O ESTUDO DA CARTOGRAFIA NO ENSINO FUNDAMENTAL DO 6° AO 9°, NO COLÉGIO ESTADUAL ELIAS ARAÚJO...
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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE GOIÁS
UNIDADE UNIVERSITÁRIA DE IPORÁ
DEPARTAMENTO DE GEOGRAFIA
O ESTUDO DA CARTOGRAFIA NO ENSINO FUNDAMENTAL DO 6° AO 9°, NO COLÉGIO ESTADUAL ELIAS ARAÚJO ROCHA
EM IPORÁ GOIÁS, NO ANO DE 2009.
RENATO DE ALENCAR E SILVA
Iporá - Goiás
2009.
RENATO DE ALENCAR E SILVA
O ESTUDO DA CARTOGRAFIA NO ENSINO FUNDAMENTAL DO 6° AO 9°, NO COLÉGIO ESTADUAL ELIAS ARAÚJO ROCHA
EM IPORÁ GOIÁS, NO ANO DE 2009.
Monografia apresentada como exigência para obtenção do grau de licenciado no Curso de Licenciatura em Geografia da Universidade Estadual de Goiás – Unidade Universitária de Iporá sob a orientação do Professor Gilmar Pereira da Silva.
Iporá - GO
2009.
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE GOIÁSUNIDADE UNIVERSITÁRIA DE IPORÁ
COORDENAÇÃO ADJUNTA DE TRABALHO DE CONCLUSÃO DOCURSO DE LICENCIATURA EM GEOGRAFIA
“Aplicação da Cartografia no Ensino Fundamental do 6° ao 9°, no Colégio Estadual Elias Araújo Rocha, no ano de 2009. ”
Renato de Alencar e Silva
Monografia submetida à Banca Examinadora designada pela Coordenação Adjunta de Trabalho de Conclusão do Curso de Licenciatura em Geografia da Universidade Estadual de Goiás, UnU - Iporá como parte dos requisitos necessários à obtenção do grau de Licenciado em Geografia, sob orientação do profo Gilmar Pereira da Silva
Iporá,....... de ............... de ...........
Banca examinadora:
________________________________________________
Prof. ........ – UEG - Iporá
________________________________________________
Prof. .......... – UEG - Iporá
________________________________________________
Prof. ...... – UEG - Iporá
Agradeço primeiramente a Deus, que me deu
força e garra para persistir em meus ideais, à
minha família pelo incentivo e compreensão
pelos momentos de ausência durante minha
dedicação a este trabalho. E ao meu professor
e orientador Gilmar, pela confiança e
companheirismo.
Renato Alencar e Silva
AGRADECIMENTOS
Aos professores do curso que muito ascenderam o conhecimento crítico me
tornando uma pessoa analisadora e mais preparada para continuar a caminhada do
conhecimento.
Às contribuições do professor orientador e amigo Gilmar que entre todas as
obrigações foi crucial na elaboração deste trabalho.
Aos amigos e parentes que compreenderam minhas ausências, logo para chegar
até aqui não conseguiria sem eles.
RESUMO
Este trabalho analisa o ensino da Cartografia no Colégio Estadual Elias Araújo
Rocha na cidade de Iporá-Go, especificamente no ensino fundamental do 6° ao 9°, e procura
entender a dinâmica que envolve todo o processo pedagógico entorno dessa disciplina, que
vem reafirmando seu valor através da necessidade do homem na compreensão do espaço.
Portanto sabe-se num âmbito geral que a Cartografia não possui destaque no foco do universo
educacional, por esse motivo a Cartografia foi escolhida para objeto de estudo, logo após uma
reflexão do campo de sua importância para toda humanidade, a busca desse objeto é
pertinente e interessante de ser tratado. Para analisar como vem sendo aplicada e em que
condições acontece.
O uso de análises de cunho qualitativo foi escolhido por oferecer um perfil
questionador que atende aos objetivos de levantar uma análise reflexiva. Assim como, através
de análises teóricas, aliadas a uma pesquisa de campo em que as entrevistas com os
profissionais que estão à frente do uso da Cartografia, trarão uma visão da realidade vivida na
instituição de ensino referida.
Nessa concepção de um diagnóstico construído pela observação alicerçada na
realidade e na contribuição da Cartografia no dia a dia escolar desses alunos, bem como a
consciência da importância na construção das demais extensões futuras do uso da Cartografia
para os mesmos. Esse conhecimento deve ser reavaliado e dado a real importância para a sua
aplicação.
Palavras Chave: Cartografia, Escola, conhecimento.
ABSTRACT
This study examines the teaching of cartography in the State School Elias Araújo
Rocha in the town of Iporá-Go, specifically in primary school the 6th to 9th, and understand
the dynamics that involves the whole educational process surrounding this discipline, which
has reaffirmed its value through the man's need of understanding the space. Therefore it is
known in a general framework that cartography has no role in the educational focus of the
universe, because of this the cartography was chosen study subject, after one reflection of the
field of its importance to humanity, the pursuit of this object is relevant and interesting to be
treated. To analyze how has been applied and under what conditions occur.
The use of analysis of a qualitative approach was chosen because it offers a
profile questioner that meets the goals of raising a reflective analysis. Just as, through
theoretical analysis, combined with a field in which the interviews with professionals who are
leading the use of cartography, will bring a vision of the reality in the educational institution
mentioned.
In designing a diagnostic built by observation grounded in reality and in the
contribution of cartography on the school of day these students as well as awareness of the
importance in the development of other future extensions of the use of cartography for them.
This knowledge should be reevaluated and given a real importance for their application.
Keywords: Cartography, School, Knowledge.
ILUSTRAÇÃO
Ilustração 1 Foto da Primeira mostra do Conhecimento África: o Continente Irmão...
