Nossa Produção em Bioética Ambiental 1a JORNEB

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Nossa Produção em Bioética Ambiental apresentada durante a 1a JORNEB - painéis e apresentações orais. Maiores informações entrar em contato com o os autores

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  • 1. ANA SILVIA JULIATTO BORDINI Mestranda PPGB - [email protected] - GABRIELA RODRIGUES Mestranda PPGB - [email protected] - Prof. Dr. VALQUIRIA ELITA RENK Orientadora PPGB [email protected] - Prof. Dr. MARTA LUCIANE FISCHER Orientadora PPG - [email protected] A Biotica Ambiental surge como uma necessidade para discutir e abordar questes ticas emergentes relacionadas ao Ecoturismo fundamentado por princpios ticos visando balizar a resoluo de conflitos que envolvem os sujeitos sociais e o meio ambiente. Dentre as inmeras possibilidades e necessidades de aplicao da Biotica Ambiental, destaca-se o Ecoturismo. Entende-se por ecoturismo as atividades realizadas em ambiente natural, atreladas responsabilidade sobre as reas naturais, ao bem-estar da populao local, a uma orientao filosfica, ao desenvolvimento sustentvel e educao. Porm, a sua prtica causa impactos na natureza, na organizao social, econmica e cultural das comunidades anfitris e nos turistas. Este trabalho teve como objetivo analisar a utilizao da Biotica Ambiental como critrio para diminuir a vulnerabilidade das comunidades que dependem exclusivamente do ecoturismo para sua sobrevivncia. Para atingir este objetivo foi realizada uma reviso da literatura sobre a relao entre ecoturismo e economia, turistas, comunidades anfitris e o meio ambiente, com a inteno de promoo do dilogo entre esses agentes estreitando as inter-relaes resultando em uma relao equilibrada. Outro aspecto considerado foi a vulnerabilidade das comunidades diante da exposio aos agravos ou riscos sade. O envolvimento entre diferentes culturas decorrentes do ecoturismo demanda a utilizao dos princpios ticos da solidariedade, cuidado e alteridade. Tambm foi possvel perceber que diferentes princpios ticos podem ser utilizados para nortear as tomadas de decises em diferentes nveis pelos atores envolvidos com o Ecoturismo. Palavras-chave: Biotica Ambiental, Ecoturismo, Vulnerabilidade e Comunidades Anfitris. A BIOTICAAMBIENTAL FRENTE VULNERABILIDADE DAS COMUNIDADES NA RELAO COM O ECOTURISMO.

2. VERTENTES CONTEPORNEAS DA TICA NA PESQUISA COM ANIMAIS MOLINARI, Renata Bicudo, SANTOS, Juliana Zacarkin dos, RODRIGUES, Gabriela e FISCHER, Marta Luciane (Orientador) RESUMO Questes ticas envolvidas no uso de animais para finalidade acadmica tm sido debatidas ao longo do desenvolvimento da humanidade. Posicionamentos favorveis e contrrios marcaram debates e manifestaes, as quais com o auxlio da Biotica conduziram elaborao de diretrizes, que culminaram em uma normatizao legal baseada no princpio dos trs erres e nos paradigmas ticos do utilitarismo e sencioncentrismo. Desta forma, toda atividade de pesquisa ou aula prtica envolvendo animais esto condicionadas Lei 11.794/08, cuja aplicao institucional responsabilidade das comisses de tica. Embora, o uso experimental dos animais seja dentre os papis exercidos pelos animais nas sociedades humanas, aquele que dispe de maior rigor legal, resultado de um debate e reflexo amadurecidos, todavia emergem temas tendem fragilizar o sistema caso no sejam mitigados, o que demanda novamente a interveno da Biotica. Desta forma, o presente trabalho teve como objetivo a contextualizao terica de trs vertentes contemporneas no debate tico no uso de animais para finalidade cientfica: a integridade na pesquisa, o impacto dos movimentos sociais e a incluso dos invertebrados no rol dos animais sencientes e merecedores de proteo legal. Palavras-Chave: Biotica ambiental, integridade na pesquisa, invertebrados, movimentos sociais. INTRODUO No incio da sua jornada evolutiva o ser humano mantinha uma relao biolgica com a natureza, na qual se percebia inserido no contexto e nos ciclos naturais e vulnervel diante da sua imprevisibilidade. Contudo, o surgimento da agricultura, h cerca de 12.000 anos, e o desenvolvimento de tecnologias permitiram-no controlar a reproduo e sobrevivncia de animais e plantas levando-o ao distanciamento da natureza e rompendo com o contrato natural existente entre as espcies de que todos deveriam ter chances igual de se reproduzir e colonizar o planeta (MORIS, 1990). Logo aps o surgimento das primeiras cidades, os aglomerados humanos demandaram regras mais rgidas, planejamento e organizao conduzindo ao surgimento da filosofia clssica que desde ento pensaram o papel do homem dentro do contexto natural (FISCHER; OLIVEIRA, 2013). O desenvolvimento cientfico e a percepo do animal como fonte de saber e promovedora do conhecimento humano foram interrompidos pela era medieval que passou a atribuir natureza um valor orgnico, mgico e autnomo. Com o surgimento do iluminismo e da renascena retoma-se o estudo da morfologia e fisiologia animal e a consolidao, por parte de pensadores mecanicistas como Descartes, de que no era necessrio ter piedade e compaixo dos animais submetidos vivisseco, pois os mesmos no passavam de mquinas complexas, desprovidos de sentimentos e conscincia (FISCHER; OLIVEIRA, 2013). A ideia foi prontamente aceita pela comunidade cientfica, que subsidiou-a ideia com resultados das pesquisas experimentais e o repdio ao antropomorfismo e a atribuio de caractersticas humanas a animais no humanos. Somente no final do sculo passado com o surgimento da Biotica (POTTER, 1970) e o posicionamento de filsofos como Peter Singer (SINGER, 2004) e Tom Regan (REGAN, 1982), que a relao do homem com os animais passou a ser mais enfaticamente discutida levando s mudanas nas condutas da sociedade e motivando a elaborao de leis mais rgidas. H, porm diferentes segmentos sociais interessados nessa temtica, muitas vezes com pensamentos, linguagens e valores distintos levando ao surgimento de diferentes culturas que no dialogam e contribuem cada vez mais para o retardo da soluo desses dilemas. A linha de pensamento deontolgica apoiada por ativistas em prol dos direitos animais e defensores de que todos os animais tm direito a viverem a sua vida independente dos interesses do ser humano. Este, conflita com o pensamento utilitarista que atribui diferentes pesos aos animais dependendo da relao estabelecida e dos interesses envolvidos, contudo considerando que o mesmo no deve sofrer e que devem ser direcionados esforos para promover uma boa existncia e uma morte humanizada (REGAM, 1982, SINGER, 2004). As primeiras iniciativas de delegar em prol dos animais na Idade Moderna datam de 1822 (FISCHER; TAMIOSO, 2013). Contudo, passaram a ganhar fora a parir da mobilizao da sociedade para normatizao da pesquisa com seres humanos baseadas no Cdigo de Nuremberg, Declarao de Helsinque e Relatrio Belmont, culminando no nascimento da Biotica e na promoo do dilogo e intervenes para conter os conflitos de interesses (KIPPER, 2010). Concomitantemente na metade do sculo XIX Russell e Burch (1959) publicaram o princpio dos 3 Rs e Harisson (1964) denunciou as crueldades direcionadas para animais de produo no ps-guerra, culminando na elaborao de diretrizes para o confinamento de animais e subsidiando o surgimento de movimentos animalistas. No final do sculo XIX, Singer (2004) balizou a teoria moral consequencialista, considerando a capacidade de sofrer como o critrio moral mais relevante, para tal, sendo necessria a existncia da sencincia, faculdade mental que possibilita a conscincia da dor fsica e mental e geradora de interesses em no sofrer (SINGER, 2004). Contudo, a tica utilitarista admite como moralmente aceitvel o abate de alguns animais, desde que a conduta seja justificvel e realizada de forma rpida e indolor (MARQUES-SILVA, 2012). Os critrios de quem e como ser abatido tem gerado posicionamentos conflitantes entre diferentes atores da sociedade (ABOGLIO, 2008). A preocupao com no sofrimento desencadeou o surgimento da tica bem-estarista, exercida por cientistas e agricultores que visa propiciar boas condies de vida para os animais que todavia necessitam serem mantidos cativos sob a tutela do homem. Essa uma tica socialmente percebida como moderada, razovel, reducionista e interessada em trabalhar dentro e com o sistema de forma racional e com bom senso, buscando na informao e na cincia os elementos para embasar a sua avaliao moral de sofrimento. Com uma viso antagnica inspirada em Kant, se consolidou a tica do direito animal ou abolicionista, liderada por Regan (1982) e pregando que os animais possuem um nico direito moral, o de no ser prejudicado devido a necessidades utilitaristas do homem (FELIPE, 2006). Essa tica socialmente encarada como radical, extremista, abolicionista, violenta e libertria, atuando emocionalmente, irracionalmente e desinformada dos dados cientficos (MARQUES-SILVA, 2012). 