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O MENINO NO ESPELHO

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O meninO nO espelhO

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Fernando vive em Belo Horizonte, num tempo que não existe mais. Um tempo de ouvir rádio e ler muito, porque não se tinha mais o que fazer. Um tempo de brincar na rua sem medo. Aliás, medo nem de casa assombrada, medo mesmo, só de ser mandado para o colégio interno. Por outro lado, num tempo em que se fazia “artes”, algo que nada tem a ver com expressão artística. Algo que a vida moderna, com seus equipamentos sofisticados e viciantes, praticamente matou. Atualmente, não encontramos crianças capazes de soltar baratas em sala de aula, furar completamente o teto da sala ou pegar fogo em uma casa. Fernando é o homem que quando crescer vai querer ser menino. Um homem chamado Fernando Sabino. Saber como viveu na infância um dos nossos melhores escritores é um dos muitos atrativos deste filme, que também proporciona um amplo olhar para o passado recente de nossa sociedade. Vemos ali pessoas que parecem terem saído diretamente da década de 30 paras as redes sociais. A defesa da democracia, tão brilhantemente proferida pelo pai do menino, pode não ter sido compreendida pelo filho de seis anos, mas é absolutamente atual e oportuna. Observar a sua relação com o reflexo do

A históriA: Fernando não suporta mais fazer as coisas chatas da vida. Se ele tivesse um sósia, para encarar essas tarefas, poderia ir pescar e se divertir à vontade. Um dia é exatamente isto que acontece. Odnanref, o reflexo de Fernando deixa o espelho e ganha vida. A vida dele...

CuriOsidAdes:1. O filme é uma adaptação do livro de mesmo nome de Fernando Sabino. O escritor conta suas lembranças de infância em vários contos que foram entrelaçados em uma única narrativa. 2. “Lino Facioli, o ator que interpreta o menino, integra o elenco de uma das séries de TV de

maior sucesso mundial em todos os tempos, ‘Game of thrones” no papel do jovem Robin Arryn.3. O livro, editado em 1982 e com mais de setenta edições, costuma ser indicado para leitura pelos professores e já foi lido por gerações de estudantes brasileiros.4. O diretor do filme, Guilherme Fiuza, achou que seria melhor Lino só ler o livro depois de ter filmado, para que ele fizesse o personagem sem nenhuma influência. Quando ele leu, gostou tanto que chegou ao final quis ler tudo novamente.5. Na contracapa do livro, há uma frase do Fernando Sabino que o Guilherme Fiúza usou no filme. “Quando eu era menino, os mais velhos perguntavam: o que você quer ser quando crescer? Hoje não perguntam mais. Se perguntassem, eu diria que quero ser menino”.6. A história se passa em Belo Horizonte, mas foi filmada em Cataguases, Miraí e Leopoldina, cidades que ainda conservam o aspecto urbano da capital mineira no final dos anos 30, época recriada pelos realizadores.

O que deve ser ObservAdO:Quem aparece no filme.Como são os personagens.Onde ele é passado. Por que tudo aconteceu.Se isso poderia acontecer na vida real.Como o filme foi feito.

ensinO FundAmentAl – 2º CiClO

ObjetivOs relACiOnAdOs:

As atividades sugeridas oferecem a possibilidade de integração com os Parâmetros Curriculares Nacionais do Ministério da Educação.No caso deste filme, consideramos os seguintes objetivos relevantes e pertinentes:

língua portuguesa

• Utilizar a linguagem oral com eficácia, sabendo

O meninO nO espelhO

Antes

de Assistir

sugestões de AtividAdes deCOrrentes

dA visitA AO FestivAl

espelho e todas as confusões que dela resultam, é a chance de refletir sobre o “outro” e as dificuldades em conviver com as coisas complicadas da vida. Ao final, a identidade de Fernando é restaurada, gatos e pássaros são libertados e uma lição valiosa é dada a todos nós - Pense nos outros!

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adequá-la a intenções e situações comunicativas que requeiram conversar num grupo, expressar sentimentos e opiniões, defender pontos de vista, relatar acontecimentos, expor sobre temas estudados;• Linguagem escrita - Formar critérios para selecionar leituras e desenvolver padrões de gosto pessoal• Linguagem escrita - Explorar diferentes modalidades de leitura, como ler para revisar, ler para obter informações, ler para se divertir, etc.• Linguagem escrita - Desenvolver estratégias de escrita, como planejar o texto, redigir rascunhos, relê-los e cuidar da apresentação. Todo texto é provisório e sempre pode ser melhorado. Nem mesmo escritores experimentados produzem textos finais de primeira tentativa; eles também modificam e aprimoram suas obras.• Linguagem escrita - Compor textos coerentes com bases em trechos oriundos de fontes diversas, que podem ser uma combinação de produções escritas ou• Linguagem escrita - Fazer resumos• Linguagem oral - Produzir diferentes textos, simulando os dos meios de comunicação: conversas por telefone, anúncios de rádio ou locuções de apresentadores de TV. E perceber neles os elementos intencionais: o bom humor, o tom catastrofista das más notícias ou uma inflexão de voz “garantindo a qualidade de um produto• Linguagem oral - Identificar elementos não-verbais -- como gestos, expressões faciais, mudanças no tom de voz -- na comunicação• Linguagem oral - Manter um ponto de vista coerente ao longo de um debate ou uma apresentação• Língua Oral: Usos e Formas. Escuta ativa dos diferentes textos ouvidos em situações de comunicação direta ou mediada por telefone, rádio ou televisão: inferência sobre alguns elementos de intencionalidade implícita (sentido figurado, humor,etc.), reconhecimento do significado contextual e do papel complementar de alguns elementos não-lingüísticos para conferir significação aos textos (gesto, postura corporal, expressão facial, tom de voz,

entonação).• LÍNGUA ORAL: USOS E FORMAS Utilização da linguagem oral em situações como as do primeirociclo, ampliando-as para outras que requeiram:maior nível de formalidade no uso da linguagem;preparação prévia;manutenção de um ponto de vista ao longo da fala;réplicas e tréplicas.

geografia

• Reconhecer e comparar o papel da sociedade e da natureza nas diferentes paisagens urbanas e rurais brasileiras• Saber o papel das tecnologias, da comunicação e dos transportes nas paisagens urbanas e rurais e na vida em sociedade.• Entender algumas consequências das transformações da natureza causadas pelo homem, no local e em paisagens urbanas e rurais.• Saber empregar a observação, a descrição, o registro, a comparação, a análise e a síntese no uso das informações de fontes escritas e de imagens.• Identificar e avaliar as ações dos homens em sociedade e suas consequências em diferentes espaços e épocas.

história

• Reconhecer algumas relações sociais, econômicas, políticas e culturais que a sua coletividade estabelece ou estabeleceu com outras localidades, no presente e no passado;• Identificar as relações de poder estabelecidas entre a sua localidade e os demais centros políticos, econômicos e culturais, em diferentes tempos;• Utilizar diferentes fontes de informação para leituras críticas;

matemática

• Ampliar os procedimentos de cálculo — mental, escrito, exato, aproximado — pelo conhecimento de regularidades dos fatos fundamentais, de propriedades das operações e pela antecipação

e verificação de resultados.• Recolher dados e informações, elaborar formas para organizá-los e expressá-los, interpretar dados apresentados sob forma de tabelas e gráficos e valorizar essa linguagem como forma de comunicação.• Utilizar diferentes registros gráficos — desenhos, esquemas, escritas numéricas — como recurso para expressar ideias, ajudar a descobrir formas de resolução e comunicar estratégias e resultados.• Identificar características de acontecimentos previsíveis ou aleatórios a partir de situações-problema, utilizando recursos estatísticos e probabilísticos.

