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Revista de Administração FACES Journal ISSN: 1517-8900 [email protected] Universidade FUMEC Brasil Furtado Brito, Vladimir; Lotti Oliva, Fabio RAZÕES E ESTRATÉGIAS DE INTERNACIONALIZAÇÃO DA CONSTRUTORA ODEBRECHT Revista de Administração FACES Journal, vol. 8, núm. 3, julio-septiembre, 2009, pp. 13-27 Universidade FUMEC Minas Gerais, Brasil Disponível em: http://www.redalyc.org/articulo.oa?id=194016889002 Como citar este artigo Número completo Mais artigos Home da revista no Redalyc Sistema de Informação Científica Rede de Revistas Científicas da América Latina, Caribe , Espanha e Portugal Projeto acadêmico sem fins lucrativos desenvolvido no âmbito da iniciativa Acesso Aberto

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Revista de Administração FACES Journal

ISSN: 1517-8900

[email protected]

Universidade FUMEC

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Furtado Brito, Vladimir; Lotti Oliva, Fabio

RAZÕES E ESTRATÉGIAS DE INTERNACIONALIZAÇÃO DA CONSTRUTORA ODEBRECHT

Revista de Administração FACES Journal, vol. 8, núm. 3, julio-septiembre, 2009, pp. 13-27

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RAZÕES E ESTRATÉGIAS DE INTERNACIONALIZAÇÃO DA CONSTRUTORA ODEBRECHT

ESTRATÉGIA

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VLADIMIR FURTADO BRITO . FABIO LOTTI OLIVA

ESTRATÉGIA

RAZÕES E ESTRATÉGIAS DE INTERNACIONALIZAÇÃO DACONSTRUTORA ODEBRECHT

Vladimir Furtado BritoFaculdade Campo Limpo Paulista

Fabio Lotti OlivaUniversidade Municipal de São Caetano do Sul

REASONS AND STRATEGIES OF THE ENTRY IN THE EXTERNAL MARKETS OF THENORBERTO ODEBRECHT CORPORATION

RESUMO

O objetivo de desse artigo é identificar as razões e estratégias de entrada nos mercadosexternos da Construtora Norberto Odebrecht S.A., a maior empresa de construção civil doBrasil e a segunda da América Latina, e verificar as proximidades e distâncias entre essaexperiência brasileira de sucesso e os referenciais teóricos contidos na obra do economistaStephen Hebert Hymer (1960), um dos precursores em estudos sobre o tema, assimcomo outras escolas de pensamento econômico e administrativo mais relevantes quetratam do assunto. Foi verificado que a obra de Hymer, apesar de seus mais de 30 anos,ainda tem validade para explicar boa parte dos movimentos de internacionalização dessaempresa. Também, alguns elementos da Escola de Uppsala, assim como da Escola Nórdi-ca de Negócios Internacionais, ajudam a explicar o processo de internacionalização dessaempresa.

PALAVRAS-CHAVE

Internacionalização. Estratégia. Teorias de internacionalização. Empresa local. ConstrutoraOdebrecht.

ABSTRACT

The goal of this article is to identify the reasons and strategies of the entry in the externalmarkets of the Norberto Odebrecht Corporation, the largest construction company in Braziland the second in Latin American, and verify the proximities and distances between thisBrazilian experience of success and the theory references in the work of the economist

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Stephen Hebert Hymer (1960), one of the pioneers of the studies of this theme, as well asthe other most relevant schools of economical and business thought that deal with thissubject. It was verified that the work of Hymer, despite of its 30 years of age, it’s still valid toexplain good part of the internationalization movements of this company. Also, someelements of the School of Uppsala, as well as the Nordic School of International Business,help to explain the internationalization process of this company.

KEYWORDS

Internacionalization. Strategy. Internationalization theories. Local firm. Odebrecht constructioncompany.

INTRODUÇÃO

Desde o início da década de 90, com a rápi-da abertura comercial realizada pelo governo Co-llor, o Brasil começou a se expor à concorrênciainternacional. Inicialmente, essas importações pre-judicaram muitos setores da economia brasileiraque, devido a décadas de protecionismo, nãoestavam preparados para tal nível de competição.

No governo de Fernando Henrique Cardoso,principalmente devido à continuidade da abertu-ra comercial, à estabilidade econômica conquis-tada e à mudança ocorrida no papel do Estado, asempresas e empresários brasileiros começarama aprender mais sobre o “mundo globalizado” ese inteirar sobre novas tecnologias e mercados,iniciando uma reação que se refletiu no aumentode nossas exportações e no atual saldo positivode nossa Balança Comercial.

Essas transformações, que ocorreram tambémno comportamento e ações das empresas brasi-leiras e se refletiram no desempenho das expor-tações e dos investimentos diretos no exterior(IDE), estão longe de serem totalmente compre-endidas. Mesmo se tratando de um movimentorelativamente recente, até pouco tempo atrás asexplicações se concentravam nos aspectos ma-

croeconômicos, situando-o como um movimen-to de expansão externa como resposta às restri-ções internas da demanda. Essas explicações,apesar de sua importância, não permitem com-preender completamente as mudanças que ocor-reram e estão ocorrendo nas empresas brasilei-ras.