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO.................................................................................................................. 10
1 – A RELAÇÃO DA CARTOGRAFIA COM A GEOGRAFIA ................................ 13
A IMPORTÂNCIA DO ENSINO DE CARTOGRAFIA ...............................................13
A CONTRIBUIÇÃO DA UNIVERSIDADE PARA A FORMAÇÃO DO
PROFESSOR ..................................................................................................................... 15
IMPORTÂNCIA DO PROFESSOR NO ENSINO DE CARTOGRAFIA .................. 16
A IMPORTÂNCIA DOS PCNS NA METOD. DA CARTOGRAFIA ......................... 17
CARTOGRAFIA E CIDADANIA .................................................................................. 18
2- FUNDAÇÃO DO COLÉGIO ESTADUAL ELIAS ARAÚJO ROCHA ................. 21
REALIDADE DA CARTOGRAFIA E DESCRIÇÃO DO OBJETO............................22
ASPECTOS QUE CONDUZIRAM A ABORDAGEM
METODOLÓGICA............................................................................................................22
ENTREVISTAS ................................................................................................................. 24
CONSIDERAÇÕES FINAIS............................................................................................ 30
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..............................................................................32
ANEXO I ............................................................................................................................ 34
10
INTRODUÇÃO
O ensino de forma geral e em especial de cartografia na rede pública tem deixado
muito a desejar, como se nota no meio educacional, há uma rejeição pela cartografia, pois é
notório o quanto há diversas dificuldades em todo processo educacional, como falta de
recursos materiais, métodos ineficientes, falta de domínio dos professores e falta de
compromisso do educando, entre muitos outros que serão tratados neste trabalho. Também é
relevante analisar outro ponto, o da devida importância para alunos que deveriam ser
incentivados, a importância dos conteúdos cartográficos, para a compreensão do mundo e
como base para a construção do futuro profissional e construção da cidadania. Por esses e
outros motivos ainda não tão discutidos no cotidiano educacional, o ensino de cartografia tem
se configurado numa posição de coadjuvante em relação as outras disciplinas, assim serão
analisados e pontuados o real valor da Cartografia para a vida escolar e sua aplicabilidade no
dia a dia dos alunos.
Nos métodos chamados de tradicionais que Libâneo afirma como a predominância
da palavra do professor, as regras impostas, e o cultivo exclusivamente intelectual, em que
marcou o ensino de Geografia e conseqüentemente a Cartografia através de métodos
expositivos e decorativos, onde o objetivo não era compreender e sim seguir um padrão de
avaliação com questionários e provas. Este procedimento impunha ao aluno ser meramente
decorativo, portanto no momento em que a contemporaneidade exige reavaliar o uso de
metodologias é necessário ser tratado com mais detalhe neste trabalho .
Ao mesmo tempo reafirmar a estreita ligação da Cartografia e da Geografia na
compreensão do espaço geográfico para a sociedade como uma ciência que possui um elo
estreito com todas as transformações do mundo e da sociedade, promovendo análises do uso
do meio, num mundo de característica de exploração da natureza. Assim é notório que uma
abordagem de racionalidade promove o lado crítico da sociedade, quando se fala em
ideologias, cidadania, compreensão do universo ela se apresenta como um estreito laço na
construção do pensamento geográfico, revelando os caminhos para despertar a cidadania.
11
Contudo os procedimentos não tem tido fundamento metodológico que faça uma
ligação do campo teórico e as práticas eficazes, por isso ela é considerada complexa e de
difícil compreensão, adotando uma posição em segundo plano no processo educacional, sem a
importância que ela para os alunos obter compreensão do espaço, comprometendo o campo
do conhecimento de hoje e da aplicação deste conhecimento para o futuro profissional, que
tenha por base o campo cartográfico.
É verídico afirmar que os profissionais em educação que trabalham
especificamente com a Geografia e Cartografia não estão sabendo despertar toda a
importância dessas disciplinas, oferecendo tudo que pode estar em evidência, em termos de se
fazer o processo ensino aprendizagem realizar a compreensão do espaço geográfico. O uso
desse conhecimento deveria propor a conscientização do real valor em harmonizar os
elementos de sua abrangência, física e comportamental. Logo para muitos as causas por não
fazer uso dela com eficiência, são apontados em algumas avaliações como um processo de
difícil entendimento devido as falhas do modelo educacional que se configurou no passado e
que em muitos casos com ineficiência no início da vida escolar das crianças, a Geografia
perdeu força como disciplina mestra. Daí é preciso trazer como foco de debate, fazendo uma
leitura da realidade educacional que vem perdendo campo para a ignorância.
Nos próximos capítulos será explanado a relação da Geografia com a Cartografia,
a conceituação de Cartografia, bem como sua importância. Também será abordado a formação
do professor. Em seguida será apresentado um breve histórico da fundação do Colégio
Estadual Elias Araújo Rocha, escola campo da execução deste trabalho. Assim como a
abordagem numa visão geral do sistema investigativo metodológico educacional público da
instituição pesquisada, bem como a aplicação da disciplina de cartografia no Colégio Estadual
Elias Araújo Rocha e a problemática proposta de levantamento de dados qualitativos das
observações em visita ao colégio, em que ocorreram os levantamentos da história da
instituição, como a realização das entrevistas. Pois só assim os elementos darão forma a este
trabalho sobre a aplicação da Cartografia no Colégio Estadual Elias Araújo Rocha.
O objetivo deste trabalho versará o campo do planejamento para aplicação dessa
disciplina, passando pelas metodologias usadas e avaliação dos resultados obtidos pelos
professores designados para aplicar a cartografia no Colégio Estadual Elias Araújo Rocha.
Portanto será considerada a importância da cartografia para a vida do aluno.
12
O compromisso das escolas de modo geral com a Cartografia, cujo perfil é
formador de opiniões deverá ser considerado como um ponto de alta relevância neste
trabalho. Bem como a forma trabalhada habitualmente, que será observada e a receptividade
dos alunos no contexto escolar. E nesse diagnóstico trazer como foco uma relevância a ser
avaliada no uso da Cartografia e suas contribuições na construção da consciência cidadã nos
alunos em ambiente escolar.
Portanto os objetivos que norteiam o presente trabalho apresentam os seguintes
enfoques. Compreender através da análise qualitativa o processo educacional, a importância, a
metodologia e os resultados da Cartografia no cotidiano escolar do ensino fundamental 2 do
Colégio Estadual Elias Araújo Rocha de Iporá-Go.
13
1- A RELAÇÃO DA CARTOGRAFIA COM A GEOGRAFIA
Os laços da Cartografia com a Geografia é o de se completarem no sentido da
construção do conceito de espaço geográfico. E essa concepção de intimidade dessas duas
disciplinas, é o ponto chave para afirmar o quanto a Cartografia, deve ser reconhecida no processo
educacional como provedora da Ciência Geográfica, nessa reflexão contemplar sua contribuição
para a humanidade, e desmistificar termos como a cartografia é difícil, complicada entre outras
muitas expressões que só afastam o aluno desta disciplina, conscientizar através do compromisso
em esclarecer devidamente sua contribuição de ontem e da construção do futuro, e então
certamente ela terá seu espaço devido no cotidiano dos alunos.
De acordo com SANTOS, (2000, p.2 e 3)
Destaque-se que a Cartografia sempre esteve no cerne dos conhecimentos geográficos, pois, desde o seu nascimento, tem contribuído tanto para o processo dedescobertas e conquistas do espaço pelo homem, quanto para a compreensão, representação e conhecimento do objeto da Geografia: o espaço geográfico. Nessecontexto, a Cartografia integra o corpo do conhecimento geográfico, porque contribui para a construção e a representação das relações sociais em interação com o espaço concreto (ambiente).
