o Segredo Da Piramide Cap VI

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Referência: GENRO FILHO, Adelmo. O segredo da pirâmide - para ma !eoria mar"is!a do  #ornalismo. $ or!o Alegr e, % c&ê, '()*. pp . '+*-'. R ef .: %'(/0 1A$2%3LO 4I  Jornalismo como ideolog ia: o reducionismo como mét odo  Ao con!r5rio do 6e se pode ria espe rar, as !7cnicas do 8#or nalismo 9rgês8 - depois de algmas resis!ências iniciais - comearam a se impor !am97m nos pa;ses di!os socialis!as. Nas Normas opera!i<as e de reda=o da imprensa la!ina, edi!ada em Ha<ana, em o!9ro de '(*, podemos ler:  8A reda=o de ma no!;cia consis!e em assinalar no primeir o par5grafo o acon!ecimen!o 6e 6eremos narrar e organi>ar logo o rela!o com precis=o, em ordem descenden!e, dos elemen!os 6e o segem em impor!ância e cond>ir=o a ele...8  O li<ro do c9ano Ricardo 1arde! - ?anal de #ornalis mo - demons!ra 6e as !7cnicas propos!as pelos #ornalis!as do 89loco socialis!a8 n=o diferem das !7cnicas ociden!ais, 6e propgnam a 8o9#e!i<idade8 e a 8<erdade dos fa!os8. O a!or fa> o elogio do lead, alegando aspec!os pr5!icos, no sen!ido de ma comnica9ilidade e@ca>. N=o &5 6al6er proposi=o !erica para em9asar os procedimen!os !7cnicos apresen!ados. Begndo 1arde!, o lead !em dois m7ri!os podero sos: 8$rimeiro, por 6e 9as!ar5 ler esse primeir o par5grafo para 6e o lei!or @6 e in!eirado do acon!ecimen!oC seg ndo, por6e mesmo 6e n=o &a#a !empo de ler os res!an!es, par5grafos @ca sempre @"ado o essencial da informa=o no primeiro8.  A e"igência do lead como ma carac!er;s!ica do #ornalis mo moderno par ece es!ar si! ada em o!ro cam po, 9em mais fndamen!al 6e essa alegada facilidade de lei!ra. O car5!er pon !al do lead, sin !e! i>ando as informaDes 95sicas geralmen!e no comeo da no!;cia, si!a o fenmeno como ma !o!alidade emp;rica 6e es!i<esse se manifes!ando dire!amen!e aos sen!idos do lei!or, o<in!e o !elespec!ador. O rela!o cons!i!;do pelo ânglo da singlaridade dos e<en!os !orna-se, a m s !empo, referencial e pleno de dinamismo. E<en!almen!e, esse efei!o pode ser o9!ido por o!ros meios, especialmen!e por !7cnicas li!er5rias o es!7!icas, mas essa n=o 7 a regra para o!imi>ar a inf orma =o #or nal;s!ica. Os fa! os n=o aparecem decompos!os anali!icamen!e, pois isso prod>iria ma descon!ra=o e a!7 dissol=o do aspec!o fenomênico e singlar do e<en!o.

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Referência:

GENRO FILHO, Adelmo. O segredo da pirâmide - para ma !eoria mar"is!a do #ornalismo. $or!o Alegre, %c&ê, '()*. pp. '+*-'. Ref.: %'(/0

1A$2%3LO 4I

 Jornalismo como ideologia: o reducionismo como método

  Ao con!r5rio do 6e se poderia esperar, as !7cnicas do 8#ornalismo9rgês8 - depois de algmas resis!ências iniciais - comearam a se impor!am97m nos pa;ses di!os socialis!as. Nas Normas opera!i<as e de reda=o daimprensa la!ina, edi!ada em Ha<ana, em o!9ro de '(*, podemos ler:

  8A reda=o de ma no!;cia consis!e em assinalar no primeiro par5grafoo acon!ecimen!o 6e 6eremos narrar e organi>ar logo o rela!o com precis=o,em ordem descenden!e, dos elemen!os 6e o segem em impor!ância econd>ir=o a ele...8

  O li<ro do c9ano Ricardo 1arde! - ?anal de #ornalismo - demons!ra6e as !7cnicas propos!as pelos #ornalis!as do 89loco socialis!a8 n=o diferemdas !7cnicas ociden!ais, 6e propgnam a 8o9#e!i<idade8 e a 8<erdade dosfa!os8. O a!or fa> o elogio do lead, alegando aspec!os pr5!icos, no sen!idode ma comnica9ilidade e@ca>. N=o &5 6al6er proposi=o !erica para

em9asar os procedimen!os !7cnicos apresen!ados. Begndo 1arde!, o lead!em dois m7ri!os poderosos: 8$rimeiro, por6e 9as!ar5 ler esse primeiropar5grafo para 6e o lei!or @6e in!eirado do acon!ecimen!oC segndo,por6e mesmo 6e n=o &a#a !empo de ler os res!an!es, par5grafos @casempre @"ado o essencial da informa=o no primeiro8.

