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Universidade Federal de Ouro Preto Escola de Minas Departamento de Engenharia de Produção, Administração e Economia – DEPRO PCP EM UMA INDÚSTRIA DE PEDRA SABÃO: PROGRAMAÇÃO DA PRODUÇÃO COM O AUXÍLIO DO MS PROJECT Valéria Ferreira de Castro Reis Ouro Preto, 2005

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Universidade Federal de Ouro Preto

Escola de Minas Departamento de Engenharia de Produção,

Administração e Economia – DEPRO

PCP EM UMA INDÚSTRIA DE PEDRA SABÃO:

PROGRAMAÇÃO DA PRODUÇÃO COM O AUXÍLIO DO MS

PROJECT

Valéria Ferreira de Castro Reis

Ouro Preto, 2005

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2

Valéria Ferreira de Castro Reis

[email protected]

PCP EM UMA INDÚSTRIA DE PEDRA SABÃO: PROGRAMAÇÃO DA PROGRAMAÇÃO COM O AUXÍLIO

DO MS PROJECT

Monografia apresentada ao Curso de Engenharia de Produção da Escola de Minas da Universidade Federal de Ouro Preto como parte dos requisitos para obtenção do grau de Engenheiro de Produção.

Prof. Orientador: Jorge Bréscia Murta, MSc.

Ouro Preto, 2005

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3

“Uma vez que não somos daqui, que este não é nosso lugar de descanso,

que não somos de nós mesmos, que nosso privilégio é glorificar a Deus

através do corpo e do espírito, dedico este trabalho àquele que é poderoso

para fazer muito mais abundantemente além daquilo que pedimos ou pensamos,

afim de que opere em nós tanto o que querer como efetuar segundo a Sua boa vontade...”

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RESUMO

O presente trabalho trata, a princípio, de descrever teoricamente alguns

conceitos e abordagens vinculados ao Planejamento e Controle da Produção - PCP -

utilizado por algumas empresas atualmente. Posteriormente detalha-se um pouco do

universo da Programação da Produção, importante ferramenta do PCP, com o auxílio do

software computacional de gerenciamento de projetos MS Project. Este estudo foi

realizado e implantado juntamente à produção de uma empresa de extração e

beneficiamento de pedra sabão localizada em Cachoeira do Campo, distrito de Ouro

Preto, Minas Gerais.

Neste trabalho também destacam-se os resultados obtidos e, a partir

destes, são apresentadas as conclusões sobre a implementação deste modelo gerencial

na empresa em questão, além das sugestões do autor desenvolvidas perante às

dificuldades e limitações encontradas no decorrer do processo de criação deste trabalho.

ABSTRACT

The present work treats, the principle, theoretically to describe some

entailed concepts and boardings to the Planning and Control of the Production - PCP -

used by some companies currently. Later a little of the universe of the Programming of

the Production, important tool of the PCP is detailed, with the aid of the computational

software of management of projects MS Project. This study it was carried through and

implanted together to the production of a company of extration and improvement of

soap stone located in Cachoeira do Campo, district of Ouro Preto, Minas Gerais. In

this work also gotten results e are distinguished, to leave of these, are presented the

conclusions on the implementation of this managemental model in the company in

question, beyond the suggestions of the author developed before the difficulties and

limitations found in elapsing of the process of creation of this work.

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SUMÁRIO

LISTA DE FIGURAS....................................................................................................... 1

LISTA DE TABELAS...................................................................................................... 2

LISTA DE SIGLAS.......................................................................................................... 3

INTRODUÇÃO .............................................................................................................14

Justificativa do Trabalho............................................................................................. 14

Importância do Trabalho............................................................................................. 15

Objetivos do Trabalho ................................................................................................ 15

Objetivo Geral......................................................................................................... 15

Objetivos Específicos ............................................................................................. 15

Limitações do Trabalho .............................................................................................. 16

Estrutura do Trabalho ................................................................................................. 17

1. CONCEITOS E ABORDAGENS............................................................................19

1.1. Conceito de Qualidade......................................................................................... 19

1.2. Produtividade....................................................................................................... 21

1.2.1. Melhorando a Produtividade......................................................................... 22

1.3. Competitividade................................................................................................... 22

1.4. Sobrevivência....................................................................................................... 23

1.5. Processo ............................................................................................................... 24

1.5.1. Itens de Controle de um Processo.................................................................. 24

1.6. O Ciclo PDCA no Controle de Processos............................................................ 25

1.7. Garantia de Qualidade ......................................................................................... 26

1.8. Padronização........................................................................................................ 26

1.8.1. Fase preparatória para a Padronização........................................................... 27

1.8.2. Método de Padronização................................................................................ 28

1.8.3. Características dos Padrões............................................................................ 28

1.8.4. Procedimento Operacional Padrão (POP)...................................................... 30

1.9. Planejamento e Controle da Produção ................................................................. 30

1.9.1. Esquema Informativo do PCP........................................................................ 31

1.9.2. Planejamento e Programação da Produção.................................................... 32

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6

1.9.3. Como Planejar................................................................................................ 33

1.10. Controle de Estoques ......................................................................................... 35

1.11. Acompanhamento e Controle da Produção .......................................................36

1.11.1. Ação Corretiva............................................................................................. 39

1.12. Computadores no PCP....................................................................................... 39

1.12.1. Redes de Programação................................................................................. 40

1.13. Projeto................................................................................................................ 42

1.13.1. Gerenciamento de Projetos .......................................................................... 43

1.13.2. Planejamento em Projetos............................................................................ 43

1.14. O Microsoft Project ........................................................................................... 44

1.14.1. Barra de Menus............................................................................................ 45

1.14.2. Barra de Ferramentas ...................................................................................46

1.14.3. Barra de Formatação.................................................................................... 46

1.14.4. Barra de Modos............................................................................................ 47

1.14.5. Gráfico de Gantt........................................................................................... 47

1.14.6. Planilha de Recursos....................................................................................49

1.14.7. Gráfico de Recursos..................................................................................... 50

1.14.8. Planilha de Uso do Recurso ......................................................................... 51

1.14.9. Planilha de Uso da Tarefa............................................................................ 52

1.14.10. Diagrama de Rede......................................................................................53

1.15. Etapas para se Criar um Projeto.......................................................................... 54

2. METODOLOGIA .....................................................................................................58

2.1. Descricao da Metodologia ................................................................................... 58

3. A EMPRESA E SUA MATÉRIA-PRIMA .............................................................59

3.1. A Matéria-Prima .................................................................................................. 59

3.2. A Empresa e seus Produtos.................................................................................. 60

3.3. Organograma Departamental ............................................................................... 64

3.4. O Processo ........................................................................................................... 64

3.4.1. Acompanhameto e Controle da Produção ..................................................... 67

4. RESULTADOS OBTIDOS......................................................................................71

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7

5. CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES...............................................................73

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................................76

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8

LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1.3. Interligação entre os Conceitos................................................................ 23

FIGURA 1.5. Diagrama de Causa e Efeito..................................................................... 24

FIGURA 1.6. Ciclo PDCA no Controle de Processos.................................................... 25

FIGURA 1.8.1. Procedimentos para a Padronização de uma Empresa.......................... 27

FIGURA 1.9.1. Esquema Informativo do PCP............................................................... 31

FIGURA 1.11.b. Formulário para Controle por Eficiência ............................................ 37

FIGURA 1.11.c. Formulário para Produção Diária Acumulada .................................... 38

FIGURA 1.11.d. Formulário para Controle por Data de uma Remeteção ..................... 38

FIGURA 1.11.e. Gráfico de Produtividade .................................................................... 39

FIGURA 1.12.1. Rede de Programação ......................................................................... 41

FIGURA 1.13.2. Etapas de Elaboração de um Projeto................................................... 41

FIGURA 1.14. O MS Project ........................................................................................ 45

FIGURA 1.14.5. Gráfico de Gantt ................................................................................. 48

FIGURA 1.14.6. Planilha de Recursos ........................................................................... 49

FIGURA 1.14.7. Gráfico de Recursos............................................................................ 50

FIGURA 1.14.8. Planilha de Uso do Recurso ................................................................ 51

FIGURA 1.14.9. Planilha de Uso da Tarefa ................................................................... 52

FIGURA 1.14.10. Diagrama de Rede............................................................................. 53

FIGURA 3.1. Utilização da Matéria-Prima .................................................................. 60

FIGURA 3.2 a Kits para fornos de aquecimento doméstico ........................................ 61

FIGURA 3.2 b Balaústres............................................................................................. 61

FIGURA 3.2 c Chapas (Polegadas) .............................................................................. 62

FIGURA 3.2 d Chafarizes e Alizares Balaustres........................................................... 62

FIGURA 3.2 e Placas para bancadas, revestimentos e pisos ....................................... 62

FIGURA 3.2 f Panelas, Grelhas e pratos de Pizza........................................................ 63

FIGURA 3.2 g Lareiras e Esculturas ............................................................................ 63

FIGURA 3.2 h Vista aérea da empresa......................................................................... 64

FIGURA 3.4.1 a Procedimento Operacional Padrão de peça de forno ......................... 68

FIGURA 3.4.1 b Ordem de Produção............................................................................ 70

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LISTA DE TABELAS

TABELA 1.4 Objetivo das Empresas............................................................................ 23

TABELA 1.8.2 Método de Padronização...................................................................... 28

TABELA 3.4 Número de Funcionários por Máquinas.................................................. 66

ANEXOS

ANEXO I Organograma Departamental da Empresa

ANEXO II Fluxograma do Processo Produtivo

ANEXO III Fluxo das Peças de Fornos

ANEXO IV Planilha de Controle

ANEXO V Planilha de Controle Diário

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LISTA DE SIGLAS

OPPS Ouro Preto Pedra Sabão

CD Cortadeiras

BR Bloco Regular de Pedra Sabão

BI Bloco Irregular de Pedra Sabão

PT Ponta de Bloco de Pedra Sabão

MS Project Microsoft Project

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INTRODUÇÃO

As empresas que são consideradas sólidas e inabaláveis podem, hoje em

dia, ter sua sobrevivência ameaçada devido às rápidas mudanças ocorridas no mundo

dos negócios. Este fato é tão ocorrente que é inegável a crescente e inevitável

preocupação da alta administração das empresas, em todo o mundo, em desenvolver ou

adquirir novos sistemas gerenciais, também conhecidos como softwares, mais ágeis e

eficientes para garantir a sua sobrevivência. O Planejamento e Controle da Produção

(PCP) também se apresenta, dentro deste conceito, como um forte instrumento a ser

utilizado pela gestão administrativa. Através dele pode-se garantir grande domínio sobre

o processo de transformação de uma empresa e assim, sobre os resultados ligados a ele.

Para melhor acionar estes mecanismos de transformação é necessário que antes se

planeje, programe e controle toda a produção harmonicamente, garantindo o

entrosamento de todos os setores envolvidos afim de garantir ou superar as metas

internas e externas à empresa, produzindo com melhor qualidade, menor custo e tempo

além de obter maiores lucros.

Assim, este trabalho se dedica à descrição teórica e à aplicação de uma

ferramenta do PCP: a Programação da Produção como a determinação do “melhor

método” de produção, ou seja, aquele que os equipamentos, a matéria-prima, os

colaboradores, a alta administração da organização permitem adotar.

Justificativa do Trabalho

A definição do tema para a realização deste trabalho teve, em seu início,

razões de cunho e interesse pessoal, direcionadas ao desenvolvimento de um trabalho

prático na empresa em questão e que, posteriormente, foram reforçadas com a ajuda e

encaminhamento do orientador e com a pesquisa bibliográfica sobre o assunto realizada

pelo autor e utilizada para verificar a relevância deste estudo.

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12

Importância do Trabalho

No atual cenário mundial de mudanças, as organizações necessitam rever

seus modelos gerenciais, reformular suas estruturas e adotar novas metodologias para

enfrentar questões vinculadas à qualidade, redução de custos e aproveitamento

otimizado de sua produção. Assim, é inegável a importância de uma sintonia entre os

diversos setores que compõem uma empresa, bem como uma produção enxuta e de

qualidade. A importância deste trabalho está na consolidação e aprendizagem sistêmica

dos temas que envolvem este conceito e, o mais relevante, na própria prática de

aplicação de um modelo gerencial de produção proposto que reflita em benefícios

múltiplos para a empresa, para seus colaboradores e clientes.

Objetivos do Trabalho

O principal objetivo deste trabalho é apresentar uma abordagem teórica

sobre o assunto Planejamento e Controle da Produção – PCP, além do desenvolvimento

e acompanhamento da implantação de um software de gerenciamento de projetos, o

Microsoft Project, na programação da produção de uma empresa de médio porte.

Objetivo Geral

Desenvolver uma abordagem teórica e prática sobre programação da

produção e o acompanhamento da sua implantação utilizando o software Microsoft

Project em um processo de extração e beneficiamento de pedra sabão numa empresa de

médio porte localizada em Cachoeira do Campo, distrito de Ouro Preto, Minas Gerais.

