OS EFEITOS DA TÉCNICA DE EXPIRAÇÃO ... -...

51
ISABELA BOABAID DAMIANI OS EFEITOS DA TÉCNICA DE EXPIRAÇÃO LENTA PROLONGADA EM LACTENTES COM PNEUMONIA Tubarão, 2006

Transcript of OS EFEITOS DA TÉCNICA DE EXPIRAÇÃO ... -...

ISABELA BOABAID DAMIANI

OS EFEITOS DA TÉCNICA DE EXPIRAÇÃO LENTA PROLONGADA

EM LACTENTES COM PNEUMONIA

Tubarão, 2006

1

ISABELA BOABAID DAMIANI

OS EFEITOS DA TÉCNICA DE EXPIRAÇÃO LENTA PROLONGADA

EM LACTENTES COM PNEUMONIA

Monografia apresentada ao Curso de Graduação em Fisioterapia, como requisito parcial para obtenção do título de Bacharel em Fisioterapia. Universidade do Sul de Santa Catarina

Orientador : George Jung da Rosa

Tubarão, 2006

2

ISABELA BOABAID DAMIANI

OS EFEITOS DA TECNICA DE EXPIRAÇÃO LENTA PROLONGADA EM LACTENTES COM PNEUMONIA

Trabalho Monográfico apresentado a Universidade do Sul de Santa Catarina para a conclusão do Curso de Graduação em Fisioterapia

Universidade do Sul de Santa Catarina

Tubarão, 06 de novembro de 2006.

___________________________________ Profª. Esp. George Jung da Rosa

___________________________________ Profª Esp. .Fabiana Durante de Medeiros

___________________________________ Profª. Esp. Julio César Araújo

3

DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho às pessoas mais

importantes da minha vida: meus pais. Cid e Rosa Damiani.

4

AGRADECIMENTOS

A todos que ao longo desta caminhada colaboraram de alguma forma.

Especialmente...

...Aos meus pais de não mediram esforços para que eu pudesse chegar ate aqui.

...A meu namorado Wagner Albino por sua paciência e conforto nas horas difíceis.

...Aos meus amigos que me ajudaram ao longo desta caminhada, em especial a

Mariana Cosentino e Guilherme Sampaio por me ajudar em alguns momentos decisivos.

...Aos funcionários do Hospital Nossa Senhora da Conceiçao, em especial a

funcionaria Uandra.

...Ao meu orientador, George Jung da Rosa por toda a sua dedicação e

disponibilidade em repassar seus conhecimentos para que este trabalho se tornasse realidade.

...À banca Examinadora, por prestigiar este trabalho, dispensando tempo e

contribuindo de forma significativa neste processo.

Enfim, a todos que de forma direta ou indireta participam para que este sonho se

torne realidade.

5

“Tentar e falhar é, pelo menos,aprender.

Não chegar a tentar é sofrer a inestimável perda do que

poderia ter sido”

( Geraldo Eustaquio)

6

RESUMO

As infecções respiratórias agudas (IRA) representam a primeira ou segunda causa de morte nas crianças menores de 5 anos nos países em desenvolvimento, dependendo da região. Os lactentes compreendidos no período neonatal estendido (os dois primeiros meses de vida), que desenvolvem qualquer infecção, especialmente pneumonia, sépsis ou meningite, têm altas probabilidades de morrer. Calcula-se que dos quatro milhões de mortes anuais por pneumonia, dois terços ocorrem nos lactentes pequenos. A pneumonia é definida como uma reação inflamatória de origem infecciosa nos bronquíolos respiratórios, nos alvéolos e no tecido intersticial. A pneumonia é caracterizada por uma consolidação de todo ou parte de um lobo ou de lóbulos dispersos como na broncopneumonia. Baseado nisso, este estudo objetiva verificar os efeitos técnica de expiração lenta prolongada em lactentes com pneumonia, verificar a variação da saturação periférica de oxigênio antes e depois da técnica de expiração lenta prolongada no primeiro, quinto, décimo e décimo quinto minuto e analisar a alteração da freqüência respiratória e freqüência cardíaca antes e depois da técnica de expiração lenta prolongada. Foram analisados 9 pacientes, 1 do sexo feminino e 8 do sexo masculino idades entre 30 dias e 24 meses, atendidos no Hospital Nossa Senhora da Conceição. Os participantes submeteram-se a tratamento fisioterápico de um único atendimento de Elpr em cada criança, com 20 repetições. Foram avaliados a saturação periférica de O2 e FC foi avaliado com o uso do oxímetro, a FR foi avaliada com o uso de um cronômetro durante o 1º, 5º, 10º e 15º minuto. Os dados obtidos foram analisados através de estatística inferencial (teste Wilcoxon (p < 0,05). Os resultados obtidos: diminuição da FR, FC e SpO2, com significância estatística na diminuição da FC no décimo e décimo quinto minuto e significância na diminuição da FR em todos minutos. Concluindo que a técnica de Elpr ajuda a expiração, facilitando a mecânica respiratória, diminuindo o gasto de energia e auxiliando na mecânica respiratória Palavras – Chave: Fisioterapia,Pneumonia,Expiração Lenta Prolongada

7

ABSTRACT

The sharp breathing infections (SBI) they represent the first or second death cause in the 5 year-old smaller children in the developing countries, depending on the area. The infants understood in the period extended neonatal (the first two months of life), that you/they develop any infection, especially pneumonia, sépsis or meningitis, they have high probabilities of dying. It is made calculations that of the four million annual deaths for pneumonia, two thirds happen in the small infants. The pneumonia is defined as an inflammatory reaction of infectious origin in the breathing bronquíolos, in the alveoli and in the fabric intersticial. The pneumonia is characterized by a consolidation of whole or it leaves of a wolf or of dispersed lobes as in the bronchopneumonia. Based on that, this study aims at to verify the effects technical of lingering slow expiration in infants with pneumonia, to verify the variation of the outlying saturation of oxygen before and after the technique of lingering slow expiration in the first, fifth, tenth and fifteenth minute and to analyze the alteration of the breathing frequency and heart frequency before and after the technique of lingering slow expiration. 9 were analyzed patient, 1 female and 8 male ages among 0 to 2 years, assisted at Our Hospital Senhora of Conceição. The participants underwent treatment physiotherapy of an only service of Elpr in each child, with 20 repetitions. They were appraised the saturation of O2 and FC was evaluated with the use of the oxímetro, FR was evaluated with the use of a chronometer during the 1st, 5th, 10th and 15th minute. The obtained data were analyzed through statistics inferencial (it tests Wilcoxon (p <0,05). The obtained results: decrease of FR, FC and SpO2, with statistical meaning in the decrease of FC in the tenth and fifteenth minute and meaning in the decrease of FR in all minutes. Concluding that the technique of ELpr helps the expiration, facilitating the breathing mechanics, reducing the expense of energy and aiding in the breathing mechanics Key – words: physiotherapy, Pneumonia, Lingering Slow Expiration

8

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Freqüência cardíaca antes e após o procedimento fisioterapêutico, em batimentos

por minuto.................................................................................................................................35

Tabela 2 – Freqüência respiratória antes e após o procedimento fisioterapêutico, em

respiração por minuto................................................................................................................37

Tabela 3 – Saturação periférica de O2 antes e após o procedimento fisioterapêutico em

porcentagem..............................................................................................................................38