  A e"igência do lead como ma carac!er;s!ica do #ornalismo modernoparece es!ar si!ada em o!ro campo, 9em mais fndamen!al 6e essaalegada facilidade de lei!ra. O car5!er pon!al do lead, sin!e!i>ando asinformaDes 95sicas geralmen!e no comeo da no!;cia, si!a o fenmenocomo ma !o!alidade emp;rica 6e es!i<esse se manifes!ando dire!amen!eaos sen!idos do lei!or, o<in!e o !elespec!ador. O rela!o cons!i!;do peloânglo da singlaridade dos e<en!os !orna-se, a m s !empo, referencial epleno de dinamismo. E<en!almen!e, esse efei!o pode ser o9!ido por o!rosmeios, especialmen!e por !7cnicas li!er5rias o es!7!icas, mas essa n=o 7 aregra para o!imi>ar a informa=o #ornal;s!ica. Os fa!os n=o aparecemdecompos!os anali!icamen!e, pois isso prod>iria ma descon!ra=o e a!7dissol=o do aspec!o fenomênico e singlar do e<en!o.

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  A no!;cia #ornal;s!ica reprod> o fenmeno en6an!o !al, resgardandosa aparência e forma singlar, ao mesmo !empo 6e insina a essência noprprio corpo da singlaridade, en6an!o par!iclaridade delineada em maioro menor gra e ni<ersalidade <ir!al. A informa=o #ornal;s!ica sgere osni<ersais 6e a presspDem e 6e ela !ende a pro#e!ar. na face agda do

singlar e nas feiDes p5lidas do par!iclar 6e o ni<ersal se mos!ra comoalsDes e imagens 6e se dissol<em an!es de se formarem.

  O lead permi!e 6e a!ra<7s da na!re>a lgica e a9s!ra!a da lingagem,cons!i!;da pela generalidade in!r;nseca dos concei!os, se#a re!omado opercrso 6e <ai do a9s!ra!o ao concre!o, n=o pela <ia da ciência, mas pelareprod=o do real como singlar-signi@ca!i<o. O real aparece, en!=o, n=o pormeio da !eoria, 6e <ai apan&ar o concre!o pela sa reprod=o lgica, masrecompos!o pela a9s!ra=o e pelas !7cnicas ade6adas nma cris!ali>a=osinglar e fenomênica plena de signi@ca=o, para en!=o ser perce9ido comoe"periência <i<ida.

  1onforme Ricardo 1arde!, a principal condi=o do #ornalismo 7 a<eracidade: 8$or isso, a principal condi=o da informa=o #ornal;s!ica n=o 7nem a 9re<idade, nem a clare>a, nem a simplicidade da lingagem, mas sima <eracidade dos dados. A essência de 6al6er no!;cia 7 6e o fa!o se#a<erdadeiro, mesmo 6e es!e#a redigido com erros de or!ogra@a8.

  $ode-se perce9er 6e, !am97m para 1arde!, a discss=o 7!ica so9re o #ornalismo !ransforma-se nma deon!ologia <lgar, perfei!amen!eiden!i@cada com a !radi=o do #ornalismo nor!e-americano, 6e e"ige dospro@ssionais apenas o rela!o ne!ro dos fa!os. 1omo se os fa!os fossem pr7-

e"is!en!es s no!;cias en6an!o realidades fac!ais ni!5rias e #5 do!adosin!egralmen!e de signi@ca=o, an!es de sa sele=o, es!r!ra=o ereprod=o pela consciência !an!o dos #ornalis!as repr!eres, edi!ores,reda!ores, e!c. como dos recep!ores da informa=o. Ji>er 6e os #ornalis!asn=o de<em men!ir, in<en!ar, dis!orcer, calniar, e!c., 7 como a@rmar 6e aspessoas de<em ser &ones!as. O pro9lema, a6i, 7 l!rapassar o 9<io, o9!erm consenso so9re o concei!o de &ones!idade. Kan!o ao #ornalismo, adi@cldade seria consegir m acordo so9re o 6e 7 a <erdade, 6ais s=o osfa!os 6e merecem ser rela!ados e so9 6e ânglo pol;!ico, ideolgico e@los@co.

  Uma análise "científca" do jornalismo

  A !en!a!i<a de ma an5lise 8cien!;@ca8 do #ornalismo, considerado comomanifes!a=o essencialmen!e ideolgica, 7 fei!a por 4ladimir Hdec. A6es!=o 7 colocada corre!amen!e: 86al a essência do #ornalismo, 6al algica in!erna desse fenmeno social8 Em par!e, di> Hdec, a respos!a pode

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ser dada a!ra<7s da pr5!ica das redaDes, com 9ase na e"periência. 8?as sa pes6isa cien!;@ca e a an5lise !erica das comple"as leis in!ernas 6ee"is!em o9#e!i<amen!e no #ornalismo, como em 6al6er o!ro fenmenosocial, 7 6e de!erminam a sa essência, fncionamen!o, origem &is!rica,desen<ol<imen!o e perspec!i<as, permi!em e"plicar !odos os pro9lemas na

sa glo9alidade.8 Es!e seria o o9#e!o, segndo o a!or, da 8!eoria geral do #ornalismo8.

