O diferencial invisível - Exército Brasileiro · 2017. 12. 27. · FAA, previstos no AC 120-63. O...

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ANO II | N o 6 | DEZEMBRO DE 2007 | 1 O que difere aquele brinquedo importado, com suas luzinhas piscantes, barulhos e movimentos desconjuntados, daque- le carrinho que está explorando a superfície de Marte? Qual a diferença do avião pilotado por controle remoto encontra- do em qualquer clube de aeromodelismo do avião que bus- ca alvos para as tropas em combate? E qual a diferença daquele jogo para computador que leva o jogador a viajar por diversas capitais do mundo para os simuladores que treinam pilotos de aviação comercial ou de combate? A resposta para todas as perguntas anteriores está na inteligência embutida que vai interagir com os diversos subsistemas de um equipamento complexo e robusto. Quan- do se fala na inteligência incorporada a um produto, susci- tam a discussão em diversas áreas do conhecimento: re- des neurais artificiais, malhas de controle não-lineares, equa- ções diferenciais, plataformas estabilizadas, sistemas espe- cialistas, inteligência artificial. Mas esse salto tecnológico em- butido muitas vezes não aparece, levando a conceitos errô- neos. A título ilustrativo, serão discutidos, a seguir, os exem- plos citados no início do texto. Um brinquedo que realiza movimentos simples e repe- titivos, falando frases pré-gravadas, não pode ser considera- do um robô. Mas definir o que é um robô não é tarefa fácil, uma vez que grupos diferentes conceituam de formas dife- rentes, não chegando a uma definição formal única. De ma- neira geral, um robô pode ser considerado um sistema auto- mático inteligente, capaz de interagir com o ambiente por intermédio de sensores e atuadores e de realizar tarefas de forma autônoma ou com alguma supervisão humana. A fic- ção científica está cheia de exemplos. Um aeromodelo é uma aeronave em escala reduzida, podendo ser controlado por rádio e ser utilizado única e exclu- sivamente para esporte ou lazer. Já um veículo aéreo não tripu- lado, mais conhecido pela sigla VANT, é algo muito mais com- plexo, sendo definido como uma aeronave projetada ou mo- dificada para operar sem piloto humano, podendo ser utiliza- do para prover vigilância e reconhecimento ou mesmo para o combate. Os VANTs apresentam características como aspec- to, forma de propulsão, peso, alcance e finalidade das mais variadas. Sua carga é constituída de sensores que se desti- nam às mais variadas funções: câmeras de TV, radares, câ- meras de infravermelho, equipamentos de inteligência de si- nais, laser, sensores meteorológicos, sensores para detecção de agentes químicos ou radiológicos, entre outros. Seu plano de vôo pode ser pré-programado ou pode ser pilotado remo- tamente através de um enlace confiável de comunicações. Enquanto um programa de computador, como o jogo em que o usuário está pilotando uma aeronave virtual, está limitado à tela do computador, o simulador de treinamento para pilotos de aeronaves é um sistema complexo que deve replicar, da forma mais realística possível, a operação de uma aeronave real. Para tanto, esses simuladores utilizam répli- cas em tamanho real das cabines montadas em um sistema com atuadores hidráulicos e/ou eletromecânicos para re- criar os movimentos da aeronave durante o vôo. Todos os subsistemas da cabine são integrados/controlados por com- putadores de alta tecnologia que também vão gerar cená- rios realísticos. Esses simuladores são únicos para cada tipo de aeronave (um simulador para um jato comercial é dife- rente de um para um avião de caça ou de helicóptero) e lar- gamente utilizados para treinar tripulações em operações normais ou em situações de emergência. Sendo assim, você viajaria por uma companhia aérea em que seus pilotos apren- dessem a pilotar uma aeronave utilizando um jogo para en- tretenimento doméstico? Embutir uma inteligência a um produto envolve al- tas tecnologias nas mais diversas áreas do conhecimen- to em um sistema por si só complexo. E isso custa muito caro. Os projetos de pesquisa e desenvolvimento de sis- temas inteligentes, como os citados anteriormente, re- cebem investimentos que variam de dezenas de milhões de reais a cifras que estão na casa dos bilhões de reais. Incorporando inteligência O diferencial invisível Maj QEM Renato Massayuki Okamoto [email protected]

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  • ANO II | No 6 | DEZEMBRO DE 2007 | 1

    O que difere aquele brinquedo importado, com suas luzinhas

    piscantes, barulhos e movimentos desconjuntados, daque-

    le carrinho que está explorando a superfície de Marte? Qual

    a diferença do avião pilotado por controle remoto encontra-

    do em qualquer clube de aeromodelismo do avião que bus-

    ca alvos para as tropas em combate? E qual a diferença

    daquele jogo para computador que leva o jogador a viajar

    por diversas capitais do mundo para os simuladores que

    treinam pilotos de aviação comercial ou de combate?

    A resposta para todas as perguntas anteriores está

    na inteligência embutida que vai interagir com os diversos

    subsistemas de um equipamento complexo e robusto. Quan-

    do se fala na inteligência incorporada a um produto, susci-

    tam a discussão em diversas áreas do conhecimento: re-

    des neurais artificiais, malhas de controle não-lineares, equa-

    ções diferenciais, plataformas estabilizadas, sistemas espe-

    cialistas, inteligência artificial. Mas esse salto tecnológico em-

    butido muitas vezes não aparece, levando a conceitos errô-

    neos. A título ilustrativo, serão discutidos, a seguir, os exem-

    plos citados no início do texto.

