mais sobre a vida lá.
Márcia (M) - A minha escolha
do local de erasmus foi feita
com base num enorme
interesse que sempre tive em
conhecer a cultura italiana.
N- Foste sozinha ou
acompanhada?
J-Fui com uma amiga da turma.
M- Fui acompanhada, com uma
amiga do meu curso e do meu ano.
Nome: Márcia
Emídio
Idade: 28 anos
Curso:
Licenciatura em
Psicologia
N-Como foi lidar com uma
língua estrangeira?
J- Ao início foi complicado porque
não tinha bases nenhumas da língua.
Não conseguia falar nada em italiano
e achava que falavam bastante
rápido. Quando se iniciou o curso de
iniciação ao italiano, gratuito para
estudantes de Erasmus, comecei
a ter as bases necessárias para
entender a língua. Durante o dia
a dia, ao ouvir as pessoas e a
tentar falar, comecei a entender
e tornou-se bastante acessível.
M- No início foi difícil, uma vez
nunca tinha falado italiano,
contudo com o passar do tempo
e com a ajuda de um curso intensivo
de italiano começou a ser mais fácil
adaptar-me a esta nova língua e assim
comunicar sem problemas.
N- Foi difícil arranjar
alojamento?
Estudar lá fora: Itália
À conversa com… Entrevista a alunas de 3º ano da
lincenciatura em Psicologia na UAlg que
fizeram Erasmus em Itália.
« A minha
escolha foi feita
com base num
enorme interesse
que sempre tive
em conhecer a
cultura italiana.
M»
6
J-Consegui alojamento através de
uma colega que já lá tinha estado, daí
ter sido bastante fácil. No entanto
existem sites próprios para ajudar
alunos de fora a encontrar
alojamento. No início do
Erasmus houve reuniões com
todos os alunos de Erasmus onde
foram dadas informações para
ajudar na procura de alojamento.
M-Foi relativamente fácil, pois
arranjamos alojamento antes de
ir para Itália através de uma
colega que já tinha feito Erasmus
no mesmo destino.
N-Como descreverias o
acolhimento por parte dos
outros colegas?
J- Foi bom, sempre que precisei de
abordar alguém para alguma ajuda
respondia com simpatia.
M- Em relação ao acolhimento,
não podia ter sido melhor, os
colegas e pessoas em geral eram
muito acolhedoras e disponham-
se sempre a ajudar.
N-Quais foram as maiores
dificuldades com que te
deparaste?
J- Nas primeiras semanas foi a
língua, até aprender os básicos, mas
que rapidamente deixou de ser uma
dificuldade maior. Tive um pouco
dificuldade em fazer uns acertos com
as disciplinas, que acabou por ficar
resolvido também. De resto não
houve nada que fosse de grande
dificuldade.
M- As maiores dificuldades foram
sem dúvida a falta de conhecimento
da língua italiana e o frio que faz em
Turim.
N-Que expectativas levavas?
Corresponderam ao que tinhas
idealizado?
J- Sempre quis fazer Erasmus,
sempre achei que seria uma
experiência inesquecível e
confirmou-se. É uma experiencia
como não há outra. Foi melhor do
que esperava, pois nunca pensei
aprender tanto, não só
relativamente a nível social e
cultural mas também pessoal.
Considero uma experiência
muito boa para quem se quer
desenvolver a estes níveis,
principalmente pessoal.
M- Esta experiência superou todas
espectativas que eu pudesse ter.
Quando embarquei nesta aventura
não levava grandes expectativas, mas
sim um enorme nevorsismo e medo
por não saber o que me esperava, mas
hoje posso dizer que foi uma das
melhores experiências da
minha vida, portanto não só
correspondeu como superou o
que tinha idealizado.
N-Qual a melhor
experiência pessoal que
trouxeste de Itália?
J- É difícil responder a esta questão
pois foram muitas as experiências
enriquecedoras. Sinto que estou
muito mais aberta a novas
experiências, a conviver com pessoas
de nacionalidades muito distintas, a
enfrentar situações adversas que me
possam surgir e a valorizar mais o que
me rodeia.
M- Uma das melhores experiências
pessoais que trouxe de itália foi o
facto de ter conhecido outras
« Sempre quis
fazer
Erasmus,
sempre achei
que seria uma
experiência
inesquecível e
confirmou-se»
J.