Reafirmando assim que a Cartografia é a base sólida e deve ser vista e vivida num
todo pelo aluno para auxiliar a Geografia em suas concepções diversas.
A IMPORTÂNCIA DO ENSINO DE CARTOGRAFIA
Essa visão cobre o valor na prática da construção do conhecimento de uma área
que possui espaço na história do conhecimento da humanidade, pois bem antes do surgimento
da Geografia como ciência, a cartografia era utilizada na pré-história, bem como em outros
momentos de grande valor para a história como as grandes navegações, e mesmo nos dias
atuais sua representatividade em diversas utilidades na tecnologia atual como a revolução das
imagens de satélites, auxilia nas várias funções militares, muito usada pelo IBGE, sem contar
diversos softwares que ampliam cada vez mais as áreas de atuação da cartografia na
compreensão do espaço.
14
O conhecimento não acontece voluntariamente, ele precisa ser tratado com caráter
responsável, assim ao inserir a cartografia no ensino fundamental, o profissional da educação
deve estar preparado para ministrar um procedimento em que envolve muito preparo e
conhecimento, só assim o alvo do conhecimento proposto, será absorvido e levará para os
educandos os conteúdos almejados. Bem trabalhada a cartografia é considerada uma área do
conhecimento para a compreensão de técnicas de leitura visuais e sensoriais que juntamente
com as lógicas das informações cartográficas trazem através dessas representações a noção do
todo.
O significado de cartografia vai além dos conceitos etimológicos que remete a
descrição de mapas. Ao longo da história do pensamento cartográfico foi configurando e
incorporando uma demanda de conhecimentos e utilidades, que nos dias atuais o uso desta
disciplina possui inúmeras importâncias para a sociedade e aos estudos científicos.
Apresentando fundamentos de organização dos fenômenos, estrutura de conceitos físicos e
comportamental da natureza e do homem na busca de conhecer e desvendar as áreas de
conhecimento que a cartografia alcança e pode oferecer.
Para (BOMFIM, 2005 p. 177)
P
Ao longo da história da cartografia reflete a importância desta para os homens de todos os períodos históricos, pois as questões espaciais, para serem resolvidas, necessitam da utilização de mapas. Por isso, dentro do estudo de Geografia, o estudo da cartografia deve ter destaque, uma vez que este estudo revela como é feita a apropriação, construção e a re-construção do espaço geográfico (...).
Essa conceituação fica clara o quanto a cartografia necessita ser bem administrada
nas escolas e em especial considerar como uma disciplina norteadora para o entendimento de
muitas outras disciplinas escolares.
Os mapas são mais que ferramentas, são um meio de levar um conhecimento
exato da proporção do real, e se mal administrado resultará num prejuízo educacional em que
o aluno passa a considerar, tão complexo que não vai interessar em fazer uso desse método, e
o mais prejudicial, é a rejeição por não saber fazer uso dele, e a leitura cartográfica possui
15
uma importância em muitas áreas profissionais e mesmo no dia a dia em que terá que fazer
uso dela para, compreensão do espaço geográfico.
Para PENTEADO (2008, pg. 27):
Os mapas sempre fizeram parte dos equipamentos pedagógicos das escolas. Do mesmo modo como o professor em sala de aula emprega o quadro negro e o giz, também recorre aos mapas para ilustrar suas aulas. Tais recursos pedagógicos geralmente são empregados de maneira empírica e para alcançar objetivos imediatos; esse uso empírico se refere ao mapa como recurso visual, quando o mapa poderia ser usado pelo professor de maneira racional, como forma de comunicação e expressão. Em outras palavras o ensino pelo mapa e não o ensino do mapa.
Desta forma fica claro a importância em fazer do mapa uma ferramenta para o
entendimento do conteúdo como uso do mapa e não apenas obrigar o aluno a aprender mapa,
o procedimento que realmente traz o conhecimento para o aluno é aquele da simplicidade e do
interesse que instiga a fazer uso para a aprendizagem, que só ocorre quando há compreensão
do proposto no processo ensino aprendizagem.
A CONTRIBUIÇÃO DA UNIVERSIDADE PARA A FORMAÇÃO DO PROFESSOR
Evidente que as influências recebidas durante a formação do futuro aluno desde as
séries iniciais, bem como na universidade é responsável pelo futuro profissional, portanto uma
boa base acadêmica deve oferecer suporte para prepará-lo tanto com bases teóricas quanto
pela vivência, em que algumas matérias como a prática de ensino e outras na linha da
didática, condicionam ao acadêmico um contato com os conteúdos a serem trabalhados, bem
como a postura profissional de um educador através de um contato direto com as escolas.
Segundo CUNHA (2006, pg. 23)
Quando falamos em educação de professores, parece-me que devemos partir da indagação sobre o que determina o desempenho do professor na pratica de sala de aula. A sala de aula é o lugar privilegiado onde se realiza o ato pedagógico escolar. Para ela afluem as contradições do contexto social, os conflitos, psicológicos, as questões da ciência e as concepções valorativas daqueles que compõem o ato
16pedagógico: o professor e os alunos. Estudar o que acontece e, especialmente porque acontece na sala de aula, é tarefa primeira daqueles que se encontram envolvidos com a educação de professores e comprometidos com uma pratica pedagógica competente.
Mas esse processo referido acima de formação dos professores, no Brasil ainda
não conseguiu traçar caminhos eficientes e dignos de surtir o real efeito na sociedade, como a
transformação dos moldes sociais que temos hoje.
Portanto o sistema além de ser falho oferece uma formação de apenas busca de
diplomas, tendo assim o principal problema que se enfrenta em todos os estados do Brasil,
bem como na cidade de Iporá Goiás, em que por falta de opção e condições financeiras,
depara-se com apenas um caminho o de recorrer a um vestibular de Licenciatura para obter
diploma de curso superior. Logo os cursos da faculdade pública UEG, apenas oferecem cursos
de Licenciatura, opção única para quem não pode custear a formação almejada por serem
desprovidos de recursos diversos, para buscar a formação que mais condiz com os seus
anseios profissionais. Comprometendo a qualidade de ensino por sua vez.
Deste modo o aluno que submete a tais condições não construirá pela vocação o
seu futuro profissional, e o mais agravante é que neste circulo vicioso ele se encontrá, logo
esse caminho o leva a ministrar aulas por um determinado tempo ou até mesmo por toda
sua carreira profissional. Fazendo diariamente da educação a que se compromete, como uma
profissão exaustiva e sem perspectivas de inovações, logo o principal elemento, o dom,
deveria ser considerado em qualquer situação para escolha do caminho acadêmico adequado
para seus anseios profissionais que o levem a prestar um trabalho produtivo e prazeroso tanto
para si mesmo na forma de realização profissional, quanto para a sociedade que necessita de
resultados satisfatórios.