    Um brinquedo que realiza movimentos simples e repe-

    titivos, falando frases pré-gravadas, não pode ser considera-

    do um robô. Mas definir o que é um robô não é tarefa fácil,

    uma vez que grupos diferentes conceituam de formas dife-

    rentes, não chegando a uma definição formal única. De ma-

    neira geral, um robô pode ser considerado um sistema auto-

    mático inteligente, capaz de interagir com o ambiente por

    intermédio de sensores e atuadores e de realizar tarefas de

    forma autônoma ou com alguma supervisão humana. A fic-

    ção científica está cheia de exemplos.

    Um aeromodelo é uma aeronave em escala reduzida,

    podendo ser controlado por rádio e ser utilizado única e exclu-

    sivamente para esporte ou lazer. Já um veículo aéreo não tripu-

    lado, mais conhecido pela sigla VANT, é algo muito mais com-

    plexo, sendo definido como uma aeronave projetada ou mo-

    dificada para operar sem piloto humano, podendo ser utiliza-

    do para prover vigilância e reconhecimento ou mesmo para o

    combate. Os VANTs apresentam características como aspec-

    to, forma de propulsão, peso, alcance e finalidade das mais

    variadas. Sua carga é constituída de sensores que se desti-

    nam às mais variadas funções: câmeras de TV, radares, câ-

    meras de infravermelho, equipamentos de inteligência de si-

    nais, laser, sensores meteorológicos, sensores para detecção

    de agentes químicos ou radiológicos, entre outros. Seu plano

    de vôo pode ser pré-programado ou pode ser pilotado remo-

    tamente através de um enlace confiável de comunicações.

    Enquanto um programa de computador, como o jogo

    em que o usuário está pilotando uma aeronave virtual, está

    limitado à tela do computador, o simulador de treinamento

    para pilotos de aeronaves é um sistema complexo que deve

    replicar, da forma mais realística possível, a operação de uma

    aeronave real. Para tanto, esses simuladores utilizam répli-

    cas em tamanho real das cabines montadas em um sistema

    com atuadores hidráulicos e/ou eletromecânicos para re-

    criar os movimentos da aeronave durante o vôo. Todos os

    subsistemas da cabine são integrados/controlados por com-

    putadores de alta tecnologia que também vão gerar cená-

    rios realísticos. Esses simuladores são únicos para cada tipo

    de aeronave (um simulador para um jato comercial é dife-

    rente de um para um avião de caça ou de helicóptero) e lar-

    gamente utilizados para treinar tripulações em operações

    normais ou em situações de emergência. Sendo assim, você

    viajaria por uma companhia aérea em que seus pilotos apren-

    dessem a pilotar uma aeronave utilizando um jogo para en-

    tretenimento doméstico?

    Embutir uma inteligência a um produto envolve al-

    tas tecnologias nas mais diversas áreas do conhecimen-

    to em um sistema por si só complexo. E isso custa muito

    caro. Os projetos de pesquisa e desenvolvimento de sis-

    temas inteligentes, como os citados anteriormente, re-

    cebem investimentos que variam de dezenas de milhões

    de reais a cifras que estão na casa dos bilhões de reais.

    Incorporando inteligênciaO diferencial invisível

    Maj QEM Renato Massayuki Okamoto

    [email protected]

    ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

  • CTEx NOTÍCIAS | 2C T E XC T E X

    No Brasil, o termo VANT (Veículo Aéreo Não Tripulado),

    tem sido usado para qualquer tipo de aeronave com

    capacidade de voar sem um piloto a bordo. Tal generali-

    zação se deve ao fato de não existir no Brasil uma nor-

    ma que faça distinção entre aeromodelos, aeromodelos

    remotamente pilotados, sistemas de VANT táticos, sis-

    temas de VANT estratégicos e sistemas de VANT civis.

    A ANAC (Agência Nacional de Aviação Civil) emitiu, no

    corrente ano, o guia IS-RBHA 91-NN, o qual define VANT

    como uma aeronave projetada ou modificada para ope-

    rar sem piloto humano a bordo, além de classificá-los

    em quatro grupos de acordo com o espaço aéreo que

    irá operar, sem levar em conta, de forma clara, as ca-

    racterísticas físicas e funcionais do VANT como parte de

    um sistema.

    Com a ausência de uma normalização do que ve-

    nha a ser VANT de emprego militar, freqüentemente são

    oferecidos aos diversos escalões do EB “sistemas de

    VANT” de baixo custo, os quais não são capazes de aten-

    der aos requisitos de um material de emprego militar.

    Para diferenciar sistemas de VANT de emprego militar

    de outros sistemas, cabem as seguintes definições em

    complemento ao que estabelece o guia IS-RBHA 91-NN:

    Aeromodelo: aeronave abaixo de 25 kg, utilizada única

    e exclusivamente para esporte e lazer, cuja operação é

    regida por regulamento próprio (RBHA 100).

    Aeromodelo Remotamente Pilotado: aeronave abaixo

    de 150 kg, equipada com uma carga útil variável (nor-

    malmente câmera de vídeo, transmissor de vídeo, tele-

    metria e sensores diversos), utilizada normalmente em

    pesquisas relacionadas a VANT (IS-RBHA 91-NN).

    VANT Tático: aeronave utilizada em operações milita-

    res, com capacidade de executar missões com trajetó-

    rias previamente programadas de forma autônoma ou

    remotamente controlada. Permite o transporte de instru-

    mentação para a coleta de informações da área sobre-

    voada, tanto de dados como de imagens, enviando-as

    para uma estação localizada em terra. Apresenta rusti-

    Conceito de VANT

    Maj QEM José Cerdeira Gonzalez

    [email protected]

    ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

    Exemplo de aeromodelo

    Exemplo de aeromodelo remotamente pilotado

    Exemplo de VANT tático

  • ANO II | No 6 | DEZEMBRO DE 2007 | 3

    cidade e capacidade de operar em condições climáti-

    cas e eletromagnéticas hostis, compatíveis com os ma-

    teriais de emprego militar (MEM). A arquitetura física de

    um sistema de VANT tático é muito variada. Dependen-

    do do tipo de missão, alcance e altitude de vôo, o siste-

    ma pode possuir: aeronaves, estação de solo, sistema

    de lançamento, sistema de decolagem e pouso automá-

    ticos, sistema de enlace de comunicações, sensores

    multiespectrais de missão, entre outros.