9

LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 – Freqüência cardíaca antes e após o procedimento fisioterapêutico, em batimentos

por minuto.................................................................................................................................36

Gráfico 2 – Freqüência respiratória antes e após o procedimento fisioterapêutico, em

respiração por minuto................................................................................................................37

Gráfico 3 – Saturação periférica de O2 antes e após o procedimento fisioterapêutico em

porcentagem..............................................................................................................................39

10

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

IRA - Infecções respiratórias agudas

VR - Volume residual

ELPr - Expiração lenta prolongada

OMS - Organização Mundial de Saúde

VAI - Vias aéreas inferiores

DAA - Drenagem autógena assistida

DRR - Desobstrução rinofaríngea retrógrada

GPR - Glossopulsão retrógrada

AFE - Aumento do fluxo expiratório

ELTGOL - Expiração lenta total com a glote aberta em decúbito infralateral

PTE - Bombeamento traqueal expiratório

TEF - Técnica de expiração forçada

TD - Tosse dirigida

TP - Tosse provocada

TEMP - Terapia expiratória manual passiva

VEF - Volume expiratório final

VIF - Volume inspiratório final

CRF - Capacidade residual funcional

11

SpO2 - Saturação periférica de oxigênio

FR - Freqüência respiratória

FC - Freqüência cardíaca

12

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................15

2 INFECÇÕES RESPIRATÒRIAS AGUDAS ....................................................................18

2.1 Pneumonia.....................................................................................................................19

2.1.2 Achados clínicos......................................................................................................21

2.2 Etiologia.........................................................................................................................21

2.3 Patogênese .....................................................................................................................22

2.3.1 Pneumonia pneumocócica .......................................................................................22

2.3.2 Pneumonia por hemófilo .........................................................................................22

2.3.3 Pneumonia por micoplasma.....................................................................................22

2.3.4 Pneumonia tuberculosa............................................................................................23

2.3.5 Pneumonia por anaeróbios.......................................................................................23

2.3.6 Pneumonia estafilocócica ........................................................................................23

2.3.7 Pneumonia por legionelose......................................................................................24

2.3.8 Pneumonia por Klebiella .........................................................................................24

2.3.9 Pneumonia por pneumocistis carinni.......................................................................24

2.4 Manifestações clínicas ..................................................................................................24

2.5 Tratamento....................................................................................................................26

13

2.5.1 Fisioterapia respiratória ...........................................................................................27

3 DELINEAMENTO DA PESQUISA ..................................................................................30

3.1 Tipo de pesquisa ...........................................................................................................30

3.1.1 Tipo de pesquisa quanto ao nível ............................................................................30

3.1.2 Tipo de pesquisa quanto à abordagem.....................................................................31

3.1.3 Tipo de pesquisa quanto ao procedimento utilizado na coleta de dados.................31

3.2 População/amostra .......................................................................................................31

3.2.1 Critério de inclusão..................................................................................................32

3.2.2 Critério de exclusão.................................................................................................32

3.3 Instrumentos utilizados na coleta de dados................................................................32

3.4 Procedimento utilizado na coleta dos dados ..............................................................33

3.5 Tratamento dos dados..................................................................................................33

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO........................................................................................34

4.1 Freqüência cardíaca antes e após o atendimento fisioterápico ................................35

4.2 Freqüência respiratória antes e após o atendimento fisioterápico ..........................37

4.3 Saturação periférica de O2 antes e após o atendimento fisioterápico......................38

5 CONCLUSÃO......................................................................................................................41

REFERÊNCIAS .....................................................................................................................42

APÊNDICE .............................................................................................................................45

APÊNDICE A - Efeitos da Elpr em Lactentes com Pneumonia ........................................46

14

ANEXOS .................................................................................................................................48

ANEXO A - Termo de Consentimento.................................................................................49

15

1 INTRODUÇÃO

As infecções respiratórias agudas (IRA) representam a primeira ou segunda causa

de morte nas crianças menores de 5 anos nos países em desenvolvimento, dependendo da

região. Os lactentes compreendidos no período neonatal estendido (os dois primeiros meses

de vida), que desenvolvem qualquer infecção, especialmente pneumonia, sépsis ou meningite,

têm altas probabilidades de morrer. Calcula-se que dos quatro milhões de mortes anuais por

pneumonia, dois terços ocorrem nos lactentes pequenos segundo a Organização Mundial da

Saúde (2004).

As pneumonias neste grupo de idade, especialmente as bacterianas, podem

apresentar-se com sinais clínicos inespecíficos, os quais tornam difíceis de distinguir a

pneumonia da sépsis e da meningite. Por este motivo, o Programa de Controle das Infecções

Respiratórias Agudas da Organização Mundial da Saúde (OMS) tem dado uma alta prioridade

a diversas investigações sobre a epidemiologia, etiologia e o controle das IRA neste grupo.

A pneumonia é definida como uma reação inflamatória de origem infecciosa nos

bronquíolos respiratórios, nos alvéolos e no tecido intersticial. A natureza das lesões, a

evolução da afecção e o prognóstico são muito variáveis. A pneumonia é caracterizada por

uma consolidação de todo ou parte de um lobo ou de lóbulos dispersos como na

broncopneumonia.

16

A pneumonia é, entre as infecções respiratórias agudas, a maior responsável por

internação e morte entre as crianças menores de cinco anos. Uma vez que a mortalidade por

doenças preveníveis diminuiu de forma importante, a pneumonia é um desafio da atualidade,

tanto em relação à prevenção, como ao diagnóstico, à etiologia e ao tratamento adequado.

A fisioterapia respiratória desenvolveu-se muito nos últimos anos, aliado ao

avanço da tecnologia e novos recursos, hoje em dia é indispensável para a reabilitação

pulmonar dos pacientes.

Segundo Guy Postiaux (2004), a fisioterapia respiratória em pediatria possui três

objetivos: a) um objetivo primário, que consiste em retirar ou reduzir a obstrução brônquica,

conseqüência da falha dos meios naturais de depuração brônquica; b) alguns objetivos

secundários, a curto e médio prazo: a prevenção ou o tratamento da atelectasia e da

hiperinsuflaçaõ; c) as prevenções dos danos estruturais evitando as cicatrizes lesionais e a

perda de elasticidade que as infecções broncopulmonares infligem ao aparelho respiratório da

criança.

A presença de doença ou a retenção das secreções em lactentes e nas crianças

pequenas são fatores capazes de levar a um desenvolvimento anormal, posto que, durante o

período de crescimento e multiplicação dos alvéolos, qualquer processo de caráter destrutivo

deve resultar em restrição do potencial para o desenvolvimento do número adulto de alvéolos

pulmonares (SHEPHERD, 1996).

As manobras de higiene brônquica são indicadas quando a função do sistema

mucociliar está debilitada, ou quando há uma lesão importante nas vias aéreas. Como

conseqüência, ocorre acúmulo de secreções no sistema respiratório, necessitando do

atendimento fisioterapêutico visando restabelecer a funcionalidade do sistema respiratório.

Das manobras de higiene brônquica destaca-se a técnica de expiração lenta prolongada,

17

porque o seu objetivo é obter um volume expirado maior que o de uma expiração normal que

ela apenas prolonga e completa.Conclui Postiaux (2004).

A partir desses pressupostos, surge a necessidade da investigação: quais os

efeitos da técnica de expiração lenta prolongada em lactentes com pneumonia?

