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1 UNIVERSIDADE ESTADUAL DA PARAÍBA CENTRO DE EDUCAÇÃO DEPARTAMENTO DE LETRAS E ARTES CURSO DE LETRAS EMANUEL FERREIRA LEITE INGLÊS PADRÃO E INGLÊS COMO LÍNGUA FRANCA INTERNACIONAL: CRENÇAS SOBRE O ENSINO DAS VARIANTES LINGUÍSTICAS CAMPINA GRANDE PB 2015

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DA PARAÍBA

CENTRO DE EDUCAÇÃO

DEPARTAMENTO DE LETRAS E ARTES

CURSO DE LETRAS

EMANUEL FERREIRA LEITE

INGLÊS PADRÃO E INGLÊS COMO LÍNGUA FRANCA INTERNACIONAL:

CRENÇAS SOBRE O ENSINO DAS VARIANTES LINGUÍSTICAS

CAMPINA GRANDE – PB

2015

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EMANUEL FERREIRA LEITE

INGLÊS PADRÃO E INGLÊS COMO LÍNGUA FRANCA INTERNACIONAL:

CRENÇAS SOBRE O ENSINO DAS VARIANTES LINGUÍSTICAS

Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) apresentado como requisito para a conclusão do curso de Licenciatura Plena em Letras, com habilitação em Língua Inglesa, na Universidade Estadual da Paraíba, sob a orientação da Profª. Ms. Maria das Neves Soares.

CAMPINA GRANDE – PB

2015

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RESUMO

O crescente uso do inglês pela comunidade internacional tem feito com que esta língua sofra alterações fonológicas, gramaticais e lexicais que deram origem a uma variante do inglês denominada inglês internacional, usada como língua franca, cujas peculiaridades tornam essa variante diferente do inglês padrão. Este trabalho, portanto, tem como objetivo investigar quais são as crenças que professores de inglês da rede pública têm sobre o ensino das variantes linguísticas inglês padrão e inglês como língua franca internacional. A fundamentação teórica foi baseada principalmente nos estudos de Barcelos (2001), tida como principal referêncianeste trabalho para investigaçãode crenças, além de Crystal (1997), Harmer (2007), Seidlhofer (2004), e Wardhaugh (2010). Esta pesquisa envolveu cinco professores de inglês da rede pública de ensino que responderam um questionário contendo questões abertas sobre o tema objeto desse estudo. Os resultados mostram que a maioria dos professores investigados demonstra ter ciência da variante de inglês internacional, porém têm uma forte tendência ao ensino da variante padrão pelo fato de ser esta a variante privilegiada pelo material didático disponível e pelos objetivos do ensino de língua estrangeira da escola brasileira, cujo foco principal é desenvolver a habilidade de leitura.

Palavras-chave: Crenças. Inglês padrão. Inglêsinternacional.Ensino.

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ABSTRACT

The growing use of English by the international community has made this language suffer phonological, grammatical and lexical alterations that resulted in the variety called International English used as a lingua franca, which presents some peculiarities that make it different from Standard English. This paper, therefore, aims at investigating the beliefs English teachers who teach in public schools have on teaching the linguistic varieties Standard English and English as an international lingua franca. The theoretical basis takes into account mainly the studies of Barcelos (2001), who is the principal reference in this paper for investigationon beliefs, besides Crystal (1997), Harmer (2007), Seidlhofer (2004), and Wardhaugh (2010). This research involved five English teachers who work in public schools. They answered a questionnaire containing open questions about the central theme of this study. The results show that mostteachers who were investigated demonstrate to know the variety international English, however they have a strong tendency to teach the standard variety due to the preference that the available textbooks attributes to it, as well as the objectives of teaching a foreign language in Brazil, whose main focus is on developing reading skill.

Key words: Beliefs. Standard English.International English.Teaching.

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO.....................................................................................................................6

2. VARIANTES.........................................................................................................................8

2.1 Conceito de variante linguística................................................................................8

3. LÍNGUA PADRÃO.............................................................................................................10

3.1 Inglês padrão...........................................................................................................11

4. CONCEITOS DE LÍNGUA FRANCA.............................................................................13

4.1 O inglês como língua franca internacional..............................................................13

4.2Características da variante inglês como língua franca internacional......................15

5. O ENSINO DE INGLÊS NA ATUALIDADE..................................................................16

6. CRENÇAS...........................................................................................................................18

6.1 Definições para o termo crenças.............................................................................18

6.2 Abordagens usadas no estudo de crenças................................................................19

7. METODOLOGIA...............................................................................................................21

8.ANÁLISE DOS QUESTIONÁRIOS.................................................................................22

8.1 Língua franca...........................................................................................................22

8.2 Inglês padrão...........................................................................................................23

8.3 Inglês como língua internacional............................................................................24

8.4 Inglês padrão vs. inglês internacional.....................................................................25

8.5 Ensino de inglês padrão vs. inglês internacional.....................................................26

9. CONSIDERAÇÕES FINAIS.............................................................................................29

REFERÊNCIAS......................................................................................................................31

APÊNDICES............................................................................................................................32

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1. INTRODUÇÃO

O inglês tem sido nos últimos tempos uma das línguas mais usadas por falantes não

nativos em todas as partes do mundo, tanto que, atualmente, o número de falantes nativos

representa menos da metade da quantidade de pessoas ao redor do mundo que fazem uso desta

língua para os mais variados fins. Essa vasta expansão deste idioma se deve a fatores como a

colonização do império britânico, onde o inglês era a língua imposta às colônias na época,

bem como à influência que os Estados Unidos, um dos países que tem o inglês como língua

materna, têm na esfera global, notadamente nos âmbitos econômico, político, militar e

cultural. Além disso, o inglês também apresenta uma estrutura gramatical não tão complexa

com relação a outros idiomas. Uma prova disso é a não diferenciação de gênero em

substantivos e adjetivos, e também a não flexão de verbos quando são conjugados.

Todos esses fatores elencados acima foram de fundamental importância para

transformar o inglês em uma língua franca internacional, que é uma língua adotada para fins

de comunicação por indivíduos de diferentes nacionalidades. Esse uso do inglês por diferentes

indivíduos faz com que essa língua sofra influências fonológicas, gramaticais e lexicais,

influências estas que têm sido objeto de estudo de pesquisadores como Jenkins (2009) e

Seidlhofer (2004). O inglês como língua franca internacional é uma variante linguística que

apresenta algumas características que a diferencia do inglês padrão.

Em meio a esses usos do inglês, resolvemos investigar quais as crenças que

professores da rede pública têm sobre o ensino das variantes linguísticas inglês padrão e

inglês como língua franca internacional. Verificaremos quais os conceitos que esses

professores têm sobre essas variantes, bem como refletiremos sobre quais as implicações

pedagógicas que tais conceitos/crenças podem exercer na prática desses professores.