    VANT Estratégico: aeronave utilizada em operações

    militares, com capacidade de executar missões com

    grandes alcance, altitude e duração, de forma autôno-

    ma, com trajetórias previamente programadas. Permi-

    te o transporte de instrumentação para a coleta de in-

    formações da área sobrevoada, tanto de dados como

    de imagens, enviando-as via satélite, para uma esta-

    ção localizada em terra. Apresenta rusticidade e capa-

    cidade de operar em condições climáticas e eletromag-

    néticas hostis, compatíveis com os MEM, contudo ne-

    cessita de infra-estrutura aeroportuária. A arquitetura

    física de um sistema de VANT estratégico possui pelo

    menos: aeronaves, estação de solo, sistema de decola-

    gem e pouso automáticos, sistema de enlace de comuni-

    cações via satélite, sensores multiespectrais de missão.

    VANT Civil: é uma aeronave com capacidade de execu-

    tar vôos com trajetórias previamente programadas de

    forma autônoma ou remotamente controlada. Permite

    o transporte de instrumentação para a coleta de infor-

    mações da área sobrevoada, tanto de dados como de

    imagens, enviando-as para uma estação localizada em

    terra. Apresenta baixa rusticidade e pouca capacidade

    de operar em condições climáticas e eletromagnéti-

    cas hostis, sendo por tanto incompatíveis com os MEM.

    A linha de pesquisa em VANT, estabelecida no CTEx,

    atualmente desenvolve o sistema de VANT VT15 (VANT

    Tático de 15 km de alcance), o qual é o primeiro passo

    de um desenvolvimento faseado, que passará em segui-

    da para o sistema de VANT VT30, objetivando chegar o

    ao sistema de VANT VT70 definido nas Condicionantes

    Doutrinárias Operacionais (CONDOP), nos Requisitos

    Operacionais Básicos (ROB) e nos Requisitos Técni-

    cos Básicos (RTB) do Exército Brasileiro. Em cada fase

    se chegará a um produto com as características de fun-

    cionalidades, confiabilidade e rusticidade dos MEM.

    A elaboração de uma norma brasileira para clas-

    sificação dos sistemas de VANT táticos, que seja co-

    mum para três Forças Singulares, ajudará a evitar

    que sejam ofertados sistemas de VANT “amadores”,

    os quais não possuem as características de um MEM.

    Exemplo de

    VANT de

    emprego civil

    Exemplo de VANT estratégico

  • CTEx NOTÍCIAS | 4C T E XC T E X

    Os simuladores são sistemas que tentam reproduzir a

    experiência de voar uma aeronave. Busca-se sempre a

    maior proximidade possível da realidade para que o mes-

    mo possa ser utilizado no treinamento efetivo de pilotos.

    Os simuladores são usados para treinar tripulações no

    vôo visual, no treinamento de panes e em diversas outras

    situações de vôo. O custo de simuladores de vôo pode

    variar de R$ 5 milhões até R$ 25 milhões, dependendo

    do grau de realidade que se deseja obter.

    A FAA (Federal Aviation Administration) classifica

    os simuladores como Full Flight Simulator do nível B ao

    D de acordo com o grau de realidade, sendo o D o mais

    realista. Os simuladores que além de realizar o vôo vir-

    tual realizam outras missões de treinamento são cha-

    mados de Full Mission Simulator.

    O CTEx vem trabalhando no desenvolvimento de

    um Full Mission Simulator que será homologado como

    Full Flight Simulator (FFS) nível B segundo as normas da

    FAA, previstos no AC 120-63. O produto será um simu-

    lador do helicóptero de ataque Fennec HA-1 – SHEFE,

    cujo objetivo principal é o treinamento do piloto em si-

    tuações diversas, tais como: reação em caso de pa-

    nes na aeronave durante o vôo, execução de tiro com o

    armamento orgânico, consecução de vôo visual diur-

    no e noturno, operação de vôo noturno com equipa-

    mento de visão noturna (EVN) e vôo tático. Sabe-se que

    o Fennec não voa por instrumentos, mas o simulador

    poderá ser empregado neste treinamento. Além disso,

    o treinamento executado no simulador poderá ser con-

    tado como hora de vôo real. O trabalho será realizado

    em parceria com empresas nacionais e deverá ter um

    custo de R$ 2 milhões.

    Além do SHEFE, o CTEx prevê o desenvolvimento de

    uma família de simuladores na qual o SHEFE seria o

    precursor e seguiria com o simulador para o helicópte-

    ro Cougar (SHECOU) e posteriormente o simulador para

    o helicóptero Black Hawk (SHEK).

    Os simuladores para o helicóptero Cougar (SHECOU)

    e para o Black Hawk (SHEK) serão concebidos empre-

    gando os ensinamentos adquiridos no desenvolvimen-

    to do SHEFE. No SHEFE, buscam-se soluções de baixo

    custo sem comprometimento do realismo necessário.