Na tentativa de reduzir o trabalho dos músculos respiratórios e aumentar o tempo

expiratório, o fisioterapeuta utiliza o Elpr – como recurso. Apesar do uso do Elpr ser uma

técnica disseminada, há muito pouca pesquisa, devido à dificuldade em encontrar literatura

nacional referente ao assunto.

As crianças que apresentam afecções do aparelho respiratório são encaminhadas

ao fisioterapeuta com a finalidade de melhorar a capacidade funcional de seus pulmões. Na

maioria desses casos, o tratamento tem três objetivos principais: limpeza das vias aéreas,

obstruídas pelo acúmulo das secreções ou pelo material aspirado, reexpansão de um segmento

atelectásico e aperfeiçoamento do mecanismo respiratório e do controle sobre a respiração

(SHEPHERD, 1996).

Este estudo teve como objetivos; verificar os efeitos técnica de expiração lenta

prolongada em lactentes com pneumonia, verificar a variação da saturação periférica de

oxigênio antes e depois da técnica de expiração lenta prolongada no primeiro, quinto, décimo

e décimo quinto minuto e analisar a alteração da freqüência respiratória e freqüência cardíaca

antes e depois da técnica de expiração lenta prolongada.

Adiante, será apresentada uma revisão de literatura abordando a pneumonia:

definição, classificação e o tratamento fisioterápico, com ênfase à expiração lenta prolongada.

O trabalho segue com a definição dos procedimentos metodológicos do estudo. O quarto

capítulo encerra os resultados, sua análise e discussão: finalizando com as considerações da

autora.

18

2 INFECÇÕES RESPIRATÒRIAS AGUDAS

As infecções respiratórias agudas (IRAs) são importante causa de morbidade e

mortalidade em menores de cinco anos. Importantes contrastes são observados em relação a

isto nos diferentes países das Américas, e também entre regiões ou estados de um mesmo

país. A morbidade está associada a vários fatores, especialmente com a situação nutricional

das crianças e o tempo de aleitamento materno. Também as características dos cuidados

prestados a essas crianças durante a doença são essenciais, com destaque para a percepção dos

pais ou responsáveis em relação à doença, a preocupação em consultar os serviços de saúde,

de que forma esses cuidados são oferecidos pelos serviços de saúde e como as orientações são

cumpridas em casa (BENGUIGUI, 1987).

Entre o grupo de doenças designado infecções respiratórias agudas, que

comprometem o aparelho respiratório superior e inferior, as pneumonias representam 50%

desses quadros, em todas as faixas etárias.

Em termos de demanda de assistência médica, as doenças respiratórias são a

primeira causa de consultas entre pacientes menores de cinco anos e maiores de 65 anos.

19

As pneumonias representam um grave problema de saúde pública, sendo a

primeira causa de morte entre doenças infecciosas e a terceira causa geral de óbitos, apesar da

descoberta de novos e potentes antibióticos e de algumas formas de prevenção de

pneumonias, como as vacinas.

No Brasil, não sendo doença de notificação compulsória, as pneumonias têm sua

magnitude epidemiológica apenas estimada. Do total de 29.370 óbitos por pneumonia

registrados no Anuário de Mortalidade do Ministério da Saúde, 1991 (pub. 1996), 8.581

(29,2%) e 13.839 (47,1%) são, respectivamente, as proporções de menores de cinco anos e de

maiores de 65 anos. Segundo o 1º Consenso Brasileiro sobre pneumonia (1998).

De acordo com Enno (1998), autor do Manual de Prevenção e Tratamento das

Infecções Respiratórias Agudas do SUS, nas crianças portadoras de IRA o principal

acometimento é o acúmulo de secreções nas vias aéreas inferiores (VAI). Esta obstrução leva

à infecção e a criança apresenta tosse, congestão nasal, otalgia, dor de garganta, dificuldade

para respirar; além disso, a criança apresenta inapetência e pode ficar irritada e chorosa.

A secreção brônquica disseminada pode ser responsável pela redução do calibre

brônquico com aumento da resistência ao fluxo aéreo ou diminuição da relação

ventilação/perfusão e, conseqüentemente hipoxemia. A obstrução está freqüentemente

associada a outras anormalidades: inflamação da mucosa, alteração do epitélio,

broncoespasmo, que contribuem de forma independente para agravar a desigualdade entre a

produção e a eliminação de secreções reduzindo o calibre brônquico.

2.1 Pneumonia

A pneumonia é definida como uma reação inflamatória de origem infecciosa nos

bronquíolos respiratórios, nos alvéolos e no tecido intersticial. A pneumonia é caracterizada

20

por uma consolidação de todo ou parte de um lobo ou de lóbulos dispersos como na

broncopneumonia (POSTIAUX, 2004).

West (1996) refere-se a pneumonia como uma inflamação do parênquima

pulmonar associado com enchimento alveolar por exsudatos,ocasionando geralmente mal-

estar, febre e tosse além de dor pleurítica e taquicardia.

Segundo o 1º Consenso Brasileiro sobre pneumonia (1998), as doenças

respiratórias correspondem a aproximadamente 50% dos atendimentos ambulatoriais, 12%

destes são por pneumonias.

A pneumonia é, entre as infecções respiratórias agudas, a maior responsável por

internação e morte entre as crianças menores de cinco anos. Uma vez que a mortalidade por

doenças preveníveis diminuiu de forma importante, a pneumonia é um desafio da atualidade,

tanto em relação à prevenção, como ao diagnóstico, à etiologia e ao tratamento adequado.

Segundo o 1º Consenso Brasileiro sobre pneumonia (1998), no Brasil, as taxas de

mortalidade infantil por pneumonias variam por região, sendo mais altas nos Estados do Norte

e Nordeste e mais baixas no Sul (70/1.000 a 17/1.000). Mas na maioria dos Estados

Brasileiros nos quais o problema dos óbitos por desidratação está em fase de controle, a

pneumonia é atualmente a segunda causa da morte em crianças.

Gomes e Valente (2002) citam que: “entre os fatores de risco para as IRAs,

destacam-se: sexo masculino, prematuridade e baixo peso ao nascer, imaturidade

imunológica, antecedentes pessoais e familiares de alergia, aleitamento materno insuficiente,

desnutrição, permanência em creches, hábito de fumar dos pais, presença de mofo ou umidade

no quarto da criança, assim como elevada densidade de pessoas por cômodo de dormir da

criança. Constitui-se ainda em fatores de risco para adoecer por IRA ter mães muito jovens,

com baixo nível de escolaridade e com antecedentes de doenças respiratórias infecciosas”.

21

2.1.2 Achados clínicos

Os sinais e sintomas mais freqüentemente presentes nas pneumonias são: tosse,

febre, taquipnéia, dispnéia, tiragem intercostal ou subcostal e batimentos de asa de nariz. Na

ausculta pulmonar pode detectar estertores crepitantes localizados ou generalizados. Segundo

o 1º Consenso Brasileiro sobre pneumonia (1998).