3. VERTENTES CONTEPORNEAS DA TICA NA PESQUISA COM ANIMAIS MOLINARI, Renata Bicudo, SANTOS, Juliana Zacarkin dos, RODRIGUES, Gabriela e FISCHER, Marta Luciane (Orientador) Durante as ltimas dcadas houve incentivo aos estudos cientficos que promovesse uma avaliao mais precisa do sofrimento animal para apoiar a tica sensiocntria, visando a comprovao da conscincia animal, destacando-se Antnio Damsio como importante neurocientista categorizando diferentes nveis de conscincias (DAMSIO, 2011). Segundo Felipe (2003), a sencincia pode ser definida como capacidade de realizar uma perda, sendo que os animais apresentam sensibilidade para os eventos que os afetam, conscincia do que se passa consigo, memria, o que os torna capazes de registrar experincias passadas, imaginao e recordao consciente das mesmas. Posteriormente, por meio da Revoluo Darwiniana foi provado que os seres humanos so resultado de milhes de anos de evoluo e compartilham de intuies e emoes com os animais, sendo alguns movimentos expressivos humanos herdados de antepassados primitivos. Dentro de uma perspectiva biolgica, devem ser consideradas as semelhanas anatmicas e fisiolgicas entre humanos e animais, alm dos mecanismos neurolgicos de percepo, integrao e respostas s dores (ROLIN, 1986). A tica na pesquisa com animais se consolidou como uma importante linha de atuao da biotica e balizou a legislao internacional e nacional atravs de estudos de diagnsticos das condies fsicas e de bem-estar animal e atravs da anlise da percepo de diferentes setores sociais a respeito do uso de animais para pesquisa e aulas prticas (FISCHER; OLIVIERA, 2013, FISCHER; TAMIOSO, 2013). No h dvidas que muito se avanou nessa rea, que se destaca das demais utilizaes dos animais justificadas pela sociedade tais como para alimentao, vestimenta, servios, entretenimento e companhia, as quais no possuem normatizaes prprias mesmo diante dos evidentes maus-tratos cometidos (FISCHER; TAMIOSO, 2013). Porm, mesmo diante de todo avano logrado na normatizao da utilizao de animais para finalidade acadmica, todavia existem demandas ticas, as quais devem ser fundamentadas com princpios norteadores das decises de porqu e como utilizar os animais. Dentre os princpios dos 3 erres (RUSSELL; BURCH, 1959) destaca-se o refinamento, ou seja, um cuidado dispensando aos animais para que os resultados das pesquisas sejam viveis de publicao e de fato resultem em aplicaes que justifiquem as vidas que foram finalizadas. Assim, os cuidados dispensados aos animais visam, alm do bem- estar do indivduo, promover dados confiveis, que diminuam tanto o nmero de animais, quanto de experimentos. Contudo, parece que essa no uma realidade da maioria dos pesquisadores, por isso questiona-se a responsabilidade do pesquisador no momento de veicular um dado cientfico sem ter tomado os cuidados necessrios. O posicionamento da sociedade contra o uso de animais para finalidade acadmica tem sido a base de muitos movimentos sociais, culminando em atitudes radicais, aparentemente inteno mais poltica do que com relao ao bem-estar animal (HERZOG; GOLDEN, 2009). Questiona-se os motivos que levam a sociedade a se posicionar to veementemente diante das pesquisas e se calar diante das atrocidades que diariamente presenciam. Acredita-se que a falta de dilogo entre o meio acadmico e social pode gerar uma atmosfera de desconhecimento do que realmente feito no ambiente restrito da universidade. E, por fim, a legislao da maioria dos pases se apoia na comprovao cientfica da sensincia como critrio de atribuio moral incluindo, no rol dos animais merecedores de normatizao e cuidados, apenas os vertebrados (SINGER, 2004). No entanto, estudos recentes tm mostrado que invertebrados tambm possuem nocioceptores alm de poder experimentar processos mentais como sofrimento e ansiedade. Contudo diante de aspectos culturais a maioria dos invertebrados vista como prejudicial e pouco desenvolvida no gerando empatia e preocupao com seu sofrimento. Logo, questiona-se o posicionamento tico que deve ser direcionado a esse grupo que representam 95% das espcies de animais. MTODOLOGIA O presente estudo se constitui de uma pesquisa exploratria do conhecimento atual sobre as novas demandas ticas na rea da tica em pesquisa com animais. Para tal, artigos cientficos que abordam cada um dos temas foram analisados e as questes levantadas e fundamentadas com princpios ticos balizadores das tomadas de deciso. Para tal o presente estudo foi divido em trs partes, na primeira foi refletida sobre os aspectos relacionados com a integridade na pesquisa e proposto como trabalhar a questo; na segunda foi realizado um levantamento dos movimentos sociais e dos princpios ticos defendidos pelos mesmos e refletido sobre a percepo mtua existente entre academia e sociedade e, por fim, foi realizada uma reflexo a respeito da considerao do status moral dos invertebrados. 4. VERTENTES CONTEPORNEAS DA TICA NA PESQUISA COM ANIMAIS MOLINARI, Renata Bicudo, SANTOS, Juliana Zacarkin dos, RODRIGUES, Gabriela e FISCHER, Marta Luciane (Orientador) RESULTADOS Integridade na Pesquisa As necessidades especiais dos animais evoluram ao longo do tempo nas polticas para o atendimento adequado e uso de todos os animais utilizados na pesquisa e educao. Juntamente seguiu-se a necessidade de maior respeito frente aos animais e a aplicao de procedimentos que estejam de acordo com o bem-estar dos mesmos, considerando as condies ambientais adequadas, que levar o pesquisador a obter resultados confiveis e reproduzveis (BRAGA, 2010). Segundo Broom e Molento (2004), os parmetros fisiolgicos e comportamentais se alterados podem indicar um baixo grau de bem-estar, sendo que estudos s tm valor se esses controles forem cuidadosamente mantidos. Alm disso, um projeto experimental que resulte em dor ou sofrimento, muitas vezes diminui, se no elimina, o valor cientfico do experimento. Essas protees so necessrias para garantir a integridade fsica das dezenas de milhes de animais utilizados para experimentao, e para evitar a fraude cientfica como resultado dos cuidados deficientes, negligncia ou abuso dos animais (HEYDE, 2002). As discusses no campo da integridade na pesquisa nas reas da pesquisa e da educao vm crescendo devido aos casos de m conduta descobertos nos ltimos anos. Pases como EUA, Canad, Alemanha, Reino unido tem se mostrado ativos na promoo das discusses no campo da integridade. Nos EUA foi criado em 2004 o Office Research Integrity que faz parte do Escritrio de Cincia e Sade Pblica objetivando supervisionar as pesquisas, promover a educao responsvel nas pesquisas e, ainda, prevenir a m conduta em pesquisas. Durantea Conferncia Mundial sobre Integridade em Pesquisa em Cingapura em 2010, foi criada a Declarao de Cingapura que definiu como princpios a honestidade em todos os aspectos da pesquisa, a responsabilidade na conduo da pesquisa, respeito e a imparcialidade profissional no trabalho com os outros e a boa gesto da pesquisa em benefcio de outros e define integridade na pesquisa como: A confiabilidade da investigao por fora da solidez de seus mtodos e da honestidade e preciso na sua apresentao. Falta integridade pesquisa quando seus mtodos ou apresentao distorcem ou deturpam a verdade. Ainda que no Brasil as discusses caminhem timidamente, e no haja um rgo regulador de condutas, em 2011 foi criado pela Fundao de Amparo Pesquisa do Estado de So Paulo (FAPESP) o Cdigo De Boas Prticas Cientficas que estabelece diretrizes ticas para as atividades cientficas dos pesquisadores beneficirios de auxlios e bolsas. Nesta mesma linha, tambm em 2011 o Conselho Nacional de Desenvolvimento Cientfico e Tecnolgico (CNPQ) estabeleceu, diante do recebimento de denncias de fraude em publicaes cientficas, suas diretrizes bsicas para a integridade nas atividades cientficas. Em 2013, a Academia Brasileira de Cincias publicou o Guia Rigor e Integridade nas Pesquisas, um guia de recomendaes prticas responsveis, estabelecendo valores, princpios e orientaes para a conduo da pesquisa cientfica e a comunicao de seus resultados. So notveis os esforos que vm motivando os pesquisadores brasileiros a aderirem s boas prticas nas pesquisas. Embora tais iniciativas sejam de suma importncia, percebe-se a preocupao atrelada, sobretudo s falsificaes e fabricaes de dados e ao plgio. Contudo, pode-se verificar em alguns documentos internacionais, como o Responsible Conduct in the Global Research Enterprise (InterAcademy Council, 2012), a preocupao com a m conduta animais no humanos, conforme verificado em alguns trechos nas consideraes: a) que os pesquisadores tm a responsabilidade de respeitar e cuidar dos assuntos da sua pesquisa, seja humanos ou animais de laboratrio; b) a pesquisa no pode ser justificada se inflige danos inaceitveis sobre o objeto de pesquisa, cuja aceitao deve ser um julgamento social que pese potenciais ganhos contra possveis danos; c) inclui como prtica de pesquisas irresponsveis maus- tratos a animais no humanos. Pode-se verificar tal preocupao tambm no E-book desenvolvido pela Teaching the Responsible Conduct of Research in Human (RCRH, 2006) o qual cita a definio de integridade da National Academy of Sciences (NAS) cujos indivduos na integridade da investigao um aspecto do carter moral e experincia. Trata-se, acima de tudo um compromisso com a honestidade intelectual e a responsabilidade pessoal para aes de uns e de uma srie de prticas que caracterizam a conduta da investigao responsvel. Essas prticas incluem o cuidado humano com os animais na conduta das pesquisas. Os documentos brasileiros trazem de forma sucinta a m conduta relacionada a animais referindo-se que todo trabalho de pesquisa deve ser conduzido dentro de padres ticos na sua execuo, seja com animais ou com seres humanos (Relatrio CNPQ), sendo que o guia da Academia Brasileira de Cincias acrescenta os termos respeito e cuidado. Os pesquisadores podem assumir as suas responsabilidades por saber quais atividades esto sujeitas aos regulamentos, compreender e seguir as regras para a aprovao do projeto, obteno de formao adequada, e aceitar a responsabilidade de continuar para o cumprimento por todas as fases de um projeto. Uma vez que, o no cumprimento do protocolo aprovado durante a realizao do estudo e a incapacidade de seguir as recomendaes institucionais ou nacionais para o cuidado ao uso de animais um tipo grave de m conduta (COUNCIL OF SCIENCE EDITORS, 2012). A integridade na pesquisa precisa estar alicerada nos 3 pilares: tica, Integridade e Legislao referidos aqui. A discusso do tema em questo precisa ser ampliada nas instituies de ensino para promoo da integridade nas pesquisas acadmicas, bem como a elaborao e implementao de linhas de condutas. 