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  • 8/14/2019 ostemplarios

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    OS TEMPLRIOS(Fernando Dez Celaya, Ed. Angra, 2001, 144p.)

    As Cruzadas surgiram como uma necessidade religiosa de recuperao dos lugares sagrados dacristandade, localizados em territrio srio, pois neles haviam transcorrido a vida, a paixo e a morte deJesus Cristo. Porm, por trs dessa pretenso religiosa, existiam interesses poltico-econmicos: asCruzadas representaram um programa de conquista de novos territrios, voltado a conseguir que os

    comboios e os barcos comerciais transitassem livremente pelas principais rotas comerciais; a liberar o marMediterrneo e dar acesso ao mercado do Oriente; criar um ponto de ancoragem de exrcitos fiis aocristianismo que servissem de arsenal e de fronteira em face do avano do islamismo.

    V-se, assim, que as Cruzadas tiveram objetivos no s espirituais ou religiosos.As Cruzadas no responderam a um ideal eminentemente religioso e aglutinador de ideologias

    crists, pois foram se desviando de sua finalidade principal a libertao da Palestina e o poder dospapas utilizou as expedies como objetivo para consolidar seus interesses pessoais e os da Igreja.

    Com a conquista da Terra Santa, em 1095, surge o fenmeno das grandes peregrinaes doscristos europeus Palestina. Porm, a viagem era carregada de perigos e sobressaltos, pois os viajantesficavam expostos a a ssaltos e emboscadas.

    Em 1128, funda-se a Ordem do Templo de Salomo (os Templrios), uma milcia composta pormonges-soldados, cujo objetivo primordial era proteger e defender os peregrinos cristos na Terra Santa.Seus outros objetivos eram combater diretamente o infiel muulmano, servir de posto cristo avanado,patrulhar as estradas e acompanhar caravanas. Alm da proteo aos peregrinos, os templriosencarregavam -se da defesa dos interesses da cristandade no Oriente tanto interesses polticos quantoeconmicos , sempre vinculados poltica hegemnica da Igreja catlica.

    Os templrios, como monges-soldados, lutam ao lado dos cristos e dos exrcitos procedentes daEuropa; criam suas comendas e erguem suas poderosas fortalezas, edificando um imprio fabuloso umautntico Estado dentro do Estado.

    Os templrios surgiram quando, em 1118, nove cavaleiros franceses e flamengos se apresentaram,na Terra Santa, ao rei de Jerusalm, Balduno II, e lhe ofereceram sua colaborao para vigiar e patrulharcaminhos, realizar tarefas policiais e defender peregrinos e cristos em geral dos assdios dos infiis. frente desses cavaleiros estava Hugo de Payns o primeiro gro-mestre templrio. O rei lhes deu comosede nada mais nada menos do que o templo do rei Salomo da o nome templrios.

    Os estatutos dos templrios compem-se de 72 artigos, que estabelecem, entre outras coisas: votosde pobreza, castidade e obedincia; austeridade e renncia; jejum; entre outras obrigaes. O templriono possua nada, o que no o caso da Ordem, que dispunha de armas, cavalgaduras, igrejas, castelos,terrenos, grande soma em dinheiro e outros bens.

    Com a criao da Ordem e sua instalao na Terra Santa, surgiram vultosas doaes consistentes na

    sua maioria em terras, castelos, casas, propriedades rurais produtivas e bens imveis em geral. Dessamaneira, bem depressa a Ordem contou com um patrimnio de primeira magnitude. A Ordem tambmcomercializava, cobrava pedgios, no pagava impostos nem dzimos. Assim, tornou-se rica e poderosa. Ostemplrios foram grandes fiad ores de reis e papas.

    A Ordem do Templo imitava o estabelecimento militar e a distribuio interna por escaleshierarquizados. No alto da hierarquia estava o gro-mestre, que s respondia ao papa. As mulheres noeram aceitas na Ordem.

    Durante o reinado de Filipe IV, rei da Frana, fabricou-se uma lista de acusaes insidiosas contra ostemplrios: idolatria, sodomia, heresia, magia, homossexualismo, etc.

    Em 1307, todos os templrios da Frana foram presos por ordem de Filipe IV, inclusive o gro-mestreJacques de Molay. A perseguio estendeu-se tambm a outros reinos europeus.

    A polcia de Filipe IV reuniu testemunhos e provas escandalosas que procediam de todas as partes.Os testemunhos eram os mais variados possveis: os templrios negavam a Cristo; os templrios possuamuma regra secreta pela qual se exigia do aspirante, ao ser recebido pela Ordem, que renegasse a Jesus; os

    templrios praticavam entre si a homossexualidade ritual; e outros desatinos.Na verdade, o que no era perdoado aos templrios era o seu enorme poder econmico e poltico,

    aliado acumulao de riquezas e tesouros. A Ordem do Templo era muito poderosa e ameaava infiltrar -se excessivamente nos meandros do poder real e eclesistico. O rei e o papa deviam dinheiro Ordem doTemplo, e em grandes quantidades .

    Os principais lderes templrios foram condenados fogueira e queimados no trio da catedral deNotre-Dame em 1314. Ao auto-de-f assistem o rei Filipe IV, os prncipes reais, os nobres da cidade efuncionrios do Estado, alm do povo, claro.

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    Nos ltimos momentos de vida, j sob a chama homicida, o gro -mestre Jacques de Molay proferiusua maldio: o papa Clemente V morreria em 40 dias, e o rei Filipe IV deixaria este mundo antes de umano. Clemente V morreu 33 dias depois, vtima de uma infeco intestinal. Filipe IV morreu nove mesesaps o auto-de-f, devido a uma queda de cavalo.

    O Conclio de Viena decretou a dissoluo da Ordem dos Templrios em 1312.A Ordem dos Templrios pareceu no ter outra dona a no ser ela mesma, no deu a impresso de

    seguir os ditames de ningum, mas apenas os que estabeleciam os seus prprios interesses. O papa, os

    reis, os imperadores nunca foram, na verdade, seus aliados.O mistrio sempre marcou a existncia dos templrios. Alguns dizem que os templrios estavam, naverdade, cata dos objetos tradicionalmente mgicos e simblicos, fontes de poder material e receptculosde fora espiritual: a Arca da Aliana, a Lana de Longinos(centurio que feriu Jesus na cruz) e o SantoGraal.