«Sinto que estou
muito mais
aberta a novas
experiências, a
enfrentar
situações
adversas» J.
7
culturas, o que me enriqueceu
bastante a nivel pessoal.
N- Em termos académicos:
achas que foi uma mais-valia?
Porquê?
J- É sempre uma mais-valia,
temos oportunidade de
experienciar outros sistemas de
avaliação, conhecer outros
métodos e professores e
aprender com isso. No meu caso
houve algumas dificuldades
nomeadamente no que toca à
língua, mas nada que não me
impedisse de voltar.
M- Eu acho que sim., ao
fazermos o programa de erasmus
conhecemos outros métodos de
ensino e de trabalho, aos quais temos
de nos adaptar.
N-Quais foram, para ti, os
melhores momentos?
J- Os momentos de convívio com
novas amizades, conhecer alguns
sítios de Itália e o próprio dia a dia,
pois acontecia sempre alguma coisa
nova que fazia o dia diferente e
especial por isso.
M-Foram muitos os bons momentos
que passei em Itália, desde aprender
a língua italiana, a comer o famoso
"gelato" que na minha opinião é o
melhor, a pasta (massa, em
português), as paisagens, as viagens,
ver a nevar pela primeira vez, fazer
ski, conhecer pessoas novas e muito
mais.
N- Se pudesses voltarias a fazê-
lo?
J- Sim, sem dúvida. Aconselho todos
a viverem esta experiência.
M- Sem dúvida, como já referi foi
uma das melhores experiências da
minha vida. Foi difícil sair do meu
porto seguro e embarcar nesta
aventura, pois tive receio de não me
adaptar a uma nova cultura. Não sei
explicar por palavras o que é a
experiência Erasmus, só vivendo,
mas posso dizer que voltava a fazê-lo
e aconselho a todos viver esta
experiência.
N- Tendo em conta a tua
experiência, que poderias
dizer a um estudante que
gostaria de fazer este
programa? Achas que é
acessível a qualquer
estudante?
J- Sim, é uma experiencia única.
Se o receio é ficar longe de casa
muito tempo, deixamos de o ter na
primeira semana, dá-nos muita
bagagem para a vida, a nível pessoal,
social, cultural, etc. Fazemos amigos
de todos os cantos do mundo.
M- Certamente diria para não terem
medo de embarcar no programa
Erasmus, pois é uma experiência
única, que nos faz abrir horizontes,
sair da nossa zona de conforto,
arriscar e acima de tudo viver
momentos inesquecíveis.
Eu penso que seja acessível a
qualquer estudante, uma vez que
existem bolsas de apoio. No meu
caso, o montante foi
aproximadamente de 300 €/ mês o
que ajudou bastante a pagar o
alojamento. Além disso, com esforço
e dedicação tudo se consegue. Por
isso, se estiverem em dúvida,
arrisquem, não pensem duas vezes e
acreditem que não se vão arrepender.
«Não sei
explicar por
palavras o
que é a
experiência
Erasmus, só
vivendo, mas
posso dizer
que voltava a
fazê-lo» M.
8
Voluntariado
IX Simpósio Nacional de
Investigação em Psicologia
Queres participar no IX Simpósio Nacional
de Investigação em Psicologia?
A comissão organizadora procura
voluntários para a organização do evento,
a realizer de 30 junho a 02 de julho no
Grande Auditório em Gambelas.
Para além de poderes participar nas
palestras terás direito a certificado de
participação e colaboração.
Mais informações: [email protected]
Grupo de Voluntariado UAlg
V+
Sabias que a UAlg tem um grupo de
voluntariado? Pretendem promover e
dinamizar projetos de voluntariado
envolvendo diferentes elementos da
comunidade académica; estudantes,
funcionários docentes e não docentes, e
investigadores.
As atividades de voluntariado são
desenvolvidas em múltiplas áreas,
incluindo Saúde, Educação, Social,
Ciência, Cultura, Desporto, Defesa do
Património e Ambiente e Proteção Civil.
Mais informações:
https://www.ualg.pt/pt/content/voluntariado
9
O teu Núcleo também apoia quem mais
precisa. A campanha de recolha de tampas
solidária começou há dois anos e até ao
momento já fizemos várias entregas para
ajudar a pequena Miriam.
