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1. Mapeamento geológico 2. Petrografia 3. Geoquímica das Rochas UNICAMP O Potencial Aurífero da Suíte Granítica Teles Pires (1,75 Ga) da Província de Alta Floresta (MT): o caso dos corpos TP1 Assis R.R. 2011. Depósitos auríferos associados ao magmatismo granítico do setor leste da Província de Alta Floresta (MT), Craton Amazônico: tipologia das mineralizações, modelos genéticos e implicações prospectivas. Instituto de Geociências; Dissertação de Mestrado; 462p. Assis R.R. 2008. Contexto geológico e associação paragenética das mineralizações auríferas de União do Norte, região de Peixoto de Azevedo, Província de Alta Floresta (MT). Instituto de Geociências, Universidade Estadual de Campinas; Trabalho de Conclusão de Curso; 81p. Paes de Barros A.J. 2007. Granitos da região de Peixoto de Azevedo – Novo Mundo e mineralizações auríferas relacionadas – Província Aurífera Alta Floresta (MT). Tese de Doutorado, Instituto de Geociências, Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 154p. Souza J.P., Frasca A.A.S., Oliveira C.C. 2005. Geologia e Recursos Minerais da Província Mineral de Alta Floresta. Relatório Integrado. Brasília, Serviço Geológico Brasileiro, CPRM, 164p. Vitório J.A. 2010. A suíte granítica Teles Pires da Província Aurífera de Alta Floresta: Características petrográficas, geoquímicas e implicações metalogenéticas. Instituto de Geociências, Universidade Estadual de Campinas; Relatório PIBIC/ CNPq; 20p. Giseli Silva Ramos - UNICAMP / INST. GEOCIÊNCIAS - PIBIC – Orientador : Prof.º Dr. Roberto Perez Xavier - UNICAMP / INST. GEOCIÊNCIAS – Co-orientador : Dr. Antonio João Paes de Barros (METAMAT) Palavra chave: [email protected] [email protected] geoquímica, granitos, potencial aurífero, PAAF. RESULTADOS Geoquímica O plúton TP3 consiste essencialmente de uma rocha granítica de coloração avermelhada, leucocrática e textura fanerítica média a porfirítica (Fig 1). Sua composição modal varia entre sienogranito a alcali-granito (Fig. 2). Petrografia do Corpo Granítico TP3 A 3 2 1 Q P GR-57 GR-43 GR-45 GR-46 GR-30 GR-42 GR-44 GR-33 Fig. 2: Diagrama de Streckeisen (1976); Legenda: 1)álcalifeldspato granito, 2)sienogranito, 3) monzogranito O feldspato potássico possui dimensão relativamente maior que dos demais minerais. O plagioclásio encontra-se parcialmente sericitizado e pode conter inclusões de muscovita bem formada (Fig. 3a e 3b). Os minerais máficos são a biotita e o anfibólio, freqüentemente alterados para clorita (Fig. 3c), ocorrem em quantidades muito subordinadas. Titanita e zircão são considerados como acessórios (Fig 3d). Petrografia do Corpo Granítico TP1 Rocha granítica de textura fanerítica média a grossa a porfirítica, coloração rosa claro, leucocrática (Fig 4a). Observou-se que houve entrada de sílica no sistema, tal fato inviabilizou a contagem modal convencional e, assim sendo, estimando-se os minerais do diagrama QAP a composição dessa fácies seria intermediária entre monzonito a granodiorito. Um aspecto textural conspícuo é a orientação dos grãos de quartzo na matriz dessa rocha. O plúton TP1 é cortado por diques com orientação N60W que mostram composições semelhantes, no entanto com granulometria mais fina (Fig. 4b). MATERIAIS E MÉTODOS O plúton TP3 é uma rocha cálcio-alcalina, peraluminosa a levemente metaluminosa (Fig. 6 b e c),sub-alcalina e de de natureza ferrosa (Fig. 6 d e a). Já o plúton TP1 também se encontra no campo de rocha cálcio-alcalina e peraluminosa a levemente metaluminosa (Fig. 6 b e c), classificado como granito magnesiano e pertencente à série sub-alcalina (Fig. 6 a e d). Comparação: Plúton TP3 e Granito Teles Pires (CPRM) Comparação: Plúton TP1 e Granito Novo Mundo A Província Aurífera de Alta Floresta (PAAF) está localizada na porção centro-sul do Cráton Amazônico, no setor centro-norte