A ideia de realizar esta pesquisa surgiu através da necessidade de se saber quais

crenças professores de inglês da rede pública estadual de ensino trazem consigo a respeito da

variante linguística inglês como língua franca internacional e da variante inglês padrão, visto

que o conhecimento de tais variantes é imprescindível tanto para quem leciona quanto para

quem está aprendendo inglês.

Teremos como referencial teórico para execução desta pesquisa os trabalhos de

Barcelos (2001), tida como uma das principais referências no estudo de crenças em nosso

país, além dos trabalhos de Crystal (1997), que faz uma ampla reflexão sobre os motivos

pelos quais o inglês se tornou uma língua global, além de Mckay (2002), que desenvolve

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pesquisas sobre o ensino da variante inglês como língua internacional, Harmer (2007),

Holmes (2013) e Wardhaugh (2010).

Realizamos esta pesquisa com 05 professores de língua inglesa de diferentes escolas

públicas localizadas na cidade de Campina Grande – Pb. Estes professores foram escolhidos

de acordo com o tempo e experiência que cada um tem em sala de aula. Foram utilizados

questionários contendo questões abertas, por considerarmos ser este modelo de questionário

melhor para investigação das crençasrelacionadas ao tema desta pesquisa.

Mostraremos a seguir o embasamento teórico necessário para o desenvolvimento desta

pesquisa, o qual compreende conceitos de variantes linguísticas, língua padrão, inglês padrão,

língua franca e inglês como língua franca internacional, além de características da variante

inglês como língua franca internacional. Também faremos uma reflexão sobre o ensino de

inglês na atualidade, bem como apresentaremos algumas definições para o termo crenças e as

diferentes abordagens usadas para investigá-las.

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2. VARIANTES

2.1 Conceito de variante linguística

Toda e qualquer língua apresenta variações fonológicas, lexicais e gramaticais, seja no

âmbito regional, dentro de um país que tem determinada língua como oficial ou vernácula,

seja no âmbito internacional, quando esta língua, como o inglês, por exemplo, é usada por

diferentes indivíduos de diferentes nacionalidades. Isto faz com que diferentes variantes

linguísticas do inglês acabem surgindo. Veremos e comentaremos adiante algumas definições

de variante linguística.

Hudson (apud WARDHAUGH, 2010, p. 23) define variante linguística como “um

conjunto de itens linguísticos com distribuição semelhante”. Segundo este autor, todas as

línguas de um falante multilíngue ou comunidade multilíngue podem ser tratadas como

variantes, contanto que tais itens linguísticos tenham uma distribuição social semelhante. Para

este autor, uma variante deve apresentar certa regularidade nos itens linguísticos usados pelos

falantes.

Outra definição para variante linguística é a de Ferguson (apud WARDHAUGH,

2010, p. 23) que diz:

Qualquer conjunto de estruturas da linguagem humana que seja suficientemente homogêneo para ser analisado por técnicas disponíveis de descrição sincrônica e que tenha um repertório de elementos suficientemente grande e que suas combinações ou processos tenham uma abrangência semântica ampla suficiente para funcionar em todos os contextos formais de comunicação. (Tradução minha)1

Ferguson define variante linguística de uma forma mais abrangente ao considerar não

apenas uma distribuição semelhante de itens linguísticos, chamados por ele de elementos, mas

também a amplitude do escopo semântico daquela variante que deve ser bastante ampla para

que possa expressar diferentes funções em diversos contextos de comunicação.

Ao comentar a definição de Ferguson acima, Wardhaugh (op. cit., p.23), discute a

expressão “suficientemente homogênea”, pelo motivo de sempre haver variantes linguísticas

tanto numa língua como um todo, como no dialeto daquela língua, no discurso de um grupo

que fala aquele dialeto ou no discurso individual de cada pessoa do grupo. (id., 2010, p. 23).

1Any body of human speech patterns which is sufficiently homogeneous to be analyzed by available techniques of

synchronic description and which has a sufficiently large repertory of elements and their arrangements or

processes with broad enough semantic scope to function in all formal contexts of communication.

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Pelo fato de uma língua poder ter diferentes variantes, como acontece com o inglês,

torna-se necessária a criação de uma variante padrão. Mostraremos, a seguir, como se dá esse

processo de padronização de uma língua.

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3. LÍNGUA PADRÃO

O termo língua padrão é utilizado para denominar uma variante de uma língua que é

acometida de prestígio pelos membros da comunidade linguística. Esta variante é a norma

escolhida para ser utilizada nos domínios formais da sociedade, tais como, na educação, na

produção científica, na mídia, na administração governamental, na igreja, na correspondência

comercial, dentre outros.

Segundo Wardhaugh (op. cit., p. 31), o processo de padronização de uma variante de

uma língua acontece quando esta variante é codificada de alguma forma, ou seja, quando são

desenvolvidos materiais impressos, tais como gramáticas, dicionários e envolve a produção de

obras literárias. Ainda segundo o mesmo autor, uma vez que uma variante é escolhida para ser

padronizada, é esta variante padrão a recomendada para ser ensinada nas escolas aos falantes

nativos e não nativos. Tal escolha pode alcançar dimensões ideológicas, sociais, culturais e

políticas, o que vai além das características linguísticas. Seguindo estes critérios o autor cita

como exemplos de línguas padronizadas o inglês, o francês e o italiano.

Holmes (2013, p. 78) define variante padrão da seguinte forma:

Variante padrão é geralmente a que é escrita, e que passou por algum grau de regularização ou codificação (por exemplo, em uma gramática e num dicionário); é reconhecida como uma variante ou código de prestígio por uma comunidade, e é usada para funções formais junto a uma diversidade de variantes inferiores. (Tradução minha)2

Podemos perceber nestas definições de Wardhaugh e Holmes que as principais

características que uma língua deve apresentar para ser considerada padrão é que esta tenha

suas estruturas regulamentadas em uma gramática, e suas palavras registradas em um

dicionário.

Wardhaugh (op. cit., p. 33) enumera algumas funções da padronização de uma

variante linguística: promove a unificação de indivíduos, separando-os daqueles que não

utilizam a norma padrão; serve de identificação regional, social, étnica ou religiosa; agrega

prestígio social aos falantes que utilizam esta norma, como também pode servir de modelo a

ser almejado pelos indivíduos que falam uma variante não padronizada.

2A standard variety is generally one which is written, and which has undergone some degree of regularization or

codification (for example, in a grammar and a dicitionary); it is recognized as a prestigious variety or code by a

community, and it is used for H functions alongside a diversity of L varieties.

