OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE … os conhecimentos informais e valores baseados nos...

27
Versão On-line ISBN 978-85-8015-076-6 Cadernos PDE OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE Artigos

Transcript of OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE … os conhecimentos informais e valores baseados nos...

Page 1: OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE … os conhecimentos informais e valores baseados nos princípios éticos, estéticos, morais, culturais, sociais e religiosos. Observamos,

Versão On-line ISBN 978-85-8015-076-6Cadernos PDE

OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE

Artigos

Page 2: OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE … os conhecimentos informais e valores baseados nos princípios éticos, estéticos, morais, culturais, sociais e religiosos. Observamos,

CLAUDILAINE TOMITÃO

ESCOLA E FAMÍLIA: UMA APROXIMAÇÃO NECESSÁRIA

Londrina 2014

SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO Superintendência da Educação

Diretoria de Políticas e Programas Educacionais Programa de Desenvolvimento Educacional

Page 3: OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE … os conhecimentos informais e valores baseados nos princípios éticos, estéticos, morais, culturais, sociais e religiosos. Observamos,

CLAUDILAINE TOMITÃO

ESCOLA E FAMÍLIA: UMA APROXIMAÇÃO NECESSÁRIA

Artigo Final - apresentado ao Núcleo Regional de Educação de Apucarana - Secretaria de Educação do Estado do Paraná-Pr, em parceria com a Universidade Estadual de Londrina, como requisito obrigatório para o desenvolvimento do Programa de Desenvolvimento Educacional – PDE e respectiva conclusão de Curso. Orientador: Maria da Graça Ferreira

Londrina 2014

Page 4: OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE … os conhecimentos informais e valores baseados nos princípios éticos, estéticos, morais, culturais, sociais e religiosos. Observamos,

ESCOLA E FAMÍLIA:

UMA APROXIMAÇÃO NECESSÁRIA1

ClaudilaineTOMITÃO2

Maria das Graças FERREIRA33

Resumo O presente artigo, tem por finalidade analisar o resultado das atividades realizadas pelo Projeto de Intervenção Pedagógica desenvolvido entre os meses de fevereiro e junho, no Colégio Estadual Walfredo Silveira Corrêa – Ensino Fundamental e Médio, no município de Arapongas - Pr. O trabalho desenvolvido direcionou-se pela preocupação na melhora da relação escola e família haja vista a interligação entre a educação familiar e educação escolar que não deve ser desconsiderada no processo de ensino e aprendizagem e, com a intenção de analisar, como se tem dado processo de participação dos pais e/ou responsáveis, considerando a importância da aproximação da família e da escola. Teve como objetivo desenvolver um trabalho coletivo entre essas duas instituições sociais indispensáveis no crescimento e desenvolvimento integral do aluno, visando fortalecer as relações no processo de ensino e aprendizagem, ressaltando e valorizando a importância da participação da família no contexto escolar através de momentos de reflexão acerca de temas relacionados a educação integral e de formação humana, orientando-se pelos princípios pedagógicos regidos pelo respeito aos valores estéticos, políticos, éticos e morais. O referido artigo apresenta o referencial teórico-metodológico baseado na pesquisa bibliográfica que norteou as reflexões durante os estudos do tema, discute as funções sociais da família e da escola, e discorre sobre a experiência dos encontros com os pais no intuito de estreitar as relações e aproximar a família da escola através de palestras de orientações, visto que muitos pais e/ou responsáveis demonstram insegurança quando o assunto é a Educação dos filhos adolescentes.

PALAVRAS-CHAVE: Família; Escola; Participação.

1 INTRODUÇÃO Este artigo relata o processo de implementação e os resultados do Projeto

Escola e Família: uma aproximação necessária, realizado como atividade obrigatória

do PDE (Programa de Desenvolvimento Educacional), e tem como objetivo

promover uma reflexão junto aos pais/responsáveis, sobre a importância da

participação da família na escola e na vida escolar de seus filhos, bem como atender

1 Este artigo é o resultado da implementação realizada como exigência para a conclusão do Programa de Desenvolvimento Educacional – PDE, ofertado Secretaria de Estado e Educação – SEED e Núcleo de Educação de Apucarana – NRE, vinculado a IES - Instituição de Ensino Superior –, a UEL - Universidade Estadual de Londrina, tendo como coordenador do programa o Professor Vladimir Moreira 2 Autora, Professora QPM da Rede Estadual de Ensino do Estado do Paraná, lotada no Colégio Estadual Walfredo Silveira Corrêa, Arapongas, Núcleo Regional de Apucarana/ SEED-PR. Especialista em Orientação Educacional e Educação Especial, Professora PDE turma 2013. 3 Orientadora, Professora Mestra na área de Política e Gestão da Educação, e Docente na UEL – Universidade Estadual de Londrina, Departamento de Educação.

Page 5: OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE … os conhecimentos informais e valores baseados nos princípios éticos, estéticos, morais, culturais, sociais e religiosos. Observamos,

a necessidade da escola de aproximar os pais/responsáveis, afinal são eles, os co-

responsáveis pela formação de nossos alunos, seus filhos.

Aproximar a família da escola é fundamental numa escola que se diz

democrática. O diálogo entre essas duas instituições é essencial para a melhoria do

processo de ensino e aprendizagem.

Malavazi (2002), nos alerta que os pais não podem assumir uma postura de

distanciamento da escola e da vida escolar de seus filhos: Para muitos, não participar acaba sendo mais interessante uma vez que têm outras atividades que não podem deixar de assumir. Para a escola, a ausência da família significa poder decidir sozinha, levando em conta seus próprios interesses. Assim surge a família ausente, ou seja, aquela que transfere algumas responsabilidades que seriam suas para outros setores que acabam se ocupando, nem sempre de forma adequada, da educação da criança e do adolescente, como as escolinhas de esporte, centros musicais, academias esportivas, etc. (MALAVAZI, p. 222-223).

Para que os pais tenham interesse em dialogar com a escola, em participar

do processo educativo dos filhos, é necessário que se sintam acolhidos e

valorizados pela instituição escolar. Essa é uma preocupação que a escola precisa

ter se quiser favorecer que a aproximação aconteça.

A sociedade contemporânea em nada se parece com a de três ou quatro

décadas atrás. No entanto, a escola parece manter a mesma estrutura funcional e

espera que as famílias, que são completamente diferentes, tanto em sua formação,

quanto organização e interesses comportem-se da mesma forma como outrora.

Não se pode ignorar o fato de que, com a entrada da mulher no mercado de

trabalho e com a liberdade sexual por ela conquistada, mudaram-se radicalmente as

estruturas familiares. Entre essas mudanças verificamos a ausência dos

pais/responsáveis, principalmente a mãe, na educação dos filhos. É possível notar

que essas mudanças sociais resultaram no afastamento da família, que acabou

delegando à escola, além da função que lhe é própria, uma responsabilidade na

formação humana que a eles pertencem, comprometendo o trabalho educativo

realizado pela escola, pois os professores não têm condições de assumir um papel

que não é o seu.

O projeto de intervenção teve como seu principal objetivo contribuir para a

articulação do processo de interação família e escola, a fim de minimizar os

problemas disciplinares e pedagógicos que a escola contemporânea enfrenta e

desenvolver um trabalho coletivo entre essas duas instituições sociais

Page 6: OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE … os conhecimentos informais e valores baseados nos princípios éticos, estéticos, morais, culturais, sociais e religiosos. Observamos,

indispensáveis no crescimento e desenvolvimento integral do aluno, visando

fortalecer as relações no processo de ensino e aprendizagem.