De fato, em relação aos IDE e segundo dadosda UNCTAD (1995), o Brasil recebeu, em 2007,US$ 18,7 bilhões de investimentos e investiu US$28,2 bilhões, sendo que esses investimentos re-alizados no exterior foram 1.028% acima dos US$2,5 bilhões, em 2006. Como foi noticiado e é dedomínio público, esses dados estão distorcidos,afetados pela compra da mineradora canadenseInco pela Companhia Vale do Rio Doce (CVRD),em uma operação que somou US$ 17 bilhões,se tornando a maior aquisição realizada por umpaís emergente em um país desenvolvido. Masmesmo descontada essa compra, o total dos IDErealizados por empresas brasileiras é considerá-vel.

As companhias brasileiras de grande e médioporte começaram, nos últimos dez anos, a abrirespaço para suas atuações em todos os continen-tes. Corrêa e Lima (2008) citam algumas: Petro-brás, Marco Pólo, Votorantin, Embraer, Companhia

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Vale do Rio Doce (CVRD), Companhia Siderúrgi-ca Nacional (CSN), Gerdau, Embraco, Natura, WEG,Odebrecht, Camargo Corrêa, Andrade Gutierrez,Coteminas, Cutrale, Randon, Tigre, Sadia e BancoItaú são empresas brasileiras que se tornaram asprimeiras multinacionais atuando em todo o mun-do. Não é nossa pretensão nesse artigo analisartodo esse processo. Procuraremos analisar ape-nas um caso, mas que traga subsídios para futu-ras pesquisas e estudos para o entendimento domovimento geral.

Esse artigo está relacionado ao processo e àsestratégias de internacionalização da ConstrutoraNorberto Odebrecht S.A., empresa brasileira ex-portadora de serviços de engenharia que, em1979, iniciou seu processo de internacionaliza-ção. Como se trata de um estudo de caso de su-cesso, pode ser que o relato dessa experiênciade internacionalização ajude outras empresas quequeiram seguir o mesmo caminho.

As estratégias de internacionalização de umaempresa podem ser definidas como um conjun-to de normas, decisões, medidas e ações que vi-sem acionar a capacidade do setor externo emimpulsionar o crescimento de uma empresa. Nes-se conceito, segundo Mazzola e Oliveira Jr.(2006), dos modos ou formas de entrada deuma empresa em mercados externos destacam-se: exportação, acordos de licenciamento, alian-ças estratégicas, aquisições e o estabelecimentode novas subsidiárias totalmente próprias.

METODOLOGIA

Do ponto de vista metodológico, trata-se deum estudo de caso onde foi realizada uma pes-quisa qualitativa, empírica e exploratória que tem,nesse artigo, o delineamento do tempo de seuprocesso de internacionalização, iniciado em1979. O objetivo principal é identificar suas estra-tégias de internacionalização da empresa, com-parando-as com os postulados teóricos contidosna obra de Stephen Hymer, um dos precursores

nesse tido de pesquisa, além de outras escolasde pensamento mais relevantes que se dedicamao tema. Os dados foram obtidos em documen-tos, publicações oficiais da empresa, além de con-sulta à literatura específica externa e entrevistascom funcionários e dirigentes.

O referencial conceitual

Carneiro e Dib (2007), bem como Hemaise Neumann (2004), afirmam que, de um modogeral, as teorias sobre os processos de internacio-nalização podem ser divididas em duas grandesáreas, representando enfoques bem diversos: oeconômico e o organizacional, mais relacionadocom a administração. No enfoque mais econô-mico, se destacariam a Teoria do Poder de Mer-cado, a Teoria do Ciclo do Produto, a Teoria daInternalização e o Paradigma Eclético. No enfo-que mais administrativo, com maior atenção aaspectos organizacionais das firmas, estariam aTeoria da Escola de Uppsala e os trabalhos daEscola Nórdica de Negócios Internacionais, de quese fará, a seguir, um breve resumo dessas linhasde pensamento.

A Teoria do Poder de Mercado

O principal representante dessa teoria é o eco-nomista Stephen Hymer. Segundo Graham(2002), a pergunta principal colocada por Hymer(1960) em sua tese era por que uma empresaescolhe negociar, investir e produzir no exterior,em uma outra nação soberana, com suas leis ecostumes diferentes do seu país-sede, se ela podeexportar ou licenciar o produto e os processos pro-dutivos? Para Graham, a resposta de Hymer, con-tida em sua tese, é relativamente insuficiente:garantir o controle das operações internacionais eo consequente poder de mercado. Entretanto,essa simples pergunta acabou por formar um pa-drão comportamental aceito, de que as empre-sas podem se internacionalizar e administrar ativi-dades no exterior por quaisquer desses três mo-dos: exportação, licenciamento ou enfrentar as

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dificuldades de operação de uma subsidiária pró-pria no exterior. Esses riscos maiores seriam com-pensados em negociações com os governos lo-cais que garantiriam algum “poder de mercado”ou aumentos em seus graus de monopólio parafirmas que escolhessem esse caminho.