A Miriam é uma menina de 8 anos que aos 8
meses, ao entrar em contacto com o vírus
herpes contraiu uma encefalite herpética.
Desde aí tem lutado todos os dias, fazendo
tratamentos diários de fisioterapia, uma vez
que este vírus lhe causou lesões cerebrais,
ficando sem andar, sem falar e sem poder
brincar como outras crianças da sua idade.
A terapia diária, na Rehab4life, em Faro, têm
custos bastante elevados, e a recolha de
tampas pode fazer toda a diferença na
recuperação de crianças como a Miriam.
COMO SE PROCESSA A RECOLHA?
A ideia nasceu em 2003 e está associada a
certas empresas de recolha de resíduos
sólidos envolvidas nestes projetos, que
recebem as tampas e enviam-nas para centros
de reciclagem.
O dinheiro gerado nesta venda é então
utilizado para comprar material ortopédico,
como cadeiras de rodas, ou pagamento de
tratamentos.
Em 2004, a primeira campanha conseguiu
recolher 7,8 toneladas de tampas, que
renderam 16 cadeiras de rodas.
Atualmente são cada vez mais as instituições
associadas a estes projetos.
Ao entregares tampas de garrafas, garrafões,
embalagens de detergentes líquidos, champô,
entre outros, estás também a apoiar esta
causa.
Para saberes mais acerca desta causa, podes
visitar o facebook: Miriam a pequena
Lutadora
Podes entregar as tuas tampas na
sala L3, ou contactando o núcleo
para o e-mail: [email protected]
10
título )
Benefícios sócios NEPsi:
Apenas sócios efetivos podem votar e formar nova lista
As atividades (workshops, palestras) saem mais baratas face
aos não sócios
Podem estar presentes nas reuniões habituais do Núcleo
11
O II Seminário do Gabinete de Apoio ao
Estudante com Necessidades Educativa
Especiais (GAENEE), intitulado “Inclusão
na Universidade do Algarve – O passado, o
presente e o futuro!” Decorreu no dia 22 de
abril de 2016 no Auditório 1.5. da Escola
Superior de Educação e Comunicação da
Universidade do Algarve. Este evento
pretendeu sensibilizar a comunidade para
a inclusão dos estudantes com
Necessidades Educativas Especiais (NEE),
bem como promover e dar a conhecer o
trabalho desenvolvido pelo GAENEE. Teve
ainda como objetivo refletir sobre a
inclusão no Ensino Superior e ainda dar a
conhecer a inclusão no Ensino Superior
destes estudantes no Brasil e em Espanha.
Nas últimas décadas temos vindo a assistir
uma maior preocupação da sociedade com
os indivíduos com necessidades educativas
especiais, ainda assim continua a existir
uma grande exclusão destes indivíduos,
não só em termos educativos, como em
termos de saúde, arquitetónicos,
materiais, etc. Se nos questionarmos sobre
as causas que levam a estas exclusões
percebemos que a sociedade em muito tem
contribuído com as questões das normas
sociais. Todavia muito se tem vindo a
conceber para mudar estas lacunas
que os estados sociais abarcam.
Efetivamente, os estados sociais têm, cada
vez, mais tornado realidade a inclusão
através da criação de medidas políticas de
apoio para garantir o acesso e o sucesso
académico.
Segundo os dados estatísticos existe uma
maior taxa de incesso académico nos
estudantes com NEE quando comparada
com os estudantes sem NEE. Qual o
motivo plausível para a discrepância
de valores se alguns estados sociais
têm vindo a promover leis de
igualdade e de acesso à
universidade? A realidade é que, não
obstante os normativos legais continuam a
existir diversas barreiras, sejam elas as
barreiras materiais, arquitetónicas, sociais
e pedagógicas que dificultam não só o
sucesso académico, como o bem-estar e a
qualidade de vida destes estudantes.