do Estado do Mato Grosso. Os depósitos de ouro da PAAF, em particular no seu setor leste, exibem associação espacial com suítes graníticas paleoproterozóicas e geralmente ocorrem como mineralizações sulfetadas disseminadas ou filonares. A suíte granítica Teles Pires faz parte das suítes plutono-vulcânicas da PAAF e foi originalmente definida para reunir granitos porfiríticos anorogênicos, metaluminosos, cálcio-alcalinos e de alto potássio, e sem relação com depósitos auríferos. A atual concepção da metalogênese na PAAF adota a idade de alojamento do Granito Teles Pires, de 1,75 Ga, como marco final da época metalogenética de ouro. Entretanto, o nível de conhecimento geológico dessa suíte granítica ainda não é o suficiente para concluir que esse evento de alojamento de rochas graníticas em 1,75 Ga na província não tenha relevância metalogenética. Nesse contexto, esse estudo envolve o mapeamento geológico, caracterização petrográfica, geoquímica e avaliação do potencial aurífero de dois corpos graníticos considerados como parte da Suíte Intrusiva Teles Pires na região de Peixoto de Azevedo – Novo Mundo – Guarantã do Norte. INTRODUÇÃO O quartzo ocorre como faixas alongadas, congregando cristais com formas e limites irregulares ou serrilhados (Fig. 5a). Entre os feldspatos presentes o plagioclásio e o feldspato potássico possui quantidades relativamente semelhantes. As fases secundárias são clorita, em alteração da biotita e anfibólio, associada espacialmente com os minerais acessórios (Fig. 5b). Comum a presença de epidoto, clorita e carbonato, os quais na maioria das vezes permanecem associados com os minerais opacos (magnetita e hematita) (Fig 5c e 5d). Os diagramas de discriminação tectônica indicam que geoquímica com granitos intra-placa com tendência ao domínios arco vulcânico e revelam que o TP1 apresenta afinidade com domínio de arco vulcânico . Atráves dos diagramas também é possível afirmar que o plúton TP3 possui afinidade com granitos do tipo A, ao passo que essas mesmas razões permitem classificar o plúton TP1 como granitos do tipo I típico. o TP3 apresenta afinidade A suíte TP3 assemelha-se aos granitos Teles Pires pelo alto conteúdo em SiO2, pelo caráter metaluminoso a levemente peraluminoso, na natureza cálcio-alcalina a álcali-cálcica e de ser granitos ferrosos (Fig. 8). Além disso, ambos tendem a se concentrar no campo dos granitos tipo A. Em diagramas de discriminação tectônica tanto o TP3 como as rochas graníticas da Suíte Intrusiva Teles Pires classificam-se como do tipo intra-placa e pós-colisionais (Fig. 8). O plúton TP1, assim como o Granito Novo Mundo, descrito por Paes de Barros (2007), são classificados como ferrosos (Fig. 9), de natureza álcali-cálcica a cálcio- alcalina e de caráter peraluminoso a levemente metaluminoso. Ambos os corpos graníticos tendem a concentram-se no campo dos granitos félsicos fracionados(Fig. 9a e b). Em diagrama de discrimição tectônica, estes corpos indicam ter sido gerados em ambiente de arcos magmáticos, com leve tendência a sin- colisional(Fig.9c e d). CONCLUSÃO 50 55 60 65 70 75 80 0.0 0.2 0.4 0.6 0.8 1.0 Ferroso Magnesiano FeO/(FeO+MgO) SiO2 80 SiO2 50 55 60 65 70 75 -5 0 5 10 alcalino cálcico-alcalino alcalino-cálcico cálcico Na2O+K2O-CaO 0.6 0.8 1.0 1.2 1.4 1.6 1.8 1.0 1.5 2.0 2.5 3.0 ASI A/NK Peralcalino Peraluminoso Metaluminoso c a b ASI SiO2 SiO2 SiO2 FeO/(FeO+MagO) 50 55 60 65 70 75 80 0.0 0.2 0.4 0.6 0.8 1.0 Ferroso Magnesiano a -5 10 Na2O+K2O-CaO 50 55 60 65 70 75 0 5 alcalino cálcico-alcalino alcalino-cálcico cálcico b 80 Na2O+K2O 10 12 40 45 50 55 60 65 70 75 80 0 2 4 6 8 Série alcalina Série sub-alcalina d A/NK 0.6 0.8 1.0 1.2 1.4 1.6 1.8 1.0 1.5 2.0 2.5 3.0 Metaluminoso Peraluminoso Peralcalino c a b Fig. 1: Coloração vermelho tijolo típica, textura fanerítica média(a) e porfirítica (b) 0,5 mm b b 0,5 mm a Pl Ms Pl