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3.1 Inglês padrão

Como o inglês padrão é a variante que normalmente aprendemos e ensinamos,

veremos agora como alguns teóricos definem essa norma.

Trudgill (1995 apud WARDHAUGH, 2010, p. 33) define inglês padrão da seguinte

forma:

Inglês padrão é a variante de inglês que geralmente é usada em publicações impressas, e que é normalmente ensinada em escolas e também para falantes não nativos que estão aprendendo inglês. É também a variante que normalmente é falada por pessoas letradas e usada na transmissão de notícias e em outras situações similares. É importante observar que a diferença entre padrão e não padrão não tem nada a ver a princípio com diferenças entre linguagem formal e coloquial, ou com conceitos tais como ‘língua inferior’.

Inglês padrão tem variantes coloquiais, bem como formais [...] (Tradução minha)3

Podemos perceber nesta definição de Trudgill o prestígio da variante inglês padrão

pelo fato de ser a variante adotada nos mais variados contextos de uso da língua. Como é a

variante usada em publicações impressas, tenta-se, com isso, tornar tais publicações acessíveis

a todos os públicos. Além disso, o ensino dessa variante para falantes não nativos e em

escolas demonstra ainda mais a dimensão global que tal variante alcançou ao longo dos anos.

Outra definição para inglês padrão é a de Strevens (1983apud MCKAY, 2002, p. 51)

que define esta variante como sendo:

Um dialeto particular da língua inglesa, que não apresenta peculiaridades de um determinado local, que é usado mundialmente sem variações importantes e universalmente aceito como variante mais adequada para ser ensinada e que pode ser falada sem restrições de sotaque. (Tradução minha)4

3Standard English is that variety of English which is usually used in print, and which is normally taught in

schools and to non-native speakers learning the language. It is also the variety which is normally spoken by

educated people and used in news broadcasts and other similar situations. The difference between standard and

nonstandard, it should be noted, has nothing in principle to do with differences between formal and colloquial

language, or with concepts such as ‘bad language’. Standard English has colloquial as well as formal variants

[…]

4A particular dialect of English, being the only non-localized dialect, of global currency without significant

variation, universally accepted as the appropriate educational target in teaching English; which may be spoken

with an unrestricted choice of accent.

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O mesmo autor chama a atenção em sua definição de inglês padrão para o fato de esta

variante não apresentar características de um local específico, o que dá a essa variante certa

uniformidade. Ele também defende a ideia de que esta variante deve ser a escolhida no ensino

de inglês.

Por fim, temos a definição para inglês padrão de Richards, Platt, e Weber (apud

MCKAY, 2002, p. 51) que consideram esta variante linguística como a que tem o mais alto

status numa comunidade ou nação e que é geralmente baseada na fala e escrita de falantes

letrados desta língua. Esta última definição de inglês padrão mostra que, mesmo em uma

comunidade bilíngue ou multilíngue, esta variante continua sendo a variante de prestígio.

Além de o inglês ter uma variante padrão, a mesma língua também é usada como

língua franca internacional por falantes não nativos de diferentes nacionalidades. Veremos a

seguir como esta língua se tornou uma língua franca, bem como apresentaremos algumas

definições para o termo língua franca.

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4. CONCEITOS DE LÍNGUA FRANCA

Num mundo globalizado faz-se necessário o uso de uma língua comum para servir na

comunicação entre pessoasque falam línguas diferentes. Essa língua comum é chamada de

língua franca. São exemplos de língua franca o inglês, o espanhol, o francês, dentre outras.

Cada vez mais, é comum pessoas de diversos países de línguas nativas diferentes se reunirem

em reuniões de trabalho, conferência e fóruns, congressos em universidades, eventos

musicais, viagens, etc. Para garantir que essas pessoas se comuniquem, o uso de uma língua

franca é indispensável.

O inglês é usado atualmente em muitas partes do mundo como uma língua franca nos

mais diversos setores da sociedade, tais como comércio, turismo, relações internacionais,

internet, ciência e tecnologia, dentre outros. Vejamos adiante algumas definições para este

termo.

Wardhaugh (2010,p. 55) apresenta uma definição para língua franca dada pela

UNESCO na década de 50, que diz: “uma língua que é usada habitualmente por pessoas que

têm línguas maternas diferentes para facilitar a comunicação entre elas”. Outra definição para

este termo é dada por Holmes (2013, p. 82) que diz o seguinte: “o termo língua franca

descreve uma língua que serve como um meio de comunicação regular entre diferentes grupos

linguísticos em uma comunidade multilíngue”. Podemos observar nessas definições de língua

franca que o principal objetivo de uma língua que detém esse status, como o inglês, é facilitar

a comunicação entre pessoas de uma comunidade multilíngue.

4.1 O inglês como língua franca internacional

O inglês tem ganhado cada vez mais falantes não nativos em todas as partes do

mundo. Crystal (1997, p. 04-05) afirma que cerca de 1.5 bilhão de pessoas no mundo falam

inglês, o que corresponde a aproximadamente um quarto de toda a população mundial. Pela

necessidade de facilitar a comunicação entre falantes da comunidade internacional, pensou-se

na adoção de uma língua franca. Essa ideia de língua franca ganhou força, sobretudo, na

década de 50, com a criação de órgãos internacionais, como as Nações Unidas, Banco

Mundial, Organização Mundial de Saúde, dentre outros, sendo o inglês uma das principais

línguas francas adotada na época. Crystal (id., p. 10)

Crystal (op. cit.) faz uma longa reflexão sobre a globalização do inglês. Segundo este

autor, “uma língua alcança um status genuinamente global quando desempenha um papel

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especial reconhecido em todas as nações” (CRYSTAL, 1997, p. 03). Ainda segundo este

mesmo autor, em cerca de 100 países o inglês é a língua mais ensinada como língua

estrangeira. Ele explica que uma das principais razões para uma língua se tornar internacional

reside no poder que o país que a tem como língua materna possui, especialmente os poderes

político e militar. Além disso, o inglês tem uma estrutura gramatical mais simples em

comparação com outras línguas, o que torna sua aprendizagem mais fácil.

Harmer (2007, p. 14) cita alguns fatores que contribuíram para a disseminação do

inglês, como a colonização por parte do império britânico, que fez com que o inglês se

tornasse uma língua franca para as negociações entre metrópole e colônia. Outro fator

responsável pela expansão do inglês é a permutação de informação, sobretudo no campo

científico. Além destes, existem também a expansão do inglês no setor de turismo e também

no âmbito cultural.