Objetivos específicos

1. Realizar levantamento bibliográfico sistêmico do tema proposto;

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13

2. Identificar a amplitude do conceito de programação da produção

dentro do Planejamento e Controle da Produção;

3. Acompanhar a implantação, em etapas, de um modelo de gestão

de programação da produção, em uma empresa de extração e

beneficiamento de pedra sabão utilizando o software Microsoft

Project.

4. Acompanhar os resultados obtidos com a implantação do modelo

de gestão e propor alternativas para minimizar as não

conformidades encontradas durante a implementação.

Limitações do trabalho

É fato que algumas limitações foram encontradas ao longo do

desenvolvimento desta monografia inerentes à implantação do sistema gerencial

proposto pelo autor. Pode- se citar como os principais problemas encontrados:

1. Conscientização dos líderes de setores e funcionários à adesão

ao novo modelo de gestão.

2. Constantes alterações nos pedidos dos clientes que interferiam

no processo de programação da produção dos containers.

3. Problemas com a disponibilidade de matéria-prima adequada

e em perfeito estado para garantir o mínimo de qualidade

exigida para a confecção das placas.

4. Alto índice de manutenções corretivas nas máquinas

utilizadas no processo o que atrasava a continuidade da

produção, desestruturando o planejamento da produção.

5. Interrupção da produção de placas para exportação para a

inclusão de pedidos de mercado interno não programados o

que alterava as prioridades de produção planejadas.

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Estrutura do Trabalho

Este trabalho está organizado como segue. Neste capítulo procura-se

enfatizar a origem do trabalho em questão, bem como sua importância, seus objetivos e

limitações encontradas no decorrer de sua realização.

No capítulo 2 faz-se um levantamento de todos os conceitos necessários

para o esclarecimento do tema proposto e, assim, introduzir a questão da importância da

programação enxuta da produção em organizações industriais nos dias de hoje. Dentre

os principais conceitos, se destacam:

1. Conceito de Qualidade;

2. Produtividade;

3. Competitividade;

4. Sobrevivência;

5. Processo;

6. Itens de Controle de um Processo;

7. Controle de Qualidade;

8. Padronização;

9. Procedimento Operacional Padrão (POP);

10. Planejamento e Controle da Produção;

11. Planejamento e Programação da Produção;

12. Controle de Estoques;

13. Acompanhamento e Controle da Produção;

14. Ação Corretiva;

15. Computadores no PCP;

16. Redes de Programação;

17. Gerenciamento de Projetos;

18. Planejamento em Projetos;

19. O Microsoft Project.

No capítulo 3 apresenta-se a metodologia de estudo. Para tanto considera

uma empresa de extração e beneficiamento de pedra sabão localizada em Cachoeira do

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15

Campo, distrito de Ouro Preto, Minas Gerais, e a modificação de sua rotina produtiva

através do programa de otimização MS Project.

O capítulo 4 apresenta a empresa onde acompanhou-se o processo de

implantação do novo modelo de gestão de programação da produção e um breve

histórico sobre a matéria-prima utilizada nesta empresa, a pedra-sabão.

No capítulo 5 são apresentados os resultados obtidos com o

desenvolvimento, aplicação e acompanhamento do programa proposto a esta empresa,

bem como uma confrontamento com os conceitos e procedimentos detalhados pelo

trabalho.

Finalmente, o capítulo 6 aborda a conclusão do trabalho com base nos

resultados obtidos durante e após a implantação do programa na empresa.

As referências bibliográficas utilizadas para compor este trabalho podem

ser encontradas ao fim do mesmo.

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16

CAPÍTULO 1 CONCEITOS E ABORDAGENS

1.1 Conceito de Qualidade

O conceito de Qualidade foi primeiramente ligado à definição de

conformidade às especificações técnicas. O conceito evoluiu e, posteriormente,

qualidade se associava à visão de satisfação do cliente.

Mas é claro que a satisfação do cliente não é resultado apenas do grau de

conformidade com as especificações técnicas, mas também de outros fatores como

prazo e pontualidade de entrega, atendimento pré e pós-venda, condições de pagamento,

flexibilidade, etc.

A qualidade dos processos, em geral, deve ser gerada com o objetivo de

melhorar o desempenho da organização com relação a variáveis críticas, como custo,

satisfação dos clientes, ciclos operacionais, etc. Mas, para ser gerenciada, a qualidade

necessita antes de mais nada, ser medida, através das saídas dos processos, de forma a

evidenciar e avaliar o grau com que os requisitos dos clientes estão sendo atendidos

e/ou excedidos. Assim, as medidas de qualidade podem determinar o estado atual dos

processos evidenciando um parâmetro de avaliação para futuras mudanças e melhorias.

Resumindo, um produto ou um serviço de qualidade é aquele que atende perfeitamente,

de forma confiável, acessível, segura e no tempo certo às necessidades dos clientes.

Segundo Falconi (1992:2) esta definição pode ser esquematizada da seguinte forma:

a) ... que atende perfeitamente... = PROJETO PERFEITO

b) ... de forma confiável... = SEM DEFEITOS

c) ... de forma acessível... = BAIXO CUSTO

d) ... de forma segura... = SEGURANÇA DO CLIENTE

e) ... no tempo certo... = ENTREGA NO PRAZO CERTO, NO

LOCAL CERTO E NA QUANTIDADE CERTA.

Já Deming (1990:36) afirma que "qualidade é um grau previsível de

uniformidade e dependência, a baixo custo, adequada ao mercado". Em outras palavras,

qualidade é qualquer coisa que o cliente necessita ou deseja. Mas como as necessidades

e os desejos dos clientes estão sempre mudando, a solução para a definição da qualidade

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17

em termos de cliente é redefinir os requisitos constantemente. Para Deming a qualidade

deve estar orientada às necessidades dos clientes, tanto atuais como futuras.

Segundo Juran (1990:124-126), embora a palavra qualidade possua

várias interpretações, é conveniente destacar dois significados importantes:

(a) qualidade consiste nas características de produtos que atendem as

necessidades dos clientes, proporcionando, portanto, satisfação;

(b) qualidade é a ausência de deficiências. Para padronizar uma definição

mais curta que englobasse estas duas características, Juran define qualidade como

"adequação ao uso'.

Ishikawa (1986:77) postula que "(...) qualidade começa e termina com

educação". Também defende que o primeiro passo para a qualidade é o conhecimento

dos requisitos dos clientes; portanto, marketing é a entrada e a saída da qualidade. Para

Ishikawa, a gestão da qualidade consiste em desenvolver, criar e fabricar mercadorias

mais econômicas, úteis e satisfatórias para o comprador.

Taguchi (1990:49-50) afirma que a " (...) qualidade consiste em

minimizar as perdas causadas pelo produto não apenas ao cliente, mas à sociedade, a

longo prazo". Para ele, a razão das perdas para o cliente e para a sociedade é a dispersão

(variabilidade).

Garvin (1992:88-89) destaca a necessidade de um melhor entendimento

do termo qualidade, para que ela possa realmente assumir um papel estratégico. Ele

afirma que estudiosos de filosofia, economia, marketing e gerência de operações têm

visto a qualidade sob aspectos diferentes. A filosofia concretiza-se nas questões de

definição; a economia, na maximização dos lucros e no equilíbrio do mercado; o

marketing, nos elementos críticos determinantes do comportamento dos compradores e

na satisfação dos clientes, a gerência de operações, nas práticas de engenharia e no

controle da produção.

Definições Oficiais:

A Sociedade Americana para o Controle da Qualidade (ASQC -

American Society for Quality Control) adota a seguinte definição de qualidade:

“Qualidade é definida como a totalidade de características e atributos de um produto ou

serviço que possuem a habilidade de satisfazer uma certa necessidade”.

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18

A ISO (International Standard Organization) define qualidade como 'o

conjunto das propriedades e características de um produto, processo ou serviço, que lhe

fornecem a capacidade de satisfazer as necessidades explícitas ou implícitas".

A Associação de Normas da França (AFNOR) propõe uma definição de

qualidade muito próxima: “a qualidade é a capacidade de um produto ou serviço

satisfazer às necessidades dos usuários”.

Tais definições citadas acima colocam a qualidade como a capacidade de

atender às necessidades dos clientes da maneira mais abrangente possível e cobrem os

principais conceitos associados ao termo qualidade (embora não se tenha, contudo,

esgotado o assunto).

1.2 Produtividade

Basicamente entende-se que aumentar a produtividade é conseguir

produzir cada vez mais e/ou melhor com cada vez menos. Assim, é comum representar

a produtividade como o resultado da divisão entre o que uma empresa produz

(“OUTPUT”) e o que ela consome (“INPUT” ), ou seja:

Mas, de acordo com Falconi (1992, 3), não basta somente aumentar a

quantidade produzida, é necessário que o produto tenha valor e que atenda às

necessidades dos clientes. E quanto maior for a produtividade de uma empresa, mais útil

ela é para a sociedade e o seu lucro decorrente é um prêmio que a sociedade lhe paga

pelo bom serviço prestado. Logo surge outra definição de produtividade:

PRODUTIVIDADE = QUALIDADE

CUSTOS

PRODUTIVIDADE = OUTPUT

INPUT

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19

1.2.1 Melhorando a produtividade

Sabe-se que três elementos básicos constituem as organizações humanas.

São eles:

a) Equipamentos e materiais: “HARDWARE”

b) Procedimentos, métodos ou maneira de fazer as coisas:

“SOFTWARE”

c) Ser humano: “HUMANWARE”.

A grande questão debatida é, então, como preparar estas organizações

humanas para que tenham a máxima produtividade. O autor dá uma resposta bem lógica

para esta questão: melhorando o “hardware”, o “software” e o “humanware”.

Para melhorar o “hardware” é necessário fazer um aporte de capital, pois

havendo capital, pode-se comprar qualquer equipamento ou matéria-prima necessários

para alcançar o aumento da produtividade.

Para melhorar o “software” é necessário melhorar os procedimentos,

métodos de uma organização através das pessoas, pois não é possível simplesmente

comprar ma procedimento e implanta-lo sem que este passe pelas pessoas que, se bem

instruídas/treinadas, são capazes de absorver e aplicar tais métodos e procedimentos.

Logo conclui-se que o desenvolvimento do “software” depende diretamente do

desenvolvimento do “humanware”.

Finalmente Falconi (1992:5) afirma que para se alcançar a melhoria do

“humanware” é preciso fazer uma aporte de conhecimento que pode ser levado às

empresas de várias maneiras: no recrutamento de pessoas qualificadas, pelo contínuo

investimento na educação dos funcionários, pelo auto-aprendizado, pelo treinamento no

trabalho e pelas técnicas adquiridas de outras empresas com o contato com pessoas de

outras organizações. Assim, como diz Deming (1982:373): “Não existe maior

substituto para o conhecimento”.

1.3 Competitividade

Nos dias atuais, ser competitivo significa obter maior produtividade que

os concorrentes. Assim, o que garante mesmo a sobrevivência das empresas é a garantia

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20

SOBREVI- VÊNCIA

da sua competitividade e esta competitividade depende diretamente da produtividade e

esta da qualidade. Falconi (1992:7) organiza esta dependência numa pirâmide de

interligação mostrada a seguir:

SOBRVIVência

Fig. 1.3: Interligação entre os conceitos Fonte: Falconi, p. 7, 1992.

1.4 Sobrevivência

De acordo com os conceitos discutidos até aqui, pode-se concluir que a

sobrevivência de uma organização significa montar e dar suporte a uma equipe de

pessoas capaz de implantar e operar um sistema, de projetar um produto que conquiste o

cliente e sua preferência a um custo inferior aos de seus concorrentes potenciais. Este é

o verdadeiro objetivo de uma empresa: sua sobrevivência através da satisfação as

necessidades das pessoas. Esquematizando, pode-se apresentar, segundo Falconi

(1992:9) quais as dimensões dos objetivos das empresas:

OBJETIVO PRINCIPAL PESSOAS MEIOS

Satisfação das Consumidores Qualidade necessidades Empregados Crescimento do ser humano

das Acionistas Produtividade pessoas Vizinhos Contribuição social

Tabela 1.4 Objetivo das empresas Fonte: Falconi, p. 13, 1992.

PROJETO PERFEITO

FABRICAÇÃO PERFEITA

SEGURANÇA DO CLIENTE

ASSISTÊNCIA PERFEITA

ENTREGA NO PRAZO

CUSTO BAIXO

QUALIDADE (PREFERÊNCIA DO CLIENTE)

PRODUTIVIDADE

COMPETITIVIDADE

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21

Fornecedores

Fornecimento próprio

Deterioração

Manutenção

Instrumentos

Condições locais

Inspeção

Oficina Físico

Mental

Informação

Instrução

Procedimento Clima

1.5 Processo

De acordo com Falconi (1992:17), processo é um conjunto de causas

capazes de provocar um ou mais efeitos. Um processo pode ser dividido em famílias de

causas como, por exemplo, máquinas, matérias-primas, medidas, meio ambiente, mão

de obra e método. Estas causas também podem ser nomeadas de “fatores de

manufatura”, mais comumente usados na apresentação do Diagrama de Ishikawa para a

correlação do efeito e suas causas. Este diagrama é apresentado a seguir:

Fig 1.5 - Diagrama de Causa e Efeito Fonte: Falconi, p. 18, 1992. 1.5.1 Itens de controle de um processo

Quando se fala de itens de controle de processo abrangemos todos os

índices numéricos estabelecidos sobre os efeitos de cada processo para medir a sua

qualidade total. Todo processo deve ser gerenciado com base nestes itens de controle

que medem a qualidade de um produto ou serviço resultante de um processo.