Muitas são as vezes em que ouvimos a
palavra “igualdade” seja ela de valores,
ideias, oportunidade, géneros, enfim uma
panóplia de valores que conduzem
(utopicamente) a uma sociedade mais
coesa e mais humanista e, é neste
sentido que as Universidades devem
promover o acesso a todos. De facto a
Universidade deve promover a igualdade
inscrita na Constituição Portuguesa
começando pelo respeito, pela humildade
e pela empatia. Só depois destas condições
estarem inteiramente intrínsecas é que
conseguiremos aceitar o próximo na sua
plenitude e só conseguiremos criar
políticas educativas credíveis e passíveis de
serem executadas. A academia é mais do
que uma mera legislatura, é mais do que
uma mera questão jurídica, passa também
pela aceitação plena do outro e para tal não
basta garantir o acesso à Universidade e ter
as medidas políticas se não usarmos os
O NEpsi esteve no II Seminário de Apoio ao
Estudante com NEE e elaborou uma breve reflexão
sobre esta temática. Por: Tânia Ramos
12
avanços tecnológicos para garantir a
permanência e um follow-up.
A igualdade de oportunidades, como
anteriormente referido passa pela
legislação, pelo financiamento, pela
criação de infraestruturas igualitárias,
pelos serviços de apoio e por último, mas
não menos relevante: a participação e esta
não se circunscreve apenas aos docentes,
mas a toda a sociedade. A sociedade
desempenha um papel fulcral, uma vez que
ela cria os moldes e muitas vezes dita as
normas. Neste sentido, de que vale a
motivação de um docente se a
sociedade muitas vezes não acolhe e
não aceita quem é diferente? São estas
questões que nos levam a pensar se a nossa
sociedade pode ser formulada por nós, ou
se nós podemos então mudá-la.
As medidas educativas políticas deveriam
abarcar a igualdade em todos os sentidos,
mas como? Bom, em primeiro lugar seria
pertinente e um quanto exigente a
implementação de estratégias em termos
de macrossistema que promulgam a
aceitação do outro, bem como a
implementação da linguagem gestual (por
exemplo) com carácter obrigatório. Esta
medida revela-se extremamente
importante uma vez que só assim é que
poderemos comunicar de igual forma e
promover realmente a igualdade social e a
igualdade de oportunidades que os estados
sociais tanto ambicionam. Em segundo
lugar, seria fulcral que os países seguissem
as mesmas diretrizes e por fim, creio que
seria relevante Portugal continuar a
desenvolver medidas educativas que
permitam atingir o desenvolvimento que
outros países já alcançaram, como por
exemplo o Brasil e Espanha.
Os estudantes com NEE necessitam
muitas vezes de recursos específicos,
sendo que estes são geralmente mais
dispendiosos do que os utilizados pelos
estudantes tradicionais. É neste sentido
que, em nosso entender, seria
extremamente importante que existissem
reduções nas propinas ou até mesmo a
abolição das mesmas, como acontece em
Espanha. Na impossibilidade de se
avançar com esta medida, pelas
dificuldades económicas que sabemos que
as Universidades portuguesas e, em
particular a UAlg vem a sentir, deveriam
existir bolsas próprias para os
estudantes com NEE, para que à
semelhança do Brasil os estudantes com
NEE possam frequentar quer o ensino
público quer o privado, contribuindo para
um maior acesso dos estudantes com NEE
no Ensino Superior.
Importa ainda referir que, para além da
oportunidade de acesso e o direito às
mesmas oportunidades de ensino, haverá
que promover oportunidades profissionais
para estes estudantes. É crucial que a
nossa sociedade possa dar asas a estes
estudantes para voar e deixar que o céu
seja o limite! Esta problemática é, mais que
nunca, interdisciplinar sendo por isso mais
do que trabalho de fusão.
A educação deve ser tida como um
bem público e uma necessidade
fulcral ao indivíduo e à sociedade,
uma vez que só com a educação o indivíduo
pode crescer pessoalmente e enriquecer o
país. Somos um produto da sociedade, mas
também a formulamos e podemos, assim,
fazer a diferença no mundo contribuindo
para a mudança das mentalidades. Basta
que para isso acreditemos que o nosso
caminho se faz com os outros e que somos
todos iguais nas diferenças!
13
Procuram-se Voluntários
Estás a fazer um estudo e precisas de sujeitos para amostra?
Então este espaço é mesmo dedicado a ti!
Envia-nos e-mail com todas as informações necessárias e no próximo
número serão publicadas