  Inicialmen!e os #ornais !ra>iam mais informaDes so9re a prod=o e osnegcios do 6e so9re a <ida pol;!ica. 8M o9#e!i<o principal dessascompilaDes de no!;cias p9licadas periodicamen!e era o de a"iliar <as!osc;rclos de prod!ores a a<aliarem corre!amen!e as !endências f!ras daprod=o e os comercian!es a <enderem com ê"i!o <5rios gêneros demercadorias8. 8M fedalismo foi incapa> de e<i!ar o nascimen!o, no se seio,das relaDes de prod=o capi!alis!as, mas s mais !arde, 6ando ofedalismo #5 se !ornara demasiadamen!e es!rei!o para as relaDes de

prod=o capi!alis!as mais desen<ol<idas, 7 6e a 9rgesia se lano aoa!a6e no campo pol;!ico, nma !en!a!i<a de gan&ar poder !am97m na <idapol;!ica8.

  perfei!amen!e lgico 6e os primeiros #ornais !ra!assem,principalmen!e, das 6es!Des mercan!is, a ofer!a e a procra de prod!os,preos, no<as mercadorias e poss;<eis mercados. Isso, n=o s em fn=o dasnecessidades pr5!icas e<iden!es em si mesmas, mas !am97m por6e asrelaDes mercan!is 6e se e"pandiam eram a forma elemen!ar dani<ersali>a=o e in!egra=o da sociedade &mana e dos indi<;dos 6e acons!i!;am.

  Je fa!o, nma primeira e!apa, o mndo se amplio principalmen!e paraos inds!riais e grandes negocian!es. Foi para a 9rgesia ascenden!e, emfn=o de sas necessidades espec;@cas, 6e se reali>o o9#e!i<amen!e maglo9ali>a=o da e"is!ência. No en!an!o, as relaDes econmicas s=o a 9ase derelaDes sociais em sen!ido amplo. $or isso, a glo9ali>a=o scio-pol;!ica dae"is!ência de !odos os indi<;dos seria ma decorrência na!ral dodesen<ol<imen!o das relaDes mercan!is e capi!alis!as.

  O #ornalismo opina!i<o, de com9a!e pol;!ico a9er!o, 6e !e<e seapoge na primeira me!ade do s7clo I - indicado por Ha9ermas como asegnda fase do #ornalismo e a mais signi@ca!i<a en!re as !rês - 7e"a!amen!e o momen!o &is!rico no 6al <em !ona, de modo maise<iden!e, a dimens=o par!iclar do fenmeno, is!o 7, se car5!er de classe. claro 6e a !eoria n=o pode dei"ar de lado essa dimens=o, so9 pena de n=operce9er o n=o le<ar em con!a a ideologia &egemnica na a!i<idade

 #ornal;s!ica desde o se srgimen!o. O erro, por7m, 7 !omar essa fase como aprpria essência do #ornalismo, !al como fa>em Ha9ermas e !an!os o!ros

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segidores.

  A fase a9er!amen!e pol;!ica do #ornalismo, 6ando ele foi, so9re!do,m in!rmen!o dire!o de com9a!e ideolgico e pol;!ico con!ra o poder fedal,7 a menos represen!a!i<a de sa essência como fenmeno ni<ersal. A mais

represen!a!i<a 7 a !erceira fase 6e se cons9s!ancia na especi@cidade do #ornalismo moderno a par!ir da me!ade do s7clo passado. Na <erdade, !an!oa primeira fase do #ornalismo no!;cias mercan!is como a !erceira a!ale"pressam mais plenamen!e o con!edo do concei!o do 6e a segnda, 6eapenas indica com ni!ide> se car5!er de classe, sa forma par!iclar dee"is!ência no modo de prod=o capi!alis!a, nm dado momen!o &is!rico.Isso n=o signi@ca despre>ar a necessidade pol;!ica e ideolgica de #ornais eo!ros meios de e"pl;ci!o com9a!e an!i9rgês, como ins!rmen!os depropaganda, denncia, edca=o, forma=o e organi>a=o.