Kachru (apud HARMER, 2007, p. 17) descreve o uso do inglês em todo mundo em

três círculos: o expandingcircle(círculo expansionista), que remete aos países onde o inglês é

ensinado como língua estrangeira, o outercircle (círculo exterior) que engloba os países onde

o inglês é usado como segunda língua oficial, e o innercircle (círculo interior), que engloba os

países onde o inglês é usado como primeira língua. (cf. fig. 1)

Figura 1

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4.2 Características da variante inglês como língua franca internacional

Dada a grande importância da variante inglês como língua franca internacional,

elencaremos, a seguir, algumas características dessa variante segundo Seidlhofer (2004, p.

220). A autora baseia-se em arquivos de voz coletados na universidade de Viena e cita as

seguintes características abaixo:

A omissão do –s na 3ª pessoa do singular do presente simples;

Uso indiscriminado dos pronomes relativos who e which;

Omissão dos artigos definido e indefinido onde são de uso obrigatório e inserção destes

artigos onde seu uso não é obrigatório;

Uso incorreto de tagquestionsisn’t? or no?em qualquer situação;

Uso redundante de proposições, como no caso da preposição about (e.g. discussabout,

studyabout);

Grande dependência no uso de alguns verbos que têm uma alta generalidade semântica,

como do, have, make, put, e take;

Uso de thatcaluses para evitar estruturas com infinitivo, como em I wantthat...;

Exagero de clareza em expressões tais como, black color versus black; Howlong time?

Versus Howlong?

Ao observar as características mencionadas acima, Seidlhofer (op. cit. p. 220) chama a

atenção para o fato de tais desvios da norma padrão não causarem obstáculos na comunicação

entre falantes que usam esta variante.

Centrada no fator inteligibilidade, Jenkins (2009) desenvolveu um estudo que tentou

identificar quais aspectos de pronúncia de variantes consideradas padrão (como a americana e

a britânica) com relação à variante inglês como língua franca internacional causam problemas

ou não de inteligibilidade na comunicação entre falantes nativos e não nativos de inglês. Os

que a autora considerou como necessários à inteligibilidade, ela chamou de Lingua Franca

Core, e os que não afetam a inteligibilidade ela chamou de non-core features.

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5. O ENSINO DE INGLÊS NA ATUALIDADE

Sabemos que o inglês é usado e também ensinado em todas as partes do mundo para

os mais diversos fins. Em meio a essas variantes do inglês que foram mencionadas até agora,

qual delas é a mais apropriada para o ensino-aprendizagem desta língua? Este é um problema

que tem suscitado uma ampla discussão por parte de vários teóricos.

Para Jenkins (apud HARMER, 2007, p. 21) ao invés de o ensino de inglês ser focado

numa variante padrão, como a britânica, por exemplo, o que deve ser feito é a conscientização

dos aprendizes sobre o fato de que eles precisam aprender não uma variante específica de

inglês, mas sim sobre as diferentes variantes existentes da língua inglesa – o que ela chama de

‘pluricentricidade’ - suas similaridades e diferenças, questões envolvidas na inteligibilidade,

dentre outros.

Outro teórico, Timmis (apud HARMER, 2007, p. 21), defende a ideia de que não

devemos impor aos aprendizes as normas de um falante nativo, e sim oferecer a eles uma

meta que não se oponha aos seus anseios.

Apresentando uma visão totalmente diferente de Timmis e Jenkins, Kuo (apud

HARMER, 2009, p. 21) é contra o ponto de vista que defende a irrelevância do estudo da

língua baseado em seu uso por falantes nativos. Fundamentada em seus estudos, esta teórica

afirma que enquanto certo grau de incorreção é tolerado na comunicação entre indivíduos, não

se pode constituir um modelo apropriado para aprendizagem de língua inglesa baseado na

variante internacional usada pelos falantes não nativos. Ela justifica seu ponto de vista pelo o

fato de que vivemos num mundo altamente competitivo e que, por esse motivo, exige precisão

e domínio da fala, leitura e escrita. Portanto, esta autora defende o ensino-aprendizagem de

uma variante nativa.

Por fim, temos o ponto de vista de Harmer (2007, p. 23) que questiona sobre que

variante nativa do inglês deve ser ensinada. A escolha reside, segundo ele, em adotar ou uma

variante nativa, ou fazer com que os aprendizes saibam da pluricentricidade do inglês. Desse

modo, eles estariam preparados para fazer os ajustes necessários para se comunicarem de uma

forma compreensível com os diversos tipos de interlocutores que poderão encontrar no mundo

globalizado.

Ainda segundo Harmer (op.cit., p. 24), em se tratando do ensino de inglês para

iniciantes, essa escolha deve pautar-se numa variante de prestígio como modelo pedagógico

apropriado. Mesmo assim, tal escolha dependeria de alguns fatores, tais como preferência do

aprendiz, variante preferida pelo professor, manual didático adotado, instituição de ensino de

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língua ou política educacional. Feita a escolha, o professor poderia mostrar aos aprendizes (à

medida que fossem alcançando um nível mais avançado) outros aspectos da variante, tais

como metáforas, expressões idiomáticas, dentre outros. De qualquer modo, o professor deve

chamar a atenção dos alunos sobre a internacionalização do inglês como um importante

fenômeno linguístico.

Iremos agora apresentar algumas definições para o termo crenças, bem como quais são

as principais abordagens usadas em estudos que têm como finalidade investigá-las.

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6. CRENÇAS

6.1 Definições para o termo crenças

Existem vários termos e definições para crenças, o que torna esse conceito difícil de

ser investigado e também sugere diferentes agendas e maneiras diversas de interpretações.

Segundo Barcelos (2001), o conceito de crenças não é somente um conceito cognitivo, mas

também social, porque nasce de nossas experiências e problemas, de nossa interação com o

contexto e da nossa capacidade de refletir e pensar sobre o que nos cerca. O conceito de

crenças também não é específico da Linguística Aplicada, tratando-se de um conceito antigo

em outras disciplinas como Antropologia, Sociologia, Psicologia, Educação e principalmente

na Filosofia.

A mesma autora apresenta uma definição para crenças envolvendo aprendizagem de

línguas. Segundo ela, tais crenças podem ser definidas como “opiniões e ideias que alunos e

também professores têm a respeito dos processos de ensino e aprendizagem” (BARCELOS,

2001, p. 72). Este conceito deixa evidentes duas características que são inerentes às crenças,

‘opinião’ e ‘ideia’. Quando investigamos as crenças de um indivíduo, estamos buscando o que

ele acha sobre determinado assunto, ou seja, sua opinião e também quais as ideias que ele tem

em mente sobre um determinado assunto.