Com o intuito de minimizar a distância e fortalecer as relações, buscamos

durante os encontros com os pais/responsáveis ressaltar e valorizar a importância

da participação da família no contexto escolar, promover a integração entre família e

escola e proporcionar aos pais momentos de reflexão acerca de temas relacionados

à educação integral e de formação humana, orientando-se pelos princípios

pedagógicos regidos pelo respeito aos valores estéticos, políticos, éticos e morais.

Este trabalho foi organizado da seguinte forma: uma breve introdução, uma revisão

bibliográfica sobre as instituições família e escola e as considerações finais. A

metodologia usada durante a intervenção foi a coleta de dados com os alunos do

nono ano do ensino médio com o intuito de pesquisar sobre a importância da escola

e da família e suas expectativas de futuro. Com os dados levantados foi elaborado o

projeto de intervenção com o objetivo de aproximar os pais do dia a dia dos filhos na

escola.

2 DESENVOLVIMENTO

2.1 A IMPORTÂNCIA DA EDUCAÇÃO FAMILIAR FRENTE Á EDUCAÇÃO

ESCOLAR

A família e a escola são instituições sociais indissociáveis no processo de

desenvolvimento integral das crianças e adolescentes.

Não se pode negar que a educação escolar atualmente vai muito além da

transmissão de conhecimentos acumulados historicamente pela humanidade. Na

prática escolar apenas essa função social da escola já não dá conta, isoladamente,

da educação integral e formação humana.

A influência da educação familiar e de outras instituições sociais é forte e

determinante nos comportamentos individuais e coletivos dos alunos e tem afetado

significativamente o desenvolvimento pedagógico dentro e fora da sala de aula.

Considerando que o ser humano aprende o tempo todo através das relações sociais,

a função social da família é essencial, pois é ela que transmite às suas crianças e

Page 7: OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE … os conhecimentos informais e valores baseados nos princípios éticos, estéticos, morais, culturais, sociais e religiosos. Observamos,

adolescentes, os conhecimentos informais e valores baseados nos princípios éticos,

estéticos, morais, culturais, sociais e religiosos.

Observamos, através da prática escolar, as grandes mudanças que vêm

ocorrendo no cerne das famílias brasileiras. Já não existe um único modelo

tradicional de família. Ela vem se modificando com grande rapidez e essa mudança

é sentida no contexto das relações sociais, principalmente na escola.

A respeito das reformulações familiares, Battaglia (2002, p. 7), diz:

Como construções sociais relativamente recentes, estas complexas reformulações familiares encontram-se sem modelo preestabelecido. Sendo assim, cada família necessita lidar com seus padrões e conceitos preestabelecidos para deles fazer emergir uma maneira original de constituir um grupo familiar com funções, direitos e deveres que atendam aos que dele participam. Nesta reformulação, as questões de gênero são inevitavelmente questionadas e pressionadas a transformarem-se.

Partindo da abordagem histórico-cultural onde os seres humanos se

constituem através das relações que vão estabelecendo entre si e o meio cultural, as

relações estabelecidas no âmbito escolar segue a mesma premissa, ou seja, família

e escola devem estabelecer vínculos que propiciem a participação e cooperação

entre ambos.

Paro (2007, p.10), a respeito da aproximação entre família e escola e sua

importância no processo de ensino e aprendizagem afirma:

[...] para funcionar a contento, a escola necessita da adesão de seus usuários (não só de alunos, mas também de seus pais ou responsáveis) aos propósitos educativos a que ela deve visar, e que essa adesão precisa redundar em ações efetivas que contribuam para o bom desempenho do estudante.

Acreditamos que, para levar o aluno a um bom desempenho escolar, a

educação deve ser pautada na condução dos alunos à uma reflexão crítica da

sociedade. Porém, a escola vem absorvendo uma “multiplicidade de funções sociais”

que não lhe caberia, enquanto instituição responsável, pela transmissão de

conhecimento e cultura.

E os alunos, o que pensam da escola? Quais os motivos que os levam a

frequentá-la?

De acordo com a pesquisa realizada por Paro (2007, p. 52), os alunos vão à

escola para “encontrar os amigos, fazer novas amizades, brincar, namorar,

Page 8: OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE … os conhecimentos informais e valores baseados nos princípios éticos, estéticos, morais, culturais, sociais e religiosos. Observamos,

relacionar-se com os colegas”. Os professores consideram legítimos e apreciam os

motivos acima citados, porém, gostariam que os alunos também buscassem a

escola para a aquisição do conhecimento e da cultura acumulados historicamente.

Percebe-se que o interesse maior dos alunos é pelo aspecto social e não pelo

aspecto pedagógico e/ou cultural.

É sem grandes esforços que percebemos no dia a dia escolar, que as

transformações pelas quais a estrutura familiar vem passando, reflete-se na

alteração, na mudança de valores sociais dos alunos. Os “desvios” de conduta, ou

seja, a falta de educação no tratamento ao outro, o uso freqüente de palavrões, a

indisposição para se concentrar e a desobrigação de estudar, entre outros, parece-

nos comuns, e a comunhão de valores e normas sociais que se deve cultivar na

escola, aparenta-nos inexistir.

Embora não se possa generalizar, acreditamos ser com grande resistência

que os profissionais da educação toleram tais mudanças, pois a priori, apesar de

estarmos defronte a inúmeras metodologias diferenciadas e inovadoras, de recursos

tecnológicos de última geração à disposição para o desenvolvimento do trabalho

pedagógico, via de regra, não se obtém sucesso e êxito esperados ao final do

processo educacional. Os dados estatísticos coletados pela Secretaria de Estado da

Educação (SEED) nos últimos anos demonstram esse insucesso com o alto índice

de reprovação e aprovação por Conselho de Classe.

Parece-nos que adquirir conhecimento e cultura não está incluído na

minúscula listagem de valores apregoados pelas nossas crianças e adolescentes, ou

seja, estudar não tem valor significativo para as suas vidas.

Assim sendo, aproximar a família da escola na tentativa de fazer um trabalho

de resgate do valor social da escola e o valor social da família enquanto parceira no

processo educativo pode vir a auxiliar e minimizar o desinteresse dos alunos pela

educação escolar.

Os profissionais da educação com frequência demonstram saudosismo com

comparações da família e da escola de décadas atrás, porém sabemos que o aluno

e a escola idealizados são uma utopia dos educadores. A escola tem que buscar

soluções reais de trabalho juntamente com a família, para que a educação de

nossas crianças e jovens seja realizada a “quatro mãos”.

Considerando a educação como um processo de socialização e transmissão

de heranças culturais, cabe tanto à família quanto à escola a função e a

Page 9: OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE … os conhecimentos informais e valores baseados nos princípios éticos, estéticos, morais, culturais, sociais e religiosos. Observamos,

responsabilidade pela educação das crianças e adolescentes, cada qual na sua

especificidade, porém em parceria, juntas, simultaneamente. Durkheim (1978, p.