  Ker di>er, <e;clos ar!iclados es!ra!7gica o !a!icamen!e a

de!erminados o9#e!i<os pol;!ico-ideolgicos o !ericos !al como o foram os #ornais 9rgeses na sa l!a con!ra o fedalismo, 6e se !ili>em - emmaior o menor gra - de !7cnicas #ornal;s!icas propriamen!e di!as. O 6e sepre!ende a@rmar, !=o somen!e, 7 6e - nma perspec!i<a &is!rica maisampla, 6e l!rapassa o prprio capi!alismo -, n=o 7 o modelo do 8#ornalismoopina!i<o8 6e de<e sceder o s9s!i!ir o moderno #ornalismo 9rgês. Namedida das possi9ilidades concre!as da es6erda re<olcion5ria e socialis!a,a l!a de<e ser !ra<ada, !am97m, no !erreno desse moderno #ornalismo, 6en=o 7 a9er!amen!e propagand;s!ico o organi>a!i<o - assim como n=o o s=oos grandes #ornais 9rgeses em per;odo de rela!i<a es!a9ilidade pol;!ica -,mas 6e pa!rocina ma forma espec;@ca de con&ecimen!o da realidadesocial. Essa 9a!al&a pode e de<e ser !ra<ada den!ro dos #ornais e <e;clos so9con!role da 9rgesia, a par!ir do escasso mas signi@ca!i<o espao indi<idaldos repr!eres e reda!ores em rela=o s edi!orias, e do espao igalmen!eimpor!an!e das redaDes no se con#n!o fren!e a dire!ores e proprie!5rios.1omo pode e de<e !am97m ser !ra<ada, especialmen!e em momen!os de!ransi=o re<olcion5ria, mas n=o apenas nesses casos, em <e;clos decomnica=o massi<a so9 o con!role das foras oper5rias e poplares.

  Em 6al6er caso, no en!an!o, 7 preciso, em primeiro lgar, recon&ecer6e e"is!e a possi9ilidade e a necessidade de m #ornalismo informa!i<o

moderno, 6e n=o se#a meramen!e propagand;s!ico o formalmen!eopina!i<o. Is!o 7, recon&ecer a possi9ilidade e a necessidade de m #ornalismo informa!i<o com o!ro car5!er de classe, ela9orado a par!ir deo!ros presspos!os ideolgicos e !ericos, mas c#a miss=o principal n=ose#a apenas a de propagandear !ais presspos!os. Em segndo lgar, 7preciso sa9er fa>ê-lo, sendo 6e, para !an!o, an!es de mais nada 7imprescind;<el comprendê-lo do pon!o de <is!a !erico.

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  As três ases e as três dimensões do enômeno

  Hdec a@rma 6e o #ornalismo n=o srgi de ma criosidade ances!ralde con&ecer !odos os fa!os em !odos os lgares, mas den!ro de m con!e"!o

espec;@co e de ma necessidade social de!erminada. ?as ele en!ende 6e aessência do fenmeno #ornal;s!ico 7 fornecida e"clsi<amen!e por essecon!e"!o espec;@co e por essa necessidade social de!erminada. N=o perce9e6e, &is!oricamen!e, a on!ologia de m fenmeno n=o se ded>in!egralmen!e de sa gênese. Ali5s, se fosse diferen!e n=o &a<eria nada derealmen!e no<o so9 o sol.

  $or n=o compreendê-lo, 4ladimir Hdec di> 6e o #ornalismo 7 prod!odas 8necessidades econmicas, pol;!icas e ideolgicas comple!amen!e no<asda 9rgesia8, ma necessidade es!ri!amen!e de classe, por!an!o. E assim,n=o consege disc!ir a especi@cidade do #ornalismo como forma decon&ecimen!o e sa ni<ersalidade como fenmeno 6e l!rapassa asfron!eiras da domina=o 9rgesa.

  A necessidade 9rgesa do #ornalismo aparece mediada por relaDessociais no<as, concre!amen!e cons!i!;das, 6e fndamen!am o srgimen!odesse fenmeno social. a 9rgesia 6e implemen!a, segndo sesin!eresses e sa &egemonia, a sa!isfa=o dessa carência de informaDes dena!re>a #ornal;s!ica 6e nasce das condiDes criadas pelo desen<ol<imen!ocapi!alis!a e a!ra<7s dele. ?as isso n=o signi@ca 6e a na!re>a do #ornalismose esgo!e nessa fn=o posi!i<a 6e desempen&a no capi!alismo. Ke as

informaDes predominan!es na pr7-&is!ria do #ornalismo se#am de car5!eres!ri!amen!e mercan!il e 6e, nma segnda e!apa, os #ornais assmam mpapel des!acado na l!a pol;!ico-ideolgica con!ra o poder fedal, para@nalmen!e assmirem a fn=o predominan!emen!e informa!i<a 6epossem &o#e, n=o pode nos le<ar ao e6;<oco de acredi!ar 6e saa!encidade es!5 con!ida apenas na segnda fase, em <ir!de do papelpoli!icamen!e progressis!a 6e desempen&o.

  Na <erdade, as !rês fases da &is!ria do #ornalismo nos permi!em cap!ar!rês dimensDes do fenmeno 6e compDem sa essência, o se#a, sani<ersalidade e especi@cidade concre!a.

  A primeira indica a composi=o &is!oricamen!e par!iclar de relaDeseconmicas 6e colocariam, mais !arde, a necessidade ni<ersal deinformaDes #ornal;s!icas para !oda a sociedade e n=o mais e"clsi<amen!epara os 9rgeses.

  A segnda demons!ra 6e, impl;ci!a o e"plici!amen!e, o #ornalismo 7!am97m m ins!rmen!o !ili>ado segndo in!eresses de classe, m

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elemen!o impor!an!e da l!a pol;!ica.