    No SHECOU e no SHEK, a filosofia do projeto é desen-

    volver um simulador que voe instrumentos, tenha mo-

    vimentos, por intermédio de uma plataforma hidráuli-

    ca, e emule panes que podem ocorrer na aeronave

    real. Por serem aeronaves de maior complexidade e com

    um grande número de sistemas, estima-se um gasto

    da ordem de R$ 10 milhões para cada um destes pro-

    jetos. Eles serão projetados visando a sua homologa-

    ção pelas autoridades aeronáuticas brasileiras como

    um Full Flight nível D. Espera-se, ao final do projeto da

    família de simuladores, atender as demandas da Avi-

    ação do Exército e estimular as empresas nacionais a

    adquirirem a tecnologia de desenvolvimento de simula-

    dores. Além disso, a expectativa é que esta tecnologia

    seja empregada pelo EB para o desenvolvimento de

    simuladores de blindados e viaturas de maneira geral.

    TC QEM Hélio de Assis Pegado

    [email protected]

    ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

    Simulação de vôo

    Exemplo de um Simulador

    de helicóptero

    SHEFE – Simulador a ser

    desenvolvido para o

    helicóptero Fennec HA-1

    SHECOU – Simulador

    a ser desenvolvido para

    o helicóptero Cougar

    SHEK – Simulador a ser

    desenvolvido para

    o helicóptero Black Hawk

  • ANO II | No 6 | DEZEMBRO DE 2007 | 5

    O Radar SABER M60 participou, a convite da Artilharia

    Divisionária da 1a Divisão de Exército (AD/1), da defesa

    antiaérea de pontos sensíveis na região de Macaé du-

    rante a Operação Albacora, realizada em setembro de

    2007. A Operação Albacora é um exercício combinado

    coordenado pelo Ministério da Defesa, com a partici-

    pação de meios da Marinha, Exército e Aeronáutica, vi-

    sando à defesa do nosso litoral e à manutenção da so-

    berania nacional.

    Na ocasião, militares do 1o Grupo de Artilharia An-

    tiaérea (1o GAAAe), acompanhados por integrantes da equi-

    pe do projeto, instalaram e operaram o radar SABER M60,

    assim como o Centro de Operações Antiaéreas Automa-

    Radar SABER M60 estréia em exercíciooperacional combinado

    TC QEM Roberto Castelo Branco Jorge*

    [email protected]

    ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

    Foi realizada no CTEx mais uma importante etapa da ava-

    liação do Radar SABER M60 conduzida pelo Centro de

    Avaliações do Exército (CAEx). Nessa etapa, foram rea-

    lizados dois ensaios dos radares primário e secundário:

    o de alcance de detecção e o de precisão das medidas.

    Esses ensaios foram conduzidos por uma equipe do

    Grupo Especial de Inspeção em Vôo (GEIV), organização

    militar do Comando da Aeronáutica encarregada da homo-

    logação de todos os radares em uso no Sistema de Con-

    trole do Espaço Aéreo Brasileiro (SISCEAB) e no SISDA-

    BRA (Sistema de Defesa Aeroespacial Brasileiro), e acom-

    panhados por integrantes do CAEx e do projeto RADAR.

    Na ocasião da realização dos ensaios, uma aeronave

    Bandeirantes do GEIV, especialmente instrumentada para

    essa missão, cumpriu diversos planos de vôo previamen-

    SABER M60 torna-se o primeiro radarnacional avaliado pelo GEIV

    TC QEM Roberto Castelo Branco Jorge*

    [email protected]

    ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

    te acordados com o CAEx, e os testes, no parecer dos mili-

    tares do GEIV, comprovaram o excelente desempenho

    do SABER M60 e sua conformidade com as especifi-

    cações estabelecidas. Outro fato digno de registro é que,

    desde que o GEIV foi criado, em 1972, o Radar SABER

    M60 foi o primeiro radar nacional avaliado por aquela OM.

    tizado Experimental (COAAe Exp), também desenvolvido

    pelo CTEx. Uma Unidade de Tiro, operada por militares da

    9a Bateria de Artilharia Antiaérea, recebia do COAAe Exp,

    de forma automatizada e em tempo real, os dados para

    engajamento oportuno das aeronaves da força oponente.

    COAAe Exp

    Radar Saber M60

    Operação do

    Radar durante

    o teste

    Equipe que participou

    do teste diante do

    Radar SABER M60

    *O autor é gerente do projeto Radar SABER M60.

  • CTEx NOTÍCIAS | 6C T E XC T E X

    No período de 20 a 24 de agosto, oficiais do Quadro

    de Engenheiros Militares (QEM) do CTEx participaram

    da Semana de Integração no Instituto Militar de Enge-

    nharia (IME).

    A Semana de Integração no IME teve o objetivo de

    proporcionar aos alunos da ativa maior conhecimento

    dos campos de atuação do futuro do oficial do QEM e

    aos alunos da reserva contatos com empresas, visan-

    No período de 27 a 30 de agosto, os oficiais-alunos do

    Curso de Especialização na área de Defesa Química, Bi-

    ológica e Nuclear (C Esp Of DQBN/2007) da Escola de

    Instrução Especializada (EsIE) participaram de instruções

    de defesa nuclear, realizadas no âmbito da Divisão de

    Defesa Química, Biológia e Nuclear do CTEx.

    As instruções foram solicitadas pelo instrutor da

    EsIE e visaram apresentar fundamentos sobre a ener-

    gia nuclear, além de oferecer aplicações dos conheci-

    mentos teóricos em situação prática simulada e em exer-

    cícios propostos, de forma a complementar o ensino

    do C Esp Of DQBN/2007.

    Além de 10 oficiais-alunos do Exército Brasileiro,

    houve a participação de um oficial integrante da Marinha

    do Brasil, um da Força Aérea Brasileira, um do Corpo

    de Bombeiros do Distrito Federal e de três oficiais inte-

    grantes dos exércitos da Venezuela, Bolívia e Paraguai.