IMPORTÂNCIA DO PROFESSOR NO ENSINO DE CARTOGRAFIA
A Gêneses da aprendizagem consiste numa mediação entre aluno e professor. A
centralização em saber fazer uso da educação depende de suas raízes em que o profissional da
educação precisa compreender para transmitir o que domina. E ao usar métodos e recursos
para compreender o seu verdadeiro papel que é o de mediador do conhecimento, em que o
próprio aluno deve construir o seu desenvolvimento educacional e então assim propiciar em
17
sua vida um constante aprendizado da vida diária e um desenvolvimento profissional e social.
Poder saber o quanto a educação foi crucial em sua evolução do conhecimento. E ao mesmo
tempo não deixar no plano subjetivo sua responsabilidade como cidadão, para concretizar os
anseios de cidadania, e a educação é um parâmetro regular que deve ser considerado.
Para PENTEADO (2008, p.205 E 206):
(...) Trata-se, em suma, do caminho da real construção do conhecimento do docente em formação, da construção do conhecimento significativo, em qualquer modalidade de curso que seja organizada.São objetivos dessa formação para o exercício da docência a que se destina:- fazer com que o aluno-mestre seja um elemento ativo do seu próprio processo de ensino-aprendizagem;- propiciar o exercício dos seus processos de pensamento, e estimulá-lo durante todo o curso de formação;- garantir que a articulação entre o conhecimento teórico e a pratica profissional se explicite sempre, durante o curso e seja já garantida e vivenciada ao longo de todo o curso.
Daí o que se pode concluir com essas considerações é a importância que o peso da
formação do docente possui no processo de aprendizagem dos futuros alunos. Então para que
ela possa mediar, deve ter consciência que os acadêmicos em Geografia não estão
vivenciando sua própria construção do conhecimento fazendo uso da cartografia. Assim essa
falta de domínio implica numa barreira profissional, consequentemente tornando um
agravante ao repassar esse conhecimento efetuado de maneira superficial.
A IMPORTÂNCIA DOS PCNS NA METODOLOGIA DA CARTOGRAFIA
Pensando na proposta da cartografia no contexto escolar e social dos alunos em
questão, almejando objetivos aplicativos em todo o processo de construção do conhecimento,
os PCNs possuem espaço no processo educacional como uma ferramenta para traçar
objetivos, conceitos básicos, procedimentos e um critério de avaliação que alcance a proposta
de uma aprendizagem realizadora tanto para o educando quanto para a realização profissional
do educador.
18
A criação desses parâmetros apresenta em sua proposta um recurso que o
professor pode recorrer para efetuar uma metodologia criada para se orientar nos melhores
caminhos para chegar ao conhecimento, todos os passos e estratégias de ensino contidos
nesses parâmetros, já possuem evidências de bons desempenhos na prática, o que falta é a
consciência de fazer uso dos PCNs. Essa preocupação é expressada pelo Ministro da
Educação e do Desporto Paulo Renato Sousa, (1998), que faz uma referência no PCN de
Geografia, e mostra diretamente ao professor as expectativas em oferecer esse recurso como
norteador de sua prática em sala, com a intenção de ampliar e aprofundar um debate
educacional que o envolva. O que se pode concluir com essas considerações foram as
expectativas do governo em oferecer um material que propicie ao educador atuar como
mediador de um dialogo entre sociedade escolar, governo e que de fato os PCNs, conquiste
espaço no dia a dia dos planejamentos do professores da rede pública de ensino.
CARTOGRAFIA E CIDADANIA
A cartografia na formação do indivíduo, possui uma responsabilidade em usar
essa disciplina para o desenvolvimento científico como um veículo de informações que
ofereça condições para despertar o senso crítico, em que teoria e prática associadas propiciam
os saberes e ao mesmo tempo a reflexão também, numa ótica que envolve a ética, o respeito
mútuo, do diálogo, as diferenças, as questões ambientais e todo contexto sócio cultural de
entender o significado de ser um cidadão e da importância deste em escala local, nacional e
mundial.
Assim a busca da identidade da cartografia que ao associar com a cidadania
delineia os anseios de uma conjuntura benéfica da construção dos saberes da área humana e
específica, trabalhando no aluno o seu papel de agente transformador tão importante nos
anseios de desenvolvimento do país, desencadeando uma nova ordem de postura responsável
que tanto a educação busca de todos que dela depende para se fazer uma verdadeira sociedade
pautada no compromisso dos seus direitos e deveres.
E apresentada de forma objetiva por ALMEIDA (2008, p.9), diz: “A cartografia
escolar vem se estabelecendo na interface entre cartografia, educação e geografia, de
maneira que os conceitos cartográficos tomam lugar no currículo e nos conteúdos
de
19
disciplinas voltadas para a formação de professores”. Nessa colocação ela chama a
responsabilidade para uma educação alicerçada em fundamentos de responsabilidade na
formação do educador bem preparado para desenvolver a Geografia suficientemente para o
aluno atingir a proposta desta disciplina questionadora e formadora de opiniões.
Não deixando de considerar entre os recursos didáticos os PCNs, que surgiu para
fazer parte do cotidiano dos planejamentos dos professores, no entanto nem sempre possui
espaço no processo de preparação dos conteúdos, diante de uma necessidade em estar aberto
as inovações do novo milênio que a sociedade vivencia.
Assim os presentes parâmetros curriculares nacionais de Geografia, apresenta
não somente metodologias isoladas, mas um caminho entre os saberes que o educador pode
vivenciar nas experiências em sala como demonstra a preocupação em apresentar ao professor
tais parâmetros.
Contudo o Ministro da Educação e do Desporto Paulo Renato Sousa, no PCN de
Geografia (1998), chama a atenção para os avanços tecnológicos que o jovem de hoje deve se
preparar para trabalhar, e por esse motivo deve haver uma revisão dos currículos tanto pelos
professores quanto pelos especialistas em educação do Brasil.
Nesse argumento é revelado o quanto este material representa para o professor,
para o aluno e demais componentes da sociedade, o amanhã é resultado do hoje e nesse
prisma a Geografia se apresenta como uma disciplina importantíssima na vida escolar do
aluno, cabendo ao professor usar com responsabilidade extraindo tudo o que se pode desta
disciplina que revela ao aluno o mundo e seu universo.
Numa outra visão em que completa o conceito da Geografia como um veículo
de ampliação do processo de desenvolvimento do indivíduo, considerar que conhecimentos
das áreas específicas e área humana desta disciplina, a torna reflexiva em sua totalidade, logo
o tempo e espaço, em que o homem possui ligação direta com a natureza o conduz a muitos
caminhos que são necessários ao aluno dos tempos atuais.