141), afirma: A educação é a ação exercida pelas gerações adultas sobre as gerações que não se encontrem ainda preparadas para a vida social; tem por objeto suscitar e desenvolver [...] certo número de estados físicos, intelectuais e morais, reclamados pela sociedade política, no seu conjunto, e pelo meio [...] particularmente se destine.

Nas palavras de Brandão (1982), compreendemos a vida como

essencialmente educativa: “a educação existe sob tantas formas e é praticada em

situações tão diferentes, que algumas vezes parece ser invisível”.

Baseando-se na premissa de que a educação é um processo contínuo

desenvolvido tanto no ambiente familiar como no ambiente social, e aí incluímos a

escola, é de grande importância desenvolver ações que promovam o fortalecimento

e o envolvimento das famílias no contexto escolar.

No entanto é sabido que é na instituição escolar que a educação, de fato, se

sistematiza. É na escola que as crianças e adolescentes se apropriam dos bens

culturais e do saber produzido historicamente pela sociedade.

Porém, para que o aluno aproprie-se do conhecimento, diz Paro (2007), é

preciso que haja um ambiente favorável e que o aluno seja estimulado a aprender

durante a infância e adolescência. Está aí a importância do apoio, acompanhamento

e estímulo da família na vida escolar de seus filhos.

Os valores, sejam eles positivos ou negativos, em relação à importância do

conhecer, do aprender, do saber, do valor social da escola, são transmitidos,

consciente ou inconscientemente pela família. Por isso a escola não pode

menosprezar o auxílio, mais que valioso, que essa instituição milenar pode oferecer

à escola.

É preciso que a família esteja convencida do valor social da escola, do valor

do conhecimento, da importância do domínio do saber, para que possa transmitir

esses valores aos filhos.

A escola precisa com urgência da contribuição e participação efetiva da

família. Nas palavras de Paro (2007. p. 16), [...] a escola que toma como objeto de preocupação levar o aluno a querer aprender precisa ter presente a continuidade entre educação familiar e a escola, buscando formas de conseguir a adesão da família para sua tarefa

Page 10: OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE … os conhecimentos informais e valores baseados nos princípios éticos, estéticos, morais, culturais, sociais e religiosos. Observamos,

de desenvolver nos educandos atitudes positivas e duradouras com relação ao aprender e ao estudar.

2.2 FAMÍLIA

De acordo com o Aurélio (1999), a palavra família pode ter vários significados.

Dentre eles interessa-nos citar:

1. Pessoas aparentadas, que vivem, em geral, na mesma casa, particularmente o pai, a mãe e os filhos. 2. Pessoas unidas por laços de parentesco, pelo sangue ou por aliança: 3. Ascendência, linhagem, estirpe. 4. P. ext. Grupo de indivíduos que professam o mesmo credo, têm os mesmos interesses, a mesma profissão, são do mesmo lugar de origem, etc.: 2 5.Sociol. Comunidade constituída por um homem e uma mulher, unidos por laço matrimonial, e pelos filhos nascidos dessa união. 6.Sociol. Unidade espiritual constituída pelas gerações descendentes de um mesmo tronco, e fundada, pois, na consangüinidade. 7.Sociol. Grupo formado por indivíduos que são ou se consideram consangüíneos uns dos outros, ou por descendentes dum tronco ancestral comum e estranhos admitidos por adoção.

Depois de perpassar por diversas literaturas sobre o tema é comum nos

depararmos com a afirmação de que a família é considerada como a primeira

instituição da qual o ser humano faz parte e o seu principal papel é a socialização,

ou seja, a transmissão da cultura, dos costumes e valores sociais. “É através da

própria família que a criança se integra ao mundo adulto” (PRADO, 1985, p.40).

Guareshi (apud Macedo, 1994), diz que a família é a primeira instituição social

em que o indivíduo entra em contato em sua vida. A família o acompanha, de certa

forma, até a sua morte. Pode-se dizer que o principal papel da família é o de

promover condições de sobrevivência e desenvolvimento emocional e cognitivo de

todos os seus membros, durante toda a sua vida.

Knobel (1992, p. 33), defende a idéia de que “é na interação familiar que se

configuram os traços da personalidade. No lar, os mais velhos, os mais

amadurecidos, são os modelos que os mais novos seguirão”. Desta forma, podemos

inferir que é na família, que se registram os mais marcantes traços da personalidade

do ser humano.

De acordo com Osório (1996), família é um conceito que pode ter várias

interpretações, porém todas elas são descritivas. Sendo assim, é possível descrever

Page 11: OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE … os conhecimentos informais e valores baseados nos princípios éticos, estéticos, morais, culturais, sociais e religiosos. Observamos,

várias estruturas e modalidades que essa instituição assume através da história,

mas não é possível defini-la.

Para Vieira (1978), sociologicamente família é um conjunto social. Ela pode

ser constituída por duas pessoas de sexo diferente que tem como objetivos o

aprazimento de suas necessidades físicas, psicológicas, específicas e

interdependentes. A família pode ser fundada por entidades biológicas tais como o

amor, a simpatia, a sexualidade ou a identidades de temperamentos; e por

entidades sócio-psíquicas, ou seja, de onde resultam a convivência e a amizade. A

instituição familiar é considerada como a menos imperfeita das comunidades.

Sabemos que a família exerce diversas funções na sociedade. Podemos citar

dentre as muitas funções a ela cabíveis, a de procriação, habitacional, assistencial,

econômica, política, cultural e religiosa. É difícil pensarmos família sem nos

emaranharmos nessa teia, visto que o ser humano é um ser social em interação com

o meio em que vive.

Para Macedo (1994), o que define a família são as funções que seus

membros desempenham e as relações estabelecidas entre eles. Nesse grupo social

podem-se incluir muitas formas de arranjo, de acordo com suas características de

lealdade, afeição e durabilidade de pertinência, já que não é possível, de forma

concreta, que alguém se destitua da família. Devido à multiplicidade das interações

familiares entre seus membros, a família tem uma função complexa de, ao mesmo

tempo, proteger e educar.

Osório (1996) define como uma estrutura familiar saudável aquela que se

constitui como uma espiral dialética, aberta e flexível, sem uma rigidez que

determine os papéis e funções de cada membro. Para o autor, cabe aos pais

compreender os requisitos necessários ao bom desempenho físico e emocional dos

filhos.

A respeito do papel da família contemporânea Prado (1985, p. 21), diz : Uma família é não só um tecido fundamental de relações mas também um conjunto de papéis socialmente definidos. A organização da vida familiar depende do que a sociedade através de seus usos e costumes espera de um pai, de uma mãe, dos filhos, de todos os seus membros, enfim. Nem sempre, porém, a opinião geral é unânime, o que resulta em formas diversas de família além do modelo social preconizado e valorizado.

Podemos arriscar a afirmação de que a família vai se formando a partir do

momento que cada um de seus membros vai construindo sua história através das

Page 12: OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE … os conhecimentos informais e valores baseados nos princípios éticos, estéticos, morais, culturais, sociais e religiosos. Observamos,

relações e interações no seu cerne.

Prado (1985, p. 23), afirma ainda que “é através da família – menor célula

organizada da sociedade – que o Estado pode exercer um controle sobre os

indivíduos, impondo-lhes diferentes responsabilidades conforme cada momento

histórico”.