    Foram abordados os seguintes temas: física das

    radiações, noções gerais de radioproteção e dosimetria,

    efeitos da radiação no corpo humano, aplicações mili-

    tares da energia nuclear, dosimetria das radiações, tó-

    picos especiais em engenharia nuclear, blindagem das

    radiações ionizantes, equipamentos de proteção indivi-

    dual, acidentes radiológicos e exercícios de ações e res-

    postas. A abordagem dos tópicos transcorreu por meio

    de palestras, debates, exercícios práticos, exibição de

    filmes e visita às instalações de pesquisa nuclear e radio-

    lógica. Houve ênfase para as instruções de resposta a

    emergências radiológicas e detecção nuclear.

    No encerramento, foram distribuídos lembrança

    e material informativo do CTEx, além de cd-rom con-

    tendo informações técnicas a respeito das instruções

    ministradas.

    O evento contribuiu para o estreitamento de la-

    ços entre a EsIE e o CTEx no que tange à defesa nuclear.

    Participação do CTExna Semana de Integração no Instituto

    Militar de Engenharia

    Cap QEM Eduardo Massayoshi Abe

    [email protected]

    ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

    do a oportunidades futuras. Além do CTEx, o evento con-

    tou com o apoio de várias organizações militares, tais

    como: Centro de Avaliações do Exército (CAEx), Arsenal

    de Guerra do Rio de Janeiro (AGR), 2o Centro Telemática

    de Área (2o CTA) e o Laboratório Químico Farmacêutico

    do Exército (LQFEx).

    Durante o evento, os oficiais do CTEx divulgaram

    aos alunos as atividades da engenharia militar reali-

    zada neste centro. Outrossim, foi realizada uma pa-

    lestra, na qual o CTEx e os seus principais projetos em

    desenvolvimento foram apresentados.

    Instrução para alunos do C Esp Of DQBN

    Cap QEM Jorge Alberto Valle da Silva

    [email protected]

    ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

    ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

  • ANO II | No 6 | DEZEMBRO DE 2007 | 7

    No dia 16 de outubro do corrente ano foi comemorado o

    28o Aniversário do Centro Tecnológico do Exército.

    Instalado na região de Guaratiba, Rio de Janeiro – RJ,

    o CTEx tem por missão realizar a pesquisa científica, o

    desenvolvimento experimental e a aplicação do conhe-

    cimento visando à obtenção de Materiais de Emprego

    Militar de interesse do Exército.

    A celebração dessa data contou com a realização

    de diversos eventos:

    — Exposição de pinturas;

    — Culto ecumênico;

    — Solenidade militar;

    — Exposição de projetos, equipamentos e serviços

    desenvolvidos no CTEx;

    — Corrida rústica.

    A solenidade militar realizada no CTEx contou com

    a ilustríssima presença do General-de-Exército Carlos

    Aníbal Pacheco, do Sr Presidente do Clube Militar, Gene-

    ral-de-Exército Gilberto Barbosa de Figueiredo e do Sr Di-

    retor de Formação e Aperfeiçoamento, General-de-Divi-

    são Hélio Chagas de Macedo, de diversos ex-comandan-

    tes do CTEx, além da presença de demais convidados

    civis e militares.

    O CTEx está continuamente aprimorando a capaci-

    dade de seu Quadro Técnico e buscando o que há de mais

    moderno na Ciência e Tecnologia em proveito dos Proje-

    tos de Engenharia que vão se materializar em produtos e

    serviços para seu principal cliente: o Exército Brasileiro.

    Aniversário do CTExTC QEM Ubiratan de Carvalho Oliveira

    [email protected]○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

  • CTEx NOTÍCIAS | 8C T E XC T E X

    Em 23 de agosto, visitou o CTEx a comitiva do Curso de

    Política, Estratégia e Alta Administração do Exército

    (CPEAEx), composta de quatro oficiais-instrutores e 36

    oficiais-alunos, da Escola de Comando e Estado-Maior

    do Exército. Na oportunidade, os oficiais assistiram a

    No dia 10 de outubro de 2007, foi realizado o 1o Salão

    de Pintura do CTEx. O evento teve como objetivo consoli-

    dar a posição da Unidade como referência para a socie-

    dade, na divulgação e no estimulo da arte. Registra-se a

    Visita do CPEAEx

    Maj QEM Geraldo Gurgel Filho

    [email protected]

    Maj QEM Marcelo Pacheco

    [email protected]

    ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

    ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

    Salão de pintura

    Maj Art Marcus Vinicius de Oliveira

    [email protected]

    ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

    palestras e a demonstrações dos principais Materiais

    de Emprego Militar (MEM) desenvolvidos pelo CTEx. A

    visita mostrou-se uma excelente oportunidade para que

    os oficiais do CPEAEx conhecessem as atividades de

    desenvolvimento e pesquisa de projetos direcionados

    à operacionalidade da Força Terrestre, realizadas pelos

    engenheiros militares, no âmbito do CTEx.

    Foram apresentados os projetos: Morteiros 60, 81

    e 120 mm; Simulador de Tiro de Pistola; Radar SABER

    M60; Módulo de Telemática Operacional; Módulo de

    Telemática do Batalhão Haiti; Módulo Portátil de Guerra

    Eletrônica; Simulador de Não-Comunicações; Carbono.

    presença da Presidente da Sociedade de Belas Artes,

    Sra Therezinha de Jesus Hillal Souza, de renomados pro-

    fessores componentes da Comissão Julgadora e de sig-

    nificativo número de artistas plásticos do Estado do Rio

    de Janeiro. Os artistas concorreram com obras em esti-

    los clássico e impressionista, nos temas livre ou de pai-

    sagens do CTEx, sendo premiados os 10 primeiros colo-

    cados dentre os 130 participantes do Salão de Pintura.