  A !erceira fase spera as das primeiras em fn=o de manecessidade social emergen!e, a par!ir da segnda me!ade do s7clopassado, !ornando-se o #ornalismo fndamen!almen!e informa!i<o, sem

anlar sas carac!er;s!icas preceden!es. As no!;cias n=o s=o mais,predominan!emen!e, so9re assn!os mercan!is, mas elas prprias!ransformam-se em mercadorias e, so9re!do, <alori>am como mercadoria oespao p9lici!5rio dos <e;clos nos 6ais a a!i<idade #ornal;s!ica sedesen<ol<e.

  O <alor de so das informaDes so9re os mais <ariados aspec!os da<ida social !rans-forma-se em <alor de !roca em dois sen!idos: como coisa<end5<el em si mesma e, principalmen!e, como <alori>a=o do <e;clo para adi<lga=o pramen!e mercan!il. A propaganda comercial !em, em geral,poco <alor de so. $or isso, a e@ciência da p9licidade comercial es!5

in!imamen!e ligada aos <alores de so 6e a ela s=o associados, o se#a, oacesso efe!i<o 6e o <e;clo proporciona cl!ra em geral, ar!e, ao la>ere, especialmen!e, s informaDes de car5!er #ornal;s!ico.

  N=o es!5 em 6es!=o a6i a &egemonia ideolgica 9rgesa dessacl!ra, dessa ar!e, desse la>er e das informaDes <eicladas, mas sim o fa!ode 6e correspondem a cer!as necessidades e formam a condi=o 95sicapara 6e !en&am e@c5cia !an!o a p9licidade comercial 6an!o o reforoideolgico 6e se manifes!a a!ra<7s delas. Be n=o &o<esse essasnecessidades, os donos de <e;clos #amais in<es!iriam, por e"emplo, em !odaa infra-es!r!ra necess5ria informa=o. 3ma d>ia de lacaios ideolgicos

seria s@cien!e, em cada <e;clo, para maniplar a aliena=o da massa e!orn5-la recep!i<a propaganda comercial e pol;!ico-ideolgica.

  A separa=o fei!a pelos <e;clos de comnica=o de massa en!re apar!e referen!e ao #ornalismo, a par!e referen!e opini=o edi!orial o n=o ea6ela referen!e p9licidade, por si s, sim9oli>a as !rês fases &is!ricas do

 #ornalismo e sa ar!icla=o na no<a !o!alidade 6e carac!eri>a o #ornalismoinforma!i<o.

  A prpria ideologia do #ornalismo 9rgês, 6e des!aca a miss=oinforma!i<a como priori!5ria em rela=o s o!ras das, demons!ra 6e esse

mi!o 7 necess5rio para a respei!a9ilidade do <e;clo e, em conse6Pência,para sa <alori>a=o p9lici!5ria. As informaDes, o9<iamen!e, n=o s=opramen!e o9#e!i<as, se6er imparciais o ne!ras. ?as 7 a necessidadeni<ersal e efe!i<a de informaDes de na!re>a #ornal;s!ica 6e condiciona apossi9ilidade e a fncionalidade desse mi!o, 6ando, a par!ir da segndame!ade do s7clo I, as relaDes sociais se glo9ali>am e os indi<;dos de!odos os recan!os se !ornam indi<;dos inseridos nma nica Hmanidade.

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  A ideologia da o9#e!i<idade e imparcialidade do #ornalismo corresponden=o ao fa!o o possi9ilidade real da e"is!ência desse !ipo de informa=o,mas, ao con!r5rio, ao fa!o de 6e as necessidades sociais o9#e!i<as eni<ersais de informa=o s podem ser spridas conforme ma <is=o declasse. a carência o9#e!i<a da sociedade como m !odo 6e fornece as

9ases para o mi!o ideolgico de 6e o #ornalismo pode <inclar-se dire!a ea9s!ra!amen!e a essas necessidades gerais, segndo m in!eresse pol;!icoglo9al da sociedade, 6e se re<ela como mes6in&o in!eresse daman!en=o da ordem 9rgesa. Ora, sa9emos 6e, nma sociedadedi<idida em classes, a ni<ersalidade sempre se manifes!a mediada porin!eresses par!iclares.

O jornalismo como ideologia: a legitimidade da manipula!o

  $or n=o considerar, no caso do #ornalismo, essa dial7!ica en!re apar!iclaridade e a ni<ersalidade, Hdec dissol<e a especi@cidade do

 #ornalismo no se papel ideolgico em fn=o dos in!eresses de ma o deo!ra classe. 8O modo de prod=o capi!alis!a em crescimen!o - a@rma oa!or - necessi!a<a de ma no<a organi>a=o pol;!ica da <ida social8. O

 #ornalismo 7 en!endido apenas como meio para a!ingir m @m e"!erior, mins!rmen!o de classe para 6e a 9rgesia possa a!ingir ses o9#e!i<ospol;!icos e econmicos.