Arte

• Expressar e saber comunicar-se em artes mantendo uma atitude de busca pessoal e/ou coletiva, articulando a percepção, a imaginação, a emoção, a sensibilidade e a reflexão ao realizar e fruir produções artísticas;• Interagir com materiais, instrumentos e procedimentos variados em artes (Artes Visuais, Dança, Música, Teatro), experimentando-os e conhecendo-os de modo a utilizá-los nos trabalhos pessoais;• Edificar uma relação de autoconfiança com a produção artística pessoal e conhecimento estético, respeitando a própria produção e a dos colegas, no percurso de criação que abriga uma multiplicidade de procedimentos e soluções;• Observar as relações entre o homem e a realidade com interesse e curiosidade, exercitando a discussão, indagando, argumentando e apreciando arte de modo sensível;• Buscar e saber organizar informações sobre a arte em contato com artistas, documentos, acervos nos espaços da escola e fora dela (livros, revistas, jornais, ilustrações, diapositivos, vídeos, discos, cartazes) e acervos públicos (museus, galerias, centros de cultura, bibliotecas, fonotecas, videotecas, cinematecas), reconhecendo e compreendendo a variedade dos produtos artísticos e concepções estéticas presentes na história das diferentes culturas e

etnias. Buscar e saber organizar informações sobre a arte em contato com artistas, documentos, acervos nos espaços da escola e fora dela (livros, revistas, jornais, ilustrações, diapositivos, vídeos, discos, cartazes) e acervos públicos (museus, galerias, centros de cultura, bibliotecas, fonotecas, videotecas, cinematecas), reconhecendo e compreendendo a variedade dos produtos artísticos e concepções estéticas presentes na história das diferentes culturas e etnias.

pluralidade Cultural

• Reconhecer as qualidades da própria cultura, valorando-as criticamente, enriquecendo a vivência de cidadania;• Desenvolver uma atitude de empatia e solidariedade para com aqueles que sofrem discriminação;• Repudiar toda discriminação baseada em diferenças de raça/etnia, classe social, crença religiosa, sexo e outras características individuais ou sociais;• Exigir respeito para si, denunciando qualquer atitude de discriminação que sofra, ou qualquer violação dos direitos de criança e cidadão;• Tempo e Pluralidade - Vínculos geracionais no âmbito social e familiar: transmissão de contostradicionais, hábitos alimentares, registros documentais, etc.

Ética

• Compreender o conceito de justiça baseado na equidade e sensibilizar-se pela necessidade da construção de uma sociedade justa;• Adotar atitudes de respeito pelas diferenças entre as pessoas, respeito esse necessário ao convívio numa sociedade democrática e pluralista;• Adotar, no dia-a-dia, atitudes de solidariedade, cooperação e repúdio às injustiças e discriminações;• Valorizar e empregar o diálogo como forma de esclarecer conflitos e tomar decisões coletivas;• Construir uma imagem positiva de si, o respeito próprio traduzido pela confiança em sua

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capacidade de escolher e realizar seu projeto de vida e pela legitimação das normas morais que garantam, a todos, essarealização;• Assumir posições segundo seu próprio juízo de valor, considerando diferentes pontos de vista e aspectos de cada situação.

AtividAdes

1. Faça perguntas para medir a compreensão:– O que acharam do filme?– O que mais gostaram?– E o que não gostaram?– Quem aparece no filme?– Qual o personagem favorito? Por quê?– Como acha que o filme foi feito?

2.Comente a respeito da época em que o filme se passa. Quando acham que a história aconteceu? Peça que lembrem como as pessoas se vestiam, o aspecto dos carros, as casas e objetos e peça que comparem com a época atual. Peça que imaginem como o Diretor de Arte do filme trabalhou para criar este efeito. E a cena da chegada de Odnanref, como acham que foi realizada?

3.No começo do filme aparece Fernando fabricando um avião. Ele usa bambu, pano, rodas de bicicleta e uma cesta de vime.Mostre a imagem do Demoiselle de Santos Dumont para que vejam as semelhanças e diferenças entre os dois aviões. Conte que Santos Dumont era mineiro como o Fernando da história do filme e se houver interesse, proponha uma pesquisa a respeito do inventor.

Foi em novembro de 1907 que o inventor brasileiro Alberto Santos Dumont concebeu o Demoiselle, um pequeno avião de apenas 56 kg, considerado o primeiro ultraleve do mundo. Com esse aparelho ele fez voos de menos de 200 metros em Saint-Cyr (Paris, França) nos dias 17 e 21 do citado mês. O nome do aviãozinho significa “senhorita” em francês, e foi motivado por sua pequenez, beleza e graciosidade.

https://pt.wikipedia.org/wiki/Santos-Dumont_Demoiselle

4.Lembre a conversa que Fernando teve com seu pai após o acidente com o avião. O pai explica que um homem não pode viver de aventuras e diz que pensa no futuro, perguntando o que ele quer ser quando crescer. Depois, explica que o segredo da vida é pensar nos outros. O que acham disso? Alguém já pensou em uma profissão no futuro? O que seria? Essa profissão segue o conselho do pai de Fernando e se dedica aos outros? Peça que escrevam a respeito.

5.Na sala de da casa de Fernando há um rádio e quando o pai estabelece um castigo ele deixa o menino sem ouvir rádio. Explique que a grande novidade e diversão da época era o rádio. Pergunte se alguém escuta rádio e que tipo de programas o rádio toca. De quem é o rádio? Quando ele é ligado? Onde está? Conte como era o rádio antigamente e faça um quadro comparando o uso do equipamento ontem e hoje.

http://ludmilasaharovsky.com/2012/06/pelas-ondas-do-radio-2.html

http://www.andregiusti.com.br/site/radio-das-historias-deliciosas/

http://rockntech.com.br/super-radio-e-um-radio-dab-com-doca-para-ipod/

O rádio hojeDe quem é o rádio? Cada pessoa tem um.Quando ele é ligado? Geralmente de manhã,

à vezes o dia todo.Onde está? Pode estar em

qualquer lugar.Que tipo de programas o rádio toca?

Musicais, variedades com entrevistas, religiosos e noticiário.

Quem escuta? O dono do rádio que geralmente está dirigindo, trabalhando ou cuidando da casa.

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O rádio na época do filmeDe quem é o rádio? Era da casa, como a

geladeira hoje em dia.Quando ele é ligado? Era ligado só na hora

em que passavam os programas favoritos.