  • ANO II | No 6 | DEZEMBRO DE 2007 | 9

    Um das mais relevantes tendências relacionadas com os esfor-

    ços de modernização das forças terrestres no mundo nos últi-

    mos 10 anos é a crescente importância de programas, projetos

    e estudos de definição de uma nova geração de equipamentos

    pessoais para o soldado individual.

    Esses programas – cujos nomes têm sido, entre outros,

    “Soldado do Futuro”,1 “Modernização do Soldado”, “Sistema

    de Combate Individual do Futuro” – cobrem uma variada gama

    de diferentes capacidades e as correspondentes tecnologias

    habilitadoras, condicionados às idéias e ambições de cada for-

    ça terrestre, bem como às disponibilidades orçamentárias.

    Em termos gerais, os esforços estão direcionados para o

    objetivo principal de reforçar o papel do soldado de Infantaria

    como uma “plataforma” e um “sistema-dos-sistemas” dele pró-

    prio, acrescentado uma significativa capacitação para recebi-

    mento, remessa, análise e apresentação de dados e outras in-

    formações, tornando-se capaz de lutar em um ambiente de rede

    centralizada2 – normalmente no âmbito de seu grupo de com-

    bate e mesmo de forma isolada, se necessário.

    Ao mesmo tempo, outros elementos do equipamento in-

    dividual do soldado que tem importância na efetividade do com-

    bate devem ser melhorados, para incluir, por exemplo, equi-

    pamentos de visão noturna, proteção QBN, coletes de proteção

    balística, novos armamentos, fardamento especial, entre outros.

    Embora diversos desafios tecnológicos precisem ser com-

    pletamente resolvidos, em especial a fonte de energia, vários

    sistemas “Soldado do Futuro” estão alcançando diversos graus

    de maturação.

    O sistema norte-americano “Guerreiro Terrestre”3 está sen-

    do usado em combate no Iraque e, embora o Exército dos Esta-

    dos Unidos tenha decidido terminar o projeto, outros progra-

    mas estão entrando na fase de produção em série e mais al-

    guns entrarão no processo decisório para possíveis aquisições

    em larga escala. É importante ressaltar que a combinação dos

    problemas de desenvolvimento com os aspectos financeiros e

    com os ensinamentos decorrentes da utilização real determi-

    nou uma evolução da abordagem estilo ciência-ficção – que pre-

    valeceu por ocasião do lançamento do projeto – para uma con-

    figuração mais modesta, realista e prática.

    A seguir são apresentadas lista de projetos em andamento

    em diversos exércitos do mundo, permitindo que se tenha a

    percepção da relevância e prioridade recebida pelo tema em

    todo o mundo, sobretudo nos países desenvolvidos:

    • Projeto “Wundurra”4 – Exército Australiano;

    • Projeto do Soldado do Futuro5 – Exército Búlgaro;

    • Projeto de Modernização do Soldado6 – Exército

    Dinamarquês;

    • Projeto FELIN7 – Exército Francês;

    • Sistemas LW, MW e GSS8 – Exército dos Estados Unidos;

    • Sistema “Infanterist der Zukunft”9 – Exército Alemão;

    • Sistema “Dominator”10 – Exército Israelense;

    • Sistema “Soldato do Futuro” – Exército Italiano;

    • Sistema VOSS11 – Exército Holandês;

    • Sistema AIFS12 – Exército Romeno;

    • Sistema ACMS13 – Exército de Singapura;

    • Sistema COMFUT – Exército Espanhol;

    • Sistema FIST14 – Exército Britânico;

    Um aspecto essencial a considerar, em todos esses projetos,

    é que no nível do soldado individual, Comando e Controle (C2) de-

    vem permitir respostas a três questões básicas: “onde estou?”, “onde

    estão meus companheiros?” e “onde está o inimigo?”. Daí infere-

    se a pergunta fundamental: que informações relacionadas com

    Inteligência, Vigilância, Aquisição de alvos e Reconhecimento (IVAR)

    devem estar à disposição do soldado individual? Muitos fatores

    humanos e tecnológicos determinantes para solucionar essas

    indagações dependem da atribuição do militar, da missão, bem

    como do impacto de ambos nas tarefas e ferramentas requeridas.

    Soldado do futuro

    TC QEM Antônio Carlos Castañon Vieira

    [email protected]

    ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

    1 Principal fonte bibliográfica: Military Technology, v. XXXI, Issue 9, 2007.2 Ambiente de rede centralizada – no original, Network centric environment.3 “Guerreiro Terrestre” – idem, “Land Warrior”.4 Conforme Maj Thomas Basan, do Exército Australiano – em Australia´s Project “Wundurra”, Military Technology, v. XXXI, Issue 9, 2007.5 Conforme Cel Peter Dimitrov, do Exército Búlgaro – em The Soldier of the Future – Bulgarian Experience, Military Technology, v. XXXI, Issue 9, 2007.6 Conforme Maj Gen Poul Liaerskou, Chefe do Comando Operacional do Exército Dinamarquês, em The Danish Approach to a Soldier Modernisation Programme, Military

    Technology, v. XXXI, Issue 9, 2007.7 Conforme Gen Bruno Cuche, Chefe do Estado-Maior do Exército Francês, em The Way Forward for the French Infantryman, Military Technology, v. XXXI, Issue 9, 2007.8 LW – Land Warrior – Combatente Terrestre. Esse sistema encontra-se em uso operacional no Iraque.

    MW – Mounted Warrior.