A compreensão de formas técnicas e críticas, consideradas nessa construção do
conhecimento deve ser construída desde as séries iniciais, a totalidade do campo de
20
responsabilidade da Geografia e confirmada pelas afirmações de que o papel da Geografia
precisa ser considerado por possuir elementos que ligam o homem ao meio.
Segundo PENTEADO,(2008, p.22):
A Geografia privilegia as relações do homem com o espaço em que esta situado. Busca compreender tanto as características do espaço natural em que os homens se situam – campo de preocupações da chamada Geografia Física – como as formas de ocupação e uso que fazem desse espaço, através das relações que mantém entre si – campo de preocupações da Geografia Humana. (...)
Essa visão remete a compreensão da importância em transmitir esses
conhecimentos para que os demais conhecimentos possam se formar, portanto a grandeza da
compreensão depende de como fazer e quando fazer e esse movimento e o educador que deve
trabalhar como mediador e ser sensível a todos elementos que envolve as áreas da Geografia.
A questão de se tratar da importância da Cartografia é a de correlacionar com os
conhecimentos da Geografia, pois ambas participam da construção do conhecimento sobre o
espaço geográfico dentro do papel da cidadania que cada indivíduo possui. Esses conceitos
podem ser enfatizados através da aplicação responsável da Cartografia, nessa proposta
ideológica de pesquisador, remete à vertente adotada de fazer este estudo no Colégio Estadual
Elias Araújo Rocha, representando um primeiro passo para levar a uma reflexão do verdadeiro
papel da Cartografia para esses alunos, através de um pensamento em enfatizar a Cartografia e
seus conhecimentos que trata essa presente pesquisa.
21
2- FUNDAÇÃO DO COLÉGIO ESTADUAL ELIAS ARAÚJO ROCHA
Nesses breves paragráfos será tratado uma parte da história e da vida do
homenagiado Elias de Araújo Rocha. Logo ao pesquisar em documentação da Escola Estadual
Elias Araújo Rocha, junto ao documento desta intituição o PPP (Projeto Político Pedagógico)
foi possível saber da vida deste cidadão que entrou para a história de Iporá.
O senhor Elias de Araújo Rocha, nascido em Alto Paraíso-Ma em 15/01/1.914,
viveu até aos 6 anos depois foi criado em Araguari Mg, vivendo lá até os 27 anos e após
mudou para Cachoeira de Goiás, já casado com dona Rodrigues Rocha. Era comerciante em
1943 em Itajubá (Iporá) como um dos pioneiros da cidade em que abriu um comércio Bar e
Sorveteria chamado Casa Vitoria situada na Esmerindo Pereira com a Avenida 24 de Outubro.
Sendo um dos idealizadores da Escola Reunido Dom Bosco, já menciada neste trabalho.
O Senhor Elias de Araújo Rocha possuia a formação secundária em
Contabilidade. Além de idealista, consciente e politizado das necessidades da comunidade da
época nesta cidade, ele fundou a União Democrática Nacional (U.D.M), opondo ao Governo
de então, de Vargas, representado nessa cidade pelo Israel de Amorim do (PSD). Chegando a
posição de amigos concorrente em eleição municipal para prefeito da cidade de Iporá já
emancipada em 1.948. Em que o ganhador foi Israel de Amorin.
Em 1952, mudou para Goiânia em função da formação escolar dos filhos,
tornando nessa cidade proprietário de uma Gráfica. Em 1.959 instalou a primeira livraria no
Plano Piloto em Brasília (DF). Também nesse período foi presidente da FAMA e Lojas
Maçônicas, ajudando a administrar o jornal maçônico “O mensageiro”. Foi também
presidente do Sindicato da Indústrias Gráficas do Estado de Goiás por 5 anos.
Aposentou em 1.973, voltando a residir nessa data em Iporá. Assim no curso de
sua trajetória hoje seu filho é médico e sócio do Hospital São Paulo. Faleceu em 1.976, sendo
sepultado em Iporá como havia pedido.
Portanto por incentivo do Deputado Adjair de Lima e Silva, então autor do Projeto
juntamente com o também Deputado Ibsen Henrique de Castro, dando o nome ao Colégio
Estadual Elias Araújo Rocha, construído em 1966.
22
REALIDADE DA CARTOGRAFIA E DESCRIÇÃO DO OBJETO
Considerando que o levantamento documental, depende da aceitação da Direção
do Colégio Estadual Elias Araújo Rocha de Iporá – Goiás, na pessoa da Diretora Angelina
Paes Pereira, foi previamente solicitado e houve total aceitação em participar desta pesquisa
de trabalho monográfico. E prestou todas as informações necessárias para que houvesse um
bom andamento e fidelidade com a realidade vivida no processo educacional da disciplina de
Cartografia.
O colégio hoje conta com o funcionamento em dois turnos, no matutino, cinco
salas distribuidas do 6° ano ao 9° ano e no vespertino somam quatro salas distribuidas do 6°
ano ao 9° ano, somando o total de alunos em torno de 254, conforme dados da coordenação.
Bem como constam nesses dois turnos três professores de Geografia sendo dois com
formação na área de Geografia e um conpletando carga horária na disciplina de Geografia,
mas sua formação foi na área de História.
Analisando o nível de absorção do alunos, um fator culminante ao que tange aos
objetivos deste trabalho é o nível de aprendizagem, logo pois quando há aprendizagem,
interação dos elementos metodológicos e avaliativos, que se traduz entre como se
aplica o conteúdo, como se desenvolve as atividades e de que forma se avalia o nível de
aprendizagem, há um bom desempenho e assim é possível constatar esta aprendizagem.
ASPECTOS QUE CONDUZIRAM A ABORDAGEM METODOLÓGICA
A opção metodológica, procurou simplificar e esclarecer como está sendo aplicada
a Cartografia através do Estudo de Caso, bem como está atingindo o conhecimento desta
disciplina no contexto escolar dos alunos do ensino de 6°ao 9°, portanto o uso de uma
metodologia qualitativa, foi o melhor caminho para se delinear o objetivo deste trabalho.
Desta maneira o uso de entrevista semi-estruturada oferece dados importantes a
esta pesquisa, assim as etapas de organização para realizar a pesquisa campo aconteceu na
seguinte ordem: primeiramente devidamente solicitada e aceita pelo diretor, inclusive com
termo de anuência devidamente assinado, segundo colher dados da história do Colégio,
23
que a coordenadora colocou a disposição o Projeto Político Pedagógico, além de dados atuais
como o número de alunos atendidos pelo colégio, como o número de professores que
trabalham com a aplicação da cartografia sendo estes professores de Geografia.