Outra tentativa de definição para crenças é a do filósofo americano Peirce (apud

BARCELOS, 2004, p. 129), que conceitua crenças como “ideias que se alojam na mente das

pessoas, como hábitos, costumes, tradições, maneiras folclóricas e populares de pensar”. Mais

uma vez o termo ideia aparece numa definição de crenças. Esta definição vê o sistema de

crenças como sendo construído através do nosso dia a dia, da nossa convivência em

sociedade, isto é, o meio no qual um indivíduo vive pode influenciar seu sistema de crenças.

Dewey (1933), outro filósofo americano, apresenta a seguinte definição para crenças:

Crenças cobrem todos os assuntos para os quais ainda não dispomos de conhecimento certo, dando-nos confiança suficiente para agirmos, bem como os assuntos que aceitamos como verdadeiros, como conhecimento, mas que podem ser questionados no futuro. (DEWEY, 1933apud BARCELOS, 2004, p. 129).

Podemos perceber nesta definição de Dewey que crenças podem influenciar as ações

de um indivíduo, no entanto podem ter um caráter não definitivo, ou seja, o indivíduo pode

substituí-las por outras que ele considera verdadeiras num determinado momento no futuro.

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Por fim, temos a definição de Kalaja (1995 apud BARCELOS, 2001, p. 75) sobre

crenças, que afirma serem estas “construídas socialmente, de uma forma interativa, social e

variável. De acordo com esta autora, as crenças sobre aprendizagem de línguas podem mudar

de um aluno para outro, de uma época para outra, e até mesmo de um contexto ou ocasião”.

Assim como Dewey, esta autora também atribui um caráter variável às crenças. Esta última

definição também se assemelha a do filósofo americano Peirce, quando afirma que as crenças

que temos sobre determinado assunto são construídas no nosso dia a dia na convivência em

sociedade.

6.2 Abordagens usadas no estudo de crenças

Barcelos (2004) descreve três momentos de investigação de crenças. No primeiro

momento, crenças começam a ser investigadas através de questionários fechados, do tipo

likert-scale, em sua maioria. Neste momento, alguns aspectos caracterizam a investigação de

crenças, como: afirmações abstratas sobre crenças; caracterização do aprendiz como

inadequado em aprender, cujas crenças são descritas, na maioria das vezes como errôneas; e

predição ou explicações de causa e efeito, ignorando-se o contexto.

No segundo momento, a pesquisa sobre crenças se aproxima do ensino autônomo e do

treinamento de aprendizes. Neste segundo momento é notável uma aproximação da pesquisa

de crenças com a pesquisa sobre estratégias de aprendizagem.

No terceiro momento, existe uma maior pluralidade de metodologia e diferentes

percepções de como fazer pesquisa a respeito de crenças. O contexto também ganha espaço

neste terceiro momento.

Barcelos (2001) ainda agrupa os estudos sobre crenças em três abordagens principais

de acordo com sua definição de crenças, metodologia e relação entre crenças e ações. A

primeira abordagem, chamada de abordagem normativa, infere crenças através de um

conjunto pré-determinado de informações. Um instrumento bastante utilizado neste tipo de

abordagem é o questionário. O tipo de questionário mais usado é o BeliefsAboutLanguage

Learning Inventory (BALLI).

A segunda abordagem, metacognitiva, apresenta estudos que definem crenças como

conhecimento metacognitivo, daí o nome desta abordagem. Esses estudos utilizam-se

basicamente de entrevistas semi-estruturadas e auto-relatos. Questionários semi-estruturados

também podem ser usados nessa abordagem. “A abordagem metacognitiva não infere crenças

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através das ações, mas somente através de intenções e declarações verbais.” (BARCELOS,

2001, p. 80)

A terceira abordagem, chamada contextual, utiliza ferramentas etnográficas e

entrevistas para investigar crenças através de afirmações e ações. Neste caso, as crenças são

investigadas através de observações em sala de aula e análise do contexto específico onde os

alunos atuam, daí o nome dessa abordagem.

Apresentaremos agora a metodologia utilizada para execução desta pesquisa.

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7. METODOLOGIA

Esta pesquisa é caracterizada como qualitativa que, de acordo com Leite (2008), é

aquela que não necessita de ferramentas estatísticas, pois utiliza, de maneira mais adequada,

os valores culturais e a capacidade de reflexão do indivíduo. Esse tipo de pesquisa se encaixa

no nosso estudo por ter um caráter exploratório.

Para realização desta pesquisa, entrevistamos cinco professores de língua inglesa de

escolas públicas estaduais de Campina Grande – PB., que foram selecionados de acordo com

o tempo de prática em sala de aula que cada um possui. Decidimos escolher dois professores

com maior tempo em sala de aula (participantes C e E, ambos com mais de quinze anos

lecionando inglês) e três com cinco anos em média de experiência em sala de aula

(participantes A, B e D). Este critério de escolha serviu para que pudéssemos ter em nossa

pesquisa uma maior diversidade de opiniões sobre os temas abordados, tendo em vista que

todos concluíram seus cursos de graduação em Letras, Habilitação em Língua Inglesa em

diferentes épocas. Os participantes C, D e E atuam no ensino fundamental II e médio.

Participante B atua apenas no ensino médio. Já o participante A atua no ensino fundamental I

e II.

A coleta de dados se deu através do uso de questionários construídos com dez itens

abertos (Cf. apêndice A). Foi solicitado aos participantes que respondessem estes

questionários para que tivéssemos subsídios para investigar suas crenças e opiniões sobre o

tema objeto deste estudo.

Das três abordagens de investigação de crenças citadas anteriormente (normativa,

metacognitiva e contextual), a abordagem metacognitiva é a que caracteriza melhor esta

pesquisa, pelo fato de fazer uso de questionários com questões abertas. Este aspecto confere

aos participantes mais chances de usarem suas próprias palavras na descrição de suas crenças,

pois, de acordo com Barcelos (2006, p. 222), questionários com itens abertos “[...] buscam

respostas mais ricas e detalhadas do que aquelas obtidas por meio de questionários fechados”.

Analisaremos, a partir de agora, as respostas dos professores que foram obtidas por

meio da aplicação dos questionários. A título de esclarecimento, só serão analisadas as

respostas dos participantes às perguntas 01, 02, 07, 08, e 09, pelo fato de serem pertinentes às

crenças destes professores relativas aos objetivos deste trabalho.

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8. ANÁLISE DOS QUESTIONÁRIOS

Analisaremos agora as repostas dos professores participantes. Cada pergunta analisada

será enquadrada em um sub-tópico específico de acordo com o que foi abordado na

fundamentação teórica desta pesquisa.