2.2 Etiologia

Nos países em desenvolvimento, as infecções bacterianas são, na maioria das vezes, secundarias às infecções virais . Os vírus são capazes de alterar os mecanismos de defesa do trato respiratório, prejudicando o reflexo da tosse e o mecanismo mucociliar, o que resulta em acúmulo de secreções e favorece a aderência bacteriana às células infectadas pelos vírus. Outro mecanismo patogênico especial é a reativação de uma infecção crônica latente, por exemplo, a infecção por Chamydia pneumoniae. Os agentes bacterianos mais freqüentemente identificados nas pneumonias comunitárias são o Streptococcus pneumoniae e o Haenophilus influenzae, sendo que o primeiro é o germe mais freqüente em todas idades. O Staphylococcus aureus está associado aos quadros de pneumonia grave, especialmente em crianças menores de dois anos. Em ambientes hospitalar, devem ser considerados germes-negativos; idem para pacientes desnutridos e imunodeprimidos. Chlamydia pneumoniae e Mycoplasma pneumoniae são importantes nos quadros de pneumonias atípicas adquiridas na comunidade. (HOFFMANN, A.; SCATTOLIN, I. Pneumonias In: SILVA, L. C. C. et al., 1985)

Para Carvalho et al (1996) e Rozov (1986) os agentes bacterianos mais comuns de

crianças de 0 a 4 meses são: Haemophilus influenzae tipo B e o Streptococcus pneumoniae,

estafilococos, pseudomonas e klebsiela; os agentes virais são os vírus respiratórios (sincicial,

parainfluenza, influenza e adenovírus); a etilogia mais comum de 4 meses a 2 anos é a viral,

sendo os agentes bacterianos mais comuns os estafilococos, o Haemophilus influenzae tipo B

e o Streptoccocus pneumoniae; de 2 a 4 anos as bactérias mais freqüentes são pneumococos e

Haemophilus influenzae; o agente mais encontrado dos 6 aos 14 anos é o Streptococcus

pneumoniae.

22

2.3 Patogênese

Segundo SILVA et al. (1997) a pneumonia pode ter os principais tipos de

manifestações:

2.3.1 Pneumonia pneumocócica

É o tipo mais comum de pneumonia adquirida na comunidade (é um dos

principais agentes etiológicos da pneumonia na criança, principalmente nos maiores de um

ano). O agente etiológico é o Streptococus pneumonial e seu quadro clínico apresenta início

agudo, com febre alta, calafrios, dor torácica, ventilatório dependente e expectoração

mucopurulenta e/ou hemática.

2.3.2 Pneumonia por hemófilo

É o maior causador de pneumonia em adultos. Seu agente etiológico é o

Haemophilus inflenzae e o seu quadro clínico apresenta início agudo, febre alta, dor e é

ventilatório dependente. Neste caso pode haver envolvimento multilobular de derrame

pleural.

2.3.3 Pneumonia por micoplasma

Mycoplasma pneumoniae, causa infecções respiratórias em crianças e adultos

jovens. As infecções ocorrem através da via respiratória por propagação de gotículas grandes.

O período de incubação é de 1 a 3 semanas. É encontrada principalmente em locais onde o

23

contato próximo entre as pessoas é mais freqüente. Exemplo: escolas, quartéis, asilos. Seu

quadro clínico apresenta início insidioso, com sinais e sintomas de infecção das vias aéreas

superiores precedendo os do trato respiratório inferior, tosse intensa com expectoração

escassa, febre baixa e prolongada, dor torácica de intensidade fraca e não é ventilatório

dependente. Este tipo de agente etiológico, também, pode ser causador da broncopneumonia

intersticial.

2.3.4 Pneumonia tuberculosa

Seu agente etiológico é M. tuberculosis e seu quadro clínico apresenta uma fase

predômica com astenia, emagrecimento, sudorese noturna e febrícula. Segue-se de tosse

intensa com expectoração purulenta, às vezes hemática e quadro de pneumonia insidiosa até

semelhante à pneumocócica.

2.3.5 Pneumonia por anaeróbios

O agente etiológico é devido à flora mista e seu quadro clínico apresenta período

de inconsciência por intoxicação alcoólica, anestesia, crise convulsiva e outros fatores. O

início é insidioso ou com manifestações pneumônicas completas, o escarro é abundante e

fétido.

2.3.6 Pneumonia estafilocócica

24

Agente etiológico causador é o Staphylococus aureus e seu quadro clínico

apresenta comprometimento, geralmente, grave, com manifestações respiratórias e torácicas.

Pode ocorrer pneumatoceles e derrame pleural.

2.3.7 Pneumonia por legionelose

O agente etiológico causador é Legionella pneumophilia e o seu quadro clínico

apresenta-se muito parecido com uma gripe. Tosse seca, febre alta, calafrios, prostração,

mialgias, envolvimento do SNC, fígado, rins e aparelho digestivo.

2.3.8 Pneumonia por klebiella

Pneumonia por klesbiella: agente etiológico causador é a klesbiella pneumonial e

o quadro clínico apresenta-se usualmente a uma pneumonia comum, leve e moderada, mas a

doença grave pode ocorrer em idosos, portadores de doenças crônicas. Pode haver faringite e

sinusite.

2.3.9 Pneumonia por pneumocistis carinni

Cerca de 2/3 dos aidéticos apresentam uma ou mais episódios desse tipo de

pneumonia, que constitui na infecção oportunista mais freqüente nesta grave imunodeficência.

2.4 Manifestações clínicas

25

Para Gomes (1994, p.47), o quadro clínico nas pneumonias é, em geral, precedido

por infecção das vias superiores, com febre de intensidade variável e tosse que se torna

progressiva. Na dependência podem ser observados toxemia, prostração, agitação, vômitos e

desidratação; a palidez cutânea, a cianose, os batimentos da asa do nariz, tiragens e vários

níveis de dispnéia podem ser observados.

A taquipnéia é a manifestação clínica mais consistente da pneumonia. Maior

esforço respiratório acompanhado por retrações intercostais, subcostais e supraesternais,

dilatação nasal e o uso da musculatura acessória são comuns.A infecção grave pode ser

acompanhada por cianose e fadiga respiratória, especialmente em bebês. A ausculta do tórax

pode revelar estertores e sibilância, mas geralmente é difícil localizar a fonte destes sons

adventícios em crianças muito novas com o tórax hiper-ressonantes (KLIEGMAN, R. M.;

JENSON, H. l B.; BEHRMAN, R. E., 2005).

Os achados físicos dependem do estágio da pneumonia. No início do curso da

doença, a diminuição dos sons respiratórios, estertores dispersos e roncos comumente são

ouvidos sobre o campo pulmonar afetado. Com o desenvolvimento de uma consolidação

crescente ou de complicações da pneumonia, como derrames, empiema ou piopneumotórax,

oberva-se um som maciço à percussão e diminuição acentuada dos sons respiratórios. Um

retardo na excursão respiratória geralmente ocorre do lado afetado. A distenção abdominal

pode ser proeminete em virtude da dilatação gástrica causada pelo ar deglutido ou íleo. O

fígado pode parecer aumentado por causa do deslocamento inferior do diafragma secundário à

hiperinsuflação dos pulmões ou insuficiência cardíaca superposta. A rigidez de nuca, na

ausência de meningite, também pode ser proeminente, especialmente com o acometimento do

lobo superior direito (KLIEGMAN, R. M.; JENSON, H. I. B.; BEHRMAN, R. E., 2005).