Para Ietto-Gillies (2002), em artigos posterio-res à sua tese, Hymer aumentou as razões paraos IDE: 1 - Propriedade e existência de vantagensespecíficas da empresa como patentes, recursospara investimentos, maiores capacidades e quali-dades administrativas, tecnológica, financeiras etc.2 - Manutenção de mercados. 3 - Dificuldades naexpansão interna. 4 - Comportamento das firmasrivais. 5 - Reorganização das plantas industriais emescala global. 6 - Controle e integração das açõesda matrix com as operações internacionais.7 - Di-versificação dos riscos operacionais e 8 - Ganharo controle de firmas em mais de um país, o quediminuiria a concorrência.

Hymer (1983) informa que as origens dasatuais empresas multinacionais (EMN) estariamno rápido e vigoroso processo de crescimento porque passou a economia mundial, principalmenteos EUA, no início do século XX. Esse movimentofoi marcado por um processo de fusões e aquisi-ções que transformava firmas locais em regionaise, posteriormente, em grandes empresas e con-glomerados nacionais. Com o fim da 2ª GuerraMundial, em 1945, e devido às dificuldades ebarreiras impostas pela Shermam Act, uma legis-lação norte-americana criada para tentar protegerpequenos e médios produtores e impedir a con-centração de poder econômico que estava severificando nessas fusões e aquisições, as empre-sas norte-americanas nas décadas de 1950 e,posteriormente, empresas européias e japonesas,decidem investir, abrir filiais no exterior, formandoo processo de multinacionalização das empresas.

Outro ponto destacado por Hymer (1983)é que, quando uma empresa inicia seu processode internacionalização, ocorrem mudanças em

seus sistemas administrativos, tornando-se maisflexíveis, com os escritórios locais cuidando deproblemas e operações diárias, enquanto que osescritórios centrais supervisionariam os resultados,dedicando-se mais a administrar, integrar e con-trolar essas operações no exterior. Essa maior au-tonomia relativa permitiria que escritórios situadosfora das fronteiras da matrix criassem produtos eserviços específicos para atender demandas lo-cai, sem alterar o resto da estrutura da empresa.Também, por atuar em países com diferentescostumes, leis e línguas, recomenda-se uma es-pécie de divisão do trabalho baseada na naciona-lidade: operações e negócios diários seriam dei-xados aos nacionais, enquanto atividades de pes-quisa, planejamento e outras seriam realizados nosescritórios centrais.

Uma estimativa de Hymer (1983) foi o surgi-mento de outros polos de poder no mundo, ouseja, outros países (principalmente na Europa eJapão), cujas empresas também estariam se tor-nando multinacionais. Esse cenário mais compe-titivo realmente se configurou e, atualmente, exis-tem multinacionais de vários outros países comoRússia, Índia, Brasil, México, China, Coréia do Sule mais alguns. A previsão de Hymer era de queesse ambiente mais competitivo global não seconfiguraria em concorrências mais acirradas en-tre essas empresas, mas que se traduziriam inte-gralmente em maiores benefícios aos consumi-dores e no surgimento de acordos, consócios, jo-int-ventures, associações entre essas empresas,formando uma espécie de divisão internacionaldos mercados globais. Acordos de cooperaçõestécnicas e divisões de partes dos trabalhos seri-am constantes.

A Teoria do Ciclo do Produto

Uma teoria citada por Carneiro e Dib (2007),Hemais e Neumann (2004) e Dunning (2003),e pelo grupo que privilegia o enfoque econômicodo processo de internacionalização das empre-sas, é a Teoria do Ciclo do Produto, cujo principal

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representante é Raymond Vernon (1931-1999),um contemporâneo de Hymer.

Para Vernon (1966), a construção de seumodelo teórico de determinantes dos IDE exigealgumas hipóteses como: 1 - As empreses locali-zadas nos países desenvolvidos não diferem muitoentre si, no que se refere ao acesso ao conheci-mento técnico-científico requeridos à criação denovos produtos; 2 - essa criação de novos produ-tos vai depender da capacidade empresarial deperceber as oportunidades econômicas com asaplicações práticas desse conhecimento na pro-dução; 3 - comprovada a existência de demandapara os novos produtos, supõe-se que o empre-sário se sinta motivado a atendê-la, investindo emsua produção para desfrutar da renda monopolís-tica a ela associada, se essa renda compensar osinvestimentos iniciais na atividade de inovação e4 - o modelo do ciclo do produto trata especifica-mente de produtos industriais voltados para con-sumidores de alta renda e poupadores de mãode obra.

Para o autor, o ciclo do produto teria três fa-ses: introdução, crescimento e maturação. A pri-meira fase seria vivida por países mais desenvol-vidos, com grande poder de mercado e bons ní-veis de educação, que permitiriam que investi-mentos fossem realizados em novas pesquisas edesenvolvimentos (P&D) e a própria criação econsolidação do produto devido à grande deman-da interna e, depois, externa.

A segunda fase começa quando as exporta-ções ou demandas externas são crescentes, o queiniciaria um processo de produção em massa dealcance mundial. Barreiras à entrada e outras polí-ticas protecionistas criariam competidores exter-nos e a produção se espalharia por outros países.Na terceira fase, a produção se torna mais padro-nizada e a tecnologia estável. Nesse estágio, a fir-ma procura minimizar os custos e a produção se-ria transferida para países com custos mais bai-xos, como os países em desenvolvimento.