  Essa <is=o !erica da gênese e fn=o &is!rico-social do #ornalismo !emmi!as conse6Pências. A mais impor!an!e delas 7 a legi!ima=o da

manipla=o informa!i<a, desde 6e isso se#a fei!o em consonância com o6e for #lgado como 8o in!eresse8 das classes re<olcion5rias, segndo mindi<;do, m par!ido o o Es!ado. Assim, a con&ecida opini=o de Lênin nosen!ido de 6e a <erdade 7 re<olcion5ria e 6e s a <erdade in!eressa aoprole!ariado, ad6ire rela!i<idade e passa a ser in!erpre!ada conforme os9rocra!as de plan!=o.

  No caso presen!e a manipla=o n=o @ca #s!i@cada !eoricamen!e coma mera spress=o do pro9lema da <erdade, como ocorre na aplica=o da

 %eoria Geral dos Bis!emas ao #ornalismo, mas com a consagra=o da <erdadea par!ir de cri!7rios pramen!e ideolgicos. O papel re<olcion5rio da classe

oper5ria es!5 escri!o em de!erminadas leis f7rreas do desen<ol<imen!o&is!rico. Essas leis s=o o9#e!o da ciência. $or!an!o, a <angarda real oa!odenominada pol;!ica e cien!;@ca <ai in!erpre!ar !ais leis e de@nir a<erdade dos fenmenos conforme o con!e"!o &is!rico pr7-de!erminado, forada pr5"is e sem a par!icipa=o real das massas.

  Em cer!o momen!o, Hdec recon&ece 6e o #ornalismo srgi de manecessidade social. 8Es!a resl!aria de !odo m con#n!o de fa!ores scio-

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econmicos e assim o #ornalismo passo gradalmen!e a fa>er par!e da <idasocial8. $or7m, a par!ir de premissas 6e compreendem o #ornalismoe"clsi<amen!e pela sa fn=o ideolgica, como necessidade da classe emascens=o de es!a9elecer ma no<a organi>a=o pol;!ica da <ida social - semperce9er 6e se inagra ma comple"idade e ma dinâmica de ordem

sperior nas relaDes sociais, 6e l!rapassa a lgica mercan!il e capi!alis!a -,o a!or n=o consege e"plicar de 6e maneira o #ornalismo 8passo a fa>erpar!e da <ida social8.

  Be a #ornalismo 7 apenas m ins!rmen!o de a@rma=o e &egemonia9rgesa, no socialismo ser5, !=o somen!e, 8m ins!rmen!o prole!5rio8 e,nma sociedade sem classes, n=o !er5 ra>=o de e"is!ir. Ba concre!icidade,para Hdec, es!5 ine<i!a<elmen!e ligada aos in!eresses de classe 6e elerepresen!a: 8O #ornalismo n=o e"is!e nma forma a9s!ra!a. sempreconcre!o, ligado a ma cer!a classe social c#os in!eresses e"pressa, defendee apia de m modo mais o menos preciso8.

  Essa concls=o do a!or pode ser en!endida em dois n;<eis. Be for!omada no sen!ido de 6e o #ornalismo 7 apenas m ins!rmen!o da l!a declasses, !eremos como conse6Pência 6e ele ser5 es!ri!amen!e mepifenmeno da ideologia. Be es!do seria m cap;!lo da discss=o !ericaso9re a ideologia, ma das formas de manifes!a=o e l!a ideolgica. N=o&a<eria possi9ilidade de ma !eoria do #ornalismo propriamen!e di!a, #5 6eele !eria de ser e"plicado em fn=o da l!a de classes.

  Be !omarmos a concls=o do a!or no sen!ido de 6e o fenmeno do #ornalismo es!5 sempre <inclado a de!erminados in!eresses de classe,

em9ora isso n=o esgo!e a sa essência, !eremos ma a@rma=o elemen!ar o9<ia. 3ma asser!i<a 6e pode ser aplicada para o pro9lema da ciência, daar!e, da engen&aria mecânica e da cria=o de galin&as. Nma sociedadedi<idida em classes !do es!5, de ma forma o de o!ra, 8de modo mais omenos preciso8, <inclado a in!eresses de classe.

  En!re!an!o, Hdec n=o reca dian!e de conse6Pências parado"ais 6epossam ser e"!ra;das de sas !eses e a@rma: 8 #ornalismo 7 m fenmeno,prprio apenas da cl!ra moderna, de !ipo e"pressamen!e ideolgico8. Grifome.