A adoção do estudo de caso, foi escolhido por oferecer modo único de se identificar
os elementos da pesquisa, assim a realidade do ocorrido e a visão do pesquisador devem se
completar.
Carvalho diz que (1998, p. 157):
O estudo de caso é um meio para se coletar dados, preservando o caráter unitário do “objeto” a ser estudado. Deve-se ter sempre em mente que a totalidade de qualquer objeto de estudo, quer físico, biológico ou social, é uma construção intelectual, uma vez que não dispomos de meios concretos para definir precisamente estes limites. (...)
Considerando a coleta de dados, o estudo de caso e a forma metodológica, a
realidade dos fatos se aproxima do objeto de estudo.
A adoção do método qualitativo propicia uma posição ao pesquisador para fazer
uma análise alicerçada nas qualidades positivas e negativas, oferecendo resultados através de
uma avaliação do objeto no caso presente, a aplicação da Cartografia. Em relação às pesquisas
qualitativas:
Para Günther: (2006, p.04):
(...) são características da pesquisa qualitativa sua grande flexibilidade e adaptabilidade. Ao invés de utilizar instrumentos e procedimentos padronizados, a pesquisa qualitativa considera cada problema objeto de uma pesquisa específica para a qual são necessários instrumentos e procedimentos específicos.
Tais afirmações possibilitam fazer uso desse método, por expressar o sentido do
valor da qualidade dos objetivos proposto nesse trabalho.
Outro aspecto relevante para a compreensão do objeto foi adotar como
procedimento a entrevista formal, cuja prática oferece um leque de informações diretas.
Portanto, os professores do colégio pesquisado, ao serem entrevistados, concederam uma alta
contribuição com a pesquisa que será de suma importância para a compreensão dos fatos
com o que se tem
24
somente como idéia. Portanto na busca da compreensão do objetivo da pesquisa em
diagnosticar a o uso da Cartografia, a entrevista formal, apresenta uma representatividade no
esboço da natureza que ocorre no colégio diariamente.
Conforme Carvalho (1998, p.154-155)
(...) a entrevista formal requer que se organize um roteiro de questões cujas respostas atendam ao objetivo de coletar dados para determinado assunto de pesquisa; no geral as respostas serão analisada qualitativamente, mas se requer um mínimo de padronização para que se possa comparar as respostas dos entrevistados e dai extrair os subsídios para a pesquisa.
Portanto a verificação deste recurso dará subsídios para diagnosticar de forma
clara e sucinta os elementos determinantes para efetivar a proposta do objeto do presente
trabalho.
ENTREVISTAS
As entrevistas ocorreram na sala dos professores do Colégio Estadual Elias Araújo
Rocha. Assim na busca de informações para adotar a compreensão do processo de ensino
aprendizagem dos alunos no ensino fundamental de 6°ao 9° ano, foram usados um roteiro de
entrevista semi-estruturadas, o qual foi iniciado com total liberdade para complementar as
perguntas e ficar a vontade para responder ou não os questionamentos, bem como acrescentar
dados não abordados durante a entrevista.
Foram perguntados sobre o perfil socioeconômico do público alvo, no caso os
alunos do ensino fundamental de 6°ao 9°. Os três professores declararam que de modo geral
eram de baixa renda, com alguns destes vivendo em condições de desestruturação familiar,
dentre os diversos casos citaram tais condições com: filhos de mães abandonadas pelos
cônjuges, adolescentes criados sem limites das mais diferentes natureza, seja por falta de
consciência do poder exercido pelos responsáveis tanto pelo fato da família não ter tempo por
necessidade em dedicar ao trabalho diário, afim de sustentar os mesmos e também a estrutura
financeira do lar, como pelo simples abandono.
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Questionados se essa realidade descrita reflete na rotina escolar, os professores
responderam unanimemente que sim, pois todo o contexto social interfere na concentração do
aluno, contudo pode se notar que se a vida social tanto em casa como mesmo sua
sociabilidade em sala faz com que haja uma participação maior ou menor, e tais condições
familiares o professor não pode interferir diretamente.
Quando perguntados se a universidade ofereceu embasamento na prática em
sala de aula, responderam que sim, o interessante foi o relato de um dos professores que
afirmou:
Entrevistado I
“olha sabemos que esse mundo acadêmico você não sai cem por cento, se você
não correr atrás de outras práticas você não consegue fazer um bom trabalho, lá agente vê
mais é teoria e isso não é suficiente, eu tive que correr atrás de muitas formas até mesmo pra
entender o que a universidade ensinou e eu na época não estava assim tão aberta como estou
hoje, acho que a necessidade obriga o ser humano a correr atrás”.
Ficou claro nas palavras do entrevistado I, que a universidade trabalha com
muita teoria e depende do aluno estabelecer os conhecimentos adquiridos no dia a dia e ter
consciência que o seu papel com o conhecimento não termina com a universidade é
necessário estar aberto a reflexões e buscar mais conhecimento.
Ao serem questionados sobre se há falta material pedagógico implica na
avaliação da aula de Cartografia, o entrevistado III ofereceu dados esclarecedores dizendo:
Entrevistado III
“Sabe, se agente ficar muito preso ao livro didático fica difícil trabalhar
principalmente Cartografia, esses meninos de hoje acho que desde sempre, não sei se é a
idade, eles não tem maturidade, ninguém quer nada com nada, aí se o professor quiser
mesmo ensinar tem que enfrentar essa falta real de material, e penso que não é só nas escolas
públicas, porque Cartografia não é uma matéria assim priorizada ela não tem o valor que
merece se for pensar bem na prática o quanto agente usa ela não é mesmo? Daí agente faz o
que pode, eu faço, os outros professores fazem também, e ai vai indo. ”
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Pode se observar que a realidade da falta de material pedagógico é uma
verdade, mas não é por isso que ela vem sendo deixada de lado, pena que ao verificar, ela não
é muito usada no dia a dia de todos, e ainda não conseguiu espaço nas prioridades
pedagógicas para que o papel desse conhecimento não fique apenas no “reconhecimento”,
mas que assumam que a Cartografia deve ser alvo na construção dos saberes do educando.
Ao serem perguntados sobre a freqüência que são usados os mapas na sala de
aula, dois disseram que levam quase todos dias. Entrevistado I e III. Mas o entrevistado II
disse que não usa com tanta freqüência, questionado qual a razão o mesmo disse:
Entrevistado II
“olha, eu não uso assim todo dia porque esses adolescentes imaturos fazem
tanta bagunça na sala que eu particularmente acho que precisa conhecer mais sobre
comportamento e compromisso com as suas próprias vidas, e quando eu levo a maioria nem
se interessa, agente fica desmotivado uns chegam até falar que odeiam mapas, que não
entendem nada, acho que isso deve ser ensinado desde cedo, esse contato, não é só chegar
com o mapa e explicar, se eles não tem fundamentos anteriores.”