5. VERTENTES CONTEPORNEAS DA TICA NA PESQUISA COM ANIMAIS MOLINARI, Renata Bicudo, SANTOS, Juliana Zacarkin dos, RODRIGUES, Gabriela e FISCHER, Marta Luciane (Orientador) Impacto dos Movimentos Sociais A discusso sobre a relao entre animais humanos e no-humanos configura no meio acadmico desde Pitgoras, sendo a inteno de se adquirir conhecimento desde 500 a.C. com estudiosos como Alcmaeon, Hipcrates e Aristteles (BEADER, 2012). Em 1789, foi publicado o livro Introduction to the principles of morals and legislation do filsofo ingls Jeremy Benthan, cujo o autor considerou os animais passveis de sofrer e mesmo sem a capacidade de raciocinar ou falar (GOLDIM; RAYMUNDO,1997). Este pensamento embasa na atualidade os movimentos anti-vivisseccionistas. Em 1860, Claude Bernard apresentou a seus alunos uma aula onde usava tcnicas de vivisseco no cachorro de sua filha, tal conduta motivou sua esposa a criar a primeira Associao de proteo a animais de laboratrio (GOLDIM; RAYMUNDO,1997). A utilizao de animais no ensino e na pesquisa tem sido muito questionada, tendo cada vez um nmero maior de estudantes de diferentes nveis de ensino que se posicionam contra o uso de animais. Em 1987 foi julgado, na Califrnia, o primeiro caso de Objeo de Conscincia cuja aluna foi ameaada pela escola por se negar a dissecar um animal em aula (GREIF, 2003). Contudo, os primeiros movimentos que levaram proteo dos animais sugiram em 1822 na Inglaterra, com o British Cruelty to Animal Act, que estipulou as primeiras normas contra atos cruis envolvendo animais (RODRIGUES, 2003). Movimentos sociais so definidos toda ao coletiva de cunho scio-poltico e cultural cujo objetivo propor, exigir e expor suas necessidades e desejos, solicitar mudanas, denunciar o que consideram errado ou desafiar os cdigos polticos e culturais vigentes (RODRIGUES, 2011; GOHN, 2011). Segundo Gohn (2011), os movimentos sociais fazem um diagnstico da realidade social, constroem propostas, sendo uma das premissas bsicas as fontes de inovao e matrizes geradoras de saber. Segundo o autor, a interao entre os movimentos, grupos sociais e as instituies educacionais causa alegria para alguns dos envolvidos, pela troca de conhecimentos, aceitao e mudanas positivas, mas tambm causa desconforto e estranhamento por parte dos membros mais conservadores, principalmente na rea cientfico-educacional. No Brasil, os movimentos pr-animais comearam em 1924, o que acabou culminando na criao do Decreto 16.590 em defesa dos animais e foi fortalecido pelo Decreto 24.645 de 1934, que definia algumas posturas consideradas maus-tratos aos animais. Mas o maior feito pela causa ocorreu com a Declarao Universal dos Direitos dos Animais, que inclui diversos pases como signatrios, inclusive o Brasil (RODRIGUES, 2003). Dentre os movimentos relacionados causa animal destaca-se o Movimento Abolicionistas (GREIF, 2000), apoiados na linha de antivivisseccionismo cientfico. Configuram tambm movimentos de profissionais da Sade contra a vivisseco, que se dividem entre opinies abolicionistas, protecionistas e reducionistas. Estes ltimos so considerados perigosas conflitando os argumentos de cientistas que sustentam a importncia do uso de animais e os Movimentos de Defesa dos Animais, que geralmente se baseiam apenas no dever tico da espcie humana, podendo facilmente ser convertidos para o pensamento reducionista. Alm destes, Greif (2003) cita os movimentos estudantis por uma educao mais humana e para garantirem seu direito de objetar em assistir aulas com uso de animais e os grupos de bem-estar animal, dos quais muitos so subsidiados por governos e nem sempre so contrrios vivisseco, apesar de pregarem o bem-estar dos animais envolvidos em pesquisa e aulas. Ressalta-se os movimentos pacficos e filosficos que envolvem grupos de pessoas que escolheram reivindicar mudanas na forma como se tratam os animais atravs de mudanas pessoais de atitudes, pensamentos e hbitos, como o caso do veganismo ou do vegetarianismo. Lira (2013) caracteriza o vegetarianismo estrito ou veganismo como grupo de pessoas que optam por ter um estilo de vida sem o consumo de produtos provenientes de origem animal e evitam participar de atividades que explorem de alguma forma espcies no humanas. Segundo a autora, para o vegetarianismo e veganismo, a alimentao se torna um mecanismo de reivindicao com o intuito de diminuir a diferenciao que a sociedade faz entre a espcie humana e as demais, assumindo uma expresso de moralidade antiespecista. Diferentemente de outros grupos ativistas que lutam por direitos e proteo de algumas espcies que so mais cativantes para o ser humano, como ces, gatos e coelhos, mas ignoram outras que consideramos desprezveis ou aversivas como ratos, camundongos, peixes e os invertebrados como um todo. Para Amorim e Pelizzoli (2011), a tica ecofeminista defende a tica do cuidado, expressando regras de conduta balizada em valores e atitudes marcadas por uma tica de virtudes. Este movimento prega a emoo como a chave da relao entre humanos e no-humanos, porm embasada pela razo, buscando construir uma tica que valorize e respeite os animais no- humanos. Para os ecofeministas a contextualizao e a relao entre os seres muito importante, nem sempre os direitos ou interesses dos animais no-humanos de fato considerado, dando brechas ao especismo dependendo do contexto onde inserimos a prtica do vegetarianismo adotado por elas. Muitos ativistas dos movimentos em prol dos animais no acreditam que a pesquisa com animais deva ser o foco principal dos movimentos pela causa e so contra as invases a laboratrios, alm disso, possuem uma viso restrita a respeito dos pesquisadores, acreditando que os mesmos veem os animais no-humanos como meros objetos que podem ser usados e descartados (PLOUS, 1991). Plous (1991) tambm menciona que muitos membros da comunidade cientfica e mdica dos EUAs, na dcada de 1990, consideram aqueles que apoiam os direitos dos animais fanticos, militantes e perigosos, por valorizarem o bem-estar dos animais mais do que o do ser humano ao lutarem pelo fim das pesquisas com animais no-humanos. Mesmo diante do rigor legal que normatiza o uso de animais para finalidade experimental, a sociedade se mobiliza notoriamente contra o uso acadmico como o presenciado no final de 2013 com a invaso do instituto Royal (GHIRALDELLI, 2013). Esse comportamento social leva a crer que esteja havendo uma falha de comunicao entre a academia e a sociedade gerando muitas fantasias do que ocorre no ambiente restrito dos laboratrios e uma vulnerabilidade dos cientistas diante das atitudes radicais dos ativistas. Assim, urgente conhecer o que cada segmento social percebe do outro e promover um debate intermediado pela interveno da biotica. 6. VERTENTES CONTEPORNEAS DA TICA NA PESQUISA COM ANIMAIS MOLINARI, Renata Bicudo, SANTOS, Juliana Zacarkin dos, RODRIGUES, Gabriela e FISCHER, Marta Luciane (Orientador) O benefcio da dvida para os Invertebrados Os invertebrados compem aproximadamente 95% das espcies de animais (DUTRA; OLIVEIRA, 2010), contudo a sociedade ocidental ainda os considera como incogniscientes, inconscientes e insencientes (MAGALHES-SANTANA, 2009). Algumas legislaes estrangeiras incluem os invertebrados em suas avaliaes ticas. A Sucia considera todos invertebrados e o Reino Unido e o Canad incluem os cefalpodes (polvos, lulas e spias) (REGIS; CORNELLI, 2012). Renomados cientistas atestaram no Manifesto de Cambridge que invertebrados como os moluscos e insetos tambm possuem receptores sensoriais para dor, logo questiona-se se os mesmos no seriam suficientes para incluso desse grupo no statuts moral (LOW, 2012). No Brasil em 1998 foi promulgada a Lei 9.605 sobre crimes ambientais, segundo a qual causar experincias dolorosas ou cruis em animais vivos, quando h mtodos alternativos, considerado crime, normatizando tambm a coleta e captura de animais para finalidade cientfica. J Lei 11.794 regulamenta os procedimentos para experimentao animal e restringe o uso como metodologia didtica somente no ensino superior, contudo essa lei, em seu artigo 2 explicita que estes dispositivos de proteo se aplicam somente aos animais vertebrados, apoiadas principalmente na sencincia (REGIS; CORNELLI, 2012). O Conselho Nacional de Experimentao Animal (Concea) tem a funo de monitorar a insero de tcnicas alternativas para substituir o uso de animais e a submisso de projetos e aulas prticas que preveem a utilizao de animais s comisses