8.1 LÍNGUA FRANCA

A pergunta 01 no questionário foi a seguinte: “Você já ouviu falar em língua franca?

Sim ( ) Não ( ). Em caso afirmativo, por favor, defina o que é uma língua

franca.”Veremos a seguir as respostas dadas pelos participantes para esta pergunta:

Participante A: “É uma língua estabelecida para realizar transações

comerciais e intercâmbio de natureza social, cultural e de cunho

acadêmico”.

Participante B: “Língua franca é o idioma usado para se estabelecer

uma comunicação. Geralmente, a língua franca difere da língua

materna dos falantes em um diálogo. Um japonês pode usar o inglês

como língua franca para conversar com um espanhol, por exemplo”.

Participante C: “É a língua geral pela qual povos que falam línguas

diferentes se comunicam entre si”.

Participante D: “Língua franca é uma língua internacionalmente

conhecida e utilizada no intuito de estabelecer relações de

comunicação entre os diversos países”.

Participante E: “Língua franca é uma determinada língua escolhida

por membros de um grupo que possuem línguas distintas, a fim de

realizarem comércio”.

Apenas os participantes C e E deram respostas que se aproximam das definições de

Wardhaugh (2010) e Holmes (2013), quando usam as expressões “línguas diferentes” e

“línguas distintas”, respectivamente. Mesmo assim, o participante E restringe um pouco o uso

da língua franca quando diz que ela é usada para comércio, pois sabemos que num mundo

globalizado, uma língua franca é utilizada em diversas situações de comunicação, não apenas

no comércio. O uso apenas da palavra “comunicação” é importante, mas não serve para

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caracterizar uma língua franca, pois qualquer língua, seja ela franca ou não, serve como um

meio de comunicação. A expressão, “diversos países”, usada pelo participante D também não

ajuda a caracterizar uma língua franca, pelo fato de uma mesma língua poder ser falada em

diversos países.

O participante B acaba sendo redundante em sua definição de língua franca ao

enfatizar o fator comunicação, já que qualquer língua tem essa função. Apesar de limitar um

pouco sua definição, este participante mostra ter uma noção do que seja uma língua franca, ao

citar um exemplo, em sua resposta, de um japonês que pode usar o inglês como língua franca

para conversar com um espanhol. Este exemplo se enquadra perfeitamente nas definições de

língua franca, dadas por Wardhaugh(id.) e Holmes (id.).

8.2 INGLÊS PADRÃO

A pergunta 02 foi elaborada da seguinte forma: “Para você, o que significa inglês

padrão?”. Vejamos quais foram as respostas obtidas:

Participante A: “É o inglês que prioriza o uso de formas gramaticais

estabelecidas ao longo dos anos de formação de um idioma”.

Participante B: “Inglês padrão é o inglês falado na Inglaterra, que,

creio eu, é referência de língua estrangeira (para o ensino) em outros

países. Acredito que apenas a América Latina adota o inglês

americano como padrão”.

Participante C: “É o inglês que é entendido por todos,

independentemente do lugar ou região”.

Participante D: “É o inglês culto, formal”.

Participante E: “É o inglês que não sofre influências regionais”.

Os participantes C, D e E foram bastante concisos em suas respostas. Porém, foram as

únicas respostas que se assemelharam às definições de Trudgill (1995, apud WARDHAUGH,

2010, p. 33) e Strevens (1983 apud MCKAY, p. 51). Tal característica da variante inglês

padrão descrita pelo participante C, ao afirmar ser esta uma variante entendida por todos, é de

grande importância pelo fato dessa variante não apresentar peculiaridades de um determinado

local.

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O participante A não deixa claro sua definição de inglês padrão ao dizer que esta

variante “prioriza formas gramaticais estabelecidas ao longo dos anos de formação de um

idioma”. Não parece ser este um dos critérios para a codificação de uma língua padrão, mas

sim a caracterização de uma variante de uma língua que goza de prestígio em uma

comunidade ou nação e que é baseada na fala e na escrita de pessoas letradas. Dessa forma,

essa variante é descrita em dicionários e gramáticas e usada na mídia e na literatura. É

também a variante ensinada nas escolas tanto para nativos, como para pessoas que querem

aprender uma língua estrangeira. (Cf. RICHARDS; PLATT; WEBER, 1985 apud MCKAY,

2002, p. 51)

Por outro lado, o participante B traz consigo a crença de que apenas o inglês falado na

Inglaterra é considerado padrão. Sabemos que toda língua apresenta variações fonológicas,

lexicais e gramaticais (Cf. WARDAUGH, op. cit., p 23), mesmono âmbito regional. Com a

Inglaterra não poderia ser diferente. Portanto, pode ser considerado padrão o inglês falado em

qual parte da Inglaterra? Além disso, este mesmo participante restringe o inglês padrão

americano à América Latina. Sabemos da influência que os Estados Unidos têm no cenário

global, o que não impossibilitaria o ensino do inglês padrão americano em qualquer parte do

mundo.

8.3 INGLÊS COMO LÍNGUA INTERNACIONAL

A pergunta que trata desse tema é a de número 07 no questionário. A mesma foi feita

da seguinte forma: “Na sua opinião, por que o inglês hoje é considerado uma língua

internacional?”. Vejamos quais foram as respostas dos participantes:

Participante A: “Porque é utilizada para as vendas, para a interação

intercultural e social, para a publicação das descobertas científicas,

etc.”

Participante B: “Porque é a língua que predomina a tecnologia,

economia, entretenimento e comunicação; [...] porque é fácil de se

aprender [...] por que a língua é falada em todos os continentes no

mundo [...]”

Participante C: “Porque é a língua mais falada e escrita em quase

todo o mundo.”

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Participante D: “Porque ela é uma das línguas mais faladas no

mundo. Além disso, é através dela que as relações internacionais vem

(sic) se estabelecendo num mundo mais globalizado.”

Participante E: “Devido ao poder colonial britânico, e a importância

dos Estados Unidos como poder econômico.”

Todos os participantes deram respostas relevantes sobre o tema, o que demonstra que

todos têm ciência da internacionalização do inglês. O participante B destaca uma

característica importante do inglês como língua internacional, que é o fato desta língua ser

fácil de aprender (Cf. CRYSTAL, 1997, p. 06). Se comparado a outras línguas, o inglês

apresenta estrutura gramatical bem menos complexa, como por exemplo: flexão de verbos,

diferença de gênero masculino, feminino e neutro, dentre outros.

