O cérebro pode ser vilão do emagrecimento€¦ · engordar que emagrecer. Perder peso n ão é...
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O cérebro pode ser vilão do
emagrecimento
IRISMAR C. FARIAS
PSICÓLOGA
INTRODUÇÃO
A partir dos 30 anos, o metabolismo começa a desacelerar. Os sinais do
envelhecimento são sutis e ganham força anos mais tarde. Fica mais fácil
engordar que emagrecer.
Perder peso não é nada fácil. Não sabia, também, que emagrecer tem altos e
baixos naturais. Para muita gente, fazer dieta é relativamente fácil no início. Quando, porém, o primeiro desafio aparece, fazer dieta passa a ser uma tarefa
árdua. Eu me lembro de uns 10 anos atrás quando comecei a engordar e o
quanto sofria para perder qualquer quilinho que fosse. E o tempo foi passando e
não me incomodava, no entanto chegou a tal Diabetes e Pressão Alta! Mas hoje,
depois de muito ler sobre o tema, surgiu a preocupação com a idade, o
sobrepeso ainda mais com a saúde, tentei eu mesma fazer dietas (algumas
certas e outras bem erradas) e muito aprendizado, nada de sucesso. Então
resolvi, porque não eu mesma buscar uma forma de emagrecer com saúde?
Busquei então profissionais como; Nutricionista, endocrinologista, quem disse
que conseguir? O problema estava comigo mesma, na forma de pensar, no meu
comportamento e atitudes diante da comida. Afinal sou Psicóloga e porque não
agir como tal?
Não se trata apenas de emagrecer, não que isso seja pouco, mas de
desenvolver autoestima, resiliência, autocontrole. De aprender a superar
obstáculos e a enfrentar as dificuldades e os reveses sem sucumbir a eles, sem
se tornar vítima das circunstâncias, mas agente de mudanças positivas.
MAS AFINAL, O QUE É A OBESIDADE?
A obesidade, ao contrário do que
acontecia há alguns anos atrás, já não é
somente um problema estético. A
obesidade foi classificada como uma
doença crónica e progressiva resultante de
um conjunto de fatores ambientais e
genéticos. A obesidade é uma doença e,
como tal, tem de ser diagnosticada, tratada
e acompanhada. Sendo uma doença
progressiva, o acompanhamento pelos profissionais de saúde deve ser
prolongado e muitas vezes perpétuo, para assegurar o bem-estar e a qualidade
de vida da pessoa.
COMPLICAÇÕES NA SAÚDE ASSOCIADAS À OBESIDADE
São diversas as complicações na saúde geralmente associadas à obesidade,
entre as quais se destacam:
Risco de diabetes de tipo 2
Níveis de colesterol e triglicerídeos anormais no sangue
Tensão arterial elevada, aterosclerose, risco aumentado de problemas
cardíacos
Problemas respiratórios, como a apneia de sono e asma
Complicações no fígado
Dores nas costas e nas articulações
Risco de cancro (no pâncreas, esófago, rins, entre outros órgãos)
Problemas urinários
Depressão e falta de autoestima.
A maior ameaça está na falta de autonomia e dignidade que o a pessoa
poderá enfrentar ao longo da vida. A falta de força muscular face ao seu peso
impede-o de possuir qualquer tipo de autonomia e independência.
Em fim se você enfrenta dificuldades para emagrecer ou emagreceu e engordou
novamente nos últimos tempos, você culpou a si mesmo (Sou muito fraco.
Não estava ou motivado o suficiente), culpa seu organismo (Tem alguma coisa
errada em mim. Eu, simplesmente, não consigo emagrecer), ou a dieta que
escolhi (Esta, definitivamente não funciona para mim).
Você, apenas, não sabia como fazer dieta. Quando aprender a fazer dieta, subirá
na balança e verá um peso cada vez menor, semana após semana. Você vestira
roupas menores. Você vivenciara todos benefícios maravilhosos de um corpo
mais magro: mais energia, autoconfiança e saúde, autoestima melhorada,
menos dores e desconfortos que a maioria da terceira idade enfrenta.
As pessoas que lutam para emagrecer, de qualquer faixa etária, tem uma
programação mental que sabota seus esforços. Frequentemente tem
pensamentos como:
Sei que não deveria comer isto, mas não me importo.
Se eu comer isto só desta vez não vai ter problema.
Tive um dia tão difícil. Mereço comer o que eu quiser.
Não consigo resistir a esta comida.
Estou chateado.
Tenho que comer.
Já que comi o que não devia, vou continuar comendo até o fim do dia.
É muito difícil.
Não quero continuar fazendo dieta.
Quando escutar uma pequena voz em sua cabeça falando:
"Ah, coma só isso... Não tem importância
", você será capaz de dizer para si mesmo
"Tem importância sim... Eu quero ser magro... Todas as vezes que comer algo
não planejado, aumentarei a probabilidade de fazer isso novamente... Sempre
terá importância. . .Estou apenas tentando me enganar... Se comer isto, sentirei
prazer por alguns segundos, mas depois irei me sentir mal. Eu posso resistir.