de tica no uso de animais (CEUA), sendo obrigatria a presena deste comit nas instituies que realizam pesquisas com animais. (REGIS; CORNELLI, 2012). Mtodos alternativos so procedimentos adotados que visam diminuir o nmero e sempre que possvel substituir os animais e quando for necessrio a utilizao destes refinar, ou seja, minimizar sua dor ou sofrimento. Em diversas situaes os animais invertebrados so utilizados como mtodos alternativos em aulas prticas de cursos como Biologia, Biotecnologia e Agronomia. Alm disso, a busca de alternativas substitutivas para experimentos com vertebrados, bem como de alternativas nutricionais para humanos e animais, vem se voltando para realizao dessas prticas em invertebrados, alguns autores consideram os invertebrados como seres inferiores, e so utilizados como substituio aos vertebrados, levando em considerao o princpio de mau-menor (MORALES, 2008). A classificao dicotmica dos animais leva em considerao a presena ou ausncia da coluna vertebral contrariando a perspectiva evolutiva de Darwin que mostrou que todos os organismos esto relacionados anatmica, fisiolgica e tambm mentalmente. Atualmente h pesquisadores que esto utilizando em favor dos invertebrados o princpio tico do benefcio da dvida, uma vez que at o presente momento no h conhecimento cientfico suficiente para comprovar sua sencincia, estes pesquisadores afirmam que a dvida deve garantir que os invertebrados sejam tratados de maneira a favorecer seu bem-estar em criao e garantia de utilizao de analgesia e eutansia (OLIVEIRA; GOLDIM, 2014). Dentre as novas correntes ticas em que os questionamentos referentes aos invertebrados podem ser includos tem-se a tica Biocntrica, que leva em considerao o valor moral de cada animal, independente da sua complexidade fsica, indo contra o especismo (FELIPE, 2009) e considerando o desejo de viver inerente a cada ser vivo como suficiente para que possua plena significao moral, portanto cada invertebrado que busca garantir sua sobrevivncia deve ter seus interesses preservados (NACONECY, 2010). Desta forma, se faz necessrio estudos de caracterizao da percepo tica de profissionais que trabalham com animais e da sociedade no geral a respeito dos invertebrados, bem como um aprofundamento nas pesquisas atuais que endossam a sensciencia dos invertebrados e aes educativas que visam a insero dos mesmos no rol de considerao moral. 7. VERTENTES CONTEPORNEAS DA TICA NA PESQUISA COM ANIMAIS MOLINARI, Renata Bicudo, SANTOS, Juliana Zacarkin dos, RODRIGUES, Gabriela e FISCHER, Marta Luciane (Orientador) Consideraes finais O presente estudo fundamenta a necessidade da interferncia da biotica na intermediao de conflitos ticos complexos, plurais e de interesse global promovendo a ponte entre as cincias ambientais e humanas impulsionando o dilogo entre os atores envolvidos nas questes sociais, legais e os representantes dos interesses dos animais. Desta forma, se faz necessrio o aprofundamento da fundamentao tica das questes envolvidas na integridade do pesquisador diante de sua pesquisa, da comunicao efetiva e produtiva entre a academia e a sociedade e do incentivo reflexo da atribuio de status moral a todos os animais. Essas vertentes contemporneas emergem no momento relevante do desenvolvimento cientfico, cujo acesso a informaes veloz e eficiente, porm diante de um momento de vazio moral, decorrente do processo de globalizao e incentivo valorao econmica e individualista das sociedades contemporneas. REFERNCIAS ABOGLIO, A. M. Esclarecimentos para aprofundar a compreenso das diferenas substanciais com relao Teoria dos Direitos Animais. nima - tica para os Direitos Animais ALMEIDA, J. A. M. A tica ambiental de Tom Regan: Critica, conceitos, argumentos e propostas. Etic@, v. 5, n.3, p.147-151, 2006. BEADER, F. M., PADOVANI, M. C. R. L. MORENO, D. C. A. DELFINO, C. S. 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Disponivel em: Acesso em: 28 out 2013. 8. BIOTICAAMBIENTAL: REFLETINDO A QUESTO TICA ENVOLVIDA NA MANUTENO DE ANIMAIS CATIVOS EM ZOOLGICOS PROHNII, Stephanie da Silva; COSTA, Juliana Kazubek; ABREU, Tbata Carvalho de; FONTANA, Joo Carlos; SILVRIO, Rose A.; FISCHER, Marta Luciane (Orientadora) RESUMO A manuteno de animais selvagens em zoolgicos originalmente exerce um status de fora e poder, passa direcionar seus objetos a partir do incio do sculo XX para uma preocupao com o bem-estar animal estimulando a construo de recintos maiores e mais correspondentes aos habitats naturais. Atualmente, os zoolgicos apresentam como objetivo a conservao de espcies, o desenvolvimento e aperfeioamento profissional, a pesquisa cientfica, a educao ambiental e, obviamente, o lazer dos seres humanos. Porm o fato da populao buscar os zoolgicos principalmente para recreao e lazer, levanta um problema tico contemporneo caracterizado por questes complexas, plurais e de interesse internacional. Desta forma, o presente estudo teve como objetivo levantar as questes ticas envolvidas na manuteno de animais cativos em zoolgicos e fundament-las com princpios ticos a fim de subsidiar debates mais amplos e balizar a tomada de decises quanto subsidiar ou no a prtica. O presente estudo se constitui de uma pesquisa terica e exploratria de publicaes cientficas a respeito da temtica visou congregar ideias e argumentos de diferentes setores da sociedade interessados na manuteno ou extino dos zoolgicos, fundamentando as questes levantadas com princpios ticos norteadores de correntes ticas contemporneas. imoral, que os animais arquem com a privao da sua liberdade e preciso praticar o princpio tico da alteridade, cujas as espcies sejam reconhecidas e respeitada pelas suas diferenas, necessidades e especificidades. Palavras-chaves: Zoolgicos, educao ambiental, bem-estar animal, animais cativos. INTRODUO A cultura de manuteno de animais selvagens em zoolgicos comeou com os egpcios, os quais capturavam em suas viagens e batalhas pequenos gatos selvagens, babunos e lees, e os mantinham em seus templos como smbolo de fora e poder (SANDERS; FEIJ, 2007). O primeiro zoolgico pblico Jardin des Plants foi fundado no sculo XVIII em Paris, cujos animais eram oriundos de apreenses em circos e eventos que utilizavam animais em shows. Em 1826 foi fundado o Zoolgico da Sociedade de Londres, com o objetivo de ser uma instituio cientfica para o estudo da zoologia (BOSTOCK, 1998). Porm com a finalidade de serem obtidos recursos financeiros para a manuteno dos animais, o local tornou-se aberto visitao pblica e comeou a exibir os animais e fazer shows. Com o aumento no nmero de visitantes, foi necessria a aquisio de outros animais, os quais passaram a ser retirados diretamente da natureza sem nenhum controle, o que certamente ocasionou a morte e incio da extino de muitas espcies. Fato que se agrava com a imposio de uma cultura onde no era levada em conta a natureza animal (SANDERS; FEIJ, 2007). A partir do incio do sculo XX, alguns pases da Europa e os Estados Unidos passaram a demonstrar preocupao com o bem-estar animal efetivando a construo de recintos maiores que tentavam simular o ambiente natural, no perdendo de vista, entretanto, o interesse econmico (BOSTOCK, 1998). Segundo Sanders e Feij (2007), os zoolgicos foram criados basicamente com o propsito de expor espcies exticas sociedade, cujo sucesso foi alicerado pela curiosidade inerente ao ser humano e passaram a receber um nmero significativo de visitantes, tornando-se ponto turstico de muitas cidades, mesmo diante de novos entretenimentos e fontes de informao sobre os animais (THOMAS, et al., 2005). Atualmente, os zoolgicos apresentam objetivam a conservao de espcies, o desenvolvimento e aperfeioamento profissional, a pesquisa cientfica, a educao ambiental e o lazer (SANDERS; FEIJ, 2007). Porm a populao busca os zoolgicos principalmente para recreao e lazer, sendo que a maioria dos visitantes so famlias com crianas que pretendem apreciar a vida selvagem em companhia, sendo educao, fuga e introspeco menos importante. A oficializao dos zoolgicos requer o cumprimento de exigncias normatizadas pela legislao de cada pas. A aquisio destes animais tambm precisa obedecer s normas rgidas de importao ou coleta em habitat natural, sendo que a fauna indgena no pode ser vendida nem trocada com outros estabelecimentos a no ser que seja fornecida permisso e aval dos rgos competentes (SANDERS; FEIJ, 2007), condicionada animais excedentes e devendo ter nascido em cativeiro. Dentro das prioridades e obrigaes morais dos zoolgicos encontra-se a demanda de propiciar condies para que os animais exibam comportamentos naturais e automaticamente otimizem as condies de bem-estar (MCPHEE; CARLSTEAD, 2010). A Lei Federal 7173/83, de uma forma bastante ampla, impe as dimenses dos Jardins Zoolgicos e das respectivas instalaes a fim de que atendam aos requisitos mnimos de habitabilidade, sanidade e segurana de cada espcie, e, assim, possa suprir a demanda do pblico que busca vivncia com o animal selvagem. Caso encontre animais com comportamentos anormais, possa direcionar experincias negativas em formas de rejeio instituio. Bem, como para programas de conservao que visem tanto a reintroduo, quanto a manuteno da reproduo de espcies em cativeiro. McPhee e Carlstead (2010) consideram trs nveis de respostas comportamentais ao cativeiro: na primeira h apenas uma mudana individual diante de uma necessidade especifica; a segunda envolve o crescimento no cativeiro que um ambiente mais restrito e pode alterar o aprendizado e a resposta dos animais. E no terceiro cujas respostas podem ser individuais, mas so expressas atravs da populao, pois h uma seleo de comportamentos que promovem a sobrevivncia no ambiente artificial que passado entre as geraes, como por exemplo a tolerncia a barulhos distanciando cada vez as populaes cativas das selvagens. A existncia dos zoolgicos se configura como um problema tico contemporneo caracterizado por questes complexas, plurais e de interesse internacional. A impossibilidade de resoluo desses problemas apenas utilizando-se de princpios morais e legais locais de cada cultura, bem como os argumentos favorveis e contrrios existncia dessa instituio por mltiplos sujeitos/atores demanda a interveno da biotica ambiental. Desta forma, o presente estudo teve como objetivo levantar as questes ticas envolvidas na manuteno de animais cativos em zoolgicos e fundament-las com princpios ticos a fim de subsidiar debates mais amplos e balizar a tomada de decises quanto subsidiar ou no a prtica. 