O participante E elencou alguns motivos para o inglês ter se tornado uma língua

internacional. De fato, o poder colonial britânico foi um dos fatores que mais contribuiu para

a disseminação da língua inglesa pelo mundo (Cf. HARMER, 2007, p. 14). Um dos países

que foi colonizado pelo império britânico e que alcançou notoriedade no cenário global foram

os Estados Unidos. Este participante mencionou apenas o poder econômico desta nação como

um dos fatores responsáveis pela difusão do inglês. Além de se destacarem nesse setor, os

Estados Unidos também têm destaque nos setores político e militar – fatores mencionados por

Crystal (1997) como responsáveis pela internacionalização de uma língua – bem como nos

setores turístico, cultural e científico.

8.4 INGLÊS PADRÃO VS. INGLÊS INTERNACIONAL

Na pergunta de número 08 no questionário, perguntamos aos participantes se existe

alguma diferença entre o inglês padrão e o inglês internacional. A pergunta foi elaborada da

seguinte forma: “Existe alguma diferença entre o inglês padrão e o inglês internacional?

Em caso afirmativo, por favor, enumere algumas diferenças”. Vejamos a seguir quais foram

as respostas obtidas:

Participante A: “Sim. A língua viva, isto é, em uso provoca mudanças

de ordem lexical, fonológica e sintática. Isso acontece tanto para o

inglês padrão quanto para o internacional (língua franca) devido a

(sic) dinamicidade natural das línguas na modalidade oral e escrita”.

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Participante B: “Creio que sim. Fatores como sotaque, entonação e

influência da língua materna interferem (e diferem) “os ingleses”

falados pelo mundo. Entretanto, sei que existe um referencial

(USA/UK) [...]”.

Participante C: “Não. O inglês padrão é o inglês internacional ou

inglês franco, entendido em qualquer lugar”.

Participante D: “Sim, visto que em se tratando de diferenças culturais,

as pessoas reformulam o inglês de uma forma compreensível para

aqueles falantes [...]”.

Participante E: “Sim. O inglês padrão é aquele que é ensinado nas

escolas, encontrado nos livros, por exemplo. Já o inglês internacional

é aquele que é falado pelos não nativos e nativos [...]”.

Podemos observar nas respostas que os participantes A, B e D estão cientes que há

diferenças lexicais, fonológicas e gramaticais entre o inglês padrão e o inglês internacional,

embora não tenham enumerado nenhum traço distintivo entre estas variantes linguísticas. É

inegável o fato de que o inglês internacional quando falado por pessoas das mais variadas

línguas sofra influência dessas línguas, o que atribui a essa variante algumas características

que fazem com que ela apresente alguns traços distintivos do inglês padrão (Cf.

SEIDLHOFER, 2004, p. 220).

Já o participante C não vê diferenças entre essas duas variantes, enquanto que o

participante E afirma que o inglês padrão é a variante usada nos livros e ensinada nas escolas

e a variante internacional é a usada como língua falada tanto por nativos como não nativos.

A afirmação do participante E referente ao uso da variante do inglês como língua

internacional por falantes nativos é algo incomum, visto que a principal finalidade desta

variante é a comunicação entre falantes de diferentes nacionalidades.

8.5 ENSINO DE INGLÊS PADRÃO VS. INGLÊS INTERNACIONAL

Na questão de número 09, perguntamos aos participantes qual variante do inglês eles

consideram importante para ser ensinada nas escolas brasileiras, o inglês padrão americano, o

inglês padrão britânico ou o inglês internacional. Vejamos quais foram as respostas dadas a

esta pergunta:

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Participante A: “Depende do objetivo pré-determinado. Se o interesse

é a comunicação oral, o inglês internacional seria melhor. No

entanto, no ensino regular brasileiro o inglês padrão torna-se ideal

(sic) dado que esse ensino prioriza a leitura de textos”.

Participante B: “Se pensarmos na aprendizagem do idioma, creio que

ou o Americano ou o Britânico podem ser considerados importantes.

O contato com outra língua já é em si essencial”.

Participante C: “O inglês internacional ou inglês franco”.

Participante D: “Acho que é importante a apresentação das três

variantes para que o aluno saiba distinguir e compreender a língua

dependendo do contexto em que ela está sendo utilizada, embora o

inglês padrão necessite ser mais utilizado e enfatizado.

Participante E: “É importante que seja ensinado o inglês padrão, seja

ele americano ou britânico, pois o inglês internacional está em

constante mudança, não sendo necessário ensiná-lo nas escolas, já

que ele é utilizado na prática da fala”.

Os participantes A e D defendem a ideia de que qualquer uma das duas variantes

(inglês padrão britânicoou americano, ou inglês internacional) pode ser ensinada, sendo que

dependendo da funcionalidade do ensino e também do que o professor achar conveniente

trabalhar em sala, ou o inglês padrão ou o inglês internacional pode ser escolhido para o

ensino. Estes fatores que norteiam aescolha da variante do inglês que deve ser ensinada são

descritos por Harmer (2007, p. 24).

Diferentemente dos participantes A e D, os participantes B e E consideram apenas o

ensino da variante padrão como importante, o que os levam a ter o mesmo ponto de vista de

Kuo (apud HARMER, 2009, p. 21) que afirma que o inglês internacional não constitui um

modelo apropriado para aprendizagem de língua inglesa, pelo fato de incorreções serem

toleradas e também com o argumento de que o inglês padrão oferece mais oportunidades para

um indivíduo no mercado de trabalho. O participante B não justifica sua escolha. Por outro

lado, o participante E justifica sua escolha com o argumento de que “os inglês internacional

está em constante mudança, não sendo necessário ensiná-lo nas escolas, já que ele é utilizado

na prática da fala.” Tanto Harmer (op. cit.) quanto Jenkins (apud HARMER, 2007, p. 21)

defendem a ideia de que seja feita a conscientização dos alunos sobre a pluricentricidade do

inglês, isto é, chamar a atenção dos alunos para o fato da existência de diferentes variantes do

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inglês, o que é uma característica da globalização. Por fim, apenas o participante C considera

o inglês internacional ou o “inglês franco” como variante a ser ensinada. Este participante

utiliza o termo “inglês franco” para referir-se a variante internacional do inglês.

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9. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Este trabalho nos proporcionou a oportunidade de investigar as crenças de professores

de inglês com relação ao ensino das variantes linguísticas inglês padrão e inglês como língua

franca internacional. Vimos que a maioria dos professores participantes (três dos cinco)

definiu inglês padrão e língua franca de forma satisfatória, se compararmos tais definições

com as contidas na fundamentação teórica deste trabalho. Além disso, todos os professores

participantes demonstraram ter ciência da variante internacional do inglês, embora não

tenham apresentado nenhuma diferença entre esta variante e a variante padrão.