Para mim, é muito mais importante emagrecer do que ter alguns segundos de
prazer. São esses tipos de pensamentos e comportamentos que sabotam a
nossa vida, que nos prendem ao sofrimento de um envelhecer com doenças,
sem prazer. Pense o seguinte: muitas pessoas ganham alguns quilos, a cada
ano, devido ao fato natural de o organismo ficar mais lento com o passar da
idade.
PROPOSTA
O que proponho a vocês não é uma dieta de alimentos, mais uma dieta
psicológica, é estabelecer uma dieta mental e adequada, você pode comer
conforme o esperado e a responder a pensamentos sabotadores como:
Eu não quero que, eu não tenho que, ou eu não consigo.
Para escolher alimentos apropriados e utilizar hábitos alimentares adequados,
você precisa aprender a fazer modificações permanentes na maneira de
pensar
A TERAPIA COGNITIVA FUNCIONA?
A terapia cognitiva baseia-se no conceito de que a maneira como as pessoas
pensam afeta o que elas sentem e o que elas fazem. Digamos que você pense:
Estou com fome. Se, em seguida, tiver um 'pensamento sabotador como isto é
horrível. Não posso tolerar. Tenho que comer, você vai ficar apavorado e vai sair
atrás de comida.
Por outro lado, se você contrariar esses pensamentos com respostas
adaptativas", tudo bem. Vou comer dentro de poucas horas. Posso esperar, você
se sentira no controle da situação e acabara se envolvendo em outras atividades.
A terapia cognitiva o ajuda a identificar pensamentos sabotadores e a responder
a eles de maneira funcional, o que leva você a se sentir melhor e a se comportar
de maneira mais produtiva.
As pessoas aprendem a resolver problemas e quem faz dieta pode ter muitos
problemas. Por exemplo; você já saiu da dieta por alguma destas razões?
Não se sentiu satisfeito mesmo tendo acabado de comer.
Sentiu-se chateado e pensou que comer o faria se sentir melhor.
Sentiu-se atraído por um alimento enquanto fazia compras no
supermercado
Para que você consiga emagrecer e manter o peso conquistado, você precisa
resolver esses problemas práticos. Precisa também, resolver alguns problemas
psicológicos, por exemplo:
A sensação de estar sobrecarregado pelas exigências da dieta.
A sensação de estar em privação.
A sensação de estar desmotivado quando seu emagrecimento não
correspondeu ao previsto.
A sensação de estar estressado com outros problemas da vida.
Depressão, falta de vontade, tristeza, angustia, provocados pelas
doenças próprias da idade.
O abandono, insônia, solidão entre outros.
MINHA EXPERIÊNCIA
Eu estava habituada, desde os 30 anos, a experimentar várias dietas, mas
acabava presa a um círculo bastante conhecido: durante as primeiras semanas
ou meses de cada dieta que iniciava, eu, confiantemente, emagrecia e me sentia
no controle; de repente, algo a fazia desviar-me da dieta.
Era um aniversário, aos domingos o almoço tradicional com os meus netos, as
reuniões em família acabavam sempre no bolo de chocolate e um churrasco
As razoes variavam. As vezes que eu estudava ou trabalhava até mais tarde, o
que, para mim, era "motivo" para pegar uma fatia de bolo, refrigerante. Em outra
ocasião, após uma discussão com os filhos, ficava chateada e "me peguei"
comendo um pote de 500ml de sorvete de creme com chocolate. Em outra vez,
eu "perdi o controle" em uma festa ao ver uma mesa coberta de pratos
tentadores. E essa era desculpa para me afastar da dieta, minha determinação
rapidamente diminuía.
No passado, eu podia ter conseguido fazer mudanças de curto prazo em meus
hábitos alimentares para emagrecer. Porém, quando o caminho se tornou difícil,
eu abandonei essas mudanças porque não sabia responder a pensamentos
sabotadores como:
E muito difícil fazer dieta.
Eu tenho que comer.
Eu não tenho autocontrole.
Eu não quero magoa-la, portanto vou comer o que ela preparou.
Não consigo fazer dieta quando estou estressado.
Por experiência própria, entendo os desafios enfrentados pelos que fazem dieta
e posso também testemunhar a favor do sucesso da terapia cognitiva para
superar esses desafios.
No consultório, é fácil verificar a relação entre baixa autoestima e sobrepeso ou
obesidade: o problema não é a comida, e, sim, a função que ela tem para a
pessoa. Comer porque está triste, assaltar a geladeira porque brigou com o
companheiro, o chefe, a mãe, porque se está insatisfeito com o trabalho, os
motivos são vários, mas acabam sempre no prato. Muitas vezes, a pessoa não
percebe, comer é comportamento automático, nem importa o que se escolha. Há
casos de pacientes que, no decorrer do tratamento, descobrem que nem gostam
de determinado alimento, ou seja, comiam pão doce, por exemplo, e nem
gostavam. Ou nunca tinham percebido que o segundo pedaço de bolo não tinha
o mesmo gosto do primeiro, mas continuavam repetindo. Não se come por
prazer, a fome é emocional, de carinho, de amor e de aceitação.