Onde está? Na sala da casa em local de destaque.

Que tipo de programas o rádio toca?

Novelas, discursos políticos, noticiários, programas de humor, musicais, concursos de canto etc.

Quem escuta? Toda a família reunida.

O rádio na década de 1930

Os programas de calouros surgiram em meados da década de 1930 nos auditórios das rádios. As emissoras, a partir da década de 1930, passaram a receber o público em seus estúdios, pois os ouvintes não se contentavam mais em apenas ouvir seus artistas favoritos, queriam vê-los. Para atender ao público ouvinte, além de ampliar auditórios, algumas emissoras passaram a cobrar ingressos. Nas grandes cidades, os ingressos tinham como função principal limitar o público; no interior do país, a cobrança era uma forma de conseguir a verba necessária para pagar os cachês de artistas que ali faziam suas apresentações. Por volta de 1930 começou a se tornar comum a contratação de cantores (CALABRE, 2002). Vários programas de variedades surgiram com a introdução do patrocínio de anunciantes, levando o rádio a transformar-se em fenômeno social e dando-lhe o poder de influenciar comportamentos e ditar modas, devido à sua capacidade de conquista de milhares de fiéis ouvintes.

www.recantoacademico.webnode.com.br

...de YP Meneguel

6.Fernando se comunica com Mariana através do telefone de lata. Pergunte se alguém já experimentou brincar assim e se querem

confeccionar um modelo igual.

http://dicasdemaeparamae.blogspot.com.br/2012/09/brincadeira-telefone-de-latinha-ou.html

O telefone é um aparelho feito para reproduzir o som à distância. Várias versões existem dessa engenhoca. Mas você sabe como funciona um modelo feito de copos de papelão?A brincadeira, você já conhece: depois de amarrar cada uma das extremidades de um barbante a dois copos diferentes, uma dupla de amigos pode se comunicar. O que parece mágica, porém, é explicado pela ciência, como vamos descobrir agora.

http://chc.cienciahoje.uol.com.br/como-funciona-o-telefone-de-copos/

http://pt.wikihow.com/Fazer-um-Telefone-de-Brinquedo

7.Relembre como era a sala de aula de Fernando e o que ele aprendia na escola. O quadro era preto e se chamava quadro negro, o giz fazia um barulho horrível quando D. Risoleta escrevia. Os alunos ficavam falando palavras de uma língua estranha que ninguém fala mais, o latim. Eles ficavam repetindo e tinham que decorar. Quando alguém errava, a professora batia com a régua na carteira e eles tinham que começar tudo de novo. Peça que descrevam a escola deles, como é a sala e o que aprendem e pergunte para as pessoas mais velhas como era no seu tempo. Quando as respostas das entrevistas forem contadas e

comentadas, peçam que escrevam a respeito.

8.Quando Birica solta as baratas na sala de aula a professora diz que se o responsável por não confessar, todos serão punidos. Fernando então diz que o colega deve assumir o que fez e acaba fazendo com que Birica seja punido. O colega jura se vingar prometendo mandar seu capanga Jacaré dar uma surra nele. O que acham disto? Quem estava certo? O que fariam no lugar de Birica e Fernando? Deixe que discutam o assunto, sem interferir.

9.Fernando fica de castigo no quarto. Primeiro brinca com sua imagem no espelho, mexe com aviões, joga uma bolinha na parede e finalmente pega um livro e acaba dormindo. O que eles fariam de ficassem de castigo no quarto? Fariam uma das coisas que o menino fez. Por que? Perguntem quem costuma ler. Explique que antigamente as crianças liam mais porque não existiam diversões e brinquedos como os de hoje, mas comente que a leitura ainda é uma ótima diversão porque é lá que estão as grandes

histórias, os conhecimentos e os pensamentos de outras pessoas. Organize uma ida a Biblioteca para que cada um escolha um livro e depois conte para a turma o que leu.

10.Quando Fernando se aproxima da cama vê que o título do livro está invertido. Aparece outro menino e quando ele pergunta quem é, diz que se chama Odnanref e que isto é Fernando ao contrário.Pergunte se já notaram que o espelho mostra de forma invertida o que colocamos escrito diante dele. Para explicar o que acontece, coloque duas crianças viradas para a mesma direção e aponte para os seus braços esquerdos. Peça que levantem estes braços e mostre que estão do mesmo lado. Depois, peça que um deles, (ainda com o braço levantado) se vire e fique diante do outro, como nós ficamos diante da nossa imagem no espelho. O que aconteceu? Os braços esquerdos ficaram em lados opostos. Traga um espelho e peça que cada criança escreva seu nome em um papel fino (vegetal) Peça que encostem o escrito no espelho, com o verso em contato com a superfície do espelho e leiam seu nome. Depois virem o papel e afastem um pouco, tentando ler o que está no espelho, o seu nome invertido. Peça que anotem como ficou seu nome e se apresentem para a turma, com este novo nome, anotando no quadro. Proponha uma brincadeira, até o final do dia só se chamarão por estes estranhos nomes. Inverta seu nome também, para a brincadeira ficar mais engraçada.

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11.Odnanref explica que quando Fernando foi para o seu reino (dentro do espelho) ele viu que ele estava com problemas e veio para ajudar. Fernando então resolve que deve seguir aquela história de “Façam o que eu digo, não faça o que eu faço”, isto é, o reflexo nunca mais faria as mesmas coisas que ele, seria um duplo que iria em seu lugar fazer as tarefas desagradáveis. O que acharam disso? Gostariam de ter um duplo? Se tivessem, como seria? Peça que escrevam um texto a respeito.

12.Fernando chama Mariana para ver o fantasma e passa-se muito tempo sem que nada aconteça. Enquanto espera, a menina se diverte com algumas brincadeiras. Pergunte se conhecem esses jogos e se já brincaram disso alguma vez. Peça que tragam no dia seguinte cinco pedrinhas e um barbante, pois irão brincar como antigamente.

jogo das pedrinhas

Vídeo https://www.youtube.com/watch?v=jJr2o41OaPg

como brincar:

O jogo das pedrinhas tem vários outros nomes pelo mundo, sendo também conhecido como “cinco marias”, “jogo do osso”, “onente”, “bato”, “arriós”, “telhos”, “chocos”, “nécara”, “Chinas

y Chinos”, “Knucklebones”, “Osselet” ou “bugalhos”. O jogo consiste em lançar com a mão para o alto um dos cinco objetos que o compõe e pegar os demais que ficaram no chão.Segundo o folclorista brasileiro Câmara Cascudo, o jogo das pedrinhas tem mais de vinte séculos! Não se sabe ao certo sua origem. Os gregos chamavam o jogo de Astragalissimo, e os romanos, de Pentalia, por ser jogado com cinco tentos.Oficialmente no Império Romano era conhecido como Jogo dos Ossinhos, por se usar ossos. Isso indica que a brincadeira pode ser realizada com diversos materiais, como ossos, pedras, metais ou, como é comum no Brasil, com pequenos saquinhos recheados de areia ou arroz.O fato de os soldados das Legiões do exército romano terem se espalhado por diversos locais do mundo pode explicar a expansão da brincadeira para vários locais. No Brasil, a brincadeira veio possivelmente com os portugueses durante o período de colonização. Isso pode também explicar o nome de cinco marias, já que os portugueses eram católicos.Uma das formas de jogar é a seguinte:

1ª Fase- Jogar as cinco pedrinhas no chão;- Escolher uma delas, que será jogada para o alto, enquanto se pega uma das quatro, sem tocar nas demais. Esperar a que está no alto cair também na mesma mão. Repetir com todas as outras que estão no chão.