MEIO AMBIENTE

MÁQUINA MEDIDA MATÉRIA-PRIMA

MÉTODO MÃO-DE-OBRA

EFEITO

CAUSAS

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22

P

D C

A

Definir as metas e os métodos que

permitirão atingir as metas propostas

Educar, treinar e executar a tarefa (coleta de dados)

Verificar os dados da

tarefa realizada

Atuar corretivamente

1.6 O ciclo PDCA no controle de processos

Com a finalidade de trabalhar e controlar um determinado processo foi

criado um método gerencial chamado Ciclo PDCA (Plan, Do, Check, Act) composto

pelas quatro fases básicas de controle: planejar, executar, verificar e atuar

corretivamente. Falconi (1992:29) dá os seguintes significados ao Ciclo PDCA:

Planejamento (P): é responsável por estabelecer as metas sobre os itens

de controle e também o método, maneira para se atingir estas metas propostas.

Execução (D): Indica exatamente como as tarefas devem ser executadas e

define o treinamento essencial para a execução.

Verificação (C): É a fase de comparação dos dados coletados no

resultado da execução com a meta planejada.

Ação Corretiva (A): Caso seja identificado algum desvio durante a

verificação, é nesta fase que o usuário deve atuar corretivamente com o intuito de que

este desvio jamais ocorra novamente.

O ciclo PDCA, que é uma das ferramentas da qualidade mais incidentes,

pode ser usado não somente com a finalidade de melhorar um controle de processo, mas

também para manter e para dar manutenção no nível de controle.

Figura 1.6 Ciclo PDCA no Controle de Processos Fonte: Falconi, p. 30, 1992.

Page 23: PCP EM UMA INDÚSTRIA DE PEDRA SABÃO.pdf

23

1.7 Garantia de Qualidade

Para garantir que todas as atividades da qualidade estão sendo

desenvolvidas e conduzidas da melhor maneira e, assim, confirmar que todas as atitudes

necessárias para o atendimento das necessidades dos clientes dentro de uma empresa

estão sendo conduzidas de maneira correta e melhor que o concorrente, existe a

Garantia da Qualidade. Trata-se, segundo Falconi (1992:101), de um processo

sistemático de verificação para se ter certeza de que a inspeção da qualidade e suas

operações de controle serão conduzidas de maneira correta e completa. Ao mesmo

tempo a garantia de qualidade pode ser capaz de verificar se os setores de projeto,

produção e vendas estão trabalhando com o intuito de manter o nível de qualidade

desejado.

Numa empresa esta garantia de qualidade só pode ser alcançada com a

participação de todos os seus integrantes responsáveis pelos pequenos processos

constituintes do grande processo que é uma empresa. Cada pequeno processo deve

garantir a qualidade para o processo seguinte, buscando sempre a satisfação completa de

seu cliente interno. Portanto, a participação e colaboração do elemento humano numa

organização são fundamentais para atingir a garantia da qualidade.

1.8 Padronização

Considerada a mais fundamental das ferramentas gerenciais a

padronização tem como princípio básico reunir as pessoas para discutir os

procedimentos até encontrar aquele que for melhor e mais viável, treinar as pessoas

envolvidas e ter certeza de que a execução está de acordo com o que foi discutido e

consensado. Assim, o trabalho de várias pessoas diferentes que compõem determinada

corporação e executam o mesmo tipo de tarefa, porém em horários diferentes, será

padronizado.

Outra definição relevante de padronização é dada por Falconi que diz:

(...) “ a padronização é a elaboração crítica e criativa, por parte de todos os profissionais

de uma organização, que se explicita em documentos sobre os fins, os métodos e os

procedimentos atuais de cada processo desenvolvido.”

Page 24: PCP EM UMA INDÚSTRIA DE PEDRA SABÃO.pdf

24

Melhorias

Feed-Back

Planejamento doestabelecimentodos padrões da

dos padrões

empresa

Preparo da propostados padrões

Deliberação e decisão

vamento dos padrões

Estabelecimentode clima parapadronização

Preparo daspessoas

Estabelecimentodo sistema de padronização

Organização

padronização

Conduzir o trabalhode acordo com

os padrões

Discussão doconteúdo dos

padrõesEdição dos padrões

Distribuição e arqui-

Solicitação de organi-zação externa

Revisão dos motivose objetivos da

DIRETORES

OPERADORES

GERENTES

AUDITORIA

A padronização é um meio que visa conseguir melhores resultados

conduzindo formalmente o treinamento no trabalho. Conseqüentemente ganha-se com a

padronização melhorias em qualidade, custo, cumprimento de prazos, segurança, etc.

1.8.1 Fase preparatória para padronização

O clima propício para a se iniciar o processo de padronização deve ser

alcançado através, em primeiro lugar, da conscientização da alta administração

(diretores e gerentes) e do chão-de-fábrica (staff e operadores) da importância da

utilização de padrões, especificando claramente suas metas e o plano para atingir tais

metas. Segue, abaixo, um fluxograma dos procedimentos para padronização de uma

empresa segundo Falconi (1992:18).

Fig. 1.8.1 Procedimentos para a padronização de uma empresa Fonte: Falconi, p. 18, 1992.

Page 25: PCP EM UMA INDÚSTRIA DE PEDRA SABÃO.pdf

25

1.8.2 Método de Padronização

Para se estabelecer um padrão é necessário, primeiramente, que se

estabeleça um objetivo a ser atingido, seja ele qualidade, custo, atendimento, moral ou

segurança. Feito isto, a padronização já pode ser implantada seguindo as etapas:

construção de um fluxograma; detalhamento do procedimento e registro em formato

padrão.

Falconi (1992:26) apresenta a seqüência geral da padronização que indica

suas etapas básicas. Esta seqüência pode ser observada abaixo:

Método de Padronização

ESPECIALIZAÇÃO

Nesta etapa deve-se escolher o sistema a ser

padronizado e determinar sua repetibilidade.

SIMPLIFICAÇÃO

Redução do número de produtos, componentes,

materiais e procedimentos do processo.

REDAÇÃO

Redigir numa linguagem que as pessoas entendam,

inclusive com gírias.

COMUNICAÇÃO

Comunicar e consensar com todas as pessoas ou

departamentos afetados pelo padrão.

EDUCAÇÃO E TREINAMENTO

O objetivo é fazer com que cada pessoa seja a mais

competente do mundo em sua função.

VERIFICAÇÃO DA

CONFORMIDADE AOS PADRÕES

O gerente supervisiona o sistema e o aperfeiçoa. O

supervisor audita o trabalho do operador e o ensina.

Tabela 1.8.2 Método de Padronização Fonte: Falconi, p. 26, 1992.

1.8.3 Características dos Padrões

Certos aspectos básicos dos padrões devem ser observados e preservados

quando implantados em determinada empresa. Falconi (1992:28) os define assim:

2

3

4

6

5

1

Page 26: PCP EM UMA INDÚSTRIA DE PEDRA SABÃO.pdf

26

• Quando um padrão for estabelecido, deve-se perguntar: Quem será o

usuário? Os padrões existem para que sejam utilizados na prática,

não no papel. Ele deve fazer parte da rotina de uma empresa e ser

atualizado ou modificado de 6 em 6 meses;

• Depois de redigido o padrão pergunte: Este padrão se encontra da

forma mais simples possível? Ele deve conter o menor número de

palavras possível e ser colocado de forma simples, objetiva;

• Outra pergunta: Este padrão pode ser cumprido? Aqueles padrões

que não retratam a situação atual da empresa são inúteis;

• O padrão está concreto? Aqueles padrões que se encontram de forma

abstrata, formal também são inúteis;

• É importante que toda informação ou conhecimento técnico flua para

todos os padrões a fim de serem melhor utilizados pelos operadores

em benefício dos demais componentes do sistema;

• Todo padrão deve ser revisto pelo menos uma vez por ano devido à

incorporação de inovações ao processo;

• Todo padrão deve ser baseado solidamente na prática, não somente

na teoria;

• As datas de emissão, revisão, o período de validade e as

responsabilidades específicas devem ser indicadas claramente para o

entendimento geral;

• Os padrões devem ser autorizados por hierarquia imediatamente

superior e cumpridos;

• Um padrão nunca deve contradizer outro, já que estão inseridos num

sistema;

• Os padrões devem ter seus nomes e formas padronizadas para toda a

empresa;

• Os padrões devem direcionar-se para o futuro a partir de uma

situação atual dominada.

Page 27: PCP EM UMA INDÚSTRIA DE PEDRA SABÃO.pdf

27

1.8.4 Procedimento Operacional Padrão (POP)

Este tipo de procedimento é destinado às pessoas que se encontram

diretamente ligadas à tarefa. Seu objetivo é alcançar de forma eficaz e segura os

requisitos de qualidade contendo todas as informações técnicas e gerenciais necessárias

para a realização de uma determinada tarefa ou função. Além disso, o POP também

deve conter os padrões de qualidade requisitados, a listagem de equipamentos, peças e

materiais utilizados na tarefa, a descrição detalhada do procedimento a ser feito, além

dos itens de controle e possíveis anomalias. No procedimento operacional é de

fundamental importância observar as atividades críticas que devem ser resumidas e

conter somente aquelas etapas essenciais que, de forma alguma, devem deixar de ser

feitas.

1.9 Planejamento e Controle da Produção (PCP)

O planejamento e controle de produção tem como finalidade definir um

plano de trabalho referente ao que fazer no futuro e sincronizar o sistema fazendo com

que o planejamento, a direção e o controle alcancem os mesmos resultados. Cabe ao

PCP transformar as informações obtidas sobre as vendas, estoques, linhas de produtos e

máquinas, de uma tal maneira que cada item se torne o menos oneroso possível para a

empresa.

Zaccarelli (1986:58) o conceitua sob a nomenclatura de programação e

controle da produção como (..)“um conjunto de funções inter-relacionadas que

objetivam comanda um processo produtivo e coordená-lo com os demais setores

administrativos da empresa”. Resumindo, o PCP deve orientar todo o processo

produtivo e coordená-lo junto aos setores administrativos da empresa.

De acordo com Rezende (1992:27) as finalidades do PCP são:

a. Obrigar a produção a seguir um roteiro estabelecido.

b. Detectar os problemas na linha de produção.

c. Estimar valores para programações futuras.

d. Manter os operadores informados sobre os resultados das operações.

Page 28: PCP EM UMA INDÚSTRIA DE PEDRA SABÃO.pdf

28

Dados técnicos

O que,

Quanto e

Quando

Máquinas

Mão-de-obra

Onde

Como Quantitativo

Quem QualitativoCONTROLES

FABRICAÇÃO

ENTREGA

ESTOQUE

VENDASENGENHARIA

DO PRODUTO

COMPRAS

PREVISÕESPCPCONTROLE DE

ESTOQUES

e. Manter os dirigentes informados sobre o desempenho do trabalho.

f. Garantir os pedidos de vendas.

g. Corrigir falhas dentro do sistema.

1.9.1 O esquema informativo do PCP

De acordo com Rezende (1992:28) a função do esquema informativo do

PCP é mostrar sua verdadeira relação com os demais setores da organização diretamente

ligados com a produção. Para facilitar o entendimento deste conceito a autora apresenta

o seguinte esquema:

Figura 1.9.1 Esquema Informativo do PCP Fonte: Rezende, p. 28, 1992.

O esquema acima mostra o PCP inserido no fluxo do processo

administrativo que pode ser dividido em etapas, a saber:

Page 29: PCP EM UMA INDÚSTRIA DE PEDRA SABÃO.pdf

29

1ª etapa - Planejamento: Tudo começa com o cliente que vai até a

empresa procurando determinado produto de seu interesse e o Departamento de Vendas

é o responsável a informar ao PCP o que, quanto e quando produzir. Com o auxílio

dos dados técnicos fornecidos pela Engenharia do Produto, o Planejamento decide

quanto e o que comprar para produzir baseado na capacidade produtiva, no

conhecimento tecnológico, nas Previsões, no Controle de Estoques e nos dados

oferecidos pelo Departamento de Compras. Determina-se, assim, a previsão de

fabricação, o planejamento do processo produtivo e a previsão de entrega.

2ª etapa - Controle: O Controle Quantitativo é responsabilidade do

próprio PCP enquanto que o Controle Qualitativo fica a cargo do Setor de Controle de

Qualidade. Nesta fase é primordial a estreita ligação entre os setores de PCP e Controle

de Qualidade, trocando informações necessárias e resultados alcançados, garantindo a

qualidade do início ao término do processo.

3ª etapa – Entrega: Nesta etapa o produto pode seguir para o Estoque

(criando remessas de segurança) ou para a entrega (cliente) dependendo de como foi

programado previamente.