Aprendi com uma paciente que acolhi. Foi a primeira pessoa idosa que atendi
depois de me tornar psicóloga foi uma mulher que sofria de depressão e
ansiedade. Depois de várias semanas de terapia, ela começou a se sentir melhor
e disse que tinha uma nova meta: EMAGRECER. Pude perceber,
imediatamente, que ela precisava mudar seus pensamentos para poder mudar
o comportamento alimentar. Aprendi muito com ela e com outros pacientes que
vieram depois dela, que também queriam emagrecer.
Ajudando essa senhora descobrir por que ela tinha necessidade de se esconder
do mundo atrás daquela armadura de gordura, por que ela acredita que não tinha
controle sobre a comida e que é fraca e que nunca vai emagrecer, por que ela
buscava conforto e alívio de emoções negativas no chocolate ou na pizza,
mesmo não tendo consciência disso. Quando a pessoa começa a perceber seus
pensamentos, as emoções decorrentes deles e o comportamento que resulta
disso, ela tira o foco da comida e passa a compreender o que realmente falta em
sua vida, e descobre do que precisa para ser feliz. E que, no fim das contas, não
é comida.
O NOVO
Você provavelmente perceberá que fazer dieta e emagrecer tem um ciclo
previsível: durante uma ou duas semanas você acha que é relativamente fácil.
Então, as coisas parecem se tornar mais difíceis. Os desejos incontroláveis
surgem ou se intensificam. A vida interfere. Os horários na sua agenda estão
tomados. Você se sente emocionalmente estressado. E, então, você encontra
inúmeras razões para se afastar da dieta.
Se você continuar praticando as habilidades descritas, NÃO É DIFICIL É? você
será bem-sucedido. A dieta se tornará fácil. Os desejos incontroláveis e a fome
diminuirão. Você encontrará maneiras eficientes de lidar com o estresse. Seus
pensamentos mudarão. Na verdade, você chegará ao ponto de reagir de maneira
diferente quando olhar para um alimento que não deveria comer. Em vez de
dizer;
Eu gostaria de poder comer isto e se sentir triste,
É injusto não poder comer isto e se sentir infeliz, você vai dizer,
automaticamente, estou tão feliz por não comer isto. Em algum momento,
você vai mudar de eu odeio me privar para, estou feliz por não ter comido
exageradamente! Apenas faça o necessário, um dia de cada vez, estou
sugerindo. VOCÊ CHEGA LÁ!
Os sentimentos que o incitam a comer para buscar conforto ou se distrair, são
sentimentos agradáveis também podem ser estímulos emocionais. Você pode
pensar que, se comer ou continuar comendo, poderá manter os sentimentos
bons por mais tempo. Ou, então, poderá pensar que seus bons sentimentos irão
desaparecer caso você restrinja a alimentação. Espero que a minha história e as
dicas de mudar o comportamento e pensamentos em relação a comer ti ajude
nessa nova caminhada.
DICA
Pensamento sabotador: Minha família e meus colegas irão ficar furiosos comigo
por essas mudanças.
Resposta adaptativa: Estou pensando de maneira realista? Quão furiosos eles
poderão ficar? Por quanto tempo eles ficarão furiosos? É razoável que eles
fiquem furiosos? Devo lembrar que não estou fazendo isto para deixá-los
furiosos. Estou fazendo porque preciso.
Lembrete: o pão estará tentador, mas posso resistir. Para mim, é mais
importante emagrecer. Se eu comer o pão terei um prazer momentâneo,
mas depois me sentirei pior.
Espero que o conteúdo tenha lhe ajudado a compreender como o nosso
pensamento e comportamento diante dos alimentos interferem no
emagrecimento, conheça minha plataforma http://www.eguspsicologia.com.br .
Qualquer dúvida ou comentário que você tenha ou fazer sobre o conteúdo pode
escrever para o E-mail abaixo, será um prazer tirar suas dúvidas e conversar
com você pois aprofundarei mais o tema que não trouxe no e-book para o mesmo
não ficar longo e cansativo, até breve: GRATIDÃO
Boa Sorte!
Texto – Psicóloga
IRISMAR C. FARIAS
CRP 20/08237
contato - 92 98143 3938
REFERÊNCIAS
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Pennsylvania Press, 1972. – ISBN 978-0-8122-7652-7
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Scott, J., Williams, J.M., Beck, A.T., ”Cognitive Therapy in Clinical
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Alford, B.A., Beck, A.T., ”The Integrative Power of Cognitive Therapy”. The
Guilford Press, 1998. – ISBN 1-57230-396-4
Beck, A.T., ”Prisoners of Hate: The Cognitive Basis of Anger, Hostility, and
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Clark, D.A., Beck, A.T.,-55798-789-0