Na presente declaração foi muito bem colocada a questão de se trabalhar desde
cedo os mapas por isso que eles hoje possuem essa posição de ignorar, logo como vão gostar
do que não estão entendendo, mas não é por isso que deve ser deixada de lado, a persistência
em quebrar as barreiras acompanha o profissional da educação.
Quando indagados se utilizam outros recursos nas aulas de Cartografia, como
imagens de satélite, confecção de mapas pelos alunos, entre alguns outros recursos disseram
que sim. O entrevistado III, contribuiu com a seguinte declaração:
Entrevistado III
“aí você perguntou uma coisa interessante, eles participam até bem quando
usamos o computador, claro que tem que chamar eles para o conteúdo o tempo todo, eles
gostam muito de tecnologia, sabemos que nem todos estão tão preparados para trabalhar
com ela. Eu já até pensei em aprofundar esse conhecimento básico meu, mas o tempo é um
problema, se a Secretaria de Educação
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tivesse a iniciativa em nos ensinar bem além dos conhecimentos dessa garotada em
tecnologia, acho que minhas aulas seriam só enfrente ao computador.”
“Agora você fala que vamos confeccionar um mapa juntos eles detestam,
dizem que no Google é copiar e colar, pra que fazer na mão! Eles querem mesmo moleza,
então alguns agente percebe que esse recurso melhora muito o conhecimento deles, mas
outros não querem nem saber.(...)”
Quando perguntados em relação aos PCNs, se é usado. E que pensam dos
conteúdos de Cartografia, todos se referiram incompatível com a realidade, mas o
entrevistado II contribuiu com a seguinte resposta:
Entrevistado II:
“(...)Sabe não vou dizer que os PCNs não é uma boa fonte, mas parece que ainda
não caiu tanto assim no ritmos de todos os professores, as vezes quando fico sem saber a
melhor forma de aplicar um conteúdo novo ou mesmo trazer algo diferente pra vê se chama a
atenção deles, eu dou uma olhadinha. Mas que eu saiba até mesmo pelos outros colegas eles
também não usam tanto assim, parece que temos já uma pratica na cabeça e então seguimos
e daí vai(...)”. Agora em relação ao conteúdos passados para que agente aplique durante o
ano, já discutimos muito sobre esse assunto como você vê é coisa demais, temos uma gama
de conteúdos a exemplo o do sexto ano são mais de vinte referente a Cartografia, não digo
desnecessários, mas um exemplo de um assunto que eu e meus colegas daqui do colégio
discutimos, o quanto foi complexo o conteúdo ‘Refletir sobre questões ideológicas, de poder,
de manipulação, de domínio, de emancipação, etc. presentes nas diferentes formas de
representação e ao longo da história’ foi complicado trabalhar as questões ideológicas,
logo é preciso definir ideologia então acaba ficando vago pra eles. Por isso os conteúdos que
agente discute e acha fora da realidade deles agente ignora, outros já colocamos como
prioridade como exemplo os conteúdos referentes a localização.”
Vemos que o uso freqüente dos PCNs, não são recursos prioritários no cotidiano
escolar, como se verifica para o fim que ele foi criado pelo próprio PCN abordado no corpo
deste trabalho. E a declaração dos professores foi clara e objetiva, em que afirmam que já
possuem suas próprias práticas, então percebemos que os PCNs deveria ser reavaliado pelo
Ministério da Educação. Também em relação aos conteúdos curriculares de Cartografia, a
28
avaliação do entrevistado II, possui a liberdade em contar que esse assunto é discutido por
eles e que chegam num consenso em ignorar alguns conteúdos e priorizar outros por
definirem mais relevante para vida e a realidade dos alunos.
Na pergunta referente se há algum projeto relacionado à Cartografia, todos
disseram que não pois o Colégio, está envolvido em outros projetos específicos, mas
reconhece que alguns recursos da Cartografia são utilizados. Nessa última apresentação da
“Primeira mostra do Conhecimento África: o Continente Irmão” foram usados muitos mapas,
mas declararam que projetos direcionados especificamente a cartografia não existem. Então
na busca de relacionar a Cartografia as observações de campo nesse dia da “Primeira mostra
do Conhecimento África: o Continente Irmão” no dia 06/11/2009, havia um painel muito
interessante e um mapa o ilustrava chamando muita atenção pela criatividade. Nesse mapa o
Brasil se encaixa no continente Africano, demonstrando uma junção perfeita, bem como
trazendo a idéia de que são nossos irmãos, e este revelou o uso da Cartografia, evidentemente
não intencional focar na importância da Cartografia, mas vemos que o uso desta disciplina
realmente faz parte da vida das pessoas de modo geral como podemos notar nessa foto
ilustrada no corpo do texto.
Foto: I amostra do conhecimento África: o Continente Irmão
Colégio Estadual Elias Araújo Rocha, 06/11/09.
Foto 1 Fonte: SILVA, Renato de Alencar e.
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Foi notada uma preocupação em relação à realidade de serem tão poucas as aulas
de Cartografia em relação aos Conteúdos de Cartografia do 6° ao 9° ano, que os entrevistados
colocaram uma disparidade do número de aulas por semana em relação à quantidade de
conteúdos complexos que necessitam usar várias aulas para atingir a maior parte dos alunos.
Isso sem contar com a afirmação de que muitos desses conteúdos estão fora da vivência do
perfil de jovens que não estão se importando com a qualidade de conhecimento. Revelando
imaturidade para discutir questões políticas ideológicas e sociais que alguns dos conteúdos
são exigidos serem aplicados a esses alunos.
Algumas soluções foram discutidas como: primeiramente um acompanhamento
social dessas famílias, pelas assistentes sociais da Subsecretaria de Educação, a fim de
aproximar os pais e responsáveis ao compromisso com o colégio de levar conhecimento e
sociabilidade apoiados numa visão critica e participativa.
A Cartografia apresentada na proposta curricular deveria ter mais flexibilidade no
sentido de reavaliar que muitos conteúdos por mais importantes que sejam, e necessita de um
nível de maturidade e ao mesmo tempo serem mais simplificados quando se refere a
ideologias no campo humano e no campo da necessidade de recursos tecnológicos para se
compreender algumas propostas apresentadas na atual proposta curricular, tendo em vista que
a maior parte dos colégios não possuem tecnologias suficientes e conhecimento por parte dos
professores para atender essas necessidades.