Segundo Pessoa e Martins (2007), o próprioVernon sintetizou as insuficiências da Teoria doCiclo do Produto como teoria geral para explicaros IDE. Em sua análise, a performance e os pa-drões das exportações e dos IDE teriam se modi-ficado ao longo dos anos 70 e devem continuarse modificando, alterando seus determinantes. Asprincipais críticas de Vernon, segundo Pessoa, se-riam: 1 - Tendência ao crescimento de outrospaíses (principalmente Europa e Japão) diminu-indo a condição dos EUA como local preferencialpara o surgimento das inovações e 2 - o surgi-mento de redes mundiais de produção e distri-buição, introduzindo novos produtos simultanea-mente em vários mercados e criando tecnologiase inovações específicas para cada país e merca-do.

Mesmo assim, essa teoria continuaria tendoalguma utilidade para explicar os IDE de algunsprodutos, principalmente bens de consumo du-ráveis como automóveis, forno de micro-ondas,televisores e outros eletroeletrônicos, pois muitasfirmas continuariam a produzir e desenvolver pro-dutos em escala global dividindo etapas de suasproduções em países com características distin-tas e os IDE continuariam tendo algum tipo dedeterminação em decorrência do tipo de vanta-gem competitiva que cada país pode oferecer.

A Teoria da Internalização

Os principais autores dessa teoria são Buck-ley e Casson (1996). Partindo de uma análisecom instrumental neoclássico dos custos de mer-cado como determinantes da expansão ou nãodas empresas, segundo essa teoria haveria umcaminho, um padrão a seguir no processo de in-ternacionalização das empresas: primeiro come-çariam as exportações. Se o mercado for de ta-manho suficiente e os custos de abrir uma filiale/ou subsidiária for mais que compensado (derlucro), será realizado o investimento direto. Entre-tanto, recomenda-se antes disso o licenciamentodo produto nos mercados externos para verificar

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sua aderência. Isso se confirmando, o próximopasso será o investimento direto para fabricaçãolocal do produto.

Inicialmente, os autores caracterizam o cres-cimento de uma firma com a propriedade de umproduto com demanda crescente. Este cresci-mento se encerra quando o mercado local esti-ver completamente abastecido. Dado isso, o pro-cesso de crescimento pode retornar com novosprodutos e, ou, com as exportações.

Por outro lado, se o mercado externo em ques-tão for pequeno e,ou, instável, não existiria incen-tivo para a firma substituir a exportação por outraforma de participação Segundo os autores, se omercado for de tamanho médio, a firma perma-necerá na forma de licenciamento. Só se passaráà fase seguinte, o investimento direto no exterior,se se verificar que esse mercado está ou prome-te entrar em processo de expansão. Mesmo as-sim, os autores indicam uma única certeza: o in-vestimento direto nunca será realizado antes dolicenciamento e isso nunca será feito antes dasexportações e consolidação do produto nessemercado.

Como se pode ver, o principal determinantedos IDES seriam os custos de transação. Para estacorrente teórica, os mercados são imperfeitos eapresentam falhas estruturais. Por conta disso, astransações entre diferentes agentes apresentari-am custos. Esses custos de transação supõem queos agentes econômicos apresentariam uma ten-dência a internalizar as atividades até o momentoem que o custo marginal de internalização ultra-passe os custos de transação no mercado.

Para essa teoria, as empresas que decidiremexplorar os mercados externos na sua forma me-nos complexa, ou seja, por meio de exportações,enfrentam custos associados à busca de informa-ções e, ou, cumprimento de contratos (custos detransação) e custos derivados da renda relativaapropriada pelos importadores com a venda doproduto da empresa.

Quando uma empresa decide entrar no mer-cado de forma mais comprometida, como pormeio de alianças estratégicas, subsidiárias própri-as ou adquiridas, surgem novos custos, chama-dos custos de internalização, relacionados à ob-tenção de maiores conhecimentos do mercado,construção da empresa no exterior, controle ecoordenação das atividades, custos dos investi-mentos e outros. Quando esses custos foremmenores que os de transação, a empresa decidese instalar com subsidiárias no mercado e vice-versa. Dessa forma, as decisões sobre os IDE vãopassar por uma análise entre os custos de transa-ção e custos de internacionalização.

O Paradigma Eclético

O Paradigma Eclético, como o próprio nomeindica, não é uma teoria nova que procura expli-car o processo de internacionalização das firmas.O próprio John Dunning, que desenvolveu o con-ceito na década de 70, reconhece isso. O queele fez foi procurar integrar elementos teóricos dediversos ramos da teoria econômica clássica eneoclássica da de produção, comércio e investi-mento direto internacional em uma síntese maisesclarecedora.

Resumidamente, o paradigma eclético expli-ca que, quando uma firma procura iniciar umaprodução internacional, deve ter alguma vantagemsobre seus competidores. Dado isso, a firma iráinternalizar, realizar investimentos diretos no exte-rior, se souber que essa é a melhor decisão a sertomada. Claro, deve haver um interesse econô-mico (lucro) em realizar a produção nos merca-dos externos. Hemais e Neumann (2004) resu-mem em três pontos o paradigma eclético: a van-tagem específica do produtor/proprietário, as va-riáveis específicas de localização e, por fim, a pró-pria internalização da produção.