9. BIOTICAAMBIENTAL: REFLETINDO A QUESTO TICA ENVOLVIDA NA MANUTENO DE ANIMAIS CATIVOS EM ZOOLGICOS PROHNII, Stephanie da Silva; COSTA, Juliana Kazubek; ABREU, Tbata Carvalho de; FONTANA, Joo Carlos; SILVRIO, Rose A.; FISCHER, Marta Luciane (Orientadora) METODOLOGIA O presente estudo se constitui de uma pesquisa terica e exploratria de publicaes cientficas a respeito da temtica visou congregar ideias e argumentos de diferentes setores da sociedade interessados na manuteno ou extino dos zoolgicos, fundamentando as questes levantadas com princpios ticos norteadores de correntes ticas contemporneas. Desta forma, o presente estudo foi dividido em trs partes: na primeira foram levantados os argumentos favorveis, no segundo os argumentos contrrios e no terceiro sugerido intervenes para mitigao do problema. RESULTADOS Argumentos favorveis existncia dos Zoolgicos Os principais argumentos a favor da manuteno dos zoolgicos a demanda da sociedade por um espao de lazer, recreao, aprendizagem e oportunidade de conhecer e interagir com animais selvagens. Aspectos relacionados com a conservao de espcies, principalmente aquelas ameaadas de extino ou que so apreendidas pelo trfico, tambm configuram nas demandas dos zoolgicos, que justificam sua existncia vinculados com a conservao ex-situ e, atualmente, tambm com a conservao in situ, atravs dos resultados de pesquisa cientfica e reintroduo de espcies (MORGAN; HODGKINSON, 1999). Um dos seus papis mais importantes, para Wilson (2002), o de reproduzir em cativeiro espcies ameaadas de extino. Segundo Achutti (2003) gradativamente atividades de Educao Ambiental esto sendo inseridas na programao dos zoolgicos, com o objetivo de mudar a percepo do pblico. Estes espaos esto se aproximando dos preceitos de centros de conservao, buscando a interao dos animais com o pblico visitante, por meio de vidros, propiciando melhor observao do animal (ACHUTTI 2003). Segundo Gonalves e Regalado (2007) os cidados de centros urbanos visitam zoolgicos como a nica forma de ver de perto animais da fauna silvestre, o que os prioriza como locais para uma educao ambiental. A populao busca os zoolgicos principalmente para recreao e lazer, sendo que a maioria dos visitantes so famlias com crianas que pretendem apreciar a vida selvagem em companhia, sendo educao, fuga e introspeco menos importante. Os visitantes gastam cerca de 90 segundos em cada atrao, sendo a visita orientada pelo interesse da criana quando presente e visando principalmente ter acesso ao animal, com sade e de preferncia em um recinto que reproduza o habitat natural. O pblico prefere estmulos visuais e interativos, com sons, movimento e computador, no exibindo interesse em informao passiva bidimensional (TOMAS et al., 2003). Segundo Morgan e Hodgkinson (1999), os zoolgicos so considerados a forma mais importante de contato entre pessoas e animais nas sociedades modernas. Levando-se em considerao a necessidade de ampliar a base poltica e de suporte financeiros os zoolgicos devem aumentar os benficos para o pblico. Algumas espcies despertam um maior interesse dos visitantes do que outras, Marcellini e Jenssen (1988) avaliaram o comportamento de visitantes com rpteis e concluram que esses animais no parecem despertar interesse, pois passam pouco tempo diante das atraes. Segundo Morgan e Hodgkinson (1999), deve-se valorizar as experincias multissensoriais como por exemplo as visitas aos viveiros de aves, as quais podem suprir a esttica, a educao, as sensaes de estar preso com as aves e as necessidades de contato fsico e visual. Segundo os autores os zoolgicos ideais devem conter animais grandes e ativos que exibam comportamentos naturais, especialmente filhotes e estejam facilmente visveis. Os habitats naturais dificultam a visualizao pelos visitantes. Os zoos devem prover tanto os animais quanto os humanos, e considerando que as necessidades de ambos so discrepantes, estamos diante de um dilema tico. A conservao ex-situ pode ser definida como a preservao da diversidade biolgica fora do seu hbitat natural (ANDRIOLO, 2007), com nfase nas espcies ameaadas de extino e nas espcies com potencial de uso econmico (PRIMACK; RODRIGUES, 2001). Isso pode envolver a conservao dos recursos genticos de uma espcie sob a manuteno de populaes cativas em zoolgicos, aqurios, jardins botnicos, para fins de pesquisa, conservao e educao ambiental (ZACARIOTTI, 2013). O estabelecimento de populaes em cativeiro pode prover uma valiosa rede de segurana contra a extino quando uma espcie atinge nveis crticos na natureza ou est sob risco de desaparecimento frente a eventos estocsticos, catstrofes ambientais ou perda de variabilidade gentica (HUDSON; ALBERTS, 2004). A deciso de implantao de um programa de conservao ex-situ para uma espcie depender das necessidades e situao do txon e no deve ser tomada apenas quando a espcie est em risco iminente de extino (IUCN, 2002). No entanto, alguns autores tambm afirmam que a conservao fora do ambiente natural no dever ser idealizada como uma soluo de longo prazo, uma vez que o objetivo sempre conservar as populaes em condies naturais (SNYDER et al., 1996). Existem exemplos de sucesso de programas de manejo ex-situ e de reintroduo, os quais foram decisivos na preservao de espcies ameaadas ou at extintas na natureza (BOYD; KING, 2011). Dentre esses programas, podem ser citados os programas de conservao do Condor da Califrnia (Gymnogyps californianus); do picano de So Clemente (Lanius ludovicianus mearnsi); do Mico-Leo Dourado (Leontopithecus rosalia) (ZACARIOTTI, 2013). 10. BIOTICAAMBIENTAL: REFLETINDO A QUESTO TICA ENVOLVIDA NA MANUTENO DE ANIMAIS CATIVOS EM ZOOLGICOS PROHNII, Stephanie da Silva; COSTA, Juliana Kazubek; ABREU, Tbata Carvalho de; FONTANA, Joo Carlos; SILVRIO, Rose A.; FISCHER, Marta Luciane (Orientadora) Argumentos contrrios existncia dos Zoolgicos O principal argumento contrrio existncia dos Zoolgicos que o ambiente artificial do cativeiro incapaz que proporcionar condies mnimas de bem-estar aos animais. Harrison em 1964 despertou o interesse sobre o tema bem-estar e a indignao da sociedade inglesa quando descreveu em seu livro Animal Machines (HARRISON, 1964) os maus-tratos e a crueldade cometida aos animais criados confinados, culminando, em 1965, na criao do Comit Brambell. Segundo a autora a instituio desse comit levou o Parlamento Britnico a criar o Conselho de Bem-Estar de Animais de Produo (Farm Animal Welfare Council) com base nas Cinco Liberdades inerentes ao animal: liberdade nutricional, ambiental, comportamental, sanitria e psicolgica (HOLANDA, 2006). A preocupao das instituies que mantm animais em cativeiros, procurar alternativas para melhoria das condies de vida e das necessidades comportamentais, sendo a tcnica denominada de enriquecimento ambiental a mais praticada (RAMOS, 2006; QUEVEDO, 2008). Segundo Furtado (2006), manter animais em cativeiro implica no dever tico de lhes proporcionar sade fsica e psicolgica. Segundo Carniatto e Delariva (2009) animais selvagens quando privados de sua liberdade e do ambiente para o qual evoluiu, apresentam baixas condies de bem-estar, pois a qualidade de vida diminui induzindo o animal ao estresse, diminuindo a capacidade imunolgica e proporcionando o surgimento de parasitoses intimamente relacionadas aos alimentos e hbitos do animal. Uma das questes ticas envolvidas com os zoolgicos o estmulo reproduo e posterior manejo dos animais excedentes atravs da eutansia (LACY, 1991). Enquanto alguns argumentos defendem que a vida do animal deve terminar apenas quando ele morre naturalmente, outros defendem a eutansia administrativa com o intudo de manejar os custos e viabilizar a funcionalidade dos zoolgicos. Uma vez que, as vezes manter uma espcie que pode ter uma longa longevidade e altos custos de manejo pode impactar na qualidade de vida que poderia ser direcionada para outras espcies, inclusive para pesquisa. A questo tica que surge manter um animal que vive 20 anos ou dois que vivem 10? Contudo, deve-se questionar, se moralmente estimular a reproduo de um animal em cativeiro, para usar os filhotes como atrativo para o pblico, ou se a reproduo s deveria ser estimulada com motivos conservacionistas para manter