A autora nos alerta ainda para um fato social de extrema importância para as

relações sociais e que nos remete a compreendermos as dificuldades das relações

familiares observadas no cotidiano escolar. Prado (1985, p. 26) diz que “hoje os

laços entre os membros da família nuclear se enfraquecem porque a

responsabilidade coletiva da família enquanto núcleo através do qual se realizam

projetos em comum diminui cada vez mais”. As relações familiares são determinadas

pela sociedade. O tempo que cada membro dispensava à família, fator este que

fortalecia os laços familiares, acabou sendo absorvido pelo mercado de trabalho e

pelo consumo, que permitem cada vez menos, os momentos de convivência.

Agregado a esse enfraquecimento das relações familiares, onde nos parece

que os projetos individuais estão dando lugar aos projetos coletivos familiares, outro

fator que se reflete na educação escolar é o excesso de protecionismo familiar.

Segundo Bassedas (1996), existem famílias superprotetoras, que acabam, pelo

excesso de proteção, produzindo um ambiente sem organização, sem autoridade e

distribuição de tarefas. Nesse ambiente brando os pais acabam solucionando

dificuldades e problemas dos filhos, originando assim crianças e adolescentes

irresponsáveis, apáticos, inseguros, imaturos e dependentes psicologicamente dos

pais.

Percebemos que a sociedade e, associado a ela, a família, vive num ritmo

acelerado. Cada membro é absorvido por uma rotina de trabalho e obrigações

fazendo com que muitas vezes as relações familiares entre pais e filhos, entre

esposo e esposa, praticamente de dissipem.

Notamos que a família é “engolida” pelo crescimento do consumo, do querer,

do ter. As pessoas são valorizadas pelo “ter” e não mais pelo “ser”. Os pais buscam

descomedidamente satisfazer os próprios desejos e o desejo de consumos dos

filhos. Valores sociais estão sendo abandonados em nome do consumismo e da “lei

da vantagem”.

Os laços familiares estão cada vez mais afrouxados e a indiferença parece

apropriar-se das relações de afeto, de amor, de respeito, de solidariedade.

Page 13: OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE … os conhecimentos informais e valores baseados nos princípios éticos, estéticos, morais, culturais, sociais e religiosos. Observamos,

Observamos no cotidiano escolar o rompimento desses valores sociais.

Notamos que o ritmo desgovernado e o descrédito nos valores sociais em que

estão vivendo as famílias contemporâneas, refletem-se na instituição escolar, pois

nos deparamos com alunos que parecem desconhecer os princípios de igualdade,

solidariedade, de respeito e preservação.

Prado (1985, p. 29), fortalece a idéia acima quando assevera que “cada vez

mais, cada membro da família deseja sua autonomia e independência, e a noção de

comunidade familiar cede lugar a um individualismo absoluto”.

Devemos nos atentar ao fato de que a família vem sofrendo severas

transformações ao longo da última década. Ainda de acordo com Prado (1985),

conforme os interesses sócio-econômicos, as transformações sociais vão se dando

e as estruturas familiares, bem como os seus valores, vão se modificando. Não há

como ocorrer mudança sem transformação. Isso implica dizer que, com as

transformações que a instituição familiar vem sofrendo, sem dúvidas, os valores

familiares também vão se alterando.

Apesar de tantas mudanças nas estruturas familiares, a escola espera que a

família continue a educar seus filhos da mesma forma como a maioria dos

educadores foi educada a duas ou três décadas atrás. A partir daí começa os

conflitos entre família e escola, e quais seriam as funções de cada uma dessas

instituições.

Ao nos debruçarmos sobre o problema, é preciso ter clareza de que o

propósito não é procurarmos “culpados”, mas sim buscarmos entender como família

e escola podem trabalhar juntas, visando o desenvolvimento positivo do aluno e o

sucesso no período em que ele passa pelos bancos escolares.

2.3 ESCOLA

A décadas atrás Durkheim (1978), já afirmava que , ao nascer, o ser humano

é um ser egoísta e associal e, em razão disso, é necessário que a sociedade

acrescente a este uma “natureza capaz de aceitar a vida moral e social”. Mas como

ela fará isso? Através do processo de socialização da criança. A socialização

primária é realizada no seio da família, mas será a escola a instituição social

Page 14: OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE … os conhecimentos informais e valores baseados nos princípios éticos, estéticos, morais, culturais, sociais e religiosos. Observamos,

primordial para esse processo, pois é na educação que ocorre a “socialização

metódica da jovem geração”

Portanto, é a escola a instituição social que torna possível o acesso ao saber

sistematizado.

Independentemente de suas modificações no decorrer da história, a escola foi a instituição que a humanidade criou para socializar o saber sistematizado. Isto significa dizer que é o lugar onde, por princípio, é veiculado o conhecimento que a sociedade julga necessário transmitir às novas gerações. (MEC, Consed, 2009)

Não podemos falar em educação e função social da escola sem nos remeter

à Constituição Federal (1988) e a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional

(LDB- Lei nº 9394/96).

A LDB (Título I, Art.1º) estabelece que a educação deve abranger os

processos formativos que se desenvolvem na vida familiar, na convivência humana,

em organizações e movimentos sociais e, nas instituições próprias de ensino que

deverão vincular-se ao mundo do trabalho e à prática social.

Baseada na Constituição da República Federativa do Brasil, (Capítulo III,

Seção I, Artigo 205) a LBD estabelece:

Art. 2º. A educação, dever da família e do Estado, inspirada nos princípios de liberdade e nos ideais de solidariedade humana, tem por finalidade o pleno desenvolvimento do educando, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.

Brandão (1985, p. 63), retira o conceito de Educação da Enciclopédia de

Moral e Civismo, editada pelo Ministério da educação e Cultura, onde diz que:

Educação. Do latim ‘educere’ que significa extrair, tirar, desenvolver. Consiste, essencialmente, na formação do homem de caráter. A educação é um processo vital, para o qual concorrem forças naturais e espirituais, conjugadas pela ação consciente do educador e pela vontade livre do educando.[...] Não se reduz à preparação para fins exclusivamente utilitários, como uma profissão, nem para desenvolvimento de características parciais da personalidade, como um dom artísticos, mas abrange o homem integral, em todos os aspectos de seu corpo e de sua alma, ou seja, em toda a extensão de sua vida sensível, espiritual, intelectual, moral, individual, doméstica e social, para elevá-la, regulá-la e aperfeiçoá-la. É processo contínuo [...].

Diante de uma definição tão bela sobre “Educação”, nos deparamos nas

últimas três ou quatro décadas com uma educação escolar cada dia mais

sucateada. A escola passou a ser, conforme afirma Rodrigues (1988), instrumento e

Page 15: OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE … os conhecimentos informais e valores baseados nos princípios éticos, estéticos, morais, culturais, sociais e religiosos. Observamos,

vítima da ideologia dos grupos detentores do poder e cumpre bem sua missão

formando consciências, preparando lideranças, difundindo valores, preparando

trabalhadores para manter a ordem social e o controle do Estado.

Para garantir o exercício da hegemonia dos grupos dominantes, formula-se

uma concepção de sociedade e elabora-se a partir daí propostas de

desenvolvimento econômico, social, político, moral e cultural (incluindo-se aí as

propostas de educação escolar) com o intuito de manter o “status quo” e garantir a

manutenção da ordem social vigente.