  Kando o a!or fala do #ornalismo socialis!a, aparecem com maiorni!ide> as conse6Pências manipla!rias de sa concep=o !erica: 8Kan!oao #ornalismo socialis!a, a <is=o cien!;@ca do mndo 6e cons!i!i saespin&a dorsal imprime-l&e a marca da <eracidade e do o!imismo &is!ricodecorren!es do o9#e!i<o realis!a e cien!i@camen!e fndamen!ado de criar masociedade sem classes8.

  in!eressan!e <eri@car 6e a 8<eracidade8 e o 8o!imismo8 n=o

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decorrem de ma possi9ilidade con!ida nos prprios fa!os, mas de 6alidades6e s=o consideradas, aprioris!icamen!e, como ineren!es ao 8o9#e!i<o realis!ae cien!i@camen!e fndamen!ado de criar ma sociedade sem classes8. Emo!ras pala<ras, os fa!os ser<ir=o somen!e para ils!rar com o!imismo maesp7cie de <eracidade 6e #5 foi es!a9elecida como premissa ideolgica e

@los@ca. Essa perspec!i<a red> os fa!os ao signi@cado fec&ado 6e, dean!em=o, foi a!ri9;do !o!alidade &is!rica. Jesse modo, os fa!os s=oapreendidos e rela!ados #ornalis!icamen!e como cenas de m @lme do 6al #5se con&ece o @nal e, por!an!o, por!adores de m con!edo in!egralmen!econs!i!;do e indisc!;<el.

  Os fa!os, por si mesmos, n=o encerram m signi@cado o9#e!i<o!o!almen!e independen!e do s#ei!o 6e os perce9e e ela9ora comomensagem codi@cada, o comple!amen!e desligado das concepDes eideologias so9re a !o!alidade &is!rica. N=o o9s!an!e, !emos 6e admi!ir 6eos momen!os de m processo o as par!es de m !odo s=o, efe!i<amen!e,

cons!i!in!es desse processo e desse !odo, em 6e pesem se#am igalmen!eprod!o da !o!alidade. Isso represen!a 6e, de algm modo, a dimens=oo9#e!i<a dos fa!os !em sempre algo a di>er. E o 6e 7 mais impor!an!e, algono<o a di>er. $or e"emplo, a!ri9ir a m fracasso econmico o pol;!ico ocar5!er de ma <i!ria - na medida em 6e as derro!as 8sempre nos ensinamalgo8 -, 7 ma e<iden!e manipla=o 6e despre>a n=o s o 9om senso comoas e<idências o9#e!i<as de fa!o. No en!an!o, essa derro!a econmica opol;!ica, no caso de m go<erno spos!amen!e socialis!a, pode ser !ra!adaso9 dois enfo6es ideolgicos: como insina=o de 6e o socialismo 7ine<i!a<elmen!e ine@cien!e o in<i5<el, o como indica=o de 6e 7

necess5rio maior compe!ência o no<os rmos para a cons!r=o dosocialismo.

  Ao in<7s de recon&ecer a singlaridade dos fa!os e a rela!i<a a!onomiade signi@cado 6e eles e"pressam, como con@gra=o de possi9ilidadesconcre!as em rela=o ao f!ro, Hdec prefere indicar pre<iamen!e maclassi@ca=o segndo m f!ro presspos!o. 8%do o 6e apon!a para of!ro, is!o 7, os re9en!os do desen<ol<imen!o f!ro, merece a maiora!en=o en!re !odos os acon!ecimen!os 6e ocorrem &o#e8. A sele=o dosfa!os #ornal;s!icos o9edece e"clsi<amen!e a m cri!7rio e"!erior ao processo,a m cri!7rio es!ri!amen!e ideolgico 6e de<e ser &armnico 8com a

impor!ância o9#e!i<a da informa=o decorren!e das leis do desen<ol<imen!osocial8.

  Je m lado, as 8leis8 do desen<ol<imen!o social parecem serpramen!e o9#e!i<as e e"a!as, de o!ro, os fa!os apenas ser<em paracon@rm5-las. 1a9e ao #ornalismo socialis!a, conforme o a!or, demons!rar porin!erm7dio dos fa!os o crso geral da &is!ria no sen!ido pre<is!o. N=o &5nen&ma a9er!ra de sen!ido o 6es!ionamen!o realmen!e no<o colocado

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pelos fa!os #ornal;s!icos: 8%oda a a!i<idade #ornal;s!ica 6e !en&a en!rado emconQi!o com as leis o9#e!i<as do desen<ol<imen!o social 7 o9rigada aesconder o se car5!er reacion5rio pela dis!or=o dos fa!os, pela demagogiae pela preferência da inQência psicolgica e racional, com a in!en=o demaniplar deli9eradamen!e as massas8.

  A @lia=o s!alinis!a dessa concep=o 7 no!ria medida 6e presspDema on!ologia na!ralis!a da &is!ria como se pano de fndo @los@co, ms9#e!i<ismo ideolgico na pol;!ica - 6e pre!ende s9me!er a realidade ecer!os princ;pios - e ma epis!emologia o9#e!i<is!a com n;!idos !raos doposi!i<ismo.