um pool gentico de espcies ameaadas de extino, por exemplo. O ponto importante defendido por Lacy (1991) a responsabilidade dos gestores da vida selvagem em cativeiro e o quanto desnecessrio e inaceitvel o sacrifico de uma vida por benefcios econmicos ou conservacionistas, colocando os interesses do homem acima dos interesses de outras espcies. Se no aceitvel antecipar a morte em humanos, por que seria aceitvel em animais? Lacy (1991) discute tambm a incongruncia existente na sociedade em que se aceita que animais sejam mantidos de formas condenveis em sistema de produo, com a justificativa que para suprir a alimentao humana, enquanto no a aceita sistemas infinitamente melhores em animais mantidos cativos em zoolgicos, por considerar o motivo suprfluo. Embora, os defensores dos zoolgicos sustentem sua funo conservacionista e de educao pblica. Alm disso questiona tambm o especismo, em que algumas espcies aceitvel a eutansia e outras no. Se a sencincia um critrio importante (SINGER, 2004), por que se aceita que roedores sejam mortos para alimentar outros animais, mas no se aceita a eutansia de aves para o manejo dos animais nascidos em cativeiro? Mas por que matar? Se existem alternativas inicialmente que seria evitar o nascimento, e outra que seria o intercmbio entre os zoolgicos. E, ainda, a manuteno de reproduo das geraes de uma espcie em extino tem mais valor do que a prognie de uma espcie comum? Talvez a questo mais antitica seja a abdicao da responsabilidade. Pelo que se v, o atual julgamento moral, tende a minimizar o desconforto humano (LACY, 1991). Como mitigar as questes ticas envolvidas na manuteno de animais cativos em zoolgicos A preocupao das instituies que mantm animais em cativeiros vem aumentando (DIEGUES, 2008) e tcnicas de manejo so aplicadas visando a obter comportamentos naturais, sendo para tal imprescindvel o enriquecimento ambiental (WEE, 2005). Atravs deste, bilogos e veterinrios buscam um manejo adequado, almejando promover o bem-estar fsico, psicolgico e social (GARCIA et al., 2001), com melhorias significativas dos aspetos biolgicos (NEWBERRY, 1995). Um zoolgico moderno tem como uma das principais funes cumprir a promoo de educao ambiental para seus visitantes. No mundo todo milhares de pessoas escolhem os zoolgicos como opo de lazer e esses locais podem proporcionar aos seus visitantes a oportunidade de conhecer animais que, provavelmente, nunca teriam chance de conhecer em seus habitats (MERGULHO; VASAKI, 2002). Segundo Mergulho e Vasaki (2002), um zoolgico cumpre seu papel educativo quando consegue fazer com que seus visitantes voltem para casa refletindo sobre a importncia da conservao dos ecossistemas naturais. Para conhecer de maneira cientfica o grau de bem-estar animal necessrio o desenvolvimento de tcnicas de diagnstico (Bond et al., 2012). Para tal, os indicadores mais utilizados so as respostas fisiolgicas, comportamentais e condies sanitrias (LEEB et al., 2004). Outra abordagem centrada no animal representada pelo trabalho de DUNCAN (2005), que considera a avaliao das emoes dos animais como a parte principal do diagnstico de bem-estar animal. Apesar de tal avaliao ser subjetiva e de difcil aplicao prtica, ela central do ponto de vista do bem-estar dos animais (Bond, et al., 2012). Alguns protocolos consideram fatores como instalaes, sistemas de ventilao e de sombreamento como pontos importantes para se determinar o potencial de bem- estar animal (BARTUSSEK et al., 2000; NDFAS, 2004). O ndice de Necessidades dos Animais (BARTUSSEK et al., 2000) baseia-se na anlise da adequao das instalaes, sendo analisados aspectos como facilidade de locomoo e de interaes sociais, tipo e condio do piso, ventilao, iluminao e manuteno das instalaes. O comportamento consequncia da qualidade do recinto, sendo que bem estruturados, aliados a uma alimentao balanceada e tcnicas como enriquecimento ambiental contribui para o bom desenvolvimento fsico, psicolgico e social dos animais em cativeiro (CARNIATTO; et al., 2011). 11. BIOTICAAMBIENTAL: REFLETINDO A QUESTO TICA ENVOLVIDA NA MANUTENO DE ANIMAIS CATIVOS EM ZOOLGICOS PROHNII, Stephanie da Silva; COSTA, Juliana Kazubek; ABREU, Tbata Carvalho de; FONTANA, Joo Carlos; SILVRIO, Rose A.; FISCHER, Marta Luciane (Orientadora) O termo enriquecimento ambiental, surgido na dcada de 1920, identificou a importncia do ambiente fsico e social de animais cativos bem como seu impacto no bem-estar dos animais, e engloba cinco categorias: sensorial, cognitivo, fsico, alimentar e social (YOUNG, 2003). Para Yerkes (1925), se o animal cativo no puder ter a oportunidade de trabalhar para sobreviver, ele deve ao menos ter a chance de exercitar diferentes reaes diante das invenes e dos aparatos colocados em seu ambiente. Enriquecimento ambiental sinnimo de aumento de complexidade, que acarreta no desenvolvimento da flexibilidade comportamental em resposta a ambientes dinmicos (SHEPHERDSON, 1994), possibilitando melhoria da funcionalidade biolgica dos animais (NEWBERRY, 1995). Consiste em uma srie de medidas que modificam o ambiente fsico ou social, melhorando a qualidade de vida, proporcionando condies para o desempenho de suas necessidades etolgicas (BOERE, 2001), bem como permitirem a mensurao do bem-estar, considerando os efeitos do ambiente no crescimento e desenvolvimento (REDSHAW; MALLISON, 1991) e atuando diretamente na reduo de condio emocional negativa (JONES; WADDINGTON, 1992). Atravs do enriquecimento ambiental, os animais podem ser estimulados expressar comportamentos naturais e tpicos da espcie (RABIN, 2003), prevenindo o aparecimento de comportamentos estereotipados, proporcionando ao animal maiores possibilidades de explorao do recinto (GUILHERME; VIDAL, 2008). Um dos propsitos do enriquecimento ambiental na conservao ex-situ obter um nmero suficiente de animais sadios para ajudar a restabelecer a espcie em perigo de extino na natureza (SERRA et al., 2001; ELLIS; WELLS, 2010). Porm, deve-se levar em considerao que h uma rpida habituao do animal ao novo estmulo proposto, o que pode se tornar uma rotina caso no seja periodicamente alterado (ALMEIDA; MELO, 2001; QUEVEDO, 2008). Porm, a aproximao do enriquecimento ambiental com o estado emocional do animal ainda difcil de ser medida, pois no possvel obter evidncias concretas na substituio do estado emocional negativo pelo positivo (NEWBERRY, 1995). Alguns avanos vm sendo feitos na criao de estruturas tericas e prticas para o entendimento e a avaliao de bem-estar animal (BROOM; JOHNSON, 1993). As demandas legais, ambientais, ticas e sociais conduziram ampliao da misso dos zoolgicos para alm de um museu de animais vivos para educao e conservao (SMITH et al., 2008). Contudo, estudos conduzidos a respeito do comportamento dos visitantes no tm subsidiado a meta de alterar comportamentos e aumentar a conscientizao ecolgica da populao (SMITH et al., 2008). Embora em um primeiro momento haja um aumento de interesse, h uma discrepncia entre o desejo e habilidade perceptiva dos zoolgicos, sendo que os nveis de engajamento e ateno s questes ambientais retornam ao estgio inicial em poucos meses aps a experincia, principalmente diante de questes no familiares, demandando que o processo de educao seja contnuo (SMITH et al., 2008). E ainda em decorrncia da motivao pela oportunidade em ver animais selvagens e compartilhar experincia recreativa com amigos e familiares pode levar a uma resistncia na tentativa de ser educado. Considerando o lugar dos jardins zoolgicos nas pautas da gesto do turismo sustentvel, eles precisam ser colaborativos e estratgicos na seleo e transferncia de mensagens que desencadeie o comportamento sustentvel (SMITH et al., 2008). No h discordncia na questo de que o pblico um fator de estresse para os animais e o motivador da existncia dos zoolgicos para entretenimento e lazer. Existem linhas de pesquisa que visam torn-los mais atrativos e prazerosos para os usurios, inclusive muitos deles explorando para turismo. Anderson et al. (2003), defende esse ponto de vista pontuando que um zoolgico moderno deve envolver conservao, pesquisa, educao e recreao, por isso incentiva os estudos com o pblico sobre sua percepo e atitudes para que as mesmas sejam usadas como ferramentas para efetivar aspectos educativos e recreativos. Assim, seu trabalho avalia e prope que treinamentos com reforo positivo, realizados nos animais para melhorar seus comportamentos estereotipados, aumento de nveis de atividade, alcance de condies de bem-estar fisiolgico e facilitar o manejo veterinrio, sejam abertos ao pblico, uma vez que as pessoas se sentem mais motivadas e interessadas em ver o animal ativo, e assim o zoolgico poderia fornecer para as pessoas experincias mais positivas e que demandasse suporte para esforos de conservao das espcies (ANDERSON et al., 2003). Os zoolgicos modernos tm como misso exibir vida selvagem, educar visitantes e se envolver em pesquisa e conservao no cuidado e sobrevivncia da vida selvagem (TOMAS et al., 2003). Segundo Morgan e Hodgkinson (1999), os zoolgicos modernos enfatizam mais educao do que divertimento e talvez isso tenha levado a crtica aos objetivos tradicionais vinculados esttica e entretenimento. Porm embora, se pertenta ensinar sobre taxonomia, histria natural, o pblico pode visar qualidade nas interaes sociais ou simplesmente um bom lugar para recreao em grupo, estando o componente educativo intrnseco. 