Em bebês, pode haver um pródromo de infecção do trato respiratório superior e

diminuição do apetite, levando ao desenvolvimento de febre com início abrupto, inquietação,

26

apreensão e angústia respiratória. Estes bebês apresentam angústia que se manifesta por

grunhidos; dilatação nasal; retrações das áreas supraclavicular, intercostal e subcostal;

taquipnéia; taquicardia; “fome de ar”; e, geralmente, cianose. Entretanto, os resultados do

exame físico podem ser enganadores, particularmente em bebês mais novos com achados

insuficientes desproporcionais ao grau de taquipnéia. Alguns bebês com pneumonia

bacteriana podem apresentar distúrbios gastrintestinais associados, caracterizados por

vômitos, anorexia, diarréia e distensão abdominal secundária a um íleo para lítico. A rápida

progressão dos sintomas é característica nos casos graves de pneumonia bacteriana

(KLIEGMAN, R. M.; JENSON, H. l B.; BEHRMAN, R. E., 2005).

2.5 Tratamento

Segundo Silveira (1992), o tratamento da pneumonia pneumocócica na 1ª fase

(aguda) consiste em repouso no leito, hidratação, alimentação adequados, antibióticos,

oxigenioterapia, antiinflamatórios (para dor pleural), leve sedação da tosse (se necessário) e

na 2 ª e 3 ª fase composta por: fluidificação das secreções e mobilização das secreções através

da fisioterapia respiratória.

O tratamento dos casos suspeitos de pneumonia bacteriana baseia-se na causa e na aparência clínica da criança. Para as crianças com doenças leves que não necessitem de hospitalização, a amoxicilina é indicada. Em comunidades com altas porcentagens de pneumococcos resistentes à penicilina, altas doses de amoxicilina (80-90 mg/kg/24h) devem ser prescritas. Alternativas terapêuticas incluem cefuroxine axetil ou amoxicilina/clavulanato. Para crianças em idade escolar e maqueles cuja infecção por M. pneumoniae é suspeita, um antibiótico, como a azitromicina, é uma escolha terapêutica apropriada. O tratamento empírico das suspeitas de pneumonia bacteriana em uma criança hospitalizada requer uma abordagem baseada nas manifestações clínicas no momento da apresentação. O cefuroxine parentiel (75-150mg/kg/24h) é a principal opção terapêutica quando a pneumonia bacteriana é sugerida. Se as características sugerem pneumonia por estafilococos (p. ex., pneumatoceles, empiema), a terapia inicial também deve incluir vancomicina ou clindamicina. Se uma pneumonia viral é sugerida, é razoável suspender a terapia antibiótica. Entretanto, esta opção deve ser reservada para os pacientes com doenças moderadas, com evidências sugestivas de infecção viral e sem angústia respiratória. Até 30% dos pacientes com infecção viral reconhecida apresentam a coexistência de patógenos bacterianos; portanto, se a decisão for feita sentido de suspender o uso da

27

terapia antibiótica com base no diagnóstico presuntivo de infecção viral, a deterioração do estado clínico deve ser sinalizar a possibilidade de infecção bacteriana superposta, e a terapia antibiótica deve ser iniciada. (KLIEGMAN, R. M.; JENSON, H. l B.; BEHRMAN, R. E., 2005).

2.5.1 Fisioterapia respiratória

A fisioterapia respiratória desenvolveu-se muito nos últimos anos, aliado ao

avanço da tecnologia e novos recursos, hoje em dia é indispensável para a reabilitação

pulmonar dos pacientes.

A fisioterapia respiratória em recém-nascidos muitas vezes é realizada de forma

idêntica à dos adultos ou crianças com mais idade. Nos casos em que se objetiva a remoção da

secreção do trato respiratório inferior, como na síndrome da aspiração meconial, são

empregadas as “Manobras de Higiene Brônquica”

A fisioterapia respiratória em pediatria possui alguns objetivos, sendo os mais

importantes a serem cumpridos, segundo Postiaux (2004):

* Objetivo primário, que consiste em retirar ou reduzir a obstrução brônquica,

conseqüência da falha dos meios naturais de depuração brônquica;

* Objetivos secundários, a curto e médio prazo: a prevenção ou o tratamento da

atelectasia e da hiperinsuflaçaõ;

* Objetivo terciário, prevenções dos danos estruturais evitando as cicatrizes

lesionais e a perda de elasticidade que as infecções broncopulmonares infligem ao aparelho

respiratório da criança.

As manobras fisioterápicas são: a percussão pulmonar, vibração pulmonar, tosse assistida, estimulação da tosse, pressão expiratória, estimulação diafragmática e costal e a drenagem postural. A combinação de vibração e compressão resulta na manobra de vibrocompressão. A vibrocompressão consiste em movimentos vibratórios manuais realizados durante o período expiratório, podendo ser finalizados por compressão intermitente da parede torácica no final da expiração. Tem como objetivo deslocar as secreções pulmonares, previamente soltas com ajuda

28

da manobra de percussão, conduzindo-as para os brônquios de maior calibre, traquéia e, finalmente, para fora do sistema respiratório. Das técnicas de higiene brônquica, a aspiração da via aérea é a mais propícia a causar lesões na via respiratória, na caixa torácica e até no sistema nervoso central. Pode ocorrer espasmo laríngeo, bradicardia vagal, retardo no início da respiração, atelectasia, aumento da pressão intracraniana e infecção local. Técnicas desenvolvidas mais recentemente buscam remover as secreções do trato respiratório sem realizar procedimentos invasivos, como a aspiração de vias aéreas, preservando a estrutura respiratória. Destacam-se a drenagem autógena assistida (DAA), a desobstrução rinofaríngea retrógrada (DRR) acompanhada por instilação local, a glossopulsão retrógrada (GPR) e o aumento do fluxo expiratório (AFE). (HADDAD, Eliane et al. 2002).

2.5.1.1 Manobras de higiene brônquica

As manobras de higiene brônquica são indicadas quando a função do sistema

muco ciliar está debilitada, ou quando há uma lesão importante nas vias aéreas. Como

conseqüência, ocorre acúmulo de secreções no sistema respiratório, necessitando do

atendimento fisioterapêutico visando restabelecer a funcionalidade do sistema respiratório. As

manobras de higiene brônquica são: expiração lenta prolongada (Elpr), drenagem autógena

(DA), expiração lenta total com a glote aberta em decúbito infralateral (ELT GOL),

bombeamento traqueal expiratório (PTE), técnica de expiração forçada (TEF), tosse dirigida

(TD), tosse provocada (TP), terapia expiratória manual passiva (TEMP), percussão,

vibrocompressão, aumento do fluxo expiratório (AFE).

2.5.1.1.1 Expiração Lenta Prolongada (Elpr)

A expiração lenta prolongada (Elpr) é uma técnica passiva de ajuda expiratória

aplicada ao lactente,obtida por meio de uma pressão manual tóraco-abdominal lenta que se

inicia ao final de uma expiração espontânea e prossegue até o volume residual (VR). Seu

objetivo é obter um volume expirado maior que o de uma expiração normal que ela apenas

prolonga e completa. Conclui Postiaux (2004)

29

Coloca-se a criança em decúbito dorsal sobre uma superfície semi-rígida. Uma

pressão manual conjunta abdominal e torácica é exercida pelo fisioterapeuta ao final do tempo

expiratório espontâneo e prossegue até o volume residual. Essa pressão é lenta e chega a se

opor a duas ou três tentativas inspiratórias.Não se deve exercer qualquer pressão durante a

primeira parte de expiração. A indicação da Elpr dirige a toda obstrução brônquica que afeta o

lactente com menos de 24 meses de idade . Recomenda-se prudência, especialmente no caso

de atresia de esôfago operada, malformações cardíacas, afecções neurológicas centrais.Contra

indicação: tumores abdominais e, em geral, nos casos de distúrbios ligados ao

desenvolvimento.