Desta forma a escola sofre as interferências e influências do poder político e

econômico do Estado, do conhecimento científico e do desenvolvimento da

tecnologia. A escola forma os indivíduos para o acesso ao conhecimento e ao

desenvolvimento científico baseando-se numa organização de sistema escolar

imposta pelo Estado e que se expressa, por exemplo, além da organização vertical

da escola, nos livros didáticos e no currículo (RODRIGUES, 1988).

Não se pode negar que a escola é uma instituição social que sofre influências

e que influencia a realidade na qual está inserida. Desta forma ela pode tanto alienar

quanto “ser o bisturi que abre os olhos para a compreensão do mundo”

(RODRIGUES, 1988, p.64).

Brandão (1985), nos alerta que as exigências sociais formam os indivíduos na

e para a sociedade. Cada sociedade tem seu próprio modo de educar para manter a

ordem social em diferentes momentos históricos. Cada tipo de sociedade real,

histórica, cria e impõe o tipo de educação de que necessita. A educação é

corrompida por interesses de controle social.

E que tipo de Educação interessa à sociedade brasileira?

Com o contexto das políticas neoliberais, em especial, após o movimento

Educação para Todos, marcado pela Conferência Mundial sobre Educação para

Todos, realizada em Jomtien (Tailândia), o declínio da Educação brasileira acentua-

se ainda mais, pois fica clara a dualidade da escola: “escola assentada no

conhecimento, na aprendizagem e nas tecnologias, voltada aos filhos dos ricos” e

“escola do acolhimento social, da integração social, voltada aos pobres e dedicada,

primordialmente, a missões sociais de assistência e apoio às crianças” (LIBÂNEO,

2012).

Libâneo (2012) deixa claro que, com o patrocínio e, segundo os interesses do

Banco Mundial, considerou-se durante a referida conferência, que a escola

Page 16: OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE … os conhecimentos informais e valores baseados nos princípios éticos, estéticos, morais, culturais, sociais e religiosos. Observamos,

tradicional não se adaptava aos novos conceitos de educação e era incapaz de

oferecer conhecimentos para toda a vida, conhecimento operacional e prático.

Propuseram então uma escola para atender às necessidades básicas/míninas de

aprendizagem, tomadas como eixo de desenvolvimento humano, e a minimização

dos conteúdos se agravam ainda mais. A escola começa então a se caracterizar

como um lugar de ações socioeducativas, visando o atendimento das diferenças

individuais e sociais e à integração social.

Institui-se a partir daí premissas pedagógicas humanitárias e a escola começa

a primar pelas diferenças psicológicas de ritmo de aprendizagem, pelas diferenças

sociais e culturais. Flexibilidade e sociabilidade passam a ser palavras de ordem.

(MIRANDA: in LIBÂNEO, 2012). A escola do conhecimento, do domínio do

conteúdo, passa a valorizar a organização social das relações humanas e a

aprendizagem acaba sendo desprovida do seu caráter cognitivo (TORRES: in

LIBÂNEO) e reduzida à aquisição de competências de aprendizagem. O objetivo da

escola passa a ser o pleno desenvolvimento do ser humano. (LIBÂNEO, 2012).

Conforme afirma Libâneo (2012, p. 25), é essa escola que temos hoje. Uma

escola que deixa de lado a ciência acumulada pela humanidade, que vem

provocando um fracasso em massa, abandono e repetência e que esconde

mecanismos de exclusão ao longo do seu processo de escolarização. O resultado é

uma escola enfraquecida, “um ensino reduzido às noções mínimas, professores mal

preparados, mal pagos, humilhados e desiludidos”.

Libâneo (2004, p.53-54), sinaliza que a escola deve buscar cinco objetivos: 1. Promover o desenvolvimento de capacidades cognitivas, operativas e sociais dos alunos (processos mentais, estratégias de aprendizagem, competências do pensar, pensamento crítico), por meio dos conteúdos escolares. 2. Promover as condições para o fortalecimento da subjetividade e da identidade cultural dos alunos, incluindo o desenvolvimento da criatividade, da sensibilidade, da imaginação. 3. Preparar para o trabalho e para a sociedade tecnológica e comunicacional (...) 4. Formar para a cidadania crítica, isto é, formar um cidadão-trabalhador capaz de interferir criticamente na realidade para transformá-la e não apenas formar para o mercado de trabalho. 5. Desenvolver a formação para valores éticos, isto é, formação de qualidades morais, traços de caráter, atitudes, convicções humanistas e humanitárias.

De acordo com Paro (2007, p.12), “é pela educação que o homem tem a

possibilidade de construir-se historicamente, diferenciando-se da mera natureza”, e,

Page 17: OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE … os conhecimentos informais e valores baseados nos princípios éticos, estéticos, morais, culturais, sociais e religiosos. Observamos,

é na escola que os indivíduos devem formar-se cidadãos. Isso significa que, através

da apropriação dos conhecimentos elaborados e produzidos pela humanidade, todo

aluno deveria elevar-se a um nível humano de liberdade onde ele, de fato,

desvelasse subjetivamente a realidade em que está inserido. No entanto, o que

observamos é que a baixa qualidade da escola pública se dá, principalmente,

porque esta não fornece o mínino que se necessita para que os alunos se

construam como seres humanos.

Saviani (1989, p. 38-39), afirma que “a escola, longe de ser um instrumento

de equalização social, é duplamente um fator de marginalização”: converte os

trabalhadores em marginais e os colocam à margem do sistema de ensino. A escola

“qualifica o trabalho intelectual e desqualifica o trabalho manual”.

Acreditamos que a função social da escola nos dias atuais é a reprodução da

sociedade em que ela se insere. A escola, infelizmente, desempenha o papel de

produzir a sociedade de classes e reforçar o modo de produção capitalista.

Para que possamos agir frente à realidade que está posta, é preciso compreendê-la

em sua totalidade e ter a clareza de que a realidade histórica interfere na realidade

educacional.

Apesar do caos em que se encontra e educação brasileira, temos que pensar

formas de minimizar os problemas de ensino e aprendizagem no cerne da escola.

Acreditamos que se envolvermos a família no processo educacional, se a família

começar a se ver como parte importante e indispensável na educação escolar do

aluno tenha uma chance de alterarmos, mesmo que minimamente, o quadro do

desinteresse geracional dos alunos (que se instalou em uma grande parte das

escolas), pelo aprender, pelo conhecimento.

Desta forma, pensamos que para efetivar a participação da comunidade

escolar é preciso que a escola mostre-se democrática, que compreenda e permita

conflitos, bem como, que saiba administrá-los.

Absorvendo a idéia de Rodrigues (1988), sendo a escola um lugar de

contradições, é necessário que ela trabalhe de forma organizada, propiciando aos

alunos, aos pais e a comunidade a possibilidade de uma participação efetiva nas

decisões que lhes são pertinentes.

Rodrigues (1988) acredita que, [...] a participação da comunidade no âmbito da escola é um processo de mão dupla, isto é, a escola deve participar dos processos decisórios da

Page 18: OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE … os conhecimentos informais e valores baseados nos princípios éticos, estéticos, morais, culturais, sociais e religiosos. Observamos,

totalidade da sociedade, da mesma forma que a sociedade deve participar dos processos decisórios da totalidade da atividade escolar (p.38).