2ª Fase- Jogar as cinco pedrinhas e tomar de novo uma delas;- Jogar as pedrinhas para o alto e pegar de duas em duas as demais.

3ª Fase- Jogar as cinco pedrinhas no chão e tomar uma delas;- Jogar as pedrinhas para o alto e pegar primeiro uma e depois três, de uma só vez.

4ª Fase- Jogar as cinco pedrinhas e tomar uma delas;- Jogá-la para o alto e, enquanto ela volta, pegar

as quatro de uma só vez, aparando rapidamente também a primeira.Essa é uma das formas de jogar, mas existem várias outras. Depende de sua criatividade para alterar o jogo! O que você acha de chamar outras crianças para te acompanhar na brincadeira?Por Tales Pinto

Mestre em História em http://www.escolakids.com/historia-do-jogo-das-pedrinhas.htm

Vídeo como brincar: https://www.youtube.com/watch?v=jJr2o41OaPg

Cama de gato:

Vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=ZZppv8FrVg4

Como brincarCorte um pedaço de barbante e amarre as duas pontas. Coloque as duas mãos dentro do círculo e estique o barbante deixando os cotovelos dobrados e os braços paralelos, formando um retângulo. Este retângulo precisa estar apoiado logo acima dos nós dos dedos, quase nas pontas. O polegar fica de fora. Depois, sem mexer na posição dos barbantes – use o polegar para ajudar a segurá-lo – leve a mão direita até a esquerda passando-a por baixo da lateral do barbante, de modo que ele faça a volta entre os dedos. Faça o mesmo com a mão esquerda. Depois coloque o dedo médio por baixo dessa linha que se formou na palma da mão oposta e estique-o novamente. Em cada lateral do retângulo se formará um X. A partir daí os jogadores se

revezam na tentativa de retirar o barbante da mão do outro sem desmontar o retângulo principal.

www.elas.ig.com.br/filhos/brincadeiras/barbante-cama-de-gato

https://cantarbrincarjogar.wordpress.com/2011/07/24/cama-de-gato-1/

Vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=ZZppv8FrVg4

13.Pergunte por que acham que os pais de Fernando não gostavam de Papi Faria.E eles, O que acharam do personagem? Conhecem uma pessoa parecida? No filme, quem desmoralizou o major? Lembram como aconteceu? Um gesto sempre quer significar alguma coisa. Apresente imagens de gestos para que reproduzam e interpretem.

http://www.oronoticias.com.mx/nota/145673/Comunicarse-tambien-depende-de-tus-gestos

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14.Chega Cíntia, a prima de São Paulo e Fernando resolve espioná-la furando o teto da sala. Fica tão empolgado que acaba caindo. A mãe fica furiosa por descobrir o verdadeiro motivo das goteiras na sala e resolve que Fernando tem mesmo que ir para o colégio interno. Obriga o pai a assinar o papel da matrícula.Conte que o maior medo das crianças antigamente era ser mandada para um colégio interno. Como acham que era. Como se sentiriam em um lugar assim?Analise o quadro abaixo e peça que escrevam a respeito.

http://www.istoe.com.br/reportagens/paginar/3691_O+COLEGIO+INTERNO+NAO+E+MAIS+AQUELE/2

15.Fernando e Odnanref estão apaixonados pela prima. O menino fica com ciúmes e começa a sentir falta da sua antiga vida. Resolve acabar com aquilo. Ele acha que o duplo é dele e que só pode fazer o que ele mandar. Mas o outro diz que tudo o que Fernando tinha antes, a sua vida, agora lhe pertence. O que acharam disso? Quem estava certo?

16.Quando Fernando é chamado ao gabinete do

diretor porque foi acusado pelo incêndio da casa ele assume a responsabilidade e diz que os outros amigos não tiveram culpa de nada. O que acham desta atitude? Fariam a mesma coisa? Depois ele comenta que foi um acidente, mas que nada que ele fale vai fazer com que mudem de opinião porque os adultos sempre acham que têm razão. Eles concordam com isto? Como fazer para mostrar para um adulto que as crianças também têm direitos? Peça que escrevam sobre este assunto.

17.Na casa de Papi Faria, há gaiolas com pássaros e gatos presos. Porque será que ele fazia isto? Quando se deve prender um animal e por que? Fale a respeito de pássaros em gaiolas e pergunte quem é contra e quem tem passarinho em casa e é a favor. Exiba os vídeos para que conheçam a diferença entre e de cativeiro legalmente autorizado.Promova um debate, sem expor a sua opinião a respeito.

https://www.youtube.com/watch?v=H4V6NTiPf5E

https://www.youtube.com/watch?v=s3BHQVrY6Po

http://primeiraedicao.com.br/noticia/2012/08/16/entenda-as-normas-para-criar-passaros-silvestres-em-cativeiro-de-forma-legal

http://www.paranaportal.com.br/blog/2015/08/13/policia-ambiental-apreende-42-passaros-em-cativeiro/

ensinO FundAmentAl – 3º e 4º CiClO

ObjetivOs relACiOnAdOs:

As atividades sugeridas oferecem a possibilidade de integração com os Parâmetros Curriculares Nacionais do Ministério da Educação.No caso deste filme, consideramos os seguintes objetivos relevantes e pertinentes:

língua portuguesa

• Demonstrar compreensão de textos orais,

nos gêneros previstos para o ciclo, por meio de retomada dos tópicos do texto.• Atribuir sentido a textos orais e escritos, posicionando-se criticamente diante deles.• Ler de maneira independente textos com os quais tenha construído familiaridade.• Compreender textos a partir do estabelecimento de relações entre diversos segmentos do próprio texto e entre o texto e outros diretamente implicados por ele.• Selecionar procedimentos de leitura adequados a diferentes objetivos e interesses (estudo, formação pessoal, entretenimento, realização de tarefa) e a características do gênero e suporte.• Coordenar estratégias de leitura não lineares utilizando procedimentos adequados para resolver dúvidas na compreensão e articulando informações textuais com conhecimentos prévios.• Redigir textos na modalidade escrita nos gêneros previstos para o ciclo, considerando as especificidades das condições de produção.• Escrever textos coerentes e coesos, observando as restrições impostas pelo gênero.• Redigir textos utilizando alguns recursos próprios do padrão escrito relativos à paragrafação, pontuação e outros sinais gráficos, em função do projeto textual. Redigir textos utilizando alguns recursos próprios do padrão escrito relativos à paragrafação, pontuação e outros sinais gráficos, em função do projeto textual.• Escrever textos sabendo utilizar os padrões da escrita, observando regularidades linguísticas e ortográficas.• Revisar os próprios textos com o objetivo de aprimorá-los.• Utilizar os conceitos e procedimentos constituídos na prática de análise linguística.