c d Fig. 3: Fotomicrografias do plúton TP3: a) Plagioclásio com inclusão de muscovita; b) Plagioclásio parcialmente sericitizado. c) Clorita alterando biotia; d) Zircão A B 0,5 mm 0,5 mm a b Bt Qtzo Chl Qtzo 0,5 mm 1 mm b a b Veio de epidoto e carbonato Ep Qtzo Cal Qtzo a d a c Fig. 4: a) Monzo-granito com textura fanerítica média; b) Dique de monzo-granito fino cortando o monzo-graníto mais grosso. Fig. 5: Microfotografias do plúton TP1: a) quartzo proveniente de silicificação com bordas serrilhadas e contatos irregulares; b) Biotita sendo alterado pra clorita c) Veio de epidoto, clorita e carbonato; d) Detalhe do veio de epidoto, clorita e carbonato. Fig.6 : Classificação de rochas graníticas segundo o critério estabelecido por Frost et al. (2001) para a) distinção entre suítes ferrosas e magnesianas, b) índice álcali-sódico modificado e c) índice de alumina-saturação. Plúton TP3 Plúton TP1 d 50 200 1000 1 5 20 100 Zr+Nb+Ce+Y A FG OGT FeOt/MgO 1 2 5 10 20 1 2 5 20 50 200 10000*Ga/Al A I & S (Na2O+K2O)/(CaO) Y+Nb 1 10 100 1000 1 10 100 1000 ORG VAG WPG syn-COLG Rb Y 1 10 100 1000 1 10 100 1000 ORG VAG+ syn-COLG WPG Nb Ta+Yb 1 10 100 1000 1 10 100 syn-COLG WPG VAG ORG Rb a c b e Modificações foram propostas ao mapa geológico regional da PAAF, como a inclusão do corpo Flor da Mata e eliminação da denominação TP1, TP2 e TP3 para os corpos da suíte granítica Teles Pires, simplificando para corpos TP (Fig.10 ). Fig 8. :Diagramas de classificação e discriminação tectônica do Granito Teles Pires e do Plúton TP3 Fig 7. :Diagramas de classificação e discriminação tectônica do Plúton TP3 e TP1 Plúton TP3 Granito Teles Pires (CPRM) Fig 9. :Diagramas de classificação e discriminação tectônica do Granito Novo Mundo e do Plúton TP1. Granito Novo Mundo Plúton TP1 Fig. 10: Mapa Geológico Regional da Província Aurífera de Alta (PAAF), com a inclusão do plúton Flor da Mata e a delimitação do plúton Teles Pires (TP), antes classificado como TP3. SiO2 80 50 55 60 65 70 75 -5 0 5 10 alcalino cálcico-alcalino alcalino-cálcico cálcico Na2O+K2O-CaO 0.6 0.8 1.0 1.2 1.4 1.6 1.8 1.0 1.5 2.0 2.5 3.0 ASI A/NK Peralcalino Peraluminoso Metaluminoso 50 55 60 65 70 75 80 0.0 0.2 0.4 0.6 0.8 1.0 Ferroso Magnesiano FeO/(FeO+MgO) SiO2 Zr+Nb+Ce+Y a Zr+Nb+Ce+Y c Y+Nb Y 1 10 100 1000 1 10 100 1000 ORG VAG WPG syn-COLG Rb 1 10 100 1000 1 10 100 1000 ORG VAG+ syn-COLG WPG Nb 50 100 500 2000 1 2 5 20 50 200 A FG OGT FeOt/MgO 50 100 500 2000 1 2 5 10 50 200 A FG OGT (Na2O+K2O)/(CaO) f e d g b DISCUSSÃO REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS O Granito Teles Pires da Região de Novo Mundo (TP3), apresenta características petrográficas, químicas e relações de campo semelhantes ao Granito Teles Pires. Deste modo, pode-se afirmar que as evidências encontradas são suficientes para justificar que o Granito Teles Pires da Região de Novo Mundo pertence à Suíte Intrusiva Teles Pires. O conjunto de dados obtidos durante esta pesquisa permite afirmar que o Granito Flor da Mata e o Novo Mundo pertencem a uma mesma suíte granítica, e justificam a exclusão do Granito Flor da Mata (TP1) da Suíte Intrusiva Teles Pires. Sendo assim, o plúton Flor da Mata poderia, teoricamente, fazer parte deste conjunto de corpos graníticos mais antigos da província, com idade de 1,96 Ga, a qual o granito Novo Mundo se inclui e, portanto, ser um hospedeiro de mineralizações auríferas (e.g. Luizão). Porém, evidências de um possível potencial aurífero não foram identificadas em campo (e.g. alteração hidrotermal, veios de quartzo com sulfetos). Y+Nb 1 10 100 1000 1 10 100 1000 ORG VAG WPG syn-COLG Rb Y 1 10 100 1000 1 10 100 1000 ORG VAG+ syn-COLG WPG Nb FeOt/MgO 50 100 500 2000 1 2 5 20 50 200 Zr+Nb+Ce+Y A FG OGT 50 100 500 2000 1 2 5 10 50 200 Zr+Nb+Ce+Y A FG OGT (Na2O+K2O)/(CaO) a d b c Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico

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1. Mapeamento geológico

2. Petrografia

3. Geoquímica das Rochas

UNICAMP

O Potencial Aurífero da Suíte Granítica Teles Pires (1,75 Ga)da Província de Alta Floresta (MT):

o caso dos corpos TP1

Assis R.R. 2011. Depósitos auríferos associados ao magmatismo granítico do setor leste da Província de Alta Floresta (MT), Craton Amazônico: tipologia das mineralizações, modelos genéticos e implicações prospectivas. Instituto de Geociências; Dissertação de Mestrado; 462p.Assis R.R. 2008. Contexto geológico e associação paragenética das mineralizações auríferas de União do Norte, região de Peixoto de Azevedo, Província de Alta Floresta (MT). Instituto de Geociências, Universidade Estadual de Campinas; Trabalho de Conclusão de Curso; 81p.Paes de Barros A.J. 2007. Granitos da região de Peixoto de Azevedo – Novo Mundo e mineralizações auríferas relacionadas – Província Aurífera Alta Floresta (MT). Tese de Doutorado, Instituto de Geociências, Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 154p.Souza J.P., Frasca A.A.S., Oliveira C.C. 2005. Geologia e Recursos Minerais da Província Mineral de Alta Floresta. Relatório Integrado. Brasília, Serviço Geológico Brasileiro, CPRM, 164p.Vitório J.A. 2010. A suíte granítica Teles Pires da Província Aurífera de Alta Floresta: Características petrográficas, geoquímicas e implicações metalogenéticas. Instituto de Geociências, Universidade Estadual de Campinas; Relatório PIBIC/ CNPq; 20p.

Giseli Silva Ramos - UNICAMP / INST. GEOCIÊNCIAS - PIBIC – Orientador : Prof.º Dr. Roberto Perez Xavier - UNICAMP / INST. GEOCIÊNCIAS –

Co-orientador : Dr. Antonio João Paes de Barros (METAMAT)

Palavra chave:

[email protected]@ige.unicamp.br

geoquímica, granitos, potencial aurífero, PAAF.