O autor procura explicar a produção internaci-onal como sendo uma atividade de adição devalor para a firma principal, que se concretiza forade seus limites nacionais. A localidade escolhidapara a produção internacional estaria diretamente

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relacionada com a capacidade tecnológica mun-dial e sua distribuição entre os países, ou seja, aprodução pode ser dividida em países diferentese, depois, integrada e distribuída.

Por outro lado, se a multinacional percebe queos custos institucionais de um país escolhido fo-rem muito altos, ela pode muito bem dividir a res-ponsabilidade da produção entre parceiros exter-nos locais ou mesmo vender sua vantagem, quepode ser de natureza tecnológica, patentes, mar-cas e muitas outras. Como vemos, realmente, oparadigma eclético de John Dunning se parecemais com uma junção de diversas teorias econô-micas de comercio e investimentos internacionais.

A Teoria da Escola de Uppsala

Para Hemais e Neumann (2004, p. 27), “umponto importante que se deve creditar à escolade Uppsala foi o fato de fazer com que os Negó-cios Internacionais deixassem de ser examinadospuramente como um fenômeno econômico paraserem analisados sob a perspectiva da Teoria doComportamento Organizacional”.

Os dois principais autores dessa Escola são J.Johanson e J. Vahlne, que construíram um arca-bouço teórico do processo de internacionalizaçãoda firma, colocando em foco principal o desen-volvimento da firma individual e, mais especifica-mente, sua aquisição gradual, integração de e usodo conhecimento sobre os mercados externospara adicionar valor à firma. Como esse processoseria crescente, existiria um aumento no nível decomprometimento da firma com os mercados es-trangeiros.

Para os dois, o processo de internacionaliza-ção é resultado de uma série de decisões empre-sariais que, quando somadas, constituem o pro-cesso de internacionalização. Essas decisões seri-am a de começar a exportar, consolidar essesmercados, estabelecer uma subsidiária para ven-das, procurar sócios externos e muitas outras até,depois desses pequenos passos, transformarem-se em investimentos diretos no exterior.

Esse comportamento foi baseado em obser-vações empíricas que as firmas suecas, antes derealizarem grandes investimentos no exterior, co-meçavam exportando através de um agente. De-pois, formariam uma subsidiária de vendas e, sevislumbravam sucesso, começavam a produzir nopaís estrangeiro.

A grande novidade dessa Escola é o conceitode “distância psíquica” que estaria relacionadacom a ordem de escolha dos países aos quais édirigida a exportação ou onde inauguram subsidi-árias. A definição desse novo conceito seriam asdiferenças de idiomas, educação, diferenças eproximidades nas práticas de negócios entre ospaíses, cultura, desenvolvimento industrial e insti-tucional, enfim, uma soma de fatores que podempermitir ou não maiores e mais confiáveis fluxosde informações e, consequentemente, maioresnegócios e investimentos. Dentro dessa lógica, osprocessos de internacionalização das firmas come-çariam naqueles mercados no exterior com meno-res distâncias psíquicas em relação à firma matriz.

Como podemos depreender, a principal vari-ável que influenciará nas decisões da firma será oconhecimento do mercado externo, definidocomo uma série de informações sobre o merca-do, que seria repassada à matriz na forma de rela-tórios sobre o andamento dos negócios, dificul-dades e vantagens encontradas, etc.. Entretanto,como esse conhecimento, essa experiência in-ternacional, é cumulativo, o processo de interna-cionalização da firma começaria por países maispróximos e, gradualmente, se estenderia para maisdistantes. Finalmente, Johanson e Vahlne (1997)colocam que o processo de internacionalizaçãoatual acaba por desenvolver redes de networkscomo forma de maior aproximação dos clientese diminuição das distâncias psíquicas.

A Escola Nórdica de Negócios Internacionais

Como afirmam Carneiro e Dib (2007) e He-mais e Neumann (2004), S. Andersson é um dosprincipais representantes dessa nova linha de pen-

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samento, que coloca um peso significativo nopapel do empreendedor, como força iniciante doprocesso de internacionalização da firma.

Andersson (2000) afirma que as teorias so-bre a internacionalização até aqui apresentadasnão respondem todas as perguntas necessárias aum bom entendimento do processo, já que a in-ternacionalização é um movimento complexo emuitos outros fatores devem ser incluídos paraampliar a compreensão sobre ele. Dessa forma, oautor inclui a famosa figura do empreendedordentro do processo. O empreendedor seria o res-ponsável pela introdução de novos métodos eprodutos na produção, pela abertura de novosmercados, pela conquista de novas fontes de re-cursos e matérias-primas e pela reorganização daindústria. Ele também teria a habilidade de lidarcom diferentes combinações e arranjos, desen-volvê-los e perceber formas apropriadas de açõese convencer terceiros a investir em seus projetos.Os mercados externos seriam escolhidos de acor-do com a situação econômica e competitiva, sem-pre preferindo fusões, aquisições e joint-venturespara reduzir a competição. Como as multinacio-nais são indústrias maduras, esse tipo de empre-endedor se torna um importante ator internacional.