geografia

• Explicar que a natureza do espaço, como território e lugar, é dotada de uma historicidade em que o trabalho social tem uma grande importância para a compreensão da dinâmica de suas interações e transformações.• Desenvolver no aluno o espírito de

pesquisa, fundamentado na ideia de que, para compreender a natureza do território, paisagens e lugares, é importante valer-se do recurso das imagens e de vários documentos que possam oferecer informações, ajudando-os a fazer sua leitura para desvendar essa natureza.

história

• Conhecer realidades históricas singulares, distinguindo diferentes modos de convivência nelas existentes.• Caracterizar e distinguir relações sociais da cultura com a natureza em diferentes realidades históricas.• Refletir sobre as transformações tecnológicas e as modificações que elas geram no modo de vida das populações e nas relações de trabalho.• Utilizar fontes históricas em suas pesquisas escolares.• Utilizar conceitos para explicar relações sociais, econômicas e políticas de realidades históricas singulares, com destaque para a questão da cidadania.• Reconhecer as diferentes formas de relações de poder inter e intragrupos sociais.• Identificar e analisar lutas sociais, guerras e revoluções na História do Brasil e do mundo.• Debater ideias e expressá-las por escrito e por outras formas de comunicação.• Ter iniciativas e autonomia na realização de trabalhos individuais e coletivos.

Ciências naturais

• Identificar diferentes tecnologias que permitem as transformações de materiais e de energia necessárias a atividades humanas essenciais hoje e no passado.

Arte

• Experimentar e explorar as possibilidades de cada linguagem artística.• Compreender e utilizar a arte como linguagem, mantendo uma atitude de busca pessoal e/ou coletiva, articulando a percepção, a imaginação, a emoção, a investigação, a sensibilidade e a reflexão ao realizar e fruir produções artísticas.

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• Experimentar e conhecer materiais, instrumentos e procedimentos artísticos diversos em arte (Artes Visuais, Dança, Música, Teatro), de modo que os utilize nos trabalhos pessoais, identifique-os e interprete-os na apreciação e contextualize-os culturalmente.• Identificar, relacionar e compreender a arte como fato histórico contextualizado nas diversas culturas, conhecendo, respeitando e podendo observar as produções presentes no entorno, assim como as demais do patrimônio cultural e do universo natural, identificando a existência de diferenças nos padrões artísticos e estéticos de diferentes grupos culturais.• Observar as relações entre a arte e a realidade, refletindo, investigando, indagando, com interesse e curiosidade, exercitando a discussão, a sensibilidade, argumentando e apreciando arte de modo sensível.• Identificar, relacionar e compreender diferentes funções da arte, do trabalho e da produção dos artistas.• Pesquisar e saber organizar informações sobre a arte em contato com artistas, obras de arte, fontes de comunicação e informação.

pluralidade Cultural

• Compreender a memória como construção conjunta, elaborada como tarefa de cada um e de todos, que contribui para a percepção do campo de possibilidades individuais, coletivas, comunitárias e nacionais.• Desenvolver uma atitude de empatia e solidariedade para com aqueles que sofrem discriminação.• Repudiar toda discriminação baseada em diferenças de raça/etnia, classe social, crença religiosa, sexo e outras características individuais ou sociais.• Exigir respeito para si e para o outro, denunciando qualquer atitude de discriminação que sofra, ou qualquer violação dos direitos de criança e cidadão.• Analisar com discernimento as atitudes e situações fomentadoras de todo tipo de discriminação e injustiça social.

Ética

• Reconhecer a presença dos princípios que fundamentam normas e leis no contexto social.• Refletir criticamente sobre as normas morais, buscando sua legitimidade na realização do bem comum.• Assumir posições segundo seu próprio juízo de valor, considerando diferentes pontos de vista e aspectos de cada situação.• Construir uma imagem positiva de si, de respeito próprio e reconhecimento de sua capacidade de escolher e de realizar seu projeto de vida.• Compreender o conceito de justiça baseado na equidade, e empenhar-se em ações solidárias e cooperativas.• Adotar atitudes de respeito pelas diferenças entre as pessoas, repudiando as injustiças e discriminações.• Valorizar e empregar o diálogo como forma de esclarecer conflitos e tomar decisões coletivas.

AtividAdes

1.Faça perguntas para medir a compreensão:– O que acharam do filme?– O que mais gostaram?– E o que não gostaram?– Quem aparece no filme?– Qual o personagem favorito? Por quê?– Como acha que o filme foi feito?

2.Converse sobre os profissionais que trabalham no filme, dando uma visão de sua contribuição para o resultado final da obra cinematográfica. Em seguida, distribua uma ficha de avaliação do filme, analisando cada aspecto que deverá ser observado e comentado. Se acharem difícil relembrar, divulgue o link da internet para que revejam o filme em casa prestando atenção nos itens da avaliação. Depois, preencha uma ficha

coletiva, apresentando a opinião da turma.

pessoas que fazem um filme:

Diretor de cinema é considerado, em termos gerais, o criador da obra cinematográfica. Ainda que o seu papel seja diferente. O trabalho do diretor de cinema, ao supervisionar e dirigir a execução das filmagens, utilizando recursos humanos, técnicos, dramáticos e artísticos inclui: definição da orientação artística geral que caracterizará o filme no seu todo;análise e interpretação do roteiro do filme, adequando-o à realização cinematográfica; direção das interpretações dos atores, tanto sob um ponto de vista técnico (colocando-os em determinado local e enquadramento) como de um ponto de vista dramático, solicitando o gênero de emoção pretendida para a personagem;organização e seleção dos cenários do filme; direção dos meios técnicos (sonoplastia, iluminação, enquadramento);escolha da equipe técnica e do elenco (em alguns casos, apenas); supervisão dos preparativos da produção; escolha de locações, cenários, figurinos, cenografia e equipamentos; direção e supervisão da montagem, dublagem, confecção da trilha musical e sonora; processamento do filme até a cópia final; acompanhamento da confecção do trailer.

Produtor de cinema‎

é o profissional de cinema que atua na área empresarial. É o captador de recursos para um projeto por ele elaborado ou empresa que o contratou. Ele está envolvido no projeto desde a concepção até a sua finalização. É ele quem inicia, coordena, supervisiona e controla assuntos como a arrecadação de fundos e contratação de mão de obra. É basicamente a parte concreta em que se apoia a criação cinematográfica. Existem diferentes maneiras de um produtor se envolver em determinado projeto. Na maioria dos casos o produtor executivo é o proprietário da empresa produtora que recebe a proposta de coprodução de um diretor que dispõe de um roteiro original. Ou ainda, compra os direitos de adaptação de uma obra literária e investe nos trabalhos de um

adaptador (roteirista) e elabora a montagem do projeto.