[...] É fundamental que a escola universalize a sua experiência e a sua prática pedagógica, que ela não continue sendo a escola de uma classe, nem uma escola para uma classe. A escola se democratizará à medida que seus processos decisórios estiverem coligados aos interesses de todas as classes (p.39)

Osório (1996) defende que a primeira e fundamental tarefa da escola é a de

introdução na vida social fora do âmbito doméstico. Contudo, não se devem delegar

à escola tarefas específicas da família (dar limites, formação ética, estética, religiosa,

etc.) e a escola também, no seu processo de aprendizagem, não deve recorrer à

família para a solução de problemas que devem ser dimensionados e resolvidos no

âmbito escolar.

A escola não pode culpar a família pelo fracasso escolar do aluno. Ela precisa

sim, ensinar para a família o que ela deve fazer para ajudar, auxiliar para que o

aluno tenha êxito no processo de escolarização.

Família e escola devem trabalhar juntas. Não é possível a escola desenvolver

um trabalho pedagógico de qualidade com a “hipertrofia de funções” que atualmente

lhe é atribuída. A função da família (trabalhar a dimensão ética, estética, moral,

religiosa...) e a função da escola (transmitir conteúdos acumulados historicamente

pela sociedade) devem se complementar na construção de um ser humano mais

participativo e consciente.

3 METODOLOGIA

A Implementação do Projeto de Pesquisa foi apresentado à Direção, demais

pedagogos, professores e funcionários do Colégio Estadual Walfredo Silveira

Corrêa, durante a Semana Pedagógica no mês de fevereiro de 2014, explanando os

objetivos a serem atingidos e as estratégias de ação utilizadas para articular as

ações de modo a aproximar a família e a escola.

Na primeira reunião administrativa, ainda no mês de fevereiro, o Projeto de

Implementação foi então apresentado aos membros do Conselho Escolar, APMF e

demais pais e/ou responsáveis, com o apoio da Direção do colégio.

Page 19: OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE … os conhecimentos informais e valores baseados nos princípios éticos, estéticos, morais, culturais, sociais e religiosos. Observamos,

O desenvolvimento dos trabalhos iniciou-se no segundo semestre de 2013,

quando foi realizada, com os adolescentes do 9º ano do Ensino Fundamental, 1º, 2º

e 3º anos do Ensino Médio, uma coleta de impressões e dados sobre a importância

da escola e da família em suas vidas, seus medos, seus sonhos e expectativas de

futuro. Com os dados coletados desenvolveu-se parte do material didático usado

durante as reuniões de implementação tendo como público alvo os pais e/ou

responsáveis dos alunos do Ensino Fundamental e Médio, sem restrição ou

distinção de série ou período de estudo, e contou com a colaboração dos

professores, demais pedagogos, direção e agentes educacionais I e II.

O trabalho focou-se na Adolescência e a importância da participação dos pais

nessa fase tão conturbada da vida de seus filhos, na função social da família e da

escola, e, como escola e família podem se ajudar.

Os encontros, num total de oito, seguiram o cronograma do Programa e

aconteceram durante o primeiro semestre do ano de 2014, no período noturno, onde

se teve a preocupação de receber e acolher os pais e/ou responsáveis deixando-os

muito a vontade para a participação, visto que todo o trabalho foi baseado no

diálogo, na coleta de impressões e nas intervenções dos participantes.

O material didático produzido para o trabalho de intervenção, foi baseado nas

obras resultantes de estudos e pesquisa da educadora, filósofa, mestre em

Educação, Tânia Zagury e no resultado da coletas de dados de 2013, acima citada.

Com o resultado obtido no trabalho desenvolvido com os alunos, foi possível que os

pais e/ou responsáveis tivessem uma noção e conhecessem um pouco mais sobre o

adolescente e jovem que eles têm em casa.

3.1 APRESENTANDO O PROCESSO DE INTERVENÇÃO

Uma problemática levantada durante o planejamento das atividades de

implementação, era como atrair os pais à participação, como fazer com que eles

comparecessem na primeira reunião e se comprometessem com o Projeto

Elaborado.

Pensando num evento que fosse prazeroso e ao mesmo tempo produtivo

diante dos objetivos do projeto, foi realizado o “Bingo da Família”. Produziu-se um

convite bem colorido e atrativo, onde os pais/responsáveis foram convidados a

Page 20: OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE … os conhecimentos informais e valores baseados nos princípios éticos, estéticos, morais, culturais, sociais e religiosos. Observamos,

participarem trazendo uma caneta, a alegria, o entusiasmo, e conversarem um

pouco sobre o adolescente, os jovens e seus conflitos em casa e na escola. As

frases “amor também se demonstra pelo tempo que dedicamos aos nossos filhos” e

“seu exemplo ensina e disciplina muito mais do que palavras e sermões” foram

usadas na mobilização à participação.

Neste primeiro encontro obtivemos aproximadamente 120 participantes. Nos

demais encontros, sem o atrativo do bingo, a participação dos pais/responsáveis

diminuiu. Ainda com a redução, consideramos boa a participação visto que nossa

comunidade não estava habituada a esse tipo de evento, onde escola e família se

reúnam na busca de minimizar os problemas que lhes são comuns, onde as famílias

recebam orientações, onde se estreitem os laços de confiança.

Durante todos os encontros os pais foram recebidos com um coffee break

para que se sentissem ainda mais valorizados pela escola que ofereceu um lanche

servido com muito carinho e capricho, preparado pelas próprias merendeiras da

escola. Um fator interessante e que nos surpreendeu foi que, o lanche oferecido

aproximou os pais e as funcionárias que trabalhavam na cozinha, pois as mães

queriam as receitas de bolos que foram servidos.

Muitas vezes os pais se perguntam se o comportamento social, moral, afetivo

e educacional de seus filhos estão dentro de uma “normalidade” esperada para essa

fase. Para ilustrar, apresentamos aos pais, com base em estudos e bibliografias, as

características físicas, emocionais e comportamentais da adolescência e fizemos um

paralelo/análise entre como os nossos adolescente se vêem, e como os pais os

vêem: características positivas, negativas, o que pensam sobre a escola, por que

freqüentam a escola, o que querem para o seu futuro, o que pensam e como se

sentem em relação à família, seus maiores medos e sonhos.

Percebemos durante os trabalhos de orientação, que muitos pais se

surpreenderam com o levantamento de dados e reconheceram a necessidade de

“olhar” mais para os filhos, conhecê-los melhor, descobrir quais são suas

perspectivas de futuro, seus medos e seus sonhos. Os pais foram incentivados a

dialogar mais, a ouvi-los e a orientá-los, visto ser a adolescência uma fase onde os

pais precisam reaprender a conhecer e entender os filhos. Tarefa nada fácil, no

entanto, necessária.

Outro tema abordado foi “A função da escola e seus limites”. O trabalho com

o referido tema também se iniciou com base na coleta de dados já realizada, onde

Page 21: OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE … os conhecimentos informais e valores baseados nos princípios éticos, estéticos, morais, culturais, sociais e religiosos. Observamos,

foram listados os motivos pelos quais os nossos alunos vão à escola e a relação que

eles fazem entre escola e futuro. Além de saber o que e como pensam seus filhos

adolescentes, puderam analisar e comparar a escola de hoje com a escola do tempo

em que estudaram; quais as semelhanças e diferenças.