Para Andersson (2000), as teorias atuais prio-rizam generalizações que deveriam servir paratodas as firmas. Um tratamento melhor seria en-contrar categorias de firmas e produtos que secomportam de forma semelhante e tentar criarteorias e conceitos de médio alcance, partindodo princípio de que empreendedores diferentesadotam estratégias diferentes e levam o proces-so de internacionalização em direções diversas.

O PROCESSO DE INTERNACIONALIZAÇÃO DACONSTRUTORA NORBERTO ODEBRECHT S.A.

A Construtora Norberto Odebrecht S.A. (CNO)foi fundada em 1944, na cidade de Salvador,Bahia, pelo engenheiro civil Norberto Odebrecht,então com 24 anos de idade, em resposta à situ-

ação crítica de insolvência por que passava aempresa de construção de seu pai, Emílio Ode-brecht. Essa situação préfalimentar estava ocor-rendo em razão da prática da Odebrecht e Cia.em apresentar o preço final da obra em contratofirmado com seus compradores, antes de a obracomeçar. Como os preços dos insumos estavamsubindo muito devido à 2ª Guerra Mundial (prin-cipalmente para cimento e ferro), os custos dasobras estavam acima dos preços estimados, o queestava levando a empresa a ter dificuldades emcumprir seus compromissos. Com as dívidas seacumulando e dificuldades de encontrar novoscontratantes, Norberto Odebrecht foi obrigado afechar a firma do pai e abrir, em 1944, a CNO.Em 1945, com a entrada dos jovens estudantesde engenharia Francisco Valadares e Otto Schae-ppi, é fundada a Construtora Norberto OdebrechtLtda.

A solução para o problema da dívida da em-presa do pai (“os três pactos”) foi encaminhadade uma forma que, embrionariamente e muitotempo depois, se constituiu em uma estratégiaexterna da empresa: um pacto político que per-mitiu o refinanciamento das dívidas com o Bancoda Bahia e a captação de novos clientes; o pactoeconômico que garantia, entre outras coisas, pra-zos menores para a entrega final das obras (e aempresa ganhava uma espécie de bônus por isso)e o pacto social em que todos que participavam,direta e indiretamente, da obra que fosse entre-gue antes do prazo, receberiam parte do bônus. Aoutra parte era dividida entre a empresa e os pa-gamentos das dívidas paternas. Essa remunera-ção extra, segundo informes da empresa, serveaté hoje como forma de estímulo, união, maiorparticipação e motivação para os empregados daempresa. Essa prática, hoje aperfeiçoada e deno-minada como “delegação de responsabilidades”,descentraliza e agiliza os trabalhos além de esti-mular a produtividade de seus empregados.

Sanados esses problemas iniciais, o históricoda empresa se assemelha ao descrito por Hymer:

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inicialmente, a CNO começa como uma empre-sa que atua localmente em Salvador. Depois deacumular experiência, capitais e conhecimentostécnicos, começa a atuar regionalmente com obraspúblicas e privadas em quase toda região Nordeste.São marcos dessa atuação a Usina de Correntina,a primeira hidrelétrica construída pela CNO, em1950, e o oleoduto Catu-Candeias, em 1954,com 80 km de extensão e que marca o início deuma parceria fundamental para a empresa com arecém fundada Petrobrás, e que já dura quase que60 anos, com obras como construção e monta-gem de refinarias, plataformas marítimas, estaçãode tratamento de águas, edificações, portos emuitas outras obras de apoio, incluindo a perfura-ção de mais de 140 poços de petróleo e gás nomar. O fato é que, no final da década de 1960,com mais de 500 obras em seu histórico e a ex-periência de ter realizado obras de grande porte ecomplexidade, tanto de engenharia especial quan-to de logística, a CNO já era uma das principaisconstrutoras do Nordeste.

No período conhecido como do “milagre eco-nômico” (1968 -1973) registra-se uma forte ex-pansão da CNO, principalmente em estradas ro-doviárias nas regiões Norte e Nordeste. A restau-ração do Teatro do Amazonas merece referênciapelo trabalho de engenharia especial e em razãode a equipe ter permanecido longo período nolocal. A construção da Ponte Colombo-Sales, li-gando a ilha de Santa Catarina ao continente, e aentrada da empresa na região Sudeste, com aconstrução do edifício-sede da Petrobrás, no Riode Janeiro (1969), consolida a expansão nacio-nal da CNO.

No período seguinte, de 1973 a 1980, já nogoverno Geisel e com as obras e financiamentospúblicos contidos no 2º PND (Plano Nacional deDesenvolvimento), houve novos trabalhos com-plexos e diversificação em obras de infra-estrutura,como construção de metrôs, usinas nu-cleares, emissários submarinos, aeroportos, pon-tes com grandes vãos e outras. Todo esse movi-

mento contribuiu muito para o acúmulo de co-nhecimentos em técnicas de engenharia de pon-ta e técnicas administrativas no gerenciamento degrandes projetos simultâneos, controle de equi-pamentos, tecnologias de ponta e cumprimentosde prazos.