O local de ação sistemática da Elpr situa-se nas 5 ou 6 primeiras gerações

brônquicas do lactente . Entretanto, pode se observada uma ação ocasional na periferia do

aparelho respiratório.O modo de ação depurativa está ligado á desinsuflação pulmonar global

e aos aumentos dos fluxos regionais obtidos pela expiração completa, favorecida pela elevada

complacência toracopulmonar das crianças dessa idade. POSTIAUX (2004)

30

3 DELINEAMENTO DA PESQUISA

Segundo Gil (1994), o delineamento da pesquisa refere-se ao planejamento da

pesquisa em sua dimensão mais ampla, envolvendo tanto a sua diagramação quanto a previsão

de análise e interpretação de dados.

3.1 Tipo de pesquisa

3.1.1 Tipo de pesquisa quanto ao nível

O principal objetivo da pesquisa exploratória é proporcionar maior familiaridade

com o objeto de estudo. Muitas vezes o pesquisador não dispõe de conhecimento suficiente

para formular adequadamente um problema ou elaborar de forma mais precisa uma hipótese.

Nesse caso, é necessário “[...] desencadear um processo de investigação que identifique a

natureza do fenômeno e aponte ad características essenciais das variáveis que se quer estudar”

(KÖCHE apud HEERDT; LEONEL, 2004, p. 126).

Esta pesquisa é de nível exploratório, constatou e estudou os efeitos da aplicação

da técnica de expiração lenta prolongada em lactentes com pneumonia.

31

3.1.2 Tipo de pesquisa quanto à abordagem

Abordagem quantitativa, pois analisará numericamente a evolução, possibilitando

conhecer a eficiência do programa terapêutico.

3.1.3 Tipo de pesquisa quanto ao procedimento utilizado na coleta de dados

O procedimento será de levantamento. “A pesquisa do tipo levantamento procura

analisar quantitativamente, características de determinada população” (HERDT; LEONEL,

2004).

3.2 População/amostra

“A palavra população ou universo indica, de maneira geral, o conjunto de pessoas

que moram em uma área geográfica qualquer. Em pesquisa, designa a totalidade de indivíduos

que possuem, pelo menos, uma característica comum definida para investigação” (HEERDT;

LEONEL, 2002, p. 120).

A amostra foi composta por 9 indivíduos, 1 do sexo feminino e 8 do sexo

masculino, oito caucasianos e 1 negro, com idade entre 30 dias e 24 meses, que estavam

internados em um dos 25 leitos do Sistema Único de Saúde no setor de pediatria do Hospital

Nossa Senhora da Conceição – Tubarão SC, com diagnóstico médico de pneumonia no

período de setembro a outubro de 2006.

32

3.2.1 Critério de inclusão

Critérios de inclusão: ambos os gêneros, idade entre 30 dias a 24 meses, internado

no em um dos 25 leitos do Sistema Único de Saúde no setor de pediatria do Hospital Nossa

Senhora da Conceição – Tubarão SC, diagnóstico médico de pneumonia , consentimento dos

pais ou responsável para participação da pesquisa.

3.2.2 Critério de exclusão

Critérios de exclusão: pacientes sem consentimento familiar, idade superior de 24

meses, diagnóstico não confirmado de pneumonia, pacientes que não receberam algum

tratamento de fisioterapia nas ultimas 4 horas no hospital durante sua internação, pacientes

com pneumonia de repetição e pacientes com contra-indicação para fisioterapia.

3.3 Instrumentos utilizados na coleta de dados

Os instrumentos na coleta de dados foram os seguintes:

* Termo de consentimento (Anexo A);

* Formulário onde consta o gênero, idade, peso ao nascimento, idade gestacional,

antecedentes obstétricos, intercorrência durante o tratamento e a FC, FR e SpO2 no 1º, 5º, 10º

e 15º minuto (Apêndice A);

* Oxímetro Takaoka Oxifart e Oxímetro 10 EMAI;

* Cronômetro Kenko KK-2808.

33

3.4 Procedimento utilizado na coleta dos dados

Foram identificados os prontuários dos pacientes de 30 dias a 24 meses de idade

corrigida, com diagnóstico médico de pneumonia, na enfermaria de pediatria do Hospital

Nossa Senhora da Conceição, internados pelo Sistema Único de Saúde (SUS). O período da

coleta aconteceu no mês de agosto a setembro de 2006 no período vespertino.

Em seguida houve contato com o responsável pela criança, momento em que foi

explicada a pesquisa e realizado o convite para participação. Após a concordância, solicitou-

se assinatura do termo de consentimento livre e esclarecido (anexo A).

Iniciou-se a coleta com o preenchimento da ficha de avaliação (apêndice A), com

os dados pré e pós-intervenção fisioterapeutica. A intervenção consistiu na aplicação 20

repetições da técnica de expiração lenta prolongada, segundo descrição de GUY POSTIAUX

(2004).

3.5 Tratamento dos dados

Os dados serão avaliados através do programa Excel e serão analisados através do

teste de significância de Wilcoxon para amostras dependentes com 5 % de nível de

significância.

34

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Azeredo (1993) relata que “o sistema respiratório é, do ponto de vista mecânico,

considerado de alta complexidade. A base sólida da atuação do Fisioterapeuta em relação ao

sistema respiratório é o profundo conhecimento da fisiologia respiratória. O sistema

respiratório pode ser comparado a uma ”bomba” cujo principal efetor são os músculos

respiratórios, e é nessa afirmação que encontramos o maior respaldo científico para a atuação

do Fisioterapeuta na área da pneumologia”.

De acordo com a Conferência de Consenso em Fisioterapia Respiratória, realizada

em Lyon – França, em 1994, a luta contra a obstrução brônquica (ocasional ou crônica)

necessita, antes de tudo, de técnicas de Fisioterapia que visam a limpeza do muco brônquico

das vias aéreas centrais e periféricas (FELTRIN; PARREIRA, 2001).

Ao tratarmos as crianças de pouca idade que apresentam doenças do aparelho

respiratório, é importante lembrar que o número de bronquíolos e alvéolos e o diâmetro destes

últimos aumentam até, mais ou menos, os 8 anos de idade, visto que o desenvolvimento das

vias aéreas e dos alvéolos depende até certo grau das solicitações que lhe são impostas.

Diante da situação de esforço respiratório, o diafragma não consegue desempenhar

suas funções com eficácia e o sistema nervoso central recruta a ajuda dos acessórios,

modificando desde então o padrão respiratório do paciente (AZEREDO, 1993).

35

O uso dos músculos respiratórios em esforço modifica o seu comprimento, força e

tônus, alterando o posicionamento das estruturas ósseas do tronco e do pescoço. Estas

modificações repercutem por todo o corpo e representam compensações mecânicas no sentido

de manter adequados os níveis de trocas gasosas. O tórax progressivamente perde a

maleabilidade e a arquitetura normal, enquanto o abdome diminui a função de sustentação das

vísceras e do próprio tórax. A postura então se modifica e outras funções exercidas pelos

músculos respiratórios perdem em qualidade, como: as reações de retificação e equilíbrio, o

uso voluntário dos membros superiores, a locomoção, a alimentação, os processos excretórios

de defesa, e a linguagem corporal e oral (AZEREDO, 1993).