Ainda abordando o tema “A função da escola e seus limites”, propusemos a

coleta de impressões onde os pais explanaram sobre os motivos pelos quais

mandam seu filho para a escola, o que pensam sobre a instituição Escolar, quais as

obrigações dos pais ou responsáveis depois de matricularem o filho, cumprir as

regras da escola é importante ou não, e por que, se conhecem o Regimento Escolar

do Colégio, os deveres e direitos dos alunos, dos pais e/ou responsáveis. Os

direitos, deveres e o que é vedado aos pais, de acordo com o Regimento escolar

também foram abordados durante os trabalhos desenvolvidos.

O tema ainda abordou as árduas funções dos professores da escola

contemporânea e como os alunos os vêem e o maior desafio da escola atualmente:

como ensinar alunos que não querem aprender e, como os pais podem contribuir e

somar forças com a escola, que é necessária e obrigatória aos adolescentes.

A função social da família e seus limites, também foi tema abordado durante

os encontros, onde dialogamos com os pais e/ou responsáveis sobre o conceito de

família, o significado de família na visão individual dos participantes, discorremos

sobre a importância da família e os novos arranjos familiares da vida moderna.

Os participantes puderam apreciar algumas representações de família,

através de desenhos produzidos pelos alunos durante a coleta de dados já citada.

Muitos pais se emocionaram ao se depararem com ilustrações de famílias

“desfeitas”, com membros excluídos e adolescentes solitários, tristes e

desamparados.

O tema também propiciou trabalhar a questão do relacionamento de pais e

filhos, semelhanças e diferenças da educação que os pais receberam e da forma

como educam seus filhos hoje em dia, e estudar, junto com os responsáveis, a

relação de pais e filhos e o os fatores sociais, econômicos e psicológicos que

causaram as mudanças nas relações familiares nas últimas duas décadas, e, como

esse novo comportamento social tem refletido na relação família e escola.

Características da geração X e da geração Y também foram analisadas para

que os pais e/ou responsáveis pudessem compreender um pouco mais as

Page 22: OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE … os conhecimentos informais e valores baseados nos princípios éticos, estéticos, morais, culturais, sociais e religiosos. Observamos,

diferenças de postura entre essas gerações, com o intuito de entenderem e

aceitarem o “jeito de ser” dessa nova geração da qual seus filhos fazem partem.

Os participantes refletiram e dialogaram sobre qual o legado que queremos

deixar às novas gerações e quais os valores que queremos realmente desenvolver

como educadores, na família e na escola.

Para finalizar os trabalhos propusemos aos pais a indagação: como família e

escola podem se ajudar? E os convidamos a construir conosco essa história.

Percebemos que o trabalho desenvolvido agradou significativamente os pais,

mães e responsáveis que, mesmo um tanto inibidos, participaram das discussões

propostas e puderam entender um pouco mais sobre o comportamento adolescente,

a função social da escola, a função social da família e como essas duas instituições,

essenciais na vida de um ser humano em formação, podem ajudar-se objetivando a

minimização dos problemas enfrentados tanto em casa como na escola, na fase da

adolescência.

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Consideramos significativa a participação das famílias de nossa comunidade

escolar visto que em sua grande maioria, os pais e mães trabalham fora, chegam

tarde em casa, moram longe e dependem de transporte coletivo para chegarem até

a escola, restando pouco tempo para dedicar-se a vida escolar dos filhos. Obtivemos

uma média de 70 famílias por encontro.

Fica-nos evidente que esse número está aquém do ideal necessário, visto

que a escola atende em média 180 famílias da nossa comunidade escolar.

A escola conta e necessita de uma maior participação dos pais na vida

escolar de seus filhos. As duas instituições têm papéis importantes e fundamentais

na sociedade. A escola não pode viver sem as famílias e as famílias precisam das

escolas para dar a formação educacional aos filhos. Saviani corrobora com essa

afirmação quando diz que “[...] na sociedade atual já não é possível compreender a

educação sem a escola, porque a escola é a forma dominante e principal de

educação.” (1991, p.113). O autor complementa: “[...] não se trata, pois, de qualquer

tipo de saber. Portanto, a escola diz respeito ao conhecimento elaborado e não ao

Page 23: OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE … os conhecimentos informais e valores baseados nos princípios éticos, estéticos, morais, culturais, sociais e religiosos. Observamos,

conhecimento espontâneo; ao saber sistematizado e não ao saber fragmentado; à

cultura erudita e não à cultura popular” (1991, p. 22).

À família cabe a função da educação dos valores éticos e morais, a

transmissão de afeto, segurança e a proteção aos filhos.

Segundo Gomide (2009, p. 9): “A família ainda é o lugar privilegiado para a promoção da educação infantil. Embora a escola, os clubes, os companheiros e a televisão exerçam grande influência na formação da criança, os valores morais e os padrões de conduta são adquiridos essencialmente através do convívio familiar. Quando a família deixa de transmitir estes valores adequadamente, os demais veículos formativos ocupam o seu papel. Nestes casos, a função educativa, que deveria ser apenas secundária, muitas vezes passa a ser a principal na formação de valores da criança.”

De acordo com Campbell (2011) vida familiar e vida escolar perpassam por

caminhos concomitantes. É muito difícil separar aluno/filho, por isto, quanto maior a

aproximação da família e da escola, melhor será a relação dessas duas instituições que

se fortalecerão mutuamente, e melhor será o desempenho escolar dos seus

filhos/alunos. Nesse sentido, é de grande importância que família e escola se apropriem

dos benefícios desse estreitamento de relações, pois, acreditamos que esse é um fator

que poderá resultar no melhor desempenho escolar e na auto-estima do aluno e

contribuir para a sua formação de forma integral.

No entanto, para que essa aproximação se efetive, é preciso que a direção, a

equipe pedagógica, professores e demais funcionários criem um ambiente

acolhedor, que favoreça, valorize e incentive a família à participação.

É de grande importância que os profissionais da escola valorizem e respeitem

os conhecimentos e os valores morais e sociais que as famílias possuem. Esses

conhecimentos, bem como as experiências que os pais/responsáveis trazem para a

escola não podem ser desconsiderados num processo de gestão democrática.

Ouvir o que os pais/responsáveis pelos alunos têm a dizer é sempre muito

importante para os encaminhamentos administrativos e pedagógicos da escola.

Alguns depoimentos e considerações, como o do senhor J.C.S.S, pai de uma

adolescente de 13 anos (J.S.S), que relata: “esse tipo de trabalho com os pais é

muito importante porque família e escola devem caminhar juntos para que ajudem

um ao outro”, fortalece o trabalho que vem sendo realizado. O pai considera que “as

palestras/orientações foram muito valiosas e aprofundou informações que os pais

desconheciam. Os temas abordados fazem parte do cotidiano das famílias”. E

Page 24: OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE … os conhecimentos informais e valores baseados nos princípios éticos, estéticos, morais, culturais, sociais e religiosos. Observamos,

acrescentou: “os filhos são o retrato dos pais”. “Quando a escola orienta os pais, tem

como mudar a convivência com os filhos em casa!”

A senhora S.T.A, mãe de uma adolescente de 13 anos (C.N.A), diz que “foi

muito importante o trabalho realizado pois agora tem mais segurança em como agir

em determinadas situações de conflito com a filha e que também se sente mais

preparada depois das palestras, para aconselhar a filha em casa.”