Em 1979, em uma reunião do Conselho Ad-ministrativo, ficou decidido que a CNO iniciaria seuprocesso de internacionalização. Para isso, foi for-mado um grupo que iniciasse estudos e pesqui-sas sobre o tema e novas oportunidades. As razõessão expostas pelo próprio Norberto Odebrecht:

A Odebrecht atua internacionalmente desde o final

da década de 70. Vivíamos o milagre brasileiro, mas

fizemos uma reflexão e concluímos que o cresci-

mento daquele período não era sustentável. Como

nossa vocação era, e continua sendo, crescer, pre-

cisávamos, então, identificar oportunidades para as-

segurar a continuidade de nosso crescimento e co-

meçamos a estudar três hipóteses: diversificar nos-

sos negócios; fortalecer nossa posição em engenha-

ria no Brasil, mediante aquisições ou ir para o exteri-

or. Optamos pelas três (ODEBRECHT, 2008, p. 2).

As primeiras obras internacionais, conseguidasatravés de concorrências públicas internacionais,foram a construção da hidrelétrica de Charcani V,no Peru, e do sistema hidrelétrico de Colbún-Ma-chhicura, no Chile. Essas obras foram realizadassob forma de consórcio, com participação de ou-tras construtoras internacionais e locais, que tam-bém realizaram partes do serviço, uma estratégiadas EMN destacadas por Hymer. Após essas obras,outras foram realizadas na Argentina e no Equa-dor, marcando a presença de empresa na Améri-ca do Sul.

Após essas experiências continentais, no co-meço da década de 1980, foi construída a usinahidrelétrica da Capanga, em Angola (primeira obrafora do continente sul-americano), um país comlíngua portuguesa e com fortes laços culturais coma Bahia, Estado de origem da empresa, novamente

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aproximando as ações da CNO do conceito de “pro-ximidade psíquica”. Atualmente, a CNO realiza maisde 80 obras nesse país, se constituindo na maiorempresa de construção civil pesada em atividade.

Em 1988, a entrada no mercado europeu, queocorreu por meio da aquisição da empresa deconstrução portuguesa José Bento Pedroso & Fi-lhos (JBP&F) e a construção da Ponte Vasco daGama, sob a forma de um consórcio formado comoutras empresas européias. O aproveitamento deengenheiros, diretores e técnicos da JBP&F, comseus conhecimentos locais, foi fundamental parao sucesso da empreitada. Depois disso, outrasobras, sempre por concorrências públicas inter-nacionais e com alianças e consórcios com ou-tras construtoras européias, foram conquistadas naAlemanha, Inglaterra e outros países.

Em 1992, com obras no México, Uruguai eVenezuela, consolida-se a presença e atuação daCNO no continente sul-americano. Em 1994, aentrada no concorrido e exigente mercado norte-americano com o início da construção da Barra-gem de Seven Oaks, na Califórnia, o maior proje-to para prevenção de enchentes já realizado nosEUA, e que rendeu o prêmio de Construtora doAno de 1999 (ano em que a barragem foi con-cluída), pelo Corpo de Engenheiros do ExércitoAmericano. Atualmente (até junho de 2008), aCNO tem escritórios com equipes permanentesna Venezuela, República Dominicana, Angola, Peru,Bolívia, Equador, Panamá, Emirados Árabes, Mé-xico, Portugal (que é responsável pelos novoscontratos na Líbia e Argélia) e Estados Unidos,além de subsidiárias na Alemanha e China, cons-tituindo-se em uma verdadeira empresa multina-cional brasileira. As estratégias de entrada nosmercados externos da CNO são bem sintetizadasna declaração de um diretor da empresa:

As formas de entrada variam muito de país para

país e até em relação às obras que serão construí-das. Primeiro se coloca um funcionário, ou melhor,

um empresário parceiro no país para entender como

funciona esse negócio, essa indústria, suas leis, sin-

dicatos, quais são as principais forças e, em funçãodisso tudo, você vai pensar em uma estratégia ade-

quada a cada situação. Não existe regra geral, mas,

a princípio, a orientação é de não comprar empre-

sas, mas estabelecer parcerias com empresas lo-

cais que a Odebrecht considera que têm compe-tências, mas também têm que ter complementari-

dades, e então fazemos um consórcio, acordo, com

uma ou várias empresas locais. No contrato seguin-

te, vamos avaliar se precisamos ou não daquelas

empresas, daqueles contratos e consórcios ou ain-da daquele parceiro ou se devemos procurar ou-

tros ou ainda se vamos fazer a obra sozinhos; en-

fim, são formas de entrada muito variadas. Geral-

mente, começamos e fazemos obras com consór-

cios de pareceria local, mas também podemos fa-zer sozinhos (MAZZOLA; OLIVERIA JR., 2006, p. 10).