Em relação aos recursos tecnológicos nas aulas de Cartografia, cabe a
Subsecretaria de Educação reivindicar do Governo Estadual de Goiás, uma reciclagem do
professores para que as aulas possam acontecer com domínio e segurança. Nessas condições,
com certeza pode-se buscar melhores resultados focalizando a Cartografia num processo de
real contemporaneidade, visto que as tecnologias oferecem e provocam uma aceitabilidade do
aluno para isso, sendo uma realidade comprovada pela empolgação por parte dos alunos nas
aulas cujos recursos tecnológicos são usados, como uso de computadores, data show, etc.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
Ao pensar na importância da Disciplina de Cartografia no ensino fundamental do
6° ao 9°, do Colégio Estadual Elias Araújo Rocha de Iporá-Go. Foi possível concluir em
relação a relevância desta disciplina no cotidiano dos alunos, como prova os conceitos
tratados no decorrer deste trabalho, mesmo não dando a ela essa inferência, foi evidente que
não há uma consciência definida nem para eles nem para os professores, logo se os
educadores vivenciassem a constatação do uso e a importância da Cartografia na vida social
cotidiana desses alunos, a relação dela e demais disciplinas específicas e sociais, revelaria
uma parceria. Por sua vez a valorização seria notada, em todo contexto escolar.
Uma evidência da discutida Cartografia, é a falta de materiais pedagógicos no
colégio pesquisado, como afirmam os professores entrevistados, conseqüentemente a falta do
uso dos mesmos, pelos professores nas aulas de Cartografia, concluindo que o elemento
visual possui um papel fundamental para estabelecer uma ligação mais próxima entre a
Cartografia e os alunos.
Outro ponto de observação foi constatar nas entrevistas que nas aulas raramente
ministradas com recursos metodológicos auxiliados pela tecnologia como; computadores e
data show, remete a um interesse maior por parte do alunos, demonstrado pela afirmação de
todos os professores em entrevista. Bem como a afirmação dos mesmos como sendo
insuficiente o domínio dessa técnica no sentido de mediação de conhecimento do professor
para com seus alunos, ocorrendo uma dispersão dos alunos durante a aula em relação a
proposta de conteúdos para a mesma.
No entanto é notório que a Cartografia pode ser despertada pela aplicação dos
recursos tecnológicos. Cabendo aos organizadores do sistema de ensino e demais áreas
competentes, oferecerem uma qualificação suficiente para acompanhar esse perfil tecnológico
globalizado, logo esses professores que estão à frente, trabalhando com a formação das nossas
crianças, jovens e adolescentes, poderiam oferecer muito mais com o auxílio da tecnologia.
Numa avaliação do professor, a pesquisa apresentou a formação inicial
insuficiente para suprir as reais necessidades da prática, vemos então que a realidade leva a
uma busca de mais conhecimento para aplicar conteúdos de Cartografia, logo à mesma exige
muito de técnicas e domínio do conteúdo.
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Nas entrevistas e mesmo pela observação sobre a realidade desta disciplina, é
possível afirmar que ela ocupa na atualidade do Colégio pesquisado, o campo secundário
entre as demais disciplinas, mas em relação ao reconhecimento do seu valor para o
desenvolvimento humano para compreensão do meio físico e suas relações sociais ela é tida
como importante na formação do aluno cidadão, se fosse repensada como prioridade. O que
poderia reverter o quadro educacional apresentado, sendo esse caminho um ponto a ser
reavaliado.
Nesse trabalho o estudo revelou que falta na base uma aplicabilidade eficiente
para que a mantenha e aumente o nível de ensino, sendo esse um dos principais pontos. Pois
a afirmação do gosto pela Cartografia chamaria mais a atenção dos alunos, se fosse investido
nos professores uma qualificação para trabalhar com esses recursos tecnológicos. Cabendo ao
MEC (Ministério da Educação e Cultura) reavaliar e investir no profissional verdadeiramente.
Só assim esses problemas de ordem socioeconômicas e das demais fases de imaturidade e
falta de compromisso escolar que os alunos apresentaram, romperiam a barreira pelo prazer
em se dedicar ao conhecimento e a escola cumpriria seu papel social de uma cidadania
florescida pela Educação.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
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Cartografia – Métodos gráficos 3. Geografia (Ensino fundamental) 4. Mapas 5. Metodologia
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Geografia. Brasília: MEC/SEF, 1998.
BOMFIM, Natanael R. A importância da Utilização dos Mapas como Instrumento de
ensino/aprendizagem na Geografia Escolar1. Revista de Geografia-2005.
CARVALHO, Maria Cecília M. de. (org.). Metodologia Científica Fundamentos e
Técnicas. Construindo o Saber. 7 a ed. Campinas - São Paulo: Papirus, 1998.
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GÜNTHER, Hartmut. Pesquisa Qualitativa Versus Pesquisa Quantitativa: Esta É a
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LIBÂNEO, José Carlos. Democratização da Escola Pública. A pedagogia critico-social dos
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NESI, Mafalda Francischett. A cartografia no ensino-aprendizagem da geografia.
PENTEADO, Heloísa Dupas. Metodologia do ensino de história e geografia. 2 a ed. Ver. E
atual. São Paulo: Cortez, 2008.
33
SANTOS, Clézio. A Cartografia nos livros didáticos de Geografia: Contra pontos de uma
pesquisa. Colegiado de Geografia da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciência. Centro
Universitário Fundação Santo André – CUFSA. 2003.
SANTOS, Catarina Maria dos. A Cartografia no Ensino Fundamental: Construindo o
Espaço Social a partir da percepção do aluno. 2000.
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ANEXOS:
1- ENTREVISTA
PERGUNTAS PRÉVIAS PARA ENTREVISTA
1- Quantos alunos e o número de turmas a escola trabalha, quais os períodos?
2- Qual o perfil socioeconômico dos alunos?
3- Possui algum projeto relacionado à Geografia em especial focado em Cartografia?
4- Qual o número de professores de Geografia?
5- Quais as dificuldades de trabalhar a cartografia?
6- Perfil socioeconômico das turmas assistidas?
7- A universidade ofereceu embasamento na sua prática em sala?
8- A falta de material pedagógico implica na avaliação da aula?
9- Você utiliza apenas o livro didático como suporte para as aulas de cartografia?
10- Com que freqüência usa os mapas nas aulas?
11- Usa outros recursos nas aulas de cartografia, obs: fotos aéreas, imagens de satélites,
confecção de mapas.... ?
12- Usa ferramentas tecnológicas, como auxílio nas aulas de cartografia?
13- Em relação aos PCNs é usado? E o que você pensa dos conteúdos de Cartografia?
14- Qual sua formação? E qual a faculdade que cursou?