4.1 Freqüência cardíaca antes e após o atendimento fisioterápico

Paciente A B C D E F G H I

Pré 110 114 106 184 108 155 128 158 128

Pós 1’ 105 128 102 140 100 147 112 157 145

Pós 5’ 98 110 99 118 98 140 105 148 148

Pós 10’ 92 115 93 110 97 130 91 140 117

Pós 15’ 88 110 95 105 94 117 90 127 102

Tabela 1 – Freqüência cardíaca antes e após o procedimento fisioterapêutico, em batimentos por minuto. Fonte: dados colhidos pelo autor.

36

60708090

100110120130140150160170180190200

A B C D E F G H I

Pré

Pós 1’

Pós 5’

Pós 10’

Pós 15’

Gráfico 1 – Freqüência cardíaca antes e após o procedimento fisioterapêutico, em batimentos por minuto. Fonte: dados colhidos pelo autor

Com a utilização da técnica de expiração lenta prolongada dos 9 pacientes, 7

tiveram uma redução progressiva da freqüência cardíaca, no pré técnica e pós técnica no

1º,5º,10º,15º minuto. Nos 2 (B e I) pacientes não foi observada de forma linear. Entretanto

todos pacientes tiveram redução da freqüência cardíaca pós 15º minutos da realização da

técnica de expiração lenta prolongada em relação à avaliação pré.

A aplicação do teste de Wilcoxon (p < 0,05) para amostras dependentes indicou

que no décimo minuto e no décimo quinto minuto houve diminuição estatisticamente

significativa da freqüência cardíaca.

A técnica de Elpr ajuda a expiração, facilitando a mecânica respiratória,

diminuindo o gasto de energia e auxiliando na mecânica respiratória. Isso ocasionou a

diminuição da freqüência respiratória e da freqüência cardíaca, devido a locomoção da

secreção e a melhora da mecânica respiratória.

Os efeitos da fisioterapia respiratória na freqüência cardíaca são pouco referidos na

literatura. Em estudos com pacientes adultos gravemente doentes documentou-se ocorrência

de arritmias durante a fisioterapia respiratória.

37

Viviane Beresfold et al. (1987), relataram tendência a bradicardia com a aplicação

da fisioterapia respiratória convencional em prematuros no período pré-extubação.

O estudo de Fox et al.( 1978), em recém nascidos com respiração espontânea em

fase de recuperação de doença respiratória observou a ocorrência de bradicardia transitória em

alguns pacientes com a aplicação da fisioterapia convencional.

A diminuição da freqüência cardíaca ocorre devido o variações normais do

funcionamento do organismo, neste caso chamada de bradicardia fisiológica, devido a

aplicação da técnica

4.2 Freqüência respiratória antes e após o atendimento fisioterápico

Paciente A B C D E F G H I

Pré 47 47 44 48 44 47 46 48 48

Pós 1’ 44 44 44 47 42 46 44 47 44

Pós 5’ 42 44 42 46 42 46 44 44 48

Pós 10’ 39 49 44 42 40 44 42 43 44

Pós 15’ 36 36 40 36 37 36 42 40 48

Tabela 2 – Freqüência respiratória antes e após o procedimento fisioterapêutico, em respiração por minuto. Fonte: dados colhidos pelo autor.

20

25

30

35

40

45

50

55

60

A B C D E F G H I

Pré

Pós 1’

Pós 5’

Pós 10’

Pós 15’

Gráfico 2 – Freqüência respiratória antes e após o procedimento fisioterapêutico, em respiração por minuto. Fonte: dados colhidos pelo autor

38

Com a utilização da técnica de expiração lenta prolongada, após os 15º minutos da

aplicação da técnica 8 pacientes tiveram sua redução da freqüência respiratória com exceção

do paciente I.

O teste de Wilcoxon (p < 0,05) para amostras dependentes indicou que houve

diferença estatisticamente significativa, diminuição da freqüência respiratória em todos

minutos.

A diminuição da freqüência respiratória ocorreu devido ao aumento do tempo

expiratório, diminuição do volume residual, aumentando o tempo inspiratório.

TUXEN, D. V. et al. (1987), demonstraram que o volume expiratório final (VEF)

e o volume inspiratório final (VIF) podem aumentar a capacidade residual funcional (CRF) e

que podemos fazer uma redução favorável no VIF através da diminuição do volume corrente

e freqüência respiratória por meio de um aumento do tempo expiratório.

4.3 Saturação periférica de O2 antes e após o atendimento fisioterápico

Paciente A B C D E F G H I

Pré 100 99 92 98 99 98 81 98 95

Pós 1’ 99 100 92 98 99 96 83 98 97

Pós 5’ 98 95 90 98 98 98 83 97 93

Pós 10’ 97 99 102 96 96 96 84 98 95

Pós 15’ 97 98 98 96 96 98 84 97 95

Tabela 3 – Saturação periférica de O2 antes e após o procedimento fisioterapêutico em porcentagem. Fonte: dados colhidos pelo autor.

39

8082

8486

889092

9496

98100102

104

A B C D E F G H I

Pré

Pós 1’

Pós 5’

Pós 10’

Pós 15’

Gráfico 3 – Saturação periférica de O2 antes e após o procedimento fisioterapêutico em porcentagem. Fonte: dados colhidos pelo autor.

A saturação periférica de oxigênio não foi influenciada pela técnica de expiração

lenta prolongada, não havendo associação estatisticamente significativa entre as avaliações

nos estágios pré-técnica e pós 1º,5º,10º,15º minuto.

O teste de Wilcoxon (p < 0,05) para amostras dependentes indicou que não houve

diferença significativa no antes e após tratamento fisioterápico.

Ao analisar a saturação de oxigênio periférica percebeu-se que não ocorreu

diferença significativa, deve se levar em conta:

* uso de diferentes oxímetros, sabe-se que a ideal seria a gasometria arterial para

ter uma avaliação mais fidedigna da concentração de oxigênio;

* grau de agitação do pacientes, pois este encontrasse debilitado e com

desconforto, realizando uma respiração mais apical, impossibilitando as trocas gasosas;

* somente um paciente teve em sua saturação periférica insatisfatória em todo o

procedimento.

Santos et al.,(2002), estudaram o efeito do AFE na SpO2, freqüência respiratória e

cardíaca em 94 crianças com pneumonia, segundo a faixa etária e presença de enfermidade

40

associada. A SpO2 aumento-se de forma estatisticamente significativa após o AFE e manteve-

se elevada após 20 minutos nas crianças com mais de 24 meses de idade e com enfermidades

associadas. A FR e FC não se alteraram significativamente.

41

5 CONCLUSÃO

Foram poucos os estudos encontrados que envolvessem a técnica de Elpr com

algum tipo de doença respiratória, bem como estudos recentes que tratem da técnica de Elpr.

Na maioria das vezes, esses recursos são somente citados, talvez por se tratarem de técnicas

exclusivamente manuais e exigirem muito mais da experiência prática de quem se aplica do

que de sua própria fundamentação científica e bases anatomofisiológicas.