Resumindo, este esquema informativo do PCP estabelece o estreitamento

do elo de ligação do Departamento de Vendas com o de Produção de uma empresa.

1.9.2 Planejamento e Programação da Produção

Pode-se dizer que o PCP busca determinar o melhor método produtivo e

consiste, na verdade, no aprimoramento do Programa de Produção com base na

capacidade produtiva, nas vendas e nos recursos financeiros disponíveis. Com base

nisso, alguns requisitos fundamentais servem como pilares para o sucesso do

Planejamento e Controle da Produção. São eles:

a. Entrega dos produtos na data prevista: É necessário planejar de tal

maneira a tornar a seqüência de trabalho e a produção mais organizadas

possível, atendendo a alimentação de máquinas, minimizando ou

anulando estoques. Em conseqüência do bom atendimento da produção,

vem o bom atendimento ao cliente.

Page 30: PCP EM UMA INDÚSTRIA DE PEDRA SABÃO.pdf

30

b. Mínimo tempo de fabricação: É importante determinar o tempo que o

produto fica parado esperando alguma peça ou a próxima seqüência de

fabricação. Além disso, é essencial também determinar o tempo ocioso

de máquinas e operadores, já que para se programar eficientemente é

preciso equilibrar o tempo de fabricação do produto, a ocupação da mão-

de-obra, dos equipamentos e da utilização do capital.

c. Tempo Mínimo Ocioso: Com relação à mão-de-obra o objetivo de se

alcançar o tempo mínimo se relaciona com a minimização do custo de salários, ou seja, a

intenção é deixar os funcionários sempre ocupados, porém nunca sobrecarregados,

fazendo com que todas as operações sejam realizadas da forma mais eficiente possível.

Da mesma forma acontece com a minimização do tempo ocioso dos equipamentos. É

importante utilizá-los o máximo possível e, para isto, analisar detalhadamente o tempo e

capacidade produtiva de cada máquina em separado.

Rezende (1992:58) mostra que uma importante ferramenta para se

conseguir a minimização do tempo ocioso das máquinas e da mão-de-obra é o estudo dos

tempos e movimentos que determina, através da observação e cronometragem

minuciosos, o tempo de preparação e fabricação, os quais devem ser mínimos. Se o tempo

de fabricação for reduzido, a capacidade das máquinas aumenta e se ele for executado no

momento em que a máquina produzir, aumenta-se também a produção.

1.9.3 Como Planejar

Rezende (1992:58) prova que para se fazer um planejamento de sucesso

é preciso deter os seguintes dados da empresa:

• Dados técnicos do produto a ser produzido;

• Previsão de vendas deste produto;

• Estoques;

• Fluxograma de produção do produto;

• Desperdício das máquinas;

Page 31: PCP EM UMA INDÚSTRIA DE PEDRA SABÃO.pdf

31

• Quantidade de recursos (mão-de-obra, máquinas) e horários de

trabalho;

• Limites e capacidade produtiva das máquinas;

• Horas disponíveis por máquina;

• Tempos-padrão por operação;

• Tempos de fabricação.

Com tais dados em mãos é possível traçar um Plano de Produção, que

varia de indústria para indústria de acordo com o que ela produz, com seu domínio

tecnológico, com a disponibilidade de matéria-prima, dentre outros fatores.

Depois do Planejamento vem a Programação que deve existir para

garantir o produto acabado na quantidade e datas previstas, utilizando, da melhor forma

possível, os recursos necessários e disponíveis. Para se garantir esta linha balanceada é

preciso que o programa de utilização das máquinas descarte a possibilidade de perda de

tempo de preparação, atingindo sua máxima eficiência na realização da tarefa.

Estas programações das máquinas e operações são feitas pelo Plano de

Produção e encaminhadas para o setor de fabricação na forma de Ordens de Fabricação

que autoriza a produção de certa quantidade dentro de determinado prazo para cada

etapa da fabricação e onde se encontram todas as informações necessárias do produto a

ser fabricada. As mais comuns são:

• Data de emissão do pedido;

• Número do pedido;

• Cliente;

• Setor de destino do pedido;

• Quantidade do pedido;

• Especificações do pedido;

• Observações referentes;

• Data de entrega;

• Visto do gerente de produção.

Page 32: PCP EM UMA INDÚSTRIA DE PEDRA SABÃO.pdf

32

1.10 Controle de Estoques

O Controle de Estoques se destina a solucionar problemas, tanto

qualitativos quanto quantitativos, dos materiais envolvidos no processo produtivo, ou

seja, matérias-primas, materiais auxiliares ou em processamento e produtos acabados.

Ele é responsável para que não falte material sem imobilizar os recursos financeiros da

organização, isto é, é ele quem planeja e controla sua disponibilidade total.

Segundo Rezende (1992:111) os objetivos que mais se destacam dentro

do Controle de Estoque são:

a. Atender o setor de vendas da melhor maneira possível.

b. Garantir a manutenção das máquinas sem que aconteçam paradas

repentinas por falta de material.

c. Identificar os materiais menos usados e defeituosos.

d. Garantir a existência das quantidades registradas. Identificar falhas no

planejamento ligando o programado com o real.

e. Manter o equilíbrio entre as partes internas e externas da empresa, com a

finalidade de se obter uma máxima economia dos custos do material.

Existem alguns tipos de estoques. Ele pode ser da matéria-prima que vai

sofrer modificação no processo produtivo ou ainda pode ser de materiais em

processamento que são aquelas matérias-primas já em modificação. Existe também o

estoque de matérias auxiliares que são aqueles extremamente importantes para a

produção, mas que não são utilizados com muita freqüência. E, finalizando, existe o

estoque de produtos acabados que já foram processados e que estão prontos para serem

entregues aos clientes.

Mas, ainda consultando Rezende (1992:113), observa-se que existem

certos conflitos de interesses a qualquer tipo de item relacionado com materiais. Por

exemplo: Quando se têm grandes estoques de matéria-prima, há grandes economias

dadas pelos descontos sobre o grande volume de compras, mas, porém, um alto volume

de capital empatado, que não rende juros. Os altos estoques podem prevenir a falta de

material, permitindo a produção de grandes lotes de produtos com pequenos custos.

Mas também podem aumentar o nível de perdas e obsolescência, aumentando os custos

de manuseio e estocagem. Altos estoques permitem entregas mais rápidas e seguras

Page 33: PCP EM UMA INDÚSTRIA DE PEDRA SABÃO.pdf

33

aumentando as vendas. Porém requerem grande espaço físico e aumentam os custos,

além de tornarem o escoamento bem menos flexível.

1.11 Acompanhamento e Controle da Produção

Sabe-se que existem inúmeras causas que respondem aos atrasos e

imprevistos numa produção. Por isso é extremamente necessário acompanhar e

controlar esta produção para vigiar o que está sendo produzido. O princípio básico e

fundamental do acompanhamento e controle de uma produção é dirigir e verificar

detalhadamente se todas as atividades previamente programadas em consenso estão

sendo desenvolvidas da maneira mais eficaz, rápida e econômica. Suas ferramentas

permitem verificar se todos os itens necessários para a fabricação de um produto estão

dentro dos padrões estabelecidos pela empresa e se serão entregues na data prevista.

Além disso, ele também é capaz de detectar as causas dos problemas ocorrentes e tomar

providências emergenciais e preventivas a fim de amenizá-los ou corrigi-los.

Dentro do PCP existem várias ferramentas de controle de resultados. São

eles:

a. Gráfico de Gantt

Resume-se num cronograma que contém registradas, ao mesmo tempo, a

programação e a produção, permitindo que haja comparação entre elas. Trazem, quase

sempre as datas previstas para se produzir na escala horizontal e as máquinas ou tarefas

na escala vertical. Assim, para cada máquina ou operação será alocada uma data ou um

período para seu início e seu término.

Existe uma gama de tipos de Gráficos de Gantt de programação e

acompanhamento e cada empresa deve escolher aquele que melhor lhe convir e que

melhor retratar sua realidade.

b. Eficiência

Este tipo de acompanhamento e controle mostra o resultado de uma

operação em termos percentuais. Rezende (1992:134) afirma que, embora seja simples

Page 34: PCP EM UMA INDÚSTRIA DE PEDRA SABÃO.pdf

34

% Eficiência = Produção Prática x 100

Produção Teórica

e muito utilizada, esta ferramenta não pode ser considerada muito exata já que são

inúmeros os fatores que interferem nas produções e que é impossível inseri-los em sua

base de cálculo. Outra característica importante deste método é a capacidade de

verificar o andamento da operação, por isso, deve ser feita por unidade de produção e

por operador. È através da eficiência que se verifica o desenvolvimento de o

desenvolvimento de um operador, de uma máquina e de um produto. Ela nada mais é

que o resultado daquilo que a máquina produz dividido pela produção esperada de cada

máquina operando sem interrupções, ou seja, a 100%. Em outras palavras, a eficiência é

a produção prática dividida pela teórica, multiplicada por 100:

Data: Data: Data: Data: Data: Máquinas Visto do Operador Prod Efic Prod Efic Prod Efic Prod Efic Prod Efic

Figura 1.11.b Formulário para Controle por Eficiência

Fonte: Rezende, p. 135, 1992.

c. Produção

Neste caso compara-se diariamente a produção real com a produção

programada e faz-se a soma da produção acumulado durante um mês. Este saldo

acumulado mostra a situação real da produção. Quando os resultados são positivos

significa que a produção foi maior do que a prevista e quando são negativos significa

que a produção foi menor.

Page 35: PCP EM UMA INDÚSTRIA DE PEDRA SABÃO.pdf

35

Diário Acumulada Data: Setor Qtdade

Programada Qtdade

Produzida Qtdade

Programada Qtdade

Produzida Saldo

TOTAIS Figura 1.11.c Formulário para produção diária acumulativa

Fonte: Rezende, p. 136, 1992.

d. Data

Pode ser considerado o mais simples e muito utilizado quando é

necessário um controle rigoroso a respeito do prazo de entrega. Trata-se de uma

comparação entre a data real da entrada e da saída do produto em cada departamento

com a data prevista de conclusão na entrega.

REMETEÇÃO de: à

PCP Remeteção

Código Quantid. Máquina Entrega Código Máq. Remetente

Data Saída

Observações:

Figura 1.11.d Formulário de controle por data de uma remeteção. Fonte: Rezende, p. 137, 1992

e. Produtividade

Segundo Rezende (1992:138) este método de acompanhamento e

controle é definido pela relação entre a produção e os fatores que interferem na

realização desta produção e é capaz de mostrar a situação produtiva por setores

individualmente. Os dados podem ser calculados pelo setor de custos e repassados ao

PCP para a montagem do controle que deve servir como comparativo mensal de

produção.

Page 36: PCP EM UMA INDÚSTRIA DE PEDRA SABÃO.pdf

36

Figura 1.11.e Gráfico de Produtividade Fonte: Rezende, p. 138, 1992.

1.11.1 Ação Corretiva

O acompanhamento e controle da produção deve ser posto em ação logo

após a emissão da ordem de fabricação e rastrear o fluxo do pedido desde a matéria-

prima até o produto finalizado para a entrega. Sua função é identificar as áreas de maior

índice de problemas e permitir soluções rápidas na programação a fim de eliminar tais

irregularidades que comprometam o fluxo produtivo. Mas é bom saber que a ação

corretiva é um plano reparador de emergência e não deve ser tomado como uma atitude

cotidiana. Por isso a indústria deve adotar um sistema controle rígido e eficaz,

diminuindo a necessidade de se agir corretivamente no processo.

1.12 Computadores no PCP

Sabe-se que com computadores ganha-se em velocidade e versatilidade

em tudo. No PCP não seria diferente já que grande parte dos controles de produção se

relaciona com dados, números e cálculos. O computador faz tudo isso com muito maior

precisão, rapidez e eficácia. A intensa busca de soluções que proporcionem melhorias

na produtividade industrial fazem com que as indústrias caminhem para sua automação

e informatização para também não se defasarem.

Em qualquer indústria a implantação de um sistema integrado

computadorizado deve envolver desde o registro, a análise e o controle dos parâmetros

Índi

ce d

e P

rodu

tivid

ade

Gráfico de Produtividade

02468

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13

Meses

AlcançadProgr

Page 37: PCP EM UMA INDÚSTRIA DE PEDRA SABÃO.pdf

37

operacionais, do planejamento e do gerenciamento da produção. Isto requer, então, uma

integração flexível também dos diversos setores da empresa.

Estes sistemas capazes de planejar e controlar a produção também

permitem, segundo Rezende (1992:148), estudar e associar todos os dados necessários

de produtos, máquinas, desperdícios, estoques, previsões e custos, desde o pedido de

vendas até a expedição. Eles podem, além de rastrear o produto, garantir sua qualidade e

informar todos os tipos de paradas, bem como seus motivos e características adquiridas

durante o processo.

A maior finalidade de se simular um programa de produção é tentar

buscar a ótima produtividade e, assim, satisfazer seu cliente. Além disso, existem outras

vantagens de se utilizar programas computacionais no planejamento da produção como

agilizar o processo, poder combinar diferentes dados provenientes de diferentes setores

da empresa e a garantia de fabricação de um produto de qualidade, na quantidade certa e

na hora certa. Como o volume de dados referentes a produtos, máquinas e pessoas é

relativamente grande, é importante para o sucesso do desempenho do programa a

organização profunda do sistema produtivo, ou seja, da organização a indústria, do

layout das máquinas, dos fluxogramas de produção e das capacidades produtivas de

máquinas e funcionários.