RESULTADOS

Geoquímica

O plúton TP3 consiste essencialmente de uma rocha granítica de coloração avermelhada, leucocrática e textura fanerítica média a porfirítica (Fig 1). Sua composição modal varia entre sienogranito a alcali-granito (Fig. 2).

Petrografia do Corpo Granítico TP3

A

321

Q

P

GR-57

GR-43

GR-45

GR-46

GR-30GR-42

GR-44

GR-33

Fig. 2: Diagrama de Streckeisen (1976); Legenda: 1)álcalifeldspato granito, 2)sienogranito, 3) monzogranito

O feldspato potássico possui dimensão relativamente maior que dos demais minerais. O plagioclásio encontra-se parcialmente sericitizado e pode conter inclusões de muscovita bem formada (Fig. 3a e 3b).

Os minerais máficos são a biotita e o anfibólio, freqüentemente alterados para clorita (Fig. 3c), ocorrem em quantidades muito subordinadas. Titanita e zircão são considerados como acessórios (Fig 3d).

Petrografia do Corpo Granítico TP1Rocha granítica de textura fanerítica média a grossa a porfirítica, coloração

rosa claro, leucocrática (Fig 4a). Observou-se que houve entrada de sílica no sistema, tal fato inviabilizou a contagem modal convencional e, assim sendo, estimando-se os minerais do diagrama QAP a composição dessa fácies seria intermediária entre monzonito a granodiorito. Um aspecto textural conspícuo é a orientação dos grãos de quartzo na matriz dessa rocha.

O plúton TP1 é cortado por diques com orientação N60W que mostram composições semelhantes, no entanto com granulometria mais fina (Fig. 4b).

MATERIAIS E MÉTODOS

O plúton TP3 é uma rocha cálcio-alcalina, peraluminosa a levemente metaluminosa (Fig. 6 b e c),sub-alcalina e de de natureza ferrosa (Fig. 6 d e a).

Já o plúton TP1 também se encontra no campo de rocha cálcio-alcalina e peraluminosa a levemente metaluminosa (Fig. 6 b e c), classificado como granito magnesiano e pertencente à série sub-alcalina (Fig. 6 a e d).

Comparação: Plúton TP3 e Granito Teles Pires (CPRM)

Comparação: Plúton TP1 e Granito Novo Mundo

A Província Aurífera de Alta Floresta (PAAF) está localizada na porção centro-sul do Cráton Amazônico, no setor centro-norte do Estado do Mato Grosso. Os depósitos de ouro da PAAF, em particular no seu setor leste, exibem associação espacial com suítes graníticas paleoproterozóicas e geralmente ocorrem como mineralizações sulfetadas disseminadas ou filonares.

A suíte granítica Teles Pires faz parte das suítes plutono-vulcânicas da PAAF e foi originalmente definida para reunir granitos porfiríticos anorogênicos, metaluminosos, cálcio-alcalinos e de alto potássio, e sem relação com depósitos auríferos. A atual concepção da metalogênese na PAAF adota a idade de alojamento do Granito Teles Pires, de 1,75 Ga, como marco final da época metalogenética de ouro. Entretanto, o nível de conhecimento geológico dessa suíte granítica ainda não é o suficiente para concluir que esse evento de alojamento de rochas graníticas em 1,75 Ga na província não tenha relevância metalogenética.

Nesse contexto, esse estudo envolve o mapeamento geológico, caracterização petrográfica, geoquímica e avaliação do potencial aurífero de dois corpos graníticos considerados como parte da Suíte Intrusiva Teles Pires na região de Peixoto de Azevedo – Novo Mundo – Guarantã do Norte.

INTRODUÇÃO

O quartzo ocorre como faixas alongadas, congregando cristais com formas e limites irregulares ou serrilhados (Fig. 5a). Entre os feldspatos presentes o plagioclásio e o feldspato potássico possui quantidades relativamente semelhantes. As fases secundárias são clorita, em alteração da biotita e anfibólio, associada espacialmente com os minerais acessórios (Fig. 5b).

Comum a presença de epidoto, clorita e carbonato, os quais na maioria das vezes permanecem associados com os minerais opacos (magnetita e hematita) (Fig 5c e 5d).