As estratégias de entrada da empresa nosmercados externos da Odebrecht podem ser iden-tificadas e resumidas como:

1. A Odebrecht sempre atuou externamentesob o regime de consórcios, acordos, joint-ventu-res e outras formas de associação com outrasempresas locais, brasileiras e até outras grandesfirmas globais. Embora não seja uma opção total-mente descartada, as compras e aquisições deoutras empresas no país-alvo têm sido, atualmente,desaconselhadas;

2. Criar e aprimorar uma estrutura administra-tiva interna que favoreça os processos de interna-cionalização;

3. Procurar desenvolver relações com empre-sas e empresários locais e contratar o maior nú-mero possível de mão-de-obra local;

4. Procurar países com o menor risco possívelquanto aos ambientes políticos, empresariais eoperacionais;

5. Procurar mercados-alvos ou ir para ondehouver interesse do Governo brasileiro em estrei-tar relações com o país-cliente;

6. Adotar políticas inovadoras de remunera-ção e desenvolvimento profissional das equipes,

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promovendo ao máximo o engajamento de pro-fissionais locais com objetivos de promover amotivação, integração e aceitação da empresapelas comunidades locais.

7. Utilizar a capacidade de contribuição brasi-leira aos empreendimentos, inclusive mediante atransferência de tecnologia com o objetivo de cri-ar redes permanentes de relacionamentos pes-soais, empresariais, técnicos e científicos.

8. A empresa procura, na escolha de projetosque vai se engajar, que estes sejam auto-susten-táveis. Preferencialmente, com impactos na ba-lança comercial, pela substituição de importaçõesou pelo aumento das exportações locais. Projetoscomo estradas, usinas hidrelétricas, portos, aero-portos e outros podem se encaixar nessa diretiva.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Atualmente o processo de internacionalizaçãodas empresas é entendido como um fator quecontribui para melhoria da qualidade dos produ-tos principalmente devido à concorrência inter-nacional. Além disso, também cria condições paraa busca por inovações que agreguem valor e pro-porcionem aumento nos ganhos das empresas,eliminação da dependência exclusiva do merca-do doméstico para sua sobrevivência e outros fa-tores positivos com maior acesso a novas tecno-logias e mercados, assim como possibilidades demaiores integrações com os mercados internaci-onais de crédito e financiamentos.

O processo de internacionalização da Cons-trutora Norberto Odebrecht S.A. (CNO) mostraque os postulados teóricos da obra de StephenHebert Hymer, mesmo após 30 anos, ainda têmmuita validade para explicar boa parte dos movi-mentos em direção aos mercados externos dasempresas. Sobre a trajetória da empresa, o cami-nho seguido pela Odebrecht é semelhante aosdas multinacionais norte-americanas, ou seja,começaram como empresas locais, depois pas-sando para atuações regionais e, posteriormente,

empresas nacionais. Somente após suas consoli-dações em espaços nacionais é que essas em-presas foram para o exterior assumindo a formade empresas multinacionais (EMN).

Em relação às razões e motivos para suas in-ternacionalizações, verificaram-se algumas sutisdiferenças. As empresas norte-americanas lança-ram-se para os mercados externos devido, segun-do Hymer, às dificuldades e barreiras legais (aShermam Act, ou a lei contra a concentração eco-nômica) encontradas para a continuação de seusmovimentos de expansão interna, que estavamocorrendo por fusões e aquisições internas entreempresas. No caso do Brasil e da Odebrecht, fo-ram as dificuldades econômicas e financeiras doEstado, no início da década de 1980, principalcliente da empresa, na época, para contrataçãode obras de infra-estrutura, que fizeram a Ode-brecht procurar mercados externos para continu-ar sua expansão.

Sobre as estratégias de entrada nos mercadosexternos, as ações da CNO confirmam as políticassugeridas por Hymer, ou seja: procurar estreitar rela-ções institucionais com representantes dos gover-nos locais; estar preparada para acordos, consórci-os, fusões e outras formas de associação com pro-dutores locais e até com outras EMN atuantes nomercado em questão, e propiciar maiores autono-mias nas decisões para as filiais no exterior.

Em relação às outras teorias de internacionaliza-ção, a Escola de Uppsala, com seus conceitos dedistância psíquica, também contribuem para maiorentendimento desse processo, pois a CNO come-çou seu processo em países da América do Sul,depois indo para Angola e, só depois de adquirir gra-dualmente conhecimentos e experiência, foi paraos mercados europeus e norte-americanos. A se-guir, algumas tabelas que procuram relacionar ascontribuições de Hymer e das outras teorias de in-ternacionalização citadas ao processo da Construto-ra Norberto Odebrecht S.A. >

Recebido em: jan. 2008 · Aprovado em: jul. 2009

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TABELA 1

Proximidades e diferenças entre Hymer e a

Fonte: Baseado em Hymer (1983).

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TABELA 2

Proximidades e diferenças entre as outras teorias e a Odebrecht

Fonte: baseado em Brito (2008).

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REFERÊNCIAS

Vladimir Furtado BritoMestre em Administração pela Universidade Municipal de São

Caetano do SulEndereço

Faculdade Campo Limpo PaulistaRua Guatemala, 167 - Jardim América

13231-230 - Campo Limpo Paulista, SP - BrasilTelefone: (011) 48129400

[email protected]

Fabio Lotti OlivaDoutor em Administração pela Universidade de São Paulo

EndereçoUniversidade Municipal de São Caetano do Sul

Professor do Programa de Mestrado em Administração daUniversidade Municipal de São Caetano do Sul - USCS

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