Outro trunfo da automatização da produção é a altíssima capacidade de

controle de todo o processo. Através de um conjunto de informações inseridas numa

seqüência lógica nos computadores, obtém-se respostas ágeis quanto a comparações de

produções planejadas e reais relativas às máquinas, eficiências, custos índices de

produtividade e desperdício. O controle de estoques é um outro exemplo. Com

programas aplicativos, o PCP é capaz de deter informações rápidas e precisas sobre o

estoque de produtos intermediários, acabados e de matérias-primas, bem como preços

médios, prazos de reposição, consumos diários e reação de itens de compras. Assim,

agiliza-se também a previsão de prazos de entrega e planos de produção.

1.12.1 Redes de Programação

De acordo com Rezende (1992:151) uma rede de programação contribui

para a formulação do plano inicial do planejamento de um projeto e a verificação do seu

Page 38: PCP EM UMA INDÚSTRIA DE PEDRA SABÃO.pdf

38

desenvolvimento. Uma rede indica a ordem das atividades necessárias para completar

um projeto. Os métodos mais conhecidos são: Método do Caminho Crítico (CPM:

Critical Path Method) e a Técnica de Avaliação e Revisão de Programa (PERT:

Program Evaluation and Review Technique) e foram criadas com a finalidade de se

descobrir o prazo certo para a realização de um projeto e evidenciar seu pontos críticos.

Uma rede de programação reflete claramente um projeto como ele é na

realidade e é baseada na especificação dos objetivos a serem atingidos. Assim, cada

etapa do processo é detalhada acentuando a ligação entre todas as atividades e

acontecimentos inerentes buscando, contudo, o melhor caminho para a programação da

produção.

Segue, abaixo, um esquema representativo de uma rede de programação.

Mas enquanto o CPM é faz somente uma estimativa de tempo de duração

de uma atividade o PERT vai além apresentando o tempo pior possível, o tempo melhor

possível e o tempo mais provável, garantindo maior precisão nos dados.

Os passos para se implantar um determinado método de programação de

rede são, de acordo com Rezende (1992:152):

• Definir um problema a ser analisado;

AT AC

AC

AC

AC

AC

AC

AT

AT

AT

AT

AT

AT

AT

AC: Acontecimento AT : Atividade

Figura 1.12.1 Rede de Programação Fonte: Rezende, p. 151, 1992.

Page 39: PCP EM UMA INDÚSTRIA DE PEDRA SABÃO.pdf

39

• Determinação das atividades, acontecimentos e seus tempos de

duração;

• Desenho da rede;

• Análise da rede;

• Programação das atividades no tempo;

• Alocação de carga;

• Controle e acompanhamento.

A grande meta a ser atingida com a implantação de uma rede de

programação como o PERT é a redução dos custos, do desgaste humano e do tempo

associados a um projeto, na maioria das vazes complexo, com inúmeras tarefas

dependentes uma das outras. Com ele pode-se desenvolver projetos realistas e muito

detalhados tornando-os de fácil entendimento e garantindo o alcance dos objetivos

fixados. Seus relatórios proporcionam a detenção de dados certeiros a respeito do

andamento do projeto e acerca das incertezas e dos problemas envolvidos.

1.13 Projeto

Pode-se entender como projeto qualquer empreendimento que possua

certas características básicas relacionadas com a clara definição de parâmetros (tempo,

custo, recursos envolvidos e qualidade) que permitam a sua efetiva administração.

O principal foco de um projeto é obter uma meta identificada e é

responsabilidade do gerente do projeto conduzi-lo em direção a esta meta, de acordo

com todos os parâmetros pré-estabelecidos.

Geralmente um projeto deve possuir as seguintes características:

• Ele deve possuir parâmetros definidos e planejados de controle e

avaliação;

• Deve possuir um processo prévio de planejamento;

• Possui um início e um fim determinados;

• Não deve ser repetitivo.

Page 40: PCP EM UMA INDÚSTRIA DE PEDRA SABÃO.pdf

40

• Tem como objetivo gerar um produto com especificações

conhecidas e que seja claro e definido;

• É realizado por pessoas;

• Deve ter custo limitado e definido.

1.13.1 Gerenciamento de Projetos

De acordo com Carneiro (2000:25) (...)“o gerenciamento de projetos é a

aplicação de conhecimento, habilidades, ferramentas e técnicas dentro das atividades de

projetos de forma a atender ou superar as expectativas dos stakeholders (interessados,

pessoas participantes ou envolvidas)”. O gerenciamento de projetos deve abranger:

• Escopo, tempo, custo e qualidade;

• Necessidades (requisitos definidos) e expectativas (subjetivos ou

não definidos);

• Expectativas e necessidades diferentes de todos que participam

do projeto direta ou indiretamente.

Para tanto é necessário e extremamente importante que o gerente de

projetos tenha conhecimentos específicos da área para melhor desempenhar as suas

funções.

Resumindo, o gerenciamento de projetos visa alinhar e acompanhar os

grandes objetivos estratégicos de uma empresa com inúmeros projetos coordenados de

forma a garantir a sua execução no menor tempo, com menor custo e com a melhor

qualidade.

1.13.2 Planejamento em Projetos

O planejamento é considerado uma rotina essencial em qualquer

atividade de uma organização. Mas, infelizmente, na maioria dos projetos existentes,

Page 41: PCP EM UMA INDÚSTRIA DE PEDRA SABÃO.pdf

41

pouco se planeja, muito se executa e muito se gasta “corrigindo” um trabalho que,

poderia ter sido evitado se houvesse um bom planejamento envolvido.

Na Fig. 1.13.2 abaixo são apresentadas as etapas primárias essenciais

para que se possa elaborar qualquer projeto.

1.14 O Microsoft Project

O Microsoft Project é um poderoso instrumento de programação e

gerenciamento de projetos desenvolvido para planejar, gerenciar e trabalhar com todas

as informações envolvidas em um projeto. Mas diferentemente de outros softwares, o

MS Project está intimamente interligado com a disciplina ou a prática do gerenciamento

de projetos. Portanto, não basta apenas entender como funciona este software e suas

ferramentas. É necessário deter certos conhecimentos em gestão de projetos.

Por se tratar de uma ferramenta “for Windows” o MS Project utiliza os

padrões conhecidos dessa interface com o usuário. Segue, abaixo, o detalhamento da

tela principal do MS Project.

Planejamento do Escopo

Formatação Inicial do

Project

Definição das Atividades

Sequenciamento das Atividades

Duração das Atividades

Salvar Linha de Base

Planejamento dos Recursos

Montagem da Equipe

Estimativa dos Custos

Alocação dos Recursos

Determinação do Tipo de Atividade

Definição do Cronograma

Planejamento do Escopo

Formatação Inicial do

Projeto

Definição das Atividades

Sequenciamento das Atividades

Duração das Atividades

Finalizar o Projeto

Planejamento dos Recursos

Montagem da Equipe

Estimativa dos Custos

Alocação dos Recursos

Determinação do Tipo de Atividade

Definição do Cronograma

Definição do Cronograma

Figura 1.13.2 Etapas de elaboração de um projeto Fonte: Microsoft, p. 11, 1992

Page 42: PCP EM UMA INDÚSTRIA DE PEDRA SABÃO.pdf

42

Legenda: 1- Barra de menus; 2- Barra de ferramentas; 3- Barra de formatação; 4- Barra de modos.

4

3 2 1

1.14.1 Barra de Menus

A Barra de Menus do MS Project, como as demais ferramentas for

Windows, tem as seguintes opções:

1. Arquivo: Se destina às operações com arquivos.

2. Editar: É responsável pela edição do projeto.

Figura 1.14 O MS Project Fonte: MS Project

Page 43: PCP EM UMA INDÚSTRIA DE PEDRA SABÃO.pdf

43

3. Exibir: Fornece as diversas visões do projeto.

4. Inserir: Se refere à inserção de dados, colunas, etc.

5. Formatar: Cuida da formatação em geral.

6. Ferramentas: Fornece ferramentas adicionais de trabalho.

7. Projeto: Trata da inserção e ordenamento das informações

relativas às tarefas e ao projeto.

8. Janela: Trata da visualização da tela, projetos, etc.

9. Ajuda : Permite tirar dúvidas on-line.

1.14.2 Barra de Ferramentas

A Barra de Ferramentas possui atalhos em forma de botões para

comandos que normalmente seriam acessados pela Barra de menus.

1.14.3 Barra de Formatação

Da mesma forma que a Barra de Ferramentas, a Barra de Formatação

contém botões que são atalhos para comandos de formatação de tarefas e de textos.

Page 44: PCP EM UMA INDÚSTRIA DE PEDRA SABÃO.pdf

44

1.14.4 Barra de Modos

Como o MS Project possui várias formas de visualizar as informações de

um projeto, a Barra de Modos contém os ícones de atalho com os modos de exibição

mais freqüentemente usados e essenciais para executar um projeto.

São eles:

• O Gráfico de Gantt;

• A Planilha de Recursos;

• O Gráfico de Recursos;

• A Planilha de Uso do Recurso;

• A Planilha de Uso da Tarefa;

• Diagrama de Rede.

1.14.5 Gráfico de Gantt

É o modo mais importante e mais utilizado na elaboração e condução de

projetos. Trata-se do padrão de visualização quando se inicializa o MS Project. O

gráfico de Gantt exibe todas as informações sobre as tarefas do seu projeto tanto como

texto quanto como gráfico de barras. As informações inseridas como texto podem ser

exibidas como gráfico de barras.

O gráfico de Gantt é usado criar e editar um projeto inserindo tarefas e

suas durações, além de estabelecer uma seqüência entre elas. Ele é capaz de atribuir

pessoal e outros recursos às tarefas, controlar o andamento do projeto alterando as

informações e o tempo exibidos.

Page 45: PCP EM UMA INDÚSTRIA DE PEDRA SABÃO.pdf

45

1. Observando o lado esquerdo do gráfico de Gantt ficam as colunas

que o usuário pode inserir e modificar os nomes, tempos, datas de

início e de término e outras informações sobre as tarefas.

2. Já no lado direito, o usuário pode usar as barras de Gantt para

exibir graficamente as durações das tarefas bem como suas datas

de início e de término. A seqüência com que as tarefas de um

projeto estão programadas para ocorrer podem ser observadas de

acordo com a disposição das barras de Gantt.

Figura 1.14.5 Gráfico de Gantt Fonte: MS Project.

1

2

Page 46: PCP EM UMA INDÚSTRIA DE PEDRA SABÃO.pdf

46

1.14.6 Planilha de Recursos

A Planilha de Recursos mostra todas as informações sobre cada recurso

do Projeto. Ela pode analisar o número de horas de trabalho atribuídas a cada recurso,

assim como seus custos e definir que tipo de recursos (trabalho ou material) será

atribuído ao projeto.

Figura 1.14.6 Planilha de Recursos

Fonte: MS Project.

Page 47: PCP EM UMA INDÚSTRIA DE PEDRA SABÃO.pdf

47

1.14.7 Gráfico de Recursos

O Gráfico de recursos mostra de forma gráfica as informações sobre a

alocação, o trabalho ou o custo dos recursos atribuídos ao projeto ao longo do tempo.

Ele permite analisar quais recursos estão superlocados e a porcentagem de superlocação,

além de verificar quantas horas cada recurso está agendado para trabalhar e a

porcentagem de capacidade em que cada recurso trabalha. O gráfico de recursos

determina quanto tempo um recurso tem disponível para trabalho adicional e os custos

para isto.

Figura 1.14.7 Gráfico de Recursos Fonte: MS Project.

Page 48: PCP EM UMA INDÚSTRIA DE PEDRA SABÃO.pdf

48

1.14.8 Planilha de Uso do Recurso

A Planilha de Uso do Recurso relaciona cada recurso ao trabalho que

será desempenhado no projeto. Ela insere e edita informações sobre as atribuições de

tarefas de um recurso, analisa quais recursos estão superlocados e a porcentagem de

superlocação, distribui as atribuições entre os recursos de maneira mais uniforme e

determina quanto tempo cada recurso tem disponível para atribuições de trabalho

adicionais.

A planilha de uso do recurso é capaz de verificar quantas horas cada

recurso está agendado para trabalhar em tarefas específicas bem como seu custo.

Figura 1.14.8 Planilha de Uso do Recurso Fonte: MS Project.

Page 49: PCP EM UMA INDÚSTRIA DE PEDRA SABÃO.pdf

49

1.14.9 Planilha de Uso da Tarefa

O modo de exibição Uso da tarefa mostra todas as tarefas do projeto com

os recursos atribuídos a elas. Esta planilha pode atribuir pessoas e outros recursos às

tarefas e inserir e editar informações sobre tarefas e recursos (trabalho, datas de início e

de término, custo, alocação e disponibilidade). Além disso, ela verifica quantas horas

cada recurso está programado para trabalhar e muda a quantidade de trabalho que uma

pessoa gasta em uma tarefa de acordo com as delimitações do trabalho. Outro recurso

deste modo de exibição é a capacidade de dividir uma tarefa para que a sua segunda

parte seja iniciada em uma data posterior.

