Orgulho de viver da terra e dela ser aprendiz

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Contamos pra você a história de um agricultor Podem até chamar de Nilton, mas ninguém vai conhecer esse senhor Agora se falar Galego, todo mundo sabe quem é Morador da comunidade de Pau Branco que vive com a filha, neto, genro e mulher Galego conta que com tudo já trabalhou No corte de cana em São Paulo até na plantação Vivia fazendo diária e trabalhando pra patrão Até bolo fez em casa, pra vender na região A vontade de plantar era muita, Mas não havia água para molhar Até o dia que a cisterna de produção chegou E fez o destino dessa família mudar Os defensivos naturais e o adubo, Galego já sabia usar As hortaliças foram plantadas para o consumo familiar Só esperou a cisterna encher para as verduras poder colher E junto com a comunidade, a sua produção vender A cisterna de produção trouxe a possibilidade de plantar mais hortaliças e frutíferas para o consumo da família e comercialização O casal Galego e Dulce trabalham juntos com a agroecologia, na produção de alimentos de qualidade e convivência com o Semiárido 1807 Janeiro/2015 Riacho de Santana 9 Orgulho de viver da terra e dela ser aprendiz Cebolinha, rúcula, alface e coentro, de tudo a família plantou Era o começo de uma nova realidade na vida do agricultor Agora todos trabalham juntos, praticando a agroecologia O quintal ficou famoso, e para a família só traz alegria Vem gente de todo lugar conhecer essa riqueza Pra ter certeza que é possível conviver bem com a natureza O trabalho e a união provam que tudo isso é verdade Não precisa sair da roça pra ir morar na cidade

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No município de Riacho de Santana, na comunidade de Pau Branco o agricultor Galego e sua família convivem com o Semiárido através da agroecologia e manejo sustentável da terra. Após a conquista da cisterna de produção a família pode desenvolver o quintal produtivo melhorando a renda da família e comercializando seus produtos.

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Contamos pra você a história de um agricultorPodem até chamar de Nilton, mas ninguém vai conhecer esse senhorAgora se falar Galego, todo mundo sabe quem éMorador da comunidade de Pau Branco que vive com a filha, neto, genro e mulher

Galego conta que com tudo já trabalhouNo corte de cana em São Paulo até na plantaçãoVivia fazendo diária e trabalhando pra patrãoAté bolo fez em casa, pra vender na região

A vontade de plantar era muita,Mas não havia água para molharAté o dia que a cisterna de produção chegouE fez o destino dessa família mudar

Os defensivos naturais e o adubo, Galego já sabia usarAs hortaliças foram plantadas para o consumo familiarSó esperou a cisterna encher para as verduras poder colherE junto com a comunidade, a sua produção vender

A cisterna de produção trouxe a possibilidade de plantar mais hortaliças e

frutíferas para o consumo da família e comercialização

O casal Galego e Dulce trabalham juntos com a agroecologia, na produção de

alimentos de qualidade e convivência com o Semiárido

1807Janeiro/2015Riacho de Santana

9

Orgulho de viver da terra e dela ser aprendiz

Cebolinha, rúcula, alface e coentro, de tudo a família plantouEra o começo de uma nova realidade na vida do agricultor

Agora todos trabalham juntos, praticando a agroecologiaO quintal ficou famoso, e para a família só traz alegria

Vem gente de todo lugar conhecer essa riquezaPra ter certeza que é possível conviver bem com a natureza

O trabalho e a união provam que tudo isso é verdadeNão precisa sair da roça pra ir morar na cidade

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Eu vivi minha vida sem água. Tá com quatro anos que a gente recebeu a caixa, você não

sabe a riqueza que a gente recebeu, foi uma mudança completa. Quatro anos atrás

não �nha água, você não via isso aqui não. Aqui é uma agricultura familiar, de tudo eu

tenho um pouquinho. Tenho laranja, tenho mamão, mandioca, cana, tem horta, tem

acerola, cada coisa você tem um pouquinho. Aqui é mais pra o sustento da família, o

que sobrar a gente leva pra o mercado ou entrega para o projeto*.

*PNAE: Programa Nacional de Alimentação Escolar.

Eu tenho recebido muita visita aqui,

estagiária, aluno da escola agrícola,

pra mim é uma grandeza, porque além

de eu ser um ex-aluno (da escola

agrícola), a minha propriedade hoje é

reconhecida. Isso aí pra mim é um

prazer. E o que eu puder fazer, passar

as informações que eu passo, eu tô

aqui pra isso. Tem gente que tem

vergonha de falar que é agricultor, eu

tenho orgulho. Eu já par�cipei de

assembleia em Brasília, e eu falava:

Sou agricultor familiar, tenho orgulho

de mostrar minhas mãos. A família está unida na convivência com o semiárido

Eu uso remédio caseiro, remédio que a gente faz aqui,

ninho, pimenta, a farinha de trigo que é bom pra pulgão, a

gente usa essas coisas assim. Os cuidados da horta é não

usar veneno, limpar na hora certa, fazer cobertura morta.

O agricultor botou na cabeça que só produz com veneno,

mas não. A gente produz sem veneno também, produz de

qualidade.

Agricultores de diversos locais dividem experiências através das visitas de intercâmbio na propriedade de Galego

Dulce recebe a todos com carinho e dedicaçãoVanda segue os passos dos pais, ajuda em casa e na plantaçãoO genro Edmar entende de agroecologia e põe em prática essa sabedoriaO neto Felipe está sempre presente, aprendendo mais a cada dia

A história dessa família é um exemplo pra se copiarRespeitar o semiárido e uma nova renda criarA força do trabalho comprova o que Galego sempre diz:-Eu gosto é de sujar a mão na terra, é aqui que sou feliz!