    GSS – Ground Soldier System – Sistema Soldado Terrestre. Trata-se de um demonstrador de tecnologia avançado para o combatente do futuro.9 Intanterist der Zukunft – Infante do Futuro.10 Soldado do Futuro “Dominator” – trata-se de um sistema desenvolvido pela empresa Elbit Systems, baseado em especificações do Ministério da Defesa israelense

    para o sistema ANOG, sobre o qual poucas informações oficiais foram divulgadas.11 VOSS – acrônimo, em holandês, de Sistema Soldado Operacional Melhorado.12 AIFS – Advanced Individual Fighting System – Sistema de Combate Individual Avançado13 ACMS – Advanced Combat Man System – Sistema do Combatente Avançado.14 FIST – Future Integrated Soldier Technology – Tecnologia Integrado do Soldado do Futuro.

  • CTEx NOTÍCIAS | 10C T E XC T E X

    Na maioria de suas acepções, o verbo atender pode ser empregado na regência direta ou indireta. Em algumas acepções,

    pode ser apenas transitivo indireto; e, em outras, pode ser intransitivo.

    Há autores que, para pessoas, preferem a regência direta (atender alguém) e, para coisas, preferem a regência

    indireta (atender a). Exemplos:

    — O comandante atendeu o visitante;

    — O chefe da divisão bélica atenderá os gerentes de grupos finalísticos;

    — O comandante atendeu aos pedidos do fiscal administrativo;

    — Os subordinados atenderam às orientações emanadas do comando da OM.

    A seguir, são apresentadas as acepções do verbo atender e respectivos exemplos, fundamentados no Dicionário Houaiss.

    Atender

    Transitivo direto e transitivo indireto

    1 Dar atenção a, ouvir:

    � Atendeu os conselhos dos amigos;

    � Atendeu aos conselhos do subcomandante.

    2 Responder (a chamado):

    � O médico atendeu o pedido de urgência;

    � O comandante atendeu ao telefone.

    3 Estar disponível para ouvir; receber:

    � Atendeu os que o procuraram com reclamações;

    � O coordenador de P&D não pôde atender aos gerentes de grupos finalísticos hoje.

    4 Dar audiência a; receber em audiência:

    � O papa atendeu os ministros de Estado em seus aposentos;

    � O subchefe da OM atendeu aos chefes de divisão no salão nobre.

    5 Dar consulta médica (a); examinar (enfermo):

    � O médico atende os pacientes naquele pavilhão;

    � O médico atendeu aos soldados antes do término do acampamento.

    6 Dar solução a; resolver, responder:

    � Isto não atende as suas necessidades;

    � O fiscal administrativo atendeu à parte relativa ao acidente da viatura.

    7 Dar despacho favorável; deferir; aprovar:

    � O secretário do trabalho atendeu as reivindicações dos trabalhadores;

    � O chefe da OM atendeu aos requerimentos dos servidores civis.

    8 Mostrar a mercadoria a (comprador); vender:

    � A balconista atendeu cortesmente os fregueses;

    � O assessor de comunicação social atendeu com fidalguia aos visitantes.

    9 Prestar socorro; acudir, socorrer:

    � Os bombeiros atenderam as vítimas da enchente;

    � Os sentinelas atenderam aos operários acidentados.

    Transitivo direto e intransitivo

    10 Servir à mesa (em restaurantes, cafés etc.):

    � Os garçons demoraram a nos atender no restaurante;

    � Nesta OM, os taifeiros não atendem bem.

    Transitivo indireto

    11 Ter a atenção despertada por; atentar:

    � Ele não atendeu para os prenúncios da chuva.

    Intransitivo

    12 Cumprir ordem; seguir conselho; obedecer, ouvir, acatar:

    � A babá já o chamou para dentro várias vezes, mas ele não atende.

    13 Aguardar com atenção, esperar atentamente:

    � Atende que ouvirás o seu chamado.

    Espaço do vernáculoVERBO ATENDER

  • ANO II | No 6 | DEZEMBRO DE 2007 | 11

    Os veículos militares necessitam de motores que possuam

    uma elevada relação potência/peso, capazes de fornecer

    a presteza necessária durante manobras em combate e

    em qualquer terreno. Uma das caracte-

    rísticas que estes motores devem apre-

    sentar é o de serem compactos, liberan-

    do mais espaço interno e reduzindo o

    peso do veículo. O sistema de tração elé-

    trica, utilizado em veículos híbridos, mos-

    tra-se como uma das melhores alterna-

    tivas, pois permite a movimentação si-

    lenciosa do veículo – baixa assinatura,

    essencial para emprego em missões de

    reconhecimento e de observação, sem

    comprometer a mobilidade.

    O sistema de propulsão elétrica

    para veículos militares apresenta como

    principais vantagens: a otimização do es-

    Motores híbridos

    Cap QEM Marcello Menezes Eifler

    [email protected]

    ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

    paço interno, a redução de perdas na transmissão de po-

    tência e a utilização de fontes alternativas de energia. En-

    tretanto, o maior problema enfrentado pelos carros elétri-

    cos, em relação aos motores de combustão interna, têm

    sido o desempenho e a autonomia menores, além do custo

    elevado das fontes de energia (baterias ou células de com-

    bustível). Um projeto conceitual em estudo pela empresa

    ZF FRIEDRICHSHAFEN AG, da Alema-

    nha, para tração elétrica de um veículo

    sobre rodas de uso militar é apresenta-

    do na figura. Os motores de propulsão

    elétricos estão posicionados nas rodas

    e são alimentados por baterias ou por

    células de combustível. Um gerador, aci-

    onado por um motor de combustão, é

    responsável por carregar essas fontes

    de alimentação. Nesse projeto, diversos

    componentes mecânicos que integram

    um conjunto convencional de trans-

    missão, como caixas de transferência

    e diferenciais, podem ser substituídos

    por programas de controle eletrônicos.Motor acoplado à roda, para tração

    elétrica desenvolvido pela ZF

    Ocorreu em Brasília no auditório do Estado-Maior do Exér-

    cito, no período de 23 a 25 de outubro, o V Seminário de

    Ciência e Tecnologia em Áreas Estratégicas e de Aplicação

    Dual. O evento foi realizado pela Secretaria de Logística,

    Mobilização, Ciência e Tecnologia do Ministério da Defesa

    (SELOM/MD) com a colaboração do Ministério da Ciência

    e Tecnologia (MCT). O CTEx esteve presente nas palestras

    e na exposição no pátio do QGEx com os projetos RADAR,

    Visão Termal e Carbono.