Figura 1.14.9 Planilha de Uso da Tarefa

Fonte: MS Project.

Page 50: PCP EM UMA INDÚSTRIA DE PEDRA SABÃO.pdf

50

1.14.10 Diagrama de Rede

O Diagrama de Rede mostra as dependências entre as tarefas do projeto

em forma de um gráfico de fluxo de redes. As tarefas são representadas por caixas e as

dependências destas tarefas são representadas por linhas que ligam as caixas,

vinculando as tarefas para especificar sua seqüência e determinar as datas de início e

término de cada uma delas. Ele também permite identificar as tarefas já concluídas, as

que ainda estão em andamento ou ainda não iniciaram ainda. Permite também vincular

pessoas e outros recursos a determinadas tarefas.

Figura 1.14.10 Planilha de Uso da Tarefa Fonte: MS Project.

Page 51: PCP EM UMA INDÚSTRIA DE PEDRA SABÃO.pdf

51

1.15 Etapas para se criar um projeto

Segundo o guia Microsoft Project (2000) as etapas iniciais e essenciais

de planejamento de um projeto utilizando o software MS Project podem ser orientadas

por um tutorial que possui as seguintes etapas que, se seguidas corretamente,

proporcionam a elaboração e realização de modificações necessárias em um projeto

com sucesso.

1. Abrir o MS Project em um novo projeto em Arquivo/Novo:

Ao abrir o MS Project pela primeira vez, ele apresentará uma janela com o software e

outra com a sua ajuda. Deve-se minimizar esta janela de ajuda e ativá-la sempre que for

preciso auxílio;

2. Criar um modelo de trabalho no software: Como o MS Project

possui uma formatação própria deve-se criar um modelo adequado ao projeto em

questão e que também os trabalhos futuros. Por se tratar de um modelo, não é necessário

estabelecer a data de início de projetos primeiramente;

3. Realizar a formatação inicial do modelo de trabalho: Nesta

etapa definir o tipo de Cronograma “Padrão”, a carga horária padrão, os dias úteis e os

feriados ao longo da duração do projeto. Tudo isto pode ser feito com a utilização da

barra de ferramentas;

4. Definir um escopo básico do projeto: Aqui são inseridas todas

as informações sobre os objetivos do projeto, sua duração máxima prevista, custo e

recursos necessários para sua realização. Tais informações são inseridas na seqüência:

Arquivo/Propriedades/Resumo;

5. Definir a data de início do projeto: Já definido o escopo básico

do projeto, deve-se determinar uma provável data de início ou de término do projeto.

Em caso de dúvida, o Microsoft Project atribui automaticamente a data atual como a

data de início do projeto. Isto pode ser feito seguindo os passos: Projeto/Informações

Sobre Projeto;

Page 52: PCP EM UMA INDÚSTRIA DE PEDRA SABÃO.pdf

52

6. Definir a estrutura de eventos e a duração de cada evento do

projeto: Sabe-se que os projetos são constituídos de tarefas e que estas são atividades

com início e fim determinados. A conclusão de uma tarefa é pré-requisito para a

conclusão do projeto. Assim que se decide a ordem das tarefas do projeto, deve-se

colocá-las em seqüência vinculando-as de acordo com seu relacionamento. Deve-se

estabelecer também se algumas devem terminadas antes de uma tarefa sucessora ou se

outras podem depender da data de início de uma tarefa posterior. Todas as tarefas

devem ser organizadas no modo de exibição Gráfico de Gantt.

7. Definir os vínculos entre as tarefas: Vincular um projeto

consiste em estabelecer uma dependência entre tarefas. Ao vincular tarefas define-se

uma dependência entre as datas de início e de término. Utiliza-se, para isto, o ícone

Vincular tarefas.

8. Determinar para cada atividade se esta é de Duração Fixa,

Unidade Fixa ou Trabalho Fixo: Além disso, determina-se também se a tarefa é ou

não Controlada pelo Empenho. Quando a tarefa tem Duração Fixa e é controlada pelo

empenho, quanto mais recursos forem atribuídos, menor será o trabalho que cada

recurso precisará fazer para concluir a quantidade de trabalho reduzida da atribuição.

Mas quando tem unidades fixas controladas pelo empenho, se você adicionar recursos,

o trabalho será distribuído entre as atribuições e a duração diminuirá. Para atribuir tais

características às atividades basta clicar duas vezes em cada atividade e pasta Avançado.

9. Definir os recursos de trabalho do projeto através da Planilha

de Recursos: Quando se atribui recursos às tarefas, pode-se indicar quem ou o que é

responsável pela conclusão das tarefas em sua agenda e, assim, o MS Project á capaz de

fornecer informações para ajudá-lo a gerenciá-los. Ele calcula a duração de cada tarefa

de acordo com o número de recursos atribuídos e na sua alocação a elas. Ou seja, o MS

Project pode identificar os recursos que precisarão trabalhar com horas extras e informar

o custo de cada recurso.

Existem dois tipos de recursos: os recursos materiais que são todos os

suprimentos e outros itens de consumo usados para completar as tarefas de um projeto e

os recursos de trabalho que compreendem os equipamentos e pessoas que realizam

Page 53: PCP EM UMA INDÚSTRIA DE PEDRA SABÃO.pdf

53

trabalho para concluir uma tarefa e que consomem tempo (horas ou dias) para executar

as tarefas.

Todas as informações referentes aos recursos de um projeto podem ser

colocadas em uma lista de recursos que inclui os nomes dos recursos e o número

máximo de unidades além de um percentual da disponibilidade de cada um deles.

10. Alocar cada recurso ao respectivo evento através do Gráfico

de Gantt: Aqui são alocados os recursos disponíveis a cada uma das tarefas do projeto.

Para tanto basta selecionar a tarefa no Gráfico de Gantt e selecionar ícone Atribuir

Recursos na Barra de Ferramentas. Após isto, deve-se selecionar o recurso a ser

atribuído àquela tarefa determinada. Isto também deve ser feito com os recursos

materiais necessários a cada atividade.

11. Verificar a existência de possíveis conflitos na alocação de

recursos (Planilha de Recursos): Quando existe um conflito ou superlocação de

determinado recurso significa que estes estão recebendo mais trabalho do que podem

concluir nas suas horas de trabalho programadas. No MS Project, esta superlocação é

apresentada com o recurso ficando na cor vermelha, em qualquer planilha ou gráfico.

Neste caso é preciso, antes de tentar resolver o problema determinar quais recursos

estão superlocados, quando ficam superlocados, a quais tarefas estão atribuídos e em

quais momentos. Assim é possível realocá-los de forma diferente, reduzir o trabalho de

um recurso, reatribuir o trabalho a outro recurso ou, simplesmente, programar

novamente a tarefa para uma outra data ou horário que o recurso estiver disponível.

12. Analisar e acompanhar o planejamento, realizando os

ajustes necessários: Nesta etapa é muito importante manter sob domínio os elementos

do triângulo de um projeto: tempo, dinheiro e escopo, pois a mudança em um desses

elementos afeta os outros dois. É preciso manter sempre as informações do projeto

atualizadas, o que permite observar sempre, através do MS Project, o status mais recente

do projeto. Conseqüentemente pode-se identificar mais cedo os problemas que podem

prejudicar o sucesso do projeto e encontrar soluções.

Page 54: PCP EM UMA INDÚSTRIA DE PEDRA SABÃO.pdf

54

Um ponto importante é certificar de que as tarefas iniciem e terminem no

prazo final. Para encontrar estes problemas deve-se utilizar o modo de exibição Gantt de

controle e, então, ajustar a dependência entre as tarefas, reatribuir recursos ou excluir

algumas tarefas para atender os seus prazos finais exigidos.

13. Salvar a linha de base: Trata-se de um conjunto de estimativas

originais sobre o projeto, isto é, sobre tarefas, recursos, atribuições e custos inseridos no

plano do projeto. Ela é de grande importância para acompanhar e controlar o projeto

pois ela contém são pontos de referência permanentes, o que permite a comparação das

informações atualizadas sobre tarefas, recursos, atribuições e custos inseridas no plano

do projeto durante o projeto. Através deste monitoramento regular das variações, é

possível tomar medidas para garantir que o projeto não se afaste de suas estimativas

originais. Na verdade deve-se criar uma linha de base após concluir e ajustar o plano do

projeto. Quando um usuário salva uma linha de base, o Microsoft Project salva os dados

dessa linha como parte do arquivo do projeto. Mas não se trata de é um arquivo

separado. O Microsoft Project copia as informações dos campos Início e Término para

os campos Início da linha de base e Término da linha de base. É possível também retirar

todos os dados limpando a linha de base e usar o plano do projeto como modelo para

um projeto futuro.

Quando as informações da linha de base constantemente se distanciam

dos dados atuais significa que o plano original não é preciso. Mas é possível modificar

ou refazer a linha de base a qualquer momento durante o projeto e para criar uma linha

de base basta mandar salvar o projeto e o programa lhe dará a opção de salvar com ou

sem linha de base.

14. Salvar como arquivo de execução: Assim o usuário define o

projeto planejado como aquele conveniente e ideal para sua necessidade e execução.

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55

CAPÍTULO 2 METODOLOGIA

Sabe-se que para se elaborar de uma pesquisa é necessário adotar uma

metodologia. Assim, a função deste capítulo se resume em descrever a metodologia

utilizada, realizando uma apresentação e descrições de suas etapas.

2.1 Descrição da Metodologia

A metodologia de estudo utilizada neste trabalho engloba o

acompanhamento descritivo e qualitativo do gerenciamento da rotina de uma empresa

de extração e beneficiamento de pedra sabão localizada em Cachoeira do Campo,

distrito de Ouro Preto, Minas Gerais. Neste caso são analisadas todas as situações

envolvidas no processo a partir de dados descritivos coletados na realidade. Assim,

busca-se identificar e entender todas as possíveis relações, causas, efeitos,

conseqüências e outros aspectos considerados necessários à compreensão da realidade

do problema em questão.

No estudo de caso levantou-se de todas as atividades referentes ao

processo produtivo das peças em pedra sabão da empresa em questão e descreveu o

desenvolvimento e aplicação da programação de produção auxiliada pelo software MS

Project nesta empresa.

Page 56: PCP EM UMA INDÚSTRIA DE PEDRA SABÃO.pdf

56

CAPÍTULO 3 A EMPRESA E SUA MATÉRIA-PRIMA

3.1 A matéria-prima

A esteatita, nome científico da popular pedra-sabão, é um mineral de

grande beleza, altamente resistente, porém muito maleável, o que lhe proporciona uma

multiplicidade de usos. Por ser tão resistente pode ser comparada ao mármore, com a

vantagem de ser também refratária. Sua excelente capacidade de reter o calor a torna

ideal para revestimento de fornos e lareiras, e para ser utilizada na confecção de grelhas,

pratos e panelas. Pode suportar altas temperaturas, acima de 800º C.

Pode ser lixada, polida, jateada, apicoada ou encerada, proporcionando a

grande capacidade de se obter múltiplas composições de tons de cinza. Embora muito

resistente, a pedra-sabão é macia podendo até ser riscada. Isto lhe confere o título de

matéria-prima mais utilizada pelos artesãos barrocos brasileiros e nos dias atuais. Mas

não deve, entretanto, ser confundida com a também comum pedra-talco, um material

com menor dureza e bastante frágil, largamente utilizada em peças de decoração.

Tantas características dão à pedra-sabão a particularidade de ser utilizada

tanto em áreas externas como em ambientes internos. Pode ser utilizada por artesãos,

arquitetos e decoradores na fabricação de chafarizes, balaústres, pisos, portais, molduras

de janelas, peças decorativas, panelas, revestimentos de fornos e como matéria-prima

para fabricação de talco.

Os utensílios de cozinha (panelas, grelhas, frigideiras e pratos de pizza)

feitos de pedra-sabão são famosos, pois, além de conservarem e distribuírem o calor por

longo tempo, não alteram a composição nem o sabor dos alimentos, além de serem

fáceis de limpar. Podem até ser usados no forno de micro-ondas aquelas peças sem

adereço de metal.

Segundo a história, um dos primeiros registros da utilização da pedra-

sabão foi no continente europeu por volta do século XV.

Por sua nobreza, beleza e versatilidade, a pedra-sabão era utilizada para embelezar e

decorar palácios, bem como para cozinhar e conservar alimentos já naquela época. Nos

Page 57: PCP EM UMA INDÚSTRIA DE PEDRA SABÃO.pdf

57

últimos 20 anos, sua utilização tem crescido nos países com temperaturas baixas na

fabricação de revestimento interno de fornos domésticos de aquecimento.

Não há como não associamos, aqui no Brasil, a pedra-sabão ao barroco

mineiro na forma de objetos ornamentais de igrejas e esculturas únicas. O Cristo

Redentor, cartão postal do Rio de Janeiro, também é todo revestido de pequenas

pastilhas triangulares de pedra-sabão.