12. BIOTICAAMBIENTAL: REFLETINDO A QUESTO TICA ENVOLVIDA NA MANUTENO DE ANIMAIS CATIVOS EM ZOOLGICOS PROHNII, Stephanie da Silva; COSTA, Juliana Kazubek; ABREU, Tbata Carvalho de; FONTANA, Joo Carlos; SILVRIO, Rose A.; FISCHER, Marta Luciane (Orientadora) CONSIDERAES FINAIS Considerando a justificativa de manter animais selvagens confinados em ambientes artificiais, como forma de promoo de aprendizado e investigao cientfica na preservao de espcies em risco, bem como na manuteno de animais apreendidos pelo trfico, no possvel justificar para o entretenimento humano, uma vez que a tecnologia j disponibiliza para sociedade meios de conhecer a vida selvagem atravs de documentrios, por exemplo (SANDERS; FEIJ, 2007). Outra questo tica a ser considerada se fato animais descaracterizados comportamentalmente e confinados de uma forma autoritria, realmente exerce um papel significativo na educao ambiental (SANDERS; FEIJ, 2007). Segundo Rodrigues et al., (2008), a educao ambiental trabalhada nos zoolgicos busca conscientizar as pessoas da importncia de conservar a natureza, preservando espcies locais. Mas este ponto questionvel no instante em que se verifica animais com comportamentos alterados pelo cativeiro. Os zoolgicos devem resgatar o conceito de preservao priorizando o bem-estar animal, sendo um local destinado a um srio aprendizado no que tange ao estudo de espcies em risco de extino, destinado investigao cientfica e servindo de abrigo para animais selvagens apreendidos por trfico ilcito ou vtimas de maus-tratos. A sociedade todavia interage com os animais sob os princpios da tica antropocntrica, visando em primeiro plano a satisfao das necessidades humanas e utilitarista bem-estarista (SINGER, 2004), justificando o confinamento de alguns animais, desde que o bem-estar dos mesmos seja preservado. ntida a valorao especista em que espcies mais carismticas ou simblicas despertam mais interesse. No entanto, novas descobertas cientficas sobre a sencincia animal e a melhoria no diagnstico das condies de bem-estar tem exigido a mudana de paradigmas na relao da humanidade com os animais e o direcionamento para princpios de uma tica biocntrica que amplia a considerao de status moral para todos os animais, considerando-os como sujeito de uma vida e logo, merecedores de respeito e da oportunidade de viverem as vidas para quais se justifica a sua existncia. compreensvel que as pessoas tenham necessidades biolgicas de interagirem, conhecerem e vivenciarem experincias com a natureza e que priv-las desse contato com o mundo selvagem, pode proporcionar um distanciamento cada vez maior com a natureza, eximindo-se da responsabilidade de preservar vidas pelas quais no aprendeu a desenvolver um senso de empatia e responsabilidade. Contudo, imoral, que os animais arquem com a privao da sua liberdade, vida social e com o seu sofrimento para que o homem possa usufruir de alguns momentos agradveis com seus familiares e amigos. preciso praticar o princpio tico da alteridade, cujas as espcies sejam reconhecidas e respeitada pelas suas diferenas, necessidades e especificidades. Se a mdio e longo prazo invivel a extino dos zoolgicos, o princpio tico do mal menor deve ser aplicado e os mesmos devem ser modernizar de forma que os animais sofram o menor impacto possvel e as pessoas possam conhecer o animal saudvel, exibindo seus comportamentos naturais e tendo a oportunidade de resolver os seus desafios dirios. REFERNCIAS ACHUTTI, M. R. N. G. O zoolgico como um ambiente educativo para vivenciar o ensino de cincias. 2003. 68f. Dissertao (Mestrado acadmico em educao) Universidade do Vale do Itaja, Itaja, 2003. ALMEIDA, R.; MELO,C. 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BIOTICAAMBIENTAL: REFLETINDO A QUESTO TICA ENVOLVIDA NA MANUTENO DE ANIMAIS CATIVOS EM ZOOLGICOS PROHNII, Stephanie da Silva; COSTA, Juliana Kazubek; ABREU, Tbata Carvalho de; FONTANA, Joo Carlos; SILVRIO, Rose A.; FISCHER, Marta Luciane (Orientadora) 14. Clia Silva , Daniella Chiesa , Suelin Silva , Marta Luciane Fischer Biotica global a combinao da biologia com os conhecimentos humansticos diversos, constituindo uma cincia que estabelece um sistema de prioridades mdicas e ambientais para a sobrevivncia aceitvel Potter (1988). Dentre as questes ticas contemporneas que necessitam da interveno multidisciplinar est a medicina preditiva com o processo de escolha do sexo de bebe conhecido como sexagem de embrio. A sexagem de humanos possvel, desde que por justificativas mdicas, realizando testes genticos para um possvel prognostico quanto a uma doena gentica, com objetivo de preveno. Para este caso h legislaes que norteia e tornam esse processo legal. Com os avanos nas tcnicas de fecundao artificial, houve um aumento na procura dos mtodos de reproduo assistida, este evento ressalta a releitura do trabalho de Potter (1967) sobre o conhecimento perigoso, onde o conhecimento acumula-se mais rpido que sabedoria necessria para gerencia-lo, torna-se altamente perigoso. Nesse artigo vamos discutir segundo os conceitos de Potter as questes ticas na evoluo tecnolgica dentro da medicina preditiva, focando no processo de sexagem e as questes que envolvem esse tema. Deve-se lembrar que a discusso vem da questo de ser uma ao individual que pode repercutir socialmente, e ter consequncias futuras afetando indivduos que ainda nasceram. Com estes questionamentos devemos pensar se a biotica global pode contribuir para mitigao dos conflitos gerado pelo tema. Entendendo o momento atual em que vivemos e os avanos tecnolgicos cada vez mais rpidos, tornou-se necessrio maneiras de manipular e gerenciar todo esse conhecimento, dessa forma o Biodireito e a Biotica pode proporcionar uma luz, para discutir ou fazer refletir sobre os limites em que devemos manter. Palavras Chaves : Medicina Preditiva , Sexagem , Biotica , Biodireito. MEDICINA PREDITIVA SEXAGEM UMA DISCUSSO DE BIOTCA E BIODIREITO 15. LEITE, Fabiana Francielle Culau ; FISCHER, Marta Luciane LIMA, Vanessa Yuri (orientadora PPGB-PUCPR); A relao humana com os animais necessitou de um grande perodo de adaptao. Tanto ces quanto gatos se aproximaram dos humanos por razes diferenciadas e transcorre diversos entendimentos. O presente estudo objetivou entender o relacionamento entre homens e animais, j que a domesticao caracteriza-se como um evento significativo configurado ao longo da evoluo. Embora no seja possvel ainda comprovar com preciso os sentimentos conscientes dos animais, entende-se que tanto humanos como animais compartilham de emoes e sensaes, portanto existe muita responsabilidade tica, moral e legal com as outras formas de vida que compartilham o ambiente domstico. Palavras-chave: animais de companhia; bem-estar animal; biotica. Introduo A domesticao animal necessitou muito tempo e levou milnios para alcanar a relao com humanos que vivencia-se atualmente. Os ces selvagens tornaram-se fiis e companheiros de caa, cuja relao com os humanos segundo FILHO (2013, pg. 51) iniciou h 15 mil anos, com o homem assumindo o papel de provedor de carne para garantir o sustento familiar enquanto a mulher cuidava da coleta de frutos e dos filhos, sendo elas as responsveis pela promoo da aproximao com os lobos, conforme afirmam pesquisas zooarqueolgicas (Instituto Anchieta de Pesquisas , 2012). Em contrapartida a origem felina difcil de ser comprovada de forma definitiva considerando-se o fato de que gatos no contribuem significativamente com aes humanas em termos de trabalho ou caa. Tradicionalmente acreditava-se em uma origem egpcia, entretanto descobertas recentes acreditam que a domesticao ocorreu no Crescente Frtil, h cerca de 10 mil anos, sugerindo que os gatos comearam a se aproximar dos povoados de agricultores para se aproveitar dos restos de alimentos e camundongos (DRISCOLL et. al., 2013, pg. 36). Em um contexto histrico, a relao entre homens e animais transcorre diferentes fases e entendimentos. Os gatos domsticos no tinham boa reputao quando o Brasil foi colonizado, contudo foram considerados bons companheiros domsticos na Europa desde o Sculo XVIII. J os ces eram vistos como animais impuros pelo fato de se alimentarem de carnia, comportamento este que deu origem s expresses com conotao negativa e depreciativa como: vida de co e ele o co. Foi apenas a partir do sculo XVII que a populao europeia passou a perceber os caninos como sinnimo de fidelidade e coragem (ELIAS, 2010, pg. 26 e 27). Ao que diz respeito domesticao canina, vrias hipteses foram formuladas, desde considerar que a princpio foram os prprios caninos que optaram por viver perto dos homens por conta da facilidade em alimentao, at a verso mais tradicional que considera que h cerca de 40 mil anos, grupos de lobos (Canis lupus) que viviam no Leste Asitico perceberam que poderiam obter alimento mais facilmente seguindo os humanos. H cerca de 40 mil anos, grupos de lobos (Canis lupus) que viviam no Leste Asitico perceberam que poderiam obter alimento mais facilmente seguindo os humanos. Isso porque caadores-coletores viviam se deslocando e deixando para trs um nutritivo lixo, composto de restos de ossos, cartilagens e alguns resduos de carne. Mas um estudo do DNA de ces e lobos publicado na revista Nature em maro de 2010, indica o Oriente Mdio como o lugar mais provvel do surgimento de Canis lpus familiaris, nosso co domstico. (ELIAS, 2010, pg. 39) H de se ressaltar esse contexto na relao entre homens e animais, pois, sabe-se que a domesticao foi um dos eventos mais significativos da histria humana que vem se configurando ao longo da evoluo. Para Delarissa e Matiolli (2013), a proximidade afetiva com os bichos foi herdada de nossos antepassados. Contudo, atualmente essa relao est se tornando mais complexa, as pessoas sem se dar conta, passaram a estreitar cada vez mais sua relao com os animais de companhia, tornando-os provedores de afeto e alvio para suas angstias. EXISTE UMA QUESTO TICA NA RELAO DO HOMEM COM OS ANIMAIS DE COMPANHIA QUE DEVE SER DEBATIDA? 