Os diagramas de discriminação tectônica indicam que geoquímica com granitos intra-placa com tendência ao domínios arco vulcânico e revelam que o TP1 apresenta afinidade com domínio de arco vulcânico . Atráves dos diagramas também é possível afirmar que o plúton TP3 possui afinidade com granitos do tipo A, ao passo que essas mesmas razões permitem classificar o plúton TP1 como granitos do tipo I típico.

o TP3 apresenta afinidade

A suíte TP3 assemelha-se aos granitos Teles Pires pelo alto conteúdo em SiO2, pelo caráter metaluminoso a levemente peraluminoso, na natureza cálcio-alcalina a álcali-cálcica e de ser granitos ferrosos (Fig. 8). Além disso, ambos tendem a se concentrar no campo dos granitos tipo A.

Em diagramas de discriminação tectônica tanto o TP3 como as rochas graníticas da Suíte Intrusiva Teles Pires classificam-se como do tipo intra-placa e pós-colisionais (Fig. 8).

O plúton TP1, assim como o Granito Novo Mundo, descrito por Paes de Barros (2007), são classificados como ferrosos (Fig. 9), de natureza álcali-cálcica a cálcio-alcalina e de caráter peraluminoso a levemente metaluminoso.

Ambos os corpos graníticos tendem a concentram-se no campo dos granitos félsicos fracionados(Fig. 9a e b). Em diagrama de discrimição tectônica, estes corpos indicam ter sido gerados em ambiente de arcos magmáticos, com leve tendência a sin-colisional(Fig.9c e d).

CONCLUSÃO

50 55 60 65 70 75 80

0.0

0.2

0.4

0.6

0.8

1.0

Ferroso

Magnesiano

FeO

/(FeO

+MgO

)

SiO2

80

SiO2

50 55 60 65 70 75

-50

51

0 alcalino

cálcico-alcalino

alcalino-cálcico

cálcico

Na2O

+K2O

-CaO

0.6 0.8 1.0 1.2 1.4 1.6 1.8

1.0

1.5

2.0

2.5

3.0

ASI

A/NK

Peralcalino

PeraluminosoMetaluminosoca b

ASISiO2 SiO2

SiO2

FeO

/(FeO

+Mag

O)

50 55 60 65 70 75 80

0.0

0.2

0.4

0.6

0.8

1.0

Ferroso

Magnesiano

a

-51

0N

a2O

+K2O

-CaO

50 55 60 65 70 75

05

alcalino

cálcico-alcalino

alcalino-cálcico

cálcico

b

80

Na2

O+K

2O

10

12

40 45 50 55 60 65 70 75 800

2

4

6

8

Série alcalina

Série sub-alcalina

d

A/N

K

0.6 0.8 1.0 1.2 1.4 1.6 1.8

1.0

1.5

2.0

2.5

3.0

Metaluminoso Peraluminoso

Peralcalino

ca b

Fig. 1: Coloração vermelho tijolo típica, textura fanerítica média(a) e porfirítica (b)

0,5 mm

bb

0,5 mm

a

BtBtBtBtPl

ChlBtBtBtMs

BtBtBtBtPl

c d

Fig. 3: Fotomicrografias do plúton TP3: a) Plagioclásio com inclusão de muscovita; b) Plagioclásio parcialmente sericitizado. c) Clorita alterando biotia; d) Zircão

A B

0,5 mm0,5 mm

a bBt

Qtzo

ChlQtzo

0,5 mm1 mm

ba b

Veio de epidoto e carbonato

Ep

Qtzo

Cal

Qtzo

adac

Fig. 4: a) Monzo-granito com textura fanerítica média; b) Dique de monzo-granito fino cortando o monzo-graníto mais grosso.

Fig. 5: Microfotografias do plúton TP1: a) quartzo proveniente de silicificação com bordas serrilhadas e contatos irregulares; b) Biotita sendo alterado pra clorita c) Veio de epidoto, clorita e carbonato; d) Detalhe do veio de epidoto, clorita e carbonato.