Roteirista de cinema

é quem escreve o roteiro de um filme, programa de televisão. O roteirista cria uma história original ou adapta uma já existente. O roteiro adaptado, em geral, consiste na transposição de obras literárias para o cinema ou televisão. O roteirista realiza roteiros inclusive para filmes documentários.

Diretor de fotografiaé o técnico de cinema responsável pela forma como o roteiro cinematográfico é transposto para a película ou vídeo, na forma de fotografia. A produção é feita segundo as suas orientações técnicas. Consoante aquilo que é pretendido pelo realizador, o diretor de fotografia tenta manter um padrão técnico e artístico da imagem. Para isso, o seu trabalho inclui a seleção, aprovação e direção de utilização do equipamento, como a câmera de filmar ou a câmera de vídeo, as lentes e filtros a usar e o equipamento de iluminação.

Ator ou atrizé a pessoa que interpreta e representa uma ação dramática baseando-se em textos, estímulos visuais, sonoros e outros, previamente concebidos por um autor ou criados através de improvisações individuais ou coletivas;

Cenógrafoé quem cria, projeta e supervisiona, de acordo com o espírito da obra, a realização, e montagem da todas as ambientações e espaços necessários à cena; determina os materiais necessários; dirige a preparação, montagem e remontagem das diversas unidades de trabalho. Nos filmes de longa metragem exerce, ainda, as funções de Diretor de Arte.

Cinegrafista é o profissional responsável pelo manuseio de câmera de filmagem ou vídeo. Em cinema, o operador de câmera é profissional responsável pelo manuseio de câmera sob a supervisão de um diretor.

Montador ou editor de cinema

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é o profissional que dá sentido ao material previamente filmado ou gravado, através da elaboração de uma estrutura narrativa. Ao final das filmagens o material é revelado e, já em positivo, faz-se a seleção dos fotogramas (24 imagens por segundo, em cinema), procede-se ao chamado, corte e cola, inicialmente de forma manual, depois através de máquinas e hoje em dia, através da digitalização, por edição não linear.O montador em vídeo, vulgarmente designado por editor, é o profissional responsável pela seleção da imagem da rodagem, registrada em cassete, cartões de memória sólida, disco rígido, ou outro qualquer suporte digital. Através de sistemas de edição, lineares ou não lineares, o editor de vídeo, pode ainda adicionar efeitos de transição 2D ou 3D, legendagem, através de inserção de caracteres, junção de imagens de síntese e efeitos sonoros, como ruídos e música.

Distribuidoré quem faz a colocação do filme no mercado para que chegue ao público para o qual foi feito.https://pt.wikipedia.org

http://www.telabrasileira.com.br/jobtypes/cenografo-jobs-405835.php

https://www.youtube.com/watch?v=wH51q8IZb78

http://www.aicinema.com.br/profissoes-do-cinema-parte-3-edicao-direcao-de-arte-e-distribuicao-e-mercado/

OpiniÃO sObre O Filme O meninO e O espelhO

Roteiro (A história é interessante e facilmente entendida?)

Direção (A história parece estar realmente acontecendo?)

Elenco(Os atores atuam de maneira convincente?)

Fotografia (O filme apresenta um visual agradável?)

Efeitos Visuais(Os cenários e a caracterização dos personagens são adequados? A ambientação da época está correta? Os efeitos especiais foram bem realizados?)

Sonorização(Os diálogos são percebidos em todos os momentos? Os efeitos sonoros e a música realçam a ação do filme?)

Edição(A duração das cenas é adequada? As imagens retratam de forma correta o que acontece na história?)

LINK PARA REVER O FILME: https://www.youtube.com/watch?v=4TNJaBJ4zg8

3.O rádio da casa de Fernando está transmitindo um discurso do presidente do Brasil na época. Pergunte se sabem quem era o presidente: Getúlio Vargas. Proponha uma pesquisa sobre o Brasil político na década em que o filme é

passado (1930/ 1940).

Década de 1930...contemporâneos a esse período, a denominaram a pior década do século XX, já que começou com a Grande Depressão e terminou com a guerra.

https://pt.wikipedia.org/wiki/D%C3%A9cada_de_1930

http://www.historiabrasileira.com/brasil-republica/era-vargas/

4.Pedro, o melhor amigo de Fernando tem medo que a confusão da história das baratas acabe sobrando para ele. Fernando diz que o outro é covarde e o desafia a roubar uma manga. Pergunte se lembram do que aconteceu quando o Major Papi Faria apareceu e o que acham disso. Alguém já esteve em uma situação destas? O que pensam da frase “achado não é roubado”? Um adulto pode se comportar desta maneira? O que fariam se estivessem no lugar de Pedro?

5.O assunto da reunião é uma casa abandonada e Fernando conta que viu um fantasma lá, portanto a casa tem que ser investigada. Pedro pergunta se a casa é mal assombrada e Fernando pergunta se existe casa bem assombrada. Pergunte se entenderam o que ele quis dizer: se é assombrada já é mal. Comente que de tanto ouvir nós costumamos falar coisas assim de vez em quando e que quando paramos para pensar vemos que não faz sentido usar duas palavras que querem dizer a mesma coisa. Proponha uma brincadeira. Você dirá uma expressão e eles tentaram descobrir o que há de errado nela. Peça que prestem atenção e descubram outras expressões para a lista.

Exemplos de PleonasmoSubir para cima - Entrar para dentro - Adiar para depois – arder em chamas - elo de ligação - certeza absoluta - junto com - em duas metades

iguais - há anos atrás - encarar de frente - retornar de novo – ganhar de graça - surpresa inesperada – gritar alto – entregar em domicílio -escolha opcional - anexar junto - comparecer pessoalmente - fato real - multidão de pessoas - voltar atrás – sua própria.

6.O livro que Fernando lê antes de dormir é Alice do outro lado do Espelho. Pergunte se alguém conhecem Alice no País das Maravilhas e explique que é uma espécie de continuação.Ofereça algumas informações a respeito. Leia o trecho abaixo e proponha uma leitura do livro em voz alta, diariamente ao final da aula, como uma novela da TV. Cada dia um aluno lê para os outros.

Livro recomendado para o 3º ciclo, destinado a leitura autônoma.