Figura 3.1 – A utilização da matéria-prima

Fonte: Site OPPS

3.2 A empresa e seus produtos

Criada em 1971, em Cachoeira do Campo, Distrito de Ouro Preto, a

OPPS (Ouro Preto Pedra-Sabão - Mineração, Construções, Indústria e Comércio)

começou produzindo peças entalhadas em pedra-sabão e possuía uma linha de

laminação de chapas e ladrilhos para revestimentos e pisos domésticos. Em dez anos

atingiu escala através da produção, venda e instalação de fontes, painéis, chafarizes,

portais, molduras para portas e janelas, balaustrada e lavabos coloniais, consolidando

sua parceria com representantes e distribuidores. No ano de 1982, a empresa investiu na

fabricação de kits completos para revestimentos de fornos para aquecimento doméstico,

além de peças artesanais e produtos manufaturados. O mercado alvos para o escoamento

destes novos produtos era a Europa e os Estados Unidos. Recentemente uma outra gama

de produtos já está sendo exportada pela OPPS: a linha quente, composta de panelas,

frigideiras, grelhas e pratos de pizza já comercializados solidamente no mercado

Page 58: PCP EM UMA INDÚSTRIA DE PEDRA SABÃO.pdf

58

interno. Alguns exemplos de produtos da empresa podem ser observados nas figuras

abaixo.

Figura 3.2 b Balaústres Fonte: Site OPPS

Figura 3.2 a Kits para fornos de aquecimento doméstico Fonte: Site OPPS

Page 59: PCP EM UMA INDÚSTRIA DE PEDRA SABÃO.pdf

59

Figura 3.2 e Placas para bancadas, revestimentos e pisos Fonte: Site OPPS

Figura 3.2 d Chafarizes e alizares Fonte: Site OPPS

Figura 3.2 c Chapas (Polegadas)

Fonte: Site OPPS

Page 60: PCP EM UMA INDÚSTRIA DE PEDRA SABÃO.pdf

60

Figura 3.2 f Panelas, grelhas e pratos de pizza Fonte: Site OPPS

Figura 3.2 g Lareiras e esculturas Fonte: Site OPPS

Hoje, aos 33 anos, a OPPS está aberta a novas parcerias com indústria,

designers, arquitetos e decoradores, visando ao desenvolvimento e à criação de novos

produtos de pedra-sabão, em linhas ilimitadas de estilo, formas e conceitos.

A empresa possui hoje um departamento de pesquisa específico para

busca de novas jazidas, garantindo matéria-prima para os próximos cem anos. São cerca

de duzentos funcionários e cinco jazidas em operação de onde são extraídas pedras com

características variadas. A OPPS desenvolve novas tecnologias para manter a posição de

maior exportadora de pedra-sabão.

Page 61: PCP EM UMA INDÚSTRIA DE PEDRA SABÃO.pdf

61

Figura 3.2 h Vista aérea da empresa Fonte: Site OPPS

3.3 Organograma departamental

Dentre os cerca de duzentos funcionários da OPPS, aproximadamente

70% estão concentrados na unidade de produção de Cachoeira do Campo e os demais

nas jazidas em exploração (Furquim, Acaiaca, Lundes e Jacó) e no escritório

administrativo em Belo Horizonte. Todo o processo de extração e beneficiamento da

pedra sabão é realizado nesta fábrica e, então, embalado e liberado para exportação ou

mercado interno. A divisão departamental da empresa pode ser observada com mais

detalhes no Anexo I - Organograma Departamental da Empresa .

Como já mencionado anteriormente, a empresa vem ganhando mercado

ao longo de seus 33 anos de vida devido à diversidade, qualidade e preço de sua gama

de produtos e detém o título de pioneira e uma das maiores empresas de seu porte e

faturamento do setor no país.

3.4 O Processo Produtivo

O objetivo essencial deste trabalho é demonstrar a implantação da

programação da produção em uma empresa de extração e beneficiamento de pedra

sabão com o auxílio da ferramenta computacional MS Project, bem como os resultados

obtidos e suas características observadas.

Page 62: PCP EM UMA INDÚSTRIA DE PEDRA SABÃO.pdf

62

Para tanto, é necessário entender como funciona e se dá o processo

produtivo desta empresa, que conta com grande variedade de produtos e mercados

consumidores.

É sabido que a OPPS escoa seus produtos tanto dentro do país quanto

fora. Cerca de 80% do faturamento da empresa fica por conta das exportações. Logo,

seu maior volume de produção se destina a este mercado consumidor, tornando-se o

carro-chefe do faturamento da empresa.

Sendo assim, decidiu-se implantar inicialmente a programação da

produção sobre os produtos que são requisitados com mais freqüência e em maior

volume, ou seja, as placas para revestimento interno de fornos para aquecimento

doméstico e é sobre este processo que se destina este trabalho. Outro fator que incidiu

sobre esta decisão foi a variabilidade dos demais processos de fabricação de produtos

destinados ao mercado interno, já que se tratam de processos mais artesanais e difíceis

de serem controlados ou mensurados.

Os maiores consumidores externos dos produtos da empresa, mais

especificamente das placas para fornos, estão localizados na América do Norte e

Europa. Essas placas são encaminhadas a estes consumidores por navios em containers

de aproximadamente 24 toneladas cada. Os containers são carregados no próprio pátio

da empresa e levados de caminhão até o porto de Sepetiba no Rio de Janeiro.

Cada cliente internacional possui uma gama de modelos de fornos

diferentes. Cada forno é composto por diversas placas que são dispostas horizontal e

verticalmente em seu interior, aumentando seu poder de armazenar calor por um longo

período de tempo, já que esta é uma das principais características da pedra sabão. Cada

placa de forno pode se apresentar com formatos, dimensões e densidades diferentes.

Cada uma delas possui um código pelo qual é identificada no momento do pedido de

aquisição do cliente.

Os pedidos, tanto internos quanto externos, são feitos pelos clientes no

escritório administrativo da empresa localizado em Belo Horizonte e, então, repassados

para a unidade fabril em Cachoeira do Campo. Nesta unidade também chegam pedidos

de clientes, na maioria das vezes destinados ao mercado interno.

A partir daí, são confeccionadas as ordens de produção com todas as

especificações e informações sobre as peças, clientes e prazos do pedido e, depois disso,

distribuídas aos líderes de setor por onde tal pedido se desenvolverá.

Page 63: PCP EM UMA INDÚSTRIA DE PEDRA SABÃO.pdf

63

A matéria-prima é enviada pelas jazidas em caminhões na forma de

blocos de aproximadamente 3 toneladas e cada uma se apresenta com uma

características próprias (tonalidade, dureza) de acordo com a jazida de origem. Os

blocos, ao serem extraídos, são classificados como BR (blocos regulares), BI (blocos

irregulares) e PT (pontas), de acordo com seu aspecto físico. Estes blocos são estocados

no pátio da fábrica e, conforme a demanda, vão sendo cortados e utilizados no processo

de fabricação dos produtos da empresa.

A partir daí os pedidos vão tomando rumos diferentes dentro da fábrica.

São encaminhadas às diversas máquinas que dão forma às placas, panelas, grelhas,

esculturas, etc. Para entender melhor como isto ocorre, o Anexo II – Fluxograma do

Processo Produtivo detalha bem o fluxograma geral do processo produtivo da empresa.

Nele estão contidos todos os caminhos possíveis das peças, desde sua chegada das

jazidas, até a expedição para os containers.

Com relação ao número de funcionários por máquina, pode-se observar

na tabela abaixo o standart desta divisão de acordo com as habilidades de cada

colaborador e as necessidades das máquinas.

Máquinas Operadores Máquinas Operadores Máquinas Operadores Máquinas OperadoresTeares 8 Rebaixadeira 5 Fresa Diamantada 1 Torno 02 -Talha Bloco 1 2 Apicoador 1 Maquita 1 Torno 08 1Talha Bloco 2 2 Politriz 2 Retífica 2 Torno 09 1Monofio 1 Tupia 02 2 Raiadeira 1 Torno 10 1CD 01/02 4 Tupia 03 4 Lixadeira 8 Torno 11 -CD 03/04 4 Tupia 04 2 Tremedeira 4CD 07/08 4 Bisotadeira 2CD 09 - Copiadora 1CD 10 1 CD Angular 1 1

CD Angular 2 1Furadeira 1 1Furadeira 2 1Fresa Mecânica 1

Máquinas Operadores Máquinas Operadores Máquinas OperadoresSecadora 4 Artesãos 4 CBT 1Serra Circular 2 Acabamento 2 Empilhadeiras 2Embalagens 2 Pátio 3

Tornearia

Apoio

Corte Beneficiamento Acabamento

Expedição Artesanato

Tabela 3.4 Número de funcionários por máquinas Fonte: Elaborado pelo autor.

Page 64: PCP EM UMA INDÚSTRIA DE PEDRA SABÃO.pdf

64

Voltando ao produto principal e foco deste estudo, as placas de fornos, o

Anexo III – Fluxos das Peças de Fornos mostra o fluxo de peças dentro da fábrica com

todas as máquinas necessárias por onde elas devem passar, em que ordem e quantas

vezes para que sejam confeccionadas.

Após concluído o processo de beneficiamento da placa de pedra sabão

ela é lavada, secada e embalada em caixotes de madeira confeccionados pela própria

empresa. Daí os caixotes, devidamente identificados com uma etiqueta de tipo de

material, origem e destino, são levados ao galpão de estocagem da empresa e aguardam

para serem carregados nos containers e encaminhados ao porto de Sepetiba no Rio de

Janeiro.

3.4.1 Acompanhamento e Controle do Processo Produtivo

Após feitas as cronometragens dos tempos de fabricação de cada peça

em cada máquina, desenvolveu-se o POP (Procedimento Operacional Padrão) de cada

uma delas. Nele constam suas especificações (cliente, tipo, código, peso), além do

detalhamento de cada processo utilizado em sua fabricação por equipamento e o tempo

centesimal de sua duração, além da quantidade de peças por hora que tal equipamento é

capaz de produzir. Segue, abaixo, um exemplo do mesmo:

Page 65: PCP EM UMA INDÚSTRIA DE PEDRA SABÃO.pdf

65

2 301 45

2 119 50

2 334 18

1 92 65

1 187 32

1 229 26

1 159 38

1 164 37

1 191 31

1 333 18

1 182 33

1 234 26

1 58 103

Tempo total p/

fabricar 1 peça:2702 (C/min)

Tempo Gasto

(C/min)

Peças

por hora

TIPO

PROCESSO

Op

DESCRIÇÃO DOS PROCESSOS

Tremedeira

CD-Angular

Pegar peça, posicionar na bancada, quebar quina, trener a face trener (2) bizotes de (37.4 x 1.5 cm / 45º), trener (1) bizote de (35.5 x 1.5 cm / 45º), trener (2) bizotes de (17.2 x 1.5 cm / 45º), pegar peça, posicionar no estrado.

Pegar peça, posiciomar na bancada da máquina e efetuar (1) corte de alivio, pegar peça posicionar no estrado.

Retifica

Lixadeira

Pegar peça, posicionar na bancada, efetuar acabamento no bilongo de (218x20mm), pegar peça, posicionar no estrado.

Pegar peça, posicionar na bancada, efetuar (1) bizote efetuar acabamento nos bizote de (1.5 cm / 45º) fazer (4) raios de (6mm), pegar peça, posicionar no estrado.

Operador

Maquita

Pegar peça, posicionar na bancada, pegar regua e riscado e tarcar (2) bilongo de (218x20mm).

Pegar peça, posicionar na bancada, efetuar (8) cortes de (218x20 mm), (4) na face e (4) embaixo; pega a peça e posiciona no estardo.

Fur-1

Fur-1

Pegar placa,coloca no gabarito da maquina, efetua o (1º) furo de (20)mm, ajusta no gabarito efetua o(2º) furo, virar peça ajusta no gabarito efetua o (3º)furos , ajusta no gabarito efetua o(4º)furos , retirar peça da maquina e coloca em local apropriad

Pegar placa, posicionar no gabarito da maquina, e efetuar (1) furo de (175)mm de dianetro , pegar peça posicionar no estrado..

CD-Angular

CD-Angular

Pegar peça, posicionar na maquina , efetuar (2)cortes (45º)

Pegar peça, posicionar maquina e efetuar (2) bizotes (37,4 x1,5cm/45º), efetuar (1) bizote de(35,5 x1,5 cm/45º), efetuar (2) bizotes de (171 x1,5cm/ 45º); pegar peça psicionar no esardo.

PolitrizPegar peça, posicionar na correia, polir, Pegar peça posicionar no estrado.

CD-Encab

Rebaixadeira

Pegar placa, posicionar maquina, alinhar, cortar, retirar resto colocar em local apropiado, retirar peças posicionar no estardo.

Pegar peça, posicionar na correia, rebaixar, Pegar peça posicionar no estrado.

DE

Nº de Processos 15

PESO 22.100

Tipus PANORAMIC-FACHHANDAL

Artigo Número 198.71.8173

DESCRIÇÃO DA PEÇA

Cliente IPARFEM

Figura 3.4.1a Procedimento Operacional Padrão de peça de forno Fonte: Elaborado pelo autor.