O "ojeti#ismo" e o "cientifcismo" como ren$ncia da crítica

  O processo &is!rico-social apresen!a m mo<imen!o con!radi!rio e m

le6e de possi9ilidades o9#e!i<as, sendo 6e o desdo9ramen!o efe!i<o darealidade <ai depender da consciência e a=o dos s#ei!os. Assim, adi<ersidade dos fenmenos 6e po<oam esse processo e"pressamcon!radiDes e, inclsi<e, !endências opos!as o diferen!es da realidade.$or!an!o, cada fa!o !omado em sa singlaridade e par!iclaridade e"pressaa realidade em, pelo menos, !rês n;<eis: ' As possi9ilidades concre!asencarnadas pela !o!alidade &is!rico-social na 6al o fa!o es!5 inserido. Ema escol&a necess5ria en!re os <alores de !ais possi9ilidades. A!endência espec;@ca da par!iclaridade 6e es!e fa!o e"pressa de modopredominan!e. + A con!radi=o 6e, necessariamen!e, ele con!7m den!ro de

si, ainda 6e e"presse ma !endência dominan!e da par!iclaridade e se#areprod>ido conforme ma escol&a ao n;<el da !o!alidade.

  No primeiro n;<el, acei!a a premissa de 6e e"is!e mais de mapossi9ilidade o9#e!i<a em rela=o ao f!ro, apesar de !ais possi9ilidades n=oserem ar9i!r5rias nem in@ni!as, coloca-se o pro9lema da op=o s9#e!i<a o,mais especi@camen!e, da ideologia.

  Em rela=o ao segndo e !erceiro n;<eis, o processo de apreens=o darealidade ser5, principalmen!e, ind!i<o e n=o ded!i<o. Nes!es dois n;<eis, osfa!os !er=o de ser !ra!ados, 9asicamen!e, en6an!o o9#e!i<idade, o<indo e

respei!ando a6ilo 6e eles !êm a di>er, o signi@cado no<o 6e elesine<i!a<elmen!e agregam realidade. $or e"emplo: 7 poss;<el rela!ar aderro!a de ma de!erminada l!a pela reforma agr5ria, assmindoimplici!amen!e a perspec!i<a dos camponeses e dos oper5rios r9anos 6el!am por ela. ?as n=o 7 poss;<el nem dese#5<el dei"ar de recon&ecer 6e se!ra!o de ma derro!a !endência espec;@ca da par!iclaridade do fa!o. Al7mdisso, 7 necess5rio recon&ecer a con!radi=o apan&ada em se mo<imen!o<i<o, o se#a, 6e ma derro!a #amais 7 algo a9sol!o con!radi=o ineren!e

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singlaridade.

  Essa con!radi=o aparece por6e, a par!ir das possi9ilidades glo9ais da!o!alidade indicada no primeiro n;<el, so9re<i<e, ine<i!a<elmen!e, m aspec!osecnd5rio mas impor!an!e: ma c&ama s9ordinada, mas real, 6e apon!a

no sen!ido opos!o de!ermina=o dominan!e na par!iclaridade. Assim,!am97m as <i!rias #amais poder=o ser a9sol!as por6e sempre !er=o algo aensinar, m elemen!o no<o 6e n=o foi pre<is!o.

  H5 ma diferena impor!an!e en!re a 8ideologia da o9#e!i<idade8, 6e<igora no #ornalismo 9rgês, e a 8ideologia do #ornalismo cien!;@co8, 6eHdec nos apresen!a como a al!erna!i<a socialis!a. Na primeira, os fa!osde<em falar por si mesmos, con!e"!ali>ados e &ierar6i>adoss9#e!i<amen!e com 9ase no senso comm e na ideologia 9rgesa, para6e sa apreens=o e reprod=o #ornal;s!ica a!em como reforo da ordem edo s!a!s 6o posi!i<amen!e e"is!en!es. Na segnda, os fa!os !am97m de<em

8falar por si mesmos8, por7m n=o mais a!ra<7s das e<idências perce9idaspelo senso comm, mas como m 9oneco nas m=os de m <en!r;lo6o. Is!o7, os fa!os de<em re<elar a6ilo 6e #5 es!5 pre<is!o pelas leis o9#e!i<as dodesen<ol<imen!o social, de<em ils!rar essas leis em cada momen!ocon#n!ral.

  No primeiro caso, a o9#e!i<idade imedia!a e alienada em saposi!i<idade sempre <ai reprod>ir a ideologia 9rgesa 6e a presspDe. Nosegndo, ma ideologia norma!i<a, pre!ensamen!e cien!;@ca, <ai selecionar,manipla!oriamen!e, a6eles aspec!os e momen!os da imedia!icidade 6econ@rmam a premissa ideolgica es!a9elecida. Es!a l!ima concep=o, 6e

n=o l!rapassa a perspec!i<a 8fncional8 da comnica=o e do #ornalismo,encon!ra sa mel&or e"press=o !erica no concei!o de Al!&sser so9re os8aparel&os ideolgicos de Es!ado8, 6e seriam como correias ideolgicas dareprod=o social. $or7m, !an!o nma como no!ra <is=o, perdem-se asmel&ores po!encialidades epis!emolgicas dessa forma de con&ecimen!o.$recisamen!e a6elas po!encialidades cr;!icas e desalienadoras maisespec;@cas do #ornalismo.