A mãe do adolescente G.C.S de 15 anos, a senhora A.S.S, diz que “o

trabalho que a escola realizou é importante porque orienta pais e mães a lidar com

certas situações com mais tranquilidade. Vai ajudar a lidar melhor com nossos

filhos.” E completa:” esse trabalho deveria continuar e termos palestra uma vez por

mês.”

Acreditamos que temos que “plantar sementes”, mesmo que elas germinem

lentamente. A escola não pode desanimar e deixar de desenvolver o trabalho de

orientação às famílias, tratando de temas que auxiliam na educação escolar e

familiar, pois acreditamos que esse trabalho pode ser comparado a organização das

formigas num formigueiro: cada qual cumpre a função que lhe é específica para que

o sistema funcione, sem desanimar diante dos grandes desafios e trabalhando

sempre visando o bem comum de toda a comunidade escolar.

Conforme afirma Parolin (2010), a escola deve ser uma grande parceira da

família assim como a família deve ser uma grande parceira da escola. Ambas têm

um papel de educador a ser cumprido. À família cabe o papel formador, de acolher,

promover e construir a individuação e pertencimento ao grupo familiar, ofertar

limites, partilhar valores e idéias, enquanto à escola cabe o papel de socializar o

conhecimento produzido.

No processo educativo é de grande importância que cada uma das

instituições cumpra o papel que verdadeiramente lhe cabe e que tenham a clareza

de que juntas, devem trabalhar em prol do desenvolvimento de um mesmo ser

humano, que ora desempenha o papel de filho, ora de aluno.

Cultivar um ambiente favorável e relações de cumplicidade e sintonia entre

família e escola é, sem dúvida, o melhor caminho para enfrentar as

dificuldades/fragilidades, favorecer o melhor desempenho educacional e promover a

aproximação de todos os envolvidos no processo educativo.

Page 25: OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE … os conhecimentos informais e valores baseados nos princípios éticos, estéticos, morais, culturais, sociais e religiosos. Observamos,

5 REFERÊNCIAS

BASSEDAS, Eulália. (org.) Intervenção educativa e diagnóstico psicopedagógico. Porto Alegre: Artes Médicas, 1996. BATTAGLIA, Maria do Céu Lamarão. Terapia de família centrada no sistema. 2013. Disponível em <www.rogeriana.com/battaglia/mestrado/tese02.htm>. Acesso em: 27 mar. 2013. BORDENAVE, Juan E. D. O que é Participação. São Paulo: Brasiliense, 1983. BRANDÃO, Carlos Rodrigues. (org.) Repensando a Pesquisa Participante. 3. ed. São Paulo: Brasiliense, 1987. ______. O que é educação? São Paulo: Brasiliense, 1982. BRASIL. Constituição Federal de 1988. BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Brasileira. Lei nº 9.394/96. CAMPBELL, Selma Inês. Reunião de Pais e Mestres. Organização e planejamento. Rio de Janeiro: Wak Editora, 2011. DEMO. Pedro. Participação é conquista. 5. ed. São Paulo: Cortez, 2001. DURKHEIM, Émile. Educação e sociologia. 11. ed. São Paulo: Melhoramentos, 1978. ______. Educação e sociologia. São Paulo: Melhoramentos,1978. FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Aurélio século XXI: o dicionário da Língua Portuguesa. 3. ed. rev. e ampl. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1999. GAMBOA, Silvio S.(org.); FILHO, José C.S. Pesquisa Educacional: quantidade –qualidade. São Paulo: Cortez, 1995. GOMIDE, Paula Inez da Cunha. Pais presentes pais ausentes: regras e limites. Petrópolis, RJ. Editora Vozes. 2009. KNOBEL, Mauricio. Orientação Familiar. Campinas, SP: Papirus, 1992. LIBÂNEO, José Carlos. O dualismo perverso da escola pública brasileira: escola do conhecimento para os ricos, escola do acolhimento social para os pobres.Universidade Federal de Goiás. Educação e Pesquisa, São Paulo. v.38, n.1, p.13-28, 2012. ______. Organização e gestão da escola: teoria e prática. 5. ed. revista e ampliada. Goiânia: Alternativa, 2004. LÜCK, Heloísa. Gestão da cultura e do clima organizacional da escola. Série Cadernos de Gestão, vol.V. Rio de Janeiro: Vozes, 2010.

Page 26: OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE … os conhecimentos informais e valores baseados nos princípios éticos, estéticos, morais, culturais, sociais e religiosos. Observamos,

LÜDKE, Menga; ANDRÉ, Marli E.D.A. Pesquisa em Ação: abordagens qualitativas. São Paulo: E.P.U. 1986. MACEDO, R. M. A Família diante das dificuldades escolares dos filhos. In: OLIVEIRA, Vera B. e BOSSA, Nádia. A Avaliação Psicopedagógica da Criança de Zero a Seis Anos. 2. ed., Petrópolis: Vozes, 1994. MALAVAZI, M. M. In: FREITAS, L. C. (Org.). Avaliação: construindo o campo e a critica. Florianópolis: Insular, 2002. MEC – Ministério da Educação e Cultura; Consed – Conselho Nacional de secretários da Educação, Brasília, 2009. MORAN, José. Aprender e colaborar. Disponível em: <http://www.eca.usp.br/prof/moran/colaborar.htm>. Acesso em: 25 abr. 2013. OSÓRIO, Luiz Carlos. Família hoje. Porto Alegre: Artes Médicas, 1996. PARO, Vitor H. Gestão Democrática da Escola Pública. 3. ed. São Paulo: Ática, 2001. ______. Qualidade do Ensino: a contribuição dos pais. 3. reimp. São Paulo: Xamã, 2007. PAROLIN, Isabel. Professores Formadores: A relação entre a Família, a Escola e a Aprendizagem. 2ª ed. São José dos Campos, SP. Pulso Editorial, 2010. ______.A Fronteira entre a escola e a família: conhecimentos e aproximações possíveis: 05/08/2013: http://www.futuroeventos.com.br/noticias/integra.php?id=522; visita em 05/11/2014. PENIN, Sônia T. S; VIEIRA, Sofia. L. Refletindo sobre a função social da escola. In: PRADO, Danda. O que é família. São Paulo: Abril Cultural: Brasiliense, 1985. RODRIGUES, Neidson. Da Mistificação da Escola à escola Necessária. 2. ed. São Paulo: Cortez, 1988. SACRISTÁN, J. Gimeno; GÓMEZ, A. I. Pérez. Compreender e transformar o ensino. 4. ed. Porto Alegre: ArtMed, 1996. SAVIANI, Demerval. Escola e Democracia: Teorias da Educação, Curvatura da Vara, Onze teses sobre educação e política. 22. ed. São Paulo: Cortez, 1989. ________. Pedagogia histórico-critica: primeiras aproximações. 2. ed. São Paulo: Cortez/Autores Associados, 1991. Coleções polêmicas do nosso tempo; v. 5. SOIFER, R. Psicodinamismo da família com crianças: Terapia Familiar com Técnicas de Jogo. Petrópolis: Vozes, 1982.

Page 27: OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE … os conhecimentos informais e valores baseados nos princípios éticos, estéticos, morais, culturais, sociais e religiosos. Observamos,

VIEIRA, Oldegar Franco. Sociologia educacional da família. São Paulo: Progresso, 1978. VIEIRA, Sofia Lerche (Org.). Gestão da escola – desafios a enfrentar. Rio de Janeiro: DP&A, 2002.