Quanto às implicações pedagógicas que essas crenças trazem consigo enumeramos as

seguintes. Em primeiro lugar, devemos levar em consideração o fato de que tais crenças

podem ter uma forte influência na escolha que estes professores fazem com relação à variante

da língua inglesa a ser ensinada em sala de aula, pois cada um deles pode ensinar aquela que

considerar de maior relevância para os alunos. Segundo a maioria dos professores

investigados, a variante internacional dificilmente seria escolhida para ensino pelo fato de que

a principal cobrança que é feita aos alunos do ensino regular em vestibulares ou concursos é

que os mesmos tenham a capacidade de interpretar textos que são escritos em inglês padrão.

A escolha de uma ou outra variante pelo professor está também fortemente ligada ao

material didático que é adotado pelas escolas estaduais. O inglês padrão britânico ou

americano é predominante nos livros, tendo em vista o foco dadoao desenvolvimento da

habilidade de leitura que deve ser trabalhada pelo professor. Os PCNS (BRASIL, 1998) até

reconhecem que outras habilidades podem ser trabalhadas em sala de aula, como a oralidade,

por exemplo. Neste caso, poderia entrar em cena a conscientização por parte do professor da

existência da variante inglês como língua internacional. Para tanto, seria necessário certo grau

de maturidade com relação à língua, como bem observa Harmer (2007, p. 24), para que não

haja nenhum tipo de confusão na mente do aluno.

Por fim, a análise dessas crenças nos mostrou que, apesar de todos os professores

terem conhecimento sobre a variante internacional do inglês, apenas um optaria pelo ensino

desta variante.A maioria dos pesquisados têm preferência pelo ensino da variante padrão

pelos fatos já enumerados acima. Podemos concluir que, embora não tenha havido nenhuma

exemplificação nas respostas destes professores das diferenças entre o inglês padrão e o inglês

internacional, os mesmos não ficam impossibilitados de conscientizar seus alunos sobre a

existênciada variante internacional. Desta forma, poderiam enriquecer ainda mais suas aulas

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de inglês, levando até os alunos algo que vai além do ensino de estruturas gramaticais ou

tradução de textos.

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REFERÊNCIAS

BARCELOS, A. M. F. ; ABRAHÃO, Maria Helena Vieira . Crenças e ensino de línguas.

Campinas: Pontes, 2006.

__________.Crenças sobre aprendizagem de línguas, linguistica aplicada e ensino de línguas.

Linguagem & Ensino (UCPel), Pelotas, v. 7, n.1, p. 123-156, 2004.

__________. Metodologia da pesquisa das crenças sobre aprendizagem de línguas: Estado da

arte. Revista Brasileira de Linguistica Aplicada, Belo Horizonte, v. 1, n.1, p. 71-92, 2001.

BRASIL. MEC. Parâmetros Curriculares Nacionais: língua estrangeira/ensino fundamental.

Brasília: MEC/SEF, 1998.

CRYSTAL, David. English as a global language.Cambridge: CUP, 1997.

HARMER, Jeremy. The practice of English language teaching.4th ed. Harlow: Pearson

Longman, 2007.

HOLMES, Janet. An Introduction to Sociolinguistics. 4th ed. London: (Pearson) Routledge,

2013.

JENKINS, Jennifer. (Un)pleasant? (In)correct? (Un)intelligible? ELF speakers' perceptions

of their accents. In: MAURANEN, ANNA AND RANTA, ELINA (eds.) English as a Lingua

Franca: Studies and Findings. Newcastle upon Tyne: Cambridge Scholars Publishing, 2009.

p. 10-36.

LEITE, Francisco Tarciso. Metodologia Científica: métodos e técnicas de pesquisa:

monografias, dissertações, teses e livros. 2. ed. Aparecida: Ideias&Letras, 2008.

MCKAY, S. L. Teaching English as an international language. Oxford: OUP, 2002.

SEIDLHOFER, Barbara. Research perspectives on teaching English as a lingua franca.

Annual Review of Applied Linguistics 24. USA: CUP, 2004, p. 209-239.

WARDHAUGH, Ronald. An introduction to sociolinguistics. 6th ed.Oxford: Blackwell

Publishers, 2010.

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APÊNDICES

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APÊNDICE A – MODELO DE QUESTIONÁRIO

Universidade Estadual da Paraíba – UEPB

Pesquisador: Emanuel Ferreira Leite

Orientadora: Maria das Neves Soares

Título da pesquisa: “Crenças de professores da rede pública sobre o ensino de inglês como

lingua franca”.

Informante nº ______

Onde você ensina? ( ) Escola regular pública ( ) Escola regular privada ( ) Escola de

idiomas ( ) Outro_____________________________________________________

Níveis em que ensina: ( ) Fundamental I ( ) Fundamental II ( ) Médio

( )Outro_______________________________________________________________

Há quanto tempo você ensina inglês?

______________________________________________________________________

Obs.: Por uma questão de ética, seus dados serão mantidos em sigilo absoluto. Sua

participação é de fundamental importância para a execução desta pesquisa. Caso tenha

interesse, ao término desta pesquisa, você poderá ter acesso ao resultado final. Se achar o

espaço destinado à resposta de cada pergunta insuficiente, você poderá escrever no verso da

folha, de preferência, ou em qualquer outro espaço, contanto que enumere a questão que está

sendo respondida. Desde já, somos gratos pela sua colaboração!

QUESTIONÁRIO DE PESQUISA

01. Você já ouviu falar em lingua franca? Sim( ) Não( ). Em caso afirmativo, por favor,

defina o que é uma lingua franca.

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

02. Para você, o que significa inglês padrão?

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___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

03. Na sua opinião, por que os brasileiros estudam inglês?

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

04. Qual a diferença entre segunda língua e língua estrangeira?

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

05. Você poderia citar alguns países que usam o inglês como segunda língua?

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06. Você poderia citar alguns países que têm o inglês como língua nativa?

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07. Na sua opinião, por que o inglês hoje é considerado uma língua internacional?

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08. Existe alguma diferença entre o inglês padrão e o inglês internacional? Em caso

afirmativo, por favor, enumere algumas diferenças.

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09. Que variante do inglês você considera importante para ser ensinada nas escolas

brasileiras? O inglês padrão americano, o inglês padrão britânico ou o inglês internacional?

Porquê?

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10. Que variante do inglês você usa?

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APÊNDICE B – QUESTIONÁRIO INFORMANTE 1

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APÊNDICE C – QUESTIONÁRIO INFORMANTE 2

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APÊNDICE D – QUESTIONÁRIO INFORMANTE 3

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APÊNDICE E – QUESTIONÁRIO INFORMANTE 4

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APÊNDICE F – QUESTIONÁRIO INFORMANTE 5

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