    Os principais objetivos do seminário foram aumentar

    a sinergia entre os Institutos do MD/MCT e estabelecer me-

    tas para o ordenamento das atividades de pesquisa e de-

    senvolvimento em áreas de conhecimento estratégicas que

    V Seminário de Ciência e Tecnologia em ÁreasEstratégicas e de Aplicação Dual

    se caracterizem como de aplicação dual. A programação

    do evento contemplou, no dia 23, um “Workshop sobre Áre-

    as Estratégicas em Ciência e Tecnologia”, com apresenta-

    ção dos principais projetos dos Institutos/Unidades de pes-

    quisa do MD/MCT. O Chefe do CTEx ministrou uma pales-

    tra sobre a missão e os mais relevantes projetos em de-

    senvolvimento no CTEx. Além das FFAA, participaram do

    Workshop o INPE, INT, CenPRA, LNCC, LNLS e CBPF. Os

    temas abordados incluíram radares de alta sensibilidade,

    materiais de alta densidade energética, programa aeroes-

    pacial, fontes renováveis de energia, sistemas de defesa,

    entre outros.

    Nos dias 24 e 25 foi realizado o “Ciclo de Palestras

    sobre Áreas Estratégicas em Ciência e Tecnologia” com pre-

    sença significativa de diversos órgãos da Administração Pú-

    blica Federal. O CTEx foi representado pelo TC Castelo, que

    apresentou os principais avanços do Projeto Radar SABER

    M60, e pelo Maj Beniamin, que apresentou os projetos do

    CTEx para o desenvolvimento de tecnologia de visão termal.

    Maj QEM Beniamin Achilles Bondarczuk

    [email protected]

    1o Ten QEM Maria Helena Gonçalves Pereira

    [email protected]

    ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

    ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

  • CTEx NOTÍCIAS | 12C T E XC T E X

    Materiais compósitos são sistemas constituídos de dois

    ou mais componentes e projetados de forma a apresen-

    tar propriedades superiores às de seus materiais cons-

    tituintes. Geralmente, os materiais compósitos são cons-

    tituídos por uma matriz que suporta e protege um mate-

    rial de reforço, que por sua vez transfere suas proprie-

    dades físicas à matriz. Os materiais compósitos mais

    comuns são constituídos de matrizes poliméricas, me-

    tálicas ou cerâmicas, reforçadas por fibras orgânicas,

    de vidro, de carbono ou cerâmicas.

    As excelentes propriedades mecânicas da fibra de

    carbono, associadas ao seu baixo peso, motivaram sua

    aplicação em materiais compósitos para a indústria aero-

    espacial a partir da década de 60. Desde então, com a

    progressiva redução de custo, as áreas de aplicação dos

    compósitos de fibra de carbono ampliaram-se gradual-

    mente, incluindo hoje as indústrias aeronáutica, bélica,

    petrolífera, de artigos esportivos, automobilística e de

    construção civil, entre outras.

    Para a maioria das aplicações dos compósitos de

    fibra de carbono são empregadas matrizes poliméricas,

    nos chamados CFRP (carbon fiber reinforced plastics).1

    Para aplicações especiais a altas temperaturas, tais co-

    mo em tubeiras de mísseis e lançadores de satélites, a

    matriz também é constituída de carbono, nos chamados

    compósitos carbono/carbono. Matrizes cerâmicas, como

    o carbeto de silício, são usadas para aplicações balísticas

    e em altas temperaturas.

    O potencial dos compósitos de fibra de carbono pa-

    ra aplicações em Materiais de Emprego Militar é exem-

    plificado pelo XM312, um protótipo de metralhadora

    calibre .50 em desenvolvimento nos Estados Unidos. O

    uso de compósitos de fibra de carbono (CFRP) em seu

    corpo e suporte, aliado a um cano de titânio e um novo

    sistema de recuo, proporciona uma redução de 66%

    no peso da arma, em relação à metralhadora Browing

    M2. Além de mais leve (apenas 19 kg, incluindo o su-

    porte), a XM312 é mais curta, mais precisa e apre-

    senta um recuo menor que a metralhadora Browning.

    Compósitos de Fibra de Carbono

    Cap QEM Alexandre Taschetto de Castro

    [email protected]○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

    Chefe do CTEx

    Gen Bda Aléssio Ribeiro Souto

    Subchefe do CTEx

    Cel Antonio Cesar Castro De Sordi

    Editor

    Cap Bruno Vinicius da Fonseca Lima Amorim

    Distribuição

    Assessoria de Comunicação Social do CTEx

    Avenida das Américas, 28705 • Guaratiba • Rio de Janeiro • RJ

    CEP 23020-470 • Tel: (21) 2410-6200 • Fax: (21) 2410-1374

    E-mail: [email protected]

    Página na Internet: http://www.ctex.eb.br

    Periodicidade: trimestral • Tiragem: 3.000 exemplares

    CTEx NotíciasInformativo do Centro Tecnológico do ExércitoAno II • No 6 • Dezembro de 2007

    Aqui se delineia o Exército do futuro!

    C T E XC T E X

    Protótipo XM312 de

    metralhadora .50 (EUA)

    Emprego de

    compósitos de fibra de

    carbono (em azul)

    no Boeing 787, previsto

    para entrar em

    serviço em 2008

    1 Plástico reforçado com fribra de carbono.