Fig.6 : Classificação de rochas graníticas segundo o critério estabelecido por Frost et al. (2001) para a) distinção entre suítes ferrosas e magnesianas, b) índice álcali-sódico modificado e c) índice de alumina-saturação.

Plúton TP3

Plúton TP1

d

50 200 1000

15

20

10

0

Zr+Nb+Ce+Y

AFG

OGT

Fe

Ot/M

gO

1 2 5 10 20

12

52

05

02

00

10000*Ga/Al

A

I & S(Na

2O

+K

2O

)/(C

aO

)

Y+Nb

110

100

1000

1 10 100 1000

ORGVAG

WPGsyn-COLG

Rb

Y

110

100

1000

1 10 100 1000

ORG

VAG+

syn-COLG

WPG

Nb

Ta+Yb

110

100

1000

1 10 100

syn-COLG WPG

VAG ORG

Rb

a cb

e

Modificações foram propostas ao mapa geológico regional da PAAF, como a inclusão do corpo Flor da Mata e eliminação da denominação TP1, TP2 e TP3 para os corpos da suíte granítica Teles Pires, simplificando para corpos TP (Fig.10 ).

Fig 8. :Diagramas de classificação e discriminação tectônica do Granito Teles Pires e do Plúton TP3

F i g 7 . : D i a g r a m a s d e classificação e discriminação tectônica do Plúton TP3 e TP1

Plúton TP3Granito Teles Pires (CPRM)

Fig 9. :Diagramas de classificação e discriminação tectônica do Granito Novo Mundo e do Plúton TP1.

Granito Novo MundoPlúton TP1

Fig. 10: Mapa Geológico Regional da Província Aurífera de Alta (PAAF), com a inclusão do plúton Flor da Mata e a delimitação do plúton Teles Pires (TP), antes classificado como TP3.

SiO2

8050 55 60 65 70 75

-50

51

0 alcalino

cálcico-alcalino

alcalino-cálcico

cálcico

Na2O

+K2O

-CaO

0.6 0.8 1.0 1.2 1.4 1.6 1.8

1.0

1.5

2.0

2.5

3.0

ASI

A/NK

Peralcalino

PeraluminosoMetaluminoso

50 55 60 65 70 75 80

0.0

0.2

0.4

0.6

0.8

1.0

Ferroso

Magnesiano

FeO

/(FeO

+MgO

)

SiO2

Zr+Nb+Ce+Y

a

Zr+Nb+Ce+Y

c

Y+Nb Y

110

100

1000

1 10 100 1000

ORG

VAG

WPGsyn-COLG

Rb

110

100

1000

1 10 100 1000

ORG

VAG+

syn-COLG

WPG

Nb

50 100 500 2000

12

520

50

200

A

FG

OGT

FeO

t/M

gO

50 100 500 2000

12

510

50

200

AFG

OGT

(Na

2O

+K

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DISCUSSÃO

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

O Granito Teles Pires da Região de Novo Mundo (TP3), apresenta características petrográficas, químicas e relações de campo semelhantes ao Granito Teles Pires. Deste modo, pode-se afirmar que as evidências encontradas são suficientes para justificar que o Granito Teles Pires da Região de Novo Mundo pertence à Suíte Intrusiva Teles Pires.

O conjunto de dados obtidos durante esta pesquisa permite afirmar que o Granito Flor da Mata e o Novo Mundo pertencem a uma mesma suíte granítica, e justificam a exclusão do Granito Flor da Mata (TP1) da Suíte Intrusiva Teles Pires. Sendo assim, o plúton Flor da Mata poderia, teoricamente, fazer parte deste conjunto de corpos graníticos mais antigos da província, com idade de 1,96 Ga, a qual o granito Novo Mundo se inclui e, portanto, ser um hospedeiro de mineralizações auríferas (e.g. Luizão). Porém, evidências de um possível potencial aurífero não foram identificadas em campo (e.g. alteração hidrotermal, veios de quartzo com sulfetos).

Y+Nb

11

01

00

10

00

1 10 100 1000

ORG

VAG

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Rb

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11

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50 100 500 2000

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50 100 500 2000

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