Alice do Outro Lado do Espelho (1872) narra o regresso da jovem ao país encantado da sua primeira aventura, onde desta vez encontrará

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personagens como Humpty Dumpty, Tweedledee e Tweedledum. Num quente mês de Março, Alice brinca com as suas gatas quando se pergunta como será o mundo do outro lado do espelho. Para sua grande surpresa, descobre que tem o poder de atravessar um espelho e descobre um livro misterioso que só pode ser lido pelo seu reflexo. Quando atravessa o jardim das flores vivas, Alice encontra a Rainha Preta e depara-se com um grandioso jogo de xadrez em que ela terá de participar.Alice do Outro Lado do Espelho de Lewis CarrollPara quem não conhece, em Através do Espelho e o que Alice Encontrou Por Lá, Alice atravessa para o outro lado do espelho e lá encontra um mundo diferente, com muitos conceitos invertidos e acontecimentos imprevisíveis, tendo como tema o jogo de xadrez. “Gostaria de comprar um ovo, por gentileza”, disse timidamente. “Como os vende?”“Cinco pence por um... Dois pence por dois”, a Ovelha respondeu.“Então dois custam menos que um?” perguntou Alice surpresa, pegando a bolsa.“Só que, se comprar dois, tem de comê-los”, disse a Ovelha.“Nesse caso, quero um, por favor”, disse Alice, pondo o dinheiro no balcão. Pois pensou consigo mesma: “Os dois não devem ser grande coisa.”(...) Assim foi ela, espantando-se mais e mais a cada passo, pois todas as coisas viravam árvore tão logo as alcançava, e ela estava certa de que o ovo faria o mesmo.

http://livrolab.blogspot.com.br/2010/04/alice-no-pais-das-maravilhas-atraves-do.html

7.Fernando, Toninho, Pedro e Mariana têm uma organização secreta que faz reuniões no sótão da casa dele. É a Polícia Especial de Investigação Doméstica, cuja sigla é algo bizarra, assim como a saudação do grupo quando se encontra. Na reunião, Fernando mostra a nova arma secreta, uma ferramenta para fazer furos, chamada Arco de pua. Pergunte se já tinham

visto alguma antes. Como funciona? Explique que era usada antigamente pelos marceneiros e pergunte por que acham que não é mais usada hoje em dia. Proponha uma pesquisa sobre ferramentas antigas e modernas.

8.Quando Fernando acorda e se levanta, vê que ainda está na cama. Ele sê vê refletido em muitos espelhos e quando vai olhar no espelho do quarto o reflexo sumiu. Alguém sabe como é feito um espelho? Proponha uma pesquisa a respeito.

EspelhoEspelho (do latim speculum) é uma superfície que reflete um raio luminoso em uma direção definida, em vez de absorvê-lo ou espalhá-lo em todas as direções. Por convenção, as distâncias dos objetos são sempre consideradas positivas e as distâncias das imagens são consideradas positivas para imagens reais e negativas para imagens virtuais.

https://pt.wikipedia.org/wiki/Espelho

Os fabricantes usam três camadas. A principal é uma superfície de metal superpolida, que reflete muito bem a luz e fica no meio do espelho. Por trás dela, existe uma camada escura, normalmente de tinta preta, que absorve a luz que vem de trás do espelho e impede que ela “vaze” pela camada refletora de metal. Na frente do metal fica uma camada de vidro, que dá solidez ao espelho e protege a película metálica contra riscos que distorçam a reflexão dos raios de luz. Um bom espelho reflete 90% dos raios de luz que incidem sobre ele. Por isso, o processo de fabricação é delicado. O passo inicial é a

limpeza e o polimento do vidro. Feito isso, é hora de aplicar uma camada de prata, o metal mais usado nos espelhos atuais, junto com um produto químico que a faz aderir completamente ao vidro. A terceira etapa é pulverizar uma camada de tinta preta atrás da superfície de prata. Como esse metal é sensível ao ambiente, os fabricantes preferem usar tintas pretas impermeáveis - a umidade é um dos principais inimigos da prata. Depois, o artefato passa por uma estufa para secar a tinta. E o espelho já está pronto para você admirar sua beleza!

http://mundoestranho.abril.com.br/materia/como-e-feito-o-espelho

Vídeo mostrando como é fabricado: https://www.youtube.com/watch?v=Xdhw4-sXZRw

9.A expressão “Faça o que eu digo, não faça o que eu faço” é usada de outra forma, para citar alguém que quer dos outros alguma coisa, mas não dá o exemplo. Alguém conhece uma pessoa assim? Peça que contem como ela se comporta e depois inventem uma história com este título, escrevendo e ilustrando.

10.Fernando pula o muro para verificar a casa abandonada e escuta conversa do Major Papi Faria falando com Almeida que tem medo de ser preso. O Major diz que é seguro fazer a reunião em sua casa e que cumpre o dever que Deus lhe deu. Termina levantando o braço e dizendo Anauê! Quando as crianças voltam a noite, está acontecendo a tal reunião. Todos estão uniformizados vestindo as camisas verdes. Falam mal do governo. E dizem Deus, Pátria e Família. Anauê! Pergunte se sabem o que era aquela reunião. Fale então sobre o integralismo e peça que façam uma pesquisa na internet para saber o que aconteceu com as pessoas deste partido político.

IntegralismoNo Brasil, a rearticulação política vivida com a Revolução de 1930 fez com que o Integralismo aparecesse como uma alternativa frente ao recente governo de Getúlio Vargas e o crescimento dos movimentos operário e comunista. Sob o comando de Plínio Salgado, a Ação Integralista conseguiu o apoio de setores médios, empresários e setores do operariado. Entendidos por muitos como um “fascismo abrasileirado”, esse movimento contou com suas particularidades.Entre as principais ideias defendidas pelos integralistas, podemos destacar o corporativismo político, a abolição do pluripartidarismo, a perseguição aos comunistas, o fim do capitalismo especulativo e a ascensão de um forte líder político. Além do conteúdo ideológico, os integralistas fizeram o uso massivo dos meios de comunicação, frases de efeito, criação de símbolos e padronização comportamental.Os integralistas utilizavam de uma saudação comum, “Anauê”, expressão de origem indígena, para cumprimentar seus associados. Além disso, vestiam camisas verdes e adotaram a letra grega sigma (símbolo matemático para somatória) como formas que incentivariam um forte sentimento de comunhão e amor à pátria. Mesmo contando com intensas manifestações, os integralistas perderam força com a implementação do Estado Novo, no final dos anos 30.Por Rainer SousaMestre em História

http://www.brasilescola.com/historiab/a-acao-integralista-brasileira.htm

11.Toninho viu o final da reunião dos Integralistas e pensou que eles estavam rezando. No dia seguinte cumprimentou os pais com a saudação Anauê!O pai disse que ele não podia fazer isso. E explicou: “ - Eu acredito que o estado deva ser democrático. Precisamos manter nossas

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liberdades: de expressão, religiosa, política e o pleno exercício da nossa cidadania” Pergunte se entenderam o que ele quis dizer. Anote o texto no quadro, leia frase por frase e vá explicando o significado das palavras e interpretando a mensagem do personagem. Depois destaque as palavras: democrático, liberdade e cidadania e peça que criem uma frase em que as palavras sejam usadas.

12.O filme que Fernando vai assistir com a prima é o Anjo Azul e é proibido para crianças. Eles imaginam por que? (na época era porque a atriz era uma cantora de cabaré e aparecia com as pernas de fora) Por que existe uma classificação de idade para filmes e programas de televisão? O que deve ser proibido ou permitido para crianças numa programação de TV ou em um filme? Como eles se sentem vendo programas para adultos?Traga uma publicação de TV com filmes, séries e programas infantis conhecidos deles para que digam qual a idade consideram adequada e comparem com a indicação real.