Quanto aos resultados obtidos na técnica de expiração lenta prolongada, conclui-

se que na presente amostra:

• Todos os pacientes obtiveram uma redução progressiva da freqüência cardíaca no

décimo, e décimo quinto minuto após a intervenção fisioterapêutica;

• Todos os pacientes obtiveram uma redução progressiva da freqüência respiratória apos

os quinze minutos da realização da técnica de expiração lenta prolongada;

• A saturação periférica de oxigênio em todos os pacientes não foi influenciada pela

técnica de expiração lenta prolongada;

Este estudo deixa claro a importância do fisioterapeuta dentro do ambiente

hospitalar. Sendo assim, sugere-se que novos estudos sejam realizados envolvendo a técnica

de manobra de higiene brônquica em especial a técnica de Elpr.

42

REFERÊNCIAS ANTUNES, L. C. O. et al . Efeitos da fisioterapia respiratória convencional versus aumento do fluxo expiratório na saturação de O2, freqüência cardíaca e freqüência respiratória, em prematuros no período pós-extubação. Revista brasileira fisioterapia. São Carlos: São Paulo, v. 10, n. 1, 2006. AZEREDO, Carlos Alberto Caetano. Fisioterapia respiratória moderna. São Paulo: Manole, 1993. BENGUIGUI, Yehuda. Pesquisas operacionais prioritárias do apoio aos programas de controle das infecções respiratórias agudas (IRA). In: _____. Investigações Operacionais sobre o Controle das Infecções Respiratórias Agudas. Washington, D.C.: OPAS, 1997. complications: the preventive role of plysical therapy. Physiotherapy Can. 1987. CARVALHO, Werther Brunow de et. Al. Manual de terapia intensiva pediátrica. São Paulo: Atheneu, 1996. CONSENSO BRASILEIRO DE MANEJO DA ASMA (III). J Pneumol, 2000. COSTA, D. Fisioterapia respiratória básica. São Paulo: Atheneu. 1999. ENNO, Stone. Manual do SUS: Prevenção e tratamento das infecções respiratórias agudas. UNICEF, OMS, 1998. p. 108-109. FELTRIM, Maria Ignêz Zanetti; PARREIRA, Verônica Franco. Fisioterapia Respiratória: Consenso de Lyon 1994-2000. Kinèrèa, São Paulo, n. 29, 2001. p. 07-47. FOX, W.W; SCHWARTZ, J.G; SHAFFER, T.H. Pulmonary physical Therapy in neonates: Physiologic changes and respiratory management. Pediatric. 1978.

43

GIL, A. C. Metodologia do ensino superior. 2. ed. São Paulo: Atlas, 1994. GOMES, Clóvis Eduardo Tadeu. Infecção das vias aéreas. In: FARHAT, Calil Kaitalla et al. Infectologia pediátrica. São Paulo: Atheuneu, 1994. GOMES, Filumena Maria da Silva; VALENTE, Maria Helena. Distúrbios do Aparelho Respiratório. In: ISSLER, Hugo; LEONE, Claudio; MARCONDES, Eduardo. Pediatria na Atenção Primária. São Paulo: Sarvier, 2002. p. 263-292. HADDAD, Eliane Rezende et al. Abordagens fisioterapêuticas para remoção de secreções das vias aéreas em recém-nascidos: relato de casos. Disponível em <http://www.pediatriasaopaulo.usp.br/upload/pdf/1169.pdf.> Acesso em: 10 set. 2006. HEERDT, M. L.; LEONEL, V. Metodologia científica: disciplina na modalidade a distância. Palhoça: UnisulVirtual, 2004. HOFFMANN, A.; SCATTOLIN, I. Pneumonias In: SILVA, L. C. C. et al. Condutas em pneumologia. Rio de Janeiro: Revinter, 2001. 2 v. KLIEGMAN, R. M.; JENSON, H. l B.; BEHRMAN, R. E. Nelson: tratado de pediatria. Rio de Janeiro: Elsevier, 2005. 2 v. POSTIAUX, Guy. Fisioterapia respiratória pediátrica: o tratamento guiado por ausculta pulmonar. Porto Alegre: Artmed, 2004. RATLIFFE, K T. Fisioterapia na clínica pediátrica: guia para a equipe de fisioterapeutas. São Paulo: Santos, 2000. ROZOV, Tatiana. Pneumopatias agudas. In: MARCONDES, Eduardo; ALCÂNTARA, Pedro de. Pediatria básica. 7 ed. São Paulo: sarvier, 1985. 3 v. , p. 1388-1399. SANTOS, C.I.S. et al. Efeito do aumento do fluxo expiratório (AFE) na saturação de oxigênio, freqüência respiratória e cardíaca de crianças com pneumonia segundo a faixa etária e enfermidade associada. In: SIMPOÓSIO INTERNACIONAL DE FISIOTERAPIA RESPIRATÓRIA. São Paulo: Suplemento da Revista Brasileira de Fisioterapia, 2002, p.29. (resumo).

44

SHEPHERD, Roberta B. Fisioterapia em pediatria. 3 ed. São Paulo: Santos, 1996. SILVA, Luiz Corrêa da. Et al. Pneumonias In: SILVA, Luiz Carlos Corrêa da. Compêndio de pneumologia. 2 ed. São Paulo: Fundação BYK, 1997. p. 464-482. SILVEIRA, I.C. O pulmão na Pratica Médica. 3 ed. Rio de Janeiro: Publicações Médica, 1992. TARANTINO, A.B. Doenças Pulmonares. 4 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1998. TUXEN, D.V. The effects of ventilatory pattern on hyperinflation, airway pressures, and circulation in mechanical ventilation of patients with severe air-flow obstruction. Am Rev Respir Dis.: 1987. VIVIAN-BERESFORT, A.; KING, C.; MACAULEY, H. Neonatal post-extubation complications: the preventine role of physical therapy. Physiother Can;1987. WEST, John B. Fisiopatologia Pulmonar Moderna .4 ed. São Paulo:Manole,1996. 1º Consenso Brasileiro de Pneumonia, 1998.

45

APÊNDICE

46

APÊNDICE A

Efeitos da ELPr em Lactentes com Pneumonia

47

EFEITOS DA ELPR EM LACTENTES COM PNEUMONIA Isabela Boabaid Damiani

FICHA DE AVALIAÇÃO

Paciente_____________________________ Acompanhante:___________________

Data de nascimento___/___/___ Data de internação___/___/___

Sexo ___M ___F

Antecedentes obstétricos_____________________________________________________

IG_____semanas Peso ao nascimento______ g

Monitoração dos sinais vitais Pré Pós 1’ Pós 5’ Pós 10’ Pós 15’

FC (bpm) FR (rpm) SpO2 (%)

Intercorrências_______________________________________________________________

_______________________________________________________________________

48

ANEXOS

49

ANEXO A

Termo de Consentimento

50

TERMO DE CONSENTIMENTO

Declaro que fui informado sobre todos os procedimentos da pesquisa e que recebi, de forma clara e objetiva, todas as explicações pertinentes ao projeto e que todos os dados a meu respeito serão sigilosos. Eu compreendo que neste estudo as medições dos experimentos/procedimentos de tratamento serão feitas em mim.

Declaro que fui informado que posso me retirar do estudo a qualquer momento.

Nome por extenso : _______________________________________________

RG : _______________________________________________

Local e Data: _______________________________________________

Assinatura: _______________________________________________

Adaptado de: (1) South Sheffield Ethics Committee, Sheffield Health Authority, UK; (2) Comitê de Ética em pesquisa - CEFID - Udesc, Florianópolis, BR.