16. Metodologia O presente estudo partiu da observao no-estruturada (assistemtica) do comportamento humano com seus animais de estimao publicadas nas redes sociais e blogs da World Wide Web . Foram analisadas publicaes aleatrias num perodo de 4 meses. A partir da foram selecionadas algumas imagens para anlise ao que diz respeito ao comportamento humano perante seus pets. Resultados e Discusso Atualmente com o advento da vida moderna, da correria das grandes cidades e da necessidade de praticidade os indivduos optaram por um modelo familiar diminudo ou ento pela vida solitria e por inmeras vezes os animais de estimao, em particular os ces ou gatos, tem servido como substitutos de amigos, de um ente familiar ou de uma criana, j que embora necessitem de alguns cuidados, no exigem muita ateno. Essa opo por um adquirir um animal de companhia, muitas vezes, decorre do fato de os bichos parecem seguros quanto prpria identidade e no se preocupam com o julgamento de seus pares. J o homem preocupa-se com seu lugar na sociedade, compreende e precisa agregar valores a si mesmo e a quem representa ou acredita ser. J, para o cachorro, o grupo humano ao qual pertence se torna sua matilha, e nela ele identifica um lder. A parceria formada desde muito cedo entre ces e humanos provavelmente tem sido favorecida por essa predisposio comum para viver num ambiente tribal DELARISSA; MATIOLLI (2013, pg. 65-67). A escolha por um objeto de afeto que no necessite de grande investimento, embora exija alimentao, companhia e um pouco de carinho muitas vezes est associada ao fato do bicho no fazer cobranas e muito menos exigncias. De acordo com MARCONDES (2013, pg. 74), o Brasil tem 98 milhes de animais de estimao segundo dados da Associao Nacional de Fabricantes de Produtos para Animais de Estimao (Anfalpet). Os nmeros so impressionantes e compreensvel questionar as razes da existncia dessa quantidade de animais de estimao (pet em ingls, do verbo to pet, afagar, acariciar), bem como investigar os mecanismos sociais e psicolgicos que nos levam a nos identificar com eles. Existe muita expectativa por parte dos humanos ao adquirir um animal de estimao. possvel observar nas redes sociais, a partir das publicaes dirias, o que os indivduos esperam ao adquirir um pet. Uma imagem publicada na rede social Facebook e em um blog ilustram a relao esperada entre o dono e seu animal de companhia: Alm das relaes de afeto, muitas vezes os animais de estimao so adquiridos com objetivo de contribuir para melhorar a sade fsica ou mental de seus donos, embora os benefcios que eles trazem para a sade sejam questionados por alguns pesquisadores, j que estes afirmam, no se tem comprovao de tais benefcios sejam duradouros. notrio destacar que a presena dos pets reduz os nveis de estresse, dentre outros benefcios destacados pelo Journal of the American Association of Human-Animal Bond Veterinarian (AAHABV) atravs de um estudo feito pelos pesquisadores Johannes Odendaal e Susan Lehmann (LEAL, 2013, pg. 29 e 30), dentre eles a interao entre ces e humanos que deflagra, em ambos, a liberao de substncias que diminuem a ao do cortisol (hormnio do estresse) provocando sensao de bem-estar. Os animais so excelentes companheiros, principalmente para crianas, contudo a maioria das pessoas apenas projeta suas expectativas em relao ao animal e no consideram o fato de que estes tambm apresentam de alguma forma, emoo. Para Damsio (apud WILHELM, 2013), os animais possuem emoes primrias: medo, raiva, tristeza, entre outras e emoes sociais: simpatia, vergonha, culpa, gratido embora seja difcil provar que animais possuam esta capacidade de autorreflexo. Diversos estudos que avaliam o metabolismo animal, fornecem evidncias que os sentimentos animais no se diferenciam dos sentimentos humanos, considerando-se os processos neuronais comuns todos os mamferos. Concluso Embora no seja possvel uma comprovao mais precisa dos sentimentos conscientes dos animais, importante salientar que tanto os humanos quanto os no humanos compartilham de emoes e sensaes semelhantes e por esta razo ao optar por ter um animal de companhia, vale salientar que este tambm precisa de companhia, ateno, alm de gua e rao. Apesar da relao entre as espcies, muitas vezes ser ambgua, j que mescla dominao e afeto, a proximidade com o homem nem sempre benfica para o animal, j que so inmeros os casos de abandono e descaso com os animais. Por esta razo ao optar por incluir um no humano na rotina diria, vale ressaltar que deve ser uma escolha responsvel, j que o animal pode no corresponder com as expectativas do dono e que assim como qualquer outro mamfero est sujeito depresso, estresse e a um comportamento diferente daquele imaginado. Rever nossas responsabilidades ticas, morais e legais com outras formas de vida que compartilham o ambiente que vivemos fundamental para ambos, j que numa viso antropomorfista, todos os animais apresentam alguma forma de emoo e merecem muito mais um pouco de gua e um prato de rao. Referncias DELARISSA, F. A.; MATTIOLI, O. C. A relao subjetiva entre homens e bichos se transformou; hoje o animal faz parte da famlia. Mente e Crebro. So Paulo. Ed. Especial N. 39. Pgina 60-67. Setembro/outubro. 2013 DRISCOLL, C. A. A Longa e Fascinante Domesticao do Gato. Scientific American Brasil. Edio Especial Vida Animal. N. 56. Pgina 36-39. ELIAS, R. Santos animais. Revista de Histria da Biblioteca Nacional. Rio de Janeiro. Ano 5. N. 60. Pgina 25-28 Setembro 2010 FILHO, N. A. Fidelidade e Traio entre Ces e Seres Humanos. Scientific American Brasil. Edio Especial Vida Animal. N. 56. Pgina 50-53. LEAL, G. Terapeutas de Quatro Patas: t-los por perto diminui o estresse, favorece processos cognitivos, concentrao, criatividade, alm de ajudar pessoas doentes a enfrentar tratamentos desconfortveis. Mente e Crebro. So Paulo. Ed. Especial N. 39. Pgina 29-30. Setembro/outubro 2013 MARCONDES, A. Mesmo sem perceber, pessoas tendem a buscar companheiros com os quais se identificam. Mente e Crebro. So Paulo. Ed. Especial N. 39. Pgina 74. Setembro/outubro 2013. O AMIGO. The 5th International Cartoon. Exhibition Zagreb/Crocia. Blog: Solidariedade Animal, o Blog da Defesa dos Animais. Disponvel em Acesso em 22/09/2013 O QUE Zooarqueologia. Instituto Anchieta de Pesquisas. Disponvel em Acesso em 30/01/2014 S ANIMAIS. Comunidade no Facebook Disponvel em Acesso em 22/09/2013 VIANA, M. A. O Culto aos gatos no Egito Antigo. Mundo Pet Magazine. Disponvel em Acesso em 30/01/2014 WILHELM, K. Um jeito de sentir: Quem gosta de bichos no duvida que seus companheiros de estimao expressam simpatia, indignao e gratido. Porm os cientistas fazem distino entre respostas e estmulos e a interpretao das prprias emoes. Mente e Crebro. So Paulo. Ed. Especial N. 39. Pgina 26,27. Setembro/outubro 2013 EXISTE UMA QUESTO TICA NA RELAO DO HOMEM COM OS ANIMAIS DE COMPANHIA QUE DEVE SER DEBATIDA? 17. EXISTE UMA QUESTO TICA NA RELAO DO HOMEM COM OS ANIMAIS DE COMPANHIA QUE DEVE SER DEBATIDA? 18. Karynn Vieira Capil; Marta Luciane Fischer, Resumo: Atualmente existem cerca de 400 raas diferentes de ces com diversas caractersticas morfolgicas e comportamentais diferentes, mostrando a grande quantidade de variabilidade gentica que pode-se gerar por meio de seleo artificial. No passado os cruzamentos visavam ces com caractersticas teis para o trabalho e atualmente h maior apreciao dos animais para companhia. O objetivo deste trabalho foi analizar os critrios e motivaes da seleo artificial em ces e os impactos da mesma para o bem-estar animal. As consequncias negativas da seleo artificial em ces decorrem principalmente da motivao envolvida no momento da escolha das caractersticas do animal e no da tcnica usada e o problema concernente ao bem-estar animal decorre do fato de as caractersticas selecionadas no visarem melhorias e nem considerarem interesses, necessidades e limites dos animais, mas sim atenderem a uma demanda ligada ao consumo e aos interesses mercadolgicos. possvel que a seleo artificial resulte em melhorarias na qualidade de vida dos animais, o que depende de mais pesquisas genticas e mudanas nos critrios envolvidos na seleo artificial. Palavras chave: cruzamento, bem-estar animal, antropocentrismo, coisificao. INTRODUO H cerca de quinze mil anos, com o surgimento da agricultura, o homem deixou de ser nmade e ento apareceram os primeiros vilarejos dos quais os lobos selvagens se aproximavam em busca de alimento. Os lobos mais dceis se arriscavam mais e obtinham mais xito, consequentemente, gerando mais descendentes do que os menos dceis. Aps sucessivos cruzamentos de animais dceis entre si, o lobo selvagem (Canis lupus lupus) deu origem