13.Fernando deixa a prima esperando e vai procurar Mariana. Ele explica que é preciso pensar nos outros. O que acharam disso? Ele termina dizendo que já sabe o que vai querer ser quando crescer, ele vai querer ser criança. O que o menino quis dizer com isto? Conte que essa frase foi dita pelo menino de verdade,aquele que escreveu a história do filme, o escritor Fernando Sabino. Leia o conto abaixo ou distribua o texto para que a turma leia (alternando diversos

leitores). Ao final, compare as memórias de Fernando Sabino com a adaptação feita para o cinema. Se houver interesse, peça que leiam o livro na internet e comentem o que foi lido.

prólOgO

O meninO e O hOmem

QUANDO chovia, no meu tempo de menino, a casa virava um festival de goteiras. Eram pingos do teto ensopando o soalho de todas as salas e quartos. Seguia-se um corre-corre dos diabos, todo mundo levando e trazendo baldes, bacias, panelas, penicos e o que mais houvesse para aparar a água que caía e para que os vazamentos não se transformassem numa inundação. Os mais velhos ficavam aborrecidos, eu não entendia a razão: aquilo era uma distração das mais excitantes. E me divertia a valer quando uma nova goteira aparecia, o pessoal correndo para lá e para cá, e esvaziando as vasilhas que transbordavam. Os diferentes ruídos das gotas d’água retinindo no vasilhame, acompanhados do som oco dos passos em atropelo nas tábuas largas do chão, formavam uma alegre melodia, às vezes enriquecida pelas sonoras pancadas do relógio de parede dando horas.Passado o temporal, meu pai subia ao forro da casa pelo alçapão, o mesmo que usávamos como entrada para a reunião da nossa sociedade secreta. Depois de examinar o telhado, descia, aborrecido. Não conseguia descobrir sequer uma telha quebrada, por onde pudesse penetrar tanta água da chuva, como invariavelmente acontecia. Um mistério a mais, naquela casa cheia de mistérios.O maior, porém, ainda estava por se manifestar. NAQUELE dia, assim que a chuva passou, fui como sempre brincar no quintal. Descalço, pouco me incomodando com a lama em que meus pés se afundavam, gostava de abrir regos para que as poças d’água, como pequeninos lagos, escorressem pelo declive do terreiro, formando o que para mim era um caudaloso rio. E me distraía fazendo descer por ele barquinhos de

papel, que eram grandes caravelas de piratas.Desta vez, o que me distraiu a atenção foi uma fila de formigas a caminho do formigueiro, lá perto do bambuzal, e que o rio aberto por mim havia interrompido. As formiguinhas iam até a margem e, atarantadas, ficavam por ali procurando um jeito de atravessar. Encostavam a cabeça umas nas outras, trocando ideias, iam e vinham, sem saber o que fazer. Algumas acabavam tão desorientadas com o imprevisto obstáculo à sua frente que recuavam caminho, atropelando as que vinham atrás e estabelecendo na fila a maior confusão. Do outro lado, entre as que já haviam passado, reinava também certa confusão. Enquanto as que iam mais à frente prosseguiam a caminhada até o formigueiro, sem perceber o que acontecia á retaguarda, as ainda próximas do rio ficavam indecisas, indo e vindo por ali, junto à margem, pintando uma forma qualquer de ajudar as outras a atravessar.Resolvi colaborar, apelando para os meus conhecimentos de engenharia. Em poucos instantes construí uma ponte com um pedaço de bambu aberto ao meio, e procurei orientar para ela, com um pauzinho, a fila de formigas.Estava empenhado nisso, quando senti que havia alguém em pé atrás de mim. Uma voz de homem, que soou familiar aos meus ouvidos, perguntou: — Que é que você está fazendo? Sem me voltar, tão entretido estava com as formigas, expliquei o que se passava. Logo consegui restabelecer o tráfego delas, recompondo a fila através da ponte. O homem se agachou a meu lado, dizendo que várias formigas seguiam por um caminho, uma na frente de duas, uma atrás de duas, uma no meio de duas. E perguntou:— Quantas formigas eram?Pensei um pouco, fazendo cálculos. Naquele tempo eu achava que era bom em aritmética: uma na frente de duas faziam três; uma atrás de duas eram mais três; uma no meio de duas, mais três.— Nove! — exclamei, triunfante.Ele começou a rir e sacudiu a cabeça, dizendo

que não: eram apenas três, pois formiga só anda em fila, uma atrás da outra. Então perguntei a ele o que é que cai em pé e corre deitado.— Cobra? — ele arriscou, enrugando a testa, intrigado.Foi a minha vez de achar graça:— Que cobra que nada! É a chuva — e comecei a rir também. — Você sabe o que é que caindo no chão não quebra e caindo n’água quebra? — Sei: papel.Gostei daquele homem: ele sabia uma porção de coisas que eu também sabia. Ficamos conversando um tempão, sentados na beirada da caixa de areia, como dois amigos, embora ele fosse cinquenta anos mais velho do que eu, segundo me disse. Não parecia. Eu também lhe contei uma porção de coisas. Falei na minha galinha Fernanda, nos milagres que um dia andei fazendo, e de como aprendi a voar como os pássaros, e a minha aventura de escoteiro perdido na selva, as espionagens e investigações da sociedade secreta Olho de Gato, o sósia que retirei do espelho, o Birica, valentão da minha escola, o dia em que me sagrei campeão de futebol, o meu primeiro amor, o capitão Patifaria, a passarinhada que Mariana e eu soltamos. Pena que minha amiga não estivesse por ali, para que ele a conhecesse. Levei-o a ver o Godofredo em seu poleiro: — Fernando! — berrou o papagaio, imitando mamãe: — Vem pra dentro, menino! Olha o sereno!Hindemburgo apareceu correndo, a agitar o rabo. Para surpresa minha, nem o homem ficou com medo do cachorrão, nem este o estranhou; parecia feliz, até lambeu-lhe a mão. Depois mostrei-lhe o Pastoff no fundo do quintal, mas o coelho não queria saber de nós, ocupado em roer uma folha de couve.O homem disse que tinha de ir embora — antes queria me ensinar uma coisa muito importante:— Você quer conhecer o segredo de ser um menino feliz para o resto da sua vida?

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22

— Quero — respondi. O segredo se resumia em três palavras, que ele pronunciou com intensidade, mãos nos meus ombros e olhos nos meus olhos: — Pense nos outros. Na hora achei esse segredo meio sem graça. Só bem mais tarde vim a entender o conselho que tantas vezes na vida deixei de cumprir. Mas que sempre deu certo quando me lembrei de segui-lo, fazendo-me feliz como um menino.O homem se curvou para me beijar na testa, se despedindo:— Quem é você? — perguntei ainda.Ele se limitou a sorrir, depois disse adeus com um aceno e foi-se embora para sempre.

O Menino no Espelho - Fernando Sabino

http://www.baixelivro.com/

Para ler o livro:

http://portuguesencantado.blogspot.com.br/2011/02/o-menino-no-espelho-fernado-sabino.html