Com o auxílio destes POP´s das peças listadas nos pedidos e com o

estudo das prioridades de fabricação, além de munidos das informações necessárias à

conclusão da programação com o software MS Project (datas de início do projeto, carga

horária de trabalho, número de funcionários necessários e seqüência de fabricação das

peças), pode-se, então, iniciar a programação da produção destes pedidos.

Page 66: PCP EM UMA INDÚSTRIA DE PEDRA SABÃO.pdf

66

A partir dos pedidos internacionais que chegam do escritório da empresa

em Belo Horizonte, é feita a montagem mensal dos containers de acordo com o peso

das peças do pedido (entre 23 e 24 toneladas). Assim o gerente de produção se reúne

com os encarregados dos setores atingidos pelos pedidos e programa a produção do

mês. Como a meta de produção da empresa é totalmente baseada em metas de

faturamento mensal, as programações de produção ficam a cargo desta restrição. A

programação é feita mensalmente e repassada a todos os envolvidos no processo

produtivo.

Assim são emitidas ordens de produção de cada container e são

repassadas primeiramente à equipe de programação da produção para que os dados das

peças possam ser inseridos no software. Após a conclusão da programação no MS

Project, são impressas várias vias do gráfico de Gantt, as quais são entregues aos

encarregados para que possam se basear nos tempos previstos pelo programa. Como

este programa proporciona a mensuração da data final do projeto, este dado é enviado

ao gerente de produção para que ele possa determinar formalmente a data real de

entrega do container junto ao setor de vendas e, assim, junto aos clientes. A figura a

seguir se trata do modelo de ordem de produção utilizada pela empresa que consta todas

as informações necessárias para a fabricação das peças do container como o número do

pedido, a data de emissão da ordem, o setor para onde a ordem será enviada bem como

o nome do encarregado responsável por tal setor. Além disso, a OP da OPPS mostra a

quantidade requerida, o código do produto, as dimensões da peça e alguma observação

necessária para compor o produto. Abaixo de tudo isto, encontra-se o nome do cliente, o

prazo de entrega negociado pela empresa com o cliente e o visto do gerente de

produção, que deve ser dado primeiramente antes que as ordens sejam encaminhadas

aos encarregados de cada setor.

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OPPS - Mineração, Construções, Indústria e Comércio LTDA

Pedido nº: 10158/05 Data: 21/01/05

Funcionário: Edgar/Lourival

Setor: Serra

Quantid. Especific. Larg (cm)

Comp (cm)

Espes (cm)

Obs.

Placas de Furquim Serradas

482 0000-101 11,43 22,86 3,18

Placas de Acaiaca Polidas

482 1141-240 10,5 17 3

241 1141-241 21,6 26,5 1,1

482 1141-242 7,32 17 3

482 1141-243 20,4 40 3

482 1141-251 7,32 24,1 3

482 1141-252 9,6 24,1 3

964 1141-253 6,6 24,1 3

241 1141-261 20,4 20,8 3

964 1201-25 20,5 24,1 3

241 1201-26 20,4 24,1 3

964 1421-56 17 24,1 3

Cliente: STONE NHC U/2005

Gerente de Produção:

Figura 3.4.1b Ordem de Produção

Fonte: Elaborado pelo autor.

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68

CAPÍTULO 4 - RESULTADOS OBTIDOS

Durante o acompanhamento da implantação da programação da

produção, foi descrito e arquivado todo o fluxograma do processo produtivo e, além

disso, implantados os procedimentos operacionais padrão – POP´s para todas as peças

de fornos produzidas pela empresa para exportação bem como a fixação desta

metodologia no processo daí em diante. Porém, foram também identificadas durante o

acompanhamento certas situações que, por fim, inviabilizaram a implantação adequada

do Planejamento da Programação da Produção com o auxílio do software MS Project.

Segue, abaixo, algumas das dificuldades encontradas:

1. Resistência por parte dos líderes de setores em aderir ao novo

programa, implantá-lo e acompanhá-lo durante a produção do

pedido;

2. Constantes e repentinas alterações nos pedidos dos clientes como

na quantidade, inclusão ou exclusão de certos tipos de peças ou,

ainda, a diminuição do prazo de entrega do container, dentre

outras. Todos estes fatores levavam à constantes desestruturações

das programações de produção dos containers, já que estes

demandam tempo e pessoal capacitado e detentores dos processos

básicos de produção das placas de pedra-sabão.

3. Falta de estoque de matéria-prima adequada e em perfeito estado

para garantir o mínimo de qualidade exigida para a confecção das

placas.

4. Constantes manutenções corretivas nas máquinas utilizadas no

processo o que atrasava a continuidade da produção,

desestruturando o planejamento da produção.

5. Decorrentes desigualdades no controle dos índices de produção

individual de máquinas operadas por mais de um funcionário, já

que estes, na maioria das vezes, tinham postos fixos em

determinadas máquinas e devido, também, à troca turno de

algumas delas. Este rendimento não uniforme entre os operadores

de uma mesma máquina provocou uma desproporcionalidade no

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69

fluxo produtivo, alterando os índices de controle programados

com o auxílio do MS Project.

6. Comunicação inadequada entre os líderes de produção sobre o

andamento da produção e tomada de decisões.

7. Interrupção da produção de placas para exportação para a

inclusão de pedidos de mercado interno não programados o que

alterava as prioridades de produção planejadas.

8. Necessidade da implantação de um Programa Gerenciamento da

Rotina na fábrica entre os líderes de produção, gerência e

programadores para facilitar o acesso às informações de todas as

áreas envolvidas na produção dos pedidos e atualização freqüente

do andamento de produção dos pedidos.

Com base na avaliação destes parâmetros que inviabilizaram a

implantação da programação da produção com ajuda do software MS em um processo

de extração e beneficiamento de pedra sabão, mais precisamente no processo produtivo

de placas para fornos de aquecimento doméstico numa empresa de médio porte

localizada em Cachoeira do Campo, distrito de Ouro Preto, formulou-se a conclusão a

seguir e, assim, elaboradas algumas recomendações básicas e necessárias para amenizar

estes os problemas em questão.

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70

CAPÍTULO 6 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES

A partir do trabalho apresentado e tomando como referência os

resultados obtidos descritos ao longo de seu desenvolvimento, pode-se concluir que foi

desenvolvida e apresentada uma abordagem teórica sobre programação da produção e

acompanhada sua implantação utilizando o software Microsoft Project em um processo

de extração e beneficiamento de pedra sabão numa empresa de médio porte localizada

em Cachoeira do Campo, distrito de Ouro Preto, Minas Gerais

Além de realizar um levantamento bibliográfico sistêmico do tema

proposto, este trabalho também detalhou o conceito de programação da produção dentro

do Planejamento e Controle da Produção, além de descrever o acompanhamento da

implementação de um modelo de gestão de programação da produção na empresa acima

mencionada.

Foram também apresentados neste trabalho os resultados obtidos durante

o acompanhamento da implantação de um modelo de controle da produção baseado na

programação da produção com o uso do software MS Project. Por fim, com base nestes

resultados e considerações levantadas relacionadas às dificuldades encontradas durante

o acompanhamento da implantação do programa, conclui-se que este não se apresenta

adequado e ideal ao processo produtivo adotado por esta empresa. Isto se deve ao fato

do software não se introduzir completa e perfeitamente à processos produtivos muitos

variáveis como é o caso da OPPS. A instabilidade e as constantes flutuações do

processo produtivo desta empresa, constatadas ao longo da implantação do programa,

não se adeqüam perfeitamente aos requisitos necessários para a programação com o MS

Project.

Uma característica marcante da empresa é o alto grau de flexibilidade

com seus clientes no que se diz respeito aos prazos de entrega dos pedidos e à

permissão de mudanças dos pedidos referentes a quantidades de peças e/ou substituição

ou exclusão das mesmas. Isto dificulta o processo de programação do que será

produzido durante determinado período de tempo pois modifica as prioridades de

fabricação de peças anteriormente definidas além de, muitas vezes, agravar-se ainda

mais com a freqüente dificuldade na disponibilização de matéria-prima exigida e

adequada para a fabricação das peças inseridas ao pedido. Assim, toda programação se

desestabiliza pois as ordens de fabricação não serão mais as mesmas e sua seqüência

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71

também não. Como toda a produção é focada na minimização da variável tempo, fica

praticamente impossível reprogramar novamente toda produção do pedido do container

devido a tais mudanças repentinas em sua constituição.

Assim, as constantes deficiências no estoque de matéria-prima adequada,

as inúmeras manutenções corretivas nas máquinas, o rendimento não uniforme entre

operadores, a comunicação inadequada entre os líderes de produção, além das

constantes interrupções da produção de placas para exportação para a inclusão de

pedidos de mercado interno não programados contribuíam para o atraso da produção,

inviabilizando o controle pela programação da produção com o auxílio do software MS

Project.

RECOMENDAÇÕES:

1. Implantação de um Programa Gerenciamento da Rotina na fábrica

entre os líderes de produção, gerência e programadores. Isto

facilitaria o acesso às informações de todas as áreas envolvidas na

produção dos pedidos e facilitaria a atualização freqüente do

andamento de produção dos mesmos;

2. Amenização e negociação das alterações repentinas nos pedidos

por parte dos clientes na quantidade, inclusão ou exclusão de

certos tipos de peças e, mais importante, no prazo de entrega dos

containers.

3. Implantação de uma Programação da Produção nas jazidas,

permitindo um maior controle de estoque, quantitativo e

qualitativo, de blocos no pátio da fábrica e, assim, facilitando a

programação de produção das placas.

4. Elaboração de um Programa de Manutenção Preventiva Semanal

para as máquinas e equipamentos utilizados no processo

produtivo.

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72

5. Implantação de um Programa de Treinamento para funcionários,

principalmente para aqueles que trocam turno e operam as

mesmas máquinas que outros funcionários durante o período de

trabalho. Isto minimizaria as desigualdades nos índices de

produção individual das máquinas que funcionam em mais de

turno.

6. Estipulação de uma faixa horária durante o dia para o corte e

confecção de peças de pedidos de mercado interno. Este período

pode ser programado semanalmente, mensalmente ou à medida

em que os pedidos de mercado interno forem sendo repassados à

produção. Esta programação evitaria a interrupção da prioridade

de produção das placas destinadas à exportação, já que se tratam

do carro-chefe de faturamento da empresa.

7. Elaboração de uma planilha de controle de produção a partir da

determinação dos tempos necessários para a fabricação de cada

peça contidos nos POP´s das mesmas. Esta planilha deve ser

implantada em todas as máquinas por onde as peças do pedido em

questão irão passar e informando os tempos que serão gastos para

cada operação a ser feita naquela máquina. Assim, detendo a

informação do tempo total em que cada máquina trabalhará em

cada pedido, a programação da produção se torna mais maleável,

já que imprevistos como falta de matéria-prima adequada, quebra

de máquinas, falta de empilhadeira para transporte de material de

uma máquina para outra, etc, sempre ocorrem durante a

confecção dos containers. Um modelo de planilha de controle de

produção deste tipo pode ser observada no Anexo IV: Planilha de

Controle.

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73

8. Afim de se acompanhar o andamento diário da produção, pode ser

elaborado um formulário de controle de produção diário que é

repassado aos funcionários responsáveis por cada máquina por

onde as peças serão beneficiadas contendo todos os dados das

peças dos pedidos (código, quantidade necessária, dimensões e

observações) e um campo de preenchimento do funcionário que

detalha a quantidade produzida de peças ao longo do dia. Ao fim

de cada turno ou dia, o responsável pela programação recolhe em

cada máquina a quantidade de peças produzidas e repassa ao MS

Project a porcentagem concluída do pedido, aumentando o nível

de controle do andamento do mesmo. Um exemplo deste

formulário pode ser observado no Anexo V: Planilha de Controle

Diário.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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2000.

DEMING, W.E.. Qualidade: a revolução na produtividade. Rio de

Janeiro: Marques Saraiva, 1990.

DEMING, W.E.. Quality, Productivity, and Competitive Position.

Massachusetts Institute of Tecnology, 1982.

FALCONI, V.C.. TQC, Controle da Qualidade Total no estilo japonês.

Rio de Janeiro: Bloch, 1992.

Page 74: PCP EM UMA INDÚSTRIA DE PEDRA SABÃO.pdf

74

FALCONI, V.C.. Qualidade Total, Padronização de Empresas. Rio de

Janeiro: Bloch, 1992.

ISHIKAWA, K.. TQC – Total Quality Control: Estratégia e

Administração da Qualidade, São Paulo: IMC Internacional Sistemas

Educativos, 1986

MICROSOFT, P. . Step by Step, Makron Books: 2000.

REZENDE, M. L. A.. PCP Básico na Indústria Têxtil. Rio de Janeiro:

Senai/Cetiq, 1992.

ZACCARELLI, S. B.. Planejamento e Controle da Produção, São Paulo:

Pioneira, 1986.

www.opps.com.br, acessado em 21 de Janeiro de 2005